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@biavetlove BRUCELLA BruceloseBrucelose G- Doença de Notificação Obrigatória! Bactérias gram -negativas que sobrevivem quase que exclusivamente nos hospedeiros infectados, de preferência instaladas nos compartimentos intracelulares das células fagocíticas, reticulo- endoteliais e células epiteliais especializadas. A doença clínica conhecida como Brucelose geralmente está associada a infecções crônicas e lesões em tecidos do sistema genital. O controle da doença em animais que atuam como reservatórios das bactérias é a abordagem mais econômica para a prevenção de brucelose humana, devido ao fato de ser uma zoonose. Doença infectocontagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella. Provoca abortos geralmente no terço final da gestação, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta (principalmente em primíparas, devido a problema nas carúnculas e pelas bactérias serem transportadas nos restos placentários), repetição de cio e descargas uterinas com eliminação desse microrganismo, podendo transmitir ao homem. Características fenotípicas e antigênicas. Família Brucelaceae Espécies: Lisas: Brucella abortus – bovinos Brucella suis – suínos Brucella melitensis – homem, caprinos, ovinos Brucela neotomae – ratos silvestres Brucella cetaceae – golfinhos Rugosas: Brucella canis – caninos Brucella ovins - ovinos No Brasil: B. abortus: biovares 1,2 e 3. B. suis: biovar 1. B. ovis e canis. Espécies Algumas das espécies clássicas (B. melitensis, B. abortus e B. suis) são subdivididas em biovares, com base em suas propriedades bioquímicas, Morfologia e Coloração Cocobacilos gram negativos, frequentemente únicos, mas também podem se apresentar em pares ou em pequenos grupos. Em geral, os cocobacilos apresentam 0,6 a 1,5 μm de comprimento e 0,5 a 0,7 μm de largura. As formas pleomorfas são raras, exceto em culturas antigas. Não são móveis, não apresentam cápsula, e não formam esporos. Resistem à descoloração com ácidos fracos, portanto, coram- se em vermelho quando se utiliza o corante Ziehl Neelsen modificado. Considera- se que B. abortus, B. suis, B. melitensis e B. neotomae apresentam colônias com morfologia lisa, uma característica associada à BruceloseBrucelose G- expressão de lipopolissacarídio (LPS) com cadeia lateral O. Comparativamente, B. ovis e B. canis apresentam colônias com morfologia rugosa e não expressam o LPS com cadeia lateral O. As colônias lisas parecem arredondadas, brilhantes e de coloração azul esverdeada e não absorvem o corante cristal violeta. Em comparação, as colônias rugosas têm aparência granular seca, cor amarelo esbranquiçada e se coram com cristal- violeta. hidrofóbicas da membrana externa, incluindo lipídios ornitina. O PAMP de Brucella alterado falha na indução de uma resposta imune inata potente, que contribui para a ação furtiva in vivo do patógeno. As bactérias do gênero Brucella são aeróbicas e várias cepas necessitam de dióxido de carbono para sua multiplicação. Tiamina, nicotinamida e biotina também são necessárias para a multiplicação das bactérias. A adição de 5 a 10% de soro ao meio de cultura pode estimular o crescimento bacteriano, mas sais biliares, telurito e selenito inibem o crescimento. O crescimento em meio líquido frequentemente é lento, a menos que se propicie vigorosa aeração. As colônias típicas de cepas virulentas são arredondadas, com margens lisas, convexas, translúcidas e de cor branca- perolada. Estrutura A parede celular de Brucella é típica de bactéria gram-negativa. A membrana externa é composta de camadas assimétricas de LPS e fosfolipídios, sendo sustentada por uma camada adjacente de peptideoglicano. O LPS de Brucella é composto de lipídio A, de núcleo de oligossacarídios e de polissacarídios O. O LPS protege a bactéria da ação de peptídios catiônicos, de metabólitos de oxigênio e da lise mediada por complemento. O polissacarídio O do LPS, expresso pelas cepas lisas, é altamente imunogênico e pode expressar os antígenos A e/ou M, dependendo da espécie de Brucella. O envelope celular de Brucella, o LPS, as lipoproteínas e as flagelinas exibem reduzido padrão molecular associado ao patógeno (PAMP) para ser reconhecido pelo sistema imune inato, mais provavelmente dadas as partes Resistência Brucella abortus: Resistência A sobrevivência prolongada é maior em condições úmidas e frias, com mínima exposição à luz ultravioleta. Brucella é suscetível à maioria dos desinfetantes indicados para bactérias gram- negativas. Leite – 17 dias; Leite congelado >800 dias; queijos até 6 meses; manteiga até 4 meses; iogurte até 96 dias; temperatura de 60°C – 10 min; 71,5°C – 15 seg. Luz solar direta – 4-5h; Solo seco 4 dias; solo úmido 66 dias; fezes 120 dias; dejetos a altas temperaturas 2-4 horas; exsudato uterino 200 dias. BruceloseBrucelose G- Brucella abortus: Destruição Desinfetantes: - Álcool 96°GL, Hipoclorito de sódio 5%, Hipoclorito de cálcio 5%, Formol 3%, Fenol 5%. - Calor: Autoclavação 120°C/20min, Pausterização lenta 65°C/30min, Pasteurização rápida 72-74°C/15- 20segundos, Fervura. Considerando-se o momento em que ocorre a infecção, o período de incubação é inversamente proporcional ao tempo de gestação, ou seja, quanto mais adiantada a gestação, menor será o período de incubação. Uma das características da infecção por Brucella sp é o fato de a bactéria poder resistir aos mecanismos de destruição das células fagocitárias e sobreviver dentro de macrófagos por longos períodos. Essa localização intracelular é um dos mecanismos de evasão do sistema imune, porque protege as brucelas da ação do complemento e de anticorpos específicos. Após a multiplicação no sítio de entrada, a B. abortus é transportada, livre ou dentro de macrófagos, para os linfonodos regionais, nos quais pode permanecer por meses. Se a bactéria não for destruída ou não se tornar localizada, há disseminação para vários órgãos por via linfática ou hematógena. As localizações preferenciais são: linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, úbere e útero. Eventualmente, pode instalar-se nas articulações mais exigidas, dando origem a lesões denominadas higromas, que podem supurar. Devido ao seu tropismo por algumas substâncias, como o eritritol, grande parte das brucelas se localiza nos testículos e no útero gestante. A infecção do útero gestante ocorre por via hematógena. Patogenia Endocitose à macrófagos à linfonodos regionais à corrente sanguínea e linfática – 2 semanas bacteremia à útero, úbere, linfonodos da região, fígado e baço. No animal infectado, as localizações de maior freqüência do agente são: linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, útero e úbere. Porta de entrada: oral, conjuntiva ocular, genital, pele lesada e respiratório. A porta de entrada mais importante é o trato digestivo, sendo que a infecção se inicia quando um animal suscetível ingere água e alimentos contaminados ou pelo hábito de lamber as crias recém nascidas. Uma vaca pode adquirir a doença apenas por cheirar fetos abortados, pois a bactéria também pode entrar pelas mucosas do nariz e dos olhos. O tempo transcorrido entre a exposição ao agente infeccioso e o aparecimento dos sintomas visíveis é o que se define como período de incubação. No caso da brucelose, esse período pode ser de poucas semanas e até mesmo de meses ou anos. BruceloseBrucelose G- As brucelas multiplicam-se inicialmente no trofoblasto do placentoma, infectando também as células adjacentes, levando a uma reação inflamatória da placenta. Além disso, há infecção do feto, de igual modo por via hematógena. As lesões placentárias raramente atingem todos os placentomas; em geral, apenas parte deles é afetada. Tais lesões inflamatório-necróticas de placentomas, que impedem a passagem de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto, assim como provocam a infecção maciça do feto por B. abortus, são as responsáveis pelo aborto. Nos machos existe uma fase inflamatória aguda, seguida de cronificação, freqüentementeassintomática. As bactérias podem instalar-se nos testículos, epidídimos e vesículas seminais. Um dos possíveis sinais é a orquite uni ou bilateral, transitória ou permanente, com aumento ou diminuição do volume dos testículos. Em outros casos, o testículo pode apresentar um aspecto amolecido e cheio de pus. Lesões articulares também podem ser observadas. Doença no macho: inflamação aguda no sistema reprodutivo – testículos, epidídimo, vesículas seminais, ampolas seminais – Orquite uni ou bilateral (pus, fibrose ou necrose), Epididimite, Vesiculite e infertilidade à ou Cronificação (assintomática). Doença na fêmea: Tropismo pelo útero gestante e placenta – placentite necrótica – aborto, bezerros fracos e natimortos – retenção de placenta, endometrite e infertilidade. Transmissão Via oral para homem: ingestão leite e derivados contaminados; via genital e oral para outro bovino e por contato direto para animal-homem com feto morto, resíduos da placenta, local do parto contaminado, etc. A principal fonte de infecção é representada pela vaca prenhe, que elimina grandes quantidades do agente por ocasião do aborto ou parto e em todo o período puerperal (até, aproximadamente, 30 dias após o parto), contaminando pastagens, água, alimentos e fômites. Descargas vaginais (principais): Feto abortado, membranas fetais e líquidos fetais. As vias de eliminação são representadas pelos fluidos e anexos fetais – eliminados no parto ou no abortamento e durante todo o puerpério –, leite e sêmen. Controle e Prevenção A maioria dos testes e dos programas de controle se baseia na remoção de animais positivos nos testes sorológicos que detectam anticorpos ao longo da cadeia lateral O imunodominante do LPS de Brucella. Porém, um resultado positivo no teste sorológico não significa, necessariamente, que, no momento do exame, o animal estava infectado ou era capaz de transmitir brucelose. BruceloseBrucelose G- A despovoação completa, com retirada de todos os animais da propriedade infectada, é a melhor estratégia para o controle de brucelose. Medidas de controle da doença em bovinos e pequenos ruminantes podem incluir programas sanitários para impedir a transmissão da doença, programas de vacinação para reduzir a suscetibilidade do rebanho e programa de teste e remoção para eliminar animais com brucelose. Vacinas efetivas são ferramentas eficazes tanto em programa de controle quanto em programas de erradicação da doença. Embora a vacinação seja altamente efetiva na redução das perdas de produção causadas por brucelose, é menos efetiva na prevenção da infecção após a exposição a cepas de campo ou na soro conversão pós- exposição. Ainda que a vacinação seja efetiva no controle de brucelose, seu uso exclusivo não tem sido suficiente na erradicação dessa doença. provocar aborto se administrada durante a gestação. Pode ainda infectar o homem, e dar origem à doença. Portanto, não se recomenda a vacinação de machos ou fêmeas gestantes com a amostra B19. Por ser uma amostra lisa de B. abortus, a B19 induz a formação de anticorpos específicos contra o LPS liso e pode interferir no diagnóstico sorológico da brucelose. A persistência desses anticorpos está relacionada com a idade de vacinação. Se as fêmeas forem vacinadas com idade superior a 8 meses, há grande probabilidade de produção de anticorpos que perdurem e interfiram no diagnóstico da doença após os 24 meses de idade. Quando a vacinação ocorre até os 8 meses de idade, tais anticorpos desaparecem rapidamente, e os animais acima de 24 meses são totalmente negativos nas provas sorológicas. Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes (amostra RB51): A vacina é elaborada com uma amostra de B. abortus rugosa atenuada, originada da amostra lisa virulenta 2308 que sofreu passagens sucessivas em meio contendo concentrações subinibitórias de rifampicina. Ela possui características de proteção semelhantes às da B19, porém, por ser uma amostra rugosa, não induz a formação de anticorpos anti-LPS liso e não interfere no diagnóstico sorológico da doença. Por ser uma vacina viva, também requer precauções. Vacinas As vacinas vivas atenuadas são aquelas que efetivamente foram e ainda são utilizadas nos programas de controle da brucelose. Duas delas, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), são as mais empregadas: a B19 e a vacina não indutora de anticorpos aglutinantes (amostra RB51). Ambas são boas indutoras de imunidade celular. No Brasil, é a vacina obrigatória para bezerras com idade entre 3 e 8 meses. A B19 é atenuada para fêmeas jovens; pode, entretanto, causar orquite nos machos e BruceloseBrucelose G- VACINAS B19 - Animais de 3-6 meses. - Riscos infecção para o homem - Inoculadas em fêmeas prenhes: abortos VACINA INATIVADA - CEPA 45/20 – brucellas mortas, revacinação anual. RB 51 - Somente fêmeas acima de 24 meses negativas ou 3-8 meses; machos não. - Diretos: coloração de gram, ágar sangue, coloração Zihel Neelsen modificada. - Sorologia Se positivo = abate - Ag acidificado tamponado: IgG - Reação do mercaptoetanol: IgG - Anel do leite - Imunoensaio da polarização fluorescente Métodos Diretos Os métodos diretos incluem o isolamento e a identificação do agente, imunohistoquímica, e métodos de detecção de ácidos nucleicos, principalmente a reação da polimerase em cadeia (PCR). O isolamento e a identificação da B. abortus a partir de material de aborto (feto, conteúdo estomacal de feto, placenta) ou de secreções apresentam resultados muito bons se a colheita e o transporte da amostra forem bem realizados e se a amostra for processada em laboratórios capacitados e com experiência. Entretanto, devido ao risco de contaminação humana durante o processamento da amostra, poucos são os laboratórios que realizam o exame. A imunohistoquímica pode ser procedida em material de aborto após a fixação em formol e permite tanto a identificação do agente como a visualização de aspectos microscópicos do tecido examinado. Amostras As culturas vivas de cepas zoonóticas de Brucella spp. devem ser manuseadas sob condições de biossegurança nível 3, utilizando- se procedimentos de segurança apropriados. Todo o trabalho deve ser realizado em câmaras biológicas de segurança e devem- se evitar procedimentos que ocasionem formação de partículas em aerossóis. Recomendam -se condições de biossegurança nível 2 durante o processamento de amostras clínicas de rotina, de origem humana ou animal. As amostras microbiológicas ideais para o diagnóstico de brucelose incluem leite ou suabes vaginais de animais vivos; conteúdo pulmonar e/ou gástrico de feto abortado; ou tecidos, como útero, glândula mamária, tecidos do sistema genital de machos, tecidos linfáticos associados à glândula mamária ou ao sistema genital obtidos durante a necropsia; ou fluido de bursite/higroma. Testes Laboratoriais BruceloseBrucelose G- A PCR detecta um segmento de DNA específico da B. abortus em material de aborto, em secreções e excreções. É uma técnica bastante sensível e específica, mas requer equipamentos sofisticados e pessoal treinado. Métodos Indiretos A melhor estratégia – que tem sido validada por vários países que conseguiram avanços significativos no combate à brucelose – costuma ser a combinação de testes, utilizados em série. Essa estratégia tem como base a escolha de um teste de triagem de fácil execução, barato e de boa sensibilidade, seguido de um teste confirmatório, a ser realizado apenas nos soros que resultarem positivos no teste anterior, geralmente mais elaborado, porém com melhor especificidade que o teste de triagem. Esse teste confirmatório tem que ter também boa sensibilidade. No Brasil, o PNCEBT definiu como oficiais os seguintes testes: Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), Anel em Leite (TAL), 2- Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação de Complemento (FC). Os dois primeiros como testes de triagem; os dois últimos como confirmatórios. Células inteiras da amostra de B. abortus são utilizadas na preparação dosantígenos. tubo, IDGA, Teste do anel em leite, precipitação do Rivanol, prova de inativação pelo calor (-65°C para bovinos, -56°C para suínos) - Aglutinação em placa com Antígeno acidificado - Prova de coombs - Hemoglutinação indireta - ELISA Provas Sorológicas - Aglutinação rápida em placa - Aglutinação em placa - Fixação de complemento - Antígeno acificado tamponado, redução do 2 mercaptoetanol, prova lenta em Teste de triagem diagnóstica: Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT): É preparado com o antígeno na concentração de 8%, tamponado em pH ácido (3,65) e corado com o Rosa de Bengala. É o teste de triagem do rebanho. É uma prova qualitativa, pois não indica o título de anticorpos do soro testado. A leitura revela a presença ou a ausência de IgG1. O AAT detecta com maior precocidade as infecções recentes, sendo, nesse aspecto, superior à prova lenta em tubos. - Detecta IgG1: inibindo IgM. - Técnica: colocar 0,03 ml de soro sobre o quadrado da placa, colocar 0,03 ml de ag de Brucella spp. - Tamponada: misturar bem 4-5min. Fazer leitura. Presença de grumos – REAGENTE Ausência de grumos – NÃO REAGENTE BruceloseBrucelose G- para vigilância epidemiológica: Teste do Anel em Leite (TAL): Foi idealizado para ser aplicado em misturas de leite de vários animais, uma vez que a baixa concentração celular do antígeno (4%) torna-o bastante sensível. Empregam-se mais comumente antígenos corados com hematoxilina, que dá a cor azul característica à reação positiva. Se existirem anticorpos no leite, eles se combinarão com as B. abortus do antígeno, formando uma malha de complexo antígeno-anticorpo que, por sua vez, será arrastada pelos glóbulos de gordura, fazendo com que se forme um anel azulado na camada de creme do leite (reação positiva). Não havendo anticorpos presentes, o anel de creme terá a coloração branca, e a coluna de leite permanecerá azulada (reação negativa). Tal prova tem limitações, pois poderá apresentar resultados falso-positivos em presença de leites ácidos, ou provenientes de animais portadores de mamites ou, ainda, de animais em início de lactação (colostro). Anel de creme azul e coluna de leite branca ou azulada: REAGENTE Anel de creme branco e coluna de leite azul: NÃO REAGENTE Teste confirmatório de diagnóstico: Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME): É uma prova quantitativa seletiva que detecta somente a presença de IgG no soro, que é a imunoglobulina indicativa de infecção crônica. Deve ser executada sempre em paralelo com a prova lenta em tubos. Baseia-se no fato de os anticorpos da classe IgM, com configuração pentamérica, degradarem-se em subunidades pela ação de compostos que contenham radicais tiol. Essas subunidades não dão origem a complexos suficientemente grandes para provocar aglutinação. Desse modo, soros com predomínio de IgM apresentam reações negativas nessa prova e 40 reações positivas na prova lenta. A interpretação dos resultados é dada pela diferença entre os títulos dos soros sem tratamento (prova lenta), frente ao soro tratado com 2-ME. Os resultados positivos na prova lenta e negativos no 2-ME devem ser interpretados como reações inespecíficas ou como devido a anticorpos residuais de vacinação com B19. Resultados positivos em ambas as provas indicam a presença de IgG, que são as aglutininas relacionadas com infecção, devendo os animais ser considerados infectados. - Sistema de destruição de IgM. O grau de aglutinação em cada uma das distintas diluições deve ser classificado como: completo (+), incompleto (I) ou negativo (–): • Reação completa – é aquela em Reação completa – que o líquido da mistura soro- BruceloseBrucelose G- antígeno aparece translúcido e a agitação suave não rompe os grumos; 100 • Reação incompleta – é aquela Reação incompleta – em que a mistura soroantígeno aparece parcialmente translúcida, e uma suave agitação não rompe os grumos; • Reação negativa – é Reação negativa – aquela em que a mistura soroantígeno aparece opaca ou turva, e uma agitação suave não revela grumos. Fixação de Complemento (FC): Este teste tem sido empregado em diversos países que conseguiram erradicar a brucelose ou estão em fase de erradicá-la. É o teste de referência recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para o trânsito internacional de animais. Na brucelose bovina, apesar de a FC detectar tanto IgG1 como IgM, o isotipo IgG1 é muito mais efetivo como fixador do complemento. Animais infectados permanecem positivos por períodos mais longos e com títulos de anticorpos fixadores de complemento mais elevados do que os detectados nas provas de aglutinação. Em animais vacinados acima de 8 meses de idade, os anticorpos que fixam complemento desaparecem mais rapidamente do que os aglutinantes. É um teste trabalhoso e complexo, que exige pessoal treinado e laboratório bem equipado. Teste de Soroaglutinação em Tubos (SAT): Também chamada de prova lenta – porque a leitura dos resultados é feita em 48 horas –, é a prova sorológica mais antiga e ainda hoje bastante empregada. É utilizada em associação com o teste do 2- Mercaptoetanol para confirmar resultados positivos em provas de rotina. A prova permite identificar uma alta proporção de animais infectados, porém, costuma apresentar resultados falso- negativos, no caso de infecção crônica e, em algumas situações, podem aparecer títulos significativos em animais não infectados por B. abortus como decorrência de reações cruzadas com outras bactérias. Em animais vacinados com B19 acima de 8 meses, uma proporção importante deles pode apresentar títulos de anticorpos para essa prova por um longo tempo, ou permanentemente. BruceloseBrucelose G- B. abortus: aborto em bovinos, normalmente na 2ª metade da gestação, orquite, epididimite, granulomas no fígado e baço (não comum), eqüinos, ovinos e cães com reações positivas, mas não causa aborto e no homem (masculino) causa infertilidade. B. suis: aborto, orquite, epididimite em suínos, infecta o homem, equino e carnívoros silvestres. B. ovis: orquite e epididimite no carneiro e aborto. B. canis: aborto nas fêmeas, orquite, epididimite em cães e infecta o homem. B. melitensis: aborto, orquite, epididimite em caprinos e ovinos e no homem causa infertilidade e aborto. Em machos, relatam- se orquite com vários abscessos, epididimite, adenite vesicular e degeneração testicular. A lesão fetal mais frequente é a broncopneumonia histiocítica multifocal, com ou sem infiltrados supurativos. As lesões fetais também podem incluir focos variáveis de arterite necrosante, necrose e granulomas no pulmão e em outros tecidos. Outras lesões causadas pela infecção por B. suis, em suínos, incluem artrite fibrinopurulenta em articulações grandes ou compostas; osteomielite na epífise de vértebra lombar; e nódulos de B. abortus miliares no útero, conhecidos como causas de bursite e higroma em bovinos. Clínica Equinos são hospedeiros aberrantes de B. abortus e podem apresentar bursite granulomatosa supurativa na região supraespinhosa (fístula da cernelha) ou na bursa supra atlantal. BOVINOS ERITROL: carboidrato ótimo para multiplicação das brucellas – placentite necrosante aguda ou crônica (deslocamento total ou parcial da placenta, expulsão do feto e das membranas, ou retenção de placenta com aborto). - Após o parto – linfonodos regionais e tecido mamário – latência até nova gestação que irá ser de menor intensidade, menos riscos de aborto: 1º 64,7%; 2º 17,3% e 3º 3,7% de chances. - Feto se infecta pelo cordão umbilical e líquidos fetais. Hiperplasia – atrofia testicular. SUÍNOS - Aborto de 0-80% 2º mês e meio, natimorfos, débeis e normais; artrite, claudicação, paralisia dos posteriores. CAPRINOS - Aborto 3º - 4º mês, artrites, espondilite, orquite, mastite, nódulos na gl. Mamária. ANTICORPOS contra a cadeia O NÃO PROTEGEM contra a brucelose bovina. Essa proteção é dada pela produção de IMUNIDADE CELULAR. Fêmeas nascidas de vacas brucélicas podem infectar-se no útero, durante ou logo após oparto. Quando infectadas, essas fêmeas em geral abortam na BruceloseBrucelose G- primeira prenhez, e só apresentam resultados positivos para os testes sorológicos no decorrer da gestação. Várias espécies domésticas ou silvestres são suscetíveis à infecção por B. abortus, entretanto, são consideradas como hospedeiros finais da infecção, pois não transmitem o agente novamente aos bovinos. BRUCELLA CANIS A transmissão envolve o contato direto com o microrganismo que é capaz de penetrar em qualquer mucosa, sendo a oral, conjuntival e vaginal as mais importantes. As fêmeas transmitem a doença durante o estro, no momento da cobertura, por via transplacentária, após o aborto, leite e urina. Sendo, aerossóis advindos do material abortivo a principal via de infecção, devido à presença de grande quantidade de microrganismos. A B. canis pode ser transmitida pelo sêmen, principalmente durante as primeiras seis a oito semanas de infecção, pela urina, e também por fômites contaminados. Nos cães, as principais portas de entrada da bactéria compreendem principalmente as mucosas oronasal, genital e conjuntival. A presença do agente no organismo causa principalmente alterações reprodutivas como infertilidade, abortamentos, principalmente no terço final da gestação e a ocorrência de natimortos ou do nascimento de filhotes débeis. Ocasionalmente afeta outros tecidos causando alterações como uveíte, discoespondilite, osteomielite e dermatite. Como a possibilidade de êxito com o tratamento é incerta e os animais se tornam uma fonte de infecção para outros cães e pessoa, o tratamento não é recomendado, pois os cães tratados estarão sempre susceptíveis a reinfecção. Segundo o LABORATÓRIO CEPAV (2003), a brucelose ainda não tem cura, sendo assim o animal infectado permanece portador por toda a vida. Todavia, alguns medicamentos podem ser utilizados para minimizar os sintomas clínicos da doença e sendo utilizada de acordo com a fase da enfermidade em que o animal se encontra, e quanto mais tardia a doença for diagnosticada, mais difícil será o tratamento. CURA CLÍNICA E NÃO SOROLÓGICA - ESTERILIZAÇÃO Em alguns casos, podem levar a gestação a termo com nascimento de natimortos, filhotes fracos que morrem em poucos dias, ou filhotes aparentemente sadios, exceto pela bacteremia persistente e o enfartamento de linfonodos, que geralmente é o único sinal clínico da infecção até a maturidade sexual. As cadelas infectadas não prenhes comumente não mostram sinais de infecção, mas podem eliminar o microrganismo na urina e secreções vaginais por período de tempo variável.
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