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Livro Campos de Experiências e Prática Educativa

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24/05/2022 13:46 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu
https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 1/3
CONHECENDO A DISCIPLINA
Seja bem-vindo à disciplina Campos de Experiências e Prática Educativa.
Vamos iniciar nossos estudos com algumas questões: será que a
educação infantil sempre foi parte do sistema de ensino? O momento
histórico in�uencia a forma de pensar e conceituar a educação infantil?
Educação e cuidados sempre foram tratados como ações indissociáveis
nesta etapa educacional? Quais diretrizes nortearão o trabalho do
pro�ssional educador em termos de prática pedagógica na atualidade?
São muitas as re�exões incitadas por essas questões. Assim, esta
disciplina abordará uma ampla variedade de temas, objetivando
contribuir para o seu aprendizado.
Na Unidade 1, denominada “A educação infantil na Base Nacional
Comum Curricular”, você entrará em contato com aspectos históricos da
educação infantil no Brasil, que revelarão as diferentes concepções de
atendimento à infância que perpassaram a nossa história até
chegarmos ao cenário atual, marcado por avanços legais que se pautam
numa concepção especí�ca de infância e de direito à educação,
destacando a importância da identidade dessa etapa educacional, ou
seja, de serem promovidas propostas curriculares que inovam em seus
arranjos, tendo como foco os campos de experiências que revelam as
intencionalidades educativas em consonância com os eixos de ação da
CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E PRÁTICA EDUCATIVA
Sueli Helena de Camargo Palmen
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24/05/2022 13:46 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu
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educação infantil contemporânea, o que signi�ca levar em conta as
interações e o brincar, destacando o educar e cuidar indissociáveis, que
norteiam as ações nacionais em termos de política nacional para a
educação infantil.
Na Unidade 2, intitulada “Os campos de experiências e os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento”, adentraremos no universo dos
direitos previstos para a educação infantil nacional: os direitos de
conviver, de brincar, de explorar, de participar, de expressar-se e de
conhecer-se. Como a escola deve organizar-se para promover esses
direitos?
A penúltima unidade desta disciplina (Unidade 3) intitula-se “Os campos
de experiências e os objetivos de aprendizagem para a educação
infantil” e busca focalizar as crianças da educação infantil (0 a 5 anos).
Serão destacados comportamentos, habilidades, conhecimentos e
vivências previstos para cada etapa do desenvolvimento, tratando
também dos campos de experiências como formas de organizarmos as
experiências educativas, considerando os objetivos incorporados em
cada um desses campos para acompanharmos o desenvolvimento da
criança ao longo de toda a educação infantil.
Por �m, a última unidade desta disciplina (Unidade 4), “Os campos de
experiências, precursores e metodologias ativas”, apresentará alguns
autores que se destacaram por inovar na forma de pensar o trabalho
junto à educação infantil, dando ênfase à experiência e ao
protagonismo no processo educativo, olhando os sujeitos em sua
potência e individualidade, visando a uma educação criativa,
signi�cativa, integral e para a vida. En�m, conversaremos sobre Dewey,
Freinet, Montessori e Waldorf.
Diante do que apresentamos aqui, re�ita: você, como futuro
pedagogo, percebe a importância de conhecer o histórico da
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O objetivo desta disciplina é permitir que você compreenda as
transformações curriculares a partir da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e que adeque sua prática educativa a partir das
necessidades dos alunos, considerando o desenvolvimento de
competências. Assim, o foco está em proporcionar-lhe conhecimentos
acerca dos direitos de aprendizagem e dos objetivos da educação
infantil a partir da BNCC, auxiliando-o a incorporar em sua prática
educativa os conceitos e posturas adequados à faixa etária da educação
infantil, relacionando-os aos campos de experiências com metodologias
ativas contemporâneas e historicamente constituídas, visando à
promoção de competências e à prática de uma educação integral.
É fundamental que você se envolva em seu processo de aprendizagem e
incorpore em sua prática educativa as diretrizes educacionais para a
educação infantil, incluindo a BNCC, revelando posturas e opiniões
compatíveis com o atual conceito de educação infantil, promovendo
ações educativas ativas que estimulem o protagonismo infantil,
fortalecendo, assim, a promoção da educação integral.
Como futuro educador, esperamos que você utilize os conhecimentos
aqui trabalhados para promover aprendizagens signi�cativas e que
assuma a postura de cidadão crítico e transformador, sendo gestor do
processo educativo e promotor de autonomia e protagonismo no
contexto educativo.
Portanto, vamos aos estudos?
educação infantil no Brasil, bem como seus processos
organizacionais e legais, para compreender as propostas que se
apresentam na atualidade como eixos para a ação?
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NÃO PODE FALTAR
COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BNCC
Sueli Helena de Camargo Palmen
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CONVITE AO ESTUDO
eja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina.
QUAL É A FINALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL?
A LDB estabelece que a �nalidade da educação infantil é o desenvolvimento integral da criança,
o qual engloba aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da
família e da comunidade.
Fonte: Shutterstock.
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A educação infantil sempre fez parte do sistema educacional brasileiro? Será que
essa etapa educacional sempre foi um direito da criança? Você já ouviu falar do
educar e cuidar indissociáveis? Podemos dizer que o brincar e as interações são
eixos da prática educativa?
O estudo dessas questões contribuirá para sua compreensão quanto aos aspectos
históricos que constituem a educação infantil no Brasil e que revelam concepções
acerca da forma como a criança tem sido vista em termos educacionais.
Na primeira seção desta unidade, “Compreendendo a Educação Infantil a partir da
BNCC”, vamos conhecer o histórico da educação infantil, pois ele nos ajudará a
compreender a forma como essa etapa educacional vem sendo estruturada e
pensada em termos legais, além de revelar as necessidades e os desa�os em sua
organização.
Nesse sentido, conversar sobre qual é o conceito de criança que tem norteado o
trabalho na educação infantil se faz primordial. Na segunda seção, “O que mudou
do RCNEI para a BNCC”, a visão de criança será apresentada, revelando a mudança
conceitual entre o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)
e a BNCC, a qual fala em direitos de aprendizagem e no protagonismo infantil.
Assim, é muito importante compreender a importância de diretrizes que alinhem o
trabalho pedagógico em termosnacionais. Na terceira seção, “A educação
integral, os eixos estruturantes e os arranjos na educação infantil”, veremos a
organização curricular nos campos de experiências como uma forma de arranjo
para o desenvolvimento do trabalho educacional na educação infantil, mobilizando
as competências e tendo o brincar e as interações como eixos para a
aprendizagem.
Este é o grande desa�o desta disciplina: apresentar-lhe subsídios para uma
prática educativa alinhada com a BNCC.
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Vale destacar que, ao �nal desta disciplina, espera-se que você compreenda o atual
conceito de educação infantil e sua importância, e que desenvolva uma prática
compatível com as orientações da BNCC para a educação infantil, re�etindo sobre
a ação educativa, promovendo o desenvolvimento de competências por meio de
metodologias e práticas pedagógicas, e também analisando os desa�os e
possibilidades no arranjo curricular por campos de experiências, de modo a propor
soluções e caminhos para a resolução dos problemas.
FOCO NA BNCC
De acordo com a BNCC, “competência é de�nida como a mobilização de
conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas,
cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas
complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo
do trabalho” (BRASIL, 2017, [s.p.]). Ao olhar para a situação-problema que
apresentaremos, por exemplo, você terá de mobilizar conhecimentos, se
colocar no lugar do outro (empatia) e buscar a solução para o problema.
Essa forma de pensar o aprendizado pautado em competências e
habilidades busca levar o aluno para situações do cotidiano, exercendo sua
cidadania com plenitude e se conectando com o mundo do trabalho e suas
demandas reais.
O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe para os
contextos de aprendizagem, para as situações-problemas, e busque retomar os
conhecimentos que foram tratados nesta disciplina. Compreenda esses momentos
como uma aproximação da prática e realize as atividades com dedicação. En�m,
adote a postura de protagonista de seu aprendizado; analise os contextos
apresentados, pense na realidade de uma escola e proponha alternativas para
solucionar os problemas.
PRATICAR PARA APRENDER
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Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a educação infantil no Brasil,
percorrendo aspectos históricos importantes para compreendermos sua trajetória,
organização atual e concepção de criança que norteia a legislação que a
regulamenta.
Assim, a primeira seção desta unidade contribuirá para que você compreenda a
dinâmica de constituição da educação infantil no Brasil, olhando-a em termos
históricos e legais de modo a fazer uma análise de sua trajetória, a �m de perceber
os avanços na forma de conceber a educação da criança pequena e de identi�car e
re�etir sobre as potencialidades da BNCC em termos organizacionais e promotores
de direitos de aprendizagens a todos os sujeitos da educação básica, sendo este
um grande desa�o da esfera educacional na atualidade.
Você já ouviu falar na BNCC?
Como futuro educador, é muito importante conhecer as diretrizes do trabalho
pedagógico na educação infantil, por isso iniciaremos essa conversa.
Lembre-se da importância da postura observadora, analítica, crítica e ética do
pro�ssional da educação!
Para contextualizar sua aprendizagem, imagine a seguinte situação: Isabel é uma
jovem pedagoga que acabou de passar em um concurso para professora de
educação infantil numa rede pública de ensino. Contudo, ela nunca trabalhou com
crianças da faixa etária desse segmento, portanto não tem experiência com bebês
e crianças pequenas. Como é muito comprometida com a qualidade de seu
trabalho, entrou em contato com você, um pro�ssional mais experiente, que já
atua com esse público há muito tempo, pedindo-lhe auxílio.
Isabel acredita que sua função será de maternagem, pautada nos cuidados com a
higiene e a alimentação das crianças. Para ela, somente os �lhos das mães que
trabalham no contexto extradomiciliar é que podem frequentar a creche, por
exemplo. Nesse sentido, seu papel é orientá-la.
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Para ajudá-la, você considera importante fazer alguns apontamentos acerca de
aspectos da história da educação infantil que poderão permear o cotidiano
pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua visão de criança e sua visão de educação
no segmento da educação infantil.
Nesse sentido, re�ita:
Quais apontamentos você faria para Isabel a �m de esclarecer o papel da
educação infantil na contemporaneidade?
A educação infantil é um direito da criança mesmo quando sua mãe não
trabalha fora de casa?
A prática educativa é pautada em ações educacionais ou em orientações
assistenciais e higienistas?
É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo
quando falamos de crianças tão pequenas?
En�m, pense nos apontamentos que você considera fundamentais para a prática
educacional de Isabel, tendo em vista o histórico e a especi�cidade da educação
infantil. Pense, também, sobre o seguinte: conhecer esses apontamentos será
favorável para uma conduta ética de Isabel como professora de educação infantil?
Você considera que esses conhecimentos vão auxiliá-la na desconstrução de
estereótipos em relação ao trabalho realizado nesta etapa educacional?
Vamos juntos enfrentar esse desa�o. Bons estudos!
CONCEITO-CHAVE
A BNCC é um documento que normatiza as ações ligadas às aprendizagens que
devem ser comuns a todos os alunos da educação básica no território brasileiro,
tanto da rede pública de ensino quanto da rede privada. É um documento voltado
à educação nacional, olhando para as aprendizagens previstas em cada etapa
educacional.
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Contudo, antes de adentrarmos no território da legislação que regulamenta a
educação em nosso país, é fundamental conhecermos a história da educação
infantil para compreendermos conceitos que foram se construindo a partir de
demandas decorrentes das modi�cações econômicas, políticas e sociais que
acabaram por modi�car a forma como a criança é concebida, sendo vista enquanto
ser social.
Tanto no Brasil como no mundo as raízes da educação infantil têm ligação com o
trabalho extradomiciliar feminino, ou seja, têm como base o trinômio: mulher-
trabalho-criança.
Kuhlmann, pedagogo dedicado à pesquisa historiográ�ca na área de educação
infantil, pontua que:
Ao longo da história, essas instituições voltadas à educação de crianças de 0 a 6
anos, na esfera pública, receberam várias denominações: salas de asilo, jardins da
infância, escola maternal, creche, pré-primário e pré-escola. Essas denominações
não são apenas formas de nomear as instituições, cada uma carrega concepções
que caracterizam o tipo de atendimento realizado e o público ao qual a instituição
se destinava em termos de classe social.
Kishimoto (1988) aponta que as salas de asilo e as creches eram destinadas aos
pobres (�lhos dos operários), sem uma proposta educacional, apenas assistencial,
enquantoos jardins de infância eram destinados à elite, considerados como
equipamentos coletivos de educação e cuidado das crianças, portanto, com caráter
educacional e amparo pedagógico, seguindo os postulados de Froebel
(Kindengarten).
ASSIMILE
As instituições de Educação da criança pequena estão em estreita relação com as questões que dizem respeito
à história da infância, da família, da população, da urbanização, do trabalho e das relações de produção, etc. –
e, é claro, com a história das demais instituições educacionais. (KUHLMANN, 2001, p. 16)“
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Friedrich Froebel (1782-1852) foi um educador alemão fundador dos jardins
de infância. Ele acreditava que a criança é como uma planta em sua fase de
formação, exigindo cuidados periódicos para que seu crescimento aconteça
de maneira saudável. Os professores, por sua vez, seriam os jardineiros que
participariam do processo de desenvolvimento das crianças.
No Brasil, temos no início do século XX, na cidade de São Paulo, a Escola
Normal Caetano de Campos, responsável pela formação de professores,
mantendo um jardim de infância anexo à escola normal, visando ao
atendimento educacional de crianças e funcionando como campo de
estágio para as normalistas.
A polaridade entre educação e assistência é questionada por criar estereótipos
acerca dos equipamentos de educação infantil, quando, na realidade, as
dimensões educar-cuidar são indissociáveis do processo educativo. Podemos dizer
que a abordagem educacional de cada instituição teve em nossa história um
enfoque diferenciado conforme o público ao qual se destinou em seus primórdios
de funcionamento, nos remetendo a algumas re�exões, como: a educação sempre
foi direito de todos?
O ano de 1899 pode ser considerado como o marco das primeiras propostas de
instituições “pré-escolares” no Brasil, ano em que se fundou o Instituto da Proteção
e Assistência à Infância – IPAI, no Rio de Janeiro, e a primeira creche para �lhos de
operários: a creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado. Vale destacar
que as instituições de atendimento à infância existentes em nosso país no �nal do
século XIX e início do século XX representavam a política assistencial que se
concretizava naquele momento e que contava com o apoio de três vertentes
políticas na constituição de suas propostas: a vertente médico-higienista, a
vertente jurídico-policial e a vertente religiosa (KUHLMANN, 2001).
Quadro 1.1 | Instituições de atendimento à infância e a política assistencial
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Vertentes
políticas Propostas assistenciais decorrentes
Vertentes
políticas Propostas assistenciais decorrentes
Médico-
higienista
Combate à mortalidade infantil: pasteurização do leite de vaca,
uso da mamadeira, programas com as lactantes, programa Gota
de leite, campanhas de vacinação.
Atendimento médico nas creches.
Jurídico-
policial
Patronato de menores: foco na criação de creches e jardins de
infância (entre outras formas de atendimento) voltados à
infância moralmente abandonada e a crianças cujas mães
buscavam trabalho fora do lar, prevenindo-as da criminalidade.
1940: criou-se o Departamento Nacional da Criança.
1941: criou-se o Serviço de Assistência ao Menor (SAM).
1943: criou-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as
quais determinam que as empresas com mais de 30 mulheres
trabalhadoras deviam ter um lugar para a guarda das suas
crianças durante o período de amamentação.
Religiosa A Igreja Católica implementava novas políticas assistenciais de
atendimento à infância, pautadas na �lantropia.
A diferença de classe era compreendida como de ordem
natural, devendo ser suportada pelo trabalhador, dentro de sua
condição de subalternidade, sustentando a sociedade
capitalista.
Fonte: adaptado de Kuhlmann (2001); Pilotti e Rizzini (1995).
Vemos que, ao longo da história, sempre se atribuiu à mulher-mãe a
responsabilidade pela guarda e educação de seus �lhos, assim, é perceptível a
ligação entre o trabalho extradomiciliar feminino e a criação de creches e pré-
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escolas no Brasil.
Entre os grandes marcos de nossa história que favoreceram a criação das creches
está a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), lei aprovada em 1943 e criada
durante o governo do presidente Getúlio Vargas, que garantia o direito à
amamentação das crianças durante a jornada de trabalho das mães trabalhadoras.
Rosemberg (1984), em seus estudos sobre a creche no Brasil, detectou que as
redes públicas de creches se originaram baseadas em motivações exteriores às
necessidades das crianças de 0 a 6 anos, ou seja, visavam às políticas de incentivo
ao trabalho materno. Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, ou seja, a
partir de 1945, a educação e o cuidado da criança pequena passam a acontecer
também fora de casa, em equipamentos coletivos como creches, escolas maternais
ou jardins de infância.
Essa mudança no padrão de criação das crianças pequenas é decorrente das
transformações ocorridas no mundo produtivo e das modi�cações nas relações de gênero,
indicando, inclusive, mudanças na concepção de criança, revelando a preocupação quanto
às suas necessidades educativas e de socialização, enxergando-a, portanto, como
portadora de especi�cidade.
Nesse contexto, a educação e o cuidado da criança vão pouco a pouco deixando de
ser encargo exclusivo da esfera privada e passando a se constituir dentro do
capítulo das políticas públicas.
Rosemberg (1989) relata que na década de 1970, quando o Brasil se encontrava
num governo ditatorial, os movimentos sociais começaram a se organizar em prol
do direito à participação política. Entre esses movimentos, os grupos feministas
foram se constituindo e apresentaram como bandeira de luta a revisão do papel
da mulher na família e na sociedade, cobrando o papel do Estado na educação das
novas gerações.
Para ilustrar como era o atendimento em creche, a autora exempli�ca tomando
como base a cidade de São Paulo, a �m de compreendermos a necessidade de
expansão do atendimento nesse tipo de instituição. Em 1970, a cidade de São
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Paulo tinha 750 mil crianças na faixa de 0 a 4 anos, mas possuía apenas 3 creches
mantidas direta e indiretamente pelo poder público (Prefeitura Municipal). Em
1982, a cidade de São Paulo já contava com 120 creches instaladas.
Esse dado indica que é a partir da segunda metade da década de 1970 que houve
um aumento de creches mantidas pelo poder público, resultado de um processo
reivindicatório cada vez mais organizado a favor da creche enquanto direito do
trabalhador. Não podemos negar que o debate ideológico e o nível de organização
dos movimentos sociais avançaram muito, principalmente no que tange à
concepção de atendimento educacional à criança pequena, superando a
concepção exclusivamente assistencialista.
Somente na década de 1980, com a Constituição Federal do Brasil de 1988, houve
o reconhecimento da creche como instituição educativa, direito da criança, opção
da família e dever do Estado. Nessa década, conformeexpõe Oliveira (2002),
discussões surgiram levando-se em conta o rompimento com concepções
assistencialistas ou compensatórias das creches e pré-escolas, propondo o
desenvolvimento da escolaridade incluindo aspectos linguísticos e cognitivos das
crianças.
Essa foi a primeira Constituição a ver a educação infantil como um direito da
criança, não se restringindo ao âmbito do Direito da Família e apontando o dever
do Estado em provê-la (BRASIL, 1988).
É a Constituição de 1988 que dá bases legais para a constituição de políticas sociais
voltadas à infância e, desde então, a educação infantil tem passado por
reformulações no campo das políticas públicas.
EXEMPLIFICANDO
“Ela nem trabalha fora e quer uma vaga na creche para seu �lho”.
Quando ouvimos essa fala, estamos diante de um contexto de
desconhecimento da lei. A Constituição Federal do Brasil de 1988 é a lei
maior que rege nosso país. Ela é a primeira constituição que reconhece o
direito à educação a partir do nascimento. Assim, o direito à educação
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independe da condição trabalhista de nossos país, é um direito previsto em
lei. É dever do Estado o atendimento em creche e pré-escola a toda criança
de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 1988).
É na década de 1990 que a educação infantil começa a desenvolver sua identidade
e passa a ser reconhecida como um lugar de educação, um local em que as
crianças aprendem e constroem novos conhecimentos. A concepção de educação
infantil começa a ser pensada a partir de um caráter pedagógico, transformando-
se, assim, o olhar voltado para a criança, que passa a ser vista como um ser ativo
no processo de aprendizagem, ganhando um papel central nas discussões
educacionais (HADDAD, 1991).
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Em 1990, tivemos a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990), que representa um marco na forma de conceber a
criança, não mais como um menor a ser corrigido pelo Estado, mas como um
sujeito de direitos, entre os quais o direito à educação.
Em 1996, temos a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que regulamenta a educação nacional
e reconhece a educação infantil como a primeira etapa da educação básica,
incorporando-a ao sistema de ensino de maneira formal e normatizando seu
funcionamento, o que representou um avanço em termos de reconhecimento.
Segundo a LDB (BRASIL, 1996), a educação infantil, é constituída por:
Creches: voltadas a atender crianças de 0 a 3 anos de idade.
Pré-escolas: voltadas a atender crianças de 0 a 5 anos de idade.
Nesse segmento de ensino, a avaliação é feita mediante acompanhamento e
registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promoção, mesmo para
o acesso ao ensino fundamental.
Em seu art. 29, a LDB nº 9.394/1996 estabelece que a �nalidade da educação
infantil é o desenvolvimento integral da criança, o qual engloba aspectos físicos,
psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da
comunidade. Portanto, é um espaço educativo, cuja função abarca o educar e o
cuidar compreendidos como indissociáveis.
A Lei nº 9.394/1996, em seus art. 9º e art. 87, estabelece, ainda, como dever da
União, a elaboração de um Plano Nacional de Educação, contando com a
colaboração dos estados, Distrito Federal e municípios. Quanto à organização dos
sistemas de ensino, cabe ao Distrito Federal e aos municípios a oferta da educação
infantil em creches e pré-escolas, com prioridade, ou seja, é responsabilidade
municipal.
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Houve muitas lutas e grande participação dos movimentos sociais para esses
termos serem alcançados, consolidando-se na Constituição Federal de 1988, no
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, na LDB de 1996 e em outras leis,
que veremos adiante.
Olhando para a trajetória da educação infantil no Brasil, vale retomar que, embora
desde 1988 a educação seja considerada um direito desde o nascimento e apesar
do avanço legal em se considerar a educação infantil parte da educação básica
desde 1996, com a aprovação da LDB nº 9.394/1996, ainda na atualidade nem
todas as crianças têm acesso a esse direito constitucional.
Precisamos mudar essa história!
PESQUISE MAIS
O artigo a seguir retrata de maneira breve o processo histórico e legal de
constituição da educação infantil no Brasil.
NONO, M. A. Breve Histórico da Educação Infantil no Brasil. In: NONO, M. A.;
GUIMARÃES, C. M. (Orgs.). Educação infantil: princípios e fundamentos.
São Paulo: Unesp/Univesp, 2016, p. 15-28.
A EDUCAÇÃO INFANTIL EM NÚMEROS (CENSO ESCOLAR)
Ao focalizarmos os dados estatísticos que revelam como anda o atendimento
educacional no Brasil, um dado nos chama a atenção: a lacuna na primeira etapa
da educação básica.
Mas, o que acontece com a educação infantil?
O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, estabelece 20 metas para
a educação nacional, a serem atingidas até 2024. A Meta 1 tem como proposição a
educação infantil e refere-se à ampliação do acesso por meio da universalização da
pré-escola e da expansão do atendimento em creches para, no mínimo, 50% das
crianças de até 3 anos.
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O Censo da Educação Básica de 2012 mostrava que somente 23,5% das crianças de
0 a 3 anos de idade e 14,8% dos menores de 2 anos frequentavam creches (BRASIL,
2013). Vemos, a partir desses dados que orientaram a elaboração do PNE de 2014,
que os desa�os para alcançar a Meta 1, ligada à faixa etária de 0 a 3 anos, são
bastante expressivos.
ASSIMILE
O Censo Escolar da Educação Básica é uma pesquisa realizada anualmente
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) de forma articulada com as Secretarias Estaduais e Municipais de
Educação, visando mapear o número de matrículas na educação básica,
seja em estabelecimentos públicos ou privados, a �m de conhecer melhor
as condições do sistema de ensino brasileiro.
Quando olhamos para as crianças em idade pré-escolar, a Meta 1 propõe sua
universalização. Nesse momento, é importante esclarecer que, em 2009, acontece
uma alteração em nossa Constituição, a Emenda Constitucional nº 59/2009, que
determina a obrigatoriedade de matrícula na educação básica na faixa etária de 4 a
17 anos. Assim, desde 2009, as crianças de 4 e 5 anos (idade pré-escolar) têm a
matrícula obrigatória nesta etapa educacional. O Censo de 2012 mostra que a
cobertura nacional na pré-escola alcança cerca de 80% das crianças, havendo
grandes variações regionais, estaduais e municipais (BRASIL, 2013).
ASSIMILE
Emenda Constitucional é uma modi�cação pontual no texto constitucional.
Focalizando a educação infantil, a Emenda Constitucional nº 53/2006
rede�niu a faixa etária desse segmento, adotando a de 0 a 5 anos de idade.
Outra alteração na Constituição Brasileira foi a Emenda Constitucional nº
59/2009, que modi�cou a faixa etária considerada para a obrigatoriedade
escolar, adotando a faixa etária entre 4 e 17 anos, como mencionado.
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Barbosa (2011) e Aquino (2012) destacam que a oferta da educação infantil para
crianças de 4 a 6 anos vem ocorrendo em tempo parcial e indicam que o próprio
Plano Nacional de Educação prevê o estímulo do acesso à educação infantil em
tempo integral para todas as crianças, seguindo as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil.
Vemos, até aqui, que apesar das conquistas legais que constituem a trajetória da
educação infantil no Brasil, ainda são muitos os desa�os. Percebemos, por meio do
Censo Escolar, o tratamento desigual existente entre creche (atendimento de
crianças de 0 a 3 anos) e pré-escola (atendimento de crianças de 4 e 5 anos),
revelando onde está o foco no atendimento.
A ampliação do acesso à educação infantil (creche e pré-escola) é condição
indispensável para a conquista da qualidade na educação infantil e para a garantia
do direito subjetivo à educação.
De acordo com o Censo Escolar de 2019, vemos que o número de crianças
atendidas tem aumentado ano a ano, mas ainda estamos longe de atingir a meta
do PNE (Lei nº 13.005/2014) de ampliar o atendimento em creche, atingindo 50%
de sua população-alvo, e universalizar a pré-escola.
Quadro 1.2 | Número de matrículas da educação infantil (2015 – 2019)
ANO Total EI Creche Pré-escola
2015 7.972.230 3.049.072 4.923.158
2016 8.279.104 3.238.894 5.040.210
2017 8.508.731 3.406.796 5.101.935
2018 8.745.184 3.587.292 5.157.892
2019 8.972.778 3.755.092 5.217.686
Fonte: adaptado de Brasil (2019).
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AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ao constituir-se na primeira etapa da educação básica, a educação infantil nos leva
a uma grande re�exão: “como se caracteriza o trabalho educativo nesta etapa
educacional?”.
Partindo desse questionamento, emerge a necessidade de pensarmos nos
aspectos curriculares a serem implementados na educação infantil, perpassando
por estudos e discussões acerca do conceito de currículo, muitas vezes
compreendido como o caminho a ser seguido, passando também pelo conceito de
currículo como normas reguladoras e chegando ao conceito de “diretrizes”, as
quais são pautadas em princípios.
Aqui, vale destacar que diretrizes na educação infantil não padronizam nem de�nem
conteúdos, mas suscitam caminhos com as múltiplas linguagens, em que a arte e a ciência
são vivenciadas de forma relacionada.
Homologada em dezembro de 2009, a Resolução CNE/CEB nº 5/2009 �xou as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), destacando a
importância de se observar a organização das propostas pedagógicas dessas
instituições, articulando-as com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica.
Conforme Oliveira (2010, [s.p.]),
As DCNEI apontam a necessidade de se estruturar e organizar ações educativas
com qualidade, aliadas à valorização do papel dos professores que atuam junto às
crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade. Estes pro�ssionais são desa�ados a
As creches e pré-escolas, como parte do sistema de ensino, conforme determina a LDB (Lei nº 9.394/96),
necessitam de Diretrizes Curriculares Nacionais para orientar suas propostas pedagógicas e suas práticas
cotidianas junto às crianças. Essas Diretrizes estabelecem parâmetros básicos que articulam o processo
peculiar de ensino-aprendizagem na educação infantil com as diferentes etapas da Escola Básica, vencendo a
longa tradição assistencialista e escolarizante que tem marcado as creches e pré-escolas.
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construir propostas pedagógicas que, no cotidiano de creches e pré-escolas,
permitam a escuta e a participação das crianças, acolhendo suas curiosidades e
modos de produzir e signi�car a cultura.
A prática educativa, segundo as DCNEI, deve estar pautada em eixos de ação,
sendo eles o brincar e as interações, lembrando que o educar e o cuidar são ações
inerentes e indissociáveis.
Desse modo, as DCNEI (BRASIL, 2009, p. 83),
A visão de criança presente nas diretrizes indica um sujeito do processo de
aprendizagem, sujeito esse histórico e de direitos, que se desenvolve nas
interações cotidianas. Ainda segundo o referido documento (BRASIL, 2009, p. 86),
As DCNEI apresentam três princípios básicos que devem orientar as ações
educacionais (BRASIL, 2009). São eles:
Os princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade, da
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes
culturas, identidades e singularidades.
Os princípios estéticos: valorização da sensibilidade, da criatividade, da
ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
Os princípios políticos: valorização dos direitos de cidadania, do exercício da
criticidade e do respeito à ordem democrática.
[...] orientam a formulação de políticas, incluindo a de formação de professores e demais pro�ssionais da
Educação, e também o planejamento, desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto Político-
Pedagógico e servem para informar as famílias das crianças matriculadas na Educação Infantil sobre as
perspectivas de trabalho pedagógico que podem ocorrer.
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O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as
experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico,
cientí�co e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações sociais que as crianças desde bem
pequenas estabelecem com os professores e as outras crianças, e afetam a construção de suas identidades.
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O grande avanço deste documento curricular está no seu alinhamento com o texto
constitucional, no qual a concepção de criança como sujeito de direitos é retomada
como diretriz para o trabalho educativo, indicando que a organização curricular da
educação infantil pode se estruturar em eixos, centros, campos ou módulos de
experiências que devem se articular em torno dos princípios, condições e objetivos
propostos nesta diretriz, dando continuidade às discussões em torno da
especi�cidade da educação infantil e da necessidade de se pensar em seu
currículo.
Nesse contexto, a BNCC (BRASIL, 2017, [s.p.]) passa a ser pensada como um
documento que normatiza as “aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”,
incluindo a educação infantil.
POR DENTRO DA BNCC
Você sabia que a BNCC (2017, [s.p.]) recomenda “incorporar aos currículos e
às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que
afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente
de forma transversal e integradora”?
Consideram-se “temas contemporâneos” aqueles cujo conteúdo apresenta
conexão com o cotidiano, apresentando relevância na aprendizagem.
Todos os temas devem ser incluídos no currículo como conteúdos a serem
ministrados pelas diversas áreas de conhecimento, de forma transversal.
En�m, é longa a trajetória da creche, desde uma concepção que a considera
apenas um local de guarda da criançapara a mãe trabalhadora até uma concepção
que a compreende como um espaço de educação integral da criança, como um
espaço de socialização.
REFLITA
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Considerando a especi�cidade da educação infantil e suas diretrizes para o
trabalho educacional, nesta etapa da educação básica deve-se pensar numa
preparação para o ensino fundamental?
Por meio desta breve contextualização histórica, buscamos apresentar a trajetória
da educação infantil no Brasil e convidamos você a continuar nessa jornada,
observando, agora, o surgimento de uma nova visão de criança a partir da BNCC: a
criança como protagonista de seu aprendizado.
Você está caminhando rumo ao resultado de aprendizagem desta unidade, ou seja,
conhece o atual conceito de educação infantil, identi�ca suas principais diretrizes,
reconhece a importância da BNCC e consegue perceber os impactos dessa
organização curricular na sua prática educativa, tendo as crianças como
protagonistas desse processo.
Bom trabalho!
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FAÇA VALER A PENA
Questão 1
Ao longo da história, vemos que as instituições voltadas à infância receberam
várias denominações: salas de asilo, jardins da infância, escola maternal, creche,
pré-primário e pré-escola. Essas nomenclaturas carregam concepções que
caracterizam o atendimento realizado e o público ao qual se destinavam, conforme
a classe social.
Considerando a história da educação infantil no Brasil, podemos a�rmar que:
a.  As salas de asilo e os jardins de infância foram organizados para atender de forma igualitária todas as
crianças, seguindo preceitos pedagógicos.
b.  Os jardins de infância eram destinados à elite, considerados como equipamentos coletivos de educação e
cuidado das crianças, portanto, com caráter educacional.
c.  Ao longo de nossa história, os equipamentos de educação infantil nunca �zeram distinção quanto ao
público a que se destinavam e ao caráter do atendimento.
d.  As creches, desde seus primórdios, consideram o direito da criança à educação.
e.  Historicamente, a pré-escola sempre se voltou a atender à população que mais precisava de instrução,
exercendo uma função assistencial. 
Questão 2
A educação infantil no Brasil batalhou para ter sua identidade reconhecida, ou seja,
para que fosse vista como uma etapa educacional detentora de especi�cidades.
Somente quando se transforma o olhar voltado para a criança, que passa a ser
encarada como um ser ativo no processo de aprendizagem, é que a educação
infantil ganha espaço nas discussões educacionais.
As modi�cações na política educacional pautam-se em mudanças de concepções,
mas também em legislações que instauram e legitimam esse novo pensar. Analise
atentamente as a�rmações a seguir e indique qual é a a�rmação correta e que
representa uma legislação que foi marco para a educação infantil no Brasil.
a.  Em 1988, a promulgação da Constituição Federal do Brasil promoveu a educação infantil como primeira
etapa da educação básica, sendo um marco educacional.
b.  Em 1990, tivemos a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei nº 8.069, de 13 de julho
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de 1990), que representa um marco na forma de conceber a criança como um menor a ser corrigido pelo
Estado.
c.  A LDB nº 9.394/1996 estabelece que a educação infantil tem como �nalidade o desenvolvimento integral
da criança, complementando a ação da família e da comunidade, sendo um espaço educativo, cuja função
abarca o educar e o cuidar, compreendidos como indissociáveis.
d.  Em 1996, temos a aprovação da LDB nº 9.394/1996, que regulamentou a educação nacional e reconheceu
a educação infantil como parte do ensino fundamental.
e.  Em 2014, temos a aprovação da Lei nº 13.005/2014, a respeito do Plano Nacional de Educação, que tem
como principal objetivo a ampliação do acesso à educação infantil, visando acabar com a pobreza.
Questão 3
As DCNEI, homologadas em dezembro de 2009 (Resolução CNE/CEB nº 5/2009)
destacam a importância de se observar a organização das propostas pedagógicas
das instituições de educação infantil, articulando-as com as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica, mas considerando sua especi�cidade.
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REFERÊNCIAS
AQUINO, L. M. L. (Org.). Educação infantil e PNE: questões e tensões para o
século XXI. Campinas: Autores Associados, 2012.
BARBOSA, I. G. Educação infantil brasileira e a Emenda Constitucional nº 59/2009:
di�culdades e perspectivas de construção de uma proposta educativa de
qualidade. Boletim Salto para o Futuro (Os desa�os da universalização da
educação básica), [S.l.],ano XXI, n. 16, 2011.
BARBOSA, I. G. et al. A educação infantil no PNE: novo plano para antigas
necessidades. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 8, n. 15, p. 505-518, jul./dez.
2014 . Disponível em: https://bit.ly/3k2p�1. Acesso em: 7 set. 2020.
BARBOSA, M. C. S.; CRUZ, S. H. V; FOCHI, P. S.; OLIVEIRA, Z. M. R. O que é básico na
Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil? Debates em Educação,
Maceió, vol. 8, n. 16, jul./dez. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2I1T7hl. Acesso em:
7 set. 2020.
Diante da necessidade de pensarmos nos aspectos curriculares a serem
implementados na educação infantil, sustentado por estudos, chegamos ao
conceito de currículo como diretriz, pautando-se em princípios. Diante do exposto,
qual das a�rmações abaixo está correta?
a.  As Diretrizes estabelecem parâmetros básicos que articulam o processo peculiar de ensino-aprendizagem
na educação infantil com as diferentes etapas da escola básica.
b.  As Diretrizes apontam que a prática educativa deve estar pautada em eixos de ação, considerando o
processo de alfabetização como uma meta a ser alcançada na tenra idade.
c.  As Diretrizes apresentam uma visão de criança ainda dependente, que demanda pro�ssionais para
ensinar-lhe aspectos do cotidiano, suprindo lacunas familiares.
d.  As Diretrizes apresentavam princípios estéticos e éticos no texto original, mas foram suprimidos, pois a
estética abordava a ludicidade, tirando o caráter educativo da educação infantil.
e.  As Diretrizes apresentam princípios políticos que se referem aos grupos partidários que estavam
envolvidos em sua elaboração. 
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Grá�co, 1988. Disponível em:
https://bit.ly/362taXf. Acesso em: 23 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 14
jul. 1990.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 23 dez.1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de
Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário O�cial da União,
Brasília, DF, 18 dez. 2009.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de
Educação – PNE e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 26
jun. 2014.
BRASIL. A Base Nacional Comum Curricular [introdução]. Brasília: MEC/Secretaria
de Educação Básica, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2TVLyvu. Acesso em: 22 out.
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BRASIL. A educação infantil na Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017a. Disponível em: https://bit.ly/34ZrKh8.
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BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da educação básica 2012: resumo
técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
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BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2019: notas
estatísticas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
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2009.
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KISHIMOTO, Tizuko Morchida. A pré-escola em São Paulo (1877 a 1940). São
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OLIVEIRA, Z. R. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
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OLIVEIRA, Z. M. R.; SILVA, A. P. S. Diretrizes curriculares da educação infantil. In:
OLIVEIRA, D. A.; DUARTE, A. M. C.; VIEIRA, L. M. F. Dicionário: trabalho, pro�ssão e
condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BNCC
Sueli Helena de Camargo Palmen
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SEM MEDO DE ERRAR
COMO É A PRÁTICA EDUCATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL?
Nesse segmento da educação, o educar e o cuidar acontecem simultaneamente; as ações são
pautadas em planejamentos intencionais, em que o eixo do trabalho parte do brincar e das
interações sociais.
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Temos aqui a seguinte situação-problema: você é um pro�ssional da pedagogia
experiente, que atua há anos na educação infantil, no sistema público de ensino.
Isabel, sua amiga, acabou de passar num concurso para atuar junto a essa etapa
educacional, mas como não tem experiência com bebês e crianças pequenas,
entrou em contato pedindo a sua ajuda.
Considerando os conteúdos mobilizados nesta seção, você considerou importante
fazer alguns apontamentos acerca de aspectos da história da educação infantil que
poderão permear o cotidiano pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua visão de
criança e sua visão de educação na primeira etapa da educação básica, que é a
educação infantil.
Entre as re�exões levadas para Isabel estavam:
A educação infantil é um direito da criança, mesmo quando sua mãe não
trabalha fora de casa?
A prática educativa é pautada em ações educacionais ou em orientações
assistenciais e higienistas?
É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo
quando falamos de crianças tão pequenas, como as de 0 a 3 anos?
Após esses questionamentos, Isabel começa a falar o que pensa, revelando o
desconhecimento das normas legais que regulamentam a educação infantil. Diante
dos conhecimentos prévios de Isabel, você iniciou sua intervenção, orientando-a.
Explicou para Isabel como a educação infantil está organizada, ou seja, creches
destinadas para crianças de 0 a 3 anos e pré-escola para crianças de 4 e 5 anos.
Contudo, explicou a ela que as duas instituições são reconhecidas como
instituições educacionais desde 1996, por meio da LDB.
No entanto, já em 1988, a Constituição Federal do Brasil reconhece o direito da
criança à educação, assim, não estamos falando em um serviço de caridade, mas
num direito legal.
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A educação infantil possui diretrizes nacionais de funcionamento, assim, existem
normatizações quanto à formação de professores, à organização do espaço físico,
à forma de atendimento e às diretrizes curriculares. O educar e o cuidar
acontecem simultaneamente e ambos são importantes na prática educativa com
as crianças pequenas; as ações são pautadas em planejamentos intencionais, em
que o eixo do trabalho parte do brincar e das interações sociais.
Creches e pré-escolas têm suas especi�cidades de funcionamento, portanto, não
devemos reproduzir as ações que acontecem no ensino fundamental,
escolarizando as crianças pequenas precocemente.
Nesse sentido, é fundamental indicar os materiais para que Isabel estude e
conheça como a educação infantil está organizada na atualidade e quais desa�os a
esperam!
Esse exercício de re�exão proposto pela situação-problema visa à construção de
novos conhecimentos e a desconstrução de saberes reducionistas e
estereotipados, frutos do senso comum.
Ao discutir sobre os questionamentos apresentados, Isabel começou a conhecer a
especi�cidade da educação infantil e a desconstruir a visão pautada em crenças
enviesadas,que não condizem com a realidade.
Então, vamos conhecer mais a especi�cidade da educação infantil?
AVANÇANDO NA PRÁTICA
O QUE AS CRIANÇAS FAZEM NA CRECHE?
Maria trabalha em casa fazendo bolos para vender em seu bairro e tem uma �lha
de 3 anos que nunca foi para a escola. Contudo, percebe o quanto sua �lha
demanda atenção e demonstra interesse por conhecer coisas novas. No entanto,
como Maria não trabalha fora de casa, acredita que não tem direito a uma vaga na
educação infantil para a sua �lha.
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Quando a boleira era criança, ouvia sua mãe falar que as creches eram para
crianças pobres, abandonadas pela família, onde as crianças �cavam presas no
berço, e todas tinham de ir para o penico na mesma hora, sendo obrigadas a
dormir mesmo quando não tinham sono. Assim, embora veja sua �lha demonstrar
interesse em ir para a escola, Maria tem medo do que as pessoas vão falar caso ela
a matricule, pois são muitos os preconceitos em torno da creche.
Certo dia, sua vizinha encomendou um bolo e quando Maria foi entregar, as duas
começaram a conversar. Sua vizinha era Isabel, professora que acabou de assumir
uma turma de educação infantil. Maria comentou que sua �lha quer ir à escola,
mas que só tem 3 anos e ela se sente insegura em deixá-la na creche, pois tem
medo do tratamento que a criança receberá.
Isabel se impactou com a con�ssão, contudo, acolheu Maria e lhe contou que
também pensava assim, até conhecer a instituição de educação infantil (creche e
pré-escola). Isabel buscou orientá-la, para isso estrategicamente fez com que Maria
re�etisse sobre suas escolhas. Quais seriam as perguntas e a postura que a
professora Isabel poderia ter nesse cenário?
RESOLUÇÃO
Isabel poderia realizar algumas perguntas a Maria, como:
“Você conhece a creche aqui do nosso bairro?”
“Você sabia que a creche é um direito da criança desde que nasce?
Ninguém pode lhe cobrar comprovante de trabalho, pois a vaga é um
direito de sua �lha.”
“Você sabe o que as crianças fazem na escola? Você acha que elas só
comem, dormem e fazem a higiene?”
“Você gostaria de conhecer a escola onde trabalho?”
“Já ouviu falar em período de adaptação?”
Tais questionamentos motivaram um diálogo entre Maria e Isabel sobre o
assunto.
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Depois dessa conversa, Isabel pode levar Maria para conhecer a creche onde
trabalha, que �ca no bairro onde elas vivem. Ao ir até a instituição de educação
infantil e conhecer o espaço físico, é possível que Maria converse com a
diretora, a qual pode lhe explicar como é desenvolvido o trabalho, de modo
que as crianças se socializam e aprendem brincando, seguindo normas
educacionais pautadas em diretrizes educacionais. Além disso, pode explicar
que nem sempre foi assim, mas que as leis foram avançando e hoje a
educação infantil ofertada em creches e pré-escolas segue normas e tem como
foco os direitos das crianças a uma aprendizagem saudável.
Como se trata de uma mãe insegura, a diretora pode ter uma postura
acolhedora e levá-la para ver o momento de alimentação, por exemplo.
A diretora ainda pode explicar que, ao ingressar na escola, a criança tem o
direito ao período de adaptação, ou seja, vai se inserindo no novo grupo e no
novo espaço de forma planejada. Cada criança é vista em sua individualidade e
tem seu tempo de adaptação respeitado.
A família deve ser considerada uma parceira nesse processo, assim, é
fundamental uma reunião inicial com o professor ou professora responsável
pela turma, para combinarem essa dinâmica, garantindo uma adaptação
segura e saudável para os três atores: crianças, família e escola.
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NÃO PODE FALTAR
O QUE MUDOU DO RCNEI PARA A BNCC
Sueli Helena de Camargo Palmen
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PRATICAR PARA APRENDER
Olá! Nesta seção conversaremos sobre um grande dilema da educação infantil, que
são as discussões acerca da construção de seu currículo, respeitando-se as
especi�cidades dessa etapa educacional.
O QUE É A BNCC?
Trata-se de um documento norteador das aprendizagens que devem ocorrer no Brasil.
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Aqui, retomaremos as propostas e orientações curriculares voltadas à educação
infantil, decorrentes de sua regulamentação como parte do sistema educacional,
após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996).
Portanto, a segunda seção desta unidade contribuirá para que você compreenda
as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação
infantil, e também para que identi�que e re�ita sobre as potencialidades desse
documento normativo em termos organizacionais e promotores de direitos de
aprendizagens a todos os sujeitos da educação básica, especialmente às crianças
de 0 a 5 anos, nosso foco nesta disciplina.
ASSIMILE
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990, dispõe que:
Assim, mesmo reconhecendo que a infância não é um tempo da vida
homogêneo, ou seja, dos 0 aos 12 anos, sabemos que as crianças vivem
diferentes ciclos de seu desenvolvimento e operam com diversos desa�os e
potencialidades.
Mas, você sabe dizer o que é “currículo”?
A BNCC é a grande norteadora curricular da política educacional brasileira
contemporânea e aqui conversaremos mais sobre ela, no que tange à educação
infantil.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a �m de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. (BRASIL, 1990, [s.p.])
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Você está se preparando para ser um educador, por isso é fundamental conhecer
mais sobre a organização atual da educação infantil e a concepção de criança que
está presente em seus documentos norteadores.
Adote a postura de um educador-pesquisador e anote todos os conceitos que
aparecerem nesta seção, pois serão os referenciais para conversarmos sobre o
currículo na educação infantil.
Pensando na sua aprendizagem e nas competências a serem mobilizadas nesta
seção, imagine a seguinte situação: Isabel é uma jovem pedagoga que acabou de
passar em um concurso para professora de educação infantil numa rede pública
de ensino. Contudo, ela nunca trabalhou com crianças da faixa etária desse
segmento. Você, pro�ssional experiente na educação infantil, está tentando ajudá-
la nos desa�os que a permitirão construir conhecimento e amadurecer
pro�ssionalmente.Isabel acredita que a função da educação infantil está voltada apenas aos cuidados
infantis. Sente-se perdida, pois não sabe como realizar um planejamento na
educação infantil. Como pro�ssional mais experiente, como você a orientaria?
Diante desse desa�o, você considera importante fazer alguns apontamentos em
torno das orientações curriculares voltadas à educação infantil que poderão
permear o cotidiano pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua prática educativa na
primeira etapa da educação básica.
Pensando na BNCC e nas diretrizes curriculares:
Quais apontamentos você faria para Isabel, visando à elaboração de um
planejamento adequado para a educação infantil?
Quais são os eixos norteadores do trabalho na educação infantil?
O educar e o cuidar podem ser separados no cotidiano das creches e pré-
escolas?
É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo
quando falamos de crianças tão pequenas?
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Com base nessas questões, pense em outros apontamentos que poderão auxiliar
Isabel em sua prática educacional, começando pela elaboração de seu
planejamento educacional.
Quais conhecimentos você considera essenciais para um trabalho ético, que leve
em conta a especi�cidade da educação infantil?
Vamos juntos conhecer mais sobre essa etapa da educação básica e seus desa�os
curriculares? Um excelente estudo!
CONCEITO-CHAVE
Nesta seção conversaremos sobre currículo; a propósito, você saberia dizer o que
é currículo? O que a escola deve ensinar aos alunos? O que todos devem aprender
durante a trajetória escolar?
ASSIMILE
Do ponto de vista etimológico, o termo currículo vem da palavra latina
scurrere, correr, e refere-se a curso, à carreira, a um percurso que deve ser
realizado. Foi utilizado para designar um plano estruturado de estudos pela
primeira vez em 1633, no Oxford English Dictionary.
Inserido no campo pedagógico, o termo passou por diversas de�nições ao
longo da história da educação. Tradicionalmente, o currículo signi�cou uma
relação de matérias/disciplinas com seu corpo de conhecimento organizado
numa sequência lógica (grade ou matriz curricular), com o respectivo tempo
de cada uma. Esta conotação guarda estreita relação com “plano de
estudos”, tratado como o conjunto das matérias a serem ensinadas em
cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma (CURRÍCULO, 2006). 
Lembre-se de que nosso foco é a educação infantil, então re�ita: como deve ser
pensado o currículo nessa etapa educacional? Quais são as experiências que as
crianças de 0 a 5 anos devem ter o direito de vivenciar de acordo com as
especi�cidades de sua idade?
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Partindo desses questionamentos, iniciamos nossa conversa. Na seção anterior,
conhecemos a trajetória da educação infantil e sua transição da assistência social
para a educação, tendo como marco a legislação brasileira.
Num primeiro momento, temos a Constituição Federal do Brasil de 1988
reconhecendo o direito à educação desde o nascimento e, em 1996, temos a
regulamentação da educação infantil como a primeira etapa da educação básica,
ou seja, sua inserção no sistema de ensino. Portanto, desde a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996, a educação das crianças
pequenas, de 0 a 5 anos, passou a con�gurar-se no âmbito da educação básica.
Vale ressaltar que em seu art. 9º, inciso IV, a LDB nº 9.394/1996 destaca que:
Assim, aspectos organizacionais pautados na intencionalidade educativa passam a
compor as discussões da área voltada à educação da infância, sendo que um
desses aspectos, o currículo, ganha centralidade nas discussões.
Segundo Silva (2005, p. 13), precisamos compreender que as propostas
curriculares trazem uma teoria curricular em suas entrelinhas, indicando visões de
mundo e interesses, e interferindo em nossa prática, já que uma teoria se de�ne
pelos conceitos de que utiliza para conceber a realidade. Nesse sentido, o currículo
é resultado de uma seleção dentro de um universo amplo de conhecimentos e
saberes.
Mas quem seleciona? Para quem se seleciona? E com qual intenção se selecionam
conhecimentos e saberes?
Como responsável pela indução, proposição e avaliação das políticas públicas
relativas à educação nacional, o Ministério da Educação e do Desporto propôs, em
1998, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). O
Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de re�exão de cunho
A União incumbir-se-á de [...] estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
competências e diretrizes para a educação infantil [...] que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos,
de modo a assegurar formação básica comum. (BRASIL, 1996, [s.p.])“
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educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os
pro�ssionais que atuam diretamente com crianças da educação infantil,
respeitando a grande diversidade de práticas e também a diversidade cultural
brasileira.
Neste mesmo ano, 1998, a Comissão Internacional para a Educação do Século XXI
divulga seu relatório intitulado Educação: um tesouro a descobrir (DELORS, 1998),
no qual a educação básica é posta como a responsável pela preparação para a vida
e como o melhor momento para aprender a aprender, cabendo à educação
“proporcionar as condições para aprender a aprender, com base em quatro
pilares: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver
juntos” (DELORS, 1998, p. 101). Esses pilares embasaram as chamadas
competências e habilidades, que entraram no Brasil sendo amplamente
disseminadas.
Saisi (2003, p. 101) destaca que:
Reconhecer a especi�cidade da educação infantil envolve muito mais do que um
reconhecimento em termos de leis; envolve romper com a concepção de educação
assistencialista que até então se legitimara. Rever concepções sobre a infância,
sobre as relações entre classes sociais, sobre as responsabilidades da sociedade e
do Estado diante das crianças pequenas exigiram posicionamentos para embasar
os próximos passos. Pensar em currículo é fazer seleções de um determinado
lugar (SILVA, 2005).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, elaborado e difundido pelo Ministério da Educação e
do Desporto (MEC), em 1998, em consonância com a LDB, acompanha o processo de regulamentação da
Educação Infantil, mas não se constitui em instrumento legal obrigatório a ser seguido pelos educadores dessa
faixa etária. Consiste em um “guia de re�exão” cujo objetivo é contribuir para a elaboração dos projetos
edu¬cacionais propostos pelas instituições de Educação Infantil.
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Quem são as crianças, segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil? O RCNEI destaca, ao longo de seu documento, organizado em três
volumes, a visão de criança como sujeito social e histórico, que possui uma
natureza singular, ou seja, que pensa o mundo de um jeito próprio e que apreende
mais sobre esse mundo a partir das interações que estabelece desde cedo (BRASIL,1998). O processo de construção do conhecimento acontece por meio de
diferentes linguagens, que incitam as crianças em sua capacidade de terem ideias
e hipóteses sobre aquilo que buscam descobrir.
Nessa perspectiva, o Referencial coloca as crianças na posição de construtoras de
conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o
meio, dessa maneira, o conhecimento é fruto do trabalho de criação, signi�cação e
ressigni�cação que se dá nas interações.
Destacando a importância das interações, o documento retoma que, embora a
criança estabeleça múltiplas interações sociais decorrentes das diferentes
instituições sociais, toda criança pertence a uma organização familiar, e esta a uma
sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento
histórico, portanto, a criança é marcada pelo meio em que vive, tendo como
referência principal sua família, biológica ou não.
Quanto à instituição de educação infantil, o documento destaca que ela possui um
papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças por
meio de aprendizagens diversi�cadas, realizadas em situações de interação. Além
disso, essas instituições devem ser acessíveis a todas as crianças, como meio de
enriquecer seu desenvolvimento e inserção social.
O RCNEI (BRASIL, 1998, p. 23) sugere que,
Educar signi�ca, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de
ser e estar com os outros, em uma atitude de aceitação, respeito e con�ança, e o acesso pelas crianças, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
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Assim, a educação auxiliaria o desenvolvimento das capacidades de apropriação e
conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e
éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e
saudáveis. Esse documento ainda sugere que as atividades oferecidas para as
crianças não deveriam pautar-se apenas nas brincadeiras, mas também em
situações pedagógicas orientadas.
O cuidar, compreendido como intrínseco ao educar na educação infantil, exige
conhecimentos e habilidades que extrapolam a dimensão pedagógica, é um ato
em relação ao outro e a si próprio, que requer estar comprometido com o outro,
com sua singularidade, com suas necessidades, con�ando em suas capacidades,
de modo que se torna fundamental a construção de vínculos entre quem cuida e
quem é cuidado. De acordo com o RCNEI, cuidar signi�ca valorizar e ajudar a
desenvolver capacidades (BRASIL, 1998). 
O documento referido considera o brincar como meio de estimular a autoestima
das crianças, transformar seus conhecimentos em conceitos, contribuir para a
interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais
diversos, destacando que o brincar é um espaço singular de constituição infantil
(BRASIL, 1998). 
De acordo com o RCNEI, a brincadeira é o caminho para a observação dos
professores em relação ao desenvolvimento infantil, possibilitando registrar as
capacidades de uso das linguagens, as capacidades sociais e os recursos afetivos e
emocionais das crianças. Por meio da intervenção intencional pautada nas
brincadeiras, é possível enriquecer as competências imaginativas, criativas e
organizacionais infantis.
Em relação às interações sociais promovidas nas instituições de educação infantil,
o documento as considera como estratégias para a promoção de aprendizagens
pelas crianças, cabendo ao professor organizar situações de conversa, brincadeiras
ou de aprendizagens orientadas que garantam a comunicação, expressão de
pensamentos e sentimentos, que possibilitem a troca entre as crianças num
ambiente acolhedor e que lhes propicie segurança (BRASIL, 1998). 
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Neste contexto, o RCNEI pontua que as situações de con�ito também são
promotoras de aprendizado, contudo, compete aos professores fornecerem
elementos para que as crianças aprendam a conviver em grupo. Cabe aos
pro�ssionais da educação possibilitar momentos em que as crianças possam �car
sozinhas, conforme suas necessidades, pois nesses momentos elaboram suas
descobertas e sentimentos, o que vai potencializar novas interações. 
Vimos como as concepções de criança, de educação, de cuidado, de brincadeira e
de interação são conceituadas no RCNEI.
Quanto ao currículo, vale destacar que o RCNEI se organiza em seis áreas de
conhecimento, indicando-as como parte do currículo da educação infantil (BRASIL,
1998). São elas:
Música.
Movimento.
Artes visuais.
Linguagem oral e escrita.
Conhecimento matemático.
Natureza e sociedade.
Música, artes visuais e movimento correspondem a 50% do currículo da
educação infantil, portanto, a arte, nas suas diferentes expressões, não é um
passatempo, devendo ser integrante do trabalho pedagógico voltado às crianças
de 0 a 5 anos.
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O RCNEI, publicado em 1998, serviu de referência aos arranjos curriculares
elaborados pelas escolas, contudo, não garantiu uma base comum para todas as
instituições de ensino. Nesse sentido, as discussões em torno do currículo na
educação infantil continuaram buscando, principalmente, superar a divisão por
áreas do conhecimento e se acercar de uma concepção mais próxima das
experiências infantis, considerando as especi�cidades da educação infantil. 
Seguindo as orientações presentes na LDB nº 9.394/1996, deu-se continuidade às
discussões acerca do currículo, com o início da elaboração das Diretrizes
Curriculares para a Educação Básica, que, por sua vez, contou com a participação
de diferentes esferas da sociedade, como o Conselho Nacional dos Secretários
Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação (Anped), além de representantes de escolas privadas, professores,
pesquisadores e dirigentes municipais e estaduais de ensino.
Em 17 de dezembro de 2009, o Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB) aprova a
Resolução nº 5/2009, que �xa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (DCNEI), destacando que esta deveria se articular com as
Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, subsidiando as propostas
pedagógicas das escolas.
As DCNEI são normas obrigatórias para a educação infantil que orientam o
planejamento curricular das escolas, concebendo a criança como:
Oliveira (2010, p. 3) destaca o conceito de currículo para a educação infantil
presente nas DCNEI:
[...] centro do planejamento curricular, sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
(BRASIL, 2009, [s.p.])
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Segundo as DCNEI, o currículo na

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