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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE BELÉM CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA PAULA CRUZ ALVES IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO TERCEIRO SETOR Belém-Pará 2022 ANA PAULA CRUZ ALVES IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO TERCEIRO SETOR Artigo desenvolvido apresentado à Universidade Estácio Belém, Curso de Ciências Contábeis, como requisito parcial para obtenção de nota, e conclusão da disciplina TCC em Trabalho de Conclusão de Curso. Orientador: Prof. Nazaré Doriene de Melo Reis Belém-Pará 2022 IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA AS TOMADAS DE DECISÕES NO TERCEIRO SETOR Ana Paula Cruz Alves1 Nazaré Doriene de Melo Reis2 RESUMO: O presente artigo tem como principal escopo, demonstrar a importância da contabilidade para as tomadas de decisões no terceiro setor. com o desenvolvimento do terceiro setor nos últimos anos, sua importância passou a ser fundamental para a sociedade, em diversificadas áreas da contabilidade dentro das entidades. Buscou-se elaborar uma apreciação e entendimento sobre a contabilidade no terceiro setor, a contabilidade tem seu papel na prestação de serviços nesse modelo de organização sendo imprescindível nas tomadas de decisões em relação aos recursos destinados as entidades se a contabilidade não estiver dentro das normas previstas, a certificação será recusada, por falta de uma informação ou a realização de uma contabilidade que não respeite as normas, a entidade pode perder a certificação ou não conseguir. Os objetivos específicos são: Identificar as normas contábeis e tributarias aplicada ao terceiro setor e Descrever a respeito das obrigações tributárias das entidades sem fins lucrativos. A escolha do tema deve-se ao crescimento e a importância do terceiro setor em várias áreas de atuação na sociedade e por isso é necessário um enfoque mais preciso a essas instituições. a elaboração deste trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica em fontes secundarias, através de Consultas em revistas, livros, Artigos e sites relacionados ao assunto. Como justificativa da pouca exploração do assunto em ambiente acadêmico tampouco ambiente externo, sendo um assunto bem extenso voltado totalmente para a sociedade sendo bem interessante entender como funciona a contabilidade nesse meio organizacional. Palavras Chave: Terceiro setor. Contabilidade. Organizações. Transparência. Social. 1 Discente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Sá: E-mail: paulaedr@hotmail.com 2 Professora M. Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio de Sá – Belém. 5 1 INTRODUÇÃO Os setores da economia são divididos da seguinte forma; primeiro setor, formado pelo Governo, ou setor público; o segundo setor é constituído pelas organizações privadas, com fins lucrativos, e o terceiro setor formado pelas entidades sem fins lucrativos (ongs, institutos, Fundações, Entidades beneficentes). Pouco se fala em terceiro setor e suas atividades, como se dá a implantação de seus serviços, da contabilidade em sua gestão, sua tributação e outras curiosidades e expectadores que tem interesse de estudo e interesse em suas oportunidades de trabalho, já que não visão lucro, como sobrevivem diante das adversidades? Como exercem e demonstram suas atividades financeiras a sociedade? Quais as normas Contábeis Aplicadas? Segundo dados apurados divulgados pela pesquisa Fundações privadas e Associações sem fins lucrativos indicam que existem no Brasil 815.676 mil Organizações da Sociedade Civil, com dados referentes ao ano de 2020 iniciativa do instituto de pesquisa econômica Aplicada (IPEA). Do total, 81% delas São classificadas como Associações sem fins lucrativos 17% como organizações religiosas, sendo que as fundações representam apenas 1,5% de todas as organizações da sociedade civil Brasileira. O terceiro setor Surge devido a Brechas existentes na sociedade mais carente de serviços sociais, assim um grupo de pessoas que se envolvem em uma causa em prol de do mesmo ideal, que é buscar atender a necessidade de assistência Social que o estado não é capaz de suprir, sejam elas educação, saúde, esporte, cultura ou até mesmo lazer. Podem se denominar entidades de interesse social, podendo ter vários aspectos e formas de prestarem serviços a sociedade necessitada. O terceiro setor, no passar dos anos tem ganhado uma relevância maior a respeito de suas atividades, se tem curiosidade sobre como trabalhar com essas instituições, o Contador têm um leque de opções a respeito dessas instituições apesar de não visarem o lucro ou prejuízo e possuírem alguns benefícios fiscais, elas tem obrigações fiscais como qualquer outra organização com fins lucrativos, precisam manter a contabilidade idônea e com informações confiáveis, e a contabilidade em perfeitas condições é de suma importância para o bom funcionamento de qualquer gestão. Vivemos tempos em que a sociedade apresenta um profundo descrédito em relação às instituições políticas tradicionais, partidos políticos e setor empresarial. Trata-se de um contexto que estimula uma, certa indiferença e até mesmo descrença 6 nas iniciativas do terceiro setor, isso ocorre devido à contradição desses setores, que, muitas vezes, vão de encontro à experiência prática das pessoas. Daí a necessidade de manter padrões éticos, claros e sólidos. Diante do que foi relatado apresenta-se como problema de pesquisa quais as contribuições da contabilidade Aplicada no terceiro setor para tomada de decisão? Diante do exposto o objetivo geral é identificar as contribuições da contabilidade no terceiro setor para tomada de decisão. Os objetivos específicos são: Identificar as normas contábeis e tributarias aplicada ao terceiro setor e descrever a respeito das obrigações tributárias das entidades sem fins lucrativos; demonstrar aspectos legais e os principais tipos de entidades que compõem o terceiro setor. A escolha do tema deve-se ao crescimento e a importância do terceiro setor em várias áreas de atuação na sociedade e por isso é necessário um enfoque mais preciso a essas instituições. Com justificativa da pouca exploração do assunto em ambiente acadêmico tampouco ambiente externo, sendo um assunto bem extenso voltado totalmente para a sociedade sendo bem interessante entender como funciona a contabilidade nesse meio organizacional. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE A contabilidade surge através do homem primitivo, quando ele começou a calcular a quantidade de ferramentas de caça e animais no rebanho, com a evolução das civilizações na cidade de Uruk 4 mil anos antes de Cristo, as técnicas foram de escrituração em grandes placas de argila. Os primeiros livros contábeis surgiram no Egito antigo, eram de papiro e registravam a produção de alimentos, os egípcios também começaram a usar valores monetários em ouro e pratos já os gregos utilizavam técnicas para prestação de contas dos governantes ao povo. De acordo com IUDICIBUS, 2010, p.25). Afirma que: A contabilidade surgiu há 2.000 anos a.C. Os primeiros exemplos de contabilização foram encontrados na Suméria e Babilônia, que hoje é nomeado Iraque, também no Egito e China. A Contabilidade se originou a partir de registros em comércios, em que os comerciantes trocavam seus produtos e, de forma simples, anotavam suas obrigações, seus direitos e os bens de terceiros. A evolução da Contabilidade foi lenta até o surgimento da moeda. (IUDÍCIBUS, 2010, p.25). 7 Na visão do autor, somente entre os séculos XI e XV a contabilidade passou a ter destaquecom a expansão comercial, ela virou base para as trocas de produtos e serviços. Nessa época, o frei Luca pacioli publicou o método das partidas dobradas, indicando que todo crédito corresponde a um débito no mesmo valor. Esse sistema é utilizado até hoje, com a revolução industrial a produção em escala se tornou possível. Assim, foi desenvolvida a contabilidade de custos para controle dos gastos com matéria-prima e mão de obra, as multinacionais foi a vez da padronização das práticas contábeis e interpretação das informações operacionistas em qualquer lugar do mundo. Segundo Iudícibus, Martins e Carvalho (2005, p 8): “[...] a contabilidade nasceu das necessidades dos gestores à procura de um modelo que inicialmente foi descritivo, e, posteriormente, com sua evolução, passou a ter caráter mais marcadamente preditivo”. Atualmente, as plataformas de automatização possibilitam que tarefas antes manuais, sejam executadas mais rapidamente e assim os contadores têm mais tempo para as análises já o armazenamento na nuvem e a proteção de dados garantem mais segurança e possibilitam o acesso remoto das informações. A sociedade vive um momento histórico, a crise econômica que o mundo está passando, questiona o desenvolvimento das organizações. E de que modos isso afetará o terceiro setor, que sobrevive dos recursos repassados pelo governo e pelas empresas privadas. 2.2 CONCEITO DE TERCEIRO SETOR O terceiro setor é conceituado como um termo sociológico que surgiu nos Estados Unidos. Formado por organizações privadas que são sem fins lucrativos e não governamentais que buscam promover as transformações sociais através de serviços de caráter público. As principais características são fundamentais para o funcionamento de uma instituição do terceiro setor, em um primeiro momento precisa-se de mão de obra voluntária, no segundo momento é necessário ser constituída formalmente em seu terceiro momento é determinante que se tem uma gestão própria, no quarto momento fica estabelecido que as decisões da entidade não podem sofrer interferências governamentais. 8 Na visão de CAMPOS, MOREIRA, SCALZER, (2014, P87). Afirmam que: O terceiro setor (ou Economia Social também chamado de organizações sem fins lucrativos) inclui cooperativas, associações sem fins lucrativos, fundações e empresas sociais. As organizações do terceiro setor assumem vários recursos que diferem de acordo com o ambiente econômico e político, e assim eles diferem entre os países e também revelam aspectos particulares quando comparados com outros setores (CAMPOS, MOREIRA, SCALZER, 2014). De acordo com os autores, atualmente existe a divisão de responsabilidades novos modelos de negócios e iniciativas sociais o cenário atual de investimento social se fortaleceu por conta dos eventos econômicos culturais e sociais que aconteceram no Brasil e no mundo, mas apesar do grande crescimento econômico na última década o Brasil ainda é um país em desenvolvimento e enfrenta diversos desafios socioeconômicos. Outro aspecto importante do contexto atual, é que a classe média trabalhadora cresceu em quantidade de pessoas e em renda percapita. Isso significa que mais pessoas fazem parte da classe média e que a renda delas aumentou, esse aumento não foi suficiente para garantir de forma plena o acesso a diversos serviços privados. Em 2010, vem no médico e odontológico ou escolas particulares por exemplo em 2010 existiam 290.692 fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil divididas nas categorias religião, associações patronais e profissionais defesa de direitos cultura e recreação assistência social educação e pesquisa saúde meio ambiente habitação outras instituições. 2.3 O SISTEMA DE CONTABILIDADE PARA ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR O sistema da contabilidade surge devido a brechas existentes na sociedade mais carente de serviços sociais. Um grupo de pessoas que se envolvem em uma causa em prol de do mesmo ideal, que é buscar atender a necessidade de assistência Social que o estado não é capaz de suprir, sejam elas educação, saúde, esporte, cultura ou até mesmo lazer. O terceiro setor aos espaços deixados pelo Governo no caso o primeiro setor nas ações de educação, assistência social, saúde, comunicação, profissionalização, dentre outras, buscando melhoria para a sociedade (MAÑAS, MEDEIROS, 2012). De 9 acordo com Paes (2006, p.122), assegura que “o terceiro setor tem o poder de mobilizar um grande volume de recursos humanos e materiais para fomentar iniciativas voltadas para o desenvolvimento social, daí a sua relevância.” Segundo Silva (2015, p. 8), “isso enriquece e complexifica a dinâmica social, pois é a presença de uma esfera pública não-estatal e de empresas privadas com sentido público”. Trabalham buscando o benefício do meio social da comunidade. 2.4 GRUPOS PERTENCENTES AO TERCEIRO SETOR Grupos do terceiro Setor: Fundações, Associações, Organizações sindicais, Organizações religiosas, os partidos políticos. "As Fundações são instituições responsáveis pelo financiamento e arrecadação de fundos para o Terceiro Setor. Atuam, geralmente, na arrecadação de renda para o seu uso em tempos de crise, período em que diminuem as doações e aumentam os problemas sociais. Muitas dessas fundações são financiadas por empresas particulares. Exemplo: Fundação (Bradesco). As Associações são instituições formadas por grupos de pessoas com um interesse ou causa em comum, desde que este não seja de caráter mercadológico. Ou seja, não pretenda lucrar. Um exemplo fácil são associações de moradores ou de times. Cabe ressaltar que nem toda associação pertence ao Terceiro Setor, pois, para isso, sua finalidade precisa estar direcionada ao interesse da sociedade e não dos próprios associados. As Organizações Não Governamentais (ONGs) também chamadas atualmente de Organizações da Sociedade Civil (OSCs), são entidades nascidas, organizadas e com participação da população. Considerada uma das maiores referências do Terceiro Setor, é, sem dúvidas, uma entidade sem fins lucrativos, não vinculada ao governo e com foco em ações de interesse público. As ONGs/OSCs, tratam dos mais diversos temas e interesses, tais como saúde, trabalho, educação, cidadania, entre outros. A Constituição federal estabelece as Hipóteses de Imunidade de impostos ás entidades sem fins lucrativos no artigo 150 ¨C¨ Sem prejuízo de outra garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins Lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Em 1999, o 10 Conselho Federal de Contabilidade (CFC) publicou as primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas, NBC T particulares ao terceiro setor. A evidenciação contábil específica a transparência exigida para que essas entidades consigam a compensação das isenções. Em setembro de 2015, a Interpretação Técnica Geral 2002 passou por sua primeira revisão (R1). As alterações esclareceram sobre o tratamento contábil às subvenções e ao trabalho voluntário. A ITG 2002 (R1) é a norma que regulamenta a contabilidade das entidades do terceiro setor no Brasil, abrangendo instituições de assistência social, entidades religiosas, partidos políticos, sindicatos, entidades de cunho cultural, entre outras. Além da ITG 2002 (R1), outras normas são aplicadas às entidades sem fins lucrativos no Brasil, entre elas estão: os Princípios de Contabilidade e a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. As entidades sem fins lucrativos também têm a obrigatoriedade de prestar contas ao Ministério da Previdência e AssistênciaSocial (MPAS), ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A contabilidade é um dos instrumentos para que as entidades sem fins lucrativos, do terceiro setor, atendam às exigências da lei e forneçam informações econômicas e financeiras a todos os stakeholders. Art. (23/06/2021 Por Accontfy). A contabilidade tem seu papel na prestação de serviços nesse modelo de organização sendo imprescindível para as tomadas de decisões em relação aos recursos destinados. Porém, têm algumas peculiaridades que demandam uma adoção mais criteriosa das práticas da contabilidade, nesse ramo de atuação contábil, mas sendo atuante desde a criação da entidade, ao desenvolver de suas atividades tendo sua relevância para as tomadas de decisões dentro das entidades. (Manual de procedimentos para o terceiro setor – Aspectos de gestão e de contabilidade para entidades de interesse social pg; 28,29) 2.5 CONTRIBUIÇÕES DA CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR PARA TOMADA DE DECISÕES. O patrimônio das entidades é o objetivo da contabilidade. Portanto, para Peyon (2004), “a contabilidade estará presente onde existir um patrimônio para ser administrado, seja ele pertencente a uma pessoa física ou a uma pessoa jurídica.” O 11 patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações e as entidades podem ser com ou sem fins lucrativos. A contabilidade não se resume apenas ao lucro, apesar de ser ferramenta necessária para a correta apuração desse. O objetivo se relaciona estritamente com o patrimônio. Sabemos que as entidades sem finalidade lucrativa são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit, O enfoque desse conteúdo é a evidenciação contábil dessas entidades, tentar explicar de forma mais clara e concisa possível a atuação da contabilidade dentro das organizações sem fins lucrativos. A transparência do terceiro setor pode ser auxiliada pela contabilidade os usuários possuem interesses nas informações sobre serviços prestadas pelas entidades, organismos como bancos, financeiras, governo, incluindo os empregados, necessitam conhecer a capacidade de desempenho para cumprimento das suas obrigações perante a esses usuários ou interessados nas informações. Portanto visam proporcionar benefícios sociais, são unidades econômicas, precisam obter recursos para a própria sobrevivência e manutenção das atividades (estes recursos podem ser públicos e/ou privados), não deve haver qualquer distribuição de resultados aos seus membros ou colaboradores, reinvestindo os superávits obtidos; − podem gozar de privilégios fiscais, conforme a legislação vigente. Segundo Castelli (1999, p.317), citado por Araújo (2005, p.58), conceituam que: A garantia do equilíbrio necessário à continuidade da entidade deve estar relacionada ao processo de gestão, que deve: ser estruturado com base no processo de decisão. contemplar as fases de planejamento, execução e controle das atividades das entidades, ter o suporte de sistemas de informações que deem subsídios às decisões. Uma das dúvidas mais frequentes dos usuários de entidades de interesse social se refere à lei aplicável à contabilidade das instituições que administram. Castelli (1999, p.317, citado por Araújo 2005, p.58) Até 24.03.1999 não havia por que falar em legislação específica, pois nosso ordenamento jurídico não nos contemplava com tal nível de elucidação. Restava utilizarmo-nos, por analogia, de legislações pertinentes a outras figuras do mundo jurídico, aplicável a sociedades anônimas (Lei n. º6.404, de 15.12.1976). No entanto, a Lei n.º 9.790, de 23.03.1999, e sua regulamentação inserem-se de forma inquestionável no Direito positivo brasileiro como a legislação que deve servir 12 de parâmetro e de referência para a contabilidade das entidades sem fins lucrativos, uma vez que as demonstrações que a Lei n.º 9.790/1999 exige das entidades têm suas estruturas estabelecidas na Lei das Sociedades Anônimas (n.º 6.404/1976). A referida lei exige que a entidade insira em seu estatuto a obrigatoriedade da “observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade” Na atualidade, mais precisamente a partir de 21.09.2012, o Conselho Federal de Contabilidade, visando consolidar e integrar as resoluções e normas que tratam das entidades de interesse social, emitiu a Resolução CFC n.º 1.409/2012. Aprovando a Interpretação Técnica Geral (ITG 2002) –Entidades Sem Finalidade de Lucros, cujo objetivo é estabelecer critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas das entidades sem fins lucrativos. As demonstrações contábeis a serem elaboradas pelas sociedades passam a ser: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e demonstração dos fluxos de caixa, houve substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos pela Demonstração dos Fluxos de Caixa no caso das entidades cujo Patrimônio Líquido seja igual ou superior a 2 milhões de reais, na data do Balanço. Para organizações sem fins lucrativos, devem constar nas demonstrações contábeis: Balanço patrimonial: Destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade. O Balanço evidencia os recursos que a entidade possui: os de natureza circulante, os de natureza não circulante, aqueles que estão realmente disponíveis para a entidade e aqueles sobre os quais ela possui direitos. Demonstração do resultado do período: Mostra a composição do resultado formado um determinado período de operações da entidade. É uma demonstração elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constituindo um resumo dos fluxos realizados pela entidade em um determinado período. Demonstração dos fluxos de caixa: As doações devem ser classificadas nos Fluxos das atividades operacionais. O objetivo é avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e apurar os pagamentos e recebimentos que poderão ocorrer em um 13 intervalo de tempo, evidenciando o efeito periódico das transações de caixa por atividade operacional, de investimento e atividades de financiamento Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados: utilizada para mostrar as mudanças que ocorreram no Patrimônio Líquido no período e onde ele foi aplicado. Estas mutações patrimoniais podem ser aumento do lucro ou do prejuízo acumulado. Assim, esta obrigação acessória é importante para visualizar mudanças no patrimônio de uma empresa ou organização contábeis. Fonte: adaptado das Normas Brasileiras de Contabilidade. Considerações contábeis para o terceiro setor 8. 2.6 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR A receita federal tem ampliado em bastante a forma de fiscalização e a falta de uma informação contábil a receita pode entender como declaração, ou seja, a entidade está fazendo isso de forma danosa prejudicando a fiscalização então é muito importante que tenha tudo na contabilidade. Conforme Bächtold (2011, p. 162): “todas as empresas nascem com uma finalidade. A grande maioria das empresas visa resultados financeiros; outras buscam resultados sociais; outras buscam expansão. Mas no final, todas buscam atingir os objetivos traçados.” As demonstrações contábeis a serem elaboradas pelas sociedades passam a ser: balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e demonstração dos fluxos de caixa, houve substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos pela Demonstraçãodos Fluxos de Caixa no caso das entidades cujo Patrimônio Líquido seja igual ou superior a 2 milhões de reais, na data do Balanço. Para organizações sem fins lucrativos, devem constar nas demonstrações contábeis. De acordo com OLIVEIRA; DURÃS, (2014, p. 58) afirmam que: As organizações do Terceiro Setor, a contabilidade tem um papel tão importante quanto nas demais. Todas as suas transações também devem ser registradas e os demonstrativos são utilizados tanto pelos gestores quanto pela sociedade e o governo, principalmente pela necessidade dessas entidades em prestar contas de forma transparente, de modo a contribuir com a credibilidade das mesmas. Geralmente o patrimônio das entidades de terceiro setor são provenientes de doações, contribuições e subvenções (OLIVEIRA; DURÃS, 2014, p. 58). Na visão dos autores, a Interpretação Técnica Geral (ITG 2002) –Entidades Sem Finalidade de Lucros, cujo objetivo é estabelecer critérios e procedimentos 14 específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas das entidades sem fins lucrativos. Atualmente os escritórios de contabilidade são fiscalizados pelo conselho regional de contabilidade (CRC). Durante a fiscalização a documentação e solicitada aos contadores, para ser realizada uma verificação se o escritório de contabilidade está seguindo as regras do (CRC). Atualmente, os dirigentes são corresponsáveis por tudo que acontecem na entidade. O dirigente pode responder civil e criminalmente por tudo que acontece, então é importante que o conselho fiscal seja atuante, um conselho fiscal presente que realmente fiscalize todas as contas da entidade, que analise se todas essas contas estão na contabilidade e não deixe de fiscalizar. Deste modo, para ter direito à isenção vai ser exigido o balanço patrimonial, o balanço é realizado pela contabilidade, tem que ter lisura, é importante ter todas as informações da entidade. Se a contabilidade não estiver dentro das normas previstas, a certificação será recusada, ou seja, por falta de uma informação ou a realização de uma contabilidade que não respeite as normas, a entidade pode perder a certificação ou não conseguir, se não estiver de acordo com o exigido pelo balanço, não consegue a renovação, se não tiver correto a entidade não renova a certificação, por isso a contabilidade é importante no terceiro setor e em todos os setores. 3 METODOLOGIA Para a elaboração deste trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica em fontes secundarias, através de Consultas em revistas, livros, Artigos e sites relacionados ao assunto, Sempre tentando extrair ao máximo de informações inerentes ao assunto. Fonseca (2002, p. 32) enfoca que: A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (Fonseca 2002, p. 32). 15 Na pesquisa é essencial métodos de investigação que são procedimentos específicos dos quais o pesquisador reúne dados antes de submete-lo a contestação logicas ou estatísticas. De acordo com as ideias do autor, é possível compreender que é importante o rigor cientifico na relevância para a finalização da graduação. 4 CONCLUSÕES Na construção desse artigo, foi possível compreender a real importância da contabilidade para o terceiro setor, demonstrando aspectos legais para que o balanço das instituições seja realizado de acordo com as normas. Atuando com transparência das atividades de instituições sem fins lucrativos. É através da contabilidade que a sociedade e o governo têm acesso às informações do que é feito com os recursos que são direcionadas as entidades. O terceiro setor e sua transparência em conjunto com a contabilidade, auxiliam os usuários possuem interesses nas informações sobre serviços prestadas pelas entidades, organismos como bancos, financeiras, governo, incluindo os empregados, necessitam conhecer a capacidade de desempenho para cumprimento das suas obrigações perante a esses usuários ou interessados nas informações. Neste artigo podem ser visualizadas as formas de contabilidades, as normas que gerenciam, a aquisição de recursos financeiros pelas organizações que fazem parte do terceiro setor. Deste modo, melhorando a imagem da instituição em meio aos colaboradores e parceiros e a sociedade, visando atender exigências formais legais, e informações de qualidade, garantindo transparência e confiabilidade nas atividades desenvolvidas por estas entidades. Deste modo, conclui se que, indicam a necessidade da contabilidade como um instrumento de sistema de informação gerencial, capaz de contribuir na consolidação do terceiro setor. organizações do terceiro setor possuem as seguintes características: não há proprietários; são organizações não-governamentais dotadas de autonomia diretiva, suprem parcialmente o papel do Estado no atendimento a determinadas necessidades sociais; possuem estrutura e presença institucionais, são constituídas pelo interesse social. 16 5 REFERÊNCIAS BÄCHTOLD. Contabilidade básica [recurso eletrônico] / Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011. Disponível em: http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_3setor.pdf. Acesso em: 10 jun.2022. CAMPOS, G. 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Disponível em: https://antigo.plataformamaisbrasil.gov.br/o_Terceiro_Setor.pdf Acesso em: 19jun. 2022. http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8058/10%25-2.pdf http://repositorio.aee.edu.br/bitstream/aee/8058/10%25-2.pdf http://www.faculdadedeitaituba.com.br/pdf.php%20.pdf https://www1.cfc.org.br/sisweb/ http://www.faculdadedeitaituba.com.br/pdf.php%20.pdf https://antigo.plataformamaisbrasil.gov.br/o_Terceiro_Setor.pdf 17 OLIVEIRA, D. S.; DURÃS, S. A. L. Atuação Da Contabilidade No Terceiro Setor: estudo de caso Mitra Arquidiocesana de Vitória. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Contábeis) - Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, 2014. Disponível em: http://www.faculdadedeitaituba.com.br/pdf.php%20.pdf Acesso em:17 jun. 2022. PAES, J. E. S. Fundações, associações e entidades de interesse social: aspectos jurídicos, administrativos, contábeis, trabalhistas e tributários. 6. ed. rev. Atual. e ampl. de acordo com o novo código civil brasileiro. 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