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Resenha 1 Colocação de alguns problemas fundamentais Karl Popper

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Universidade de São Paulo – Instituto de Biociências – Disciplina: Filosofia para Ciências 
Biológicas 
Nome: Sarah Stephanie Maurício de Abreu; Número USP: 12684159 – Integral 
Resenha 1: “Colocação de alguns problemas fundamentais” – Karl Popper 
No primeiro capítulo de seu livro denominado “A Lógica da Pesquisa Científica”, o filósofo Karl 
Popper se opõe ao método indutivo empregado na ciência – no qual a partir de uma observação, 
desenvolve-se uma hipótese, que pode se exceder a teoria – alegando que a inferência de enunciados 
universais advindos de enunciados singulares é ilógica, independentemente de quão numerosos estes 
sejam. Elucidando, as trinta mil ervilhas que se submeteram aos experimentos célebres do monge 
Gregor Mendel, não seriam capazes de inferir que cada característica é condicionada por um par de 
fatores que se separam na formação dos gametas, ainda que as experimentações fornecessem dados 
para essa admissão. 
 
Karl Popper, assim como David Hume, alega que não é possível produzir conhecimento científico 
seguro, verídico e universal, somente pela mera observação de fatos particulares. A ideia de que a 
observação ocasiona a atividade científica, segundo Popper é falsa e compreende outro grande 
impasse do método científico. Para ele, a pesquisa científica se inicia a partir dos problemas práticos 
ou teóricos. A iniciativa de Mendel de empregar esforços de modo a compreender a hereditariedade 
se refere a um problema prático, tendo em vista que anterior a ele não houve ninguém que se atentasse 
e se dispusesse a estudar a hereditariedade de modo aprofundado; mas também teórico, pois a teoria 
de Darwin, que admitia alguns pontos acerca desse fenômeno, não o explicava. 
 
Outrossim, de acordo com Popper, não é possível formular um “Princípio de Indução” – isto é, um 
argumento que atribui ou não validade científica à teoria, ou hipótese. O filósofo sugere a precedência 
da formulação de hipóteses em relação à observação de experimentos, isto é, primeiramente se 
confecciona uma hipótese e posteriormente a submete a testes, assim como Mendel procedeu em seus 
experimentos referentes a sua segunda lei. A posteriori às suas experimentações iniciais, alusivas a 
Lei de Segregação dos Caracteres, Mendel realizou outros experimentos, se fundamentando em sua 
lei inicial a fim de formular uma hipótese contendo suas expectativas de resultados, evidenciando-se 
assim, a anteposição de um caráter teórico sobre a experimentação. 
 
Diante do exposto, pode-se concluir, que de certo modo, as formulações de Mendel vão de encontro 
a alguns dos ideais de Popper, no entanto, tendo em vista que foram consolidadas através de 
experimentos singulares são refutadas e não denominadas científicas conforme o autor. Se diante das 
exposições do filósofo, Mendel se acuasse e se isentasse de suas experimentações, assim como os 
demais estudiosos que obtiveram conclusões semelhantes à dele, possivelmente, haveria um retardo 
excedente acerca do desenvolvimento da Genética.

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