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INVESTIMENTO E MERCADOS DE CAPITAL

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1 Investimentos e Mercado de Capital 
Estrutura do SFN e atuação do 
Banco Central 
 
Estrutura do SFN 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições financeiras, que tem na transferência de 
recursos dos agentes poupadores para os agentes tomadores de recursos, sua principal função. A interme-
diação financeira é a atividade que torna possível a alocação dos recursos dos poupadores aos tomadores 
de recursos, que os utilizam para financiar os projetos de investimentos ou consumo. Ou seja, é o conjunto 
de todas as atividades relacionadas com a intermediação financeira. 
A figura a seguir ilustra a função do mercado financeiro: 
 
A Lei 4595, em seu artigo 1º, apresenta a seguinte composição para o Sistema financeiro Nacional (SFN): 
“I - do Conselho Monetário Nacional; 
II - do Banco Central do Brasil; 
III - do Banco do Brasil S. A.; 
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; 
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.” 
Por sua vez, o Banco Central do Brasil, em seu website (www.bcb.gov.br), apresenta a seguinte estrutura 
como representativa do sistema financeiro nacional: 
 
Assim, o SFN é subdividido para efeitos didáticos em Subsistema Normativo e Subsistema Operativo. O 
subsistema normativo é composto pelas instituições responsáveis pela regulação e supervisão do funciona-
mento do sistema e o operativo, por aquelas instituições que efetivamente realizam as operações de inter-
mediação. 
 
Subsistema Normativo 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é uma das principais instituições do subsistema normativo, criado 
pela Lei 4.595/64, com o objetivo de expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. É um órgão 
colegiado que, atualmente, é composto pelos: 
• Ministro da Economia (Presidente); 
• Presidente do Banco Central do Brasil; 
http://www.bcb.gov.br/
 
2 Investimentos e Mercado de Capital 
• Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. 
As principais atribuições do CMN são: 
• Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; 
• Regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; 
• Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras e propiciar o aperfeiçoamento das ins-
tituições e dos instrumentos financeiros. 
Uma outra importante instituição que integra o subsistema normativo é o Banco Central do Brasil (BCB), 
também criado pela Lei 4.595/64. O BCB é o principal executor das orientações do CMN e responsável por 
garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: 
• zelar pela adequada liquidez da economia; 
• manter as reservas internacionais em nível adequado; 
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. 
As principais atribuições do Banco Central são: 
• emitir moeda e executar os serviços do meio circulante; 
• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições do SFN; 
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; 
• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
• exercer o controle de crédito; 
• exercer a fiscalização das instituições financeiras; etc... 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é outra entidade de supervisão no SFN, foi criada pela Lei 
4.385/76 e é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobili-
ários do país. 
As principais atribuições da CVM são: 
• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; 
• proteger os titulares de valores mobiliários; 
• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; 
• assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as com-
panhias que os tenham emitido; 
• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as 
aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. 
Temos ainda, conforme alguns autores, instituições que apesar de atuarem efetivamente na condução de 
operações do SFN, têm o controle do estado e atuam em sintonia com o governo federal. Apresentamos a 
figura abaixo contendo estas três instituições classificadas como especiais. 
 
O Banco do Brasil, conforme apresentado em seu website, “atua em todos os setores do mercado financeiro 
– desde o bancário, passando por cartões, administração de recursos de terceiros, seguros, previdência e 
capitalização, até o de mercado de capitais, com um amplo portfólio de produtos e serviços, procurando 
alinhá-los cada vez mais aos preceitos de responsabilidade socioambiental”. A vocação do BB para políticas 
públicas tem foco no desenvolvimento sustentável do país e no interesse comunitário, sendo um importante 
diferencial da Empresa. Diferencial que pode ser conferido na Estratégia de Desenvolvimento Regional Sus-
tentável – DRS. 
A Caixa Econômica Federal (CEF), de acordo com o que consta de seu website, “sempre buscou ser mais 
que apenas um banco, mas uma instituição realmente presente na vida de milhões de brasileiros. Ela é, por 
exemplo, o agente responsável pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pelo Programa de 
Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego, institutos tão presentes na vida do trabalhador formal. 
Aparece ainda no momento de ajudar a população, através dos programas sociais do governo, como o Bolsa 
Família – que beneficia mais de 13 milhões de brasileiros, FIES e Programa Minha Casa Minha Vida”. 
 
3 Investimentos e Mercado de Capital 
O BNDES foi criado em 1952 com a denominação de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
(BNDE). O BNDE, inicialmente, investiu muito em infraestrutura, mas a criação de estatais aos poucos liberou 
o Banco para investir mais na iniciativa privada e na indústria. Durante os anos 60, o setor agropecuário e as 
pequenas e médias empresas passaram a contar com linhas de financiamento do BNDE. No início dos anos 
80 o BNDE ganhou o “S” de social, passando a apresentar o nome atual, e, busca promover, nos projetos 
que solicitam apoio, o desenvolvimento local e regional, o compromisso socioambiental e a capacidade de 
inovação, desafios mais urgentes em um mundo cada vez mais dinâmico e em constante transformação. 
 
Subsistema Operativo. 
Atuam no SFN as instituições financeiras que, de acordo com a Lei 4.595/64, são “pessoas jurídicas públicas 
ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de re-
cursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de 
propriedade de terceiros”. 
Assim, atuam na intermediação financeira e tem como função operacionalizar a transferência de recursos 
entre fornecedores de fundos e os tomadores de recursos, a partir das regras, diretrizes e parâmetros defini-
dos pelo subsistema normativo. 
• Intermediários Financeiros; 
• Instituições Auxiliares. 
Os intermediários financeiros, são assim considerados, porque emitem seus próprios passivos, ou seja, fa-
zem a captação de recursos diretamente dos investidores e aplicam por sua iniciativa, responsabilidade. 
Exemplo: 
Bancos comerciais, sociedades de crédito financiamento e investimento, Sociedade de Crédito Imobiliário e 
Bancos de Investimentos. 
As instituições auxiliares, por sua vez, têm por objetivo colocar em contato poupadores e investidores. 
Exemplo: 
Corretoras de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bolsas 
de Valores e de Mercadorias, Sociedades de Arrendamento Mercantil, Sociedade Administradora de Con-
sórcios. 
As instituições financeiras são, geralmente, classificadas em: 
• Bancárias (Monetárias); 
• Não Bancárias (Não Monetárias). 
As instituições bancárias (ou monetárias) são aquelas que têm a capacidade de criar moeda (escritural) com 
as suas negociações: Captação de Depósitos à Vista e o Empréstimo desses recursos. 
• Bancos Múltiplos com Carteira de Banco Comercial 
• BancosComerciais 
• Caixa Econômica Federal 
• Cooperativas de Crédito 
Por outro lado, as não bancárias (ou não monetárias) são aquelas que não têm a capacidade de criar moeda 
(escritural) com as suas negociações, ou seja, não multiplicam a moeda: 
• Bancos de Investimentos 
• Sociedade de Crédito Imobiliário 
• Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento 
• Instituições Auxiliares. 
 
Banco Central e os Instrumentos de Política Monetária. 
O mercado financeiro é o conjunto de mecanismos destinados a facilitar as transferências de recursos 
financeiros entre agentes econômicos, ou seja, ele é o conjunto de todas as atividades relacionadas com a 
intermediação financeira e, do ponto de vista didático, costuma-se segmentar o mercado financeiro em fun-
ção do prazo, objetivos e mecanismos de intermediação em: 
• Mercado Monetário – curto e curtíssimo prazo. 
• Mercado de capitais – longo prazo. 
• Mercado de Crédito – concessão de crédito curto e médio prazos. 
• Mercado Cambial – conversão de moeda estrangeira. 
 
4 Investimentos e Mercado de Capital 
A política monetária, que segundo o Banco Central, em www.bcb.gov.br, “se refere às ações do BC que 
visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na eco-
nomia” ocorre em grande extensão no denominado Mercado Monetário e, para o Banco Central, o principal 
instrumento de política monetária é a taxa Selic, decidida pelo Copom. 
O objetivo final da política monetária é o controle da taxa de inflação e, de forma clássica, os principais ins-
trumentos que pode o Banco Central manejar para atender a este objetivo são: 
• Open Market; 
• Redesconto; 
• Depósito compulsório. 
O Open Market refere-se à compra e venda de títulos públicos de emissão do tesouro nacional, sendo dis-
tintas em: 
• Compra e venda definitiva; 
• Operações compromissadas. 
Nas operações de compra e venda definitiva os títulos negociados são transferidos do vendedor para o com-
prador mediante o recebimento acordo na ordem de compra e venda desses títulos, cursadas no SELIC 
(Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). 
As operações compromissadas, por outro lado, são aquelas que o Banco Central, ou outra Instituição Finan-
ceira, vende (ou compra) títulos públicos com o compromisso de os recomprar (ou revender) em uma data 
futura. Ou seja, o Banco Central, ou a Instituição Financeira, “empresta” títulos ou dinheiro para o mercado 
por um período e depois desfaz essa operação. Normalmente, o prazo desta operação é de um dia, e destas 
negociações, de um dia, surge a denominada Taxa Selic. 
O Redesconto, ou Assistência Liquidez, é a modalidade de “empréstimo” do Banco Central para as institui-
ções financeiras com o objetivo de atender eventuais problemas de liquidez, de natureza circunstancial e de 
curto prazo, por isso as taxas de juros geralmente são mais elevadas que a taxa selic. 
Por fim, o Depósito Compulsório, o último dos instrumentos manejados pelo Banco Central, refere-se à par-
cela dos recursos captados dos correntistas que os bancos são obrigados a manter em depósito no Banco 
Central, com ele o Banco Central (BC) influencia o multiplicador monetário e atua sobre os meios de paga-
mentos disponíveis no país. 
A esse Depósito Compulsório, então, pode-se atribuir dois objetivos: 
• influenciar a quantidade de moeda disponível na economia; 
• Servir de “Colchão de Liquidez”. 
Várias são as modalidades de compulsórios e encaixes obrigatórios estabelecidos pelo Banco Central do 
Brasil, cada um direcionado para um tipo específico de fonte de captação de recursos : 
• Recolhimento compulsório sobre recursos à vista (Conta Corrente); 
• Recolhimento compulsório sobre recursos de depósitos e de garantias realizadas; 
• Encaixe obrigatório sobre recursos de depósitos de poupança; 
• Recolhimento compulsório sobre recursos a prazo (CDB/RDB). 
 
Atividade extra 
Links da web 
http://www.acionista.com.br/ . Site com informações para o mercado acionário brasileiro. 
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/ . Site sobre o sistema financeiro nacional, com informações para in-
vestidores, instituições educacionais e jurídicas. 
http://www.logicadomercado.com.br . Site com análises e conceitos da economia brasileira. 
http://www.b3.com.br/pt_br/ . Site da Bolsa de Valores de São Paulo. 
http://www.bcb.gov.br . Site do Banco Central do Brasil. 
https://www.youtube.com/watch?v=-56RQHeeQ8M vídeo sobre a Estrutura do Sistema Financeiro Nacio-
nal 
https://www.youtube.com/watch?v=3qwEurKl8wM vídeo institucional produzido pelo Banco Central do Bra-
sil. 
 
 
http://www.bcb.gov.br/
http://www.acionista.com.br/
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/
http://www.logicadomercado.com.br/
http://www.b3.com.br/pt_br/
http://www.bcb.gov.br/
https://www.youtube.com/watch?v=-56RQHeeQ8M
https://www.youtube.com/watch?v=3qwEurKl8wM
 
5 Investimentos e Mercado de Capital 
 
Produtos financeiros: Bancários 
e Interbancários 
 
Principais produtos de captação e financiamento 
A operação de captação de recursos é a busca pelo recurso ideal com o menor custo possível e um prazo 
que seja adequado ao projeto de investimento ou estrutura de capital da empresa. Além disso, a linha de 
crédito deve estar dentro das condições da empresa e aderente à realidade, seja do fluxo de caixa ou do 
retorno do projeto. 
As empresas devem observar todos os estímulos oferecidos pelo mercado financeiro para cada ramo de 
atividade e procurar adequar suas necessidades às disponibilidades existentes para conquistar todas as 
vantagens, como juros mais baixos e os prazos mais longos possíveis, compatíveis com seu projeto de in-
vestimento. 
A captação de recursos por parte das corporações, empresas S/A, podem se dar mediante a emissão de 
instrumentos de crédito como as Debentures e Commercial Papers ou instrumentos patrimoniais como as 
ações. Além disso, essas empresas, bem como as empresas que não são sociedades anônimas, podem 
captar recursos no mercado financeiro. 
Os principais produtos de captação de crédito disponíveis no mercado financeiro são: 
 
Captação: 
• Hot Money; 
• Desconto de Duplicatas e outros títulos; 
• Factoring (desconto); 
• Leasing; 
• CDC; 
• Export Note; 
• Vendor e Compror Finance. 
As características básicas destes produtos bancários são: 
 
Hot Money: é um empréstimo de dinheiro de curtíssimo prazo, normalmente de poucos dias, o objetivo do 
Hot Money é resolver problemas pontuais da tesouraria, para cobrir desembolsos imediatos sem burocracia. 
 
Desconto de Duplicatas e outros títulos: O desconto de duplicatas, ou de cheque, fatura de cartão de 
crédito, nota promissória, é uma operação financeira em que a empresa entrega o título, para vencimento 
futuro, e o banco lhe antecipa o valor em conta corrente, cobrando juros antecipadamente. 
 
Factoring: O fomento mercantil ou comercial (factoring) é uma atividade comercial caracterizada pela aqui-
sição de direitos creditórios, por um valor à vista e mediante taxas de juros e de serviços, de contas a receber 
a prazo, possibilitando a liquidez financeira imediata, além de transferir o risco de crédito. Mas, no Brasil, a 
grande maioria das operações realizadas não é esta operação de aquisição do direito creditório, mas sim o 
desconto destes títulos, onde o risco de crédito não é transferido. 
 
Leasing: contrato também conhecido como arrendamento mercantil, que possibilita ao arrendatário a utili-
zação de um ativo, de propriedade do arrendador, por um prazo determinado, adquirindo o ativo ao final 
desse prazo com o pagamento de um valor previamente estipulado. Neste tipo de contrato, todos os ris-
cos, custos e benefícios ficam por conta do arrendatário, se assemelha a uma operação de aquisição finan-
ciada. 
CDC: Operações financiamento realizadas por bancos ou financeiras destinado a aquisição de bens durá-
veis e serviços ou mesmo sem propósito específico. 
 
6 Investimentos e Mercado de Capital 
 
Export Note: Título com remuneração vinculada à moeda estrangeira,emitido no mercado inbterno por um 
exportador, que possui um contrato com um importador de fornecimento futuro de mercadorias. É um pro-
duto financeiro que permite às empresas se posicionarem em face de diferentes expectativas de mercado, 
protegendo ou garantindo resultados na arbitragem de indexadores financeiros. 
Vendor Finance: Operação de financiamento de vendas, baseado no princípio da cessão de crédito, onde 
a empresa vendedora recebe o pagamento à vista e a compradora paga a prazo, diretamente ao banco. No 
contrato de vendor o vendedor é o avalista do negócio, assumindo o risco de crédito, junto ao banco. 
 
Compror Finance: Operação semelhante ao vendor, mas nela o comprador é aquele que fará os trâmites 
junto ao banco. Nessa operação o cliente pagará a compra parcelada, sem envolver o seu fornecedor de 
produtos ou matéria-prima, que receberá os valores à vista, diretamente do banco. 
 
Principais produtos financeiros de investimentos. 
Todas as empresas precisam controlar seu fluxo de caixa diariamente e tomar decisões estratégicas, bus-
cando os recursos quando necessários ou aplicando-os se disponíveis. O adequado gerenciamento dos 
recursos torna a empresa menos vulnerável ao mercado, pois realiza a gestão diária das movimentações 
dos recursos financeiros. 
Deixar os recursos parados no caixa não rende, por isso é fundamental efetuar a aplicação dos recursos 
disponíveis rentabilizando-os. 
Um bom investimento, além de ser rentável, adequado às expectativas da empresa, deve ter liquidez, pos-
sibilitando à empresa ter o recurso disponível quando necessário, com um nível de risco compatível com a 
aplicação escolhida. A figura a seguir ilustra estas característica que devem apresentar os investimentos de 
recursos. 
As opções de aplicação contemplam um amplo leque de possibilidade, em relação ao prazo, indexadores, 
nível de risco, entre outros aspectos. Então, os principais produtos de investimento disponíveis no mercado 
financeiro, classificados em função do emissor, são: 
 
Emitidos pelos Bancos: 
• Certificado/Recibo de Depósito Bancário (CDB/RDB); 
• Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI – negociado apenas entre IFs); 
• Caderneta de Poupança; 
• Títulos de Capitalização; 
• Letra de Crédito Imobiliário (LCI); 
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); 
• LF (Longo prazo – 2 anos). 
Emitidos pelo Governo Federal: 
• Tesouro Selic (Letra Financeira do Tesouro – LFT); 
• Tesouro Prefixado (Letra do Tesouro Nacional – LTN); 
• Tesouro IPCA + (Nota do Tesouro Nacional-B – NTN B); 
• Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (Nota do Tesouro Nacional-F – NTN-F). 
Corporativos: 
• Ações; 
• Debentures; 
• Commercial Papers ou Notas Promissórias. 
Coletivos (Fundos de Investimentos): 
• Renda Fixa; 
• Ações; 
• Multimercado; 
• Cambial. 
As aplicações e captações com remuneração pós-fixada contam com diversos possíveis indicadores, os 
principais, ligados ao mercado interno, são o CDI, a SELIC, o IGP-M e o IPCA, que têm as características a 
seguir: 
 
7 Investimentos e Mercado de Capital 
 
Além destes, algumas operações, notadamente aquelas relacionadas ao mercado exterior, têm como indi-
cador a variação cambial, que é divulgada ao mercado através do sistema do Banco Central (SISBACEN), 
transação PTAX800. 
Um outro aspecto, relacionado às operações de investimentos, diz respeito a possibilidade de apresentarem 
custos de contratação/administração, dentre eles ressaltamos: 
 
Os principais custos relacionados aos investimentos: 
Taxa de Administração: A taxa de administração é cobrada para remunerar as instituições envolvidas na 
gestão, administração e distribuição de um fundo de investimento. Normalmente, vem expressa na forma de 
um percentual aplicado sobre o patrimônio investido; 
 
Taxa de Custódia: É cobrada mensalmente pela corretora pela manutenção dos ativos sob guarda da ins-
tituição custodiante. Uma parte fixa, atualmente de R$ 6,90, é repassada à B3 (bolsa de valores no caso de 
ações), mas o custo pode ser maior ou menor que esse valor, ou até mesmo isento, dependendo da política 
da corretora e do patrimônio do investidor; 
 
Taxa de Carregamento: Semelhante às taxas de entrada e saída que alguns fundos cobram, a taxa de 
carregamento é um percentual sobre o valor de cada aplicação realizada, normalmente cobrada na previ-
dência privada; 
 
Taxa de Performance: Complementar à taxa de administração, a taxa cobrada para remunerar o gestor 
quando o fundo apresenta bom resultado, como se fosse um bônus pelo bom trabalho. Comum em fundos 
de gestão ativa, normalmente é expressa na forma de percentual sobre os ganhos que excederem o ben-
chmark ou índice de referência; 
 
Taxa de Corretagem (comissões): Pode ser uma única taxa fixa mensal, ou taxas que incidem a cada 
transação (o que pode ter grande impacto para quem faz muitas transações), ou ainda uma mistura de am-
bas. Tudo depende do plano contratado com a corretora; 
 
8 Investimentos e Mercado de Capital 
Emolumentos, Liquidação e Registro: É a taxa de 0,0325% cobrada pela B3 para cobrir custos operacio-
nais, e incide sobre o valor de cada transação realizada; 
Tributação das aplicações financeiras 
Os investimentos sofrem tributação do IOF quando do resgate em prazo inferior a 30 dias, os percentuais 
variam de 96% do rendimento no primeiro dia a 0% no 30º dia, conforme tabela abaixo. O objetivo desta 
tributação é alongar o prazo de vencimento das operações de aplicação de recursos. 
 
Tributação dos investimentos: IOF 
 
A tributação do Imposto de Renda (IR), para as operações com renda fixa, também possui uma relevante 
regressividade com relação ao prazo de resgate da aplicação, onde as aplicações de prazos mais curtos 
são tributadas segundo uma alíquota mais expressiva que as de prazos mais longos, conforme pode ser 
visto na tabela a seguir: 
 
 
Investimento destinado a financiamento de imóveis ou agricultura, é comum ser isento de IR. Por exemplo: 
LCI e LCA. 
 
Tributação dos investimentos: IR - Renda Variável 
 
Instrumentos derivativos 
Os instrumentos derivativos são ativos financeiros cujo preço de mercado deriva do preço de mercado de 
um ativo/bem ou outro ativo financeiro que lhe serve de referência. Assim, o instrumento ou produto derivativo 
é um contrato ou título conversível cujo valor depende integral ou parcialmente do valor de determinado ativo 
ou de outro instrumento financeiro. 
Os principais contratos derivativos, que são referenciados como derivativos primários são: 
 
9 Investimentos e Mercado de Capital 
• Contratos a Termo; 
• Contratos Futuros; 
• Contratos de Opções; 
• Contratos de Swaps. 
 
Contratos Futuros 
Um contrato futuro é do que um contrato de compra e venda firmado por dois investidores, onde a parte 
comprada assume o compromisso de comprar o ativo objeto do contrato, na data de vencimento, a um preço 
pré-definido e o vendedor se compromete a vender e entregar o ativo em questão, o chamado “ativo objeto”. 
Estes contratos servem para proteger o investidor das flutuações nos preços normais do ativo objeto, nego-
ciados pelo seu preço de entrega no futuro. A metodologia dos contratos futuros, negociados em bolsa, utiliza 
um mecanismo denominado de “ajuste diário”, onde em função da flutuação do preço de negociação do 
contrato futuro a perda perdedora paga e a parte vencedora recebe o montante desta flutuação, de tal forma 
que na data do vencimento a liquidação ocorre pelo preço de entrega futuro. 
 
Contratos a Termo 
Acordo não padronizado entre duas partes para comprar ou vender um ativo em uma data no futuro a um 
preço fixado e acordado. O “não padronizado” quer dizer que pode ser negociado mediante um contrato 
particular, não necessitando de uma bolsa de futuros, nisso se diferenciando do contrato futuro, que é padro-
nizado e necessariamente negociado em bolsa. 
 
Opções 
Muito utilizada no mercado de câmbio, commodities e mercado de ações. As opções dão ao titular o direito 
de comprar ou vender o ativo subjacente em uma datafutura e a um preço pré-determinado. Estes contratos 
podem ser baseados em uma ampla gama de ativos, incluindo ações, criptomoedas e, também, podem 
estar relacionados a índices financeiros. Muitos traders e investidores usam esses tipos de contrato para 
diminuir riscos; 
 
Swap 
Em língua inglesa significa troca ou permuta, se configurando como um contrato que permite trocar em uma 
data futura pré-determinada, o fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois 
bens ou taxas de juros ou câmbio: 
• swap de ouro x taxa prefixada 
• swap dol x di 
• swap taxa prefixada x taxa IGP-M 
Esquemas de negociação do contrato a termo, futuro e swap: 
 
Negociação a termo 
A negociação ocorre no momento presente, com a fixação no contrato das características do ativo, o preço 
futuro, a quantidade e a data da liquidação do contrato. A entrega do ativo, bem como o pagamento, ocorrem 
no futuro. 
 
 
 
 
 
10 Investimentos e Mercado de Capital 
Contratos Futuros 
A negociação, em bolsa, ocorre no momento presente com a compra ou venda do contrato futuro, que tem 
em seus termos padronizados as características do ativo, o tamanho do contrato, que estabelece a quanti-
dade do ativo objeto, e o vencimento. Ao longo do prazo deste contrato, ao fim de cada pregão, há um ajuste 
financeiro que pode ser de crédito ou débito diretamente na conta do investidor na corretora. O acerto é 
realizado tomando como referência o preço de ajuste do pregão do dia, que é divulgado diariamente pela 
Bolsa. 
 
 
O Ajuste Diário é um mecanismo utilizado como proteção de risco dentro do Mercado Futuro, para evitar 
inadimplências. Isso acontece porque os lucros e prejuízos são pagos diariamente pelos investidores. O 
cálculo do ajuste diário é feito da seguinte forma: 
Ajuste Diário = (PA - PC) 
Onde: 
 PA = Preço de Ajuste 
 PC = Preço do Contrato 
 
Exemplo de cálculo: 
Suponha que foram comprados 20 contratos de mini-dólar futuro (WDO) na cotação de 4080,00 pontos e o 
preço de ajuste no fim do dia foi de 4098,00 pontos. 
Sabendo que cada ponto na cotação do mini-dólar equivale a 10 reais por contrato, o ajuste será de: 
Ajuste Diário = (4098,00 - 4080,00) x 10 x 20 = R$ 3.600,00 
Quando o preço de ajuste é superior ao preço de aquisição ou ao preço de ajuste do dia anterior, para aque-
las posições abertas em dias anteriores, o comprador tem um ganho e o vendedor perda, na situação oposta, 
queda no preço de ajuste, o comprador perde e o vendedor ganha. Neste exemplo, como o preço de ajuste 
é superior ao preço de aquisição, o comprador terá um ganho e, então, receberá R$ 3.600,00 a ser pago 
pelo vendedor. 
 
Exemplo de Swap: 
Uma empresa, com dívida corrigida pelo CDI, temendo uma alta de juros, pode trocar o indexador do passivo 
por uma taxa prefixada. Swap DI x Pré. 
 
 
11 Investimentos e Mercado de Capital 
 
Exemplo: 
A Cia ABC, em 16/09/2xx9, possui uma dívida de R$ 10 milhões indexada ao CDI, a ser pago em 2 me-
ses corridos e deseja converter sua dívida para uma taxa prefixada, para ter mais previsibilidade quanto ao 
desembolso. A empresa faz uma operação de swap com o banco e assume posição ativa em CDI e passiva 
em taxa pré de 13,5% a.a., de tal forma que a posição ativa assumida contrabalança o passivo indexado ao 
CDI e, então, a empresa para a ter como passivo a taxa pré assumida no swap. Sabendo que 100% do CDI 
efetivo, no período, tenha sido 2,05 %. 
Para determinar o valor a receber ou a pagar primeiramente determinados qual a variação no valor do noci-
onal, que no caso é R$ 10 milhões, em função do CDI e da taxa Pré: 
CDI = R$ 10.000.000,00 x 2,05% = R$ 205.000,00 
TAXA PRÉ para o período, 2 meses = (1 + 13,5/100)(2/12) = 2,1330% 
PRÉ = R$ 10.000.000,00 x 2,1330% = R$ 213.297,00 
Neste caso, a empresa pagará a quantia de R$ 8.297,00, que é a diferença entre a posição ativa (comprada) 
em CDI e a posição passiva (vendida) que é a taxa pré, ou seja, R$ 213.297,00 – R$ 205.000,00. 
 
Opções: elementos e exemplo: 
A opção é caracterizada por um contrato a prazo estabelecido entre duas partes, o comprador ou titular e o 
vendedor ou lançador. Neste contrato o comprador (titular) adquire o direito, mas não a obrigação, de com-
prar ou vender um ativo, durante um dado período do tempo a um preço previamente acordado. O preço 
acordado nos contratos de opção é denominado preço de exercício. No Brasil, as opções podem ser exer-
cidas a qualquer momento antes da data de vencimento do contrato. Assim, quando se fala em “exercer”, 
isso representa se valer do direito de comprar ou vender o ativo subjacente. 
 
Elementos: 
Titular: Adquire o direito de exercer a opção e para isso paga em prêmio. 
Lançador: Vende o direito de exercer a opção e, para isso, recebe um prêmio. 
Prêmio: preço de negociação, cotação da opção. 
Preço de Exercício (Strike price): preço que o titular deverá pagar/receber do lançador caso venha a exercer 
o direito. 
Opção de Compra (Call) - o titular tem o direito de comprar uma quantidade do ativo-objeto, pagando um 
preço de exercício especificado. 
Opção de Venda (Put) ; o titular tem o direito de vender uma quantia do ativo-objeto, pagando um preço de 
exercício especificado. 
Por exemplo, um investidor comprou opções de compra de dólar: 
Data contração 17/6/x9 
Data Vencimento 30/6/x9 
Preço Exercício R$ 3,85 
Prêmio pago R$ 0,07 
O que acontece se no vencimento o preço de mercado for: 
1) 3,98 - Exerce a opção e ganha R$ 0,13 
2) 3,70 - Não exerce e perde o prêmio 
 
12 Investimentos e Mercado de Capital 
Veja a seguir um quadro mostrando os ganhos e perdas para esta opção em diferentes preços à vista, na 
data do vencimento. 
 
Estrutura da taxa de remuneração e custo da captação bancária 
Custo de Captação do Banco: 
Ao avaliar uma captação, o banco deve considerar as alternativas de aplicações dos recursos e as taxas de 
juros de mercado. Admita que um banco tenha uma oportunidade de colocação de R$ 1.000.000,00 de CDB 
no mercado pelo prazo de 30 dias. A taxa dessa captação é de 5,73% a.a. 
Para determinar o valor de resgate da operação devemos calcular a taxa equivalente a 5,73% a.a. para o 
período de aplicação (30 dias): 
((((5,73/100)+1)̂ (30/360))-1)x100 = 0,4654% 
Multiplicador = 1 + 0,4654/100 = 1,004654 
Valor de Resgate: (R$ 1.000.000,00 x 1,004654) = 1.004.654,00 
Assim o custo financeiro será: R$ 4.654,00. 
Como o Banco Central exige um encaixe compulsório correspondente a 31% do valor captado, que deve 
ser feito em espécie e que não será remunerado, o custo efetivo para o banco será maior, pois este não 
poderá dispor de todo o recurso captado. 
Para determinar a taxa efetiva de captação do banco, deveremos comparar o valor que efetivamente estará 
à disposição do banco para aplicação, com o valor financeiro do custo de captação. 
 
O cálculo será: 
Valor Captado: R$ 1.000.000,00 
(-) Compulsório (R$310.000,00) 
Valor Líquido = R$ 690.000,00 
Taxa efetiva = R$ 4.654,00 / R$ 690.000,00 = 0,6745% 
Taxa equivalente anual = 8,40% a.a. 
No Brasil, os fatores que compõem o spread cobrado pelos bancos são os impostos sobre lucros, como 
Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); o lucro do banco, o qual deve 
refletir a margem de lucro esperada pela instituição na operação, que é formada essencialmente pelas con-
dições de negócios do mercado e risco de crédito concedido. 
Mercado de Renda Variável 
 
Introdução: Mercado Primário e Secundário. 
As empresas têm diversas alternativas de financiamento: 
• empréstimos (capital de terceiros); 
• geração e reinvestimentos de lucros; 
• aporte de capital de acionistas. 
Conforme Assaf Neto, os empréstimos oriundos das instituições financeiras costumam ser direcionados, em 
sua maior parte, ao financiamento do capital de giro, de curto prazo. Além disso, “os bancos privados têm 
dificuldades de oferecer créditos de longo prazo, explicadas principalmentepela baixa oferta de poupança 
interna de maturidade similar”. 
 
13 Investimentos e Mercado de Capital 
A obtenção de recursos diretamente dos proprietários, mediante a colocação de ações, proporciona às em-
presas melhores condições para a viabilização de seus projetos de investimentos, tanto pela natureza per-
manente da captação, como pelo baixo comprometimento do caixa. A negociação das ações, representati-
vos do capital das empresas acontece no mercado financeiro no segmento que é denominado de mercado 
de capitais, que tem como função básica a de promover a riqueza nacional por meio da participação da 
poupança de cada agente econômico. 
 
O mercado de capitais é subdividido em: 
• Primário; 
• Secundário. 
Esta classificação, apesar de característica do mercado de capitais, é aplicada também a outros mercados 
financeiros, dentro do mesmo conceito adotado no mercado de capitais. 
 
 
 
Mercado Primário 
É o mercado onde as empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para captar novos 
recursos diretamente de investidores. 
 
Mercado Secundário 
Neste mercado ocorre apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda dos títulos entre os investido-
res. Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capital para quem o emitiu. Seu 
objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos. 
O fluxo de atividades necessárias para lançamento de uma nova ação, apresentada de forma sequencial: 
 
O lançamento de um novo ativo financeiro ocorre no mercado primário. Assim, todo ativo financeiro é colo-
cado no mercado por meio do mercado primário. Negociações posteriores, em Bolsa de Valores ou em 
Mercado de Balcão, envolvendo compras e vendas de títulos já lançados entre investidores, são realizadas 
no mercado secundário. 
 
Bolsa de Valores e de Mercadorias 
Mercado secundário – bolsa de valores 
O funcionamento do mercado secundário ocorre principalmente nas Bolsas de Valores, as quais viabilizam 
aos investidores a oportunidade de realizarem novos negócios com as ações anteriormente emitidas. 
As Bolsas de Valores são entidades, cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas 
para a realização, entre seus membros, de operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. 
 
São objetivos das Bolsas de Valores: 
• promover uma segura e eficiente liquidação das várias negociações realizadas em seu ambiente; 
• desenvolver um sistema de registro e liquidação das operações realizadas; 
• desenvolver um sistema de negociação que proporcione as melhores condições de segurança e 
liquidez aos títulos e valores mobiliários negociados; 
• fiscalizar o cumprimento, entre seus membros e as sociedades emissoras dos títulos, das diversas 
normas e disposições legais que disciplinam as operações em bolsa. 
 
Mercado secundário – bolsa de valores 
O local onde são realizadas as diversas transações de compra e venda de ações registradas em Bolsas de 
Valores é denominado de pregão. Pregão pode também ser entendido como um dia de operações na Bolsa. 
 
14 Investimentos e Mercado de Capital 
As negociações em Bolsa de Valores atualmente são realizadas de forma eletrônica, o denominado pregão 
eletrônico. 
As sociedades corretoras realizam as ordens de compra e vendas dos investidores através de um programa 
de computador disponibilizado pela Bolsa. 
 
BOVESPA 
A Bolsa de Valores de São Paulo sofreu reorganização societária em 2007, transformando-se de uma asso-
ciação civil sem fins lucrativos, para uma sociedade por ações denominada de Bovespa Holding. Em 2008 
tornou-se uma companhia aberta pela integração das operações da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias e 
Futuros (BM&F). 
 
B3 S/A – Brasil, Bolsa, Balcão 
A B3 S.A. foi criada em 2017 a partir da fusão da BM&FBovespa – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros 
– com a Cetip, empresa prestadora de serviços financeiros no mercado de balcão organizado, como regis-
tros, depósitos, negociações e liquidações de títulos de renda fixa e outros instrumentos financeiros. 
A B3 foi constituída como uma sociedade de capital aberto emitindo somente ações ordinárias negociadas 
no Novo Mercado. 
As clearings fornecem serviços de compensação e liquidação de operações realizadas. São quatro as clea-
rings mantidas pela BM&Fbovespa: 
• Câmara de Ações, antiga CBLC; 
• Clearing de derivativos. Foi concebida em 1986 a partir do funcionamento da BM&F; 
• Clearing de câmbio. Foi formada pela BM&F e passou a funcionar junto com o SBP em 2002; 
• Clearing de ativos. A mais recente. criada em 2004. Objetivo de realizar liquidação e atuar nas ope-
rações de títulos públicos federais. 
Uma Clearing é uma prestadora de serviços, que auxilia a concretização das operações do mercado finan-
ceiro, prestando o serviço de compensação e liquidação de ordens eletrônicas, de transferências de fundos 
e de outros ativos financeiros, bem como a compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas 
de mercadorias e de futuros, e de compensação envolvendo operações com derivativos. 
 
Mercado de Balcão, ADR e BDR 
No Mercado de Balcão, conhecido como OTC, da sigla em língua inglesa Over-The-Counter, são negocia-
das ações e outros ativos financeiros atendendo a especificações determinadas pelos investidores e geral-
mente não atendidas nas negociações em Bolsas de Valores, então, esse ambiente permite a realização 
de operações com ações que não estão registradas na Bolsa de Valores. 
Por essa característica as operações realizadas no mercado de balcão são conhecidas como opera-
ções “Tailor made”, ou seja, operações sob medida. Uma importante contribuição do mercado de balcão é 
a oportunidade de acesso das companhias de menor porte ao mercado de capitais. 
Um mercado de balcão é organizado quando mantém uma estrutura que permite a realização normal de um 
negócio, dentro de um ambiente livre, atualizado e que ofereça liquidez aos papéis, sendo administrado por 
entidade autorizada pela CVM. 
A Sociedade Operadora do Mercado de Ativos S.A. (SOMA) foi criada no Brasil em 1996 por inspiração da 
NASDAQ, e se constitui em uma instituição autorregulada responsável pela administração do mercado de 
balcão organizado. Em 2002 a Bovespa adquiriu a SOMA, concentrando toda a negociação de renda vari-
ável no Brasil. 
O BOVESPA MAIS insere-se no mercado de balcão organizado da BM&Fbovespa e as empresas que bus-
cam nele ingressar são geralmente de pequeno e médio porte, e que planejam buscar recursos no futuro no 
mercado de capitais através da ampliação de sua base de acionistas. 
 
Brazilian Depositary Receipt (BDR) 
Companhias abertas sediadas no exterior podem ter seus valores mobiliários listados na Bovespa através 
de negociação de certificados representativos desses títulos, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs). 
Os BDRs podem ser emitidos em duas categorias: patrocinados, representados pelos Níveis I, II e III, e não 
patrocinados (Nível único). 
Nível I – Não requer registro na CVM; 
Nível II – Requer registro e negocia em Bolsa; 
Nível III – Requer registro e negocia em Bolsa, requer distribuição simultânea no Brasil e no exterior. 
 
15 Investimentos e Mercado de Capital 
• O BDR patrocinado é emitido por uma instituição depositária contratada pela companhia estrangeira 
emissora dos valores mobiliários. 
• O BDR não patrocinado é emitido por uma instituição depositária, sem envolvimento da companhia 
estrangeira emissora dos valores mobiliários. 
 
American Depositary Receipt (ADR) 
Os American Depositary Receipts (ADRs) são certificados representativos de uma determinada quantidade 
de ações de empresas estrangeiras, negociados no mercado de capitais dos Estados Unidos. 
O ADR pode ser emitido em três Níveis: I, II e III. 
• ADR Nível I - negociado somente em mercado de balcão dos EUA, não sendo possível a oferta 
pública. 
• ADR Nível II - tem seus negócios realizados na bolsa Nasdaq. 
• ADR Nível III - pode ser negociado em qualquer bolsa dos EUA, inclusive Nasdaq. A sua emissãodeve ter como lastro novas ações da companhia, com emissão pública nos EUA. 
 
 
 
Algumas das principais empresas brasileiras que têm ativos disponíveis nos EUA: 
 
 
Avaliação de Ações 
A avaliação de empresas, também conhecida como valuation, na terminologia em língua inglesa, é usada 
na tentativa de se determinar o valor de uma empresa, o que equivale dizer seu valor intrínseco, e para essa 
estimativa, usualmente, nos valemos de algum modelo quantitativo. Entretanto, no mercado financeiro vários 
indicadores e índices são usados para se entender se a ação está cara ou barata e se fazer comparações 
entre diferentes empresas. 
 
Os principais Indicadores de Análise de Ações 
 
 
16 Investimentos e Mercado de Capital 
LPA (Lucro por Ação) 
Este indicador representa o nível de lucro obtido por ação emitida pela empresa, ou seja, os benefícios de-
correntes da operação obtidos em determinado período. O denominador deste indicador, a quantidade de 
ações, refere-se ao número de ações que compõem o capital social da companhia ao final do exercício 
social, ou em função de sua quantidade média calculada no período. 
O indicador representa apenas uma parcela do resultado da empresa que pode ser atribuído a cada ação, 
mas a sua distribuição aos acionistas não é automática, mas sim decorrente da política de dividendos ado-
tada pela empresa. 
As companhias ABC e Delta lucraram R$ 100.000, mas a Cia ABC tem o seu capital formado por 10.000 
ações, enquanto o capital da Cia Delta é formado por 50.000 ações. Nesse exemplo, a empresa ABC tem 
um LPA de R$ 10 (R$ 100.000/10.000 = R$10), enquanto a empresa Delta teve um lucro por ação de R$ 
2,00 (R$ 100.000/50.000 = R$ 2,00). 
 
Payout 
O payout pode ser calculado de duas formas, dividindo-se o dividendo pelo lucro do período ou tomando-se 
o dividendo por ação e dividindo-o pelo lucro por ação. Assim, este indicador será, ao fim, o resultado da 
divisão do valor distribuído sob a forma de dividendo pelo valor do lucro obtido no período, lembrando que 
uma sociedade por ação, quando o percentual dos lucros a serem distribuídos sob a forma de dividendo não 
for determinado no estatuto da empresa, ele deverá ser de 50% da base de cálculo prevista na Lei 6404/76. 
No exemplo anterior, caso a Cia ABC distribuísse aos sócios a quantia de R$ 40.000 e a Cia Delta R$ 65.000, 
teríamos respectivamente 40% (R$ 40.000/R$ 100.000) e 65% (R$ 65.000/R$ 100.000). Poderíamos tomar 
os dividendos por ação da Cia ABC de R$ 4,00 (R$ 40.000/10.000) e dividi-lo por R$ 10,00 chegando ao 
mesmo payout e, no caso da Cia Delta, de R$ 1,30 (R$ 65.000/50.000) e dividido por R$ 2,00, que resulta 
em 65%. 
A diferença entre o payout e 100% é a taxa de retenção dos lucros, ou seja, a parcela do lucro que é rein-
vestida no negócio. 
 
Dividend Yield 
Este indicador busca medir a performance da companhia tomando por base os pagamentos de dividendo 
aos acionistas. Assim, representa a relação entre o preço de mercado da ação da empresa apurado no 
período e os dividendos distribuídos por esta companhia. 
Supondo, para efeito de exemplificação, que um investidor tenha ações de uma determinada empresa e, 
neste período, esta empresa tenha distribuído dividendos no valor de R$ 7,50 por ação. Além disso, apurou-
se que o preço da referida ação era de R$ 60,00. Teríamos o seguinte Dividend Yield de: 
Dividend Yield = R$ 7,50/R$ 60,00 = 0,125 ou 12,5%. 
 
As maiores pagadoras de dividendos, dividend Yield calculados por infomoney.com.br (2019) 
 
 
Índice P/L 
Este indicador (preço/Lucro) estima o número de anos que o investidor demoraria para recuperar o capital 
investido na aquisição da ação, caso todo o lucro gerado pela empresa fosse recebido pelo acionista. Então, 
o entendimento deste indicador é condicionado à hipótese de que o lucro por ação se manterá constante e 
será distribuído todos os anos. 
 
17 Investimentos e Mercado de Capital 
Por exemplo, se a ação da Cia ABC estiver sendo negociada por R$ 36,00 e o lucro por ação para o período 
mais recente de doze meses for R$ 10,00, então o índice P/L será de R$ 36,00/R$ 10,00 = 3,6. Assim, o 
comprador da ação estaria pagando R$ 3,60 por R$ 1,00 de lucro. 
Índice P/L de empresas negociadas na Bolsa de Valores 
 
Um outro importante indicador é o Patrimônio Líquido de Mercado/EBITDA 
Este indicador, em termos gerais, estima o tempo que levaria para o EBITDA, que representa a geração 
operacional de caixa, pagar o investimento feito para comprá-la. Alguns autores acrescentam ao valor do PL 
de mercado o custo do endividamento, que representaria o valor da empresa para os sócios e credores. 
• PL (Mercado) / EBITDA 
• PL(mercado) = QTD Ações × Preço mercado 
• EBITDA = Lucro antes dos Juros, depreciação, amortização e imposto de renda (LAJIDA) 
O EBITDA é entendido como uma medida de geração operacional de caixa disponível para todos os propri-
etários de capital (acionistas e credores). 
 
Valor da Ação: 
A avaliação de uma ação admitindo-se um período determinado de investimento pode ser expressa por: 
P_0=P0= \frac{D_n}{(1+k)̂ n}(1+k)nDn+\frac{P_n}{(1+K^n)}(1+Kn)Pn 
P_0=P0= valor de aquisição (intrínseco) da ação. 
D_n=Dn= dividendo previsto de receber ao final do período (na data da venda da ação) 
P_n=Pn= preço de venda da ação ao final do período 
K=K= taxa de desconto que representa o retorno requerido (esperado) pelo investidor na aplicação. 
 
Qual deve ser o preço futuro (1 ano) de uma ação que custa hoje R$ 15,00 e da qual se espera receber 
dividendo de R$ 0,75 ao fim de um ano, para que este investimento traga a rentabilidade esperada de 12% 
ao ano? 
• P0 = R$ 15,00 
• D1 = R$ 0,75 
• K = 12% aa 
• P1 = ? 
• P1 = (R$ 15,00 – (R$ 0,75/1,12)) x 1,12 
• P1 = R$ 16,05 
O preço de mercado de uma ação é dependente do que outro investidor esteja disposto a pagar no futuro. 
Este investidor, por sua vez, também tem o preço da ação definido pelas expectativas de venda futura, e 
assim por diante. Até a perpetuidade. 
Em conclusão, o preço de mercado de uma ação, independentemente do prazo do investimento, é determi-
nado pelos dividendos futuros esperados: 
Então: 
P_0=P0= \frac{D}{K}KD 
 
Uma ação que pague um dividendo de R$ 0,50 e o investidor pretenda um rendimento de 8% a.a. o preço 
dela será de R$ 6,25 🡺 R$ 0,50 / 8% 
 
18 Investimentos e Mercado de Capital 
Na avaliação do valor de uma ação com crescimento perpétuo é aplicado o modelo de Gordon. Nesse mo-
delo o dividendo crescerá a taxa constante, denomina g e o cálculo do valor da ação será: 
P_0=P0= \frac{D_1}{K-g}K−gD1 
 
Por exemplo, uma ação paga dividendos de R$0,22/ação por ano, e que esses valores cresçam a uma taxa 
constante de 5% ao ano. Sendo de 12% ao ano a taxa de retorno exigida nessa alternativa de investimento, 
o valor da ação deve atingir a: 
R$ 0,25/(0,12 – 0,06) = R$ 4,17 
 
 
Atividade extra 
 https://www.youtube.com/watch?v=g4_N9uJE75c 
 
 
 
 
 
 
Mercado de Câmbio 
 
Introdução: Mercado cambial 
Quando é necessário fazer pagamento ou recebimento envolvendo moedas de outros países, por motivo 
de viagem ao exterior, doação, compra de produtos, entre outros, é necessário efetuar a troca da moeda do 
país pela moeda do outro país. Isso caracteriza uma operação de câmbio. 
O mercado de câmbio é o segmento do mercado financeiro no qual ocorrem as operações de compra e 
venda de moedas internacionais, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estran-
geiras e vice-versa, reunindo compradores e vendedores de moedas estrangeiras, sob a supervisão do 
Banco Central. 
A um amplo espectro de compradores e vendedores de moedas estrangeiras, os mais comumente encon-
trados são os exportadores, importadores, turistas, investidores, além das próprias instituições financeiras. 
Os bancos e corretores são intermediários nessas operações. 
 
Operações de Câmbio 
 
As operações de compra e venda de moeda estrangeira realizadas no Brasil são classificadas em: 
• Mercado primário: Operações entre bancos e seus clientes.• Mercado secundário (ou interbancário): Operações de bancos entre si. 
• Mercado terciário: Operações entre bancos e Banco Central. 
Terminologia no mercado de câmbio: 
• Câmbio manual: neste tipo de operação a moeda estrangeira é trocada fisicamente. 
https://www.youtube.com/watch?v=g4_N9uJE75c
 
19 Investimentos e Mercado de Capital 
• Câmbio sacado: as trocas, nas operações de câmbio sacado, se processam pela movimentação 
de uma conta bancária em moeda estrangeira. 
• Câmbio Pronto (Spot): Neste tipo de operação ocorre a compra ou a venda da moeda estran-
geira à vista, com a liquidação da operação em até 2 (dois) dias úteis, contados a partir da data da negoci-
ação, respeitando-se as determinações regulamentares do Banco Central do Brasil. 
 
Câmbio Futuro: O dólar futuro é uma espécie de contrato da venda ou compra de dólar para um prazo 
futuro, mas com o preço estabelecido previamente. 
 
O mercado de câmbio, em que são realizadas as operações cambiais, é regulamentado pelo Conselho Mo-
netário Nacional e pelo Banco Central do Brasil e toda a negociação financeira que extrapola os limites das 
fronteiras nacionais cai no controle do mercado de câmbio. Os dois sistemas mais importantes para o con-
trole no mercado de câmbio são o Siscomex, relacionados aos câmbios de importação e exportação, e o 
Sisbacen que é utilizado para o controle das operações envolvendo a compra e venda de moeda estrangeira. 
 
SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior, é um instrumento informatizado, por meio do qual é 
exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro. 
S 
ISBACEN - Registra a movimentação financeira (compras e vendas de moedas estrangeiras), provenientes 
de importações e exportações de mercadorias, além de outras operações de remessas de moeda estran-
geira do ou para o exterior. 
 
Usuários do Siscomex 
• os importadores, exportadores, depositários e transportadores; 
• a SRF, a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, os Órgãos Anuentes e as Secretarias de Fa-
zenda dos Estados e do Distrito Federal; 
• as instituições financeiras autorizadas pela SECEX a elaborar licença de importação; 
• o Banco Central do Brasil e as instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante 
acesso aos dados transferidos para o SISBACEN. 
Siscomex é uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único de informações, eliminando 
controles paralelos e diminuindo de forma significativa o volume de documentos envolvidos nas operações, 
com isso agrega competitividade às empresas exportadoras, na medida em que reduz o custo da burocracia. 
 
Taxa de câmbio 
A taxa de câmbio é o preço de uma unidade monetária de moeda nacional em unidades monetárias de 
moeda estrangeira. A taxa de venda, que é o valor cobrado pelo banco para a venda da moeda estrangeira, 
é normalmente superior à taxa de compra, que é valor que o banco paga pela moeda estrangeira que é 
ofertada. 
No Brasil, em agosto de 2019, encontramos as seguintes taxas de compra e venda para o dólar americano: 
• Taxa de Venda (Ask) - R$ 3,942 
• Taxa de Compra (Bid) – R$ 3,9395 
No mercado de câmbio brasileiro, encontramos três espécies de taxas de câmbio: comercial, turismo e pa-
ralelo. As taxas de câmbio comercial e turismo podem ser praticadas legalmente, enquanto a prática de taxa 
de câmbio paralelo é ilegal e seus participantes estão sujeitos às penalidades. 
Em agosto, o dólar comercial e turismo apresentava a seguinte cotação, conforme o Banco Central do Brasil: 
• Mercado Livre – Comercial R$ 3,942 
• Mercado Flutuante – Turismo R$ 4,12 
 
Notação 
A notação indica a cotação da moeda X (moeda cotada) para a moeda W (moeda de cotação). 
 
20 Investimentos e Mercado de Capital 
Por exemplo, se US$ 1,00 compra R$ 3,942, tem-se: 
US$ 1,00 / R$ 3,942 (1 US$ = 3,942 R$) 
ou: 
R$ 1,00 / US$ 0,2537 (1 R$ = 0,2537 US$) 
A política cambial é definida pelo CMN e executada pelo Bacen, que atua nesse mercado cambial visando 
principalmente o controle das reservas cambiais da economia e manter o valor da moeda nacional em rela-
ção a outras moedas internacionais. 
O Banco Central do Brasil atua no mercado de câmbio através da compra e venda de moeda e estran-
geira, notadamente o dólar americano, bem como através de operações de swap cambial. Esta atuação é 
esporádica e ocorre em momentos de grande volatilidade, onde a autoridade monetária busca estabilizar o 
mercado cambial em momentos de comportamento disfuncional. 
A formação das taxas de câmbio sofre influência de múltiplos fatores: 
• do nível de reservas monetárias que o país deseja manter; 
• da liquidez da economia (nível de oferta da moeda); 
• taxa de inflação doméstica; 
• política interna de juros, resultado do balanço de pagamentos e etc. 
Taxas de câmbio: 
• Spot (à vista) é liquidada na prática em até 2 dias úteis (D+2). 
• Forward (ou taxa futura) é utilizada para liquidação em prazo superior a 2 dias úteis. 
Conforme a cartilha de câmbio divulgada pelo Banco Central, “para saber o valor total de uma compra ou 
venda de moeda estrangeira, deve-se levar em consideração não somente a taxa de câmbio, mas tam-
bém o imposto incidente e a eventual cobrança de tarifas e comissões. Isso porque nem sempre o local 
que oferece a melhor taxa de câmbio é o que tem o melhor preço final, após considerados imposto e co-
missões”. 
Assim o Valor Efetivo Total (VET) incorpora a taxa de câmbio, o Imposto sobre Operações Financeiras 
(IOF) e tarifas incidentes na operação. 
 
Exemplo: 
Taxa de Câmbio (R$/US$) = R$ 3,942 / R$ 3,9395 
– IOF (1,1%) = R$ 0,0433 
– Tarifas do Banco (0,5%) = R$ 0,0197. 
VET COMPRA 
VET= Taxa de Câmbio + IOF + Tarifa = R$ 4,0050 
VET VENDA 
VET= Taxa de Câmbio - IOF - Tarifa = R$ 3,8765 
Nem todas as moedas possuem a liquidez do dólar e do Euro, nesses casos as cotações têm que ser cal-
culadas a partir da cotação dessas moedas contra o dólar americano ou outra moeda base, que denomi-
namos de taxa cruzada de câmbio. 
Assim, a taxa cruzada ocorre quando a cotação de uma moeda é calculada com base na taxa de câmbio 
de outras moedas, como por exemplo: 
US$ 1,00 = R$ 3,942 
US$ 1,00 = € 0,8799 
Taxa R$/ € = 3,942 / 0,8799 = 4,4801 
€ 1,00 = R$ 4,4801 
 
Ptax 800 
O Banco Central do Brasil divulga diariamente ao mercado em geral, através do Sisbacen – transação 
PTAX800, a cotação das moedas estrangeiras negociadas no Brasil e serve como referência aos negócios 
com moeda estrangeira, bem como para a liquidação de operações de bolsa baseadas em moeda estran-
geira. As taxas são calculadas através da média ponderada das operações realizadas no mercado inter-
bancário de câmbio, no decorrer de cada dia. 
 
Operações futuras, arbitragem e outras 
 
21 Investimentos e Mercado de Capital 
Na operação cambial futura, a moeda é negociada no presente em paridade e quantidade, ocorrendo en-
tretanto a entrega efetiva no futuro. Nessa negociação é possível, ao credor e ao devedor em moeda es-
trangeira, definir, no ato da operação, o valor dos respectivos recebimento e pagamento futuros em relação 
a sua moeda. 
Diferenças de cotações temporárias em diferentes centros financeiros, possibilitam a ocorrência de arbitra-
gem. Onde o investidor atua em um mercado e outro de maneira a tirar vantagens dessas diferenças. As-
sim, a arbitragem é a operação na qual o investidor procura apurar um ganho, assumindo risco mínimo, 
pelas diferentes cotações de uma mesma moeda em distintos mercados. 
Nesse processo uma moeda é adquirida em um mercado onde seu preço for mais baixo e vendida em ou-
tro, que opera com um preço mais elevado, apurando-se um resultado (lucro) na transação. 
 
Um exemplo bem simples: 
Londres: US$ 1,00 = £ 0,8696 (£ 1,00/US$ 1,15) 
New York: US$ 1,00 = £ 0,9091 (£ 1,00/US$ 1,10) 
Nesse caso, poderíamos converter dólares para libras no mercado de Nova York e, simultaneamente, em 
Londres utilizar estas libras para a aquisição de dólares, ganhando a diferença de cotação de US$ 0,05. 
Note que para esta operaçãoser lucrativa o custo de transação deve ser inferior a esta diferença. 
 
Cupom Cambial 
Expressa a taxa de juro calculada pela diferença entre a taxa Selic (ou DI) em determinado período e a va-
riação da taxa de câmbio verificada no mesmo período. 
• Utilizado como importante referência (benchmark) das decisões de investimento em moeda estran-
geira. 
Supondo uma SELIC para 2019 de 6,52% a.a. e uma variação cambial de 1,70% em 2019, o cupom cam-
bial seria: (1,0652/1,0170)-1= 4,74% 
Uma análise importante é comparar o cupom cambial com a taxa real de um título negociado no mercado 
financeiro. 
 
Exemplo: 
Suponha um título que pague acima da SELIC, com rendimento previsto de 7,05% em 2019, e que a taxa 
de inflação prevista seja de 3,80%. A taxa real prevista para 2019 seria: (1,0705/1,0380) -1 = 3,13% 
Então, como o cupom cambial, para este mesmo período, é de 4,74%, seria melhor investir num título 
cambial. 
As operações de financiamento no exterior são realizadas por meio de taxas internacionais de juros, como 
a Libor (London Interbank Offered Rate) e a prime rate. 
• Libor é a taxa de juros interbancária do mercado de Londres, flutua no mercado de acordo com a 
conjuntura internacional; 
• Prime rate é a taxa de juros cobrada pelos bancos americanos de seus clientes classificados como 
preferenciais (clientes de mais baixo risco). 
 
Financiamento à Exportação 
ACC = Adiantamento sobre contratos de câmbio 
ACE = Adiantamento sobre cambiais entregues 
 
 
22 Investimentos e Mercado de Capital 
As operações de adiantamento sobre contratos de câmbio e adiantamento sobre as cambiais têm como 
características relevantes: 
• remuneração com base em taxa de juros internacional + spread; 
• isenção de IOF; 
• permitir operações de arbitragem entre a taxa de juros internacional e a taxa de juros doméstica. 
 
Posição de câmbio 
Posição de câmbio de uma instituição financeira representa o saldo das operações prontas ou para liquida-
ção futura. A posição comprada é o saldo em moeda estrangeira de compras de moedas e outros ativos 
cambiais e a posição vendida é resultante das operações de venda. 
 
Export notes 
Export note é um título representativo de uma operação de cessão de créditos de exportação, sendo lastre-
ado em negociações de vendas a importadores estrangeiros. Este título é negociado por meio de um des-
conto, incorrendo o investidor em IR na fonte, retida no momento do resgate do título. 
Operação intermediada por uma instituição financeira, que busca um exportador, que será o tomador dos 
recursos, e um investidor, que será o doador dos recursos, algumas diferenças relevantes entre a export 
note e o adiantamento sobre contrato de câmbio são: 
 
Assim, a maior vantagem na emissão da export note diz respeito a possibilidade ao prazo da operação que 
é negociado livremente entre a instituição financeira e o exportador, ao passo que no adiantamento sobre 
contrato de câmbio é limitado a 360 dias. 
Empresas com passivo em moeda estrangeira podem fazer hedge cambial, adquirindo export notes e se 
protegendo das variações nas taxas de câmbio. 
 
Exemplo: 
Supondo a emissão de export note no valor nominal (valor de resgate) de US$ 100.000,00. A cotação da 
moeda nacional em relação à moeda estrangeira (dólar) no momento da operação atingia a R$ 3,942/US$ 
1.00, e no dia do resgate a taxa cambial alcançou R$ 4,125/US$ 1.00. 
A export note foi emitida pelo prazo de 360 dias, sendo a taxa de desconto definida em 7,20% ao ano. 
 
Para o investidor, o cálculo da rentabilidade efetiva deve considerar o IR retido na fonte que será incorrido na 
operação. Considerando a alíquota de 20% incidente sobre os rendimentos brutos, teremos uma taxa líquida 
de 9,74% ao ano, calculada conforme a seguir: 
 
23 Investimentos e Mercado de Capital 
 
 
Atividade extra 
Links relevantes: 
Cartilha de câmbio do Banco Central https://www.bcb.gov.br/rex/cartilha/cartilha_cambio_envio_recebi-
mento_pequeno_valores.pdf 
Portal Siscomex 
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/ 
Entendendo as operações de swap cambial 
https://www.youtube.com/watch?v=H_XYgAF7Xm0 
Fundos de Investimentos 
 
Introdução e características gerais 
Fundos de Investimentos são tipos de condomínios, representados por investidores (cotistas do Fundo), que 
aplicam seus recursos no mercado financeiro através de carteiras de títulos e valores mobiliários, com o 
objetivo de obterem um retorno financeiro. 
• São regidos por um regulamento e têm na Assembleia Geral seu principal fórum de decisões. 
• O funcionamento do fundo depende do prévio registro na CVM. 
A estrutura dos fundos contempla dois importantes elementos: 
 
Administrador: 
É o responsável pelo Fundo e pelas informações, perante os cotistas e a CVM, devendo estar identificado 
no regulamento, além de registrado na CVM. 
 
Gestor da Carteira: 
O gestor é o responsável pela alocação dos recursos aplicados no Fundo de Investimento e, também, deve 
ser registrado na CVM. 
O valor da carteira de títulos e valores mobiliários de um Fundo de Investimento, em geral, varia diariamente, 
motivado pelas entradas e saídas de cotistas e comportamento dos valores de seus ativos no mercado. 
Os fundos podem ser classificados em: 
• Abertos: livre entrada e saída de cotistas; 
• Fechados: não é permitida a entrada e saída de cotistas. 
Além das despesas operacionais do fundo, como por exemplo o gasto com auditor independente, podem 
ser cobrados dos cotistas, conforme previsto na Instrução CVM 409/2004: 
• Taxa de administração: remuneração dos serviços prestados de administração do Fundo e de ges-
tão da carteira, fixado pelo administrador e prevista no regulamento; 
• Taxa de Performance: cobrada com base no desempenho apresentado pela carteira do Fundo de 
Investimento em relação a um índice de mercado. 
A rentabilidade de um Fundo de Investimento depende da estratégia adotada, aqueles mais agressivos, 
resultado de uma administração ativa, tendem a produzir retornos maiores e têm riscos mais elevados. Os 
conservadores, menos riscos e menores retornos. 
Principais tipos de risco a que estão sujeitos os fundos: 
• risco de crédito; 
https://www.bcb.gov.br/rex/cartilha/cartilha_cambio_envio_recebimento_pequeno_valores.pdf
https://www.bcb.gov.br/rex/cartilha/cartilha_cambio_envio_recebimento_pequeno_valores.pdf
https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
https://www.youtube.com/watch?v=H_XYgAF7Xm0
 
24 Investimentos e Mercado de Capital 
• risco de mercado; 
• risco de liquidez; 
• risco sistêmico. 
 
Tipos de fundos de investimentos 
A Instrução CVM nº409/2004, em seu artigo 92, classifica os fundos conforme a composição de suas cartei-
ras, em: 
1. Fundo de Curto Prazo; 
2. Fundo Referenciado; 
3. Fundo de Renda Fixa; 
4. Fundo de Ações; 
5. Fundo Cambial; 
6. Fundo de Dívida Externa; 
7. – Fundo Multimercado. 
 
Fundos de Curto Prazo 
Os recursos devem ser aplicados exclusivamente em títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou 
indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo 
a decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo inferior a 60 (ses-
senta) dias. 
• Derivativos somente para proteção da carteira. 
• Operações compromissadas apenas em títulos públicos federais. 
• Emissão e resgate com cotas do mesmo dia. 
• Vedada a cobrança de taxa de performance. 
 
Fundo Referenciado 
Fundos "Referenciados" deverão identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho e 95%, 
no mínimo, da carteira deve ser composta por ativos financeiros que acompanhem a variação do indicador 
de desempenho ("benchmark") escolhido. 
• Emissão e resgate com cotas do mesmo dia. 
• Vedada a cobrança de taxa de performance. 
• Derivativos apenas para proteger posições detidas à vista. 
 
Fundos de Renda Fixa 
Estes fundos deverão ter como principal fator de risco de sua carteira a variação da taxa de juros doméstica 
ou de índice de preços, ou ambos, possuindo, nomínimo, 80% da carteira em ativos relacionados direta-
mente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe. 
• Emissão e resgate com cotas do mesmo dia. 
• Vedada a cobrança de taxa de performance. 
 
Fundos Cambiais 
Estes fundos deverão ter como principal fator de risco de sua carteira a variação de preços de moeda es-
trangeira, ou a variação do cupom cambial, possuindo, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados 
diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe. 
• Fundos cambiais de dólar americano. 
 
Fundos de Ações 
Estes fundos deverão ter como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à negociação 
no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado, possuindo, no mí-
nimo, 67% da carteira em ações, bônus de subscrição, cotas de fundos de ações e cotas de fundos de 
índices de ações, BDR nível II e III. 
• O PL do fundo que exceder o percentual fixado no inciso I poderá ser aplicado em quaisquer outras 
modalidades de ativos financeiros. 
 
Fundos da Dívida Externa 
 
25 Investimentos e Mercado de Capital 
Estes fundos deverão ter, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em títulos representativos da dívida 
externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de até 20% do PL em outros títulos de 
crédito transacionados no mercado internacional. 
• Derivativos somente para proteção da carteira. 
• Permitida a aquisição de títulos públicos federais para utilização como margem de garantia nas ope-
rações em mercados organizados de derivativos. 
 
Fundos Multimercado 
Estes fundos devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compro-
misso de concentração em nenhum fator em especial. 
• O regulamento desses fundos poderá autorizar a aplicação em ativos financeiros no exterior, no limite 
de 20%. 
• É possível a concentração em ativos de poucos emissores, desde que o Regulamento e o Prospecto 
contenham alerta quanto a esta concentração. 
 
Cotas e tributação 
O Fundo de Investimento é dividido em parcelas, conhecidas por cotas, que os investidores mantêm sobre 
o patrimônio da aplicação. A cota representa uma fração do Fundo, que tem o patrimônio formado pelo total 
das cotas. 
O valor de cada cota varia diariamente e é calculada dividindo-se o valor do Patrimônio Líquido (PL) do fundo, 
apurado no encerramento do dia, pela quantidade total de cotas que formam o patrimônio do fundo. 
Exemplo 
Supondo que um investidor aplica R$ 2.000 em cotas de um fundo que, na data do investimento, possui um 
patrimônio líquido de R$ 500.000 e 100.000 cotas. 
 
Podemos então calcular, na data da aplicação: 
• Valor da cota : R$500.000 / 100.000 = R$ 5,00 
• Nº de cotas adquiridas: R$2.000 / R$5,00 = 400 
• Total de cotas após a aplicação: 100.400 
• PL após a aplicação: R$ 502.000,00 
• Valor da cota: R$ 502.000,00/100.400 = R$ 5,00. 
Como regra geral a Instrução CVM 409, em artigo 10º, estabelece que “o valor da cota do dia é resultante 
da divisão do valor do patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo, apurados, ambos, no encerramento 
do dia”. Entretanto, ainda segundo a mesma norma, o regulamento do fundo poderá estabelecer que o valor 
da cota do dia será calculada a partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por 1 (um) 
dia, quando se tratar dos fundos de investimento: 
• “Curto Prazo”; 
• “Renda Fixa”; 
• “Referenciados”. 
 
Emissão das cotas – valor da cota do dia ou do dia seguinte ao da efetiva disponibilidade dos recursos 
investidos, segundo o disposto no regulamento. 
Resgate da cota 
• o regulamento estabelecerá o prazo entre o pedido de resgate e a data de conversão de cotas (apu-
ração do valor da cota para resgate); 
• pagamento pelo valor da cota do dia da conversão, em até cinco (5) dias úteis. 
 
Avaliação do Patrimônio dos Fundos 
Conforme Instrução CVM 577/2016, os ativos integrantes da carteira dos fundos de investimento devem ser 
avaliados diariamente pelo valor justo, reconhecendo-se contabilmente a valorização ou a desvalorização 
em contrapartida à adequada conta de receita ou despesa, no resultado do período, bem como o seu patri-
mônio líquido. 
O valor justo, conforme definido pela NBC TG 46 (R2), é “o preço que seria recebido pela venda de um ativo 
ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do 
mercado na data de mensuração”. 
 
26 Investimentos e Mercado de Capital 
As normas do Banco Central, acerca da avaliação das carteiras dos fundos de investimentos, utilizam o 
termo “marcação a mercado”, que tem a mesma conceituação que o valor justo. 
 
Tributação 
Os Fundos de Investimento são classificados em três categorias para efeitos de Imposto de Renda, e a 
incidência deste imposto dependerá do período em que cada aplicação permanecer no Fundo: 
• Fundos de Ações; 
• Fundos de Tributação de Curto Prazo; 
• Fundos de Tributação de Longo Prazo. 
 
Fundos de Ações 
As aplicações nesses fundos são sujeitas a uma alíquota única de IR na fonte, de 15%, seja qual for o prazo 
em que o investidor permaneça com os recursos investidos. O imposto será cobrado sobre o rendimento 
bruto do Fundo, no momento do resgate. 
 
Fundos de Tributação de Curto Prazo 
Os fundos de tributação de curto prazo são aqueles que, para efeito de tributação, apresentam a carteira de 
títulos com prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Eles estão sujeitos à incidência de IR na fonte conforme 
o seguinte escalonamento, em relação ao prazo que os recursos permanecem aplicados no fundo: 
 
Prazo de Aplicação Alíquota de IR 
Até 180 dias 22,5% 
Acima de 180 dias 20,0% 
Fundos de Tributação de Longo Prazo 
São considerados Fundos de Investimento de Longo Prazo, para efeito de tributação, aqueles cuja carteira 
de títulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias. Eles estão sujeitos à incidência de IR na fonte. 
 
Prazo de Aplicação Alíquota de IR 
Até 180 dias 22,5% 
De 181 a 360 dias 20,0% 
De 361 a 720 dias 17,5% 
Acima de 720 dias 15,0% 
 
“Come cotas” 
Um aspecto relevante, a propósito da aplicação em fundos de investimentos é o denominado “Come cotas”, 
que decorre da tributação do Imposto de Renda sobre o patrimônio dos fundos. Todos os fundos, exceto os 
fundos de ações estão sujeitos a esta tributação, que é o recolhimento, no último dia útil dos meses de maio 
e novembro, do imposto de renda, calculado com base na menor alíquota de cada tipo de fundo: 20% para 
fundos de tributação de curto prazo e 15% para fundos de tributação de longo prazo. 
Esta tributação é denominada de “come cotas” porque a cobrança é efetuada em quantidade de cotas, di-
minuindo o total de cotas possuídas pelos clientes. 
A propósito da tributação do imposto de renda nestes fundos, devemos notar que, no momento do resgate, 
deverá ser apurado o imposto de renda com base na alíquota final devida em função do prazo de perma-
nência dos recursos no patrimônio do fundo e, se superior ao antecipado no “come contas”, recolhido valor 
complementar. 
 
Investidores Institucionais e Fundos estruturados 
Investidor Institucional 
Pessoa jurídica que tem por obrigação legal investir parte de seu patrimônio no mercado financeiro. 
São investidores institucionais: 
• os fundos de investimento; 
• fundos de pensão; 
• companhias seguradoras; 
• sociedades de capitalização; 
• clubes de investimentos; 
• entidades de previdência privada abertas; entidades de previdência privadas fechadas; 
 
27 Investimentos e Mercado de Capital 
Os investidores institucionais operam geralmente dentro de uma visão de retorno de longo prazo, selecio-
nando as melhores alocações de seus recursos e aceitam maior risco desde que compensado por retorno 
mais alto. 
• contribuem para maior estabilidade do mercado e eficiência de suas operações; 
• promovem maiordinamismo e crescimento da economia pela oferta de recursos para investimentos. 
Fundos de Investimento Estruturados 
Modalidade de investimentos coletivos, que possuem regras específicas instituídas pela CVM. Os principais 
Fundos Estruturados disponíveis no mercado financeiro são: 
• Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). 
• Fundos de Investimentos Imobiliários (FII). 
• Fundos de Investimentos em Participações (FIP). 
 
Fundos de Investimentos em Participações (FIP). 
Destina recursos para investimentos em empresas em geral (renda variável), formado sob a forma de con-
domínio fechado, que não permite que o investidor resgate suas cotas por iniciativa própria antes do encer-
ramento do fundo. 
• deve vender para terceiros as cotas para reaver os recursos; 
• o fundo deve atuar na gestão da empresa investida principalmente por meio de participação no Con-
selho de Administração. 
 
 
Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) 
Formados por títulos ou direitos creditórios provenientes de operações dos mais variados segmentos, como 
comercial, financeiro e arrendamento mercantil. 
• representam uma securitização de recebíveis; 
• alternativa de financiamento para as empresas e instituições financeiras; 
• Cotas sênior e subordinadas. 
• Restrito a investidores qualificados ou profissionais. 
 
Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). 
Um esquema básico ilustrativo da estrutura do FIDC. 
 
 
Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) 
Instrumento de investimento coletivo, cujos recursos são captados no mercado e direcionados à aplicações 
em ativos imobiliários. Os ganhos são geralmente provenientes de receitas de locação e ganhos na aliena-
ção de imóveis adquiridos. 
• somente podem ser constituídos na forma de condomínio fechados, não prevendo o resgate das 
cotas dos investidores. 
• É admitida a negociação das cotas do Fundo no mercado secundário. 
 
Atividade extra 
https://www.youtube.com/watch?v=KeBKELU8g3M 
https://www.youtube.com/watch?v=2mSMsna8FJI 
 
Orçamento de capital 
 
https://www.youtube.com/watch?v=KeBKELU8g3M
https://www.youtube.com/watch?v=2mSMsna8FJI
 
28 Investimentos e Mercado de Capital 
Introdução e Aspectos Organizacionais 
O processo de alocação de capital (gastos de capital) é uma das mais importantes decisões que deve tomar 
a atenção do administrador financeiro de uma empresa e, talvez, dada a sua complexidade e abrangência, 
deva ser considerada como a mais importante das Finanças Corporativas. 
Uma decisão de investimento é tomada segundo um critério racional e refere-se a: “verificar a atratividade 
econômica das propostas de investimentos mediante a comparação entre o custo dos recursos e os re-
sultados de caixa derivados do investimento.” 
Lembrando que “um investimento somente é atraente quando criar valor para os seus proprietários”. E, 
nesse caso, o conceito de valor é o acréscimo de riqueza líquida ou patrimônio líquido da empresa, que 
ocorre quando o retorno do projeto for superior às taxas de remuneração requeridas pelos proprietários de 
capital. 
Conforme Assaf Neto, “as propostas de investimentos devem partir das formulações estratégicas e compe-
titivas das empresas, permitindo que se antecipem às novidades tecnológicas e de mercado futuras. Uma 
decisão de investimento de capital deve ser tratada, essencialmente, como uma decisão de longo prazo, em 
que se inserem preocupações com a continuidade e competitividade das empresas”. 
Um processo de avaliação e seleção de alternativas de investimento de capital envolve, então, os seguintes 
aspectos: 
• dimensionamento dos resultados (fluxos) de caixa de cada proposta de investimento gerada; 
• avaliação econômica dos fluxos de caixa com base na aplicação de técnicas de análise de investi-
mentos; 
• definição da taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas) e sua apli-
cação para o critério de aceitação de projetos de investimento; 
• introdução do risco no processo de avaliação de investimentos. 
Classificação dos Projetos e Principais Etapas 
As propostas de investimentos de capital de uma empresa podem ser tipificadas em função de seus objeti-
vos, isto é, de acordo com os motivos internos que determinaram seus estudos. Os principais tipos de 
projetos normalmente estudados referem-se a: 
• ampliação do volume de atividade em produtos ou mercados existentes; 
• expansão em novos produtos ou mercados. 
• reposição e modernização de ativos fixos; 
• projetos de segurança e/ou ambientais; 
• outros. 
Os investimentos de capital podem ser ainda classificados em relação a outros projetos em estudo, como: 
• Investimentos independentes; 
• Investimentos mutuamente excludentes. 
Os investimentos independentes, ou, economicamente independentes, são aqueles nos quais a aceitação 
ou rejeição de um não impacta a decisão a ser tomada acerca do outro. Assim, duas condições deverão 
simultaneamente ocorrer: 
• a possibilidade física de implementação de um projeto não anula uma possível aceitação de outros; 
• os benefícios produzidos por um projeto não influenciam (e, também, não são influenciados) as de-
cisões de aceitar ou rejeitar as demais propostas de investimentos. 
Os investimentos mutuamente excludentes, por outro lado, são projetos onde a aceitação de um provoca 
automaticamente a rejeição do outro (ou dos outros), ou seja, elimina totalmente a possibilidade de imple-
mentar o outro projeto, seja por exercerem influências negativas sobre o resultado líquido dos outros projetos, 
seja por se referirem ao mesmo propósito, como por exemplo um projeto que explore a fabricação de um 
componente ou a aquisição desse componente no mercado. 
As empresas, em geral, não possuem recursos para executar todos os possíveis investimentos, de tal forma 
que geralmente experimentam restrições orçamentárias. Nessa condição, muita das vezes a escolha de um 
projeto inviabiliza, do ponto de vista econômico, a execução de forma simultânea de outro projeto. 
Na avaliação econômica dos projetos com a utilização da metodologia do fluxo de caixa descontado, preci-
samos cumprir algumas etapas, que são: 
• determinação do custo do projeto (investimento inicial); 
• estimação dos fluxos de caixa esperados do projeto; 
• determinação do grau de risco dos fluxos de caixa do projeto; 
• cálculo do custo de capital; 
 
29 Investimentos e Mercado de Capital 
• cálculo do valor presente dos fluxos de caixa; 
• aplicação dos instrumentos de análise. 
 
Regras de Decisão: Payback 
Dentre os instrumentos de análise, o mais simples é aquele que analisa o tempo que demora para que o 
montante investido no projeto seja recuperado, que é o método denominado de Período de Payback. A regra 
de decisão é simples, inicialmente deve ser estabelecido o prazo desejado para o retorno dos investimentos 
e, assim, serão aceitos todos os projetos cujo retorno ocorra em prazo igual ou inferior a este período ou 
podemos utilizar o período de payback para classificar os projetos. 
Vejamos um exemplo e, para isso, vamos supor os fluxos apresentados no quadro abaixo. Notem que todos 
os projetos apresentam o mesmo período de payback de 3 anos, ou seja, o investimento inicial será recupe-
rado em 3 anos e, então, será indiferente a escolha de qualquer dos projetos. 
 
 A observação desses 3 projeto ilustra os problemas que esse método possui, qual seja: 
1. não considera o valor do dinheiro no tempo; 
2. não considera o fluxo de Caixa depois do Payback; 
3. a arbitrariedade da fixação do prazo. 
Nota-se que o primeiro projeto A, apesar de apresentar o mesmo prazo de payback, montante expressivo 
do fluxo é obtido no terceiro ano, ao passo, que nos projetos B e C isso ocorre no início da vida do projeto. 
Um outro aspecto refere-se ao fato do método não levar em consideração o fluxo que é obtido após a recu-
peração do valor investido, que é bem ilustrado pela comparação entre os projetos B e C, onde podemos 
observar que o projeto C apresenta um fluxo extremamente

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