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24/05/2022 13:46 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 1/3 CONHECENDO A DISCIPLINA Seja bem-vindo à disciplina Campos de Experiências e Prática Educativa. Vamos iniciar nossos estudos com algumas questões: será que a educação infantil sempre foi parte do sistema de ensino? O momento histórico in�uencia a forma de pensar e conceituar a educação infantil? Educação e cuidados sempre foram tratados como ações indissociáveis nesta etapa educacional? Quais diretrizes nortearão o trabalho do pro�ssional educador em termos de prática pedagógica na atualidade? São muitas as re�exões incitadas por essas questões. Assim, esta disciplina abordará uma ampla variedade de temas, objetivando contribuir para o seu aprendizado. Na Unidade 1, denominada “A educação infantil na Base Nacional Comum Curricular”, você entrará em contato com aspectos históricos da educação infantil no Brasil, que revelarão as diferentes concepções de atendimento à infância que perpassaram a nossa história até chegarmos ao cenário atual, marcado por avanços legais que se pautam numa concepção especí�ca de infância e de direito à educação, destacando a importância da identidade dessa etapa educacional, ou seja, de serem promovidas propostas curriculares que inovam em seus arranjos, tendo como foco os campos de experiências que revelam as intencionalidades educativas em consonância com os eixos de ação da CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS E PRÁTICA EDUCATIVA Sueli Helena de Camargo Palmen Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. Imprimir 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:46 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 2/3 educação infantil contemporânea, o que signi�ca levar em conta as interações e o brincar, destacando o educar e cuidar indissociáveis, que norteiam as ações nacionais em termos de política nacional para a educação infantil. Na Unidade 2, intitulada “Os campos de experiências e os direitos de aprendizagem e desenvolvimento”, adentraremos no universo dos direitos previstos para a educação infantil nacional: os direitos de conviver, de brincar, de explorar, de participar, de expressar-se e de conhecer-se. Como a escola deve organizar-se para promover esses direitos? A penúltima unidade desta disciplina (Unidade 3) intitula-se “Os campos de experiências e os objetivos de aprendizagem para a educação infantil” e busca focalizar as crianças da educação infantil (0 a 5 anos). Serão destacados comportamentos, habilidades, conhecimentos e vivências previstos para cada etapa do desenvolvimento, tratando também dos campos de experiências como formas de organizarmos as experiências educativas, considerando os objetivos incorporados em cada um desses campos para acompanharmos o desenvolvimento da criança ao longo de toda a educação infantil. Por �m, a última unidade desta disciplina (Unidade 4), “Os campos de experiências, precursores e metodologias ativas”, apresentará alguns autores que se destacaram por inovar na forma de pensar o trabalho junto à educação infantil, dando ênfase à experiência e ao protagonismo no processo educativo, olhando os sujeitos em sua potência e individualidade, visando a uma educação criativa, signi�cativa, integral e para a vida. En�m, conversaremos sobre Dewey, Freinet, Montessori e Waldorf. Diante do que apresentamos aqui, re�ita: você, como futuro pedagogo, percebe a importância de conhecer o histórico da 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:46 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 3/3 O objetivo desta disciplina é permitir que você compreenda as transformações curriculares a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que adeque sua prática educativa a partir das necessidades dos alunos, considerando o desenvolvimento de competências. Assim, o foco está em proporcionar-lhe conhecimentos acerca dos direitos de aprendizagem e dos objetivos da educação infantil a partir da BNCC, auxiliando-o a incorporar em sua prática educativa os conceitos e posturas adequados à faixa etária da educação infantil, relacionando-os aos campos de experiências com metodologias ativas contemporâneas e historicamente constituídas, visando à promoção de competências e à prática de uma educação integral. É fundamental que você se envolva em seu processo de aprendizagem e incorpore em sua prática educativa as diretrizes educacionais para a educação infantil, incluindo a BNCC, revelando posturas e opiniões compatíveis com o atual conceito de educação infantil, promovendo ações educativas ativas que estimulem o protagonismo infantil, fortalecendo, assim, a promoção da educação integral. Como futuro educador, esperamos que você utilize os conhecimentos aqui trabalhados para promover aprendizagens signi�cativas e que assuma a postura de cidadão crítico e transformador, sendo gestor do processo educativo e promotor de autonomia e protagonismo no contexto educativo. Portanto, vamos aos estudos? educação infantil no Brasil, bem como seus processos organizacionais e legais, para compreender as propostas que se apresentam na atualidade como eixos para a ação? 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 1/25 NÃO PODE FALTAR COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BNCC Sueli Helena de Camargo Palmen Imprimir S CONVITE AO ESTUDO eja bem-vindo à primeira unidade desta disciplina. QUAL É A FINALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL? A LDB estabelece que a �nalidade da educação infantil é o desenvolvimento integral da criança, o qual engloba aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 2/25 A educação infantil sempre fez parte do sistema educacional brasileiro? Será que essa etapa educacional sempre foi um direito da criança? Você já ouviu falar do educar e cuidar indissociáveis? Podemos dizer que o brincar e as interações são eixos da prática educativa? O estudo dessas questões contribuirá para sua compreensão quanto aos aspectos históricos que constituem a educação infantil no Brasil e que revelam concepções acerca da forma como a criança tem sido vista em termos educacionais. Na primeira seção desta unidade, “Compreendendo a Educação Infantil a partir da BNCC”, vamos conhecer o histórico da educação infantil, pois ele nos ajudará a compreender a forma como essa etapa educacional vem sendo estruturada e pensada em termos legais, além de revelar as necessidades e os desa�os em sua organização. Nesse sentido, conversar sobre qual é o conceito de criança que tem norteado o trabalho na educação infantil se faz primordial. Na segunda seção, “O que mudou do RCNEI para a BNCC”, a visão de criança será apresentada, revelando a mudança conceitual entre o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e a BNCC, a qual fala em direitos de aprendizagem e no protagonismo infantil. Assim, é muito importante compreender a importância de diretrizes que alinhem o trabalho pedagógico em termosnacionais. Na terceira seção, “A educação integral, os eixos estruturantes e os arranjos na educação infantil”, veremos a organização curricular nos campos de experiências como uma forma de arranjo para o desenvolvimento do trabalho educacional na educação infantil, mobilizando as competências e tendo o brincar e as interações como eixos para a aprendizagem. Este é o grande desa�o desta disciplina: apresentar-lhe subsídios para uma prática educativa alinhada com a BNCC. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 3/25 Vale destacar que, ao �nal desta disciplina, espera-se que você compreenda o atual conceito de educação infantil e sua importância, e que desenvolva uma prática compatível com as orientações da BNCC para a educação infantil, re�etindo sobre a ação educativa, promovendo o desenvolvimento de competências por meio de metodologias e práticas pedagógicas, e também analisando os desa�os e possibilidades no arranjo curricular por campos de experiências, de modo a propor soluções e caminhos para a resolução dos problemas. FOCO NA BNCC De acordo com a BNCC, “competência é de�nida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2017, [s.p.]). Ao olhar para a situação-problema que apresentaremos, por exemplo, você terá de mobilizar conhecimentos, se colocar no lugar do outro (empatia) e buscar a solução para o problema. Essa forma de pensar o aprendizado pautado em competências e habilidades busca levar o aluno para situações do cotidiano, exercendo sua cidadania com plenitude e se conectando com o mundo do trabalho e suas demandas reais. O material didático está à sua disposição. Invista em seu aprendizado, olhe para os contextos de aprendizagem, para as situações-problemas, e busque retomar os conhecimentos que foram tratados nesta disciplina. Compreenda esses momentos como uma aproximação da prática e realize as atividades com dedicação. En�m, adote a postura de protagonista de seu aprendizado; analise os contextos apresentados, pense na realidade de uma escola e proponha alternativas para solucionar os problemas. PRATICAR PARA APRENDER 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 4/25 Olá! Nesta unidade conversaremos sobre a educação infantil no Brasil, percorrendo aspectos históricos importantes para compreendermos sua trajetória, organização atual e concepção de criança que norteia a legislação que a regulamenta. Assim, a primeira seção desta unidade contribuirá para que você compreenda a dinâmica de constituição da educação infantil no Brasil, olhando-a em termos históricos e legais de modo a fazer uma análise de sua trajetória, a �m de perceber os avanços na forma de conceber a educação da criança pequena e de identi�car e re�etir sobre as potencialidades da BNCC em termos organizacionais e promotores de direitos de aprendizagens a todos os sujeitos da educação básica, sendo este um grande desa�o da esfera educacional na atualidade. Você já ouviu falar na BNCC? Como futuro educador, é muito importante conhecer as diretrizes do trabalho pedagógico na educação infantil, por isso iniciaremos essa conversa. Lembre-se da importância da postura observadora, analítica, crítica e ética do pro�ssional da educação! Para contextualizar sua aprendizagem, imagine a seguinte situação: Isabel é uma jovem pedagoga que acabou de passar em um concurso para professora de educação infantil numa rede pública de ensino. Contudo, ela nunca trabalhou com crianças da faixa etária desse segmento, portanto não tem experiência com bebês e crianças pequenas. Como é muito comprometida com a qualidade de seu trabalho, entrou em contato com você, um pro�ssional mais experiente, que já atua com esse público há muito tempo, pedindo-lhe auxílio. Isabel acredita que sua função será de maternagem, pautada nos cuidados com a higiene e a alimentação das crianças. Para ela, somente os �lhos das mães que trabalham no contexto extradomiciliar é que podem frequentar a creche, por exemplo. Nesse sentido, seu papel é orientá-la. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 5/25 Para ajudá-la, você considera importante fazer alguns apontamentos acerca de aspectos da história da educação infantil que poderão permear o cotidiano pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua visão de criança e sua visão de educação no segmento da educação infantil. Nesse sentido, re�ita: Quais apontamentos você faria para Isabel a �m de esclarecer o papel da educação infantil na contemporaneidade? A educação infantil é um direito da criança mesmo quando sua mãe não trabalha fora de casa? A prática educativa é pautada em ações educacionais ou em orientações assistenciais e higienistas? É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo quando falamos de crianças tão pequenas? En�m, pense nos apontamentos que você considera fundamentais para a prática educacional de Isabel, tendo em vista o histórico e a especi�cidade da educação infantil. Pense, também, sobre o seguinte: conhecer esses apontamentos será favorável para uma conduta ética de Isabel como professora de educação infantil? Você considera que esses conhecimentos vão auxiliá-la na desconstrução de estereótipos em relação ao trabalho realizado nesta etapa educacional? Vamos juntos enfrentar esse desa�o. Bons estudos! CONCEITO-CHAVE A BNCC é um documento que normatiza as ações ligadas às aprendizagens que devem ser comuns a todos os alunos da educação básica no território brasileiro, tanto da rede pública de ensino quanto da rede privada. É um documento voltado à educação nacional, olhando para as aprendizagens previstas em cada etapa educacional. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 6/25 Contudo, antes de adentrarmos no território da legislação que regulamenta a educação em nosso país, é fundamental conhecermos a história da educação infantil para compreendermos conceitos que foram se construindo a partir de demandas decorrentes das modi�cações econômicas, políticas e sociais que acabaram por modi�car a forma como a criança é concebida, sendo vista enquanto ser social. Tanto no Brasil como no mundo as raízes da educação infantil têm ligação com o trabalho extradomiciliar feminino, ou seja, têm como base o trinômio: mulher- trabalho-criança. Kuhlmann, pedagogo dedicado à pesquisa historiográ�ca na área de educação infantil, pontua que: Ao longo da história, essas instituições voltadas à educação de crianças de 0 a 6 anos, na esfera pública, receberam várias denominações: salas de asilo, jardins da infância, escola maternal, creche, pré-primário e pré-escola. Essas denominações não são apenas formas de nomear as instituições, cada uma carrega concepções que caracterizam o tipo de atendimento realizado e o público ao qual a instituição se destinava em termos de classe social. Kishimoto (1988) aponta que as salas de asilo e as creches eram destinadas aos pobres (�lhos dos operários), sem uma proposta educacional, apenas assistencial, enquantoos jardins de infância eram destinados à elite, considerados como equipamentos coletivos de educação e cuidado das crianças, portanto, com caráter educacional e amparo pedagógico, seguindo os postulados de Froebel (Kindengarten). ASSIMILE As instituições de Educação da criança pequena estão em estreita relação com as questões que dizem respeito à história da infância, da família, da população, da urbanização, do trabalho e das relações de produção, etc. – e, é claro, com a história das demais instituições educacionais. (KUHLMANN, 2001, p. 16)“ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 7/25 Friedrich Froebel (1782-1852) foi um educador alemão fundador dos jardins de infância. Ele acreditava que a criança é como uma planta em sua fase de formação, exigindo cuidados periódicos para que seu crescimento aconteça de maneira saudável. Os professores, por sua vez, seriam os jardineiros que participariam do processo de desenvolvimento das crianças. No Brasil, temos no início do século XX, na cidade de São Paulo, a Escola Normal Caetano de Campos, responsável pela formação de professores, mantendo um jardim de infância anexo à escola normal, visando ao atendimento educacional de crianças e funcionando como campo de estágio para as normalistas. A polaridade entre educação e assistência é questionada por criar estereótipos acerca dos equipamentos de educação infantil, quando, na realidade, as dimensões educar-cuidar são indissociáveis do processo educativo. Podemos dizer que a abordagem educacional de cada instituição teve em nossa história um enfoque diferenciado conforme o público ao qual se destinou em seus primórdios de funcionamento, nos remetendo a algumas re�exões, como: a educação sempre foi direito de todos? O ano de 1899 pode ser considerado como o marco das primeiras propostas de instituições “pré-escolares” no Brasil, ano em que se fundou o Instituto da Proteção e Assistência à Infância – IPAI, no Rio de Janeiro, e a primeira creche para �lhos de operários: a creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado. Vale destacar que as instituições de atendimento à infância existentes em nosso país no �nal do século XIX e início do século XX representavam a política assistencial que se concretizava naquele momento e que contava com o apoio de três vertentes políticas na constituição de suas propostas: a vertente médico-higienista, a vertente jurídico-policial e a vertente religiosa (KUHLMANN, 2001). Quadro 1.1 | Instituições de atendimento à infância e a política assistencial 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 8/25 Vertentes políticas Propostas assistenciais decorrentes Vertentes políticas Propostas assistenciais decorrentes Médico- higienista Combate à mortalidade infantil: pasteurização do leite de vaca, uso da mamadeira, programas com as lactantes, programa Gota de leite, campanhas de vacinação. Atendimento médico nas creches. Jurídico- policial Patronato de menores: foco na criação de creches e jardins de infância (entre outras formas de atendimento) voltados à infância moralmente abandonada e a crianças cujas mães buscavam trabalho fora do lar, prevenindo-as da criminalidade. 1940: criou-se o Departamento Nacional da Criança. 1941: criou-se o Serviço de Assistência ao Menor (SAM). 1943: criou-se a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as quais determinam que as empresas com mais de 30 mulheres trabalhadoras deviam ter um lugar para a guarda das suas crianças durante o período de amamentação. Religiosa A Igreja Católica implementava novas políticas assistenciais de atendimento à infância, pautadas na �lantropia. A diferença de classe era compreendida como de ordem natural, devendo ser suportada pelo trabalhador, dentro de sua condição de subalternidade, sustentando a sociedade capitalista. Fonte: adaptado de Kuhlmann (2001); Pilotti e Rizzini (1995). Vemos que, ao longo da história, sempre se atribuiu à mulher-mãe a responsabilidade pela guarda e educação de seus �lhos, assim, é perceptível a ligação entre o trabalho extradomiciliar feminino e a criação de creches e pré- 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 9/25 escolas no Brasil. Entre os grandes marcos de nossa história que favoreceram a criação das creches está a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), lei aprovada em 1943 e criada durante o governo do presidente Getúlio Vargas, que garantia o direito à amamentação das crianças durante a jornada de trabalho das mães trabalhadoras. Rosemberg (1984), em seus estudos sobre a creche no Brasil, detectou que as redes públicas de creches se originaram baseadas em motivações exteriores às necessidades das crianças de 0 a 6 anos, ou seja, visavam às políticas de incentivo ao trabalho materno. Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, ou seja, a partir de 1945, a educação e o cuidado da criança pequena passam a acontecer também fora de casa, em equipamentos coletivos como creches, escolas maternais ou jardins de infância. Essa mudança no padrão de criação das crianças pequenas é decorrente das transformações ocorridas no mundo produtivo e das modi�cações nas relações de gênero, indicando, inclusive, mudanças na concepção de criança, revelando a preocupação quanto às suas necessidades educativas e de socialização, enxergando-a, portanto, como portadora de especi�cidade. Nesse contexto, a educação e o cuidado da criança vão pouco a pouco deixando de ser encargo exclusivo da esfera privada e passando a se constituir dentro do capítulo das políticas públicas. Rosemberg (1989) relata que na década de 1970, quando o Brasil se encontrava num governo ditatorial, os movimentos sociais começaram a se organizar em prol do direito à participação política. Entre esses movimentos, os grupos feministas foram se constituindo e apresentaram como bandeira de luta a revisão do papel da mulher na família e na sociedade, cobrando o papel do Estado na educação das novas gerações. Para ilustrar como era o atendimento em creche, a autora exempli�ca tomando como base a cidade de São Paulo, a �m de compreendermos a necessidade de expansão do atendimento nesse tipo de instituição. Em 1970, a cidade de São 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 10/25 Paulo tinha 750 mil crianças na faixa de 0 a 4 anos, mas possuía apenas 3 creches mantidas direta e indiretamente pelo poder público (Prefeitura Municipal). Em 1982, a cidade de São Paulo já contava com 120 creches instaladas. Esse dado indica que é a partir da segunda metade da década de 1970 que houve um aumento de creches mantidas pelo poder público, resultado de um processo reivindicatório cada vez mais organizado a favor da creche enquanto direito do trabalhador. Não podemos negar que o debate ideológico e o nível de organização dos movimentos sociais avançaram muito, principalmente no que tange à concepção de atendimento educacional à criança pequena, superando a concepção exclusivamente assistencialista. Somente na década de 1980, com a Constituição Federal do Brasil de 1988, houve o reconhecimento da creche como instituição educativa, direito da criança, opção da família e dever do Estado. Nessa década, conformeexpõe Oliveira (2002), discussões surgiram levando-se em conta o rompimento com concepções assistencialistas ou compensatórias das creches e pré-escolas, propondo o desenvolvimento da escolaridade incluindo aspectos linguísticos e cognitivos das crianças. Essa foi a primeira Constituição a ver a educação infantil como um direito da criança, não se restringindo ao âmbito do Direito da Família e apontando o dever do Estado em provê-la (BRASIL, 1988). É a Constituição de 1988 que dá bases legais para a constituição de políticas sociais voltadas à infância e, desde então, a educação infantil tem passado por reformulações no campo das políticas públicas. EXEMPLIFICANDO “Ela nem trabalha fora e quer uma vaga na creche para seu �lho”. Quando ouvimos essa fala, estamos diante de um contexto de desconhecimento da lei. A Constituição Federal do Brasil de 1988 é a lei maior que rege nosso país. Ela é a primeira constituição que reconhece o direito à educação a partir do nascimento. Assim, o direito à educação 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 11/25 independe da condição trabalhista de nossos país, é um direito previsto em lei. É dever do Estado o atendimento em creche e pré-escola a toda criança de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 1988). É na década de 1990 que a educação infantil começa a desenvolver sua identidade e passa a ser reconhecida como um lugar de educação, um local em que as crianças aprendem e constroem novos conhecimentos. A concepção de educação infantil começa a ser pensada a partir de um caráter pedagógico, transformando- se, assim, o olhar voltado para a criança, que passa a ser vista como um ser ativo no processo de aprendizagem, ganhando um papel central nas discussões educacionais (HADDAD, 1991). 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 12/25 Em 1990, tivemos a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990), que representa um marco na forma de conceber a criança, não mais como um menor a ser corrigido pelo Estado, mas como um sujeito de direitos, entre os quais o direito à educação. Em 1996, temos a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que regulamenta a educação nacional e reconhece a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, incorporando-a ao sistema de ensino de maneira formal e normatizando seu funcionamento, o que representou um avanço em termos de reconhecimento. Segundo a LDB (BRASIL, 1996), a educação infantil, é constituída por: Creches: voltadas a atender crianças de 0 a 3 anos de idade. Pré-escolas: voltadas a atender crianças de 0 a 5 anos de idade. Nesse segmento de ensino, a avaliação é feita mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. Em seu art. 29, a LDB nº 9.394/1996 estabelece que a �nalidade da educação infantil é o desenvolvimento integral da criança, o qual engloba aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e da comunidade. Portanto, é um espaço educativo, cuja função abarca o educar e o cuidar compreendidos como indissociáveis. A Lei nº 9.394/1996, em seus art. 9º e art. 87, estabelece, ainda, como dever da União, a elaboração de um Plano Nacional de Educação, contando com a colaboração dos estados, Distrito Federal e municípios. Quanto à organização dos sistemas de ensino, cabe ao Distrito Federal e aos municípios a oferta da educação infantil em creches e pré-escolas, com prioridade, ou seja, é responsabilidade municipal. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 13/25 Houve muitas lutas e grande participação dos movimentos sociais para esses termos serem alcançados, consolidando-se na Constituição Federal de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, na LDB de 1996 e em outras leis, que veremos adiante. Olhando para a trajetória da educação infantil no Brasil, vale retomar que, embora desde 1988 a educação seja considerada um direito desde o nascimento e apesar do avanço legal em se considerar a educação infantil parte da educação básica desde 1996, com a aprovação da LDB nº 9.394/1996, ainda na atualidade nem todas as crianças têm acesso a esse direito constitucional. Precisamos mudar essa história! PESQUISE MAIS O artigo a seguir retrata de maneira breve o processo histórico e legal de constituição da educação infantil no Brasil. NONO, M. A. Breve Histórico da Educação Infantil no Brasil. In: NONO, M. A.; GUIMARÃES, C. M. (Orgs.). Educação infantil: princípios e fundamentos. São Paulo: Unesp/Univesp, 2016, p. 15-28. A EDUCAÇÃO INFANTIL EM NÚMEROS (CENSO ESCOLAR) Ao focalizarmos os dados estatísticos que revelam como anda o atendimento educacional no Brasil, um dado nos chama a atenção: a lacuna na primeira etapa da educação básica. Mas, o que acontece com a educação infantil? O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, estabelece 20 metas para a educação nacional, a serem atingidas até 2024. A Meta 1 tem como proposição a educação infantil e refere-se à ampliação do acesso por meio da universalização da pré-escola e da expansão do atendimento em creches para, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 14/25 O Censo da Educação Básica de 2012 mostrava que somente 23,5% das crianças de 0 a 3 anos de idade e 14,8% dos menores de 2 anos frequentavam creches (BRASIL, 2013). Vemos, a partir desses dados que orientaram a elaboração do PNE de 2014, que os desa�os para alcançar a Meta 1, ligada à faixa etária de 0 a 3 anos, são bastante expressivos. ASSIMILE O Censo Escolar da Educação Básica é uma pesquisa realizada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de forma articulada com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, visando mapear o número de matrículas na educação básica, seja em estabelecimentos públicos ou privados, a �m de conhecer melhor as condições do sistema de ensino brasileiro. Quando olhamos para as crianças em idade pré-escolar, a Meta 1 propõe sua universalização. Nesse momento, é importante esclarecer que, em 2009, acontece uma alteração em nossa Constituição, a Emenda Constitucional nº 59/2009, que determina a obrigatoriedade de matrícula na educação básica na faixa etária de 4 a 17 anos. Assim, desde 2009, as crianças de 4 e 5 anos (idade pré-escolar) têm a matrícula obrigatória nesta etapa educacional. O Censo de 2012 mostra que a cobertura nacional na pré-escola alcança cerca de 80% das crianças, havendo grandes variações regionais, estaduais e municipais (BRASIL, 2013). ASSIMILE Emenda Constitucional é uma modi�cação pontual no texto constitucional. Focalizando a educação infantil, a Emenda Constitucional nº 53/2006 rede�niu a faixa etária desse segmento, adotando a de 0 a 5 anos de idade. Outra alteração na Constituição Brasileira foi a Emenda Constitucional nº 59/2009, que modi�cou a faixa etária considerada para a obrigatoriedade escolar, adotando a faixa etária entre 4 e 17 anos, como mencionado. 0 V e r an o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 15/25 Barbosa (2011) e Aquino (2012) destacam que a oferta da educação infantil para crianças de 4 a 6 anos vem ocorrendo em tempo parcial e indicam que o próprio Plano Nacional de Educação prevê o estímulo do acesso à educação infantil em tempo integral para todas as crianças, seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Vemos, até aqui, que apesar das conquistas legais que constituem a trajetória da educação infantil no Brasil, ainda são muitos os desa�os. Percebemos, por meio do Censo Escolar, o tratamento desigual existente entre creche (atendimento de crianças de 0 a 3 anos) e pré-escola (atendimento de crianças de 4 e 5 anos), revelando onde está o foco no atendimento. A ampliação do acesso à educação infantil (creche e pré-escola) é condição indispensável para a conquista da qualidade na educação infantil e para a garantia do direito subjetivo à educação. De acordo com o Censo Escolar de 2019, vemos que o número de crianças atendidas tem aumentado ano a ano, mas ainda estamos longe de atingir a meta do PNE (Lei nº 13.005/2014) de ampliar o atendimento em creche, atingindo 50% de sua população-alvo, e universalizar a pré-escola. Quadro 1.2 | Número de matrículas da educação infantil (2015 – 2019) ANO Total EI Creche Pré-escola 2015 7.972.230 3.049.072 4.923.158 2016 8.279.104 3.238.894 5.040.210 2017 8.508.731 3.406.796 5.101.935 2018 8.745.184 3.587.292 5.157.892 2019 8.972.778 3.755.092 5.217.686 Fonte: adaptado de Brasil (2019). 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 16/25 AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao constituir-se na primeira etapa da educação básica, a educação infantil nos leva a uma grande re�exão: “como se caracteriza o trabalho educativo nesta etapa educacional?”. Partindo desse questionamento, emerge a necessidade de pensarmos nos aspectos curriculares a serem implementados na educação infantil, perpassando por estudos e discussões acerca do conceito de currículo, muitas vezes compreendido como o caminho a ser seguido, passando também pelo conceito de currículo como normas reguladoras e chegando ao conceito de “diretrizes”, as quais são pautadas em princípios. Aqui, vale destacar que diretrizes na educação infantil não padronizam nem de�nem conteúdos, mas suscitam caminhos com as múltiplas linguagens, em que a arte e a ciência são vivenciadas de forma relacionada. Homologada em dezembro de 2009, a Resolução CNE/CEB nº 5/2009 �xou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), destacando a importância de se observar a organização das propostas pedagógicas dessas instituições, articulando-as com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Conforme Oliveira (2010, [s.p.]), As DCNEI apontam a necessidade de se estruturar e organizar ações educativas com qualidade, aliadas à valorização do papel dos professores que atuam junto às crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade. Estes pro�ssionais são desa�ados a As creches e pré-escolas, como parte do sistema de ensino, conforme determina a LDB (Lei nº 9.394/96), necessitam de Diretrizes Curriculares Nacionais para orientar suas propostas pedagógicas e suas práticas cotidianas junto às crianças. Essas Diretrizes estabelecem parâmetros básicos que articulam o processo peculiar de ensino-aprendizagem na educação infantil com as diferentes etapas da Escola Básica, vencendo a longa tradição assistencialista e escolarizante que tem marcado as creches e pré-escolas. “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 17/25 construir propostas pedagógicas que, no cotidiano de creches e pré-escolas, permitam a escuta e a participação das crianças, acolhendo suas curiosidades e modos de produzir e signi�car a cultura. A prática educativa, segundo as DCNEI, deve estar pautada em eixos de ação, sendo eles o brincar e as interações, lembrando que o educar e o cuidar são ações inerentes e indissociáveis. Desse modo, as DCNEI (BRASIL, 2009, p. 83), A visão de criança presente nas diretrizes indica um sujeito do processo de aprendizagem, sujeito esse histórico e de direitos, que se desenvolve nas interações cotidianas. Ainda segundo o referido documento (BRASIL, 2009, p. 86), As DCNEI apresentam três princípios básicos que devem orientar as ações educacionais (BRASIL, 2009). São eles: Os princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Os princípios estéticos: valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais. Os princípios políticos: valorização dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. [...] orientam a formulação de políticas, incluindo a de formação de professores e demais pro�ssionais da Educação, e também o planejamento, desenvolvimento e avaliação pelas unidades de seu Projeto Político- Pedagógico e servem para informar as famílias das crianças matriculadas na Educação Infantil sobre as perspectivas de trabalho pedagógico que podem ocorrer. “ O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, cientí�co e tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações sociais que as crianças desde bem pequenas estabelecem com os professores e as outras crianças, e afetam a construção de suas identidades. “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 18/25 O grande avanço deste documento curricular está no seu alinhamento com o texto constitucional, no qual a concepção de criança como sujeito de direitos é retomada como diretriz para o trabalho educativo, indicando que a organização curricular da educação infantil pode se estruturar em eixos, centros, campos ou módulos de experiências que devem se articular em torno dos princípios, condições e objetivos propostos nesta diretriz, dando continuidade às discussões em torno da especi�cidade da educação infantil e da necessidade de se pensar em seu currículo. Nesse contexto, a BNCC (BRASIL, 2017, [s.p.]) passa a ser pensada como um documento que normatiza as “aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”, incluindo a educação infantil. POR DENTRO DA BNCC Você sabia que a BNCC (2017, [s.p.]) recomenda “incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora”? Consideram-se “temas contemporâneos” aqueles cujo conteúdo apresenta conexão com o cotidiano, apresentando relevância na aprendizagem. Todos os temas devem ser incluídos no currículo como conteúdos a serem ministrados pelas diversas áreas de conhecimento, de forma transversal. En�m, é longa a trajetória da creche, desde uma concepção que a considera apenas um local de guarda da criançapara a mãe trabalhadora até uma concepção que a compreende como um espaço de educação integral da criança, como um espaço de socialização. REFLITA 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 19/25 Considerando a especi�cidade da educação infantil e suas diretrizes para o trabalho educacional, nesta etapa da educação básica deve-se pensar numa preparação para o ensino fundamental? Por meio desta breve contextualização histórica, buscamos apresentar a trajetória da educação infantil no Brasil e convidamos você a continuar nessa jornada, observando, agora, o surgimento de uma nova visão de criança a partir da BNCC: a criança como protagonista de seu aprendizado. Você está caminhando rumo ao resultado de aprendizagem desta unidade, ou seja, conhece o atual conceito de educação infantil, identi�ca suas principais diretrizes, reconhece a importância da BNCC e consegue perceber os impactos dessa organização curricular na sua prática educativa, tendo as crianças como protagonistas desse processo. Bom trabalho! 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 20/25 FAÇA VALER A PENA Questão 1 Ao longo da história, vemos que as instituições voltadas à infância receberam várias denominações: salas de asilo, jardins da infância, escola maternal, creche, pré-primário e pré-escola. Essas nomenclaturas carregam concepções que caracterizam o atendimento realizado e o público ao qual se destinavam, conforme a classe social. Considerando a história da educação infantil no Brasil, podemos a�rmar que: a. As salas de asilo e os jardins de infância foram organizados para atender de forma igualitária todas as crianças, seguindo preceitos pedagógicos. b. Os jardins de infância eram destinados à elite, considerados como equipamentos coletivos de educação e cuidado das crianças, portanto, com caráter educacional. c. Ao longo de nossa história, os equipamentos de educação infantil nunca �zeram distinção quanto ao público a que se destinavam e ao caráter do atendimento. d. As creches, desde seus primórdios, consideram o direito da criança à educação. e. Historicamente, a pré-escola sempre se voltou a atender à população que mais precisava de instrução, exercendo uma função assistencial. Questão 2 A educação infantil no Brasil batalhou para ter sua identidade reconhecida, ou seja, para que fosse vista como uma etapa educacional detentora de especi�cidades. Somente quando se transforma o olhar voltado para a criança, que passa a ser encarada como um ser ativo no processo de aprendizagem, é que a educação infantil ganha espaço nas discussões educacionais. As modi�cações na política educacional pautam-se em mudanças de concepções, mas também em legislações que instauram e legitimam esse novo pensar. Analise atentamente as a�rmações a seguir e indique qual é a a�rmação correta e que representa uma legislação que foi marco para a educação infantil no Brasil. a. Em 1988, a promulgação da Constituição Federal do Brasil promoveu a educação infantil como primeira etapa da educação básica, sendo um marco educacional. b. Em 1990, tivemos a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei nº 8.069, de 13 de julho 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 21/25 de 1990), que representa um marco na forma de conceber a criança como um menor a ser corrigido pelo Estado. c. A LDB nº 9.394/1996 estabelece que a educação infantil tem como �nalidade o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da comunidade, sendo um espaço educativo, cuja função abarca o educar e o cuidar, compreendidos como indissociáveis. d. Em 1996, temos a aprovação da LDB nº 9.394/1996, que regulamentou a educação nacional e reconheceu a educação infantil como parte do ensino fundamental. e. Em 2014, temos a aprovação da Lei nº 13.005/2014, a respeito do Plano Nacional de Educação, que tem como principal objetivo a ampliação do acesso à educação infantil, visando acabar com a pobreza. Questão 3 As DCNEI, homologadas em dezembro de 2009 (Resolução CNE/CEB nº 5/2009) destacam a importância de se observar a organização das propostas pedagógicas das instituições de educação infantil, articulando-as com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, mas considerando sua especi�cidade. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 22/25 REFERÊNCIAS AQUINO, L. M. L. (Org.). Educação infantil e PNE: questões e tensões para o século XXI. Campinas: Autores Associados, 2012. BARBOSA, I. G. Educação infantil brasileira e a Emenda Constitucional nº 59/2009: di�culdades e perspectivas de construção de uma proposta educativa de qualidade. Boletim Salto para o Futuro (Os desa�os da universalização da educação básica), [S.l.],ano XXI, n. 16, 2011. BARBOSA, I. G. et al. A educação infantil no PNE: novo plano para antigas necessidades. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 8, n. 15, p. 505-518, jul./dez. 2014 . Disponível em: https://bit.ly/3k2p�1. Acesso em: 7 set. 2020. BARBOSA, M. C. S.; CRUZ, S. H. V; FOCHI, P. S.; OLIVEIRA, Z. M. R. O que é básico na Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil? Debates em Educação, Maceió, vol. 8, n. 16, jul./dez. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2I1T7hl. Acesso em: 7 set. 2020. Diante da necessidade de pensarmos nos aspectos curriculares a serem implementados na educação infantil, sustentado por estudos, chegamos ao conceito de currículo como diretriz, pautando-se em princípios. Diante do exposto, qual das a�rmações abaixo está correta? a. As Diretrizes estabelecem parâmetros básicos que articulam o processo peculiar de ensino-aprendizagem na educação infantil com as diferentes etapas da escola básica. b. As Diretrizes apontam que a prática educativa deve estar pautada em eixos de ação, considerando o processo de alfabetização como uma meta a ser alcançada na tenra idade. c. As Diretrizes apresentam uma visão de criança ainda dependente, que demanda pro�ssionais para ensinar-lhe aspectos do cotidiano, suprindo lacunas familiares. d. As Diretrizes apresentavam princípios estéticos e éticos no texto original, mas foram suprimidos, pois a estética abordava a ludicidade, tirando o caráter educativo da educação infantil. e. As Diretrizes apresentam princípios políticos que se referem aos grupos partidários que estavam envolvidos em sua elaboração. 0 V e r a n o ta çõ e s https://bit.ly/3k2pfi1 https://bit.ly/2I1T7hl 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 23/25 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Grá�co, 1988. Disponível em: https://bit.ly/362taXf. Acesso em: 23 mar. 2020. BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 14 jul. 1990. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 23 dez.1996. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 18 dez. 2009. BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário O�cial da União, Brasília, DF, 26 jun. 2014. BRASIL. A Base Nacional Comum Curricular [introdução]. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017. Disponível em: https://bit.ly/2TVLyvu. Acesso em: 22 out. 2020. BRASIL. A educação infantil na Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017a. Disponível em: https://bit.ly/34ZrKh8. Acesso em: 7 set. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da educação básica 2012: resumo técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2013. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2019: notas estatísticas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 0 V e r a n o ta çõ e s https://bit.ly/362taXf https://bit.ly/2TVLyvu https://bit.ly/34ZrKh8 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 24/25 Teixeira, 2020. FREITAS, M. C. História Social da Infância no Brasil. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2009. HADDAD, L. A creche em busca de identidade. São Paulo: Loyola, 1991. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. A pré-escola em São Paulo (1877 a 1940). São Paulo: Loyola, 1988. KUHLMANN JR., M. Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899- 1922). In: Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 2001, capítulo 5. 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CDROM. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 1/5 FOCO NO MERCADO DE TRABALHO COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BNCC Sueli Helena de Camargo Palmen Imprimir SEM MEDO DE ERRAR COMO É A PRÁTICA EDUCATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL? Nesse segmento da educação, o educar e o cuidar acontecem simultaneamente; as ações são pautadas em planejamentos intencionais, em que o eixo do trabalho parte do brincar e das interações sociais. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 2/5 Temos aqui a seguinte situação-problema: você é um pro�ssional da pedagogia experiente, que atua há anos na educação infantil, no sistema público de ensino. Isabel, sua amiga, acabou de passar num concurso para atuar junto a essa etapa educacional, mas como não tem experiência com bebês e crianças pequenas, entrou em contato pedindo a sua ajuda. Considerando os conteúdos mobilizados nesta seção, você considerou importante fazer alguns apontamentos acerca de aspectos da história da educação infantil que poderão permear o cotidiano pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua visão de criança e sua visão de educação na primeira etapa da educação básica, que é a educação infantil. Entre as re�exões levadas para Isabel estavam: A educação infantil é um direito da criança, mesmo quando sua mãe não trabalha fora de casa? A prática educativa é pautada em ações educacionais ou em orientações assistenciais e higienistas? É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo quando falamos de crianças tão pequenas, como as de 0 a 3 anos? Após esses questionamentos, Isabel começa a falar o que pensa, revelando o desconhecimento das normas legais que regulamentam a educação infantil. Diante dos conhecimentos prévios de Isabel, você iniciou sua intervenção, orientando-a. Explicou para Isabel como a educação infantil está organizada, ou seja, creches destinadas para crianças de 0 a 3 anos e pré-escola para crianças de 4 e 5 anos. Contudo, explicou a ela que as duas instituições são reconhecidas como instituições educacionais desde 1996, por meio da LDB. No entanto, já em 1988, a Constituição Federal do Brasil reconhece o direito da criança à educação, assim, não estamos falando em um serviço de caridade, mas num direito legal. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 3/5 A educação infantil possui diretrizes nacionais de funcionamento, assim, existem normatizações quanto à formação de professores, à organização do espaço físico, à forma de atendimento e às diretrizes curriculares. O educar e o cuidar acontecem simultaneamente e ambos são importantes na prática educativa com as crianças pequenas; as ações são pautadas em planejamentos intencionais, em que o eixo do trabalho parte do brincar e das interações sociais. Creches e pré-escolas têm suas especi�cidades de funcionamento, portanto, não devemos reproduzir as ações que acontecem no ensino fundamental, escolarizando as crianças pequenas precocemente. Nesse sentido, é fundamental indicar os materiais para que Isabel estude e conheça como a educação infantil está organizada na atualidade e quais desa�os a esperam! Esse exercício de re�exão proposto pela situação-problema visa à construção de novos conhecimentos e a desconstrução de saberes reducionistas e estereotipados, frutos do senso comum. Ao discutir sobre os questionamentos apresentados, Isabel começou a conhecer a especi�cidade da educação infantil e a desconstruir a visão pautada em crenças enviesadas,que não condizem com a realidade. Então, vamos conhecer mais a especi�cidade da educação infantil? AVANÇANDO NA PRÁTICA O QUE AS CRIANÇAS FAZEM NA CRECHE? Maria trabalha em casa fazendo bolos para vender em seu bairro e tem uma �lha de 3 anos que nunca foi para a escola. Contudo, percebe o quanto sua �lha demanda atenção e demonstra interesse por conhecer coisas novas. No entanto, como Maria não trabalha fora de casa, acredita que não tem direito a uma vaga na educação infantil para a sua �lha. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 4/5 Quando a boleira era criança, ouvia sua mãe falar que as creches eram para crianças pobres, abandonadas pela família, onde as crianças �cavam presas no berço, e todas tinham de ir para o penico na mesma hora, sendo obrigadas a dormir mesmo quando não tinham sono. Assim, embora veja sua �lha demonstrar interesse em ir para a escola, Maria tem medo do que as pessoas vão falar caso ela a matricule, pois são muitos os preconceitos em torno da creche. Certo dia, sua vizinha encomendou um bolo e quando Maria foi entregar, as duas começaram a conversar. Sua vizinha era Isabel, professora que acabou de assumir uma turma de educação infantil. Maria comentou que sua �lha quer ir à escola, mas que só tem 3 anos e ela se sente insegura em deixá-la na creche, pois tem medo do tratamento que a criança receberá. Isabel se impactou com a con�ssão, contudo, acolheu Maria e lhe contou que também pensava assim, até conhecer a instituição de educação infantil (creche e pré-escola). Isabel buscou orientá-la, para isso estrategicamente fez com que Maria re�etisse sobre suas escolhas. Quais seriam as perguntas e a postura que a professora Isabel poderia ter nesse cenário? RESOLUÇÃO Isabel poderia realizar algumas perguntas a Maria, como: “Você conhece a creche aqui do nosso bairro?” “Você sabia que a creche é um direito da criança desde que nasce? Ninguém pode lhe cobrar comprovante de trabalho, pois a vaga é um direito de sua �lha.” “Você sabe o que as crianças fazem na escola? Você acha que elas só comem, dormem e fazem a higiene?” “Você gostaria de conhecer a escola onde trabalho?” “Já ouviu falar em período de adaptação?” Tais questionamentos motivaram um diálogo entre Maria e Isabel sobre o assunto. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:47 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPERI… 5/5 Depois dessa conversa, Isabel pode levar Maria para conhecer a creche onde trabalha, que �ca no bairro onde elas vivem. Ao ir até a instituição de educação infantil e conhecer o espaço físico, é possível que Maria converse com a diretora, a qual pode lhe explicar como é desenvolvido o trabalho, de modo que as crianças se socializam e aprendem brincando, seguindo normas educacionais pautadas em diretrizes educacionais. Além disso, pode explicar que nem sempre foi assim, mas que as leis foram avançando e hoje a educação infantil ofertada em creches e pré-escolas segue normas e tem como foco os direitos das crianças a uma aprendizagem saudável. Como se trata de uma mãe insegura, a diretora pode ter uma postura acolhedora e levá-la para ver o momento de alimentação, por exemplo. A diretora ainda pode explicar que, ao ingressar na escola, a criança tem o direito ao período de adaptação, ou seja, vai se inserindo no novo grupo e no novo espaço de forma planejada. Cada criança é vista em sua individualidade e tem seu tempo de adaptação respeitado. A família deve ser considerada uma parceira nesse processo, assim, é fundamental uma reunião inicial com o professor ou professora responsável pela turma, para combinarem essa dinâmica, garantindo uma adaptação segura e saudável para os três atores: crianças, família e escola. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 1/22 NÃO PODE FALTAR O QUE MUDOU DO RCNEI PARA A BNCC Sueli Helena de Camargo Palmen Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Olá! Nesta seção conversaremos sobre um grande dilema da educação infantil, que são as discussões acerca da construção de seu currículo, respeitando-se as especi�cidades dessa etapa educacional. O QUE É A BNCC? Trata-se de um documento norteador das aprendizagens que devem ocorrer no Brasil. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 2/22 Aqui, retomaremos as propostas e orientações curriculares voltadas à educação infantil, decorrentes de sua regulamentação como parte do sistema educacional, após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996). Portanto, a segunda seção desta unidade contribuirá para que você compreenda as orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação infantil, e também para que identi�que e re�ita sobre as potencialidades desse documento normativo em termos organizacionais e promotores de direitos de aprendizagens a todos os sujeitos da educação básica, especialmente às crianças de 0 a 5 anos, nosso foco nesta disciplina. ASSIMILE O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe que: Assim, mesmo reconhecendo que a infância não é um tempo da vida homogêneo, ou seja, dos 0 aos 12 anos, sabemos que as crianças vivem diferentes ciclos de seu desenvolvimento e operam com diversos desa�os e potencialidades. Mas, você sabe dizer o que é “currículo”? A BNCC é a grande norteadora curricular da política educacional brasileira contemporânea e aqui conversaremos mais sobre ela, no que tange à educação infantil. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a �m de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. (BRASIL, 1990, [s.p.]) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 3/22 Você está se preparando para ser um educador, por isso é fundamental conhecer mais sobre a organização atual da educação infantil e a concepção de criança que está presente em seus documentos norteadores. Adote a postura de um educador-pesquisador e anote todos os conceitos que aparecerem nesta seção, pois serão os referenciais para conversarmos sobre o currículo na educação infantil. Pensando na sua aprendizagem e nas competências a serem mobilizadas nesta seção, imagine a seguinte situação: Isabel é uma jovem pedagoga que acabou de passar em um concurso para professora de educação infantil numa rede pública de ensino. Contudo, ela nunca trabalhou com crianças da faixa etária desse segmento. Você, pro�ssional experiente na educação infantil, está tentando ajudá- la nos desa�os que a permitirão construir conhecimento e amadurecer pro�ssionalmente.Isabel acredita que a função da educação infantil está voltada apenas aos cuidados infantis. Sente-se perdida, pois não sabe como realizar um planejamento na educação infantil. Como pro�ssional mais experiente, como você a orientaria? Diante desse desa�o, você considera importante fazer alguns apontamentos em torno das orientações curriculares voltadas à educação infantil que poderão permear o cotidiano pro�ssional de Isabel, in�uenciando sua prática educativa na primeira etapa da educação básica. Pensando na BNCC e nas diretrizes curriculares: Quais apontamentos você faria para Isabel, visando à elaboração de um planejamento adequado para a educação infantil? Quais são os eixos norteadores do trabalho na educação infantil? O educar e o cuidar podem ser separados no cotidiano das creches e pré- escolas? É importante pensarmos em diretrizes para o trabalho educacional mesmo quando falamos de crianças tão pequenas? 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 4/22 Com base nessas questões, pense em outros apontamentos que poderão auxiliar Isabel em sua prática educacional, começando pela elaboração de seu planejamento educacional. Quais conhecimentos você considera essenciais para um trabalho ético, que leve em conta a especi�cidade da educação infantil? Vamos juntos conhecer mais sobre essa etapa da educação básica e seus desa�os curriculares? Um excelente estudo! CONCEITO-CHAVE Nesta seção conversaremos sobre currículo; a propósito, você saberia dizer o que é currículo? O que a escola deve ensinar aos alunos? O que todos devem aprender durante a trajetória escolar? ASSIMILE Do ponto de vista etimológico, o termo currículo vem da palavra latina scurrere, correr, e refere-se a curso, à carreira, a um percurso que deve ser realizado. Foi utilizado para designar um plano estruturado de estudos pela primeira vez em 1633, no Oxford English Dictionary. Inserido no campo pedagógico, o termo passou por diversas de�nições ao longo da história da educação. Tradicionalmente, o currículo signi�cou uma relação de matérias/disciplinas com seu corpo de conhecimento organizado numa sequência lógica (grade ou matriz curricular), com o respectivo tempo de cada uma. Esta conotação guarda estreita relação com “plano de estudos”, tratado como o conjunto das matérias a serem ensinadas em cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma (CURRÍCULO, 2006). Lembre-se de que nosso foco é a educação infantil, então re�ita: como deve ser pensado o currículo nessa etapa educacional? Quais são as experiências que as crianças de 0 a 5 anos devem ter o direito de vivenciar de acordo com as especi�cidades de sua idade? 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 5/22 Partindo desses questionamentos, iniciamos nossa conversa. Na seção anterior, conhecemos a trajetória da educação infantil e sua transição da assistência social para a educação, tendo como marco a legislação brasileira. Num primeiro momento, temos a Constituição Federal do Brasil de 1988 reconhecendo o direito à educação desde o nascimento e, em 1996, temos a regulamentação da educação infantil como a primeira etapa da educação básica, ou seja, sua inserção no sistema de ensino. Portanto, desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996, a educação das crianças pequenas, de 0 a 5 anos, passou a con�gurar-se no âmbito da educação básica. Vale ressaltar que em seu art. 9º, inciso IV, a LDB nº 9.394/1996 destaca que: Assim, aspectos organizacionais pautados na intencionalidade educativa passam a compor as discussões da área voltada à educação da infância, sendo que um desses aspectos, o currículo, ganha centralidade nas discussões. Segundo Silva (2005, p. 13), precisamos compreender que as propostas curriculares trazem uma teoria curricular em suas entrelinhas, indicando visões de mundo e interesses, e interferindo em nossa prática, já que uma teoria se de�ne pelos conceitos de que utiliza para conceber a realidade. Nesse sentido, o currículo é resultado de uma seleção dentro de um universo amplo de conhecimentos e saberes. Mas quem seleciona? Para quem se seleciona? E com qual intenção se selecionam conhecimentos e saberes? Como responsável pela indução, proposição e avaliação das políticas públicas relativas à educação nacional, o Ministério da Educação e do Desporto propôs, em 1998, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de re�exão de cunho A União incumbir-se-á de [...] estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil [...] que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum. (BRASIL, 1996, [s.p.])“ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 6/22 educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os pro�ssionais que atuam diretamente com crianças da educação infantil, respeitando a grande diversidade de práticas e também a diversidade cultural brasileira. Neste mesmo ano, 1998, a Comissão Internacional para a Educação do Século XXI divulga seu relatório intitulado Educação: um tesouro a descobrir (DELORS, 1998), no qual a educação básica é posta como a responsável pela preparação para a vida e como o melhor momento para aprender a aprender, cabendo à educação “proporcionar as condições para aprender a aprender, com base em quatro pilares: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos” (DELORS, 1998, p. 101). Esses pilares embasaram as chamadas competências e habilidades, que entraram no Brasil sendo amplamente disseminadas. Saisi (2003, p. 101) destaca que: Reconhecer a especi�cidade da educação infantil envolve muito mais do que um reconhecimento em termos de leis; envolve romper com a concepção de educação assistencialista que até então se legitimara. Rever concepções sobre a infância, sobre as relações entre classes sociais, sobre as responsabilidades da sociedade e do Estado diante das crianças pequenas exigiram posicionamentos para embasar os próximos passos. Pensar em currículo é fazer seleções de um determinado lugar (SILVA, 2005). O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, elaborado e difundido pelo Ministério da Educação e do Desporto (MEC), em 1998, em consonância com a LDB, acompanha o processo de regulamentação da Educação Infantil, mas não se constitui em instrumento legal obrigatório a ser seguido pelos educadores dessa faixa etária. Consiste em um “guia de re�exão” cujo objetivo é contribuir para a elaboração dos projetos edu¬cacionais propostos pelas instituições de Educação Infantil. “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 7/22 Quem são as crianças, segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil? O RCNEI destaca, ao longo de seu documento, organizado em três volumes, a visão de criança como sujeito social e histórico, que possui uma natureza singular, ou seja, que pensa o mundo de um jeito próprio e que apreende mais sobre esse mundo a partir das interações que estabelece desde cedo (BRASIL,1998). O processo de construção do conhecimento acontece por meio de diferentes linguagens, que incitam as crianças em sua capacidade de terem ideias e hipóteses sobre aquilo que buscam descobrir. Nessa perspectiva, o Referencial coloca as crianças na posição de construtoras de conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio, dessa maneira, o conhecimento é fruto do trabalho de criação, signi�cação e ressigni�cação que se dá nas interações. Destacando a importância das interações, o documento retoma que, embora a criança estabeleça múltiplas interações sociais decorrentes das diferentes instituições sociais, toda criança pertence a uma organização familiar, e esta a uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico, portanto, a criança é marcada pelo meio em que vive, tendo como referência principal sua família, biológica ou não. Quanto à instituição de educação infantil, o documento destaca que ela possui um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças por meio de aprendizagens diversi�cadas, realizadas em situações de interação. Além disso, essas instituições devem ser acessíveis a todas as crianças, como meio de enriquecer seu desenvolvimento e inserção social. O RCNEI (BRASIL, 1998, p. 23) sugere que, Educar signi�ca, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros, em uma atitude de aceitação, respeito e con�ança, e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 8/22 Assim, a educação auxiliaria o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. Esse documento ainda sugere que as atividades oferecidas para as crianças não deveriam pautar-se apenas nas brincadeiras, mas também em situações pedagógicas orientadas. O cuidar, compreendido como intrínseco ao educar na educação infantil, exige conhecimentos e habilidades que extrapolam a dimensão pedagógica, é um ato em relação ao outro e a si próprio, que requer estar comprometido com o outro, com sua singularidade, com suas necessidades, con�ando em suas capacidades, de modo que se torna fundamental a construção de vínculos entre quem cuida e quem é cuidado. De acordo com o RCNEI, cuidar signi�ca valorizar e ajudar a desenvolver capacidades (BRASIL, 1998). O documento referido considera o brincar como meio de estimular a autoestima das crianças, transformar seus conhecimentos em conceitos, contribuir para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de grupos sociais diversos, destacando que o brincar é um espaço singular de constituição infantil (BRASIL, 1998). De acordo com o RCNEI, a brincadeira é o caminho para a observação dos professores em relação ao desenvolvimento infantil, possibilitando registrar as capacidades de uso das linguagens, as capacidades sociais e os recursos afetivos e emocionais das crianças. Por meio da intervenção intencional pautada nas brincadeiras, é possível enriquecer as competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Em relação às interações sociais promovidas nas instituições de educação infantil, o documento as considera como estratégias para a promoção de aprendizagens pelas crianças, cabendo ao professor organizar situações de conversa, brincadeiras ou de aprendizagens orientadas que garantam a comunicação, expressão de pensamentos e sentimentos, que possibilitem a troca entre as crianças num ambiente acolhedor e que lhes propicie segurança (BRASIL, 1998). 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXPE… 9/22 Neste contexto, o RCNEI pontua que as situações de con�ito também são promotoras de aprendizado, contudo, compete aos professores fornecerem elementos para que as crianças aprendam a conviver em grupo. Cabe aos pro�ssionais da educação possibilitar momentos em que as crianças possam �car sozinhas, conforme suas necessidades, pois nesses momentos elaboram suas descobertas e sentimentos, o que vai potencializar novas interações. Vimos como as concepções de criança, de educação, de cuidado, de brincadeira e de interação são conceituadas no RCNEI. Quanto ao currículo, vale destacar que o RCNEI se organiza em seis áreas de conhecimento, indicando-as como parte do currículo da educação infantil (BRASIL, 1998). São elas: Música. Movimento. Artes visuais. Linguagem oral e escrita. Conhecimento matemático. Natureza e sociedade. Música, artes visuais e movimento correspondem a 50% do currículo da educação infantil, portanto, a arte, nas suas diferentes expressões, não é um passatempo, devendo ser integrante do trabalho pedagógico voltado às crianças de 0 a 5 anos. 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 10/22 O RCNEI, publicado em 1998, serviu de referência aos arranjos curriculares elaborados pelas escolas, contudo, não garantiu uma base comum para todas as instituições de ensino. Nesse sentido, as discussões em torno do currículo na educação infantil continuaram buscando, principalmente, superar a divisão por áreas do conhecimento e se acercar de uma concepção mais próxima das experiências infantis, considerando as especi�cidades da educação infantil. Seguindo as orientações presentes na LDB nº 9.394/1996, deu-se continuidade às discussões acerca do currículo, com o início da elaboração das Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, que, por sua vez, contou com a participação de diferentes esferas da sociedade, como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), além de representantes de escolas privadas, professores, pesquisadores e dirigentes municipais e estaduais de ensino. Em 17 de dezembro de 2009, o Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB) aprova a Resolução nº 5/2009, que �xa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), destacando que esta deveria se articular com as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, subsidiando as propostas pedagógicas das escolas. As DCNEI são normas obrigatórias para a educação infantil que orientam o planejamento curricular das escolas, concebendo a criança como: Oliveira (2010, p. 3) destaca o conceito de currículo para a educação infantil presente nas DCNEI: [...] centro do planejamento curricular, sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (BRASIL, 2009, [s.p.]) “ 0 V e r a n o ta çõ e s 24/05/2022 13:48 lddkls211_cam_exp_pra_edu_menu https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=MARGARETHBISBO2050%40GMAIL.COM&usuarioNome=MARGARETH+BISPO+CARNEIRO&disciplinaDescricao=CAMPOS+DE+EXP… 11/22 Segundo as DCNEI, o currículo na
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