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Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente Introdução A base dos recursos se encontra no princípio do duplo grau de jurisdição (art. 900, CLT). Este princípio é inerente e construído a partir de aspectos do texto constitucional. Destaca-se o art. 899, o qual determina que os recursos são interpostos por simples petição, ou seja, não é necessário distribuir uma nova ação, se trata apenas de uma petição dentro de um processo já existente, é apenas uma continuidade. Quando você recorre, todo o processo vai ao tribunal. Outro detalhe importante é a parte final do art. 899, que diz sobre o efeito meramente devolutivo. É uma lógica do processo do trabalho a efetividade, pensando nisso, a CLT se preocupa que assim que a sentença é proferida, a parte autora pode iniciar a execução provisória. Mas, destaca-se que esta execução provisória não pode prejudicar o devedor, em hipótese alguma o reclamante pode pegar o bem do reclamado, apenas haverá a penhora. Por exemplo, é dada sentença no valor de 100 mil reais. Será feito uma penhora online na conta da empresa solicitada pelo autor. O processo para neste momento, o recurso será julgado, confirmada a sentença é liberado o dinheiro ao autor. Portanto, se tratava apenas de uma garantia. No CPC a sentença tem efeito suspensivo, sendo que somente produz efeito quando o tribunal julgar o recurso. Art. 899 da CLT (Regra geral): “Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora”; Fundamentos ✓ Jurídicos: i) em vista da possibilidade de erro, má-fé ou ignorância do magistrado ao julgar; Ex. não deixar a parte produzir uma prova. O recurso é um mecanismo de afastar o injusto cometido pelo juiz ii) tem-se a vantagem das instâncias superiores, onde os juízes, que apreciarão os recursos, gozam de maior conhecimento e experiência (em tese); Teoricamente, os juízes da instâncias superiores são mais experientes e sabidos. iii) uniformização da interpretação das normas (v.g., Súmulas) que é propiciada pelos recursos; O Brasil é um país grande, sendo que existem diversos juízes julgando casos pelo país. Nessa situação, nos teremos decisões conflituosas de casos muito parecidos. Assim, o tribunal busca uniformizar interpretações para que haja segurança jurídica. ✓ Psicológicos: i) é inerente ao ser humano não conformar-se com uma decisão que lhe é desfavorável; Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente ii) há a possibilidade de reverter um julgamento injusto (ao menos, sob o prisma de quem foi sucumbente). Assemelha-se ao Recurso de Apelação do processo civil. Conforme o artigo 3º, XXVIII, da IN 39 do TST, o efeito devolutivo previsto nos artigos 1.013 e 1.014 do NCPC, é aplicável ao processo do trabalho. Princípios ✓ Princípio do Duplo Grau de Jurisdição; ✓ Princípio da singularidade: algo singular se trata de algo único, o sistema processual é construído pensando que cada decisão tem seu recurso específico. Caso seja interposto o recurso inadequado, este nem mesmo será analisado; ✓ Princípio da voluntariedade: todo recurso depende da vontade da parte prejudicada. O recurso não é uma ferramenta automática, precisa ter a provocação da parte. Por exemplo, decisão proferida em audiência, o protesto antipreclusivo é condição parra recurso. Outro exemplo, o juiz recém aprovado dá a sentença, a publica no diário oficial. Alguns dias depois, o juiz repensa e cega a conclusão que sua sentença foi ruim, o juiz pela sua própria vontade, ou seja, de ofício não pode pedir a reforma da sentença. Sua jurisdição foi esgotada. Deverá esperar que as partes recorram. ✓ Princípio da proibição da “reformatio in pejus”: ao recorrer não pode ser prejudicado. Se as duas partes recorrerem, neste caso, há liberdade para reanalisar tudo e não há aplicação da proibição da reformatio. ✓ Princípio da não recorribilidade das decisões interlocutórias (já estudado). ✓ Princípio da uniformidade dos prazos para recurso: o número mágico no processo do trabalho é 8. a grande parte dos recursos são de 8 dias úteis (exclui o dia do começo). Mas, temos exceções: o recurso extraordinário de 15 dias e embargos de declaração de 5 dias. Efeitos dos recursos 1) Efeito devolutivo (artigo 899 da CLT): o recurso devolve ao tribunal (órgão superior) todas as questões já discutidas no processo (questões fáticas e de direito). A lógica do recurso é que com a sua interposição, deseja-se um segundo julgamento, assim tem que deixar claro que o tribunal tem liberdade para analisar todos os pontos do processo. Destaca-se que o TST e o STF tem limitação quanto matéria que podem analisar. No processo trabalhista, no entanto, a interposição do recurso não suspende os efeitos da decisão proferida pelo juízo a quo. Assim, a parte beneficiada pode valer- se da execução provisória. A execução provisória vai até a penhora, não podendo haver atos expropriatórios até que haja o trânsito em julgado da decisão. 2) Efeito suspensivo: Não é regra no Processo do Trabalho. É como se a sentença não existe pois não ode gerar efeitos próprios. Tal efeito deve ser pedido expressamente ao Tribunal ad quem. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente ➔ A quo vs. Ad quem: A quo – aquele que deu a decisão – juiz de baixo. Ad quem – juiz de cima 3) Efeito substitutivo: decorre da hierarquização do judiciário. O julgamento proferido pelo órgão ad quem substituirá a sentença ou decisão recorrida no que foi objeto do recurso, conforme artigo 1008 do NCPC. Mesmo que o acórdão confirme a sentença pelos próprios fundamentos, haverá substituição integral da sentença. Sempre valerá o acórdão. 4) Efeito regressivo: não é regra no processo do trabalho, apenas ocorre em situações específicas. Consiste na possibilidade de retratação ou reconsideração pelo mesmo julgador da decisão recorrida. O julgador ao ser provocado percebe que cometeu um erro, podendo se retratar ao ser provocado pela parte. Por exemplo, numa audiência, o juiz pergunta se tem mais alguma testemunha ouvida. Tem mais uma, Juiz indefere. O advogado protesta. O Juiz pode para que se explique porque é tão importante escutar esse testemunho, assim ele irá regressar a decisão dada. Com o protesto, dá-se ao juiz a possibilidade de se retratar. Juízo de admissibilidade e seus requisitos Temos o duplo juízo de admissibilidade (CUIDADO!) Tratam-se dos requisitos mínimos para que o recurso seja julgado. Assim, para ver se estão presentes os requisitos, é feito o juízo de admissibilidade duplo(tanto pelo órgão que deu a decisão e pelo que vai julgar o recurso). Na JT, diferente da Justiça comum, haverá duplo juízo de admissibilidade nos recursos trabalhistas (juízo a quo e juízo ad quem), não produzindo nenhum efeito o art. 1.010, § 3º, do NCPC. Nesse sentido, estabeleceu o C. TST no art. 2º, XI, da Instrução Normativa nº 39/2016. No processo civil , o juízo de admissibilidade é simples. Por exemplo, um dos requisitos de admissibilidade é o prazo. O juiz deu a sentença e eu desejo recorrer. Assim, apresento meu recuso no prazo, mas quando o juiz a quo vai julgar diz eu o recurso é intempestivo (fora do prazo). Diante disso, é necessário combater um erro do juiz, de modo que deve ser feito o agravo de instrumento devido ao erro. O agravo de instrumento visa o destrancamento do recurso. Juiz a quo vai ler agravo e pode se retratar. Requisitos Os recursos são divididos em duas partes, são cumulativos: - Intrínsecos: estão dentro do recurso. 1) legitimidade: art. 18 do CPC – ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio. Por exemplo, o processo envolve A e B, a parte C não pode propor recurso mesmo que se sensibilize Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo– Toledo Prudente com a sentença, a não ser que a sentença atinja o direito dela, neste caso, deve-se o C atuar como terceiro interessado. 2) capacidade: trata-se da capacidade de estar em juízo. 3) interesse: ligado a sucumbência e derrota, como por exemplo, eu fui prejudicado com aquela sentença, tanto econômico, processual; Por exemplo, juiz deu sentença, sempre que houver derrota as partes podem recorrer ou quando não deu a totalidade (ex. dano moral de 20 mil somente dá 5 mil). - Extrínsecos: 1) previsão legal: todo recurso depende de previsão legal. 2) adequação e cabimento: por exemplo, art. 895 CLT – previsão legal do recurso ordinário, além de expor as hipóteses). 3) tempestividade. 4) preparo: custas processuais e depósito recursal. 5) regularidade de representação: se o recurso é interposto por advogado, deve haver procuração nos autos. Prazo Recursal (tempestividade) Em regra: oito dias, com início a partir do momento em que houve a regular intimação da decisão, sendo que o prazo é contado em dias úteis (art. 775, CLT e 219, CPC); Cabe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal. Preparo O preparo repousa no pagamento das custas processuais (tem natureza tributária – contraprestação de um serviço público) e do depósito recursal. A justiça não é gratuita, como regra. Se não houver o correto preparo, o recurso não será conhecido pela sua deserção (“recurso deserto” significa que não houve o devido preparo). As custas processuais e o depósito recursal devem ser pagos e comprovados no prazo recursal (art. 789, § 1º, CLT; Súm. 245, TST). Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente Mas, atualmente, o novo CPC admite a complementação das custas processuais (art. 1.007, § 2º), pois trata-se de uma mera irregularidade. Mesmo que não tenha sido recolhido nada, pode-se fazer o recurso sem o pagamento, espera o juiz dá o prazo, e assim paga. Quando não se recolhe as custas dentro do prazo, há uma punição, sendo que deve ser colhido em dobro (art. 1010) . A regra vale para depósito recursal. CUSTAS É devido nas causas em que houver condenação em pecúnia nos processos que envolvam questões trabalhistas. Não haverá pagamento de custas processuais pelas pessoas da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional, o Ministério Público (art. 790-A, CLT) e pelos beneficiários da assistência judiciária gratuita (art. 5º, LXXIV, CF; arts. 98 e seguintes, do NCPC; Lei 1.060/50; art. 790, § 3º, CLT). As custas processuais trabalhistas correspondem a 2% sobre o valor do acordo judicial ou da condenação (arts. 789 e seguintes, CLT), cujo o valor mínimo é de R$ 10,64. O juiz é obrigado a fixar valor estimado da condenação expressamente a fim de pagamento de custas. Se caso ele não fixar, o advogado deverá provocar o juiz para que assim o faça por meio de embargos de declaração. Quando o valor for indeterminado, incidirá sobre o valor que o juiz fixar. Não sendo líquida a condenação, o juiz arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais. DEPÓSITO RECURSAL É uma exclusividade do processo do trabalho, sendo que possui uma dupla função. A primeira é servir como garantia para uma futura execução, além de ser uma forma de brecar recursos protelatórios, assim é um obstáculo ao acesso à segunda instância. § 2º - A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias Art. 789 § 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002) Sum. 245 - O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente ➔ É um pressuposto processual recursal objetivo de admissibilidade do recurso trabalhista, o depósito recursal implica em ser uma forma de garantia da futura execução por quantia certa; ➔ Vale dizer, o objetivo do depósito recursal é impor dificuldades à interposição de recursos protelatórios e até certo ponto garantir a execução da sentença; Por se tratar de uma garantia, seu destino depende do que ocorrerá no processo. O empregador irá pagar o depósito recursal, posteriormente, caso o recurso seja favorável a ele, o dinheiro será devolvido com correções. Mas, se caso perder o recurso, o valor entra como parte do pagamento ao trabalhador (portanto, o valor do depósito já está garantido nesta hipótese). A exigência quanto ao depósito somente é do empregador, não podendo ser imposto ao empregado, mesmo que sofra uma condenação decorrente de uma reconvenção. São isentos do depósito recursal: 1) os beneficiários da justiça gratuita; 2) as entidades filantrópicas; 3) as empresas em recuperação judicial. É reduzido a metade o valor do depósito para: disposto no art. 899, § 9º, CLT 1) entidades sem fins lucrativos; 2) empregadores domésticos; 3) microempreendedores individuais; 4) microempresas; 5) empresas de pequeno porte. Por fim, não havendo condenação em pecúnia, descabe o depósito recursal (Súm. 161, TST); § 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) SÚMULA Nº 161 - DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente Quanto ao valor de depósito recursal: Quanto aos recursos I) Recurso Ordinário – art. 893, inciso II, c/c o art. 895 da CLT; II) Embargos de Declaração – art. 897-A CLT e art. 894 da CLT (art. 893, I, da CLT e 1022, do CPC) – Prazo de 5 dias. III) Recurso Adesivo – art. 997, parágrafos 1° e 2°, do NCPC, e Súmula 283 TST IV) Recurso de Revista – art. 896 CLT (artigo 893, III, da CLT) V) Agravo de petição e agravo de instrumento – art. 897 da CLT (artigo 893, IV, da CLT); VI) Recurso Extraordinário (art. 102, CF); VII) Outros. Cabimento de cada recurso Recurso ordinário Quanto ao cabimento: (IRÁ CAIR NA PROVA) Não é um recurso exclusivo contra sentença e não vai todas as vezes para o TRT (o art. Fala que é para instância superior). Temos o RO contra sentença (a) – remetido ao TRT, contra acórdão do TRT quando atua como grau originário (b, c, d) – remetido ao TST e em relação as decisões interlocutórias – remetido ao TRT. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: decisões definitivas ou terminativas das... a) das Varas do Trabalho e dos Juízes de Direito investidos na jurisdição trabalhista (art. 895, I). O recurso ordinário será apreciado pelo TRT em cuja jurisdição estiver situado o órgão de proferimento da decisão (art. 678, II, a); O juiz da vara do trabalho deu uma sentença, o R.O. Será direcionado ao TRT. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente b) dos TRTs, em dissídio individual de competência originária (art. 895, II), a saber: mandado de segurança (Súm. 201, TST), ação rescisória (Súm. 158) e habeas corpus. O recurso ordinário será apreciado pela SDI-II -subseção de dissídioindividual II (art. 71, III, c, RITST); Neste caso, o processo já se inicia no TRT (ex. mandado de segurança de decisão interlocutória de caráter urgente). Vamos imaginar que o M.S. iniciou-se no TRT 15. Foi julgado e proferido um acórdão (decisão), cabe R.O. Quem irá analisa-lo é o TST. c) proferidas pelos TRTs, em dissídio coletivo de competência originária (art. 7º, caput, Lei 7.701/88), que será julgado pela SDC (art. 70, II, a, RITST); Quem irá analisa-o é o TST. d) dos TRTs, em ações rescisórias e nos mandados de segurança pertinentes a dissídios coletivos e em ações anulatórias de acordos e convenções coletivas (art. 70, II, b, RITST). Quem irá analisa-o é o TST. A regra no processo do trabalho é que as decisões interlocutórias não sejam passíveis de recurso imediato. Mas, existe uma exceção disposta na sumula 214 do TST. Assim, teremos uma decisão interlocutória em que cabe R.O, em duas situações: 1) É oponível da decisão interlocutória terminativa da competência material trabalhista. Por exemplo, a reclamação é proposta na vara de Prudente. Juiz não tem competência material absoluta para julgar. Juiz dá a decisão para que os autos sejam remetidos ao TJSP. Desta decisão cabe recurso ordinário perante o TRT. Por exemplo, pode acontecer na situação do funcionário público em que se discute se ele é celetista ou estatutário. 2) Contra a decisão interlocutória que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para TRT distinto daquele em que se vincula o juízo excepcionado; Por exemplo, vamos imaginar que entro com uma reclamação trabalhista na VT de Prudente. O reclamado é notificado e apresenta a exceção de incompetência territorial, dizendo que a vara competente seria a VT de Venceslau. Se o juiz acolher a exceção e remeter os autos. Não cabe R.O. contra essa decisão porque as varas são da mesma região (TRT15). Mas, se determinasse que a vara competente seria a VT de São Paulo. Neste caso são TRTs distintos, assim cabe R.O. perante o TRT 15 (no qual foi proferida a decisão). Por fim, já que não cabe recurso imediato, o R.O. também é o momento adequado para se questionar toda decisão interlocutória impugnada oportunamente pela parte prejudicada dentro o processo (arts. 794 ss, art. 817, CLT), contra a qual inexiste recurso específico, devido ao princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias (art. 893, § 1º); Por exemplo, juiz indeferiu a juntada de doc. no processo. Não cabe recurso. Isto será questionado no R.O. como preliminar processual. Outro exemplo, na audiência o juiz indefere uma testemunha, advogado faz protesto anti-preclusivo. Nestes casos, deve apresentar estes pontos no R.O. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente Por exemplo, imagine que há uma reclamação perante a VT de Prudente. Juiz indefere oitiva de uma testemunha. Será feito o protesto anti-preclusivo. Juiz da sentença. Entra-se com o R.O., alegando que foi ferido o direito de defesa, e assim pede-se a nulidade da sentença. Se for acolhida a preliminar, o Tribunal vai determinar a anulação da sentença, que o juiz ouça a testemunha e profira uma nova sentença, cabendo desta um novo R.O. Quanto ao objeto do R.O.: i. Visa anular ou reformar a decisão atacada, total ou parcialmente, devido alguma nulidade. Pode envolver matéria de direito ou reanálise das provas produzidas (matéria fática). Não cabe recurso ordinário nas causas que não excederem 02 salários mínimos – PROCEDIMENTO SUMÁRIO. Recurso de revista Cabível contra acórdão do TRT. Mas, cuidado! O objetivo deste recurso não é de terceira instância, já que o TST não pode reanalisar matéria fática, seu objetivo é uniformizar entendimento. O TST atua enquanto defensor de lei federal e também da CF (de modo que antes de interpor recurso extraordinário ao STF, deve ser feito o R.R.). Por exemplo, suponhamos que tenho dois clientes que trabalharam nas mesmas funções e condições, porém um em São Paulo e outro em Prudente, sendo proferidas sentenças distintas. Devido a esta disparidade e insegurança jurídica, surge o R.R. Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea “a”; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. O RR tem que demonstrar que transcende: Política - se refere a comprovação do desrespeito daquela decisão com entendimento simulado do TST ou STF Econômica - se refere ao prejuízo econômico que aquela decisão vai causar a parte Social - o direito do qual se recorre tem que ser um direito social assegurado pela CF Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente Jurídica - o recorrente tem que indicar que aquela questão trazida no RR é nova na interpretação da legislação trabalhista, que ainda não há entendimento pacificado sobre aquele assunto O art. 896-A da CLT fala da questão da transcendência que deve haver no recurso de revista. Assim, o cabimento do recurso de revista é muito específico. Agravo de instrumento (até aqui cai) Art. 897, “b”, CLT: cabe agravo de instrumento dos despachos que denegarem a interposição de recursos, no prazo de 8 dias. O agravo de instrumento também está previsto no NCPC, mas presta-se a finalidade diversa. Isso porque, enquanto na esfera cível o agravo visa o reexame de decisões interlocutórias (que resolvem incidentes no processo) ou contra despacho que denega seguimento à recurso especial ou extraordinário; Na esfera trabalhista, por outro lado, presta-se tão-somente ao “destrancamento” de um recurso ao juízo ad quem, cujo seguimento foi negado pelo juízo a quo; DEPÓSITO RECURSAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO (ART. 899, § 7º, CLT) Recurso adesivo (cai na prova) Quando se tem uma sentença muito favorável, é melhor não fazer o recurso ordinário porque pode protelar o percurso do processo. Então, deixa-se de fazer o R.O., se a outra tarte também não o fizer, irá transitar em julgado. Mas, se a outra parte apresentar o R.O., o juiz ao intimar para que eu apresente as contrarrazões, abre a possibilidade de propor o recurso adesivo no prazo das contrarrazões. É adesivo pois adere ao recurso ordinário principal. Se o principal tiver problema de admissibilidade, o recurso adesivo também irá junto. Mas, não quer dizer que o recurso adesivo não passará pelo juízo de admissibilidade. Pode ser interposto pela reclamante ou reclamada. Apresenta-se então as contrarrazões no prazo de 8 dias, de modo que o recurso adesivo deverá ser apresentado no mesmo prazo. Assim, abrirá contrarrazões para a outra parte e por fim, o processo irá para o TRT. Disposto no art. abaixo: Art. 997 in verbis: “Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1.º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2.º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposiçãolegal diversa, observado, ainda, o seguinte: I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente de que a parte dispõe para responder; II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível”. Resumidamente: Requerido – interpôs RO – Juiz abre vistas para as contrarrazões 8 dias Requerente – Apresenta as contrarrazões + RO Adesivo (impugnar aquele pedido que perdeu na sentença) Se o RO tiver algum problema de admissibilidade. O RO Adesivo também tem problema. Agravo de petição Sempre que houver execução, o recurso cabível é este. Art. 897 – Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; § 1º – O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. Recurso extraordinário Serve para manter o STF como guardião da CF. No prazo de 15 dias. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Incidente de recurso de revista repetitivos • Art. 896-C, CLT Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal. Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente ➔ OCORRE AFETAÇÃO DE UM RECURSO OU MAIS RECURSO(S) DE REVISTA PARA QUE SIRVA COMO PARADIGMA. Embargos infringentes • Art. 894, CLT – cabível em dissídios coletivos Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei. VIDE ARTS. 232 A 234 DO REGIMENTO INTERNO DO TST. Embargos de divergência • Art. 894, CLT – cabível em dissídios individuais – busca unificar entendimentos dentro do TST. Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. VIDE ART. 71, I e II, DO REGIMENTO INTERNO DO TST. Agravo regimental • Art. 709, § 1º, CLT – Ministro dá decisão que não resolve conflito de entendimentos ,logo é necessário provocar o pleno. Art. 709 - Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do Trabalho: § 1º - Das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá o agravo regimental, para o Tribunal Pleno. VIDE ART. 9º, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 5.584/70. Agravo interno • Art. 1.021, CPC; Arts. 894, § 4º, 896, § 12, da CLT e 39, da Lei nº 8.038/90. Art. 239. Caberá agravo ao órgão colegiado competente para o julgamento do respectivo recurso, no prazo de oito dias, a contar da publicação no órgão oficial: I – da decisão do Relator, tomada com base no § 5.º do art. 896 da CLT; Recursos Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente II – da decisão do Relator, dando ou negando provimento ou negando seguimento a recurso, nos termos do art. 557 e § 1.º-A do CPC. (correspondente ao art. 932, V, do NCPC) Embargos de declaração • Art. 1.022, CPC; Art. 897-A, CLT. Cabimento: 4 situações – erro material, omissão, obscuridade, contradição. Quando o juiz dá uma decisão, esta precisa ser clara. Prazo de 5 dias. Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. § 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. § 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura.
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