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Estudos ambientais

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Nomes: Daltone Carlos Emílio & Fernanda Mansur Fazenda 
Conceito de ambiente ou meio ambiente 
A expressão meio ambiente (milieu ambience), foi utilizada pela primeira vez pelo francês 
Geoffrey de Saint em 1835 onde: Milieu significa lugar onde está ou se movimenta um se vivo e 
ambience significa o que rodeia esse ser. 
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), 
mais conhecida pelos nomes ECO-92, Rio 92, Cúpula ou Cimeira da Terra, foi realizada em 
Brasil, entres os dias 3 ao 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, seu objectivo 
principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-económico com a conservação e 
protecção dos ecossistemas da terra. 
FREITAS (2001, p. 17) revela que há grandes discussões com torno da redundância do termo 
meio ambiente, por conter duas palavras com significados similares, como observa a expressão 
meio ambiente, é criticada pelos estudiosos, porque meio e ambiente, no sentido enfocado, 
significam a mesma coisa. Logo, tal emprego importaria em redundância. Um exemplo, na Itália 
e em Portugal usa-se apenas, a palavra ambiente. 
Conforme Luiz Carlos Aceti Júnior (2007, on line), o Novo Dicionário da Língua Portuguesa 
Aurélio define meio como lugar onde se vive, com suas características e condicionamentos 
geofísicos; ambiente; esfera social ou profissional onde se vive ou trabalha, e ambiente como o 
conjunto de condições naturais e de influências que atuam sobre os organismos vivos e os seres 
humanos. 
No âmbito jurídico, é difícil definir meio ambiente, pois como bem lembra Edis Milaré (2003, p. 
165), "o meio ambiente pertence a uma daquelas categorias cujo conteúdo é mais facilmente 
intuído que definível, em virtude da riqueza e complexidade do que encerra". 
Em Moçambique, o conceito legal de ambiente encontra-se subjacente no n°2, do art. 1, da Lei n 
20/97, 1 de Outubro - Lei do Ambiente, que define: 
Ambiente - é o meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio 
meio, e inclui: o ar, a luz, a terra, a água, os ecossistemas, a biodiversidade, as relações 
ecológicas, toda matéria orgânica e inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas 
que afetam a vida das comunidades. 
Conforme a lição de José Afonso da Silva (2004, p. 20), o conceito de meio ambiente deve ser 
globalizante, "abrangente de toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais 
correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o 
património histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetónico". 
Dessa forma, o conceito de meio ambiente compreende três aspectos, que são: 
 Meio ambiente natural, ou físico: constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora; 
enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre 
as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam; 
 Meio ambiente artificial: constituído pelo espaço urbano construído; 
 Meio ambiente cultural: integrado pelo património histórico, artístico, arqueológico, 
paisagístico, turístico, que, embora artificial difere do anterior pelo sentido de valor 
especial que adquiriu ou de que se empregou (SILVA, 2004, p.21). 
Temos ainda o Meio ambiente do trabalho, que é definido como um o conjunto de factores 
físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou não, estão presentes e envolvem o local 
de trabalho da pessoa" (SANTOS, on line). 
 Elementos do Meio Ambiente 
Os elementos do meio ambiente estão integrados nos quatro subsistemas de base do ambiente, 
que são: a litosfera, hidrosfera, a atmosfera e a biosfera. Assim, o ambiente é constituído por: 
 Elementos bióticos: os componentes vivos da terra, que são um conjunto de todas as 
espécies de animais e plantas que habitam num determinado espaço geográfico; e 
 Elementos abióticos: os componentes não vivos, que incluem a terra, ar, água e minérios, 
tais como ouro, ferro, cobre, prata, etc. 
Os elementos do meio ambiente estabelecem entre si uma relação e ainda com os elementos 
socioculturais e económicas. 
 Principais Elementos do Meio Ambiente 
A Agua: é o elemento mais importante do meio ambiente, ocupa cerca de 97% da Superfície da 
Terra e sem ela não haveria sobrevivência sobre todas as formas de vida conhecidas. Ela se 
encontra em diversas formas de existência em substâncias: gasosa na atmosfera, liquida nos 
oceanos, rios, lagos e ou no subterrâneo; sólida nos glaciares em forma de gelo. 
O Solo: constitui um conjunto complexo de elementos físicos, químicos e biológicos que 
compõe o substrato natural no qual se desenvolve a vida na superfície dos continentes. O solo é 
um habitat de uma biota específica de microrganismos e pequenos animais que constituem o 
edafón. É produto do clima, da rocha-mãe (através do lodo arrastado pelas geleiras e das rochas 
sedimentares), e da vegetação. 
O Ar: definido como a mistura de gases que constituem a atmosfera terrestre que envolve a 
Terra na qual permanece pela acção da força de gravidade. É essencial para a vida no planeta, 
tem uma composição particularmente delicada que compreende as seguintes substâncias numa 
proporção variada: Nitrogénio (78%), Oxigénio (21%), vapor de água (variável entre 0-7%), 
ozono, dióxido de carbono, hidrogénio e alguns gases considerados nobres como o crípton, o 
árgon ou seja 1% de outras substâncias. 
A Flora: Se encarrega de purificar o ar, é composta de um número variado de espécies vegetais: 
A flora segundo o clima e outros factores ambientais determinam a vegetação. 
A Fauna: é o conjunto de espécies animais que habitam numa região geográfica, que são 
próprias de um período geográfico ou que se podem encontrar num ecossistema determinado. 
Conceito de Estudos Ambientais e Sua Evolução 
Os fundadores da ciência ecológica, seu conceito, Sua abrangência e seus métodos de estudo 
jamais incluíram em seus objetivos essa questão marginal da influência que o homem, com suas 
técnicas, poderia exercer sobre a natureza, alterando as relações ecológicas fundamentais. 
Humboldt, um dos seus fundadores, ao se defrontar com nascentes de petróleo na Venezuela, em 
1799, pensou, apenas, no seu uso medicinal. ("licor resinoso, aromático e medicina.” 
(Humboldt,1991) não suspeitando, nem de longe, que essa substância pudesse vir a ter, no futuro, 
um emprego tão amplo a ponto de alterar significativamente a composição química da biosfera 
em todo o planeta e contribuindo para o que, já naquela época, era conhecido como efeito estufa, 
graças aos interessantes estudos do suíço de Saussure com suas caixas de vidro. 
O impacto do homem sobre o meio ambiente era caracterizado pela extração de minérios em 
algumas regiões pontuais do mundo, pelo excesso de fumaças incómodas derivadas das lareiras 
domésticas em algumas grandes cidades e pelo eventual mau odor produzido por algum curtume 
ou matadouro. 
Primeiros Problemas Ambientais e os Respetivos Estudos 
Quando e como aparecem os primeiros problemas Ambientais e os respetivos estudos? 
O primeiro passo para o despertar da consciência ecológica foi a publicação do livro Silent 
Spring (Primavera Silenciosa, 1962) que mostrava como o pesticida DDT penetrava na cadeia 
alimentar e se acumulava nos tecidos gordurosos dos animais e até mesmo do homem, o que 
poderia causar câncer e dano genético. 
O livro era provocativo, pois, além de expor os riscos do DDT, questionava a confiança 
desmedida da sociedade no progresso tecnológico. Quando publicado, provocou alarme e 
indignação, tanto dos leitores americanos, como da indústria de pesticidas, fazendo com que 
inclusive a sanidade da autora fosse questionada. 
Contudo, após a investigação sobre o caso, foram emitidos relatórios favoráveis à Rachel Louise 
Carson, cientista e ecologista norte-americana. Esse livro, no entendimento de Wellington 
Pacheco BARROS, serviu para
criar uma consciência sobre a necessidade de imposição de uma 
legislação mais rígida e projetivas do meio ambiente, travando uma verdadeira guerra contra o 
desenvolvimento industrial causador de danos ambientais imensos. 
Quem contribuiu para a defesa do meio ambiente foi U. Thant, Secretário-geral da Organização 
das Nações Unidas, com dois mandatos entre 1961 e 1971, que pela primeira vez, declarou a 
iminência de uma crise de proporções mundiais envolvendo tanto países em desenvolvimento 
como os desenvolvidos. O Secretário referia-se ao perigo em que se encontrava, e ainda se 
encontra, o meio ambiente humano. 
Outro facto importante apontado por Wellington Pacheco BARROS como uma iniciativa de 
preservação dos recursos naturais do planeta foi a realização de relatório pelo Clube de Roma, 
entidade formada por intelectuais e empresários. Tal entidade produziu estudos científicos a 
respeito da preservação ambiental, resultando em tres (03) relatórios: 
1 - Os limites de crescimento: foi o primeiro relatório de clube de Roma, baseado num 
complexo modelo matemático, que utilizava a nova metodologia de dinâmica de sistemas. Esse 
relatório mostrava que se continuassem, ao longo prazo, as mesmas taxas de autora e ao livro, o 
que levou ao governo americano a supervisionar o uso do DDT até a data em que esse foi 
finalmente banido. 
Pela primeira vez, sentiu-se a necessidade de regularização da produção industrial de modo a 
proteger o meio ambiente. Porem, foram levantados como questões que deveriam ser 
solucionadas para que se alcançasse a sustentabilidade: o controlo do crescimento populacional; 
o controlo do crescimento industrial; a insuficiência da produção de alimentos; e o esgotamento 
de recursos naturais. 
Desde então, meio ambiente e desenvolvimento se fundem no conceito de ecodesenvolvimento, a 
partir do qual surgiram conceitos de desenvolvimento sustentável, crescimento demográfico, 
industrialização e utilização de recursos naturais, inevitáveis efeitos catastróficos ocorreriam em 
meados do próximo século: fome, escassez de recursos naturais, altos níveis de poluição, com a 
redução da produção industrial e de alimentos, e culminariam com uma incontrolável 
mortandade da população. 
2 – Momento de Decisão: em 1973, um grupo de cientistas liderado por Mesarovic e Pestel 
apresentou o 2º relatório do clube de Roma, denominado momento de decisão, no qual tentaram 
corrigir as distorções do primeiro modelo. Subdividiram o planeta em 10 regiões homogéneas, 
em relação ao consumo de materiais e energia, e foram propostos vários cenários alternativos 
que analisavam, inclusive, os efeitos do retardamento da tomada de decisões. 
Esse modelo, permitia que o usuário explora-se mais facilmente alternativas diferentes, ainda 
apresentava muitos problemas. Entre eles, o enfoque dado ao crescimento demográfico, sem 
bases cientificas, me o facto de não haver relação entre necessidades e produção de alimentos, 
mesmo quando o Déficit produzia efeitos catastróficos. Assim como modelo anterior, não havia 
distinção entre as populações Rurais e Urbanas, e não foram considerados os aspectos de saúde e 
habitação. 
O relatório afirmava, em conclusão: os homens não podem mais esperar que as mudanças se 
produzam espontaneamente e por acaso. Cabe-lhes tomar a iniciativa das transformações 
necessárias, a fim de que elas permaneçam nos limites suportáveis e que não sejam impostas 
maciça e brutalmente a partir do exterior. 
3 – Para uma nova ordem internacional: este é o terceiro relatório do clube de Roma, 
participam da elaboração dos 2 primeiros relatorios do Clube de Roma, apena cientistas das 
chamadas ciências exatas: matemáticos, físicos, químicos, biólogos e outros. Para elaboração 
deste relatório, o clube de Roma resolveu convidar também cientistas das ciências sociais, como 
economistas e sociólogos. 
O relatório mostrava que a relação media de renda dos países desenvolvidos em relação aos 
subdesenvolvidos, naquela época, era de 13/1, considerada inaceitável, em virtude dos problemas 
que já estavam provocando, incluindo a migração clandestina para os países industrializados e 
dos que poderiam provocar no futuro próximo, pós a tendência era essa relação continuar a 
crescer. 
O estudo concluía que, antes de serem atingidos os limites físicos do nosso planeta, pelo 
crescimento populacional, esgotamento dos recursos naturais e poluição, ocorreram grandes 
convulsões sociais, económicas e politicas provocadas por esse enorme desnível entre os países. 
Para que essa diferença pode-se ser reduzida em cerca de 4 décadas para 13/4 ou 
aproximadamente 3/1, que representava então a diferença de nível entre as regiões mais ricas e 
pobres da europa ocidental, portanto, bem mais aceitável, seria necessário. 
A Conferência de Estocolmo 
A Conferência de Estocolmo foi iniciada no dia 5 de junho de 1972, dia que desde então é 
comemorado como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Estiveram representados 113 países. 
Aceitar a proposta do crescimento zero significava condenar os países em desenvolvimento ao 
subdesenvolvimento eterno, pois estava implícito que os países não deveriam aumentar os seus 
consumos por capital de energia e recursos naturais. 
Críticas surgiram quanto à validade das conclusões apresentadas e dos resultados obtidos através 
das simulações pelo modelo matemático. Esse modelo abrigava algumas simplificações extremas 
como, por exemplo, a de considerar o mundo como homogéneo em relação ao consumo de 
energia e de matérias-primas, não fazer distinção entre população rural e urbana, e não 
considerar aspectos relacionados à saúde. 
Como resultados concretos da conferência, foi aprovada a Declaração de Estocolmo, que passou 
a ser a Bíblia dos ambientalistas, e a proposta para que as Nações Unidas criassem um programa 
especifico para o meio ambiente. 
De acordo com o posicionamento de Philippe, foram quatro os principais factores que motivaram, 
à época, a decisão de realizar uma conferência mundial sobre a protecção do meio ambiente: 
1. Aumento da cooperação científica nos anos 60, da qual decorreram inúmeras preocupações, 
como as mudanças climáticas e os problemas da quantidade e da qualidade das águas disponíveis; 
2. Os aumentos da publicidade dos problemas ambientais, causados especialmente pela 
ocorrência de certas catástrofes, eis que seus efeitos foram visíveis (o desaparecimento de 
territórios selvagens, a modificação das paisagens e acidentes como as marés negras são 
exemplos de eventos que mobilizaram o público); 
3. O crescimento económico acelerado, gerador de uma profunda transformação das sociedades e 
de seus modos de vida, especialmente pelo êxodo rural, e de regulamentações criadas e 
introduzidas sem preocupação suficiente com suas consequências ao longo prazo. 
4. Numerosos outros problemas, identificados no fim dos anos 1960 por cientistas e pelo governo 
sueco, considerados de maior importância, afinal, não podiam ser resolvidos de outra forma que 
não a cooperação internacional. São exemplos destes problemas as chuvas ácidas, a poluição do 
Mar Báltico, a acumulação de metais pesados e de pesticidas que impregnavam peixes e aves. 
Objeto de Estudos Ambientais e Sua Evolução 
O ambiente tem como objeto de estudo a relação do ser humano com o seu ambiente natural. A 
constituição física do ser humano, bastante desvantajosa, ditou que este, por meio da cultura 
adotasse e levasse até as últimas consequências, a estratégia de adaptar o meio ambiente ao seu 
corpo. Logrou assim sobreviver até agora e em todos os ambientes terrestres do planeta, sem 
adaptações corporais que levassem a formação de outras subespécies ou mesmo de raças. O meio 
ambiente humano combina, assim, tanto os elementos naturais (orgânica e inorgânico) quanto os 
culturais que dão suporte á vida humana nos diversos ambientes em que ela se desenvolve e pode 
ser observado em diferentes escalas
espaciais. 
A Relação de Estudos Ambientais com Outras Ciências 
O carácter multidisciplinar das ciências do ambiente concorre para que estas tenham relação 
estreita com um grupo de ciências com as quais interagem para poder esclarecer os diferentes 
acontecimentos com elas relacionadas. 
Neste contesto podíamos citar o caso de ciências como as Matemáticas, Geografia, Química, 
física e Biologia, cuja atuação se relaciona com as ciências do ambiente; do mesmo modo temos 
outras com uma profunda relação que directa ou indiretamente se relacionam ou fazem parte do 
meio ambiente como: Meteorologia, Climatologia, Hidrologia, Pedologia, Biologia e 
Biogeografia entre outras. 
Qualquer ciência seja qual for, depende da outra com qual se interage para poder esclarecer os 
diferentes acontecimentos com ela relacionada. Por exemplo, o estudo de impacto ambiental é 
um estudo totalmente ligado a ciência ambiental, porém ao descrever os problemas ambientais de 
um território ou região, nos deparamos com certos aspectos que para melhor entendermos 
recorremos a outras ciências como é o caso de Biologia, Meteorologia, Climatologia, Hidrologia 
e outras. 
Do mesmo modo, quando analisamos certos aspectos da ciência Geográfica, como é o caso do 
estudo da população, nos deparamos com questões de Mortalidade, Natalidade, Fertilidade, 
Fecundidades, etc., que para entender o que realmente é e como funciona, precisamos de auxilio 
da biologia.

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