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Modelos Tridimensionais Aplicados ao Design de Interiores Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vanderlei Roteli Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Ferramentas e Materiais • Ferramentas e Materiais. • Conhecer as ferramentas mais utilizadas na confecção de maquetes; conhecer os principais materiais e as técnicas de trabalho aplicadas a cada um deles, entenden- do suas possibilidades e limites. OBJETIVO DE APRENDIZADO Ferramentas e Materiais Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Ferramentas e Materiais Ferramentas e Materiais Começaremos, nesta unidade, a conhecer as ferramentas e os materiais que serão utilizados na confecção dos nossos modelos e que você utilizará durante seu curso, até mesmo durante a sua carreira. O uso de maquetes por designers de interiores está se popularizando, já que os modelos físicos tridimensionais propiciam uma visão do projeto bastante próximo do resultado final, o que facilita o entendimento, tanto pelo profissional quanto pelo cliente, das potencialidades e dos problemas de uma proposta de layout, antes da efetiva execução do projeto. Utilizamos miniaturas, também, como ferra- menta de estudo para a execução de mobiliário, que muitas vezes é criado para um projeto, a fim de estudar suas proporções e o método construtivo que será utilizado na montagem dessas peças na obra. A figura 1 mostra uma maquete executada para um estudo de layout, em que é possível perceber a disposição dos móveis, a proporção destes no espaço da edificação, os espaços de circulação e trabalho etc. Figura 1 – Maquete de Interiores Fonte: Acervo do Conteudista Esse tipo de maquete ainda pode ter a aplicação de cores e texturas, facilitando um estudo de materiais e acabamentos, antecipando e resolvendo problemas que poderiam acontecer depois da finalização do trabalho. Como veremos durante as aulas, a concepção e a execução de um modelo é uma atividade simples, mas que exige bastante dedicação e trabalho; as técnicas que aprenderemos durante as aulas irão auxiliar bastante a sua tarefa. Vamos começar conhecendo as ferramentas que mais utilizaremos na confecção de nossos modelos; uma das peças mais importantes, e que muitas vezes é esqueci- da pelas pessoas é a base ou placa de corte (figura 2). Esta base permite que você 8 9 execute seu trabalho sem sujar ou marcar a superfície sobre a qual está trabalhan- do, isto é, quando tiver de cortar, colar ou montar as suas peças, não haverá o risco de danificar algum móvel ou coisa semelhante. Esta base é facilmente encontrada em boas papelarias e lojas de artesanato. O tamanho vai depender do tipo de tra- balho a ser executado, mas o aconselhável é que tenha pelo menos o tamanho A3. Figura 2 – Base de corte Fonte: Acervo do Conteudista A próxima ferramenta é o estilete. Esta é uma peça que apresenta uma grande variedade de cores, materiais e acabamentos; você pode utilizar o estilete que achar mais conveniente, mas preste atenção ao corpo do estilete, que deve ser metálico; os estiletes que não apresentam este tipo de acabamento podem quebrar, o que pode causar um acidente grave. A figura 3 mostra os dois tipos de estilete; como é possível perceber, um deles possui um corpo metálico, revestido de plástico, enquanto o outro tem apenas o acabamento plástico. O tamanho da lâmina de- pende do tipo de trabalho, isto é, trabalhos mais delicados funcionam melhor com a lâmina mais estreita, enquanto trabalhos mais pesados são mais fáceis de serem executados com a o estilete de lâmina mais larga. Figura 3 – Estiletes Fonte: Acervo do Conteudista 9 UNIDADE Ferramentas e Materiais Necessitamos também de uma régua de aço para o apoio dos cortes; é muito comum as pessoas utilizarem réguas de plástico ou esquadros como apoio para os cortes; como estes materiais são muito frágeis, além de serem danificados pela lamina do estilete, também existe o risco de que a lamina escape e aconteçam aci- dentes graves; esta prática deve ser evitada! O adesivo mais utilizado é a cola branca a base de PVA, que é solúvel em água e quando utilizada de forma correta, não mancha o material com o qual estamos trabalhando; também é possível utilizar o adesivo a base de cianoacrilato (tipo super bonder), mas esta cola além de manchar o material, se for usada de forma indevida, ainda impossibilita o reposicionamento do material em caso de montagem errada, pois seca de forma quase instantânea. É muito importante, também, que você use seus instrumentos de desenho técni- co para realizar as marcações nos papéis que utilizaremos. Maquetes e miniaturas começam com os desenhos; um desenho bem feito, com o uso correto do esca- límetro, dos esquadros e das lapiseiras, vai facilitar o corte e a montagem, dando mais qualidade ao seu trabalho. Agora que você já conhece as principais ferramentas que iremos utilizar, vamos falar dos materiais que utilizaremos na confecção de nossas maquetes. Por uma questão de praticidade e custo, usamos muitos tipos de papéis em nossos modelos. O papel permite trabalharmos em qualquer ambiente, com poucas ferramentas e com um custo bastante baixo, além disso, as alterações que forem necessárias são muito fáceis de serem executadas. Atingimos um alto grau de fidelidade ao projeto, também, através de impressões e colagens que podem ser utilizadas e que demons- tram de maneira muito exata. A escolha do papel a ser utilizado depende vários fatores: • Qual será a utilização da maquete, isto é, é uma maquete rápida de estudo ou é uma maquete para apresentação ao cliente? • Qual a escala de construção, ou seja, uma escala pequena (1:100 ou 1:125) ou uma escala grande (1:50 ou 1:25)? • Quanto tempo temos para a execução? As respostas a estas perguntas irão definir os materiais que serão utilizados. Va- mos conhecer os principais tipos de papel que utilizaremos e em quais momentos e com quais finalidade eles devem ser usados. Um papel que será utilizado em praticamente todas as nossas miniaturas é o Pa- raná. Este é um papel de alta gramatura e rigidez; disponível com espessuras de 1 e 2 mm, é utilizado geralmente para estruturar a maquete, ou seja, utilizamos o papelParaná na construção de pisos e paredes, já que, por sua rigidez, é um papel que resiste bem aos esforços destas partes. Este papel tem uma cor mais amarelada e uma superfície lisa, o que facilita a pintura ou aplicação de outros papéis. A figura 4 10 11 mostra uma folha de cada espessura deste papel. O tamanho mínimo comerciali- zado é o A3; não é recomendável que se adquira tamanhos muito grandes, como o A1, já que a estocagem deste material é difícil. Figura 4 – Papel Paraná, com 1 e 2 mm Fonte: Acervo do Conteudista A escolha da espessura a ser utilizada vai depender tanto da escala quanto do uso desejado. Como você deve imaginar, a espessura maior dificulta o corte, mas melhora a estruturação da maquete; por isso, de forma geral, utilizamos a espessu- ra maior na confecção de paredes e pisos, e a espessura menor para a construção dos móveis. Outro papel muito utilizado é o Cartão Triplex. Este papel lembra uma cartolina, mas tem um acabamento muito melhor, além de uma grande variedade de grama- turas, o que permite uma variedade de aplicações; este papel é muito utilizado na execução de mobiliário para maquetes, já que é muito fácil de ser trabalhado, com fácil corte e colagem. A figura 5 mostra o papel Tríplex. De forma semelhante ao papel Paraná, este também é fornecido em vários tamanhos, mas para facilitar a estocagem, o ideal é que trabalhemos com o tamanho A3. Figura 5 – Papel Tríplex Fonte: Acervo do Conteudista Por fim, veremos um papel um pouco mais caro e com um acabamento diferen- ciado; o papel Metier, ou Foam board, ou, ainda, Papel Espuma, dependendo da loja, é uma montagem de um miolo de poliuretano expandido com aplicação de papel nas duas faces externas. Este papel também é vendido com espessuras de 3 a 5 mm. A figura 6 mostra o papel Metier. 11 UNIDADE Ferramentas e Materiais Figura 6 – Papel Metier Fonte: Acervo do Conteudista Este papel tem um custo maior que os outros e tem um processo de corte e montagem mais trabalhoso, além de apresentar um acabamento que é muito mais difícil de ser alcançado. Este material também pode ser usado para estruturar o modelo, mas é mais difícil de ser utilizado na fabricação do mobiliário. Podemos utilizar uma grande variedade de papéis para a execução de um mo- delo; eu aconselho que você faça uma visita a uma papelaria especializada em desenho e pintura, observe a grande variedade de papéis disponíveis e comece a imaginar qual a utilização que cada um deles possa ter em seu modelo. Também utilizamos outros materiais em nossos modelos, sempre com o questio- namento de qual o uso e as necessidades de cada trabalho. Um destes materiais é o EPS, ou o isopor. Este material é vendido em placas, geralmente com a medida de 50 cm x 100 cm e com uma grande variedade de espessuras, desde 5 mm até 50 mm; também devemos ficar atentos à densidade do isopor; um isopor menos denso (1p ou 2p, por exemplo) apresenta mais espaço vazio entre o material, o que dificulta o acabamento; um isopor mais denso (3p) vai diminuir este espaço vazio, deixando um visual mais homogêneo. O isopor pode ser encontrado na maior parte das papelarias, com um custo bas- tante baixo; seu acabamento distinto, principalmente no caso dos menos densos, no entanto, limita seu uso em uma maquete. Um outro material que é apreciado por alguns alunos é a madeira balsa. Esta madeira, originária da América Central, é muito leve, macia e com o corte muito fácil. Este material tem dois pontos negativos: o custo, pois é importado, atrelado ao dólar e com a dificuldade de ser encontrado, pois é vendido em poucos lugares. A figura 7 mostra uma chapa de madeira balsa; este material pode ser encontrado em chapas mais largas e com espessuras maiores, caso seja necessário, além de vários outros formatos, como blocos, tarugos etc. 12 13 Figura 7 – Chapa de madeira balsa Fonte: Acervo do Conteudista Um ponto muito positivo é a variedade de formas e medidas em que podemos encontrá-lo, pois é vendido em chapas, tarugos e blocos, dependendo do uso que se queira fazer. Para a representação do vidro, usamos alguns tipos de plástico, como o acetato ou o PVC cristal. Em qualquer um dos dois casos, o ideal é que trabalhemos com uma gramatura alta, ou seja, um material um pouco mais grosso, que facilitará a estruturação da peça, sem comprometer a transparência do elemento. Uma coisa bastante complicada de se fazer é a colagem deste material, pois ele tende a man- char; é mais aconselhável o uso de uma fita dupla-face, que permitirá a junção sem que o material fique sujo ou manchado. A construção de uma maquete exige uma grande dose de criatividade, já que a maior parte dos componentes não é encontrado pronto, sendo construídos ou adaptados a partir de materiais simples. Por exemplo, uma tampa de garrafa pode virar o assento de um banco, ou um puff, dependendo da escala na qual você es- tiver trabalhando. Aliás, este é um exercício bastante divertido: comece a olhar as coisas à sua volta, imagine como representá-las em escala reduzida e, também, o que estes mesmos materiais podem representar em uma escala reduzida: um lápis pode virar uma coluna, uma foto pode ganhar uma moldura e virar um quadro em um dos ambientes da sua maquete etc. Mas, antes de começarmos efetivamente a construir as nossas maquetes, vamos entender como trabalhamos com as ferramentas e os materiais que conhecemos até agora, o que você acha? Vamos começar vendo a maneira correta de utilizar a régua e o estilete. Não se esqueça de sempre trabalhar sobre a base de corte. Coloque o material no centro da base, evitando assim que o estilete escape no fim do corte. O estilete deve ser mantido perpendicular em relação ao material que está sen- do cortado e com a maior área possível de contato da lâmina com o papel. Você deve, também, deixar uma parte pequena da lâmina exposta, pois existe o risco de quebrá-la, caso você deixe um pedaço muito grande e faça muita força. 13 UNIDADE Ferramentas e Materiais A lâmina deve estar bem encostada na régua, apoiando seu corte. Isto irá ga- rantir um corte reto e preciso. Enquanto você segura a régua, tenha a certeza de deixar seus dedos sobre ela e fora do percurso da lâmina. O correto é que você puxe a lâmina na sua direção no momento de fazer o corte. Desta forma você irá controlar melhor o corte e fará mais força do que se trabalhar com o corte em qualquer outro sentido. Outro ponto que gera muita controvérsia é a força necessária para o corte. De maneira geral, todos os cortes devem ser feitos várias vezes, com pouco força. A maioria das pessoas acredita que a força a ser feita depende do tipo de material, isto é, quanto mais espesso o material, mais força é necessária, mas não é desta forma que as coisas funcionam! Você deve se acostumar a trabalhar da mesma forma, ou seja, cortando o material, mas evitando fazer muita força, pois isto pode causar acidentes. Quando você faz mais força com o estilete, ele fica mais difícil de controlar e existe mais chance de você se machucar. O correto é que você sinta o quanto de força é confortável para você fazer, uti- lize esta medida em todos os materiais, pois quanto mais espesso for o material, mais vezes você deverá passar o estilete. Este é um outro treino que você deverá fazer para conhecer suas capacidades e seus limites Para cortar o papel Paraná, por exemplo, você deverá passar de cinco a oito vezes, dependendo da sua força. Evite tentar cortar este papel com um único corte do estilete, pois além do risco de acidentes, geralmente o acabamento deste tipo de corte deixa um acabamento ruim no papel. Já para cortar o papel Tríplex, geralmente dois ou três cortes de estilete são suficientes. No caso deste papel, inclusive, existem vários momentos em que não será necessário o corte, mas sim o vinco, ou seja, você vai passar o estilete apenas para marcar o papel, facilitando a dobra para a montagem. Não se preocupe, pois em breve faremos alguns exercíciostreinando estas técnicas. O papel Metier também merece cuidado, para evitar marcar as folhas de papel que fazem o acabamento da placa e, também, o poliuretano no miolo, que pode ser arrancado, deixando um acabamento muito ruim. Alguns testes com diversos tipos de papéis irão te mostrar como cada um deles deve ser utilizado. Não tenha medo de perder algumas folhas ou chapas fazendo tentativas para descobrir o modo de trabalhar com cada papel; esta é a melhor maneira de conhecer e treinar seu uso. O trabalho com isopor é diferente; no caso deste material você deve usar o seu estilete como se fosse um serrote, executando um corte que atravesse a peça, como mostrado na figura 8. É claro que neste caso você deve trabalhar fora da su- perfície de apoio, para que a lâmina possa perpassar a chapa. Para isso, também, 14 15 a lâmina deverá estar mais exposta do que o normal, a fim de transpassar a placa. A ideia é que você corte o material que compõe o isopor, (aquelas “bolinhas”) ao invés de fazer o movimento normal de “puxar” e desmanchar a placa, arrancando os pedaços. Figura 8 – Corte de placas de isopor Fonte: Acervo do Conteudista Quando você for executar peças pequenas com este material, é muito mais difícil de usar essa técnica de corte, então será preciso que você utilize as mesmas técnicas que usa com o papel, com a lâmina mais paralela à placa, ou seja, mais “deitada”, e executando o mesmo movimento de serrote, conforme mostra a figura 9. Figura 9 – Corte de peças pequenas em isopor Fonte: Acervo do Conteudista Todas estas técnicas exigem treino e repetição; talvez você não consiga o efeito desejado em suas primeiras tentativas, mas você verá que a sua persistência com certeza valerá o trabalho. Agora que conhecemos alguns materiais e ferramentas, é a hora de fazer al- guns exercícios práticos. Estes exercícios servirão para que você treine a forma de trabalhar de cada um destes materiais e conheça também o acabamento que eles podem oferecer. 15 UNIDADE Ferramentas e Materiais Como treino, vamos fazer uma pequena caixa retangular, com 10 cm de lar- gura, 5 cm de profundidade e 3 cm de altura, conforme a figura 10; este tipo de caixa será a base de vários de nossos móveis. Preste atenção na figura: estas são as medidas finais da caixa. Você vai entender o que isto quer dizer em breve. Figura 10 – Modelo de exercício Fonte: Acervo do Conteudista Vamos executar esta mesma peça em vários tipos de papel, para que você consi- ga perceber o acabamento que cada um deles oferece e para que treine as técnicas de corte e a colagem que melhor se aplicam para cada um deles. Vamos começar com o papel Tríplex, pois este é um papel que usaremos em vários exercícios e é interessante que você saiba como ele se comporta. Vamos começar desenhando no papel uma peça conforme a figura 11. Este desenho deve ser feito com cuidado e precisão, já que é a partir dele que a peça será executada. Se o desenho não estiver preciso, certamente o resultado final não será bom. Figura 11 – Peça com cortes e dobras Fonte: Acervo do Conteudista 16 17 Na figura, você pode ver que temos linhas tracejadas e linhas cheias; as linhas cheias significam cortes e as linhas tracejadas significam vincos, ou seja, você pas- sará o estilete cortando o papel nas linhas cheias e passará o estilete marcando o material nas linhas tracejadas. Depois de cortar e marcar a peça, vamos dobrar e colar! Você vai dobrar a peça e confirmar se a montagem está correta, isto é, se todos os lados estão simétricos e em qual ordem você deseja colar cada uma das laterais. Agora é a hora de você passar cola. Na figura 12 é possível ver o quanto de cola é aplicada na aba. Como você pode notar, devemos passar pouca cola na peça; esta é uma dica bastante importante: sempre é melhor passar pouca cola! Quanto mais cola você passar, mais tempo vai demorar para que ela seque e maior a chance de sujar a peça. Se você colocar pouca cola e achar que a peça não está colando, é só passar um pouco mais; se você passar muita cola, não tem outra opção, a não ser ficar segurando as peças até que toda esta cola seque. Figura 12 – Detalhe da colagem Fonte: Acervo do Conteudista Agora vamos fazer este mesmo exercício com o papel Paraná, com 2 mm de espessura. A mesma precisão que você teve no desenho da peça no papel tríplex deve ser demonstrada no papel Paraná. A primeira grande diferença em relação ao papel Tríplex é que o Paraná exige que você corte todas as peças, isto é, não é possível dobr ar este material, você terá de separar todas as peças. Outra grande diferença é que precisamos contar com a espessura do material, isto é, temos de pensar na forma de montagem da caixa, já que as peças devem se encaixar. Lembra-se que agora há pouco vimos as medidas finais da caixa? Estas são as contas que você precisa fazer. 17 UNIDADE Ferramentas e Materiais A figura 13 indica o tamanho das peças; como você pode notar, temos tama- nhos diferentes para cada tipo de peça; cada uma das peças foi pensada para en- caixar na outra, de tal modo que o resultado final seja uma caixa com as medidas necessárias. Figura 13 – Medida das peças em papel Paraná Fonte: Acervo do Conteudista As peças devem ser cortadas com cuidado e atenção, para que tenham o ta- manho exato e um acabamento perfeito. Depois de cortar as peças, faça uma pré-montagem, para entender os encaixes entre elas, ou seja, monte a caixa sem aplicar cola. Feito isto, vamos montar a peça. De forma semelhante ao papel Tríplex, vamos utilizar pouca cola para unir as partes, prestando atenção na posição de cada uma delas. Sempre que for possível, você vai passar cola na espessura do papel, pois isto permite que você controle a quantidade de cola. Você irá perceber que ao usar pouca cola não é preciso segu- rar as peças por muito tempo, já que a secagem é rápida. Lembre-se de planejar a montagem antes de começar, para não terminar com alguma parte que você não consiga fixar. Preste atenção agora no resultado final; você pode perceber que o acabamento deste material é muito diferente do papel Tríplex. É possível ver a espessura das laterais na montagem final, certo? A figura 14 apresenta a caixa pronta; aqui é possível ver como as laterais ficam aparentes. Com a prática, este acabamento fica mais discreto, mas é importante que você perceba a diferença para escolher qual o tipo de finalização que deseja em seus modelos. 18 19 Figura 14 – Caixa montada com papel Paraná Fonte: Acervo do Conteudista Vamos agora trabalhar com o papel Metier. Você deve ter percebido, apenas de olhar este material, que vai ser bastante difícil dar um bom acabamento quando montarmos esta caixa. Este material tem uma forma de trabalho bastante especí- fica, que deixa um acabamento muito bom nas laterais, mas que torna o trabalho mais demorado. Por este motivo e com o custo elevado, notará que não utilizare- mos este papel com muita frequência. Da mesma maneira que fizemos com o papel Paraná, você irá desenhar as peças separadas no papel Metier, lembrando-se de descontar a espessura do papel em algumas delas. A figura 15 mostra as medidas das peças; antes de consultá-la, entretanto, tente imaginas as medidas e veja se estão de acordo com o que está apresentado. Figura 15 – Medida das peças em Papel Metier Fonte: Acervo do Conteudista 19 UNIDADE Ferramentas e Materiais Corte as peças delicadamente, evitando rasgar ou marcar o papel. Como fize- mos com o papel Paraná, você vai fazer uma pré-montagem sem cola, para testar o tamanho e os encaixes das peças, além de já imaginar a sequência na qual você vai montar as peças. Após confirmar que as peças estão certas e se encaixam cor- retamente, vamos à colagem e montagem definitiva. Nunca é demais lembrar que você deve usar pouca cola, na sequência que anteviu para a montagem e que deve passar a cola na espessura do papel, pois isto lhe dá mais controle sobre o quanto de cola está sendo usado.Observe na figura 16 que o acabamento deste material, quando utilizado desta maneira, é bastante ruim. Figura 16 – Peça montada em papel Metier Fonte: Acervo do Conteudista Existe uma maneira de melhorar este acabamento, mas o planejamento tem de ser muito maior e o cuidado com as medidas redobrado. Você vai desenhar as peças de acordo com as medidas totais, ou seja, sem des- contar a espessura do material e, antes do corte, irá planejar os encaixes, pois em algumas peças deverá tirar uma das faces de papel e o meio de poliuretano, dei- xando a outra face de papel do Metier. Esta sobra de papel irá esconder o miolo de poliuretano quando a caixa estiver montada. A figura 17 mostra como este tipo de encaixe funciona. Com o uso deste método, o papel Metier ganha uma aparência mais profissional, mas é preciso uma certa prática para trabalhar com este método. Figura 17 – Peça com encaixes no papel Metier Fonte: Acervo do Conteudista 20 21 Para finalizar as opções que foram apresentadas, a figura 18 mostra esta mesma peça feita com o isopor. É possível perceber que o acabamento deste material é bastante primário. Podemos usar o isopor, mas em poucas peças e em trabalhos mais rápidos e simples. Figura 18 – Peça em isopor Fonte: Acervo do Conteudista Tenho certeza que com a sua dedicação e o seu esforço, em breve você terá o conhecimento e a habilidade para escolher qual o melhor material e qual a me- lhor forma de trabalho para seus modelos, apresentando ótimos trabalhos para seus clientes! 21 UNIDADE Ferramentas e Materiais Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites 16 dicas para melhorar suas habilidades com maquetes Dicas sobre a construção de maquetes. https://goo.gl/jAcvDH Maquetes de casas unem artesanato e tecnologia Esta reportagem fala sobre maquetes de residências. https://goo.gl/ZPH35n Vídeos MINIATURAS, fabrica de maquetes... Este vídeo fala sobre a fabricação profissional de maquetes. https://youtu.be/rNKbTju7lC8 Leitura Tecnologia da Arquitetura Esta dissertação trata sobre o mundo das maquetes. https://goo.gl/eT6CA2 22 23 Referências CONSALEZ, Lorenzo; BERTAZZONI, Luigi. Maquetes: a representação do espaço no projeto arquitetônico. Barcelona: Gustavo Gili do Brasil, 2001. 4. reimp. 2014. MILLS, Criss B. Projetando com maquetes: um guia de como fazer e usar ma- quetes de projeto de arquitetura. 2. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. 23
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