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Dermato-funcional Nathália Reis - 4° período Fisioterapia - A fisioterapia dermato-funcional é o ramo da fisioterapia que avalia e trata afecções cutâneas, de origem estética ou não, através de recursos físicos, químicos e eletrotermoterápicos. É o estudo dos métodos de avaliação, prevenção e tratamento das disfunções, em suas diferentes fases de evolução e manifestação, incluindo a abordagem na qual há envolvimento funcional além do aspecto estético. - A fisioterapia dermato-funcional deve trabalhar sempre concomitante ao atendimento multidisciplinar. - A pele é o maior órgão do corpo que representa aproximadamente 15% do peso corporal total. Além disso, a pele é o maior órgão do corpo humano em contato com o ambiente externo, dessa forma, ela forma um importante barreira protetora, além da sua função sensorial e de auxiliar do formato corporal. - A pele possui dentre algumas de suas funções a função de proteção contra agentes químicos, físicos e biológicos, a função de defesa contra os agentes externos por meio do sistema imunológico, a função sensorial, sendo a pele como um órgão sensorial tátil, térmico e doloroso, a função termorreguladora, que ocorre através dos pelos e glândulas sudoríparas e a função de produção de vitamina D. - A pele é constituída por 2 camadas, a epiderme, camada mais superficial dividida em outras 4 camadas e a derme, camada um pouco mais profunda onde encontram-se os pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas e os vasos sanguíneos. Abaixo dessas camadas encontra-se a hipoderme, um tecido subcutâneo, formado por adipócitos, vasos sanguíneos e fibras de colágeno, que atualmente não é mais considerado uma das camadas da pele. A epiderme é a camada mais superficial da pele. na qual as células da sua parte basal, mais profunda, estão em constante atividade mitótica. À medida que essas células vão se tornando mais superficiais elas ficam mais achatadas e sendo eliminadas com o passar do tempo. - Na epiderme não há vasos sanguíneos e sua espessura é variável de acordo com o local do corpo, podendo variar de 0,4 a 4 mm. 1. - A epiderme é constituída por 4 camadas, a camada basal, ou germinativa, que constitui a camada mais profunda da epiderme que faz contato com a derme, a camada escamosa, ou estrato espinhoso, a camada granulosa e o estrato córneo, que é a camada mais espessa da epiderme. Alguns autores acrescentam uma Dermato-funcional camada a mais, abaixo do estrato córneo, chamada camada lúdica. - A maioria das terapias dessa área vão ser trabalhadas no estrato córneo, no entanto, algumas técnicas visam atingir áreas mais profundas. Se caso durante o tratamento voltado para essa área houver sangramento, significa que a camada da derme foi atingida. Isso é um risco muito provável devido à existência das papilas dérmicas, que são invaginações da derme na epiderme que auxiliam na nutrição da epiderme e na aderência entre uma camada e outra. 1. - A epiderme pode ser dividida em dois conjuntos de células, as células queratinócitas e as células não queratinócitas. As células queratinócitas células da epiderme que se arranjam em 4 ou 5 estratos, formando as camadas da epiderme, enquanto as células não queratinócitas são células que pertencem a outros sistemas, como células nervosas ou imunológicas, por exemplo, que estão dispersas estre as camadas da epiderme. Essas células são os melanócitos, células de langerhans e células de merkel. - Os melanócitos são células nas quais o seu núcleo encontra-se na camada basal, no entanto, ela possui braços, invaginações, que penetram o estrato espinhoso, aumentando o contato com essa camada. Esses melanócitos são responsáveis pela produção de melanina, a qual, após produzida, encontra-se sobre o núcleo das células do estrato espinhoso. Isso permite que os raios UV oriundos do sol sejam absorvidos pela melanina antes de atingirem o núcleo das células da epiderme. - Os melanócitos são estimulados pelos raios solares, dessa forma, quanto mais exposto ao sol o OBS: Os raios UV são mais danosos do que os raios violeta ou infravermelho porque possuem um comprimento de onda menor. Quanto menor é o comprimento da onda, maior é a frequência daquele raio, ou seja, mais ondas ele tem. Quanto maior for a quantidade de ondas, maiores são os danos celulares, uma vez que a alta frequência provoca uma vibração no núcleo celular, mudando a conformação genética do DNA, causando uma displasia que pode resultar em um câncer de pele. indivíduo ficar, maior será a produção de melanina para sua proteção. - A quantidade de melanócitos não varia em relação às raças, a variação pode ocorrer na capacidade funcional dessas células, a qual está relacionada a fatores genéticos. - As células de langerhans são células do sistema imunológico, células monocitárias, macrofágicas, capazes de reconhecer antígenos exógenos. Dessa forma, sua função é apresentar antígenos para fornecer proteção à pele. - As células de Merkel são células do sistema nervoso, que localizam-se a nível de membrana basal e constituem os mecanorreceptores táteis da pele, que vão perceber estímulos de pressão ou toque sobre a pele. - A derme é a camada de tecido conjuntivo localizada logo abaixo da epiderme. Essa camada é ricamente vascularizada e inervada, dessa forma, possui grande fluxo sanguíneo. - A derme é constituída por duas camadas, a camada papilar, localizada mais superficialmente, formada por fibras de colágeno do tipo III. Com o passar do tempo as papilas dessa camada se reduzem, o que diminui a aderência e nutrição da epiderme, que se torna, portanto, uma pele mais frágil. A segunda camada da derme é a camada reticular, formada por fibras colágenas do tipo I e elásticas, formando feixes colágenos mais espessos. Essa camada possui uma menor quantidade de fibroblastos e substância fundamental. - A pele possui anexos cutâneos, localizados tanto na derme quanto na epiderme, sendo eles os pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas. Esses anexos muitas vezes estão localizados próximos ou unidos uns aos outros, formando uma unidade denominada unidade pilossebácea, constituída por um folículo piloso, um músculo eretor de pelo, uma glândula sebácea e uma glândula sudorípara apócrina. Existe uma doença relacionada à quantidade exacerbada de pelos no corpo, denominada Hipertricose congênita. - As glândulas sebáceas tem aparência de um saquinho enrugado, do qual será expelido um sebo, uma gordura, que na superfície da pele forma um manto constituindo uma camada protetora na pele. No entanto, em alguns casos, essa gordura obstrui o folículo piloso, formando um ambiente anaeróbico, propício para algumas bactérias anaeróbicas que vão originar uma inflamação, a acne. Essas glândulas sebáceas são ausentes nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Formação da melanina: a formação da melanina ocorre a partir da degradação da tirosina. A enzima tirosinase atua como catalizadora desse processo. Essa informação é importante porque existem cosméticos que atuam na inibição dessa enzima, inibindo assim a produção de melanina e a consequente formação de manchas na pele. Existem algumas doenças relacionadas à produção de melanina, como o albinismo, na qual não há nenhuma produção de melanina e o vitiligo, uma doença autoimune na qual as células do sistema imune vão combater os melanócitos, reduzindo assim a produção de melanina em determinadas regiões. - A glândulas sudoríparas são glândulas que produzem o suor, que podem ser divididas em dois tipos. O primeiro tipo são as glândulas sudoríparas écrinas, que se abrem diretamentena superfície cutânea e as glândulas sudoríparas apócrinas, que se desembocam nos folículos pilosos. - As glândulas sudoríparas estão dispersas por toda a pele, em maior quantidade nas palmas, plantas, axilas e fronte. - Essas glândulas são compostas por 3 partes, a porção secretora, mais profunda que secreta o suor, a porção do conduto sudoríparo intradérmico, formando o caminho de passagem do suor pela derme e a porção do conduto sudoríparo intraepidérmico, formando o caminho de passagem do suor pela epiderme. - Alguns outros anexos da pele são as unhas, que nascem de dentro da pele, as glândulas mamárias e os mamilos. Existem casos de indivíduos que possuem mais de dois mamilos, os mamilos acessórios, processo denominado politelia ou mais de duas glândulas mamárias, processo denominado polimastia. - A hipoderme é a camada mais profunda, formada basicamente por células de gordura com células de colágeno que vão promover a sustentação, permeada por vasos sanguíneos que vão promover a circulação de substâncias no local. - A hipoderme possui como algumas de suas funções a função de reserva energética, de isolamento térmico, de modelar a superfície do corpo, de absorver choques, de auxiliar na fixação dos órgãos e também funções endócrinas de lipogênse e lipase. - Na hipoderme existe uma diferença entre os homens e as mulheres, que encontra-se na forma como os adipócitos são acumulados nesse tecido. Nos homens os adipócitos são acumulados em sacos formados por estruturas de colágeno organizados diagonalmente em pequenas unidades que, além de acumularem menos gordura, não resultam em celulite. Já nas mulheres esses sacos estão dispostos verticalmente, o que permite acumular mais gordura. - A adiposidade localizada é o acúmulo do excesso de gordura em regiões específicas do corpo. A quantidade de gordura bem como sua distribuição no organismo dependem de vários fatores, como alimentação, nível de atividade física, genética, etc. - O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, localizado na hipoderme, que tem predominância de adipócitos. Os adipócitos ocorrem isoladamente ou em grupos em muitos tecidos conjuntivos, mas não em todos. - O tecido adiposo possui algumas funções no organismo, como depósito de energia, isolamento térmico, amortecedor mecânico e também atua como órgão endócrino. 1. - O tecido adiposo pode ser dividido em dois tipos: • Tecido adiposo unilocular: esse tecido possui apenas um lóculo para armazenamento de gordura. Na célula unilocular, um único lóculo pode estocar de 4 a 10 vezes o tamanho da célula com conteúdo de gordura. Esse tecido unilocular também é conhecido como tecido adiposo branco e é o tecido mais presente em adultos. • Tecido adiposo multilocular: esse tecido possui vários lóculos para o armazenamento da gordura além de ser rico em organelas citoplasmáticas, sendo a maioria mitocôndrias. Esse tecido também é denominado tecido adiposo marrom e é mais frequentemente encontrado em recém nascidos e em mamíferos hibernantes, uma vez que ele está muito relacionado à produção de calor e à termogênese. - O tecido adiposo pode aumentar de duas formas, por meio da hiperplasia, ou seja, aumento do número das células de gordura ou por meio da hipertrofia, ou seja, aumento do tamanho das células. A hiperplasia tem um papel muito importante no desenvolvimento da obesidade. - A perda de peso resulta da mobilização de lipídio das reservas dos adipócitos, com consequente retração das células. No entanto, para que ocorra a perda de peso, é necessário haver um balanço energético negativo, ou seja, deve haver um maior gasto Avaliação energético em contraposição a um menor consumo energético. - Já no caso do ganho de peso, há um balanço energético positivo, uma vez que há maior consumo e menor gasto energético, resultando no acúmulo de energia no tecido adiposo. - O ideal para o metabolismo adiposo é que o balanço energético esteja equilibrado, ou seja, que o consumo de energia seja equivalente ao gasto energético. - O tecido adiposo tem uma certa preferência por regiões corporais nas quais ele é depositado, sendo elas tecidos subcutâneos, mama feminina, medula óssea, gordura retro-orbitária atrás do globo ocular, em torno dos rins, profundo à pele plantar do pé e como corpos adiposos localizados na membrana sinovial de muitas articulações. - A distribuição do tecido adiposo também pode apresentar diferenças características por idade, sexo, hormônios e genética. - Existem alguns padrões de distribuição desse tecido adiposo, os quais são o padrão androide, no qual a gordura é mais armazenada na região abdominal, mais comum em homens, o padrão ginóide, no qual a gordura é mais armazenada na região do quadril e coxas, mais comum em mulheres e o padrão misto, no qual a gordura é armazenada em regiões indeterminadas. - O fibro edema gelóide, também denominado celulite, é mais comum em mulheres como dito anteriormente. A formação da celulite ocorre porque a região das paredes de colágeno são firmes e não se distendem com o aumento da gordura, ao passo que os locais com ausência do colágeno se distendem. Dessa forma, a região que possui o colágeno fica mais baixa, formando a celulite. • Fatores predisponentes: genética, idade, sexo e desequilíbrio hormonal; • Fatores determinantes: estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares, perturbações metabólicas do organismo em geral, maus hábitos alimentares e disfunção hepática; • Fatores condicionantes: perturbações hemodinâmicas locais que podem aumentar a pressão capilar, dificultar a reabsorção linfática, favorecer a transdução linfática nos espaços intersticiais; • Grau 1: A celulite não é visível à inspeção, é percebida apenas pela compressão do tecido entre os dedos ou da contração muscular voluntária. Está mais presenta na fase da adolescência; • Grau 2: São depressões visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, pode provocar dor e desaparece dependendo da posição em que se encontra; • Grau 3: É observado em qualquer posição, provoca dor e possui o aspecto de casca de laranja; • Grau 4: É observado em qualquer posição, possui presença de fibrose e a dor é maior; 3. • Forma dura: Essa forma de apresentação clínica da celulite apresenta ausência da mobilidade tecidual, é mais encontrado em jovens, o aspecto “casca de laranja” aparece ao beliscar a pele e não muda de acordo com a posição e possui pior prognóstico; • Forma plástica: Essa forma de apresentação clínica da celulite é mais comum em pessoas sedentárias a partir da terceira década de vida, possui flacidez associada, a aparência da celulite muda conforme a posição e ela possui melhor prognóstico; • Forma edematosa: Essa forma de apresentação clínica da celulite é mais associada a edema tecidual, o sinal da casca de laranja é precoce, a consistência é variável e é mais frequente em MMII; • Forma mista: essa forma apresenta associação de mais de um tipo de celulite; - O protocolo de avaliação fisioterapêutica em adiposidade localizada (PAFAL) inicia-se com uma boa anamnese, a qual deve conter os dados do paciente e algumas informações importantes para estabelecimento do protocolo de intervenção. - Posteriormente, o exame físico deve ser realizado para observar possíveis alterações posturais, que podem demonstrar alguns acúmulos de gordura. - Na avaliação deve ser realizada uma palpação, com intuito de verificar o trofismo, a textura, o tipo de pele e a flacidez muscular. Essa palpação pode ser realizada com auxilia de lentes de aumento. - Além disso, deve-se realizar a mensuração de medidasdas circunferências (perimetria), por meio da fita métrica e testes. Para realizar a perimetria deve-se marcar um ponto de referência e a partir dele, realizar a mensuração a cada 5 centímetros desse ponto, acima e abaixo, até percorrer todo o membro e anotar os resultados. Ao final disso, tem-se uma noção do volume do membro. 1. - Pode-se usar também o adipômetro, um instrumento que permite a mensuração de dobras cutâneas. Essa mensuração não pode demorar mais de 3 segundos devido à acomodação do tecido gorduroso. Cada região do corpo possui uma forma específica de mensuração. - Após a medição são usadas fórmulas para o cálculo do percentual da gordura corporal. 2. - Para realizar esse teste deve-se fazer a compressão tecidual no local e caso haja presença de nodulações, o teste é considerado positivo. Além disso, deve-se observar o local onde se encontra e sua consistência, podendo ser uma das formas ditas anteriormente. Para definir o grau da celulite deve-se realizar um teste de preensão, através do qual será possível notar alterações da sensibilidade dolorosa, quantificando se há presença de dor, se a dor é fraca, desconfortável, angustiante ou até torturante. 3. - Para realizar esse teste o paciente é posicionado em ortostatismo, com 90° de abdução de ombro e orientado a contrair os glúteos. O teste é positivo caso haja aparecimento de culote e negativo caso não haja. • Dobra cutânea subescapular: A medida é executada obliquamente, abaixo do ângulo inferior da escápula; • Dobra cutânea tricipital: É medida na face posterior do braço, na diáfise do úmero; • Dobra cutânea supra- ilíaca: é medida na cintura, acima da crista ilíaca; • Dobra cutânea abdominal: É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal • Dobra cutânea da coxa: É medida sobre o músculo reto femoral. Para facilitar o membro deve estar em leve flexão; 4. - Para realizar esse teste o paciente é posicionado em ortostatismo e orientado a murchar a barriga. O terapeuta posiciona-se lateralmente ao paciente. O teste é positivo se o abdômen permanecer protuso e negativo caso o abdômen protuso desapareça. Esse teste também é realizado na maca, onde faz-se as mesmas observações. - O tratamento da adiposidade localizada tem como principais objetivos a promoção do estímulo circulatório, do estímulo lipolítico ou redução do número de adipócitos, redução do tamanho dos adipócitos, redução da espessura do tecido adiposo subcutâneo e remodelagem do contorno corporal. - A pele normal é uma pele equilibrada, de superfície lisa, flexível, lubrificante e umedecida com poros fechados. É a pele típica das crianças, com brilho e cor uniformes. - A pele oleosa é uma pele que apresenta alto brilho, muito protegida, acumulando muita sujidade do ambiente. Essa pele contém pontos negros e poros dilatados. 3. - A pele seca é uma pele fina, opaca, com tendência a se descamar, por ser muito delicada se irrita com facilidade. Essa pele apresenta poros bem fechados e as linhas de expressão aparecem mais cedo. 4. - A pele mista é aquela que apresenta a zona T no rosto, ou seja, as regiões da testa, nariz e queixo apresentam características de pele oleosa, enquanto as bochechas e ao redor dos olhos apresentam características de pele seca ou normal. - A definição do tipo da pele pode ser realizada com auxílio de um scaner, o qual vai medir o nível de oleosidade e hidratação da pele. - Uma outra forma de avaliar a pele é quanto ao fototipo da pele, o qual é um tipo de pele em virtude da sua capacidade de exposição à luz. O fototipo da pele varia desde uma pele muito clara à uma pele mais escura, com muita quantidade de melanina. - Dessa forma, foi criada uma classificação para os tipos de pele a partir da quantidade de melanina apresentada por aquela pele. Essa classificação permite, dentre outras coisas, a calibração dos equipamentos de laser e luz pulsada em níveis de energia seguros para cada tipo de pele. Também ajuda na determinação do índice do FPS a ser adotado. • Fototipo 1: o fototipo 1 é uma pele muitíssimo clara, geralmente presente em pessoas com olhos claros e sardentas; • Fototipo 2: o fototipo 2 é uma pele muito clara, geralmente presente em pessoas com olhos verdes ou castanho claros e cabelo loiro ou ruivo; • Fototipo 3: o fototipo 3 é uma pele clara, que constitui a média das pessoas brancas; • Fototipo 4: o fototipo 4 é uma pele morena clara, geralmente presente em pessoas com cabelo castanho escuro e olhos escuros; Pele • Fototipo 5: o fototipo 5 é uma pele morena, geralmente presente em pessoas que se bronzeam facilmente; • Fototipo 6: o fototipo 6 é uma pele negra, geralmente presente em pessoas muito pigmentadas; - O fotoenvelhecimento é uma terceira forma de avaliação da pele do paciente. O fotoenvelhecimento é definido como envelhecimento em virtude da exposição à luz solar ou não. Quanto maior for a exposição a essas luzes, maior é a formação de rugas. A classificação de glogau é a classificação que dos tipos de pele de acordo com o seu fotoenvelhecimento: • Tipo I: é um grau leve de fotoenvelhecimento, no qual há presença de rugas mínimas e ausência de queratoses (alterações secundárias à exposição solar); • Tipo II: é um grau moderado de fotoenvelhecimento, no qual há presença de rugas dinâmicas, melanoses solares, incipientes (manchas acastanhadas), queratoses actínicas precoces, palpáveis (lesões pré-cancerosas secundárias à exposição solar crônica); • Tipo III: é um grau avançado de fotoenvelhecimento, no qual há presença de rugas no estado de repouso, alterações de pigmentação evidente, telangiectasias (lesões vasculares de fino calibre, avermelhadas), queratoses actínicas visíveis; • Tipo IV: é um grau severo de fotoenvelhecimento, no qual há grande quantidade de rugas, pele frouxa, amarelo-acinzentada, alterações de pigmentação (manchas castanhas e brancas) e câncer de pele; - A avaliação do fotoenvelhecimento também pode ser realizada por meio da lâmpda de wood, a qual permite avaliação da profundidade da lesão por meio de uma luz ultravioleta de 375nm. Essa luz evidencia alterações de pigmentação e hipercromias. Superficialmente, as manchas apresentam-se com cor mais acentuada, escura. Profundamente, a cor da mancha se atenua ou fica acinzentada/azulada. - Para usar esse recurso, as luzes do ambiente devem, ser apagadas, proporcionando uma melhor visualização. - As rugas podem ser dividas em alguns tipos: • Rugas estáticas: a qual aparece independente da expressão facial do indivíduo; • Rugas dinâmicas: são rugas que aparecem devido à alguma expressão facial do indivíduo, como durante um sorriso; • Rugas Tsuji: são rugas superficiais, que desaparecem ao estirarmos a pele ou rugas profundas, rugas permanentes que não desaparecem ao estirarmos a pele; - Existe também uma outra classificação de rugas, a classificação de Lapiere e Pierard, na qual as rugas podem ser classificadas da seguinte maneira: • Grau I: são rugas de expressão, ou seja, as rugas dinâmicas; • Grau II: são rugas estáticas, com afinamento dermoepidérmico; • Grau III: são rugas severas, causadas devido à alteração gravitacional, com alterações dermoepidérmicas e musculares; - Para compreender os mecanismos inflamatórios e de reparo, é importante conhecer a organização e adaptação do sistema tegumentar e a partir disso, conhecer as respostas à lesão, ou seja, a fisiologia do reparo tecidual e asconsequências do reparo. - A função da pele bem como sua fisiologia dependem completamente da estrutura da pele, da sua perfeita organização e homeostase. Para manutenção da homeostase da pele, é necessário um estresse, ou seja, estímulos que vão promover a manutenção da pele, por meio da sua nutrição, produção de melanina, etc, uma vez que essa pele pode morrer caso ela não sofra nenhum estresse. Esse estresse deve ser moderado, uma vez que o tecido possui um limite de tolerância e caso esse limite seja ultrapassado pode haver lesão tecidual e até morte celular. Portanto, o estresse deve ser equilibrado, uma vez que um estresse muito reduzido ou muito exacerbado podem ambos, gerar lesões e morte celular. - Esse estresse pode provocar uma lesão aguda, ou seja, um estímulo forte e rápido que provocou uma lesão repentina ou uma lesão crônica, um estímulo leve, no entanto contínuo, que com o passar do tempo vai agredindo a pele. - Assim que ocorre uma lesão, o organismo começa a promover as ações de reparo, no entanto, alguns reparos ficam inadequados. Dessa forma, a função do fisioterapeuta no reparo tecidual é promover um reparo adequado durante o período de cicatrização ou se caso o reparo já esteja inadequado, corrigir aquele reparo. • Fase inflamatória, que dura de 1 a 6 dias; • Fase de proliferação, que dura de 3 a 20 dias, ou até 6 semanas; • Fase de maturação ou remodelamento, que pode durar por mais de 9 dias; - Essas fases não ocorrem separadamente, elas ocorrem de modo que no final de uma fase, a próxima fase já se inicia, ou seja, elas são sobrepostas. 1. - Nos primeiros minutos da fase inflamatória ocorre uma vasoconstrição, objetivando a coagulação de plaquetas para contenção do sangramento. Posteriormente ocorre vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular para permitir o exsudato de proteínas e células do sistema imune que vão combater a inflamação, no entanto, provocar edema. Todas essas ações vão direcionar o desenvolvimento do tecido de granulação. 2. - Essa é a segunda fase do processo, na qual ocorre reepitelização, ou seja, o fechamento da ferida, Mecanismos inflamatórios e do reparo tegumentar o qual é diferente para feridas parciais e para feridas totais. Nas feridas parciais, feitas por um bisturi, por exemplo, esse processo exige apenas aproximação dos tecidos, uma vez que os anexos epiteliais ou epitélios adjacentes estão intactos, o que facilita o fechamento da lesão. Já nas feridas totais os epitélios adjacentes estão lesados, o que permite o fechamento apenas nas margens da ferida, como em casos de úlceras. - Ocorre também a fibroplastia, que é a formação da matriz, do tecido de granulação para preencher o espaço daquela lesão, seja ela parcial ou total. Esse tecido de granulação é constituído por colágeno do tipo 3. - Além disso, ocorre a angiogênese, a formação de novo vasos na região da lesão, para nutrição do novo tecido que está sendo formado. - Os principais aspectos dessa fase são a remoção dos estímulos lesivos, o crescimento de leitos capilares, aumento da atividade fibroblástica (formação de colágeno) e de tecido de granulação, os quais encontram-se muito frágeis e podem ser facilmente lesados. Nessa fase o terapeuta já pode usar recursos para promover melhor qualidade desse tecido que está sendo formado e realizar passível orientação daquele tecido. 3. - Nessa fase ocorre a contração da ferida por meio da proliferação e migração de células endoteliais para a área da ferida. Nas lesões parciais essa fase não ocorre. - Os principais aspectos dessa fase são a maturação do tecido conjuntivo, a contratura do tecido cicatricial, a remodelação da cicatriz e o alinhamento e substituição do colágeno às sobrecargas, ou seja, substituição pelo colágeno do tipo 1, que vai proporcionar mais resistência ao tecido. Essa remodelação deve ocorrer de forma rápida e alinhada, para resistir aos estresses daquela região. • Cicatrização por primeira intenção: quando não há perda de tecido e as extremidades da pele ficam justapostas uma à outra; • Cicatrização por segunda intenção: ocorre em feridas onde houve perda de tecido e as extremidades da pele ficam distantes umas das outras, sendo necessário formação de tecido de granulação até que a contração e epitelização aconteçam; • Cicatrização por terceira intenção: a ferida é deixada aberta por um determinado período, funcionando como cicatrização por segunda intenção, sendo suturada posteriormente, como cicatrização de primeira intenção. O processo envolve limpeza, desbridamento (retirada dos tecidos mortos) e posteriormente, fechamento da lesão por meio de suturas; - Existem 4 tipos de resolução de uma cicatrização: • Resolução completa: é a resolução esperada, perfeita; • Resolução com fibrose: formação excessiva de tecido no local da cicatrização. A degradação da matriz provisória é tão importante quanto sua formação, uma vez que, uma remoção inadequada pode levar à fibrose; • Resolução com formação de abscesso: infecções no local da lesão; • Inflamação crônica; processo no qual não ocorre a cicatrização: - Os fatores que interferem na cicatrização são fatores locais, ou seja, localizados na própria lesão, como infecções, edemas ou isquemias e redução de O2; fatores regionais, ou seja, que envolvem a região, o membro onde encontra-se a lesão, como insuficiência arterial ou venosa ou neuropatias; e fatores sistêmicos, ou seja, que envolvem todo o organismo do paciente, como doenças metabólicas. - No processo de cicatrização é muito importante uma boa alimentação, uma vez que o tecido lesado necessita de vitaminas e minerais para sua cicatrização. - A base racial também é um fator que interfere na cicatrização de uma lesão, uma vez que, pessoas negras ou orientais possuem mais tendência a terem uma cicatrização exagerada, como cicatrizes hipertróficas ou queloides. - Durante o processo de cicatrização, constantemente há produção de novos tecidos bem como reabsorção e remodelação desses tecidos. - Entretanto, algumas cicatrizes ocorrem devido ao excesso de produção de matriz e maior índice de mitose dos fibroblastos dérmicos. Nesses tipos de cicatrizes existe um desequilíbrio entre a proliferação dos tecidos que estão sendo formados e a apoptose e alinhamento desses tecidos. 1. - Cicatrizes atróficas são lesões lisas, planas, deprimidas, retráteis, com discromias (cor) e sem poros e pelos. 2. - Na cicatrização hipertrófica ocorre formação em excesso de colágeno do tipo 5. São lesões discrômicas, fibróticas, lisas, salientes, sem sulcos, poros e pelos, além de serem limitadas ao processo cicatricial inicial, ou seja, ela acompanha a margem da cicatriz. 3. - Na cicatriz queloidiana ocorre baixa produção de ácido hialurônico e redução da apoptose de fibroblastos. As cicatrizes queloidianas são tumores salientes, duros, com superfície lisa e brilhante, de coloração rósea ou castanha e que apresentam dor. Elas geralmente ocorrer em áreas mais expostas e não respeitam o alinhamento da cicatriz, extrapolando esse alinhamento, formando um volume bem grande. • Terapia compressiva: promove a prevenção de cicatrizes hipertróficas, uma vez que a compressão está relacionada à oclusão de pequenos vasos dentro da cicatriz, reduzindo a atividade fibroblástica; • Corticoides: uma injeção intralesional de triancinolona que inibe a síntese de colágeno e a inflamação. Ela constitui a primeira linha de atuação nos queloides; • Crioterapia: ela promove a destruição celular por anóxia, uma vez que reduz a circulação sanguínea, por meio do congelamento com nitrogênio líquido; • Microdermoabrasão: peeling por ácido ou mecânico; • Massagem:é eficaz na prevenção e no tratamento, permitindo o alongamento do tecido conjuntivo; • Corrente galvânica/ionização: a componente polar da galvanização favorece a regressão das cicatrizes hipertróficas. A iontoforese com princípios como a hialuronidase ou iodo apresenta bons resultados na alteração do arranjo estrutural do tecido conjuntivo; • Hialuronidase: enzima de difusão que promove a despolimerização do ácido hialurônico, produzindo uma maior permeabilidade interfibrilar; • Ultrassom terapêutico/fonoforese: participa na mobilização de aderências cicatriciais, graças aos seus efeitos sobre a substância fundamental amorfa e as fibras de colágeno, ele atua quebrando a fibrose; • Laser: provoca fototermólise de células endoteliais dos vasos da cicatriz. Promove resultados interessantes na redução de cicatrizes hipertróficas e hiperpigmentadas; - Para falar de cosméticos é muito importante conhecer a penetração do cosmético que depende das características da pele e da região que está sendo tratada, uma vez que a penetração é o caminho que o cosmético precisa percorrer para produzir seu efeito na pele do paciente. - A permeabilidade cutânea refere-se à capacidade que a pele possui de absorver e agregar ativos. Essa permeabilidade depende de alguns fatores que podem interferir nessa penetração, como manto hidrolipídico, camada córnea, extrato lúdico, pH, vias de penetração concentração e solubilidade do produto e tempo de exposição. Esses fatores podem variar de acordo com cada paciente e com cada área do corpo. 1. - Também denominado camada epicutânea ou camada fisiológica, essa camada é uma camada superficial à pele, composta por suor, sebo, sais minerais, células mortas e poluição, constituindo uma camada superficial e protetora na pele. Dessa forma, apesar de ser denominada um cosmético natural, antes de qualquer tipo de tratamento com cosméticos, a pele da região a ser tratada precisa ser limpa e essa camada removida, uma vez que ela pode interferir na penetração do cosmético. 2. - O pH é o potencial de hidrogênio presente na pele, o qual pode variar o seu grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de acordo com cada pele. O pH normal da pele encontra-se entre 5,4 e 5,6, ou seja, é um pH ácido. Peles mais oleosas tendem a ter um pH mais básico enquanto peles mais secas tendem a ter um pH mais ácido do que a pele normal. Isso interfere na penetração de cosméticos uma vez que o pH do produto usado pode interagir com o pH da pele. 3. - Dependendo do cosmético a ser usado as vias de penetração podem exercer muita influência. As vias de penetração podem ser de dois tipos: • Via transdérmica: nessa via, a penetração ocorre pela membrana celular, no entanto, essa via de penetração é muito lenta. Essa via é muito usada devido à extensão da epiderme, que é a principal área de superfície corporal do corpo humano; • Via transanexal: a passagem por essa via ocorre pelos orifícios pilossebáceos e folículos pilosos. Eles são considerados as zonas de melhor penetrabilidade e mesmo perfazendo cerca de 1%, têm grande importância; Cosmetologia 4. - A região anatômica também é um fator que influencia na permeabilidade dos cosméticos uma vez que vários detalhes podem proporcionar ou não, interferência nessa permeabilidade, como espessura da epiderme, idade, fluxo sanguíneo na região. 5. - Existem alguns procedimentos estéticos que alteram a permeabilidade cutânea, como limpeza de pele, facilitando a permeabilidade, hidratação, peeling, que diminui a espessura da epiderme e facilita a penetração dos cosméticos, alteração do pH, massagem, que promove vasodilatação, atrito e pressão e calor, que promove abertura do poros. - Os cosméticos são produtos ou preparados que se destinam, a serem utilizados em contato com as partes superficiais do corpo (epiderme, anexos cutâneos, lábios e órgãos genitais externos), com a finalidade de limpar, perfumar ou proteger, para mantê-los em bom estado, modificar seu aspecto ou corrigir odores corporais, sem ação ou fins terapêuticos. - Existem 2 grandes grupos de cosméticos: • Cosmético grau 1: são produtos que possuem propriedade básicas, as quais não precisam ser comprovadas inicialmente e não requerem informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso. Exemplo: perfumes, sabonetes ou esmaltes; • Cosmético grau 2: são produtos caracterizados por possuírem indicações específicas que necessitam de comprovação de segurança e ou eficácia, de informações sobre cuidados, modo e restrições de uso. Exemplo: produtos para acne, protetor solar ou antirrugas; - O grau 1, por serem mais simples, são apenas notificados e não apresentam toda a documentação e análises exigidas pelos produtos de grau 2, uma vez que esses podem produzir efeitos indesejados a partir do uso inadequado do produto, devido a sua formulação, sua finalidade de uso e áreas do corpo onde são aplicáveis. 1. • Princípio ativo: ele é quem vai provocar o efeito terapêutico nos tecidos, podendo ser de origem natural (animal, vegetal ou mineral) ou sintético; • Veículo/excipiente: é o conjunto de substâncias que servem para diluir, dissolver suspender ou empastas a parte ativa do cosmético, ou seja, é o tipo de substância no qual o cosmético estará contido, podendo ser água, gel, óleo, espuma, etc; • Conservantes: que vão preservar as propriedades daquele princípio ativo por um período determinado; - Ademais existem outros componentes complementares, como corretivos, corantes, pigmentos e perfumes, que vão dar cor, textura e cheiro ao cosmético. 2. - Cada cosmético possui uma função específica e característica do seu princípio ativo: • Higienizantes: cosméticos que removem impurezas provenientes das secreções, resíduos celulares e ambientais. Eles não devem permanecer sobre a pele. São alguns exemplos shampoos e sabonetes; • Protetores: cosméticos que resguardam a pele da ação de agentes externos. Exemplo: protetores solares; • Hidratantes: cosméticos de manutenção da eudermia da pele; • Revitalizantes: cosméticos que estimulam as células da pele em desenvolver suas atividades específicas; • Reparadores: cosméticos que atuam corrigindo imperfeições na superfície da pele e seus anexos. Exemplo: restauradores capilares; • Maquiadores: cosméticos que realçam a beleza da pele, normalmente são produtos pigmentados. Exemplo: batons; - O processo de tratamento estético facial possui algumas fases: • Higienização: a higienização é importante para remoção da oleosidade excessiva e impurezas, como resíduos de maquiagem, poluição, suor e células mortas. O produto a ser usado para higienização da pele deve ser escolhido de acordo com o biotipo cutâneo; • Tonificação: é a remoção de resíduos e óleos que não foram totalmente removidos na higienização, promovendo o equilíbrio do pH da pele após a limpeza; • Esfoliação: processo de retirada de células mortas com intuito de afinar o extrato córneo, aumentando a permeação do cosmético. O produto usado para esfoliação pode ser físico ou químico; • Tratamento: o tratamento será definido conforme a avaliação e queixa do cliente; • Filtro solar: todo procedimento estético facial deverá ser finalizado com a aplicação de filtro solar; - O peeling é uma técnica de retirada das camadas superficiais da pele. Existem vários tipos de técnicas de peeling, dentre eles, o mais forte e comumente usado são os peelings químicos, ou ácidos, que promovem uma “queimadura”, uma corrosão suave e controlada da camada superficial da pele possibilitando descamação das camadas superficiais da epiderme. Outros tipos de peelingsão o peeling mecânico, que pode ser de sementes, polietileno, diamante e cristal, o peeling de luz, que poder ser de laser e o peeling biológico, que pode ser de mamão ou de abacaxi. - Os peelings mais indicados e que proporcionam maior controle durante a realização da técnica são o peeling a laser, o peeling mecânico e o peeling químico, nessa ordem. Os peelings biológicos proporcionam poucos efeitos à pele. - O peeling é indicado para tratar o fotoenvelhecimento cutâneo, rugas, discromias (manchas), cicatrizes superficiais e melhora da permeabilidade cutânea. - Os benefícios alcançados pelo peeling ocorrem através da compactação do estrato córneo, da hiperplasia dos queratinócitos, promovendo mais firmeza à epiderme, redução da espessura da epiderme, e da melanina depositada por meio da inibição da tirosinase e aumento da produção de fibras colágenas e da irrigação sanguínea, que promove melhor absorção de cosméticos usados após o peeling. - Antes de usar esse recurso deve-se demaquilar a pele, higienizar, delipidar com álcool 70% ou solução própria com objetivo de evitar possíveis infecções e aplicar o ácido. Além disso, todos os equipamentos a serem usados também devem estar esterilizados. - O peeling químico é a técnica de utilização de substâncias químicas como ácidos, para promover a descamação e a esfoliação da pele. Quanto mais baixo for o pH do ácido usado, maior será sua agressão na pele e consequentemente, sua descamação. O pH ideal para utilização deve ser abaixo de 1,8. - Entretanto, não basta apenas considerar o pH do ácido, além disso, a concentração daquele ácido também deve ser considerada, uma vez que quanto maior for a concentração do produto, maior será seu efeito na pele. Peeling • pH: quanto mais ácido o pH, maior é o efeito do produto; • Concentração do ácido: quanto mais concentrado, mais efeitos o ácido provoca na pele; • Peso molecular: quanto menor for o peso molecular, mais agressivo é o ácido; • Duração do contato: quanto mais exposta ao ácido a pele permanecer, mais agressões ela vai sofrer; • Forma de aplicação: a qual pode ser por meio de pinceis ou algodão; • Espessura e integridade da pele: a espessura da pele varia de acordo com a região e de pessoa para pessoa. Quanto maior for a espessura da pele, menos agressão a pele sofre; • Nível superficial: esse nível de esfoliação atinge a camada córnea da epiderme. Nesse nível a pele adquire um aspecto esbranquiçado no princípio e logo um eritema leve (mancha vermelha); • Nível médio: nesse nível de esfoliação atinge mais camadas epidérmicas, no entanto, sem alcançar a derme. Nessa esfoliação a pele adquire um eritema mais marcado; • Nível profundo: esse nível de esfoliação atinge a derme papilar. Nessa esfoliação são observados pontos hemorrágicos, onde se alcança a junção dermo-epidérmica; - Os ácidos usados para o peeling químico podem ser diversos e com finalidades específicas. - Existem alguns ácidos inibidores da ação da tirosinase, enzima produtora de melanina, reduzindo o efeito de manchas na pele, como a hidroquinona, o ácido kójico e o ácido fítico. No entanto, dentre eles, a hidroquinona, apesar de ser boa inibidora da tirosinase ela pode causar sérios danos a parede celular dos melanócitos, podendo irritar a pele. - Outros ácidos tem como finalidade o aumento da produção de colágeno, como o ácido glicólico, que além de promover a descamação da pele, diminuindo a formação da acne, estimula a produção de colágeno ou o ácido retinóico, que também estimula a produção de colágeno. - Atualmente, é muito visto no mercado produtos que mesclam dois tipos de ácidos, o ácido inibidor da tirosinase e o ácido estimulador do colágeno, o que potencializa o efeito do peeling, uma vez que haverá ação dos dois ácidos no mesmo produto; - Existem algumas precauções para utilização do peeling ácido: • Como o peeling estimula a produção de colágeno, é indicado que ele seja aplicado de 15 em 15 dias; • Se ficar muito vermelho deve-se aplicar uma máscara calmante após o peeling; • Orientar o uso de vitamina C ou ácido ascórbico, que são bons para peles sensíveis; • Evitar açúcar, cenoura e tabaco; - Existem alguns casos em que o peeling químico não deve ser aplicado, como em casos de histórico de cicatrizes hipertróficas e queloides, gravidez, pele bronzeada, acne muito inflamada, dermatites, história de radioterapia, histórico de doenças imunossupressoras e herpes; - O peeling mecânico, também denominado peeling de abrasão é a remoção mecânica e controlada dos extratos mais superficiais da pele, esfoliação de extratos epidérmicos e pode chegar a derme papilar. - Os efeitos produzidos por esse recurso são a regeneração celular e incremento na produção de colágeno. 1. - O peeling de diamante promove uma esfoliação suave, controlada e uniforme na pele. Ele permite a perfeita visibilidade de profundidade da esfoliação, além de ser livre de contaminação uma vez que os produtos são muito bem esterilizados. É um produto de baixo custo, uma vez que o equipamento possui longa duração e não há necessidade de anestesia. Essa técnica pode ser realizada em qualquer época, a recuperação é imediata, pode realizar-se em todo o corpo e não possui interações químicas que geram queimaduras. - O peeling de diamante é indicado em casos de fotoenvelhecimento, manchas, cicatrizes de acne, melasma, cicatrizes superficiais, estrias, rugas finas e médias e peles seborréias. 2. - O peeling de cristal consiste na aplicação direta sobre a pele, de um equipamento mecânico gerador de pressão negativa e pressão positiva simultâneas, em que são utilizados microgrânulos de óxidos de alumínio, jateados pela pressão positiva sobre a superfície cutânea numa velocidade passível de controle, provocando erosão nas camadas de epiderme, sendo ao mesmo tempo sugados pela pressão negativa os resquícios dos microcristais e células córneas em disjunção. No entanto, esse recurso é um pouco incômodo, uma vez que os microgrânulos de óxido de alumínio acabam caindo sobre a maca, cabelos ou roupas do paciente. - No peeling de cristal, quanto maior for a pressão e menor a velocidade de aplicação, mais profundo será o peeling. A escolha da ponteira a ser utilizada deverá ser de acordo com a espessura do tecido e o objetivo do tratamento. Além disso, a aplicação desse peeling deve ser em todos os sentidos, para uniformizar o peeling. 3. - O peeling ultra-sônico é um peeling bastante superficial que busca eliminar as camadas mais superficiais da epiderme, mais especificamente, da camada córnea, estimulando a renovação do tecido cutâneo. É um peeling menos agressivo, revitalizante e que melhora a circulação e a oxigenação da pele. - Para aplicar esse peeling deve-se aplicar soro fisiológico e passar o eletrodo sobre a pele. A espátula deve ser posicionada em um ângulo de 45° com a pele e deve-se encerrar essa técnica com um cosmético revitalizante. - A ponteira desse peeling possui uma curva, o que possibilita duas formas de aplicação. Aplicando a ponta da ponteira, as células mortas semidesprendidas se soltam. Aplicando a parte plana, não há raspagem da pele, apenas micropercussão, micromassagem cutânea, muito usada para sonoforese. - A queimadura é geralmente um acidente que envolve dor, mal cheiro e espanto, o que requer um grande controle emocional. - A queimadura é decorrente de uma lesão ou trauma causada por agentes capazes de produzir calor excessivo que danifica tecidos corporais e pode acarretar a morte celular. - A queimadura é um dos acidentes mais frequentes em todo o mundo. No Brasil, há cerca de2500 mortes por ano, geralmente por acidentes ocorridos em ambientes domiciliares. - A queimadura gera elevados custos sociais e econômicos, uma vez que o problema do indivíduo não cessa no momento em que a ferida se fecha. Muitas vezes a queimadura deixa sequelas físicas, emocionais, funcionais e estéticas. Há necessidade de longos períodos de internação e afastamento das atividades diárias devido ao tratamento de longo prazo. - As queimaduras podem ser classificadas de 3 formas diferentes, a primeira delas é de acordo com o agente causal, a segunda é de acordo com a profundidade dos tecidos acometidos e por último, de acordo com a superfície corporal atingida. 1. - De acordo com o agente causal, as queimaduras podem ser classificadas em térmicas, químicas, elétricas ou por radiação. 2. - De acordo com a profundidade dos tecidos acometidos as queimaduras podem ser classificadas em 4 tipos: • Queimadura de 1° grau: uma queimadura é considerada de 1° quando ela atinge principalmente a epiderme. Ela é caracterizada pela hiperemia e dor local. Essa queimadura pode se regenerar sozinha, no entanto, alguns locais como órgãos genitais, mãos e rosto devem ser tratados com cuidado; • Queimadura de 2° grau: uma queimadura de 2° grau atinge as camadas epidérmica e dérmica da pele. Ela é caracterizada pela formação de bolhas, sendo uma queimadura mais úmida e dolorida. Essa queimadura requer um maior nível de assistência e demanda um curativo e uso de analgésicos, além da necessidade de prevenção de infecções, uma vez que as bolhas promovem uma superfície de contato da pele com o meio externo; Queimaduras • Queimadura de 3° grau: uma queimadura de 3° grau atinge todas as camadas da pele, além de tecidos subcutâneos, podendo também atingir músculos e ossos. Ela é caracterizada por um esverdeamento da pele, além de exposição de estruturas. Ao contrário dos outros tipos, essa queimadura não provoca dor porquê as terminações foram atingidas, impossibilitando a percepção de dor. No entanto, a cicatrização desse tipo de ferida provoca muito desconforto, dor e coceira; • Queimadura de 4° grau: uma queimadura de 4° grau atinge todas as estruturas, desde a epiderme até os ossos. Ela é caracterizada pela carbonização dos tecidos, gerando um tecido necrosado que exige remoção cirúrgica. Esse tipo de lesão é geralmente típico de exposição à baixas temperaturas sem a proteção necessária, principalmente nas extremidades. 3. - Essa classificação é definida pela porcentagem da extensão corporal atingida pela queimadura, sendo que, nesse tipo de classificação, cada parte do corpo possui uma porcentagem definida. - A fisiopatologia da queimadura demonstra o que acontece na região lesionada quando exposta a um agente que provoca queimaduras. - Inicialmente, ocorre uma exposição do colágeno local, o que provoca a liberação de uma porção de substâncias vasoativas, que caem na corrente sanguínea, desencadeando um mecanismo de defesa. Esse mecanismo vai provocar o edema intersticial devido ao exsudato de substâncias recrutadas para o reparo daquela lesão, como células do sistema imune e nutrientes. Esse edema pode ser tão intenso ponto de alterar várias funções do organismo. - A lesão por queimaduras pode acarretar alguns efeitos no organismo, principalmente em casos de lesões mais graves, os quais serão descritos a seguir e acordo com sua gravidade: • Choque hipovolêmico: é o risco mais grave e momentâneo que pode ocorrer em um indivíduo com uma região considerável lesionada por uma queimadura. Isso ocorre porque os líquidos que correm nos vasos são deslocados para o espaço intersticial, dificultando a circulação sanguínea e de nutrientes. Dessa forma, ocorrem alterações na bomba cardíaca e na funcionalidade dos vasos, que ocorrendo simultaneamente, provocam o choque hipovolêmico; • Perda de eletrólitos: é o segundo risco mais grave que pode ocorrer em um paciente queimado. Ele ocorre devido à saída dos eletrólitos para o interstício, causando um desequilíbrio hidroeletrolítico no organismo, o que pode causar morte devido à falta de sais e minerais em outras partes do organismo; • Choque séptico: a partir do momento que ocorre uma queimadura, todas as funções de proteção da pele são perdidas. Dessa forma, o indivíduo corre sérios riscos de sofrer um choque séptico, ou seja, a falha de toda circulação do organismo, uma vez que agora ele encontra-se sujeito à infecções pelo fato de ter perdido a barreira protetora da pele. Além disso, as alterações provocadas pela lesão da queimadura também prejudicam o sistema imune, deixado o sujeito ainda mais propenso a infecções; • Acidose metabólica: Após uma lesão por queimadura, todo o metabolismo do organismo é modificado, ele torna-se mais elevado e ocorre maior gasto energético para reparo daquela lesão. No entanto, isso provoca um desequilíbrio que pode acarretar uma acidose metabólica; - Em resumo, uma queimadura tem capacidade de promover alterações na função cardíaca, gastrointestinal, renal e pulmonar. - Para realizar uma abordagem em primeiros socorros deve-se, inicialmente, avaliar o cenário, ou seja, as causas e os riscos daquela lesão. Posteriormente deve-se buscar por ajuda, afastar a pessoa da fonte de calor e se as roupas estiverem queimando, deve-se buscar uma forma de abafar as chamas, seja rolando o chão ou com uma manta. Nunca deve-se permitir que a pessoa corra, uma vez que isso aumenta o contato com o oxigênio, podendo aumentar as chamas. - Após o combate das chamas, deve-se avaliar o suporte básico de vida daquela pessoa, ou seja, suas capacidades respiratória e cardíaca, principalmente se ela estiver inconsciente. Independente de como esteja a queimadura, se a pessoa não estiver respirando ou com pulsação, as primeiras manobras devem ser realizadas para garantir o retorno desses parâmetros. - Avaliadas as questões principais, deve-se avaliar a lesão, observando a profundidade, ou seja, o OBS: após a lesão por queimaduras é necessário remover a adereços, como anéis ou pulseiras, uma vez que, devido ao edema, esses objetos podem causar um torniquete na região lesionada. grau da lesão, a extensão da superfície corporal e as partes do corpo atingidas pelo agente térmico. Deve-se observar principalmente se órgãos funcionais, como mãos ou olhos foram atingidos, uma vez que isso aumenta a gravidade da lesão. Por fim, deve-se avaliar as condições de saúde e a idade da vítima, que também podem alterar a gravidade da lesão e por último, encaminhá-la ao serviço de saúde. - Para queimaduras de 1° e 2° graus, deve-se esfriar o local com água limpa e fria (temperatura ambiente ou cobrir com compressas úmidas para reduzir o calor e procurar um posto de saúde. - Para queimaduras de 3° e 4° graus, deve-se monitorar os sinais vitais, cobrir a vítima e leva-la ao hospital. - As queimaduras elétricas são queimaduras muito frequentes que se diferem bastante das queimaduras térmicas. Nas queimaduras elétricas não há presença de grandes lesões e geralmente a pessoa é encontrada desacordada. Quando uma pessoa recebe uma descarga elétrica, a tendência é que a corrente elétrica passe por dentro do corpo e ela provoca uma pequena lesão na hora de sair do corpo, geralmente no local que se encontra em contato com o chão. - As queimaduras elétricas são consideradas graves uma vez que a passagem da corrente elétrica dentro do organismo pode causar queimaduras internas das quais não é possível identificar a dimensão. - Como procedimentos em casos de queimaduras elétricas, deve-se garantir a segurança de si próprio e de outros indivíduos que estejam no local. Deve-se desligara fonte dessa energia, seja pela tomada ou chave geral, avaliar os sinais vitais, deve atentar-se para o estado de choque e prevenir a perda de temperatura e chamar o socorro. - As queimaduras químicas ocorrem quando o indivíduo entra em contato com agentes químicos corrosivos. Qualquer tipo de queimadura é considerado grave, uma vez que uma pequena quantidade de um agente químico pode provocar grandes estragos. - Como procedimentos para esse tipo de queimadura, deve-se ler o manual de instrução do material ou entrar em contato com os bombeiros para saber quais medidas principais tomar. Caso isso não seja possível, deve-se lavar o local com água corrente e cobrir com um pano ou gaze limpos e buscar o serviço de saúde. - São consideradas queimaduras graves as queimaduras que ocorrem nos seguintes casos: • Quando ocorre extensão/profundidade maior do que 20% em adultos; • Quando ocorre extensão/profundidade maior do que 10% em crianças; • Quando ocorre em pessoas com idade menor do que 3 anos ou maior do que 65 anos; • Quando há presença de lesão inalatória; • Quando há politrauma ou doenças prévias associadas; • Quando há queimaduras químicas; • Quando há trauma elétrico; • Quando áreas nobres são afetadas, como olhos, orelhas, face, pescoço, mão, pé, região inguinal, grandes articulações (ombro, axila, cotovelo, punho, articulação coxofemoral, joelho e tornozelo) e órgãos genitais, bem como queimaduras profundas que atinjam estruturas profundas, como ossos, músculos, nervos e/ou vasos desvitalizados, ou; • Em casos de violência, maus-tratos, tentativa de autoextermínio, etc; • Nunca remova roupas que estejam aderidas à pele, isso pode agravar a lesão; • Nunca deve-se esquecer de remover joias e adereços o mais rápido possível; • Nunca use pasta de dente, manteiga ou margarina, óleos de qualquer tipo, pomadas caseiras ou qualquer outro produto; • Nunca tomar medicamentos sem orientação médica; • Nunca esfrie mais de 20% da superfície e corporal, a menos que seja necessário para extinguir as chamas. No entanto, se houver a opção de abafamento, ela deve ser priorizada, uma vez que há risco de choque térmico; • Nunca perfure as bolhas; • Não dê água a pacientes com mais de 20% do corpo queimado; • Nunca coloque gelo sobre a queimadura; - Um indivíduo que sofreu uma queimadura precisa receber monitoramento laboratorial de diversas funções, como hemograma, creatinina, eletrólitos, etc. Além disso, ele precisa fazer exames de monitoramento clínico, para verificação da hidratação, função cardíaca, pulmonar, etc. Devem ser observadas as características da lesão, como presença de tecido necrótico, mal cheiro ou secreção, os fatores associados, como o agente causador, a extensão da lesão, outros traumas, comorbidades, lesão em vias aéreas, idade, imunidade, obesidade e nível de consciência. Deve-se atentar para a antibioticoterapia, nutrição e posição hídrica e de eletrólitos do paciente. - O tratamento básico de uma ferida queimada é lavar com soro fisiológico, aplicar compressas úmidas com soro fisiológico para alívio da dor, não rompes as bolhas, avaliar a necessidade de debridamento, uso de sulfadiazina de prata 1%, uso de coberturas especiais e controle da dor. - O fisioterapeuta no atendimento ao paciente queimado deve seguir os seguintes procedimentos: 1. O fisioterapeuta deve garantir uma boa condição ventilatória por meio do exame das narinas e boca, da ausculta pulmonar, da instalação do oxímetro de pulso e da oferta do auxílio ventilatório, quando for o caso. - Garantida a boa condição respiratória, o fisioterapeuta deve executar técnicas respiratórias com objetivo de melhorar o padrão ventilatório do paciente. Dessa forma, devem ser realizados exercícios de estímulo de tosse, que vão incentivar na re-expensão pulmonar e promover a higiene brônquica, além de trabalhar padrões ventilatórios e associar exercícios ventilatórios e motores. - Um exemplo de um dos exercícios que podem ser realizados é a técnica de shaker, na qual o paciente deve soprar um equipamento equivalente a um cachimbo. O paciente deve inspirar via nasal e expirar via oral, no equipamento, que vai gerar uma onda vibratória e percorrer todo o sistema respiratório promovendo o desprendimento da secreção. 2. - Outro papel do fisioterapeuta no atendimento do paciente queimado é em relação ao posicionamento do paciente no leito. O bom posicionamento no leito deve englobar a prevenção terciária de sequelas, contenção com órteses, favorecimento da absorção de edemas, transferência do leito para cadeira, sentar no leito e prevenção de úlceras de decúbito. 3. - Um terceiro papel do fisioterapeuta no atendimento ao paciente queimado é incentivar a sua deambulação precoce, uma vez que isso pode trazer vários benefícios ao paciente, como melhorar a condição vascular, favorecer a contração muscular ativa, incentivar a independência e oferecer suporte psíquico. 4. - Fora do ambiente hospitalar, agora no ambiente clínico, o fisioterapeuta pode utilizar diversas técnicas de massoterapia para tratamento das cicatrizes do paciente. Existem as técnicas de amassamento, que promovem flexibilização dos tecidos, melhoria da fibrose, redução das aderências e da dor e descompressão das terminações nervosas e as técnicas de fricção, que vão promover a liberação de aderências, calor e vasodilatação. 5. - A dermotonia é uma técnica também usada no ambiente clínico que pode substituir com complementar a massagem. A dermotonia é feita por um equipamento de sucção a vácuo que suga a pele ao encostar, promovendo uma massagem profunda, auxiliando na quebra de aderências e na mobilidade da cicatriz, uma vez que seus objetivos são melhorar a sensibilidade, elasticidade, oxigenação e reduzir a fibrose. Esse equipamento deve ser usado por cerca de 10 minutos, com pressão de 140 mmHg, com cabeçote pequeno. 6. - As microcorrentes são correntes polarizadas, como a corrente galvânica, nas quais cada polo promove um determinado efeito. O polo negativo possui um bom efeito bactericida, mais voltado para processos inflamatórios, enquanto o polo positivo possui um efeito regenerador, mais voltado para processos de reparo e cicatrização. Esse recurso deve ser usado por 10 minutos, com frequência de 50 Hz e intensidade de 300 uA. 7. - São equipamentos que favorecem a cicatrização, o realinhamento tecidual, a neovascularização e a quebra de fibroses e aderências. 9. - As malhas compressivas são outro recurso usado com a orientação do fisioterapeuta para inibir a formação de tecido em reação à lesão causada na pele. Isso é necessário porque como as queimaduras provocam lesões muito intensas na pele e a pele reage também de forma muito intensa para reverter essa lesão. No entanto, nesse processo ocorre intensa produção tecidual e a apoptose celular não acompanha essa produção, o que resulta em intensa fibrose no local da lesão. Desse modo, as malhas são usadas para compressão, reduzindo a circulação e controlando a produção de tecido. Dependendo do caso essas malhas devem ser usadas por até anos após a queimadura. - No âmbito da cirurgia plástica é importante diferenciar conceitos importantes, como o conceito e cirurgia estética e reparadora. A cirurgia estética é realizada no paciente que não possui nenhum problema de saúde e busca apenas por melhorias na sua aparência. Já a cirurgia reparadora é realizada no paciente que por algum acidente ou doença, teve alguma área do corpo deformada ou modificada. A principal diferença entre elas é que no caso da cirurgia reparadora, haverá uma melhora de 90% da condição anterior e o paciente estará muito satisfeitoe no caso da cirurgia estética, haverá mudança, mas não é uma mudança considerável e na maioria dos casos o paciente não estará 100% satisfeito com a mudança. - Os tipos de cirurgias plásticas mais comuns atualmente são as cirurgias de implante de cabelo, blefaroplastia superior ou inferior, ou seja, retirada do excesso de gordura da pálpebra superior ou inferior dos olhos, rinoplastia, otoplastia (cirurgia da orelha de abano), ritidoplastia ou lifiting facial, que vai basicamente esticar a pele do rosto, mamoplastia redutora ou de aumento, reconstrução mamária, dermolipectomia braquial, abdominal ou crural (retirada do excesso de gordura da região abaixo do braço, do abdômen ou da coxa) e lipoaspiração. - O fisioterapeuta vai atuar principalmente no pós operatório dessas cirurgias, cuidando da cicatriz promovendo sua mobilidade e evitando fibroses, contendo o edema por meio da drenagem linfática e promovendo a mobilidade, ou seja, o pós operatório não é completamente em repouso. - A cirurgia bariátrica é uma cirurgia realizada para tratar a obesidade, ou seja, com enfoque na redução de peso. As pessoas indicadas à cirurgia bariátrica são pessoas que se encontram nos graus I e II de obesidade. - Existem dois tipos de cirurgia bariátrica, que dependem do tipo de obesidade e do paciente. O primeiro tipo é uma cirurgia restritiva, que promove a redução da capacidade de armazenamento do estômago e de sua velocidade de esvaziamento. O segundo tipo é uma cirurgia disabsortivas, que promove a exclusão de grandes segmentos do intestino delgado reduzindo o tempo de contato dos nutrientes, portanto dificultando a sua absorção. - As complicações mais comuns nesse tipo de cirurgia são trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar e atelectasia (redução do pulmão). - O fisioterapeuta deve atuar nesses casos indicando exercícios respiratórios, circulatórios, fazendo orientações gerais no pré e pós cirúrgico, trabalhando Cirurgia plástica na prevenção da trombose venosa profunda, orientando quanto à importância da atividade física, cuidando da cicatrização e levando o paciente para o banho de sol. - No centro cirúrgico o fisioterapeuta será o responsável por colocar as malhas compressivas. - A drenagem linfática manual é uma técnica de drenagem dos líquidos intersticiais utilizando as mãos do terapeuta. O sistema linfático é o responsável por essa função, ou seja, a função de drenar o excesso de líquidos intersticiais dos tecidos para o sistema venoso. O sistema linfático possui linfonodos, estruturas responsáveis por filtrar esse líquido antes que ele chegue à circulação, evitando, dessa forma, a contaminação do sangue por agentes agressores que podem estar presentes nesse líquido. No entanto, quando esse sistema apresenta falhas a drenagem linfática deve ser realizada, como forma de auxiliar essa drenagem. - O sistema linfático constitui uma via secundária ou acessória de recolhimento de líquidos intersticiais, absorvendo-os e transportando-os até o sistema venoso. - A rede linfática é encontrada em todo o corpo humano com exceção do SNC, parte profunda dos nervos periféricos, medula óssea e estruturas não vascularizadas. - O sistema linfático possui células do sistema imune, capazes de combater qualquer substância estranha presente na linfa antes que ela retorne aos vasos, realizando, portanto, seu papel de defesa imunológica no organismo além da função de promover o retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea. 1. - O sistema linfático é constituído pelos seguintes órgãos: timo, baço, gânglios linfáticos, amígdalas e folículos linfoides das mucosas. 2. - O sistema linfático tem início no espaço intersticial, com os canais pré-linfáticos. Esses canais, além de possuírem microfilamentos que auxiliam na sua fixação e sustentação, possuem pequenos canais que vão conduzir o líquido intersticial ao capilar linfático. A partir do momento que o líquido intersticial entra no capilar linfático, ele é denominado linfa. - Esses capilares linfáticos vão se unificando, aumentando de calibre, formando um vaso maior, que agora passa a ser denominado vaso pré-coletor. Os vasos pré-coletores também se unificam, originando o vaso coletor, de maior calibre. A diferença entre eles encontra-se na presença de válvulas nos vasos coletores, que impedem o retorno da linfa. Além disso, nos vasos coletores também se encontram os linfonodos, organizados em grupos de várias unidades e em localizações específicas do organismo, geralmente próximos à articulações. - Os vasos coletores, por sua vez, também se unificam, constituindo os troncos linfáticos que se unificam e originam os dois ductos linfáticos, o ducto linfático direito e o ducto torácico esquerdo. O ducto linfático drena a linfa proveniente do membro superior direito, hemiface Drenagem linfática direita e hemitórax direito. Já o ducto torácico esquerdo drena a linfa da hemiface esquerda, membro superior esquerdo, hemitórax esquerdo e membros inferiores. 3. - Os linfonodos são unidades estruturais do sistema linfático, com formato circular, constituídos por células reticulares, ou seja, células com função de fagocitose e pinocitose e células linfoides, que contém memória imunológica. Dessa forma, os linfonodos são constituídos por linfócitos, macrófagos e anticorpos que vão realizar essa filtragem. Eles estão localizados no tecido adiposo e por isso não são palpáveis. 4. - A linfa é constituída por 90% de água, possui tom amarelado e circula 5 ou 6 vezes mais lento que o sangue. - Sob condições normais, há um equilíbrio entre a quantidade de fluido que sai dos capilares sanguíneos arteriais e a que retorna à circulação venosa. No entanto, há uma pequena diferença de pressão entre a saída e entrada dos líquidos dos vasos, o que provoca um pequeno acúmulo desses líquidos no interstício, que são drenados pelo sistema linfático. O sistema linfático tem capacidade de absorver 10% do líquido filtrado pelos capilares arteriais por dia (2 litros dos 20 litros se sangue filtrados por dia). Normalmente, são drenados 2 a 4 litros de linfa por dia. - A formação da linfa no interstício depende de alguns fatores, dentre eles, diferentes pressões nos capilares, diferentes pressões nos interstícios, variável segundo o dia e atividade física do indivíduo e direção centrípeta. - A drenagem linfática favorece e aumenta a capacidade de transporte dos capilares linfáticos, aumentando o seu potencial de carga e consequentemente, aumentando a velocidade da condução da linfa, bem como a quantidade de linfa conduzida pelo sistema linfático. - A drenagem linfática manual trabalha na drenagem dos vasos linfáticos superficiais. Os vasos linfáticos profundos são trabalhados por meio movimentos musculares, uma vez que é a bomba muscular que vai auxiliar na drenagem desses vasos. - A técnica de drenagem deve ser realizada em pressão e velocidade adequadas, uma vez que o sistema linfático é superficial e funciona em uma pressão baixíssima e velocidade muito lenta. Esses parâmetros devem ser adequados uma vez que o sistema linfático precisa de tempo para que a linfa seja filtrada pelos linfonodos e não haja contaminação da circulação sanguínea. - Além disso, a drenagem deve ser realizada em sentido distal para proximal, respeitando o sentido da linfa. - Antes do início da drenagem propriamente dita, é importante drenar primeiro o conjunto de linfonodos, como forma de não acumular a linfa nessas estruturas. - Para realizar a drenagem, o segmento deve estar em posição de drenagem, a pressão exercida deve seguir sempre o sentido fisiológico da drenagem, adrenagem deve ser iniciada pelas manobras que facilitem a evacuação, o descongestionamento das vias linfáticas e as manobras devem ser realizadas com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes. - As manobras devem ser realizadas de 5 a 7 vezes na mesma área. Elas serão adaptadas às áreas do corpo a serem tratadas. A drenagem deve ter uma fase pressórica (com pressão) e uma fase sem pressão, para permitir a condução da linfa. 1. - Existem três manobras diferentes que podem ser usadas para realização da drenagem linfática. Essas manobras devem ser realizadas sempre direcionando a linfa ao linfonodo mais próximo. Doador: nessa manobra o terapeuta posiciona uma de suas mãos com o indicador perpendicular ao corpo do paciente e a outra mão deve estar com o dedo mínimo perpendicular ao corpo do paciente. As mãos devem estar uma ao lado da outra e o terapeuta deve realizar a técnica passando as palmas das mãos no corpo do paciente e retornando à posição inicial; 2. - O esvaziamento dos linfonodos deve ser realizado em todos os linfonodos, sempre antes de realizar a manobra de drenagem. Esse esvaziamento também pode ser realizado após a drenagem. Ele é realizado por meio de leves pressões aplicadas sobre a área do linfonodo. A segui serão descritas todas as áreas nas quais deverá ser realizado bombeamento de linfonodos: Bracelete: nessa manobra as mãos do terapeuta devem envolver o membro a ser tratado; Passar e enviar: nessa manobra o terapeuta posiciona suas mãos uma ao lado da outra e realiza a pressão em uma mão enquanto relaxa a outra; Pescoço: para estimular os linfonodos do pescoço deve-se posicionar as mãos na região lateral de cada lado, na porção média do pescoço; Supraclavicular: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos acima da clavícula, ocupando todo o espaço supraclavicular; Infraclavicular: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos abaixo da clavícula, com os dedos paralelos à mesma; 3. - Para realizar drenagem na região facial deve- se primeiramente estimular os linfonodos supra e infra claviculares, os linfonodos do pescoço, submentonianos (1), submandibulares (2), e pré (3) e retoauriculares (4). Intramamária: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos entre as mamas da paciente; Axilar: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos no centro das axilas; Cisterna do quilo: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos sobrepostas um pouco acima do umbigo. A compressão deve ser feita sempre durante a expiração do paciente; Supra ilíaco: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos sobrepostas acima da crista ilíaca no paciente, dos dois lados; Inguinais internos: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos sobrepostas na coxa, ao lado da virilha; Inguinais externos: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos sobrepostas na parte interna da coxa; Poplíteo: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos sobrepostas na região posterior do joelho; Maleolar: para estimulação dos linfonodos dessa região deve-se posicionar as mãos na região posterior dos maléolos de cada lado; - Então inicia-se a drenagem fazendo movimentos circulares com as falanges pelo queixo (1), orbicular dos lábios (2) e região nasogeniana (3), levando a linfa aos submandibulares. Posteriormente, com os mesmos movimentos faz-se a drenagem da bochecha (4), orbicular dos olhos (5), pálpebras, sobrancelhas e testa (6), levando a linfa aos pré-auriculares. Por fim, faz-se a drenagem na região de origem do couro cabeludo, seguindo pela retroauricular e descendo pelo pescoço. - Deve-se lembrar sempre de estimular os linfonodos durante o processo. 1. - A drenagem linfática é indicada em casos de edemas, linfedemas, fibro edema gelóide, queimaduras e pós operatório de cirurgias plásticas. 2. - A drenagem linfática é contraindicada em casos de insuficiência cardíaca congestiva, processo infeccioso em atividade, trombose venosa e processo maligno em atividade. - A eletrolipólise é uma técnica voltada para o tratamento de adiposidades e acúmulo de ácidos graxos localizados. A técnica consiste na inserção de uma corrente elétrica de baixa frequência (10 a 50 Hz), por meio de uma agulha de acupuntura conectada ao equipamento. Essa corrente elétrica vai promover reações dentro das células de gordura, promovendo sua lipólise e direcionamento dessa gordura para o sistema circulatório, onde poderá ser consumida pelo organismo em forma de energia e eliminada. - Essa técnica pode ser aplicada em diferentes locais, desde que haja possibilidade de penetração do eletrodo. Para isso, existem diferentes tamanhos de agulhas. - O tecido adiposo é amplamente distribuído no tecido subcutâneo, mas quanto a quantidade, ela apresenta diferenças regionais influenciadas pelo sexo e idade. - No homem a gordura localizada encontra-se na nuca, áreas subcutâneas que recobrem o deltoide, tríceps, região lombossacra e nádegas. - Na mulher a gordura localizada encontra-se nas mamas, nádegas, região epitrocanteriana, na parte anterior da coxa e no culote. - A técnica de eletrolipólise é mais procurada por mulheres devido à incidência da celulite. A celulite é uma alteração do tecido adiposo que provoca o aumento da espessura e consistência dos tecidos, infiltração edematosa no tecido subcutâneo, polimerização da substância fundamental, aderências superficial ou profunda, alterações circulatórias e reação fibrótica. - Inicialmente, é necessário definir o tamanho da área tratada, se o tratamento será de celulite ou para gordura localizada e a partir disso, definir quantos eletrodos serão necessários. - Alguns equipamentos possuem muitos canais, permitindo o tratamento de grandes áreas simultaneamente, uma vez que cada canal possui duas agulhas. 1. - A eletrolipólise pode provocar dois efeitos distintos no organismo a partir da penetração da corrente elétrica na pele e do seu contato com a gordura. - O primeiro efeito, denominado efeito joule, é a produção de calor na área de circulação da energia produzida pela corrente elétrica. A produção de calor Eletrolipólise acarreta um segundo efeito que é a vasodilatação e aumento da circulação no local. - O segundo efeito é o efeito eletrolítico, o qual induz um movimento iônico que modifica as polaridades da membrana celular, permitindo a lipólise das células de gordura. - O terceiro efeito é o efeito neuro-hormonal, o qual promove a estimulação do SNC que como consequência, promove a liberação de catecolaminas com aumento de AMP cíclico e aumento da hidrólise de triglicerídeos. 2. - As agulhas devem ser introduzidas em nível hipodérmico, utilizando-se uma distância de 4 centímetros entre elas. Pode-se fazer o uso de alguns artefatos, como tubos guias para aplicação das agulhas. O início da aplicação deve ser verticalizado e posteriormente um pouco horizontalizado, para garantir que a agulha esteja em contato com o tecido adiposo e evitar que ela atinja outros órgãos. No entanto, em casos de pessoas que possuem espessa camada de gordura, não há problema na aplicação verticalizada dessa agulha. - Posteriormente deve conectar a ponta dos eletrodos nas agulhas, fixa-los
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