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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASÍLIA - IESB BREVE ANÁLISE DA CONCEPÇÃO ACERCA DA MORTE E DO LUTO NOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E CULTURAIS Beatriz Machado de Moura e Silva Rafaela Almeida Teixeira da Silva Brasília – DF Março – 2022 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASÍLIA - IESB BREVE ANÁLISE DA CONCEPÇÃO ACERCA DA MORTE E DO LUTO NOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E CULTURAIS Beatriz Machado de Moura e Silva Rafaela Almeida Teixeira da Silva Projeto de pesquisa apresentado ao curso de graduação em psicologia como requisito parcial para a obtenção da aprovação na disciplina Estágio Básico II. Orientadora: Profa. Dra. Caroline Mota Branco Salles Brasília – DF Março – 2022 _________________________________________________________________________ SUMÁRIO _________________________________________________________________________ 1. APRESENTAÇÃO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Fases do Desenvolvimento psicossocial 2.2 Luto e seus impactos psicológicos 2.2.1 As fases do luto 2.2.2 Experiências psicológicas influenciadas pelo luto 2.2.3 Desenvolvimento psicossocial diante de um cenário de luto 2.3 Luto e subjetividade 2.4 Intervenção e suporte psicológico aos enlutados 3. JUSTIFICATIVA 4. OBJETIVOS 4.1 Objetivo geral 4.2 Objetivo específico 5. MÉTODO 5.1 Local da pesquisa 5.2 Participantes 5.3 Materiais e instrumentos 5.3.1 Instrumento de pesquisa 5.3.2 Material de pesquisa 5.4 Cuidados éticos 5.4.1 Identidade e dados 5.4.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 5.5 Procedimentos de coleta de dados 5.5.1 Primeira etapa 5.5.2 Segunda etapa 5.5.3 Terceira etapa 5.6 Procedimentos de análise de dados 6. RESULTADOS 7. DISCUSSÃO 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10. ANEXOS Anexo 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Anexo 2: Questionário Anexo 3: Escala _________________________________________________________________________ 1. APRESENTAÇÃO _________________________________________________________________________ De acordo com os autores Moore & Fine (apud RAMOS, 2016, p.3) entende-se que o luto é visto como: Um processo mental no qual o equilíbrio físico é restabelecido após a perda de um ente querido, sendo uma resposta mental a qualquer perda significativa e a mais comum a dor que, normalmente é acompanhada pela perda de interesse em relação ao mundo exterior, preocupação com as memórias do objeto perdido e diminuição da capacidade de investir em novos relacionamentos. No ano de 2020 até o ano de 2021 o mundo passou em algum nível de perda e processo de luto decorrente ao adoecimento diante da pandemia da COVID-19. Falar sobre morte ou lidar com ela diariamente televisionada em nossa cultura apresenta-se como um constante tabu angustiante e evoca situações de dor e sofrimento, em grande parte da população que evita fazer o debate exposto da temática. A questão da morte pode ser assombrosa e dolorosa. Porém, como a morte é um fenômeno natural que ocorre diariamente, é inevitável que em algum momento os indivíduos se deparem com a necessidade de elaborar o luto em algum aspecto da vida. Dessa forma, surge a vontade e necessidade de analisar e compreender como o entendimento acerca da morte pode paralisar vidas, que muitas vezes não sabem como manejar o luto e o distanciamento do corpo físico do outro que tanto é amado e zelado por sentimentos e emoções profundas . Este estudo tem como objetivo principal realizar uma pesquisa dentro do campo da Psicologia buscando compreender as diversas visões e experiências pessoais acerca da morte e do luto. Pretende-se, ainda, realizar um levantamento de literatura sobre esse tema, especialmente no que diz respeito ao processo da perda e seus impactos, em diferentes contextos socioculturais. Espera-se que os resultados dessa discussão apontem para o luto como uma temática atemporal que exerce grandes impactos na psique e no processo de superação e continuidade de vida após as perdas significativas da vida. _________________________________________________________________________ 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _________________________________________________________________________ 1. Fases do Desenvolvimento Psicossocial Ao entrar em contato com estudos psicanalíticos freudianos, é visto que Freud deu atenção ao estudo do desenvolvimento psíquico da criança e do adolescente o descrevendo em 5 fases conhecidas como oral, anal, fálica, latência e genital. Erik Erikson, por sua vez, buscou compreender o desenvolvimento por toda uma vida que caminha pelos primeiros anos da infância até a velhice (Papalia e Feldman, 2013). Erikson divide seus estudos a respeito do eu em oito estágios do desenvolvimento, sendo eles: confiança vs desconfiança, autonomia vs vergonha, iniciativa vs culpa, domínio vs inferioridade, identidade vs confusão de papéis, identidade vs isolamento, generatividade vs autoabsorção e integridade do ego vs desesperança. Acrescentando assim que a cada estágio que há uma vivência em conflitos psíquicos que contribuem para a formação da nossa personalidade, sendo assim, a atual pesquisa busca compreender como a morte, o sofrimento ou sua ausência e o entendimento do luto para o enlutado pode alterar ou contribuir nesse sofrimento psíquico e desenvolvimento esperado. Apresentando ainda em suas teorias o Ego como instância crucial e de grande papel para que possa haver um equilíbrio psíquico por meio das nossas experiências e ações no mundo, proporcionando assim uma adaptabilidade. O Ego, segundo Erikson, emerge da sociedade e por ela que há uma modelagem da personalidade dizendo também sobre os valores e necessidades de cada indivíduo. 2. Luto e seus impactos psicológicos De maneira geral, pode-se dizer que existem diversos resultantes dos impactos gerados pelo luto. Podem ser eles: transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, pânico, pânico social, depressão, distúrbio do sono, dificuldades de concentração, dentre outros. Além de consequências somatizadoras, isto é, atribuir sintomas emocionais à físicos. 2.2.1 As fases do luto Em 1969, Elisabeth Kubler-Ross, publicou seu livro On death and Dying no qual ela descreve modelos de estágios e fases dadas ao luto, entretanto, os estágios e fases descritos por ela trata-se de como pacientes de doenças terminais reagem a elas e suas experiências assim vivendo e não somente como ou propriamente falando acerca do entendimento do luto, a morte e seus semelhantes, porém, essa visão acerca de como enfrentar esse momento delicado da tomada de consciência sobre o estado de saúde tem sido adotado e bem recebido ainda para entender sobre o luto e sobre a morte. As fases apresentadas por Elisabeth são: negação, raiva, barganha, depressão e então, por fim, a aceitação da morte da pessoa querida. Desse modo, cientistas buscam até hoje descobrir se há um padrão nas fases do luto e seus enfrentamentos e o que é dito até o momento é que diferentes fases e enfrentamentos são apresentados, pois, o luto assim como a existência humana como um todo, apresenta-se com uma singularidade e particularidade extraordinária, o que faz com que cada qual reaja de maneira diferente ao passar por esse processo de perda e retomada da vida. Sendo necessário e de suma importância ressaltar ainda que, o que pode influenciar nas fases da vivência do luto, são as diferentes formas que as culturas entendem sobre a passagem da vida para a morte, bem como também os rituais fúnebres são apresentados em uma grande diversidade. No Brasil, por exemplo, acostumados com rituais de enterros comuns em caixões, sepultamentos, sentimentos melancólicos e de sofrimento, seria estranho enfrentar um ritual fúnebre comum na Colômbia chamado Chigualo onde acredita-se que quando uma criança vem a óbito ela torna-se um anjo que será levado ao paraíso e sendo então festejado e comemorado. 2.2.2 Experiências psicológicas influenciadas pelo luto Social e culturalmente há enfrentamentos e comportamentosque são esperados e normalizados frente ao luto e que foram investigados por meio desta pesquisa como ocorre, quando ocorre e se há um padrão de ocorrência. Podendo exemplificar essas experiências psicológicas de enfrentamento e comportamento como: - A vivência e experiência do início de uma depressão com a perda de uma pessoa querida e as consequências da sua ausência e necessidade de readaptação; - Questões quanto a alimentação e a perda de apetite e cuidados naturais e necessários para o corpo humano, bem como a higiene e cuidados corporais; - Os sentimentos de insuficiência e demandas psicológicas de achismo do possível evitar a perda e insuficiência quando a pessoa perdida ainda estava em vida; - As ansiedades sofridas após a perda na busca por uma nova vida, novas experiências e como o enfrentamento rápido e repentino pode alterar e modificar na vida do enlutado; - Dificuldades de novas e futuras conexões afetivas e de confiabilidade em novas relações no processo de luto e após perder a pessoa querida. 2.2.3 Desenvolvimento psicossocial diante de um cenário de luto A atual pesquisa busca compreender se o possível padrão comportamental e psicológico de enfrentamento ao luto influencia e é influenciado juntamente com o estágio de vida o qual o enlutado está no dado momento da perda e como isso modifica suas próximas fases, e aos indivíduos presentes na velhice e que não apresentarão próximos estágios em suas vidas, há uma busca pela possibilidade de um luto enfrentado com sucesso a partir da sua compreensão sobre a morte e o morrer em todo seu percurso de vida. Lembrando que o luto não está somente relacionado ao fato da perda de um indivíduo e ente querido, é muito mais complexo que isso. Concentra-se também ao fato de que algo foi perdido e então o que resta é o vazio dessa perda. Como traz Freud (1926) traz que o ego estando em seu estado de luto se envolve no processo de madeira que há uma perda de energia reativa no cenário de luto, afetando assim sua disposição, percepção e desenvolvimento com os meios. 3. Luto e subjetividade Em aspectos gerais, o processo do luto costuma seguir um fluxo um tanto frequente nas sintomatologias e nas formas de vivenciá-lo. Porém, é possível observar também que existem algumas variações, essas que podem ser vistas ao longo destas pesquisa não só como variações referentes ao desenvolvimento psicossocial, mas também como questões subjetivas e particulares dos indivíduos enlutados, que são capazes de tornar esse processo mais doloroso e complicado, ou com sintomas mais amenos. Vale ressaltar que essas formas de enfrentamento são válidas não só para a perda de um ente querido, mas perdas no geral, seja do emprego, de uma amizade, de um relacionamento amoroso, entre outros. São muitas as particularidades dos indivíduos que influenciam na vivência do luto. O autor John Bowlby (1982), em seu livro Formação e Rompimento dos Laços Afetivos, apresenta algumas variáveis acerca da evolução do luto. São elas: a idade e o sexo da pessoa que enfrenta o luto, uma vez que a falta de experiências pode ser um indicativo de maiores complicações; as condições psicológicas que o enlutado se encontra antes e após a perda, posto que as condições que o indivíduo se encontra no pós, pode contribuir para o progresso do luto; a personalidade do indivíduo que experiencia a perda; além do grau de proximidade e a importância da pessoa perdida. Além disto, Bowlby refere-se ao luto como uma diversidade de processos psicológicos conscientes e inconscientes, sendo assim, individuais e subjetivos. A autora Rivera 2012 (apud FREUD, 1974), faz uma releitura da obra e discute amplamente o conceito do luto. Segundo a autora, o luto é retratado como uma reação à perda de um ente querido e essa reação é, então, uma forma de remodelar o eu. Diante do exposto, a subjetividade é entendida aqui como o processo que possibilita a construção do psiquismo humano, sendo um processo individual, independente e aleatório. 4. Intervenção e suporte psicológico aos enlutados No tópico anterior, mencionou-se a respeito da dificuldade de romper laços com personagens de maior apego para o indivíduo enlutado, segundo o autor John Bowlby. Partindo deste pensamento, surge o questionamento a respeito de alternativas de intervenção e suporte válido e eficaz para o enfrentamento e elaboração do luto, considerando que trata-se de um processo individual e subjetivo. Além disso, tendo em vista os estágios do luto descritos por Kubler-Ross, observa-se um certo despreparo para a experiência de superação do luto. Distante da fuga e do distanciamento desse processo, a primeira postura a ser feita é o enfrentamento da dor e do sofrimento. Isso permitirá ao indivíduo que ele avance etapas e se adapte à uma nova situação ou realidade. Sugere-se então algumas estratégias: A família tem importante contribuição após o acolhimento, atuando de maneira facilitadora e mostrando que, mesmo com algo ruim tendo ocorrido, existem sim, pontos positivos alheios a isso. Enxergar o positivo, o próspero, o próprio seguir adiante. Outro suporte relevante para promover o confronto neste momento difícil, é a psicoterapia individual ou de grupo. Uma vez que, através da psicoterapia, é possível fazer uma melhor estruturação e, assim, facilitar a identificação e construção de ferramentas para a superação dos impactos gerados pelo luto. E na psicoterapia de grupo ocorre o favorecimento à socialização, gerando um espaço seguro para que os enlutados possam se expor diante de outras pessoas com problemas semelhantes. Não pode-se deixar de citar a importância da espiritualidade, em casos que a mesma se faz válida, para uma melhor elaboração do luto, uma vez que para Levin (2003), a espiritualidade apresenta-se como uma forma de se obter esperança diante de fatos angustiantes. Para além do exposto, é possível perceber que a espiritualidade, além de fornecer apoio à determinadas pessoas, se mostra como um fator atenuante frente aos sofrimentos gerados pelo luto, visto que, a crença de um amanhã melhor também é uma forma de reduzir angústias. _________________________________________________________________________ 3. JUSTIFICATIVA _________________________________________________________________________ Este projeto de pesquisa visa investigar e analisar como o fenômeno do luto e perda é enfrentado nas diversas fases da vida ao decorrer do seu desenvolvimento humano, descrevendo, sobretudo, como a visão a respeito da morte nos diferentes estágios de desenvolvimento pode influenciar na elaboração desse sofrimento. A seguinte questão em destaque deverá ser respondida a partir do levantamento dos dados e discussão dos mesmos: como a visão acerca da morte em cada fase e influenciados pela cultura ou pelo meio social pode tanto amenizar quanto aumentar o processo de luto e de perda, juntamente com o questionamento de quais procedimentos e medidas podem ser tomadas para amenizar a dor daqueles que sofrem nesse momento. Segundo Sigmund Freud (Luto e Melancolia, 1917): “O teste da realidade revelou que o objeto amado não existe mais, passando a exigir que toda a libido seja retirada de suas ligações com aquele objeto.” Sendo assim, como exposto acima, a pesquisa busca compreender também por sua vez quais os fatores de apego e sentimento estão atrelados com o entendimento da passagem de uma pessoa querida para sua morte. Atrelada a busca por essa compreensão pessoal do enlutado, pretende-se compreender como os aspectos socioculturais e de cobrança coletiva em relação aos rituais e momentos fúnebres influenciam no processo de elaboração e enfrentamento do luto. _________________________________________________________________________ 4. OBJETIVOS _________________________________________________________________________ 4.1 Objetivo Geral: O objetivo deste projeto é investigar o fenômeno do luto como experiência e seus impactos psicológicos e sociais sobreo enlutado. 4.2 Objetivo Específico: 4.2.1 Entender como os aspectos socioculturais influenciam na vivência do luto; 4.2.2 Apresentar um estudo bibliográfico acerca do desenvolvimento psicossocial quanto ao luto, seus estágios, fases e significados; 4.2.3 Relacionar as implicações do desenvolvimento psicossocial no processo do luto; 4.2.4 Realizar a análise comparativa como o fenômeno acontece em diversas fases do desenvolvimento. _______________________________________________________________________ 5. MÉTODOS _________________________________________________________________________ Realizada a pesquisa com caráter quali-qualitativo quanto a forma de abordagem da problemática envolvendo o luto por meio de questionário contendo questões abertas e fechadas. Sendo elas em formato Likert, categorizadas e em análise posteriormente, sendo essa análise as respostas esperadas e obtidas com caráter descritivo. 5.1 Local A coleta de dados foi realizada, exclusivamente, no contexto virtual e online, com utilização da ferramenta Google Forms que foi enviado o link de resposta para as perguntas, submetidos a responderem após concordarem com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 5.2 Participantes O presente trabalho de revisão bibliográfica espera a participação de jovens e adultos entre 18 e 60 anos. Para participar da pesquisa, o critério de inclusão definido fora que o participante já tenha vivido algum tipo de luto, seja pela morte de um ente querido, pela perda de um amigo, perda de um animal, ou quaisquer outras formas de enlutamento. Inicialmente expostos a aceitarem participar da pesquisa por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) cientes das suas respostas dadas. 5.3 Materiais e instrumentos 5.3.1 Instrumento de pesquisa: Enviado virtualmente por meio da utilização da ferramenta Google Forms a série de perguntas elaboradas no questionário. Contendo esse questionário 5 questões de triagem, 5 questões abertas a serem respondidas sendo semiestruturadas nos eixos de aspectos socioculturais que influenciam o luto e implicações do processo psicossocial no processo do luto, juntamente com 15 questões na escala Likert de Ansiedade Perante a Morte - Death Anxiety Scale (DAS) de Templer (1970) de medição de 5 pontos, sendo eles: concordo plenamente, concordo, neutro, discordo e discordo plenamente - utilizada para medir o nível de concordância e discordância -, totalizando assim 25 questões com demanda de 15 minutos para que seja. respondidas pelo voluntário de pesquisa. 5.3.2 Material de pesquisa: Quanto ao material referencial de pesquisa, por se tratar de uma revisão bibliográfica no campo da Psicologia, o grupo realizou um um levantamento aprofundado da literatura sobre o tema do processo do luto e as implicações da percepção acerca da morte frente a isso. Para isso, o grupo usou como base artigos que aprofundam-se na Teoria do Desenvolvimento Psicossocial e a obra de Erik Erikson, Infância e Sociedade, publicada em 1950. Assim como, a obra do psiquiatra e criador da psicanálise Sigmund Freud: Luto e Melancolia, o livro de Elisabeth Kubler-Ross: On death and Dying, além de artigos publicados que apresentem relevância à pesquisa e demais autores que foram citados ao longo da pesquisa. 5.4 Cuidados éticos 5.4.1 Identidade e dados: Sendo dispensado o uso de identificação dos sujeitos que participaram como voluntários e, sendo assim, preservando seus dados pessoais e utilizando somente suas respostas disponibilizadas para cunho acadêmico e de pesquisa, sendo assim aceito por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 5.4.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE): Você está sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa intitulada: Análise acerca da morte e o morrer no desenvolvimento psicossocial e nos aspectos culturais. Essa pesquisa foi elaborada por alunos da disciplina Estágio Básico I, do curso de Psicologia do Centro Universitário IESB, sob orientação da profª. Dra. Caroline M. B. Salles. A pesquisa tem como objetivo investigar o fenômeno do luto como experiência e seus impactos psicológicos e sociais sobre o enlutado. Deixando esclarecido que a sua participação nesta pesquisa será como voluntário(a), tendo um tempo aproximado de duração de 15 minutos para o preenchimento. Podendo a qualquer momento você desistir de preencher o formulário, sem que tenha nenhum tipo de prejuízo em decorrência de sua desistência. Porém, as suas respostas nos ajudarão na compreensão do tema e, de maneira acadêmica e dentro da Psicologia, desenvolver formas de minimizar os efeitos negativos acerca do processo do luto e dos seus enlutados, manifestando assim o nosso voto de agradecimento por sua colaboração. Quaisquer dúvidas ou esclarecimentos, poderá ser feito o envio para o seguinte e-mail: Você aceita participar? 5.5 Procedimento da coleta de dados Foi realizado um estudo quali-quantitativo, com delineamento com estudo do tipo transversal, com coleta dos dados realizada em duas etapas seguidas posteriormente da etapa de coleta, análise e interpretação de dados. 5.5.1 Primeira etapa: A primeira etapa tem como caráter a apresentação e primeiro contato da pesquisa para com o sujeito voluntário, enviado via redes sociais e de comunicação, sendo elas Instagram e WhatsApp, contendo o link do formulário de perguntas. 5.5.2 Segunda etapa: Ao acessar o link do formulário, o sujeito voluntário teve a opção de aceitar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ou não. Ao ser aceito, logo em seguida constam as questões a serem respondidas tanto da Escala de Ansiedade Perante a Morte - Death Anxiety Scale (DAS) quanto as questões desenvolvidas a fim de maior direcionamento da pesquisa. 5.5.3 Terceira etapa: Foi realizado o fechamento do prazo para recebimento de respostas no link do formulário on-line, coletados os dados recebidos das respostas de todos os sujeitos voluntários e em sequência analisados e postos em comparação com a teoria e proposta utilizada na pesquisa. 5.6 Procedimento de análise dos dados Para a análise dos dados foi utilizada a ferramenta quanti-quali. Sendo assim, as respostas das questões na escala Likert foram comparadas a fim de analisar se há um padrão acerca da morte e do luto. Além disso, foi realizada a interpretação das questões abertas através da análise individual e reunindo-as em uma nuvem de palavras, a fim de coletar as variáveis relacionadas ao tema proposto. _________________________________________________________________________ 6. RESULTADOS _________________________________________________________________________ 6.1 Perfil dos participantes Participaram desta pesquisa 28 pessoas que relataram já ter vivenciado o luto. Conforme consta nas tabelas 1, 2 e 3, responderam a esta pesquisa 14 homens (50% da população), 13 mulheres (46,4% da população) e 1 pessoa do gênero não-binário (3,56% da população). Em relação a idade dos participantes, 24 participantes relataram ter entre 18 e 32 anos, classificados aqui como jovens; e 4 participantes adultos e de meia idade com idades entre 33 e 51 anos. No que se refere à religião dos participantes, 15 pessoas afirmam ser cristãs - católicos, evangélicos e adventistas -, 3 pessoas afirmaram seguir as doutrinas de religiões de matriz africana, 9 pessoas afirmaram não seguir nenhuma religião e 1 pessoas disse seguir outra religião não especificada. No que refere-se à idade em que os participantes viveram o luto, a maioria (46,4%) respondeu que viveu o luto quando jovem (entre 18 e 32 anos), já 28,6% relatou ter experienciado a perda durante a adolescência (entre 13 a 17 anos), 21,4% afirmou que viveu o luto durante a infância (entre 2 a 12%) e apenas 3,6% relatou ter perdido alguém na fase adulta ou de meia idade. Tabela 1 - Idade dos participantes e idade em que viveram o luto. Idade Atual Percentual Idade durante o Luto Percentual Infância (2 a 12) 0 Infância (2 a 12) 6 (21,4%) Adolescência (13a 17) 0 Adolescência (13 a 17) 8 (46,4%) Jovem (18 a 32) 24 (85.7%) Jovem (18 a 32) 13 (28,6%) Adulto e meia idade (33 para cima) 4 (14,3%) Adulto e meia idade (33 para cima) 1 (3,6%) Tabela 2 - Religião dos participantes. Religião Percentual Cristã 15 (53,6%) Matrizes Africanas 3 (10,7%) Não tenho 9 (32,1%) Outras 1 (3,6%) 6.2 Perguntas na escala Likert acerca dos Fenômenos psicológicos que envolvem a morte e do luto: Figura 1 - Pergunta acerca do medo de perder alguém para a morte. Em relação ao sentimento de medo de perder alguém para a morte, a maioria respondeu que concorda plenamente e que concorda, representando 46,4% e 14,3% da população entrevistada, respectivamente. Por outro lado, 17,9% afirmou discordar plenamente, 10,7% discordou e 10,7% afirmou não saber. Diante dos dados, é possível observar que esse medo sentido por grande parte da amostra da pesquisa, pode estar relacionado aos impactos psicológicos do luto e suas fases, descrito por Kubler-Ross (2017), sugerindo assim, o potencial traumático desse processo e da sua elaboração. Figura 2 - Pergunta acerca do sentimento de raiva após viver a perda No aspecto do sentimento de raiva após a vivência do luto, por sua vez, a maioria da população afirmou discordar plenamente em relação à afirmação de que sentiu muita raiva após vivê-lo, representando 60,7% dos entrevistados, enquanto 7,1% afirmou discordar. Em contrapartida, 14,3% afirmou concordar plenamente com a afirmação, 10,7% afirmou concordar e 7,1% disse não saber. Figura 3 - Pergunta acerca do sentimento de falta de sentido na vida após a perda. No que concerne a identificação de sentido na vida ou falta de sentido após o luto, a maioria da população apontou que discorda plenamente e discorda que sentiu que a vida não fazia mais sentido após vivê-lo, representando 53,6% e 17,9%, respectivamente. Já 3,6% da população afirmou concordar plenamente com a afirmação, enquanto 14,3% afirmou concordar. Além disso, 10,7% disse não saber. Figura 4 - Pergunta acerca do sentimento de fraqueza para fazer coisas básicas após o luto. No que tange a pergunta que teve por objetivo investigar os impactos nas atividades do dia a dia em decorrência do luto, a maioria da população entrevistada afirmou discordar plenamente que sentiu-se sem forças para fazer coisas básicas da vida, representando 57,1%, enquanto 10,7% afirmou discordar. Já 10,7% e 7,1% afirmaram concordar plenamente e concordar, respectivamente. Além disso, 14,3% da população afirmou não saber. Figura 5 - Pergunta acerca do sentimento de que a morte faz parte do ciclo da vida. No questionário, também buscou-se investigar a concepção dos entrevistados acerca do conceito de morte. Neste aspecto, a maioria da população entrevistada afirmou concordar plenamente e concordar que a morte faz parte do ciclo da vida e é algo natural, representando 53,6% e 28,6%, respectivamente. Já a população que não concorda com a afirmação representou 3,6% dos entrevistados. Enquanto 14,3% afirmou não saber. Figura 6 - Pergunta acerca do fenômeno de seguir esperança após a vivência do luto. Após o processo do luto, a maioria dos entrevistados afirmou ter conseguido seguir a vida com esperança, representando 35,7% da população que afirmou concordar plenamente e 17,9% da população que afirmou concordar. Por outro lado, um alto número, correspondente a 39,3% da população, disse não saber. Enquanto 7,1% afirmou discordar. Figura 7 - Pergunta acerca da influência familiar na vivência do luto. Em relação a pergunta que objetivou investigar a influência da família na experiência do luto para o sujeito, mais da metade dos entrevistados afirmou que concorda plenamente que a forma como vivenciou o luto foi influenciada pela experiência familiar, representando 64,3%, enquanto 17,9% afirmou concordar. Em contrapartida, a minoria (3,6%) afirmou discordar plenamente, 7,1% afirmou discordar e 7,1% disse não saber. Figura 8 - Pergunta acerca do sentimento de superação do luto. A respeito do sentimento de superação, metade da população (50%) afirmou concordar plenamente no que refere-se ao sentimento de que superou o luto, enquanto 14,3% afirmou concordar. Por outro lado, 21,4% afirmou não saber, 7,1% afirmou discordar e 7,1% afirmou discordar plenamente. 6.2 Perguntas abertas acerca dos fenômenos psicológicos da morte e do luto Figura 9 - Pergunta acerca do conceito individual sobre a morte. PARA VOCÊ, O QUE É A MORTE? Em relação ao conceito individual a respeito da morte, a grande maioria associou a morte a uma noção de finitude da vida ou de um ciclo, seja associado a uma crença de algo além da matéria física ou não. Além disso, 5 respostas afirmaram que a morte faz parte do ciclo da vida, natural e inevitável, sendo que uma pessoa relaciona esse processo a algo essencial para a manutenção do ciclo da vida. Ademais, cinco pessoas relacionaram a morte a um processo espiritual de recomeço e passagem para outra vida. Categoria Temática: Fim - O fim da vida. - O fim da presença física de uma pessoa. - Acredito que a morte é o fim de tudo ou o recomeço de algo novo. - O fim da vida na terra. - É o fim de uma jornada, a missão da pessoa foi cumprida aqui entre nós - O fim do ciclo da vida. - Um descanso. - Um sono. - Morte é quando a gente para de existir. Categoria Temática: Recomeço/Passagem - Passagem de uma vida para outra. - Para mim é apenas uma passagem da vida. - Mas acredito que a morte é o fim de tudo ou o recomeço de algo novo. Categoria Temática: Ciclo da Vida - Um momento comum na nossa vida que todo mundo algum dia terá que passar, é apenas uma questão de tempo. - Um ciclo da vida que todos tem que passar. - A morte para mim é algo natural do ponto de vista biológico, mas para os que acreditam ela também pode ser renascimento ou uma passagem. A morte é parte da vida, mas ninguém está preparado para vivenciá-la, principalmente quando se trata de alguém próximo ou querido. - Algo inevitável, infelizmente, ciclo natural da vida, que, por muitas vezes, pode ser precoce. - A morte é algo necessário para manter o ciclo da vida. Categoria Temática: Religiosidade e Espiritualidade - É a vida em Cristo. - É o final da vida aqui na terra, mas o começo de uma vida eterna. - É o descanso “pro” que partiu. Figura 10 - Pergunta acerca do conceito individual sobre o luto. PARA VOCÊ, O QUE É O LUTO? No que diz respeito à percepção do conceito de luto, a grande maioria associou o fenômeno à dor e ao enfrentamento da dor; grande parte associou essa dor à tristeza pela falta de alguém e por saber que essa pessoa não voltará mais. Além disso, duas pessoas apontaram que para superar essa dor é necessário se "conectar com coisas que façam sentido" e "reaprender a viver". Já 4 (quatro) pessoas associaram o processo do luto como uma perda ou um processo de aceitação da perda, sendo que uma pessoa aponta que para superar o luto é necessário sentir esse processo para que se aprenda a lidar. Outra categoria temática citada por 3 (três) pessoas, foi a da saudade que não pode ser suprida. Categoria Temática: Saudade - O sentimento negativo da falta do outro, ter a certeza no meio da saudade que não tem como ver de novo. - Saudades. - Saudade sem fim. Categoria Temática: Dor - O luto é um período de tempo em que sentimos dor por quem partiu. Essa dor pode se manifestar de diferentes formas, em tristeza ou raiva, por exemplo. Pode ser considerado o período de tempo em que o corpo físico e também a mente se recuperam de algo muito traumático, no caso a morte. - Dor pela ausência eterna de alguém. - Dor por uma ausência eterna, que não volta mais. - A dor da perda. - Enfrentar a dor imensa de perder algo ou alguém, tentando se conectar com outras coisas na vida que façam a vida valer a pena. - Um momento de dor e confusão na sua vida, você tem que reaprender a viver sem alguém funcional na sua vida. Categoria Temática: Perda - Um processo de perda de umente querido que é preciso sentir o processo e aprender a lidar com ele. - O luto é o sentimento de perda de alguém que realmente fazia parte do seu cotidiano e laço afetivo. - E o processo de aceitação de uma perda. - Um processo de perda de um ente querido que é preciso sentir o processo e aprender a lidar com ele. Figura 11 - Pergunta acerca da experiência individual na passagem do luto. COMO VOCÊ VIVENCIOU SUA EXPERIÊNCIA DE LUTO? No que tange a vivência da experiência do luto, grande maioria das respostas constaram que a população da pesquisa enfrentou com pesar e tristeza até que aceitassem de fato a perda da pessoa querida, utilizando de termos como “tristeza”, “saudade”, “vazio”, “buraco” e outros para expressar esse sentimento que expressa emoções negativas. Expressando ainda que, após o sofrimento e sentimentos negativos, boa parte da população da pesquisa aceitou na condição de que a quem perderam poderia estar em “um lugar melhor” e que deveria “seguir com a sua vida” assim como exige a ordem natural do processo da vida. Reconhecendo esse pensamento por 1 (uma) resposta que diz “aguentar um dia por vez”. Categoria Temática: Dor/Sofrimento - Não consegui vivenciar com plenitude e liberdade, havia muito trabalho e pouco tempo, vivenciei aos poucos e ainda sinto. Lutei e venci a raiva e a rejeição, a dor de perder alguém querido ainda vive. - Sessões de terapia, muita tristeza, dor, lembranças boas, um turbilhão de emoções. - Sofrendo muito. Categoria Temática: Triste/Tristeza - Fiquei triste. - Sessões de terapia, muita tristeza, dor, lembranças boas, um turbilhão de emoções - Ao vivenciar o luto senti apenas um vazio inexplicável no peito, como se fosse um buraco. Mesmo com as ideias bagunçadas eu entendi que era a hora daquela pessoa partir, ela cumpriu a sua missão. Mas junto ao sentimento de tristeza sempre ficou uma dúvida de como seria a vida daqui para frente, se iria seguir normal, se algo ia mudar. No fim da experiência de luto e após muitas reflexões sobre a morte, ficou saudade. - Uma dor inédita, eu entendia o que tinha acontecido, mas isso não isenta a dor. Figura 12 - Pergunta acerca do sentimento individual após a passagem do luto. APÓS A VIVÊNCIA DO LUTO, SUA FORMA DE ENCARAR A VIDA MUDOU? COMO? Acerca da mudança após a vivência do luto, 13 participantes da população da pesquisa afirmam com certeza que suas formas de encarar a vida mudou. Apresentando como maior temática e entendimento que a vida foi feita para ser vivida e aproveitada com as pessoas que ficaram próximas a elas ainda em vida, termos usados como “fiquei mais resignada” e “a vida é muito improvável” e outras demonstram após os sentimentos de vivência como o processo e fase de aceitação da perda. Além disso, até mesmo aqueles que responderam expressando o termo “não” como fragmento da resposta ainda que não expressassem que a forma de encarar tenha mudado, apresentaram reflexões sobre a temática da morte e o luto, demonstrando como quem também aceitou após a perda e o processo da superação, como em uma das respostas que diz “não, a vida é assim, o luto só relembra o que a correria do dia a dia nos faz esquecer: não somos eternos”. Categoria Temática: Continua/Um dia de cada vez - A vida é muito improvável, um dia de cada vez. Por isso acredito que a forma pode mudar, mas o sentimento de perda nunca vai ser algo bom ou maduro de se vivenciar. - A vida continua sendo a mesma, o que muda com a morte é a forma como você está com as pessoas importantes, procurar viver menos orgulho, demonstrar sentimentos. Categoria Temática: Aproveitar/Valorizar - Não somos eternos. Precisamos valorizar as pessoas e coisas que realmente valem a pena. - Hoje em dia eu tento ao máximo aproveitar o tempo que tenho em cada interação social com as pessoas com quem eu me importo. - Não digo que mudou, mas reafirmou a ideia de que temos que aproveitar a vida e as pequenas coisas que ela pode nos oferecer. - Sim, penso que sempre que sentir vontade de fazer algo não devo esperar pois não sei o que irá acontecer no futuro próximo. - Perdi minha vó e vejo que precisamos aproveitar cada segundo que estamos com alguém que amamos. - Sim. Aproveitar momentos e fazer memórias com quem amo, isso me toca muito atualmente. _________________________________________________________________________ 7. DISCUSSÃO _________________________________________________________________________ Diante dos resultados obtidos é possível reconhecer algumas tendências e características particulares em relação ao enfrentamento do luto e da morte em relação a cultura e processos psicossociais. Uma delas é a visão da população da pesquisa na perspectiva de ser resiliente e seguir com a vida mesmo que diante da dor e do sofrimento causado pelo luto, sendo essa população em sua grande maioria da pesquisa respondida por jovens os quais ainda que quando apresentando medo da morte e da passagem do luto novamente, demonstram-se capazes de buscar forças para continuar, entretanto, força essa dessa população majoritariamente jovem que aparenta ainda que quando buscando forças e serem resilientes, terem suportes e apoios psicológicos durante e após o enfrentamento para que essa capacidade de prosseguir não seja uma dor velada e ignorada que possa vir a ser mais problemática ainda no seu futuro. No que refere-se aos impactos psicológicos que possam ser resultados do processo do luto, vale levar em consideração a pequena parte da população que apontou ter acreditado não ter forças para seguir em frente ou não ter forças para fazer coisas básicas, além de pessoas que afirmaram não saber, podendo apontar uma possível vivência de um estágio depressivo em relação à continuidade da vida. Nesse aspecto, apresenta-se aqui um dado preocupante - e que necessita de atenção e do desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento para resistir à depressão. Podendo exemplificar essas experiências psicológicas de enfrentamento e comportamento como: - A vivência e experiência do início de uma depressão com a perda de uma pessoa querida e as consequências da sua ausência e necessidade de readaptação; - Questões quanto a alimentação e a perda de apetite e cuidados naturais e necessários para o corpo humano, bem como a higiene e cuidados corporais; - Os sentimentos de insuficiência e demandas psicológicas de achismo do possível evitar a perda e insuficiência quando a pessoa perdida ainda estava em vida; - As ansiedades sofridas após a perda na busca por uma nova vida, novas experiências e como o enfrentamento rápido e repentino pode alterar e modificar na vida do enlutado; - Dificuldades de novas e futuras conexões afetivas e de confiabilidade em novas relações no processo de luto e após perder a pessoa querida. Quanto ao que se esperava citado nesta pesquisa ao que diz respeito aos mecanismos e meios que colaboram para esse enfrentamento da morte e do luto nos processos psicossociais e culturais, pode-se compreender que a parcela da população da pesquisa que correspondem aos jovens resilientes buscaram esse apoio por intermédio das suas relações intrapessoais mais do que aspectos culturais tais como a religião e apego na fé, ainda que também necessário para compreender que a morte e o luto são processos naturais do ciclo vida. _________________________________________________________________________ 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________________________________________ O estudo da concepção do luto e da morte pelas diferentes pessoas dentro da cultura e dos aspectos psicossociais, ao final da realização da pesquisa e a breve análise dos resultados comparados com a temática literária utilizada como embasamento teórico da discussão, demonstrou o reconhecimento da influência da fase da vida em que a população da pesquisa encontrava-se diante do luto e como essa experiência foi diferentemente vivida nas diferentes etapas da vida. Temáticas comoas de coping religioso e espiritual (Pargament, 1997) demonstram ser mais presentes em parte da população que representa a fase da vida mais avançada dos adultos aos de idade para cima, por outro lado, outra fase da vida como as do jovens demonstram-se como utilizar de outros mecanismos que não necessariamente os religiosos para a superação da morte e processos da fase do luto. No que diz respeito as fases do luto dadas na referência literária utilizada para a pesquisa (Elisabeth Kubler-Ross, 1969) ainda que tenha sido criada e utilizada para tratar dos casos dos pacientes terminais e sem um estudo definitivo que trata a temática das fases voltadas para a morte e o luto como um todo, é possível reconhecer que intrinsecamente parte da população da pesquisa reconhecida pelos jovens mostraram enfrentar as fases do medo e sofrimento seguindo da resiliência e da tentativa de aproveitarem suas vidas depois de reconhecerem a morte como um processo natural para além da raiva e tristeza de ter perdido uma pessoa querida. Algo a ser considerado para a ciência da Psicologia, apresenta-se a necessidade do estudo das diferentes formas de enfrentamento do luto para compreender o sofrimento e angústia do outro e como a elaboração pode ser feita com sucesso utilizando dos teóricos e dos estudos da pesquisa. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________________________________________ BOWLBY, John. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo: Martins Fontes. BASSO, L. A., & Wainer, R. (2011). Mourning and sudden losses: Contributions of Cognitive Behavioral Therapy. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 7(1). Disponível: https://doi.org/10.5935/1808-5687.20110007 DALMORO, M., & Vieira, K. M. (2013). Dilemas na construção de escalas Tipo Likert: o número de itens e a disposição influenciam nos resultados?. Revista gestão organizacional, 6(3). KUBLER-ROSS, E. (2017). Sobre a morte e o morrer: O que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. WWF Martins Fontes. LEVIN, J. (2003). Deus, fé e saúde. Editora Cultrix. PARGAMENT, K.I. The psychology of religion and coping: theory, research, practice. Guilford Press, New York, 548p., 1997. PAPALIA, D. E. e FELDMAN, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano. Porto Alegre, Artmed, 12ª ed. RAMOS, V. A. B. O processo de Luto.Psicologiapt.ISSN 1646-6977. 2016. Disponível: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1021.pdf Acesso em: 10 de nov. 2018 RIVERA, T. (2012). Luto e melancolia, de Freud, Sigmund. Novos estudos CEBRAP, 231-237. FREUD, S. Edição Standard Brasileira de Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1926. “Inibições, sintomas e ansiedade”. Vol. XX FREUD, S.Edição Standard Brasileiras das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1917. “Luto e Melancolia”. Vol. XX [1915]/1974. _________________________________________________________________________ 10. ANEXOS _________________________________________________________________________ Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) Anexo 2: Questionário Anexo 3 - Escala de Ansiedade Perante a Morte - Death Anxiety Scale (DAS)
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