Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA III CAMPO MAGNÉTICO ACADÊMICOS: Alexandro Lopes RA: 89151 Elvis M. S. da Rocha RA: 89793 PROFESSOR(A) : Francielle Sato TURMA: 3066/32 MARINGÁ, 27 DE AGOSTO DE 2015 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO 3 2. OBJETIVOS 7 3. MATERIAIS UTILIZADOS 7 4. PROCEDIMENTO 7 4.1. Primeira Parte 7 4.2. Segunda Parte 8 4.3. Terceira Parte 9 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 10 6. Conclusão 17 3 1. INTRODUÇÃO A eletricidade e o magnetismo desenvolveram-se de forma bastante independente até 1820, quando Oersted (1777-1851) observou uma conexão entre estas ciências, em decorrência de uma corrente elétrica afetar a agulha imantada de uma bússola. Oersted verificou que uma corrente elétrica, ao percorrer um fio condutor, cria um campo magnético a sua volta. Usando a lei de Biot- Savart podemos mostrar que o campo magnético de um fio de comprimento infinito, percorrido por uma corrente ( ), a uma distância ( r ) do fio, Fig.(1), é dado por: Onde , é a permeabilidade magnética do vácuo. Figura 1 – Campo magnético a uma distância r de um fio. 4 As linhas de indução deste campo são circunferências concêntricas com o fio, e o seu sentido é dado pela regra da mão direita, com o polegar apontando no sentido da corrente. O vetor campo magnético (B) é tangente, em cada ponto, `as linhas de indução Figura 1. No caso particular de um fio finito, de comprimento (L), o campo magnético, num ponto sobre a mediatriz do fio, a uma distância (r) do mesmo é: Usando a equação (2), podemos demonstrar também que o campo magnético no centro de uma bobina de N espiras, e lados (a) e (b), Fig.(2), percorrida por uma corrente (i), é perpendicular ao plano da bobina (direção do eixo) e tem valor: Figura 2 – Orientação da bobina. 5 Colocando uma bússola no centro desta bobina, a agulha magnética se alinha naturalmente na direção do campo magnético terrestre. Ao se estabelecer uma corrente, a agulha passa a se alinhar na direção do campo magnético resultante ( ), conforme a Fig.(3), ou seja: Onde - Campo magnético terrestre; - Campo magnético da bobina. Figura 3 – Orientação do campo magnético resultante Da Fig.(3) temos que: Nesta unidade determinaremos experimentalmente o campo magnético terrestre, com o auxílio das Eq.(3) e Eq.(5). O valor 6 aproximado da componente horizontal do campo magnético terrestre, para a região de Maringá é 1,95x10−5 Tesla. Investigaremos também como varia o campo magnético de uma bobina para pontos sobre o seu eixo. O campo magnético de uma bobina de N espiras, varia com a distância ( x ) ao longo do eixo, de acordo com a equação: Onde (a) e (b) são lados da bobina e (i) é a corrente. Quando a=b, a Eq.(6) se reduz a: 7 2. OBJETIVOS Verificar que o campo magnético de uma bobina é proporcional ao número de espiras e à corrente. Determinar experimentalmente o valor da componente horizontal do campo magnético terrestre, na região de Maringá. Determinar o campo magnético de uma bobina. Verificar a dependência do campo magnético de uma bobina com a distância ( x ), no eixo da mesma. Determinar a permeabilidade magnética do vácuo. 3. MATERIAIS UTILIZADOS Foram utilizados uma fonte de tensão, amperímetro, bússola, cavalete de madeira, fio condutor, dois resistores de 4 Ω e 25W, cabos e jacarés, régua ou trena. 4. PROCEDIMENTO 4.1. Primeira Parte 1 – Foi montado o circuito com um fio formando uma única espira no cavalete, a fonte, o resistor, amperímetro (escala 10 A), Fig.(4). Obs.: Colocou-se a fonte e o amperímetro em uma das extremidades da mesa e o cavalete na outra. 8 Figura 4 – Circuito RL 2 – Sobre o cavalete posicionou-se a bússola no centro da espira, com a direção Norte–Sul paralela ao plano da bobina. 3 – A fonte de tensão foi ligada, fazendo passar uma corrente pela espira e observou-se o que acontece com a agulha da bússola. 4 – Depois de aumentar a tensão, até no máximo 10 V, observou-se o desvio. 5 – Mantendo a corrente constante, foi aumentado o número de espiras, primeiramente para 5 e, depois, para 10 e foi visto o que ocorre. 6 – Por fim, foi invertido o sentido da corrente, trocando a posição dos terminais na fonte. Foi verificado o que ocorre e logo após desligou-se a fonte. 4.2. Segunda Parte 8 – A bússola foi alinhada no centro da bobina e o limitador de corrente na fonte foi aberto totalmente. 9 – A fonte foi ligada e a corrente foi variada em intervalos de 0,2 A até, no máximo, em 2,0 A. Os desvios angulares ( ) correspondentes foram anotados na Tabela (1). 10 – Foram anotados também, na Tabela (1) os valores de N, a e b - lados da bobina. Por fim, a fonte foi zerada e desligada. 9 4.3. Terceira Parte 11 - A posição da bússola foi acertada novamente no centro da bobina. Ligou-se a fonte e foi estabelecida uma corrente de 1,0 A. 12 - Mantendo a corrente constante, a bússola foi afastada, ao longo do eixo da bobina, e a intervalos de 5,0 cm. Em cada posição foi verificado o respectivo desvio da agulha e anotaram-se os resultados na Tabela (2). 10 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente ao ligar a fonte verificou-se, que ao passar corrente pela espira, que a agulha da bússola obteve um novo alinhamento, ou seja, sofreu um desvio em relação à posição inicial. Este desvio resultante demonstra a existência de um novo campo magnético, sendo este derivado da corrente elétrica que passou pela espira. A nova posição adotada pela agulha é devido a direção do campo magnético resultante entre o da Terra e o da espira. Em seguida, aumentando-se a diferença de potencial entre os terminais da fonte, observa-se que o desvio da agulha aumenta. Com o aumento do número de espiras para uma corrente constante, o campo magnético aumenta, esta conclusão se dá pelo desvio observado da agulha da bússola que é maior. Isto pode ser verificado na Tabela 1 abaixo. Invertendo o sentido da corrente, o desvio da bússola é o mesmo, porém na direção contrária. Cada marcação da bússola é equivalente a 5°, logo se considerou o erro de medida metade deste menor valor, logo 2,5°. Notou-se também que o primeiro desvio ocorria no sentido anti-horário e os subsequentes no sentido horário, mesmo não alterando o sentido da corrente. Conforme discutido em sala com a professora este comportamentopeculiar estava associado somente a este conjunto experimental e que experimento poderia prosseguir, assim como foi realizado. Tabela 1 - Desvio da bússola (ângulo descrito) conforme o aumento de espiras N ϴ (±2,5°) 1 15 5 70 10 85 Após atingir o número de 10 espiras, alterou-se a intensidade da corrente elétrica em intervalos de 0,2 A até 1,6 A e observou-se o ângulo descrito, da agulha da bússola, em função deste aumento executado. Os 11 valores obtidos encontram-se na Tabela 2 a seguir, assim como o valor da tangente de cada ângulo descrito. Tabela 2 - Valores de intensidade de corrente elétrica, ângulo descrito pela agulha da bússola e tangente dos referidos ângulos Corrente (±0,1 A) ϴ (±2,5°) tang (ϴ°) 0 0 0 0,2 25 0,466 0,4 40 0,839 0,6 50 1,192 0,8 55 1,428 1 62 1,881 1,2 65 2,144 1,4 67 2,356 1,6 70 2,747 N=10 espiras a=b=0,25m Foram consideradas três casas decimais para o valor da tangente de cada ângulo. Conforme é possível observar na tabela acima, o aumento do desvio angular da agulha da bússola é proporcional à intensidade da corrente elétrica que percorreu as espiras. Sabe-se que, este desvio está associado indiretamente a corrente, pois o desvio ocorre diretamente pela perturbação causada pelo campo magnético da bobina gerado pela corrente elétrica. Utilizando o software Origin® 8 plotou-se um gráfico da tangente do ângulo descrito em função da intensidade da corrente elétrica. 12 Figura 5 - Gráfico Tangente do ângulo em função da corrente elétrica O gráfico contém os valores constituintes da equação da reta da regressão linear deste conjunto de dados. Conforme tais valores, o coeficiente angular da reta possui valor igual à 1,66374 A-1. Utilizando a equação 3, foi possível calcular a intensidade do campo magnético da terra: Segundo a Apostila de Física Geral e Experimental o campo magnético terrestre para a região de Maringá é de 1,95.10-5 Tesla, logo o desvio percentual é dado por: 13 Utilizando a seguinte equação e o coeficiente angular do gráfico da Figura cinco, obtém também o outro valor calculado para o campo magnético terrestre em Maringá: Mantendo a intensidade da corrente elétrica constante e igual a 1,0 A, afastou-se a bússola, ao longo do eixo da bobina, em cada posição verificou-se o respectivo desvio da agulha. Os resultados encontram-se na Tabela 3 a seguir. Tabela 3 - Valores dos Campos Magnéticos, deslocamento, ângulos e tangentes. Deslocamento (± 0,01 m) ϴ(± 2,5°) tangϴ°) Bt (eq. 3)T Bb(x) Bb=tang*Bt 0 70 1,222 1,20.10-5 4,53.10-5 1,47.10-5 0,05 67 2,356 - 3,75.10-5 2,83.10-5 0,1 60 1,732 - 2,40.10-5 2,08.10-5 0,15 48 1,111 - 1,41.10-5 1,33.10-5 0,2 37 0,754 - 8,42.10-6 9,04.10-6 0,25 30 0,577 - 5,23.10-6 6,93.10-6 0,3 25 0,466 - 3,40.10-6 5,60.10-6 0,35 20 0,364 - 2,31.10-6 4,37.10-6 0,4 17 0,306 - 1,63.10-6 3,67.10-6 0,45 15 0,268 - 1,19.10-6 3,22.10-6 0,5 14 0,249 - 8,87.10-7 2,99.10-6 0,55 13 0,231 - 6,80.10-7 2,77.10-6 0,6 11 0,194 5,32.10-7 2,33.10-6 14 A partir destes dados foi possível plotar um gráfico de BB(x) e BB=tang*BT em função do deslocamento. Tal gráfico segue abaixo. Figura 6 - Gráfico dos campos magnéticos em função do deslocamento no eixo da bobina A partir deste gráfico é possível visualizar que os conjuntos de dados, tanto o campo calculado em função do deslocamento quanto o calculado a partir da equação 3, representam a mesma grandeza, o Campo Magnético da Bobina. Segue agora o processo para encontrar a constante de permeabilidade magnética do vácuo. Tem-se a equação 3: 15 E a equação 5: Do gráfico da Figura 5.: Então: Substituindo os valores: O desvio percentual desta medida é de 72%. Os erros deste experimento podem ser associados a algumas 16 fontes: má visualização dos valores dos ângulos na bússola, erro na medição de a e b, que por sua vez nas equações são elevados a segunda potência, gerando um erro ainda maior; A corrente pode ser caracterizada como fonte de erro, pois mesmo ajustando o valor da mesma pelo amperímetro a ainda fonte pode causar oscilações; A bússola pode não ter sido colocada exatamente sobre as marcações das medidas de x, causando também um desvio no valor de x (que também é elevado a segunda potência para o cálculo de 0). 17 6. Conclusão A partir desta prática experimental foi possível verificar que o campo magnético de uma bobina é proporcional ao número de espiras e à corrente. Assim como determinar experimentalmente o valor da componente horizontal do campo magnético terrestre, na região de Maringá (1,2.10-5 T), além de determinar o campo magnético de uma bobina. Neste mesmo sentido verificou-se que a dependência do campo magnético de uma bobina com a distância (x), no eixo da mesma é inversamente proporcional na forma exponencial. Por último, e com um erro de 72%, determinou-se a permeabilidade magnética do vácuo. Logo, mesmo que não satisfatoriamente, os objetivos foram alcançados. 7. REFERÊNCIAS [1] Apostila de Eletricidade e Magnetismo - UEM [2] HALLIDAY, D. e RESNICK, R. Fundamentos de Física - Eletromagnetismo, Vol.3, 3ª edição, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, 1994. [3] site: <http://hyperphysics.phyastr.gsu.edu/hbase/magnetic/magfie.html> acesso em 06/09/2015. [4] site: <http://hyperphysics.phyastr.gsu.edu/hbase/magnetic/magearth.html> acesso em 06/09/2015.
Compartilhar