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FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL - Este resumo contém informações sobre o tecido epitelial bem como sua avaliação, tipos de pele, cicatrização, queimaduras e tratamentos.

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Dermato-funcional 
Nathália Reis - 4° período 
Fisioterapia 
 
 
 
 
 - A fisioterapia dermato-funcional é o ramo da 
fisioterapia que avalia e trata afecções cutâneas, de 
origem estética ou não, através de recursos físicos, 
químicos e eletrotermoterápicos. É o estudo dos métodos 
de avaliação, prevenção e tratamento das disfunções, 
em suas diferentes fases de evolução e manifestação, 
incluindo a abordagem na qual há envolvimento funcional 
além do aspecto estético. 
 - A fisioterapia dermato-funcional deve trabalhar 
sempre concomitante ao atendimento multidisciplinar. 
 
 - A pele é o maior órgão do corpo que 
representa aproximadamente 15% do peso corporal total. 
Além disso, a pele é o maior órgão do corpo humano em 
contato com o ambiente externo, dessa forma, ela forma 
um importante barreira protetora, além da sua função 
sensorial e de auxiliar do formato corporal. 
 
 - A pele possui dentre algumas de suas funções 
a função de proteção contra agentes químicos, físicos e 
biológicos, a função de defesa contra os agentes 
externos por meio do sistema imunológico, a função 
sensorial, sendo a pele como um órgão sensorial tátil, 
térmico e doloroso, a função termorreguladora, que 
ocorre através dos pelos e glândulas sudoríparas e a 
função de produção de vitamina D. 
 
 
 
 
 
 - A pele é constituída por 2 camadas, a 
epiderme, camada mais superficial dividida em outras 4 
camadas e a derme, camada um pouco mais profunda 
onde encontram-se os pelos, glândulas sudoríparas e 
sebáceas e os vasos sanguíneos. Abaixo dessas camadas 
encontra-se a hipoderme, um tecido subcutâneo, formado 
por adipócitos, vasos sanguíneos e fibras de colágeno, 
que atualmente não é mais considerado uma das camadas 
da pele. 
 
A epiderme é a camada mais superficial da pele. 
na qual as células da sua parte basal, mais profunda, 
estão em constante atividade mitótica. À medida que 
essas células vão se tornando mais superficiais elas ficam 
mais achatadas e sendo eliminadas com o passar do 
tempo. 
 - Na epiderme não há vasos sanguíneos e sua 
espessura é variável de acordo com o local do corpo, 
podendo variar de 0,4 a 4 mm. 
1. 
- A epiderme é constituída por 4 camadas, a 
camada basal, ou germinativa, que constitui a camada 
mais profunda da epiderme que faz contato com a derme, 
a camada escamosa, ou estrato espinhoso, a camada 
granulosa e o estrato córneo, que é a camada mais 
espessa da epiderme. Alguns autores acrescentam uma 
Dermato-funcional 
camada a mais, abaixo do estrato córneo, chamada 
camada lúdica. 
 
 - A maioria das terapias dessa área vão ser 
trabalhadas no estrato córneo, no entanto, algumas 
técnicas visam atingir áreas mais profundas. Se caso 
durante o tratamento voltado para essa área houver 
sangramento, significa que a camada da derme foi 
atingida. Isso é um risco muito provável devido à 
existência das papilas dérmicas, que são invaginações da 
derme na epiderme que auxiliam na nutrição da epiderme 
e na aderência entre uma camada e outra. 
1. 
 - A epiderme pode ser dividida em dois conjuntos 
de células, as células queratinócitas e as células não 
queratinócitas. As células queratinócitas células da 
epiderme que se arranjam em 4 ou 5 estratos, formando 
as camadas da epiderme, enquanto as células não 
queratinócitas são células que pertencem a outros 
sistemas, como células nervosas ou imunológicas, por 
exemplo, que estão dispersas estre as camadas da 
epiderme. Essas células são os melanócitos, células de 
langerhans e células de merkel. 
 - Os melanócitos são células nas quais o seu 
núcleo encontra-se na camada basal, no entanto, ela 
possui braços, invaginações, que penetram o estrato 
espinhoso, aumentando o contato com essa camada. 
Esses melanócitos são responsáveis pela produção de 
melanina, a qual, após produzida, encontra-se sobre o 
núcleo das células do estrato espinhoso. Isso permite que 
os raios UV oriundos do sol sejam absorvidos pela melanina 
antes de atingirem o núcleo das células da epiderme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Os melanócitos são estimulados pelos raios 
solares, dessa forma, quanto mais exposto ao sol o 
OBS: Os raios UV são mais danosos do que os raios 
violeta ou infravermelho porque possuem um 
comprimento de onda menor. Quanto menor é o 
comprimento da onda, maior é a frequência daquele 
raio, ou seja, mais ondas ele tem. Quanto maior for 
a quantidade de ondas, maiores são os danos 
celulares, uma vez que a alta frequência provoca 
uma vibração no núcleo celular, mudando a 
conformação genética do DNA, causando uma displasia 
que pode resultar em um câncer de pele. 
 
indivíduo ficar, maior será a produção de melanina para 
sua proteção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A quantidade de melanócitos não varia em 
relação às raças, a variação pode ocorrer na 
capacidade funcional dessas células, a qual está 
relacionada a fatores genéticos. 
- As células de langerhans são células do 
sistema imunológico, células monocitárias, macrofágicas, 
capazes de reconhecer antígenos exógenos. Dessa 
forma, sua função é apresentar antígenos para fornecer 
proteção à pele. 
- As células de Merkel são células do sistema 
nervoso, que localizam-se a nível de membrana basal e 
constituem os mecanorreceptores táteis da pele, que vão 
perceber estímulos de pressão ou toque sobre a pele. 
 
 - A derme é a camada de tecido conjuntivo 
localizada logo abaixo da epiderme. Essa camada é 
ricamente vascularizada e inervada, dessa forma, possui 
grande fluxo sanguíneo. 
 - A derme é constituída por duas camadas, a 
camada papilar, localizada mais superficialmente, formada 
por fibras de colágeno do tipo III. Com o passar do tempo 
as papilas dessa camada se reduzem, o que diminui a 
aderência e nutrição da epiderme, que se torna, 
portanto, uma pele mais frágil. A segunda camada da 
derme é a camada reticular, formada por fibras colágenas 
do tipo I e elásticas, formando feixes colágenos mais 
espessos. Essa camada possui uma menor quantidade de 
fibroblastos e substância fundamental. 
 
 - A pele possui anexos cutâneos, localizados 
tanto na derme quanto na epiderme, sendo eles os pelos, 
unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas. Esses anexos 
muitas vezes estão localizados próximos ou unidos uns 
aos outros, formando uma unidade denominada unidade 
pilossebácea, constituída por um folículo piloso, um músculo 
eretor de pelo, uma glândula sebácea e uma glândula 
sudorípara apócrina. Existe uma doença relacionada à 
quantidade exacerbada de pelos no corpo, denominada 
Hipertricose congênita. 
 - As glândulas sebáceas tem aparência de um 
saquinho enrugado, do qual será expelido um sebo, uma 
gordura, que na superfície da pele forma um manto 
constituindo uma camada protetora na pele. No entanto, 
em alguns casos, essa gordura obstrui o folículo piloso, 
formando um ambiente anaeróbico, propício para algumas 
bactérias anaeróbicas que vão originar uma inflamação, 
a acne. Essas glândulas sebáceas são ausentes nas 
palmas das mãos e nas solas dos pés. 
 Formação da melanina: a formação da melanina 
ocorre a partir da degradação da tirosina. A enzima 
tirosinase atua como catalizadora desse processo. 
Essa informação é importante porque existem 
cosméticos que atuam na inibição dessa enzima, 
inibindo assim a produção de melanina e a 
consequente formação de manchas na pele. 
 Existem algumas doenças relacionadas à produção 
de melanina, como o albinismo, na qual não há 
nenhuma produção de melanina e o vitiligo, uma 
doença autoimune na qual as células do sistema 
imune vão combater os melanócitos, reduzindo assim 
a produção de melanina em determinadas regiões. 
 
 - A glândulas sudoríparas são glândulas que 
produzem o suor, que podem ser divididas em dois tipos. 
O primeiro tipo são as glândulas sudoríparas écrinas, que 
se abrem diretamentena superfície cutânea e as 
glândulas sudoríparas apócrinas, que se desembocam nos 
folículos pilosos. 
 - As glândulas sudoríparas estão dispersas por 
toda a pele, em maior quantidade nas palmas, plantas, 
axilas e fronte. 
 - Essas glândulas são compostas por 3 partes, a 
porção secretora, mais profunda que secreta o suor, a 
porção do conduto sudoríparo intradérmico, formando o 
caminho de passagem do suor pela derme e a porção do 
conduto sudoríparo intraepidérmico, formando o caminho 
de passagem do suor pela epiderme. 
 - Alguns outros anexos da pele são as unhas, 
que nascem de dentro da pele, as glândulas mamárias e 
os mamilos. Existem casos de indivíduos que possuem mais 
de dois mamilos, os mamilos acessórios, processo 
denominado politelia ou mais de duas glândulas mamárias, 
processo denominado polimastia. 
 
 - A hipoderme é a camada mais profunda, 
formada basicamente por células de gordura com células 
de colágeno que vão promover a sustentação, permeada 
por vasos sanguíneos que vão promover a circulação de 
substâncias no local. 
 - A hipoderme possui como algumas de suas 
funções a função de reserva energética, de isolamento 
térmico, de modelar a superfície do corpo, de absorver 
choques, de auxiliar na fixação dos órgãos e também 
funções endócrinas de lipogênse e lipase. 
 - Na hipoderme existe uma diferença entre os 
homens e as mulheres, que encontra-se na forma como 
os adipócitos são acumulados nesse tecido. Nos homens 
os adipócitos são acumulados em sacos formados por 
estruturas de colágeno organizados diagonalmente em 
pequenas unidades que, além de acumularem menos 
gordura, não resultam em celulite. Já nas mulheres esses 
sacos estão dispostos verticalmente, o que permite 
acumular mais gordura. 
 
 
 
 
 
 
 - A adiposidade localizada é o acúmulo do 
excesso de gordura em regiões específicas do corpo. A 
quantidade de gordura bem como sua distribuição no 
organismo dependem de vários fatores, como alimentação, 
nível de atividade física, genética, etc. 
 
 - O tecido adiposo é um tipo especial de tecido 
conjuntivo, localizado na hipoderme, que tem 
predominância de adipócitos. Os adipócitos ocorrem 
isoladamente ou em grupos em muitos tecidos conjuntivos, 
mas não em todos. 
 - O tecido adiposo possui algumas funções no 
organismo, como depósito de energia, isolamento térmico, 
amortecedor mecânico e também atua como órgão 
endócrino. 
 1. 
 - O tecido adiposo pode ser dividido em dois tipos: 
• Tecido adiposo unilocular: esse tecido possui 
apenas um lóculo para armazenamento de 
gordura. Na célula unilocular, um único lóculo 
pode estocar de 4 a 10 vezes o tamanho da 
célula com conteúdo de gordura. Esse tecido 
unilocular também é conhecido como tecido 
adiposo branco e é o tecido mais presente em 
adultos. 
 
 
 
 
 
 
 
• Tecido adiposo multilocular: esse tecido possui 
vários lóculos para o armazenamento da gordura 
além de ser rico em organelas citoplasmáticas, 
sendo a maioria mitocôndrias. Esse tecido também 
é denominado tecido adiposo marrom e é mais 
frequentemente encontrado em recém nascidos 
e em mamíferos hibernantes, uma vez que ele 
está muito relacionado à produção de calor e à 
termogênese. 
 
 
- O tecido adiposo pode aumentar de duas 
formas, por meio da hiperplasia, ou seja, aumento do 
número das células de gordura ou por meio da hipertrofia, 
ou seja, aumento do tamanho das células. A hiperplasia 
tem um papel muito importante no desenvolvimento da 
obesidade. 
- A perda de peso resulta da mobilização de 
lipídio das reservas dos adipócitos, com consequente 
retração das células. No entanto, para que ocorra a 
perda de peso, é necessário haver um balanço 
energético negativo, ou seja, deve haver um maior gasto 
Avaliação 
energético em contraposição a um menor consumo 
energético. 
- Já no caso do ganho de peso, há um balanço 
energético positivo, uma vez que há maior consumo e 
menor gasto energético, resultando no acúmulo de 
energia no tecido adiposo. 
- O ideal para o metabolismo adiposo é que o 
balanço energético esteja equilibrado, ou seja, que o 
consumo de energia seja equivalente ao gasto 
energético. 
 
 - O tecido adiposo tem uma certa preferência 
por regiões corporais nas quais ele é depositado, sendo 
elas tecidos subcutâneos, mama feminina, medula óssea, 
gordura retro-orbitária atrás do globo ocular, em torno 
dos rins, profundo à pele plantar do pé e como corpos 
adiposos localizados na membrana sinovial de muitas 
articulações. 
 - A distribuição do tecido adiposo também pode 
apresentar diferenças características por idade, sexo, 
hormônios e genética. 
 - Existem alguns padrões de distribuição desse 
tecido adiposo, os quais são o padrão androide, no qual 
a gordura é mais armazenada na região abdominal, mais 
comum em homens, o padrão ginóide, no qual a gordura 
é mais armazenada na região do quadril e coxas, mais 
comum em mulheres e o padrão misto, no qual a gordura 
é armazenada em regiões indeterminadas. 
 
 - O fibro edema gelóide, também denominado 
celulite, é mais comum em mulheres como dito 
anteriormente. A formação da celulite ocorre porque a 
região das paredes de colágeno são firmes e não se 
distendem com o aumento da gordura, ao passo que os 
locais com ausência do colágeno se distendem. Dessa 
forma, a região que possui o colágeno fica mais baixa, 
formando a celulite. 
 
 
 
• Fatores predisponentes: genética, idade, sexo e 
desequilíbrio hormonal; 
• Fatores determinantes: estresse, fumo, 
sedentarismo, desequilíbrios glandulares, 
perturbações metabólicas do organismo em 
geral, maus hábitos alimentares e disfunção 
hepática; 
• Fatores condicionantes: perturbações 
hemodinâmicas locais que podem aumentar a 
pressão capilar, dificultar a reabsorção linfática, 
favorecer a transdução linfática nos espaços 
intersticiais; 
 
• Grau 1: A celulite não é visível à inspeção, é 
percebida apenas pela compressão do tecido 
entre os dedos ou da contração muscular 
voluntária. Está mais presenta na fase da 
adolescência; 
• Grau 2: São depressões visíveis mesmo sem a 
compressão dos tecidos, pode provocar dor e 
desaparece dependendo da posição em que se 
encontra; 
• Grau 3: É observado em qualquer posição, 
provoca dor e possui o aspecto de casca de 
laranja; 
• Grau 4: É observado em qualquer posição, possui 
presença de fibrose e a dor é maior; 
3. 
• Forma dura: Essa forma de apresentação clínica 
da celulite apresenta ausência da mobilidade 
tecidual, é mais encontrado em jovens, o aspecto 
“casca de laranja” aparece ao beliscar a pele 
e não muda de acordo com a posição e possui 
pior prognóstico; 
• Forma plástica: Essa forma de apresentação 
clínica da celulite é mais comum em pessoas 
sedentárias a partir da terceira década de vida, 
possui flacidez associada, a aparência da celulite 
muda conforme a posição e ela possui melhor 
prognóstico; 
• Forma edematosa: Essa forma de apresentação 
clínica da celulite é mais associada a edema 
tecidual, o sinal da casca de laranja é precoce, 
a consistência é variável e é mais frequente em 
MMII; 
• Forma mista: essa forma apresenta associação de 
mais de um tipo de celulite; 
 
 - O protocolo de avaliação fisioterapêutica em 
adiposidade localizada (PAFAL) inicia-se com uma boa 
anamnese, a qual deve conter os dados do paciente e 
algumas informações importantes para estabelecimento do 
protocolo de intervenção. 
 
 - Posteriormente, o exame físico deve ser 
realizado para observar possíveis alterações posturais, 
que podem demonstrar alguns acúmulos de gordura. 
 - Na avaliação deve ser realizada uma palpação, 
com intuito de verificar o trofismo, a textura, o tipo de 
pele e a flacidez muscular. Essa palpação pode ser 
realizada com auxilia de lentes de aumento. 
- Além disso, deve-se realizar a mensuração de 
medidasdas circunferências (perimetria), por meio da fita 
métrica e testes. Para realizar a perimetria deve-se 
marcar um ponto de referência e a partir dele, realizar 
a mensuração a cada 5 centímetros desse ponto, acima 
e abaixo, até percorrer todo o membro e anotar os 
resultados. Ao final disso, tem-se uma noção do volume 
do membro. 
 
 
 1. 
- Pode-se usar também o adipômetro, um 
instrumento que permite a mensuração de dobras 
cutâneas. Essa mensuração não pode demorar mais de 3 
segundos devido à acomodação do tecido gorduroso. 
Cada região do corpo possui uma forma específica de 
mensuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Após a medição são usadas fórmulas para o 
cálculo do percentual da gordura corporal. 
2. 
- Para realizar esse teste deve-se fazer a 
compressão tecidual no local e caso haja presença de 
nodulações, o teste é considerado positivo. Além disso, 
deve-se observar o local onde se encontra e sua 
consistência, podendo ser uma das formas ditas 
anteriormente. Para definir o grau da celulite deve-se 
realizar um teste de preensão, através do qual será 
possível notar alterações da sensibilidade dolorosa, 
quantificando se há presença de dor, se a dor é fraca, 
desconfortável, angustiante ou até torturante. 
3. 
- Para realizar esse teste o paciente é 
posicionado em ortostatismo, com 90° de abdução de 
ombro e orientado a contrair os glúteos. O teste é 
positivo caso haja aparecimento de culote e negativo 
caso não haja. 
• Dobra cutânea 
subescapular: A medida é 
executada obliquamente, 
abaixo do ângulo inferior 
da escápula; 
 
 
• Dobra cutânea tricipital: 
É medida na face 
posterior do braço, na 
diáfise do úmero; 
 
 
• Dobra cutânea supra-
ilíaca: é medida na 
cintura, acima da crista 
ilíaca; 
 
 
• Dobra cutânea 
abdominal: É medida 
aproximadamente a dois 
centímetros à direita da 
cicatriz umbilical, 
paralelamente ao eixo 
longitudinal 
 
 
 
• Dobra cutânea da coxa: É 
medida sobre o músculo 
reto femoral. Para facilitar 
o membro deve estar em 
leve flexão; 
 
 
4. 
- Para realizar esse teste o paciente é 
posicionado em ortostatismo e orientado a murchar a 
barriga. O terapeuta posiciona-se lateralmente ao 
paciente. O teste é positivo se o abdômen permanecer 
protuso e negativo caso o abdômen protuso desapareça. 
Esse teste também é realizado na maca, onde faz-se as 
mesmas observações. 
 
 - O tratamento da adiposidade localizada tem 
como principais objetivos a promoção do estímulo 
circulatório, do estímulo lipolítico ou redução do número 
de adipócitos, redução do tamanho dos adipócitos, 
redução da espessura do tecido adiposo subcutâneo e 
remodelagem do contorno corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A pele normal é uma pele equilibrada, de 
superfície lisa, flexível, lubrificante e umedecida com poros 
fechados. É a pele típica das crianças, com brilho e cor 
uniformes. 
- A pele oleosa é uma pele que apresenta alto 
brilho, muito protegida, acumulando muita sujidade do 
ambiente. Essa pele contém pontos negros e poros 
dilatados. 
3. 
- A pele seca é uma pele fina, opaca, com 
tendência a se descamar, por ser muito delicada se irrita 
com facilidade. Essa pele apresenta poros bem fechados 
e as linhas de expressão aparecem mais cedo. 
4. 
- A pele mista é aquela que apresenta a zona 
T no rosto, ou seja, as regiões da testa, nariz e queixo 
apresentam características de pele oleosa, enquanto as 
bochechas e ao redor dos olhos apresentam 
características de pele seca ou normal. 
 
 
 
 
 - A definição do tipo da pele pode ser realizada 
com auxílio de um scaner, o qual vai medir o nível de 
oleosidade e hidratação da pele. 
 
 - Uma outra forma de avaliar a pele é quanto 
ao fototipo da pele, o qual é um tipo de pele em virtude 
da sua capacidade de exposição à luz. O fototipo da pele 
varia desde uma pele muito clara à uma pele mais escura, 
com muita quantidade de melanina. 
- Dessa forma, foi criada uma classificação para 
os tipos de pele a partir da quantidade de melanina 
apresentada por aquela pele. Essa classificação permite, 
dentre outras coisas, a calibração dos equipamentos de 
laser e luz pulsada em níveis de energia seguros para 
cada tipo de pele. Também ajuda na determinação do 
índice do FPS a ser adotado. 
• Fototipo 1: o fototipo 1 é uma pele muitíssimo clara, 
geralmente presente em pessoas com olhos 
claros e sardentas; 
• Fototipo 2: o fototipo 2 é uma pele muito clara, 
geralmente presente em pessoas com olhos 
verdes ou castanho claros e cabelo loiro ou 
ruivo; 
• Fototipo 3: o fototipo 3 é uma pele clara, que 
constitui a média das pessoas brancas; 
• Fototipo 4: o fototipo 4 é uma pele morena clara, 
geralmente presente em pessoas com cabelo 
castanho escuro e olhos escuros; 
Pele 
• Fototipo 5: o fototipo 5 é uma pele morena, 
geralmente presente em pessoas que se 
bronzeam facilmente; 
• Fototipo 6: o fototipo 6 é uma pele negra, 
geralmente presente em pessoas muito 
pigmentadas; 
 
- O fotoenvelhecimento é uma terceira forma de 
avaliação da pele do paciente. O fotoenvelhecimento é 
definido como envelhecimento em virtude da exposição à 
luz solar ou não. Quanto maior for a exposição a essas 
luzes, maior é a formação de rugas. A classificação de 
glogau é a classificação que dos tipos de pele de acordo 
com o seu fotoenvelhecimento: 
• Tipo I: é um grau leve de fotoenvelhecimento, no 
qual há presença de rugas mínimas e ausência 
de queratoses (alterações secundárias à 
exposição solar); 
• Tipo II: é um grau moderado de 
fotoenvelhecimento, no qual há presença de 
rugas dinâmicas, melanoses solares, incipientes 
(manchas acastanhadas), queratoses actínicas 
precoces, palpáveis (lesões pré-cancerosas 
secundárias à exposição solar crônica); 
• Tipo III: é um grau avançado de 
fotoenvelhecimento, no qual há presença de 
rugas no estado de repouso, alterações de 
pigmentação evidente, telangiectasias (lesões 
vasculares de fino calibre, avermelhadas), 
queratoses actínicas visíveis; 
• Tipo IV: é um grau severo de fotoenvelhecimento, 
no qual há grande quantidade de rugas, pele 
frouxa, amarelo-acinzentada, alterações de 
pigmentação (manchas castanhas e brancas) e 
câncer de pele; 
- A avaliação do fotoenvelhecimento também 
pode ser realizada por meio da lâmpda de wood, a qual 
permite avaliação da profundidade da lesão por meio de 
uma luz ultravioleta de 375nm. Essa luz evidencia 
alterações de pigmentação e hipercromias. 
Superficialmente, as manchas apresentam-se com cor 
mais acentuada, escura. Profundamente, a cor da mancha 
se atenua ou fica acinzentada/azulada. 
 
 - Para usar esse recurso, as luzes do ambiente 
devem, ser apagadas, proporcionando uma melhor 
visualização. 
 
 - As rugas podem ser dividas em alguns tipos: 
• Rugas estáticas: a qual aparece independente 
da expressão facial do indivíduo; 
• Rugas dinâmicas: são rugas que aparecem devido 
à alguma expressão facial do indivíduo, como 
durante um sorriso; 
• Rugas Tsuji: são rugas superficiais, que 
desaparecem ao estirarmos a pele ou rugas 
profundas, rugas permanentes que não 
desaparecem ao estirarmos a pele; 
- Existe também uma outra classificação de 
rugas, a classificação de Lapiere e Pierard, na qual as 
rugas podem ser classificadas da seguinte maneira: 
• Grau I: são rugas de expressão, ou seja, as 
rugas dinâmicas; 
• Grau II: são rugas estáticas, com afinamento 
dermoepidérmico; 
• Grau III: são rugas severas, causadas devido à 
alteração gravitacional, com alterações 
dermoepidérmicas e musculares; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Para compreender os mecanismos inflamatórios 
e de reparo, é importante conhecer a organização e 
adaptação do sistema tegumentar e a partir disso, 
conhecer as respostas à lesão, ou seja, a fisiologia do 
reparo tecidual e asconsequências do reparo. 
 - A função da pele bem como sua fisiologia 
dependem completamente da estrutura da pele, da sua 
perfeita organização e homeostase. Para manutenção da 
homeostase da pele, é necessário um estresse, ou seja, 
estímulos que vão promover a manutenção da pele, por 
meio da sua nutrição, produção de melanina, etc, uma 
vez que essa pele pode morrer caso ela não sofra 
nenhum estresse. Esse estresse deve ser moderado, uma 
vez que o tecido possui um limite de tolerância e caso 
esse limite seja ultrapassado pode haver lesão tecidual 
e até morte celular. Portanto, o estresse deve ser 
equilibrado, uma vez que um estresse muito reduzido ou 
muito exacerbado podem ambos, gerar lesões e morte 
celular. 
 - Esse estresse pode provocar uma lesão aguda, 
ou seja, um estímulo forte e rápido que provocou uma 
lesão repentina ou uma lesão crônica, um estímulo leve, 
no entanto contínuo, que com o passar do tempo vai 
agredindo a pele. 
 - Assim que ocorre uma lesão, o organismo 
começa a promover as ações de reparo, no entanto, 
alguns reparos ficam inadequados. Dessa forma, a função 
 
 
 
 
do fisioterapeuta no reparo tecidual é promover um 
reparo adequado durante o período de cicatrização ou 
se caso o reparo já esteja inadequado, corrigir aquele 
reparo. 
 
• Fase inflamatória, que dura de 1 a 6 dias; 
• Fase de proliferação, que dura de 3 a 20 dias, 
ou até 6 semanas; 
• Fase de maturação ou remodelamento, que pode 
durar por mais de 9 dias; 
- Essas fases não ocorrem separadamente, elas 
ocorrem de modo que no final de uma fase, a próxima 
fase já se inicia, ou seja, elas são sobrepostas. 
1. 
- Nos primeiros minutos da fase inflamatória 
ocorre uma vasoconstrição, objetivando a coagulação de 
plaquetas para contenção do sangramento. 
Posteriormente ocorre vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular para permitir o exsudato de 
proteínas e células do sistema imune que vão combater 
a inflamação, no entanto, provocar edema. Todas essas 
ações vão direcionar o desenvolvimento do tecido de 
granulação. 
2. 
 - Essa é a segunda fase do processo, na qual 
ocorre reepitelização, ou seja, o fechamento da ferida, 
Mecanismos inflamatórios e do 
reparo tegumentar 
o qual é diferente para feridas parciais e para feridas 
totais. Nas feridas parciais, feitas por um bisturi, por 
exemplo, esse processo exige apenas aproximação dos 
tecidos, uma vez que os anexos epiteliais ou epitélios 
adjacentes estão intactos, o que facilita o fechamento da 
lesão. Já nas feridas totais os epitélios adjacentes estão 
lesados, o que permite o fechamento apenas nas margens 
da ferida, como em casos de úlceras. 
 - Ocorre também a fibroplastia, que é a formação 
da matriz, do tecido de granulação para preencher o 
espaço daquela lesão, seja ela parcial ou total. Esse 
tecido de granulação é constituído por colágeno do tipo 
3. 
 - Além disso, ocorre a angiogênese, a formação 
de novo vasos na região da lesão, para nutrição do novo 
tecido que está sendo formado. 
 - Os principais aspectos dessa fase são a 
remoção dos estímulos lesivos, o crescimento de leitos 
capilares, aumento da atividade fibroblástica (formação de 
colágeno) e de tecido de granulação, os quais 
encontram-se muito frágeis e podem ser facilmente 
lesados. Nessa fase o terapeuta já pode usar recursos 
para promover melhor qualidade desse tecido que está 
sendo formado e realizar passível orientação daquele 
tecido. 
3. 
- Nessa fase ocorre a contração da ferida por 
meio da proliferação e migração de células endoteliais 
para a área da ferida. Nas lesões parciais essa fase não 
ocorre. 
 - Os principais aspectos dessa fase são a 
maturação do tecido conjuntivo, a contratura do tecido 
cicatricial, a remodelação da cicatriz e o alinhamento e 
substituição do colágeno às sobrecargas, ou seja, 
substituição pelo colágeno do tipo 1, que vai proporcionar 
mais resistência ao tecido. Essa remodelação deve 
ocorrer de forma rápida e alinhada, para resistir aos 
estresses daquela região. 
 
• Cicatrização por primeira intenção: quando não 
há perda de tecido e as extremidades da pele 
ficam justapostas uma à outra; 
• Cicatrização por segunda intenção: ocorre em 
feridas onde houve perda de tecido e as 
extremidades da pele ficam distantes umas das 
outras, sendo necessário formação de tecido de 
granulação até que a contração e epitelização 
aconteçam; 
• Cicatrização por terceira intenção: a ferida é 
deixada aberta por um determinado período, 
funcionando como cicatrização por segunda 
intenção, sendo suturada posteriormente, como 
cicatrização de primeira intenção. O processo 
envolve limpeza, desbridamento (retirada dos 
tecidos mortos) e posteriormente, fechamento da 
lesão por meio de suturas; 
 
- Existem 4 tipos de resolução de uma 
cicatrização: 
• Resolução completa: é a resolução esperada, 
perfeita; 
• Resolução com fibrose: formação excessiva de 
tecido no local da cicatrização. A degradação 
da matriz provisória é tão importante quanto sua 
formação, uma vez que, uma remoção 
inadequada pode levar à fibrose; 
• Resolução com formação de abscesso: infecções 
no local da lesão; 
• Inflamação crônica; processo no qual não ocorre 
a cicatrização: 
 
- Os fatores que interferem na cicatrização são 
fatores locais, ou seja, localizados na própria lesão, como 
infecções, edemas ou isquemias e redução de O2; fatores 
regionais, ou seja, que envolvem a região, o membro 
onde encontra-se a lesão, como insuficiência arterial ou 
venosa ou neuropatias; e fatores sistêmicos, ou seja, que 
envolvem todo o organismo do paciente, como doenças 
metabólicas. 
- No processo de cicatrização é muito importante 
uma boa alimentação, uma vez que o tecido lesado 
necessita de vitaminas e minerais para sua cicatrização. 
- A base racial também é um fator que interfere 
na cicatrização de uma lesão, uma vez que, pessoas 
negras ou orientais possuem mais tendência a terem uma 
cicatrização exagerada, como cicatrizes hipertróficas ou 
queloides. 
 
- Durante o processo de cicatrização, 
constantemente há produção de novos tecidos bem como 
reabsorção e remodelação desses tecidos. 
- Entretanto, algumas cicatrizes ocorrem devido 
ao excesso de produção de matriz e maior índice de 
mitose dos fibroblastos dérmicos. Nesses tipos de cicatrizes 
existe um desequilíbrio entre a proliferação dos tecidos 
que estão sendo formados e a apoptose e alinhamento 
desses tecidos. 
1. 
- Cicatrizes atróficas são lesões lisas, planas, 
deprimidas, retráteis, com discromias (cor) e sem poros e 
pelos. 
 
2. 
 - Na cicatrização hipertrófica ocorre formação 
em excesso de colágeno do tipo 5. São lesões 
discrômicas, fibróticas, lisas, salientes, sem sulcos, poros 
e pelos, além de serem limitadas ao processo cicatricial 
inicial, ou seja, ela acompanha a margem da cicatriz. 
 
3. 
- Na cicatriz queloidiana ocorre baixa produção 
de ácido hialurônico e redução da apoptose de 
fibroblastos. As cicatrizes queloidianas são tumores 
salientes, duros, com superfície lisa e brilhante, de 
coloração rósea ou castanha e que apresentam dor. Elas 
geralmente ocorrer em áreas mais expostas e não 
respeitam o alinhamento da cicatriz, extrapolando esse 
alinhamento, formando um volume bem grande. 
 
 
• Terapia compressiva: promove a prevenção de 
cicatrizes hipertróficas, uma vez que a 
compressão está relacionada à oclusão de 
pequenos vasos dentro da cicatriz, reduzindo a 
atividade fibroblástica; 
• Corticoides: uma injeção intralesional de 
triancinolona que inibe a síntese de colágeno e 
a inflamação. Ela constitui a primeira linha de 
atuação nos queloides; 
• Crioterapia: ela promove a destruição celular 
por anóxia, uma vez que reduz a circulação 
sanguínea, por meio do congelamento com 
nitrogênio líquido; 
• Microdermoabrasão: peeling por ácido ou 
mecânico; 
• Massagem:é eficaz na prevenção e no 
tratamento, permitindo o alongamento do tecido 
conjuntivo; 
• Corrente galvânica/ionização: a componente 
polar da galvanização favorece a regressão das 
cicatrizes hipertróficas. A iontoforese com 
princípios como a hialuronidase ou iodo apresenta 
bons resultados na alteração do arranjo 
estrutural do tecido conjuntivo; 
• Hialuronidase: enzima de difusão que promove a 
despolimerização do ácido hialurônico, produzindo 
uma maior permeabilidade interfibrilar; 
• Ultrassom terapêutico/fonoforese: participa na 
mobilização de aderências cicatriciais, graças 
aos seus efeitos sobre a substância fundamental 
amorfa e as fibras de colágeno, ele atua 
quebrando a fibrose; 
• Laser: provoca fototermólise de células 
endoteliais dos vasos da cicatriz. Promove 
resultados interessantes na redução de 
cicatrizes hipertróficas e hiperpigmentadas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Para falar de cosméticos é muito importante 
conhecer a penetração do cosmético que depende das 
características da pele e da região que está sendo 
tratada, uma vez que a penetração é o caminho que o 
cosmético precisa percorrer para produzir seu efeito na 
pele do paciente. 
 
 - A permeabilidade cutânea refere-se à 
capacidade que a pele possui de absorver e agregar 
ativos. Essa permeabilidade depende de alguns fatores 
que podem interferir nessa penetração, como manto 
hidrolipídico, camada córnea, extrato lúdico, pH, vias de 
penetração concentração e solubilidade do produto e 
tempo de exposição. Esses fatores podem variar de 
acordo com cada paciente e com cada área do corpo. 
 1. 
 - Também denominado camada epicutânea ou 
camada fisiológica, essa camada é uma camada superficial 
à pele, composta por suor, sebo, sais minerais, células 
mortas e poluição, constituindo uma camada superficial e 
protetora na pele. Dessa forma, apesar de ser 
denominada um cosmético natural, antes de qualquer tipo 
de tratamento com cosméticos, a pele da região a ser 
tratada precisa ser limpa e essa camada removida, uma 
vez que ela pode interferir na penetração do cosmético. 
 
 
 
 
 
2. 
- O pH é o potencial de hidrogênio presente na 
pele, o qual pode variar o seu grau de acidez, 
neutralidade ou alcalinidade de acordo com cada pele. 
O pH normal da pele encontra-se entre 5,4 e 5,6, ou 
seja, é um pH ácido. Peles mais oleosas tendem a ter um 
pH mais básico enquanto peles mais secas tendem a ter 
um pH mais ácido do que a pele normal. Isso interfere na 
penetração de cosméticos uma vez que o pH do produto 
usado pode interagir com o pH da pele. 
3. 
- Dependendo do cosmético a ser usado as vias 
de penetração podem exercer muita influência. As vias 
de penetração podem ser de dois tipos: 
• Via transdérmica: nessa via, a penetração 
ocorre pela membrana celular, no entanto, essa 
via de penetração é muito lenta. Essa via é muito 
usada devido à extensão da epiderme, que é a 
principal área de superfície corporal do corpo 
humano; 
• Via transanexal: a passagem por essa via ocorre 
pelos orifícios pilossebáceos e folículos pilosos. 
Eles são considerados as zonas de melhor 
penetrabilidade e mesmo perfazendo cerca de 1%, 
têm grande importância; 
 
Cosmetologia 
 
4. 
 - A região anatômica também é um fator que 
influencia na permeabilidade dos cosméticos uma vez que 
vários detalhes podem proporcionar ou não, interferência 
nessa permeabilidade, como espessura da epiderme, 
idade, fluxo sanguíneo na região. 
5. 
- Existem alguns procedimentos estéticos que 
alteram a permeabilidade cutânea, como limpeza de pele, 
facilitando a permeabilidade, hidratação, peeling, que 
diminui a espessura da epiderme e facilita a penetração 
dos cosméticos, alteração do pH, massagem, que promove 
vasodilatação, atrito e pressão e calor, que promove 
abertura do poros. 
 
 - Os cosméticos são produtos ou preparados que 
se destinam, a serem utilizados em contato com as partes 
superficiais do corpo (epiderme, anexos cutâneos, lábios 
e órgãos genitais externos), com a finalidade de limpar, 
perfumar ou proteger, para mantê-los em bom estado, 
modificar seu aspecto ou corrigir odores corporais, sem 
ação ou fins terapêuticos. 
 - Existem 2 grandes grupos de cosméticos: 
• Cosmético grau 1: são produtos que possuem 
propriedade básicas, as quais não precisam ser 
comprovadas inicialmente e não requerem 
informações detalhadas quanto ao seu modo de 
usar e suas restrições de uso. Exemplo: perfumes, 
sabonetes ou esmaltes; 
• Cosmético grau 2: são produtos caracterizados 
por possuírem indicações específicas que 
necessitam de comprovação de segurança e ou 
eficácia, de informações sobre cuidados, modo e 
restrições de uso. Exemplo: produtos para acne, 
protetor solar ou antirrugas; 
- O grau 1, por serem mais simples, são apenas 
notificados e não apresentam toda a documentação e 
análises exigidas pelos produtos de grau 2, uma vez que 
esses podem produzir efeitos indesejados a partir do uso 
inadequado do produto, devido a sua formulação, sua 
finalidade de uso e áreas do corpo onde são aplicáveis. 
1. 
• Princípio ativo: ele é quem vai provocar o efeito 
terapêutico nos tecidos, podendo ser de origem 
natural (animal, vegetal ou mineral) ou sintético; 
• Veículo/excipiente: é o conjunto de substâncias 
que servem para diluir, dissolver suspender ou 
empastas a parte ativa do cosmético, ou seja, é 
o tipo de substância no qual o cosmético estará 
contido, podendo ser água, gel, óleo, espuma, 
etc; 
• Conservantes: que vão preservar as 
propriedades daquele princípio ativo por um 
período determinado; 
- Ademais existem outros componentes 
complementares, como corretivos, corantes, pigmentos e 
perfumes, que vão dar cor, textura e cheiro ao 
cosmético. 
2. 
- Cada cosmético possui uma função específica e 
característica do seu princípio ativo: 
• Higienizantes: cosméticos que removem impurezas 
provenientes das secreções, resíduos celulares 
e ambientais. Eles não devem permanecer sobre 
a pele. São alguns exemplos shampoos e 
sabonetes; 
• Protetores: cosméticos que resguardam a pele 
da ação de agentes externos. Exemplo: 
protetores solares; 
• Hidratantes: cosméticos de manutenção da 
eudermia da pele; 
• Revitalizantes: cosméticos que estimulam as 
células da pele em desenvolver suas atividades 
específicas; 
• Reparadores: cosméticos que atuam corrigindo 
imperfeições na superfície da pele e seus anexos. 
Exemplo: restauradores capilares; 
• Maquiadores: cosméticos que realçam a beleza 
da pele, normalmente são produtos pigmentados. 
Exemplo: batons; 
 
- O processo de tratamento estético facial possui 
algumas fases: 
• Higienização: a higienização é importante para 
remoção da oleosidade excessiva e impurezas, 
como resíduos de maquiagem, poluição, suor e 
células mortas. O produto a ser usado para 
higienização da pele deve ser escolhido de 
acordo com o biotipo cutâneo; 
• Tonificação: é a remoção de resíduos e óleos que 
não foram totalmente removidos na higienização, 
promovendo o equilíbrio do pH da pele após a 
limpeza; 
• Esfoliação: processo de retirada de células 
mortas com intuito de afinar o extrato córneo, 
aumentando a permeação do cosmético. O 
produto usado para esfoliação pode ser físico ou 
químico; 
• Tratamento: o tratamento será definido conforme 
a avaliação e queixa do cliente; 
• Filtro solar: todo procedimento estético facial 
deverá ser finalizado com a aplicação de filtro 
solar; 
 
 
 
 
 
 
 
 - O peeling é uma técnica de retirada das 
camadas superficiais da pele. Existem vários tipos de 
técnicas de peeling, dentre eles, o mais forte e 
comumente usado são os peelings químicos, ou ácidos, 
que promovem uma “queimadura”, uma corrosão suave e 
controlada da camada superficial da pele possibilitando 
descamação das camadas superficiais da epiderme. Outros 
tipos de peelingsão o peeling mecânico, que pode ser 
de sementes, polietileno, diamante e cristal, o peeling de 
luz, que poder ser de laser e o peeling biológico, que 
pode ser de mamão ou de abacaxi. 
 - Os peelings mais indicados e que proporcionam 
maior controle durante a realização da técnica são o 
peeling a laser, o peeling mecânico e o peeling químico, 
nessa ordem. Os peelings biológicos proporcionam poucos 
efeitos à pele. 
 
 
 - O peeling é indicado para tratar o 
fotoenvelhecimento cutâneo, rugas, discromias (manchas), 
cicatrizes superficiais e melhora da permeabilidade 
cutânea. 
 
 
 
 
 
 - Os benefícios alcançados pelo peeling ocorrem 
através da compactação do estrato córneo, da 
hiperplasia dos queratinócitos, promovendo mais firmeza à 
epiderme, redução da espessura da epiderme, e da 
melanina depositada por meio da inibição da tirosinase e 
aumento da produção de fibras colágenas e da irrigação 
sanguínea, que promove melhor absorção de cosméticos 
usados após o peeling. 
 
 - Antes de usar esse recurso deve-se 
demaquilar a pele, higienizar, delipidar com álcool 70% ou 
solução própria com objetivo de evitar possíveis infecções 
e aplicar o ácido. Além disso, todos os equipamentos a 
serem usados também devem estar esterilizados. 
 
 - O peeling químico é a técnica de utilização de 
substâncias químicas como ácidos, para promover a 
descamação e a esfoliação da pele. Quanto mais baixo 
for o pH do ácido usado, maior será sua agressão na 
pele e consequentemente, sua descamação. O pH ideal 
para utilização deve ser abaixo de 1,8. 
 - Entretanto, não basta apenas considerar o pH 
do ácido, além disso, a concentração daquele ácido 
também deve ser considerada, uma vez que quanto maior 
for a concentração do produto, maior será seu efeito na 
pele. 
Peeling 
 
 
 
• pH: quanto mais ácido o pH, maior é o efeito do 
produto; 
• Concentração do ácido: quanto mais 
concentrado, mais efeitos o ácido provoca na 
pele; 
• Peso molecular: quanto menor for o peso 
molecular, mais agressivo é o ácido; 
• Duração do contato: quanto mais exposta ao 
ácido a pele permanecer, mais agressões ela vai 
sofrer; 
• Forma de aplicação: a qual pode ser por meio 
de pinceis ou algodão; 
• Espessura e integridade da pele: a espessura da 
pele varia de acordo com a região e de pessoa 
para pessoa. Quanto maior for a espessura da 
pele, menos agressão a pele sofre; 
 
 
• Nível superficial: esse nível de esfoliação atinge 
a camada córnea da epiderme. Nesse nível a 
pele adquire um aspecto esbranquiçado no 
princípio e logo um eritema leve (mancha 
vermelha); 
• Nível médio: nesse nível de esfoliação atinge mais 
camadas epidérmicas, no entanto, sem alcançar 
a derme. Nessa esfoliação a pele adquire um 
eritema mais marcado; 
• Nível profundo: esse nível de esfoliação atinge a 
derme papilar. Nessa esfoliação são observados 
pontos hemorrágicos, onde se alcança a junção 
dermo-epidérmica; 
 
- Os ácidos usados para o peeling químico podem 
ser diversos e com finalidades específicas. 
- Existem alguns ácidos inibidores da ação da 
tirosinase, enzima produtora de melanina, reduzindo o 
efeito de manchas na pele, como a hidroquinona, o ácido 
kójico e o ácido fítico. No entanto, dentre eles, a 
hidroquinona, apesar de ser boa inibidora da tirosinase 
ela pode causar sérios danos a parede celular dos 
melanócitos, podendo irritar a pele. 
- Outros ácidos tem como finalidade o aumento 
da produção de colágeno, como o ácido glicólico, que 
além de promover a descamação da pele, diminuindo a 
formação da acne, estimula a produção de colágeno ou 
o ácido retinóico, que também estimula a produção de 
colágeno. 
- Atualmente, é muito visto no mercado produtos 
que mesclam dois tipos de ácidos, o ácido inibidor da 
tirosinase e o ácido estimulador do colágeno, o que 
potencializa o efeito do peeling, uma vez que haverá 
ação dos dois ácidos no mesmo produto; 
 
 - Existem algumas precauções para utilização do 
peeling ácido: 
• Como o peeling estimula a produção de colágeno, 
é indicado que ele seja aplicado de 15 em 15 dias; 
• Se ficar muito vermelho deve-se aplicar uma 
máscara calmante após o peeling; 
• Orientar o uso de vitamina C ou ácido ascórbico, 
que são bons para peles sensíveis; 
• Evitar açúcar, cenoura e tabaco; 
 
 
- Existem alguns casos em que o peeling químico 
não deve ser aplicado, como em casos de histórico de 
cicatrizes hipertróficas e queloides, gravidez, pele 
bronzeada, acne muito inflamada, dermatites, história de 
radioterapia, histórico de doenças imunossupressoras e 
herpes; 
 
 - O peeling mecânico, também denominado 
peeling de abrasão é a remoção mecânica e controlada 
dos extratos mais superficiais da pele, esfoliação de 
extratos epidérmicos e pode chegar a derme papilar. 
 - Os efeitos produzidos por esse recurso são a 
regeneração celular e incremento na produção de 
colágeno. 
 1. 
- O peeling de diamante promove uma esfoliação 
suave, controlada e uniforme na pele. Ele permite a 
perfeita visibilidade de profundidade da esfoliação, além de 
ser livre de contaminação uma vez que os produtos são 
muito bem esterilizados. É um produto de baixo custo, 
uma vez que o equipamento possui longa duração e não 
há necessidade de anestesia. Essa técnica pode ser 
realizada em qualquer época, a recuperação é imediata, 
pode realizar-se em todo o corpo e não possui 
interações químicas que geram queimaduras. 
 - O peeling de diamante é indicado em casos de 
fotoenvelhecimento, manchas, cicatrizes de acne, 
melasma, cicatrizes superficiais, estrias, rugas finas e 
médias e peles seborréias. 
 
2. 
- O peeling de cristal consiste na aplicação 
direta sobre a pele, de um equipamento mecânico 
gerador de pressão negativa e pressão positiva 
simultâneas, em que são utilizados microgrânulos de 
óxidos de alumínio, jateados pela pressão positiva sobre 
a superfície cutânea numa velocidade passível de 
controle, provocando erosão nas camadas de epiderme, 
sendo ao mesmo tempo sugados pela pressão negativa 
os resquícios dos microcristais e células córneas em 
disjunção. No entanto, esse recurso é um pouco incômodo, 
uma vez que os microgrânulos de óxido de alumínio 
acabam caindo sobre a maca, cabelos ou roupas do 
paciente. 
- No peeling de cristal, quanto maior for a 
pressão e menor a velocidade de aplicação, mais profundo 
será o peeling. A escolha da ponteira a ser utilizada 
deverá ser de acordo com a espessura do tecido e o 
objetivo do tratamento. Além disso, a aplicação desse 
peeling deve ser em todos os sentidos, para uniformizar 
o peeling. 
3. 
- O peeling ultra-sônico é um peeling bastante 
superficial que busca eliminar as camadas mais superficiais 
da epiderme, mais especificamente, da camada córnea, 
estimulando a renovação do tecido cutâneo. É um peeling 
menos agressivo, revitalizante e que melhora a 
circulação e a oxigenação da pele. 
 - Para aplicar esse peeling deve-se aplicar soro 
fisiológico e passar o eletrodo sobre a pele. A espátula 
deve ser posicionada em um ângulo de 45° com a pele 
e deve-se encerrar essa técnica com um cosmético 
revitalizante. 
- A ponteira desse peeling possui uma curva, o 
que possibilita duas formas de aplicação. Aplicando a ponta 
da ponteira, as células mortas semidesprendidas se 
soltam. Aplicando a parte plana, não há raspagem da 
pele, apenas micropercussão, micromassagem cutânea, 
muito usada para sonoforese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A queimadura é geralmente um acidente que envolve 
dor, mal cheiro e espanto, o que requer um grande 
controle emocional. 
 - A queimadura é decorrente de uma lesão ou 
trauma causada por agentes capazes de produzir calor 
excessivo que danifica tecidos corporais e pode acarretar 
a morte celular. 
 - A queimadura é um dos acidentes mais 
frequentes em todo o mundo. No Brasil, há cerca de2500 
mortes por ano, geralmente por acidentes ocorridos em 
ambientes domiciliares. 
 - A queimadura gera elevados custos sociais e 
econômicos, uma vez que o problema do indivíduo não 
cessa no momento em que a ferida se fecha. Muitas vezes 
a queimadura deixa sequelas físicas, emocionais, funcionais 
e estéticas. Há necessidade de longos períodos de 
internação e afastamento das atividades diárias devido ao 
tratamento de longo prazo. 
 
 - As queimaduras podem ser classificadas de 3 
formas diferentes, a primeira delas é de acordo com o 
agente causal, a segunda é de acordo com a 
profundidade dos tecidos acometidos e por último, de 
acordo com a superfície corporal atingida. 
1. 
- De acordo com o agente causal, as 
queimaduras podem ser classificadas em térmicas, 
 
 
 
químicas, elétricas ou por radiação. 
2. 
- De acordo com a profundidade dos tecidos 
acometidos as queimaduras podem ser classificadas em 4 
tipos: 
• Queimadura de 1° grau: uma queimadura é 
considerada de 1° quando ela atinge 
principalmente a epiderme. Ela é caracterizada 
pela hiperemia e dor local. Essa queimadura pode 
se regenerar sozinha, no entanto, alguns locais 
como órgãos genitais, mãos e rosto devem ser 
tratados com cuidado; 
 
• Queimadura de 2° grau: uma queimadura de 2° 
grau atinge as camadas epidérmica e dérmica da 
pele. Ela é caracterizada pela formação de 
bolhas, sendo uma queimadura mais úmida e 
dolorida. Essa queimadura requer um maior nível 
de assistência e demanda um curativo e uso de 
analgésicos, além da necessidade de prevenção 
de infecções, uma vez que as bolhas promovem 
uma superfície de contato da pele com o meio 
externo; 
Queimaduras 
 
 
• Queimadura de 3° grau: uma queimadura de 3° 
grau atinge todas as camadas da pele, além de 
tecidos subcutâneos, podendo também atingir 
músculos e ossos. Ela é caracterizada por um 
esverdeamento da pele, além de exposição de 
estruturas. Ao contrário dos outros tipos, essa 
queimadura não provoca dor porquê as 
terminações foram atingidas, impossibilitando a 
percepção de dor. No entanto, a cicatrização 
desse tipo de ferida provoca muito desconforto, 
dor e coceira; 
 
• Queimadura de 4° grau: uma queimadura de 4° 
grau atinge todas as estruturas, desde a 
epiderme até os ossos. Ela é caracterizada pela 
carbonização dos tecidos, gerando um tecido 
necrosado que exige remoção cirúrgica. Esse tipo 
de lesão é geralmente típico de exposição à 
baixas temperaturas sem a proteção necessária, 
principalmente nas extremidades. 
 
3. 
 - Essa classificação é definida pela porcentagem 
da extensão corporal atingida pela queimadura, sendo 
que, nesse tipo de classificação, cada parte do corpo 
possui uma porcentagem definida. 
 
 
 - A fisiopatologia da queimadura demonstra o que 
acontece na região lesionada quando exposta a um 
agente que provoca queimaduras. 
 - Inicialmente, ocorre uma exposição do 
colágeno local, o que provoca a liberação de uma 
porção de substâncias vasoativas, que caem na corrente 
sanguínea, desencadeando um mecanismo de defesa. Esse 
mecanismo vai provocar o edema intersticial devido ao 
exsudato de substâncias recrutadas para o reparo 
daquela lesão, como células do sistema imune e 
nutrientes. Esse edema pode ser tão intenso ponto de 
alterar várias funções do organismo. 
 
 
 
 
 
 - A lesão por queimaduras pode acarretar 
alguns efeitos no organismo, principalmente em casos de 
lesões mais graves, os quais serão descritos a seguir e 
acordo com sua gravidade: 
• Choque hipovolêmico: é o risco mais grave e 
momentâneo que pode ocorrer em um indivíduo 
com uma região considerável lesionada por uma 
queimadura. Isso ocorre porque os líquidos que 
correm nos vasos são deslocados para o espaço 
intersticial, dificultando a circulação sanguínea e 
de nutrientes. Dessa forma, ocorrem alterações 
na bomba cardíaca e na funcionalidade dos 
vasos, que ocorrendo simultaneamente, 
provocam o choque hipovolêmico; 
• Perda de eletrólitos: é o segundo risco mais 
grave que pode ocorrer em um paciente 
queimado. Ele ocorre devido à saída dos 
eletrólitos para o interstício, causando um 
desequilíbrio hidroeletrolítico no organismo, o que 
pode causar morte devido à falta de sais e 
minerais em outras partes do organismo; 
• Choque séptico: a partir do momento que ocorre 
uma queimadura, todas as funções de proteção 
da pele são perdidas. Dessa forma, o indivíduo 
corre sérios riscos de sofrer um choque séptico, 
ou seja, a falha de toda circulação do organismo, 
uma vez que agora ele encontra-se sujeito à 
infecções pelo fato de ter perdido a barreira 
protetora da pele. Além disso, as alterações 
provocadas pela lesão da queimadura também 
prejudicam o sistema imune, deixado o sujeito 
ainda mais propenso a infecções; 
• Acidose metabólica: Após uma lesão por 
queimadura, todo o metabolismo do organismo é 
modificado, ele torna-se mais elevado e ocorre 
maior gasto energético para reparo daquela 
lesão. No entanto, isso provoca um desequilíbrio 
que pode acarretar uma acidose metabólica; 
- Em resumo, uma queimadura tem capacidade 
de promover alterações na função cardíaca, 
gastrointestinal, renal e pulmonar. 
 
 - Para realizar uma abordagem em primeiros 
socorros deve-se, inicialmente, avaliar o cenário, ou 
seja, as causas e os riscos daquela lesão. Posteriormente 
deve-se buscar por ajuda, afastar a pessoa da fonte de 
calor e se as roupas estiverem queimando, deve-se 
buscar uma forma de abafar as chamas, seja rolando o 
chão ou com uma manta. Nunca deve-se permitir que a 
pessoa corra, uma vez que isso aumenta o contato com 
o oxigênio, podendo aumentar as chamas. 
 - Após o combate das chamas, deve-se avaliar 
o suporte básico de vida daquela pessoa, ou seja, suas 
capacidades respiratória e cardíaca, principalmente se 
ela estiver inconsciente. Independente de como esteja a 
queimadura, se a pessoa não estiver respirando ou com 
pulsação, as primeiras manobras devem ser realizadas 
para garantir o retorno desses parâmetros. 
 - Avaliadas as questões principais, deve-se 
avaliar a lesão, observando a profundidade, ou seja, o 
OBS: após a lesão por queimaduras é necessário 
remover a adereços, como anéis ou pulseiras, uma 
vez que, devido ao edema, esses objetos podem 
causar um torniquete na região lesionada. 
grau da lesão, a extensão da superfície corporal e as 
partes do corpo atingidas pelo agente térmico. Deve-se 
observar principalmente se órgãos funcionais, como mãos 
ou olhos foram atingidos, uma vez que isso aumenta a 
gravidade da lesão. Por fim, deve-se avaliar as condições 
de saúde e a idade da vítima, que também podem alterar 
a gravidade da lesão e por último, encaminhá-la ao 
serviço de saúde. 
 
- Para queimaduras de 1° e 2° graus, deve-se 
esfriar o local com água limpa e fria (temperatura 
ambiente ou cobrir com compressas úmidas para reduzir 
o calor e procurar um posto de saúde. 
- Para queimaduras de 3° e 4° graus, deve-se 
monitorar os sinais vitais, cobrir a vítima e leva-la ao 
hospital. 
 
 - As queimaduras elétricas são queimaduras muito 
frequentes que se diferem bastante das queimaduras 
térmicas. Nas queimaduras elétricas não há presença de 
grandes lesões e geralmente a pessoa é encontrada 
desacordada. Quando uma pessoa recebe uma descarga 
elétrica, a tendência é que a corrente elétrica passe 
por dentro do corpo e ela provoca uma pequena lesão 
na hora de sair do corpo, geralmente no local que se 
encontra em contato com o chão. 
 - As queimaduras elétricas são consideradas 
graves uma vez que a passagem da corrente elétrica 
dentro do organismo pode causar queimaduras internas 
das quais não é possível identificar a dimensão. 
 - Como procedimentos em casos de queimaduras 
elétricas, deve-se garantir a segurança de si próprio e 
de outros indivíduos que estejam no local. Deve-se 
desligara fonte dessa energia, seja pela tomada ou 
chave geral, avaliar os sinais vitais, deve atentar-se 
para o estado de choque e prevenir a perda de 
temperatura e chamar o socorro. 
 
 - As queimaduras químicas ocorrem quando o 
indivíduo entra em contato com agentes químicos 
corrosivos. Qualquer tipo de queimadura é considerado 
grave, uma vez que uma pequena quantidade de um 
agente químico pode provocar grandes estragos. 
 - Como procedimentos para esse tipo de 
queimadura, deve-se ler o manual de instrução do 
material ou entrar em contato com os bombeiros para 
saber quais medidas principais tomar. Caso isso não seja 
possível, deve-se lavar o local com água corrente e 
cobrir com um pano ou gaze limpos e buscar o serviço 
de saúde. 
 
 - São consideradas queimaduras graves as 
queimaduras que ocorrem nos seguintes casos: 
• Quando ocorre extensão/profundidade maior do 
que 20% em adultos; 
• Quando ocorre extensão/profundidade maior do 
que 10% em crianças; 
• Quando ocorre em pessoas com idade menor do 
que 3 anos ou maior do que 65 anos; 
• Quando há presença de lesão inalatória; 
• Quando há politrauma ou doenças prévias 
associadas; 
• Quando há queimaduras químicas; 
• Quando há trauma elétrico; 
• Quando áreas nobres são afetadas, como olhos, 
orelhas, face, pescoço, mão, pé, região inguinal, 
grandes articulações (ombro, axila, cotovelo, 
punho, articulação coxofemoral, joelho e 
tornozelo) e órgãos genitais, bem como 
queimaduras profundas que atinjam estruturas 
profundas, como ossos, músculos, nervos e/ou 
vasos desvitalizados, ou; 
• Em casos de violência, maus-tratos, tentativa de 
autoextermínio, etc; 
 
• Nunca remova roupas que estejam aderidas à 
pele, isso pode agravar a lesão; 
• Nunca deve-se esquecer de remover joias e 
adereços o mais rápido possível; 
• Nunca use pasta de dente, manteiga ou 
margarina, óleos de qualquer tipo, pomadas 
caseiras ou qualquer outro produto; 
• Nunca tomar medicamentos sem orientação 
médica; 
• Nunca esfrie mais de 20% da superfície e corporal, 
a menos que seja necessário para extinguir as 
chamas. No entanto, se houver a opção de 
abafamento, ela deve ser priorizada, uma vez 
que há risco de choque térmico; 
• Nunca perfure as bolhas; 
• Não dê água a pacientes com mais de 20% do 
corpo queimado; 
• Nunca coloque gelo sobre a queimadura; 
 
 
- Um indivíduo que sofreu uma queimadura precisa 
receber monitoramento laboratorial de diversas funções, 
como hemograma, creatinina, eletrólitos, etc. Além disso, 
ele precisa fazer exames de monitoramento clínico, para 
verificação da hidratação, função cardíaca, pulmonar, 
etc. Devem ser observadas as características da lesão, 
como presença de tecido necrótico, mal cheiro ou 
secreção, os fatores associados, como o agente 
causador, a extensão da lesão, outros traumas, 
comorbidades, lesão em vias aéreas, idade, imunidade, 
obesidade e nível de consciência. Deve-se atentar para 
a antibioticoterapia, nutrição e posição hídrica e de 
eletrólitos do paciente. 
- O tratamento básico de uma ferida queimada é 
lavar com soro fisiológico, aplicar compressas úmidas com 
soro fisiológico para alívio da dor, não rompes as bolhas, 
avaliar a necessidade de debridamento, uso de 
sulfadiazina de prata 1%, uso de coberturas especiais e 
controle da dor. 
 
 - O fisioterapeuta no atendimento ao paciente 
queimado deve seguir os seguintes procedimentos: 
1. 
O fisioterapeuta deve garantir uma boa condição 
ventilatória por meio do exame das narinas e boca, da 
ausculta pulmonar, da instalação do oxímetro de pulso e 
da oferta do auxílio ventilatório, quando for o caso. 
 - Garantida a boa condição respiratória, o 
fisioterapeuta deve executar técnicas respiratórias com 
objetivo de melhorar o padrão ventilatório do paciente. 
Dessa forma, devem ser realizados exercícios de estímulo 
de tosse, que vão incentivar na re-expensão pulmonar 
e promover a higiene brônquica, além de trabalhar 
padrões ventilatórios e associar exercícios ventilatórios e 
motores. 
 - Um exemplo de um dos exercícios que podem 
ser realizados é a técnica de shaker, na qual o paciente 
deve soprar um equipamento equivalente a um cachimbo. 
O paciente deve inspirar via nasal e expirar via oral, no 
equipamento, que vai gerar uma onda vibratória e 
percorrer todo o sistema respiratório promovendo o 
desprendimento da secreção. 
2. 
- Outro papel do fisioterapeuta no atendimento 
do paciente queimado é em relação ao posicionamento 
do paciente no leito. O bom posicionamento no leito deve 
englobar a prevenção terciária de sequelas, contenção 
com órteses, favorecimento da absorção de edemas, 
transferência do leito para cadeira, sentar no leito e 
prevenção de úlceras de decúbito. 
3. 
- Um terceiro papel do fisioterapeuta no 
atendimento ao paciente queimado é incentivar a sua 
deambulação precoce, uma vez que isso pode trazer 
vários benefícios ao paciente, como melhorar a condição 
vascular, favorecer a contração muscular ativa, 
incentivar a independência e oferecer suporte psíquico. 
4. 
- Fora do ambiente hospitalar, agora no 
ambiente clínico, o fisioterapeuta pode utilizar diversas 
técnicas de massoterapia para tratamento das cicatrizes 
do paciente. Existem as técnicas de amassamento, que 
promovem flexibilização dos tecidos, melhoria da fibrose, 
redução das aderências e da dor e descompressão das 
terminações nervosas e as técnicas de fricção, que vão 
promover a liberação de aderências, calor e 
vasodilatação. 
5. 
- A dermotonia é uma técnica também usada no 
ambiente clínico que pode substituir com complementar a 
massagem. A dermotonia é feita por um equipamento de 
sucção a vácuo que suga a pele ao encostar, 
promovendo uma massagem profunda, auxiliando na 
quebra de aderências e na mobilidade da cicatriz, uma 
vez que seus objetivos são melhorar a sensibilidade, 
elasticidade, oxigenação e reduzir a fibrose. Esse 
equipamento deve ser usado por cerca de 10 minutos, 
com pressão de 140 mmHg, com cabeçote pequeno. 
6. 
- As microcorrentes são correntes polarizadas, 
como a corrente galvânica, nas quais cada polo promove 
um determinado efeito. O polo negativo possui um bom 
efeito bactericida, mais voltado para processos 
inflamatórios, enquanto o polo positivo possui um efeito 
regenerador, mais voltado para processos de reparo e 
cicatrização. Esse recurso deve ser usado por 10 minutos, 
com frequência de 50 Hz e intensidade de 300 uA. 
7. 
- São equipamentos que favorecem a 
cicatrização, o realinhamento tecidual, a 
neovascularização e a quebra de fibroses e aderências. 
9. 
- As malhas compressivas são outro recurso 
usado com a orientação do fisioterapeuta para inibir a 
formação de tecido em reação à lesão causada na pele. 
Isso é necessário porque como as queimaduras provocam 
lesões muito intensas na pele e a pele reage também de 
forma muito intensa para reverter essa lesão. No 
entanto, nesse processo ocorre intensa produção 
tecidual e a apoptose celular não acompanha essa 
produção, o que resulta em intensa fibrose no local da 
lesão. Desse modo, as malhas são usadas para 
compressão, reduzindo a circulação e controlando a 
produção de tecido. Dependendo do caso essas malhas 
devem ser usadas por até anos após a queimadura. 
 
 
 
 
 
 
 
 - No âmbito da cirurgia plástica é importante 
diferenciar conceitos importantes, como o conceito e 
cirurgia estética e reparadora. A cirurgia estética é 
realizada no paciente que não possui nenhum problema 
de saúde e busca apenas por melhorias na sua aparência. 
Já a cirurgia reparadora é realizada no paciente que 
por algum acidente ou doença, teve alguma área do 
corpo deformada ou modificada. A principal diferença entre 
elas é que no caso da cirurgia reparadora, haverá uma 
melhora de 90% da condição anterior e o paciente estará 
muito satisfeitoe no caso da cirurgia estética, haverá 
mudança, mas não é uma mudança considerável e na 
maioria dos casos o paciente não estará 100% satisfeito 
com a mudança. 
 
 - Os tipos de cirurgias plásticas mais comuns 
atualmente são as cirurgias de implante de cabelo, 
blefaroplastia superior ou inferior, ou seja, retirada do 
excesso de gordura da pálpebra superior ou inferior dos 
olhos, rinoplastia, otoplastia (cirurgia da orelha de 
abano), ritidoplastia ou lifiting facial, que vai basicamente 
esticar a pele do rosto, mamoplastia redutora ou de 
aumento, reconstrução mamária, dermolipectomia 
braquial, abdominal ou crural (retirada do excesso de 
gordura da região abaixo do braço, do abdômen ou da 
coxa) e lipoaspiração. 
 
 
 
 
 
 
 - O fisioterapeuta vai atuar principalmente no pós 
operatório dessas cirurgias, cuidando da cicatriz 
promovendo sua mobilidade e evitando fibroses, contendo 
o edema por meio da drenagem linfática e promovendo a 
mobilidade, ou seja, o pós operatório não é 
completamente em repouso. 
 
 - A cirurgia bariátrica é uma cirurgia realizada 
para tratar a obesidade, ou seja, com enfoque na 
redução de peso. As pessoas indicadas à cirurgia 
bariátrica são pessoas que se encontram nos graus I e 
II de obesidade. 
 - Existem dois tipos de cirurgia bariátrica, que 
dependem do tipo de obesidade e do paciente. O primeiro 
tipo é uma cirurgia restritiva, que promove a redução da 
capacidade de armazenamento do estômago e de sua 
velocidade de esvaziamento. O segundo tipo é uma 
cirurgia disabsortivas, que promove a exclusão de 
grandes segmentos do intestino delgado reduzindo o 
tempo de contato dos nutrientes, portanto dificultando a 
sua absorção. 
 - As complicações mais comuns nesse tipo de 
cirurgia são trombose venosa profunda, tromboembolismo 
pulmonar e atelectasia (redução do pulmão). 
 - O fisioterapeuta deve atuar nesses casos 
indicando exercícios respiratórios, circulatórios, fazendo 
orientações gerais no pré e pós cirúrgico, trabalhando 
Cirurgia plástica 
 
na prevenção da trombose venosa profunda, orientando 
quanto à importância da atividade física, cuidando da 
cicatrização e levando o paciente para o banho de sol. 
 - No centro cirúrgico o fisioterapeuta será o 
responsável por colocar as malhas compressivas. 
 
 
 
 
 
 
 
- A drenagem linfática manual é uma técnica de 
drenagem dos líquidos intersticiais utilizando as mãos do 
terapeuta. O sistema linfático é o responsável por essa 
função, ou seja, a função de drenar o excesso de líquidos 
intersticiais dos tecidos para o sistema venoso. O sistema 
linfático possui linfonodos, estruturas responsáveis por 
filtrar esse líquido antes que ele chegue à circulação, 
evitando, dessa forma, a contaminação do sangue por 
agentes agressores que podem estar presentes nesse 
líquido. No entanto, quando esse sistema apresenta falhas 
a drenagem linfática deve ser realizada, como forma de 
auxiliar essa drenagem. 
 
 - O sistema linfático constitui uma via secundária 
ou acessória de recolhimento de líquidos intersticiais, 
absorvendo-os e transportando-os até o sistema venoso. 
 - A rede linfática é encontrada em todo o corpo 
humano com exceção do SNC, parte profunda dos nervos 
periféricos, medula óssea e estruturas não 
vascularizadas. 
- O sistema linfático possui células do sistema 
imune, capazes de combater qualquer substância 
estranha presente na linfa antes que ela retorne aos 
vasos, realizando, portanto, seu papel de defesa 
imunológica no organismo além da função de promover o 
retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea. 
 
 
 
 
 1. 
 - O sistema linfático é constituído pelos seguintes 
órgãos: timo, baço, gânglios linfáticos, amígdalas e 
folículos linfoides das mucosas. 
 2. 
 - O sistema linfático tem início no espaço 
intersticial, com os canais pré-linfáticos. Esses canais, 
além de possuírem microfilamentos que auxiliam na sua 
fixação e sustentação, possuem pequenos canais que vão 
conduzir o líquido intersticial ao capilar linfático. A partir 
do momento que o líquido intersticial entra no capilar 
linfático, ele é denominado linfa. 
 - Esses capilares linfáticos vão se unificando, 
aumentando de calibre, formando um vaso maior, que 
agora passa a ser denominado vaso pré-coletor. Os 
vasos pré-coletores também se unificam, originando o 
vaso coletor, de maior calibre. A diferença entre eles 
encontra-se na presença de válvulas nos vasos 
coletores, que impedem o retorno da linfa. Além disso, 
nos vasos coletores também se encontram os linfonodos, 
organizados em grupos de várias unidades e em 
localizações específicas do organismo, geralmente 
próximos à articulações. 
 - Os vasos coletores, por sua vez, também se 
unificam, constituindo os troncos linfáticos que se unificam 
e originam os dois ductos linfáticos, o ducto linfático direito 
e o ducto torácico esquerdo. O ducto linfático drena a 
linfa proveniente do membro superior direito, hemiface 
Drenagem linfática 
 
direita e hemitórax direito. Já o ducto torácico esquerdo 
drena a linfa da hemiface esquerda, membro superior 
esquerdo, hemitórax esquerdo e membros inferiores. 
 3. 
 - Os linfonodos são unidades estruturais do 
sistema linfático, com formato circular, constituídos por 
células reticulares, ou seja, células com função de 
fagocitose e pinocitose e células linfoides, que contém 
memória imunológica. Dessa forma, os linfonodos são 
constituídos por linfócitos, macrófagos e anticorpos que 
vão realizar essa filtragem. Eles estão localizados no 
tecido adiposo e por isso não são palpáveis. 
4. 
- A linfa é constituída por 90% de água, possui 
tom amarelado e circula 5 ou 6 vezes mais lento que o 
sangue. 
- Sob condições normais, há um equilíbrio entre 
a quantidade de fluido que sai dos capilares sanguíneos 
arteriais e a que retorna à circulação venosa. No 
entanto, há uma pequena diferença de pressão entre a 
saída e entrada dos líquidos dos vasos, o que provoca 
um pequeno acúmulo desses líquidos no interstício, que 
são drenados pelo sistema linfático. O sistema linfático tem 
capacidade de absorver 10% do líquido filtrado pelos 
capilares arteriais por dia (2 litros dos 20 litros se sangue 
filtrados por dia). Normalmente, são drenados 2 a 4 litros 
de linfa por dia. 
- A formação da linfa no interstício depende de 
alguns fatores, dentre eles, diferentes pressões nos 
capilares, diferentes pressões nos interstícios, variável 
segundo o dia e atividade física do indivíduo e direção 
centrípeta. 
 
 - A drenagem linfática favorece e aumenta a 
capacidade de transporte dos capilares linfáticos, 
aumentando o seu potencial de carga e 
consequentemente, aumentando a velocidade da 
condução da linfa, bem como a quantidade de linfa 
conduzida pelo sistema linfático. 
- A drenagem linfática manual trabalha na 
drenagem dos vasos linfáticos superficiais. Os vasos 
linfáticos profundos são trabalhados por meio movimentos 
musculares, uma vez que é a bomba muscular que vai 
auxiliar na drenagem desses vasos. 
- A técnica de drenagem deve ser realizada em 
pressão e velocidade adequadas, uma vez que o sistema 
linfático é superficial e funciona em uma pressão baixíssima 
e velocidade muito lenta. Esses parâmetros devem ser 
adequados uma vez que o sistema linfático precisa de 
tempo para que a linfa seja filtrada pelos linfonodos e não 
haja contaminação da circulação sanguínea. 
 - Além disso, a drenagem deve ser realizada em 
sentido distal para proximal, respeitando o sentido da 
linfa. 
 - Antes do início da drenagem propriamente dita, 
é importante drenar primeiro o conjunto de linfonodos, 
como forma de não acumular a linfa nessas estruturas. 
 - Para realizar a drenagem, o segmento deve 
estar em posição de drenagem, a pressão exercida deve 
seguir sempre o sentido fisiológico da drenagem, adrenagem deve ser iniciada pelas manobras que facilitem 
a evacuação, o descongestionamento das vias linfáticas 
e as manobras devem ser realizadas com pressões 
suaves, lentas, intermitentes e relaxantes. 
 - As manobras devem ser realizadas de 5 a 7 
vezes na mesma área. Elas serão adaptadas às áreas 
do corpo a serem tratadas. A drenagem deve ter uma 
fase pressórica (com pressão) e uma fase sem pressão, 
para permitir a condução da linfa. 
 1. 
 - Existem três manobras diferentes que podem 
ser usadas para realização da drenagem linfática. Essas 
manobras devem ser realizadas sempre direcionando a 
linfa ao linfonodo mais próximo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doador: nessa manobra o terapeuta posiciona uma de 
suas mãos com o indicador perpendicular ao corpo do 
paciente e a outra mão deve estar com o dedo mínimo 
perpendicular ao corpo do paciente. As mãos devem estar 
uma ao lado da outra e o terapeuta deve realizar a 
técnica passando as palmas das mãos no corpo do 
paciente e retornando à posição inicial; 
 
2.
 - O esvaziamento dos linfonodos deve ser 
realizado em todos os linfonodos, sempre antes de 
realizar a manobra de drenagem. Esse esvaziamento 
também pode ser realizado após a drenagem. Ele é 
realizado por meio de leves pressões aplicadas sobre a 
área do linfonodo. A segui serão descritas todas as áreas 
nas quais deverá ser realizado bombeamento de 
linfonodos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bracelete: nessa manobra 
as mãos do terapeuta 
devem envolver o membro 
a ser tratado; 
Passar e enviar: nessa 
manobra o terapeuta 
posiciona suas mãos uma 
ao lado da outra e realiza 
a pressão em uma mão 
enquanto relaxa a outra; 
 
Pescoço: para estimular os 
linfonodos do pescoço 
deve-se posicionar as mãos 
na região lateral de cada 
lado, na porção média do 
pescoço; 
 
Supraclavicular: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos acima 
da clavícula, ocupando 
todo o espaço 
supraclavicular; 
Infraclavicular: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos abaixo 
da clavícula, com os dedos 
paralelos à mesma; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.
- Para realizar drenagem na região facial deve-
se primeiramente estimular os linfonodos supra e infra 
claviculares, os linfonodos do pescoço, submentonianos (1), 
submandibulares (2), e pré (3) e retoauriculares (4). 
 
Intramamária: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos entre as 
mamas da paciente; 
Axilar: para estimulação 
dos linfonodos dessa região 
deve-se posicionar as mãos 
no centro das axilas; 
Cisterna do quilo: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos 
sobrepostas um pouco 
acima do umbigo. A 
compressão deve ser feita 
sempre durante a 
expiração do paciente; 
Supra ilíaco: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos 
sobrepostas acima da crista 
ilíaca no paciente, dos dois 
lados; 
Inguinais internos: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos 
sobrepostas na coxa, ao 
lado da virilha; 
Inguinais externos: para 
estimulação dos linfonodos 
dessa região deve-se 
posicionar as mãos 
sobrepostas na parte 
interna da coxa; 
Poplíteo: para estimulação 
dos linfonodos dessa região 
deve-se posicionar as mãos 
sobrepostas na região 
posterior do joelho; 
Maleolar: para estimulação 
dos linfonodos dessa região 
deve-se posicionar as mãos 
na região posterior dos 
maléolos de cada lado; 
- Então inicia-se a drenagem fazendo 
movimentos circulares com as falanges pelo queixo (1), 
orbicular dos lábios (2) e região nasogeniana (3), levando 
a linfa aos submandibulares. Posteriormente, com os 
mesmos movimentos faz-se a drenagem da bochecha (4), 
orbicular dos olhos (5), pálpebras, sobrancelhas e testa 
(6), levando a linfa aos pré-auriculares. Por fim, faz-se 
a drenagem na região de origem do couro cabeludo, 
seguindo pela retroauricular e descendo pelo pescoço. 
 
- Deve-se lembrar sempre de estimular os 
linfonodos durante o processo. 
1. 
- A drenagem linfática é indicada em casos de 
edemas, linfedemas, fibro edema gelóide, queimaduras e 
pós operatório de cirurgias plásticas. 
2. 
- A drenagem linfática é contraindicada em casos 
de insuficiência cardíaca congestiva, processo infeccioso 
em atividade, trombose venosa e processo maligno em 
atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 - A eletrolipólise é uma técnica voltada para o 
tratamento de adiposidades e acúmulo de ácidos graxos 
localizados. A técnica consiste na inserção de uma 
corrente elétrica de baixa frequência (10 a 50 Hz), por 
meio de uma agulha de acupuntura conectada ao 
equipamento. Essa corrente elétrica vai promover 
reações dentro das células de gordura, promovendo sua 
lipólise e direcionamento dessa gordura para o sistema 
circulatório, onde poderá ser consumida pelo organismo 
em forma de energia e eliminada. 
 - Essa técnica pode ser aplicada em diferentes 
locais, desde que haja possibilidade de penetração do 
eletrodo. Para isso, existem diferentes tamanhos de 
agulhas. 
 
 - O tecido adiposo é amplamente distribuído no 
tecido subcutâneo, mas quanto a quantidade, ela 
apresenta diferenças regionais influenciadas pelo sexo e 
idade. 
 - No homem a gordura localizada encontra-se 
na nuca, áreas subcutâneas que recobrem o deltoide, 
tríceps, região lombossacra e nádegas. 
 - Na mulher a gordura localizada encontra-se 
nas mamas, nádegas, região epitrocanteriana, na parte 
anterior da coxa e no culote. 
 
 
 
 
 
 
 
- A técnica de eletrolipólise é mais procurada 
por mulheres devido à incidência da celulite. A celulite é 
uma alteração do tecido adiposo que provoca o aumento 
da espessura e consistência dos tecidos, infiltração 
edematosa no tecido subcutâneo, polimerização da 
substância fundamental, aderências superficial ou 
profunda, alterações circulatórias e reação fibrótica. 
 
 - Inicialmente, é necessário definir o tamanho da 
área tratada, se o tratamento será de celulite ou para 
gordura localizada e a partir disso, definir quantos 
eletrodos serão necessários. 
 - Alguns equipamentos possuem muitos canais, 
permitindo o tratamento de grandes áreas 
simultaneamente, uma vez que cada canal possui duas 
agulhas. 
 1. 
 - A eletrolipólise pode provocar dois efeitos 
distintos no organismo a partir da penetração da 
corrente elétrica na pele e do seu contato com a 
gordura. 
- O primeiro efeito, denominado efeito joule, é a 
produção de calor na área de circulação da energia 
produzida pela corrente elétrica. A produção de calor 
Eletrolipólise 
 
 
acarreta um segundo efeito que é a vasodilatação e 
aumento da circulação no local. 
- O segundo efeito é o efeito eletrolítico, o qual 
induz um movimento iônico que modifica as polaridades da 
membrana celular, permitindo a lipólise das células de 
gordura. 
- O terceiro efeito é o efeito neuro-hormonal, 
o qual promove a estimulação do SNC que como 
consequência, promove a liberação de catecolaminas com 
aumento de AMP cíclico e aumento da hidrólise de 
triglicerídeos. 
2.
- As agulhas devem ser introduzidas em nível 
hipodérmico, utilizando-se uma distância de 4 centímetros 
entre elas. Pode-se fazer o uso de alguns artefatos, 
como tubos guias para aplicação das agulhas. O início da 
aplicação deve ser verticalizado e posteriormente um 
pouco horizontalizado, para garantir que a agulha esteja 
em contato com o tecido adiposo e evitar que ela atinja 
outros órgãos. No entanto, em casos de pessoas que 
possuem espessa camada de gordura, não há problema 
na aplicação verticalizada dessa agulha. 
- Posteriormente deve conectar a ponta dos 
eletrodos nas agulhas, fixa-los

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