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FACULDADE ESTÁCIO DE CASTANHAL 20 06 22

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE BELÉM 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
ANA PAULA CRUZ ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO 
TERCEIRO SETOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-Pará 
2022 
 
 
 
ANA PAULA CRUZ ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO 
TERCEIRO SETOR 
 
 
 
 
 
 
Artigo desenvolvido apresentado à 
Universidade Estácio Belém, Curso de 
Ciências Contábeis, como requisito parcial 
para obtenção de nota, e conclusão da 
disciplina TCC em Trabalho de Conclusão de 
Curso. 
 
Orientador: Prof. Nazaré Doriene de Melo 
Reis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém-Pará 
2022 
 
 
IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO 
TERCEIRO SETOR 
 
Ana Paula Cruz Alves1 
Nazaré Doriene de Melo Reis2 
 
RESUMO: O presente artigo tem como principal escopo, demonstrar a importância da 
contabilidade para as tomadas de decisões no terceiro setor. com o desenvolvimento 
do terceiro setor nos últimos anos, sua importância passou a ser fundamental para a 
sociedade, em diversificadas áreas da contabilidade dentro das entidades. Buscou-se 
elaborar uma apreciação e entendimento sobre a contabilidade no terceiro setor, a 
contabilidade tem seu papel na prestação de serviços nesse modelo de organização 
sendo imprescindível nas tomadas de decisões em relação aos recursos destinados as 
entidades se a contabilidade não estiver dentro das normas previstas, a certificação 
será recusada, por falta de uma informação ou a realização de uma contabilidade que 
não respeite as normas, a entidade pode perder a certificação ou não conseguir. Os 
objetivos específicos são: Identificar as normas contábeis e tributarias aplicada ao 
terceiro setor e Descrever a respeito das obrigações tributárias das entidades sem fins 
lucrativos. A escolha do tema deve-se ao crescimento e a importância do terceiro setor 
em várias áreas de atuação na sociedade e por isso é necessário um enfoque mais 
preciso a essas instituições. a elaboração deste trabalho foi realizada pesquisa 
bibliográfica em fontes secundarias, através de Consultas em revistas, livros, Artigos e 
sites relacionados ao assunto. Como justificativa da pouca exploração do assunto em 
ambiente acadêmico tampouco ambiente externo, sendo um assunto bem extenso 
voltado totalmente para a sociedade sendo bem interessante entender como funciona 
a contabilidade nesse meio organizacional. 
 
Palavras Chave: Terceiro setor. Contabilidade. Organizações. Transparência. Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Discente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Sá: E-mail: paulaedr@hotmail.com 
2 Professora M. Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Sá – Belém. 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
Os setores da economia são divididos da seguinte forma; primeiro setor, formado 
pelo Governo, ou setor público; o segundo setor é constituído pelas organizações 
privadas, com fins lucrativos, e o terceiro setor formado pelas entidades sem fins 
lucrativos (ongs, institutos, Fundações, Entidades beneficentes). Pouco se fala em 
terceiro setor e suas atividades, como se dá a implantação de seus serviços, da 
contabilidade em sua gestão, sua tributação e outras curiosidades e expectadores que 
tem interesse de estudo e interesse em suas oportunidades de trabalho, já que não 
visão lucro, como sobrevivem diante das adversidades? 
 Como exercem e demonstram suas atividades financeiras a sociedade? Quais 
as normas Contábeis Aplicadas? Segundo dados apurados divulgados pela pesquisa 
Fundações privadas e Associações sem fins lucrativos indicam que existem no Brasil 
815.676 mil Organizações da Sociedade Civil, com dados referentes ao ano de 2020 
iniciativa do instituto de pesquisa econômica Aplicada (IPEA). Do total, 81% delas São 
classificadas como Associações sem fins lucrativos 17% como organizações religiosas, 
sendo que as fundações representam apenas 1,5% de todas as organizações da 
sociedade civil Brasileira. 
O terceiro setor Surge devido a Brechas existentes na sociedade mais carente 
de serviços sociais, assim um grupo de pessoas que se envolvem em uma causa em 
prol de do mesmo ideal, que é buscar atender a necessidade de assistência Social que 
o estado não é capaz de suprir, sejam elas educação, saúde, esporte, cultura ou até 
mesmo lazer. Podem se denominar entidades de interesse social, podendo ter vários 
aspectos e formas de prestarem serviços a sociedade necessitada. 
O terceiro setor, no passar dos anos tem ganhado uma relevância maior a 
respeito de suas atividades, se tem curiosidade sobre como trabalhar com essas 
instituições, o Contador têm um leque de opções a respeito dessas instituições apesar 
de não visarem o lucro ou prejuízo e possuírem alguns benefícios fiscais, elas tem 
obrigações fiscais como qualquer outra organização com fins lucrativos, precisam 
manter a contabilidade idônea e com informações confiáveis, e a contabilidade em 
perfeitas condições é de suma importância para o bom funcionamento de qualquer 
gestão. 
Vivemos tempos em que a sociedade apresenta um profundo descrédito em 
relação às instituições políticas tradicionais, partidos políticos e setor empresarial. 
Trata-se de um contexto que estimula uma, certa indiferença e até mesmo descrença 
6 
 
nas iniciativas do terceiro setor, isso ocorre devido à contradição desses setores, que, 
muitas vezes, vão de encontro à experiência prática das pessoas. Daí a necessidade 
de manter padrões éticos, claros e sólidos. 
Diante do que foi relatado apresenta-se como problema de pesquisa quais as 
contribuições da contabilidade Aplicada no terceiro setor para tomada de decisão? 
Diante do exposto o objetivo geral é identificar as contribuições da contabilidade no 
terceiro setor para tomada de decisão. Os objetivos específicos são: Identificar as 
normas contábeis e tributarias aplicada ao terceiro setor e descrever a respeito das 
obrigações tributárias das entidades sem fins lucrativos; demonstrar aspectos legais 
e os principais tipos de entidades que compõem o terceiro setor. 
 A escolha do tema deve-se ao crescimento e a importância do terceiro setor 
em várias áreas de atuação na sociedade e por isso é necessário um enfoque mais 
preciso a essas instituições. Com justificativa da pouca exploração do assunto em 
ambiente acadêmico tampouco ambiente externo, sendo um assunto bem extenso 
voltado totalmente para a sociedade sendo bem interessante entender como funciona 
a contabilidade nesse meio organizacional. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE 
A contabilidade surge através do homem primitivo, quando ele começou a 
calcular a quantidade de ferramentas de caça e animais no rebanho, com a evolução 
das civilizações na cidade de Uruk 4 mil anos antes de Cristo, as técnicas foram de 
escrituração em grandes placas de argila. 
Os primeiros livros contábeis surgiram no Egito antigo, eram de papiro e 
registravam a produção de alimentos, os egípcios também começaram a usar valores 
monetários em ouro e pratos já os gregos utilizavam técnicas para prestação de 
contas dos governantes ao povo. De acordo com IUDICIBUS, 2010, p.25). Afirma que: 
 
A contabilidade surgiu há 2.000 anos a.C. Os primeiros exemplos de 
contabilização foram encontrados na Suméria e Babilônia, que hoje é 
nomeado Iraque, também no Egito e China. A Contabilidade se originou a 
partir de registros em comércios, em que os comerciantes trocavam seus 
produtos e, de forma simples, anotavam suas obrigações, seus direitos e os 
bens de terceiros. A evolução da Contabilidade foi lenta até o surgimento 
da moeda. (IUDÍCIBUS, 2010, p.25). 
 
 
 
7 
 
 
 
 Na visão do autor, somente entre os séculos XI e XV a contabilidade passou a 
ter destaquecom a expansão comercial, ela virou base para as trocas de produtos e 
serviços. Nessa época, o frei Luca pacioli publicou o método das partidas dobradas, 
indicando que todo crédito corresponde a um débito no mesmo valor. 
 Esse sistema é utilizado até hoje, com a revolução industrial a produção em 
escala se tornou possível. Assim, foi desenvolvida a contabilidade de custos para 
controle dos gastos com matéria-prima e mão de obra, as multinacionais foi a vez da 
padronização das práticas contábeis e interpretação das informações operacionistas 
em qualquer lugar do mundo. Segundo Iudícibus, Martins e Carvalho (2005, p 8): “[...] 
a contabilidade nasceu das necessidades dos gestores à procura de um modelo que 
inicialmente foi descritivo, e, posteriormente, com sua evolução, passou a ter caráter 
mais marcadamente preditivo”. 
Atualmente, as plataformas de automatização possibilitam que tarefas antes 
manuais, sejam executadas mais rapidamente e assim os contadores têm mais tempo 
para as análises já o armazenamento na nuvem e a proteção de dados garantem mais 
segurança e possibilitam o acesso remoto das informações. 
A sociedade vive um momento histórico, a crise econômica que o mundo está 
passando, questiona o desenvolvimento das organizações. E de que modos isso 
afetará o terceiro setor, que sobrevive dos recursos repassados pelo governo e pelas 
empresas privadas. 
 
2.2 CONCEITO DE TERCEIRO SETOR 
O terceiro setor é conceituado como um termo sociológico que surgiu nos 
Estados Unidos. Formado por organizações privadas que são sem fins lucrativos e 
não governamentais que buscam promover as transformações sociais através de 
serviços de caráter público. 
As principais características são fundamentais para o funcionamento de uma 
instituição do terceiro setor, em um primeiro momento precisa-se de mão de obra 
voluntária, no segundo momento é necessário ser constituída formalmente em seu 
terceiro momento é determinante que se tem uma gestão própria, no quarto momento 
fica estabelecido que as decisões da entidade não podem sofrer interferências 
governamentais. 
 
8 
 
 
 Na visão de CAMPOS, MOREIRA, SCALZER, (2014, P87). Afirmam que: 
 
O terceiro setor (ou Economia Social também chamado de organizações sem 
fins lucrativos) inclui cooperativas, associações sem fins lucrativos, 
fundações e empresas sociais. As organizações do terceiro setor assumem 
vários recursos que diferem de acordo com o ambiente econômico e político, 
e assim eles diferem entre os países e também revelam aspectos particulares 
quando comparados com outros setores (CAMPOS, MOREIRA, SCALZER, 
2014). 
 
 
De acordo com os autores, atualmente existe a divisão de responsabilidades 
novos modelos de negócios e iniciativas sociais o cenário atual de investimento social 
se fortaleceu por conta dos eventos econômicos culturais e sociais que aconteceram 
no Brasil e no mundo, mas apesar do grande crescimento econômico na última década 
o Brasil ainda é um país em desenvolvimento e enfrenta diversos desafios 
socioeconômicos. 
 Outro aspecto importante do contexto atual, é que a classe média trabalhadora 
cresceu em quantidade de pessoas e em renda percapita. Isso significa que mais 
pessoas fazem parte da classe média e que a renda delas aumentou, esse aumento 
não foi suficiente para garantir de forma plena o acesso a diversos serviços privados. 
 Em 2010, vem no médico e odontológico ou escolas particulares por exemplo 
em 2010 existiam 290.692 fundações privadas e associações sem fins lucrativos no 
Brasil divididas nas categorias religião, associações patronais e profissionais defesa 
de direitos cultura e recreação assistência social educação e pesquisa saúde meio 
ambiente habitação outras instituições. 
 
2.3 O SISTEMA DE CONTABILIDADE PARA ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO 
SETOR 
O sistema da contabilidade surge devido a brechas existentes na sociedade 
mais carente de serviços sociais. Um grupo de pessoas que se envolvem em uma 
causa em prol de do mesmo ideal, que é buscar atender a necessidade de assistência 
Social que o estado não é capaz de suprir, sejam elas educação, saúde, esporte, 
cultura ou até mesmo lazer. 
O terceiro setor aos espaços deixados pelo Governo no caso o primeiro setor 
nas ações de educação, assistência social, saúde, comunicação, profissionalização, 
dentre outras, buscando melhoria para a sociedade (MAÑAS, MEDEIROS, 2012). De 
9 
 
acordo com Paes (2006, p.122), assegura que “o terceiro setor tem o poder de 
mobilizar um grande volume de recursos humanos e materiais para fomentar 
iniciativas voltadas para o desenvolvimento social, daí a sua relevância.” 
Segundo Silva (2015, p. 8), “isso enriquece e complexifica a dinâmica social, 
pois é a presença de uma esfera pública não-estatal e de empresas privadas com 
sentido público”. Trabalham buscando o benefício do meio social da comunidade. 
 
2.4 GRUPOS PERTENCENTES AO TERCEIRO SETOR 
Grupos do terceiro Setor: Fundações, Associações, Organizações sindicais, 
Organizações religiosas, os partidos políticos. "As Fundações são instituições 
responsáveis pelo financiamento e arrecadação de fundos para o Terceiro Setor. 
Atuam, geralmente, na arrecadação de renda para o seu uso em tempos de crise, 
período em que diminuem as doações e aumentam os problemas sociais. 
Muitas dessas fundações são financiadas por empresas particulares. Exemplo: 
Fundação (Bradesco). As Associações são instituições formadas por grupos de 
pessoas com um interesse ou causa em comum, desde que este não seja de caráter 
mercadológico. Ou seja, não pretenda lucrar. Um exemplo fácil são associações de 
moradores ou de times. Cabe ressaltar que nem toda associação pertence ao Terceiro 
Setor, pois, para isso, sua finalidade precisa estar direcionada ao interesse da 
sociedade e não dos próprios associados. 
As Organizações Não Governamentais (ONGs) também chamadas atualmente 
de Organizações da Sociedade Civil (OSCs), são entidades nascidas, organizadas e 
com participação da população. Considerada uma das maiores referências do 
Terceiro Setor, é, sem dúvidas, uma entidade sem fins lucrativos, não vinculada ao 
governo e com foco em ações de interesse público. As ONGs/OSCs, tratam dos mais 
diversos temas e interesses, tais como saúde, trabalho, educação, cidadania, entre 
outros. 
A Constituição federal estabelece as Hipóteses de Imunidade de impostos ás 
entidades sem fins lucrativos no artigo 150 ¨C¨ Sem prejuízo de outra garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado a União aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e 
de assistência social, sem fins Lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Em 1999, o 
10 
 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou as primeiras Normas Brasileiras 
de Contabilidade Técnicas, NBC T particulares ao terceiro setor. 
A evidenciação contábil específica a transparência exigida para que essas 
entidades consigam a compensação das isenções. Em setembro de 2015, a 
Interpretação Técnica Geral 2002 passou por sua primeira revisão (R1). As alterações 
esclareceram sobre o tratamento contábil às subvenções e ao trabalho voluntário. 
A ITG 2002 (R1) é a norma que regulamenta a contabilidade das entidades do 
terceiro setor no Brasil, abrangendo instituições de assistência social, entidades 
religiosas, partidos políticos, sindicatos, entidades de cunho cultural, entre outras. 
Além da ITG 2002 (R1), outras normas são aplicadas às entidades sem fins lucrativos 
no Brasil, entre elas estão: os Princípios de Contabilidade e a Norma Brasileira de 
Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias 
Empresas. 
As entidades sem fins lucrativos também têm a obrigatoriedade de prestar 
contas ao Ministério da Previdência e AssistênciaSocial (MPAS), ao Conselho 
Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelas Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público (OSCIP). A contabilidade é um dos instrumentos para que as 
entidades sem fins lucrativos, do terceiro setor, atendam às exigências da lei e 
forneçam informações econômicas e financeiras a todos os stakeholders. Art. 
(23/06/2021 Por Accontfy). 
 A contabilidade tem seu papel na prestação de serviços nesse modelo de 
organização sendo imprescindível para as tomadas de decisões em relação aos 
recursos destinados. Porém, têm algumas peculiaridades que demandam uma 
adoção mais criteriosa das práticas da contabilidade, nesse ramo de atuação contábil, 
mas sendo atuante desde a criação da entidade, ao desenvolver de suas atividades 
tendo sua relevância para as tomadas de decisões dentro das entidades. (Manual de 
procedimentos para o terceiro setor – Aspectos de gestão e de contabilidade para 
entidades de interesse social pg; 28,29) 
 
2.5 CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR PARA 
TOMADA DE DECISÕES. 
O patrimônio das entidades é o objetivo da contabilidade. Portanto, para Peyon 
(2004), “a contabilidade estará presente onde existir um patrimônio para ser 
administrado, seja ele pertencente a uma pessoa física ou a uma pessoa jurídica.” O 
11 
 
patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações e as entidades podem ser com 
ou sem fins lucrativos. 
A contabilidade não se resume apenas ao lucro, apesar de ser ferramenta 
necessária para a correta apuração desse. O objetivo se relaciona estritamente com 
o patrimônio. Sabemos que as entidades sem finalidade lucrativa são aquelas em que 
o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou 
prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit, O enfoque desse 
conteúdo é a evidenciação contábil dessas entidades, tentar explicar de forma mais 
clara e concisa possível a atuação da contabilidade dentro das organizações sem fins 
lucrativos. 
A transparência do terceiro setor pode ser auxiliada pela contabilidade os 
usuários possuem interesses nas informações sobre serviços prestadas pelas 
entidades, organismos como bancos, financeiras, governo, incluindo os empregados, 
necessitam conhecer a capacidade de desempenho para cumprimento das suas 
obrigações perante a esses usuários ou interessados nas informações. 
 Portanto visam proporcionar benefícios sociais, são unidades econômicas, 
precisam obter recursos para a própria sobrevivência e manutenção das atividades 
(estes recursos podem ser públicos e/ou privados), não deve haver qualquer 
distribuição de resultados aos seus membros ou colaboradores, reinvestindo os 
superávits obtidos; − podem gozar de privilégios fiscais, conforme a legislação vigente. 
Segundo Castelli (1999, p.317), citado por Araújo (2005, p.58), conceituam que: 
 
A garantia do equilíbrio necessário à continuidade da entidade deve estar 
relacionada ao processo de gestão, que deve: ser estruturado com base no 
processo de decisão. contemplar as fases de planejamento, execução e 
controle das atividades das entidades, ter o suporte de sistemas de 
informações que deem subsídios às decisões. Uma das dúvidas mais 
frequentes dos usuários de entidades de interesse social se refere à lei 
aplicável à contabilidade das instituições que administram. Castelli (1999, 
p.317, citado por Araújo 2005, p.58) 
 
 
 Até 24.03.1999 não havia por que falar em legislação específica, pois nosso 
ordenamento jurídico não nos contemplava com tal nível de elucidação. Restava 
utilizarmo-nos, por analogia, de legislações pertinentes a outras figuras do mundo 
jurídico, aplicável a sociedades anônimas (Lei n. º6.404, de 15.12.1976). 
No entanto, a Lei n.º 9.790, de 23.03.1999, e sua regulamentação inserem-se 
de forma inquestionável no Direito positivo brasileiro como a legislação que deve servir 
12 
 
de parâmetro e de referência para a contabilidade das entidades sem fins lucrativos, 
uma vez que as demonstrações que a Lei n.º 9.790/1999 exige das entidades têm 
suas estruturas estabelecidas na Lei das Sociedades Anônimas (n.º 6.404/1976). 
A referida lei exige que a entidade insira em seu estatuto a obrigatoriedade da 
“observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras 
de Contabilidade” Na atualidade, mais precisamente a partir de 21.09.2012, o 
Conselho Federal de Contabilidade, visando consolidar e integrar as resoluções e 
normas que tratam das entidades de interesse social, emitiu a Resolução CFC n.º 
1.409/2012. 
Aprovando a Interpretação Técnica Geral (ITG 2002) –Entidades Sem 
Finalidade de Lucros, cujo objetivo é estabelecer critérios e procedimentos específicos 
de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de 
estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem 
divulgadas em notas explicativas das entidades sem fins lucrativos. 
As demonstrações contábeis a serem elaboradas pelas sociedades passam a 
ser: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração de 
lucros ou prejuízos acumulados e demonstração dos fluxos de caixa, houve 
substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos pela 
Demonstração dos Fluxos de Caixa no caso das entidades cujo Patrimônio Líquido 
seja igual ou superior a 2 milhões de reais, na data do Balanço. Para organizações 
sem fins lucrativos, devem constar nas demonstrações contábeis: 
Balanço patrimonial: Destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, 
numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade. O Balanço 
evidencia os recursos que a entidade possui: os de natureza circulante, os de natureza 
não circulante, aqueles que estão realmente disponíveis para a entidade e aqueles 
sobre os quais ela possui direitos. 
Demonstração do resultado do período: Mostra a composição do resultado 
formado um determinado período de operações da entidade. É uma demonstração 
elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constituindo um resumo dos 
fluxos realizados pela entidade em um determinado período. 
Demonstração dos fluxos de caixa: As doações devem ser classificadas nos 
Fluxos das atividades operacionais. O objetivo é avaliar a capacidade de a entidade 
gerar caixa e apurar os pagamentos e recebimentos que poderão ocorrer em um 
13 
 
intervalo de tempo, evidenciando o efeito periódico das transações de caixa por 
atividade operacional, de investimento e atividades de financiamento 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados: utilizada para mostrar as 
mudanças que ocorreram no Patrimônio Líquido no período e onde ele foi aplicado. 
Estas mutações patrimoniais podem ser aumento do lucro ou do prejuízo acumulado. 
Assim, esta obrigação acessória é importante para visualizar mudanças no patrimônio 
de uma empresa ou organização contábeis. Fonte: adaptado das Normas Brasileiras 
de Contabilidade. Considerações contábeis para o terceiro setor 8. 
 
2.6 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR 
A receita federal tem ampliado em bastante a forma de fiscalização e a falta de 
uma informação contábil a receita pode entender como declaração, ou seja, a 
entidade está fazendo isso de forma danosa prejudicando a fiscalização então é muito 
importante que tenha tudo na contabilidade. Conforme Bächtold (2011, p. 162): “todas 
as empresas nascem com uma finalidade. A grande maioria das empresas visa 
resultados financeiros; outras buscam resultados sociais; outras buscam expansão. 
Mas no final, todas buscam atingir os objetivos traçados.” 
As demonstrações contábeis a serem elaboradas pelas sociedades passam a 
ser: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração de 
lucros ou prejuízos acumulados e demonstração dos fluxos de caixa, houve 
substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos pela 
Demonstraçãodos Fluxos de Caixa no caso das entidades cujo Patrimônio Líquido 
seja igual ou superior a 2 milhões de reais, na data do Balanço. Para organizações 
sem fins lucrativos, devem constar nas demonstrações contábeis. 
De acordo com OLIVEIRA; DURÃS, (2014, p. 58) afirmam que: 
 
As organizações do Terceiro Setor, a contabilidade tem um papel tão 
importante quanto nas demais. Todas as suas transações também devem ser 
registradas e os demonstrativos são utilizados tanto pelos gestores quanto 
pela sociedade e o governo, principalmente pela necessidade dessas 
entidades em prestar contas de forma transparente, de modo a contribuir com 
a credibilidade das mesmas. Geralmente o patrimônio das entidades de 
terceiro setor são provenientes de doações, contribuições e subvenções 
(OLIVEIRA; DURÃS, 2014, p. 58). 
 
 
Na visão dos autores, a Interpretação Técnica Geral (ITG 2002) –Entidades 
Sem Finalidade de Lucros, cujo objetivo é estabelecer critérios e procedimentos 
14 
 
específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, 
de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem 
divulgadas em notas explicativas das entidades sem fins lucrativos. 
Atualmente os escritórios de contabilidade são fiscalizados pelo conselho 
regional de contabilidade (CRC). Durante a fiscalização a documentação e solicitada 
aos contadores, para ser realizada uma verificação se o escritório de contabilidade 
está seguindo as regras do (CRC). Atualmente, os dirigentes são corresponsáveis por 
tudo que acontecem na entidade. 
O dirigente pode responder civil e criminalmente por tudo que acontece, então 
é importante que o conselho fiscal seja atuante, um conselho fiscal presente que 
realmente fiscalize todas as contas da entidade, que analise se todas essas contas 
estão na contabilidade e não deixe de fiscalizar. Deste modo, para ter direito à isenção 
vai ser exigido o balanço patrimonial, o balanço é realizado pela contabilidade, tem 
que ter lisura, é importante ter todas as informações da entidade. 
 Se a contabilidade não estiver dentro das normas previstas, a certificação será 
recusada, ou seja, por falta de uma informação ou a realização de uma contabilidade 
que não respeite as normas, a entidade pode perder a certificação ou não conseguir, 
se não estiver de acordo com o exigido pelo balanço, não consegue a renovação, se 
não tiver correto a entidade não renova a certificação, por isso a contabilidade é 
importante no terceiro setor e em todos os setores. 
 
3 METODOLOGIA 
Para a elaboração deste trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica em fontes 
secundarias, através de Consultas em revistas, livros, Artigos e sites relacionados ao 
assunto, Sempre tentando extrair ao máximo de informações inerentes ao assunto. 
Fonseca (2002, p. 32) enfoca que: 
 
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências 
teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como 
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico 
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador 
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas 
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando 
referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou 
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a 
resposta (Fonseca 2002, p. 32). 
 
15 
 
 Na pesquisa é essencial métodos de investigação que são procedimentos 
específicos dos quais o pesquisador reúne dados antes de submete-lo a contestação 
logicas ou estatísticas. De acordo com as ideias do autor, é possível compreender que 
é importante o rigor cientifico na relevância para a finalização da graduação. 
 
4 CONCLUSÕES 
 Na construção desse artigo, foi possível compreender a real importância da 
contabilidade para o terceiro setor, demonstrando aspectos legais para que o balanço 
das instituições seja realizado de acordo com as normas. Atuando com transparência 
das atividades de instituições sem fins lucrativos. É através da contabilidade que a 
sociedade e o governo têm acesso às informações do que é feito com os recursos que 
são direcionadas as entidades. 
O terceiro setor e sua transparência em conjunto com a contabilidade, auxiliam 
os usuários possuem interesses nas informações sobre serviços prestadas pelas 
entidades, organismos como bancos, financeiras, governo, incluindo os empregados, 
necessitam conhecer a capacidade de desempenho para cumprimento das suas 
obrigações perante a esses usuários ou interessados nas informações. 
Neste artigo podem ser visualizadas as formas de contabilidades, as normas 
que gerenciam, a aquisição de recursos financeiros pelas organizações que fazem 
parte do terceiro setor. Deste modo, melhorando a imagem da instituição em meio aos 
colaboradores e parceiros e a sociedade, visando atender exigências formais legais, 
e informações de qualidade, garantindo transparência e confiabilidade nas atividades 
desenvolvidas por estas entidades. 
Deste modo, conclui se que, indicam a necessidade da contabilidade como um 
instrumento de sistema de informação gerencial, capaz de contribuir na consolidação 
do terceiro setor. organizações do terceiro setor possuem as seguintes características: 
não há proprietários; são organizações não-governamentais dotadas de autonomia 
diretiva, suprem parcialmente o papel do Estado no atendimento a determinadas 
necessidades sociais; possuem estrutura e presença institucionais, são constituídas 
pelo interesse social. 
 
 
 
 
16 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
BÄCHTOLD. Contabilidade básica [recurso eletrônico] / Curitiba: Instituto Federal 
do Paraná, 2011. Disponível em: 
http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_3setor.pdf. Acesso em: 10 jun.2022. 
 
CAMPOS, G. M; MOREIRA, R. L; SCALZER, R. S. Financial reporting: reflection 
on transparency in the third sector. Sociedade, contabilidade e gestão, 9(3), 
130-142, 2014.Disponível em: http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8058/10%-
2.pdf. Acesso em: 10 jun.2022. 
 
CASTELLI. Rubens. Contabilidade das Sociedades por Ações. 2ª Ed. São Paulo: 
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