Buscar

Turismo e meio ambiente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
TURISMO E MEIO AMBIENTE 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842t Turismo e meio ambiente / Portal Educação. - Campo Grande: Portal 
Educação, 2012. 
 160p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-334-0 
 1. Turismo. 2. Meio ambiente. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 338.4791 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 HISTÓRICO DA ATIVIDADE TURÍSTICA ....................................................................................... 5 
2 CONCEITOS DE TURISMO ........................................................................................................... 12 
2.1 O TURISTA ............................................................................................................................... 15 
2.2 DEMANDA TURÍSTICA ............................................................................................................ 19 
2.3 OFERTA ................................................................................................................................... 21 
3 PRODUTO TURÍSTICO ................................................................................................................... 23 
3.1 SERVIÇOS TURÍSTICOS ......................................................................................................... 29 
3.1.1 Hotelaria ................................................................................................................................... 29 
3.1.2 Alimentos e Bebidas ................................................................................................................. 37 
3.1.3 Transporte ................................................................................................................................ 41 
3.1.4 Agência de Viagens .................................................................................................................. 48 
4 VOCABULÁRIO TURÍSTICO ......................................................................................................... 54 
5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ................................................................................................... 56 
6 TIPOS DE TURISMO ...................................................................................................................... 62 
6.1 TURISMO DE NEGÓCIOS ....................................................................................................... 62 
6.2 TURISMO DE EVENTOS ......................................................................................................... 64 
6.3 TURISMO RELIGIOSO ............................................................................................................ 69 
6.4 TURISMO RURAL .................................................................................................................... 71 
6.5 TURISMO SINGLE ................................................................................................................... 72 
6.6 ECOTURISMO ......................................................................................................................... 74 
6.7 TURISMO CULTURAL ............................................................................................................. 78 
 
 
3 
 
6.8 TURISMO PARA TERCEIRA IDADE ........................................................................................ 81 
6.9 TURISMO DE COMPRAS ........................................................................................................ 85 
7 PRINCIPAIS ÓRGÃOS BRASILEIROS DE TURISMO .................................................................. 88 
7.1 MINISTÉRIO DO TURISMO ..................................................................................................... 88 
7.2 EMBRATUR ............................................................................................................................. 90 
8 TURISMO E ECONOMIA ................................................................................................................ 92 
9 PLANEJAMENTO TURÍSTICO ...................................................................................................... 95 
9.1 COCEITOS BÁSICOS DO PLANEJAMENTO ......................................................................... 95 
9.2 PROCESSOS DO PLANEJAMENTO ...................................................................................... 96 
10 MEIO AMBIENTE ..................................................................................................................... 100 
10.1 ECOLOGIA ............................................................................................................................. 103 
10.2 BIOMAS ................................................................................................................................... 105 
10.3 BIOMAS BRASILEIROS ......................................................................................................... 107 
10.3.1 Floresta Amazônica ............................................................................................................... 108 
10.3.2 Caatinga ................................................................................................................................. 108 
10.3.3 Cerrado ................................................................................................................................... 110 
10.3.4 Mata Atlântica ........................................................................................................................ 111 
10.3.5 Pantanal .................................................................................................................................. 112 
10.3.6 Zona dos Cocais .................................................................................................................... 112 
10.3.7 Pampas .................................................................................................................................... 113 
10.3.8 Mangues ................................................................................................................................. 114 
10.3.9 Mata das Araucárias .............................................................................................................. 115 
11 TURISMO E MEIO AMBIENTE ............................................................................................... 116 
12 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...................................................................................................... 119 
 
 
4 
 
12.1 TIPOS DE EDUCAÇÃO .......................................................................................................... 123 
13 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ...................................................................................... 127 
13.1 RELAÇÃO ENTRE TURISMO E SOCIEDADE ....................................................................... 127 
13.2 IMPACTOS SOCIAIS, CULTURAIS E AMBIENTAIS .............................................................. 129 
14 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO........................................................................................... 133 
14.1 PRÁTICAS DE TURISMO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .......................................... 141 
15 DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................. 143 
16 BASES TEÓRICAS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .......................................... 147 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 151 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 154 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 HISTÓRICO DA ATIVIDADE TURÍSTICA 
 
 
 
Apesar de somente agora o turismo estar sendo reconhecido como atividade 
profissional, os aspectos que o caracterizam têm ocorrência há anos atrás. Desde os primórdios 
da civilização o homem já se deslocava por diversas partes, o que pode ser observado pelo 
costume dos deslocamentos e necessidade de hospedagens, devido às viagens por causa das 
guerras, às peregrinações, aos estudantes de classes favorecidas que viam nas viagens 
oportunidades de crescimento pessoal e melhor formação profissional. Ainda que estas 
ocorrências não tenham sido com intenção de lazer, e fossem feitas apenas por uma parcela 
mínima da sociedade, encontram-se aí ações que caracterizam ou que dão origem ao turismo – 
o deslocamento, o transporte, a hospedagem. 
O desenvolvimento do turismo deu-se por vários fatores, sendo os principais a 
transformação da sociedade e o desenvolvimento do capitalismo. Com o passar do tempo a 
sociedade adquiriu novos conhecimentos, expectativas e necessidades, e com o 
desenvolvimento do capitalismo foi possível o alcance de uma renda que até então circulava nas 
mãos de poucos. Para Gonçalves e Campos (1998, p.11) “o turismo como hoje conhecemos, 
relacionado a viagens realizadas para fins de lazer, ou seja, de utilização do tempo livre que 
dispomos, depois de atendidas as necessidades da vida e as obrigações de trabalho, é um 
fenômeno relativamente recente. Historicamente, sua organização e seu desenvolvimento estão 
ligados a importantes fenômenos sócio culturais, decorrentes da própria evolução do capitalismo 
moderno.” 
O capitalismo foi originado pela discordância de Lutero, um católico que não 
concordava com as atitudes da Igreja, a qual pregava que o homem deveria obter apenas o 
suficiente para o seu sustento diário, abstendo-se de trabalhar demasiadamente, acumular 
quantias e, principalmente de gastar com qualquer tipo de luxo. Sua revolta e desligamento da 
igreja deu origem ao Protestantismo, religião que buscava o encontro com Deus por meio do 
trabalho, acreditando ser a profissão um dom dado por ele. Assim, os adeptos do protestantismo 
dedicavam-se cada vez mais ao trabalho, pois viam em sua realização a vontade suprema do 
Senhor. A questão é que com esta atitude, iam crescendo em números, os negócios abertos por 
comerciantes, por empresários, as aberturas de fábricas e empresas, dando origem a vagas de 
trabalho a transações comerciais, originando o capitalismo moderno que conhecemos hoje. 
 
 
6 
 
A Revolução Industrial é um exemplo deste capitalismo, e uma das mais recentes 
lembranças de transformação social. Ocorrida durante o século XVIII, deu início ao 
desenvolvimento de tecnologias, transportes, e com o aumento da industrialização veio o 
aumento absoluto do número de oferta de empregos, profissionais liberais e comerciantes. Isso 
ocasionou a migração de muitos camponeses para a cidade, transformando cada vez mais 
rápido o cenário urbano. Este fato transformou a sociedade não somente quanto às condições 
econômicas, políticas e tecnológicas, mas principalmente as questões culturais a partir de novos 
elementos que foram introduzidos na sociedade. Por exemplo, a forma de se vestir, as ambições 
materiais e até mesmo maior valorização da viagem como lazer e saúde. 
Durante a Revolução Industrial muito se valorizou o trabalho. Nesta época surgiu a 
oportunidade de emprego para muitos que antes não a possuíam, o que contribuiu para que a 
maior parte da sociedade ganhasse dinheiro e melhorasse sua qualidade de vida. No entanto 
trabalhava-se em média 15 horas por dia, 7 dias por semana, entre adultos e crianças. Na 
maioria das vezes o tempo livre que o indivíduo possuía era insuficiente até mesmo para a 
recuperação física. 
 
 
Figura 1: Ilustração do processo de trabalho durante a Revolução Industrial1 
 
 
No filme clássico “Tempos Modernos”, Charles Chaplin faz uma crítica à época das 
indústrias onde o homem estava condicionado ao trabalho diário mecânico, como mostra a figura 
2, sátira demonstrando que o indivíduo era engolido pelas máquinas. 
 
1
 Fonte: <http://www.miriamsalles.info/cndvirtual2004/revindus/>. 
 
 
7 
 
 
 
Figura 2: Chaplin no filme “Tempos Modernos”2 
 
A partir de 1919, aparece, em alguns países, principalmente nos mais desenvolvidos, o 
trabalho diário de 8 horas por 5 dias durante a semana. Na terceira década deste mesmo século, 
inicia-se uma outra transformação: as férias pagas com uma disponibilidade de tempo ainda 
desconhecida para muitos milhões de trabalhadores3. Apesar do ócio4 ser repudiado e visto 
como algo negativo, pois representa uma sociedade que não produz, nesta época muitos já 
haviam se beneficiado economicamente e vivia-se um momento em que a necessidade de 
descanso tomava grandes proporções sociais. 
Trabalhar significava um desejo unânime na sociedade e estava totalmente ligado à 
aquisição de bens materiais e valores ligados aos mesmos, tanto que os jovens cresciam com 
esta mesma concepção colocada por seus pais. Porém, uma vez este desejo atingido, os 
olhares voltam-se para outro lado. Atualmente, por exemplo, a maioria das pessoas já possui 
satisfação material o que faz com que as necessidades psicológicas adquiram seu lugar de 
destaque na mente do indivíduo. As pessoas passaram a perceber que o acúmulo de dinheiro 
não traz o aumento de bem estar e que não adianta se ter dinheiro se não sobra tempo para a 
família, amigos, dentre outras atividades de livre escolha. 
 
 
2
 Fonte: <http://www.webcine.com.br/filmessc/modernti.htm>. 
3
 Waichman (1997, p.34) 
4
 Tempo livre 
 
 
8 
 
De acordo com a psicologia moderna, o trabalho atualmente possui grande espaço na 
nossa vida social, pois além de assegurar qualidade de vida material, engloba também a auto-
estima, a sensação de utilidade, a confiança pessoal e satisfação. No entanto, sabe-se que 
somente o trabalho não tem a capacidade de proporcionar todos esses fatores ao ser humano. 
Para Krippendorf (2001, p.106) apesar dos progressos advindos com o trabalho na era da 
indústria não se pode ignorar as inconveniências da industrialização, as quais, são citadas a 
seguir: 
 Muitos são aqueles que se sentem cada vez menos ligados ao trabalho, uma 
vez que este não explora os recursos do indivíduo e sim das máquinas; 
 Percebeu-se que embora com a redução do tempo de trabalho e aumento de tempo 
livre e até mesmo salarial, nem por isso a sociedade parece estar melhor; 
 A rigidez dos horários de entrada e saída é de certa forma um fator 
condicionante do indivíduo, deixando-o livre de escolhas; 
 Neste mundo de trabalho tecnicista e especializado, é comum a manifestação de 
sentimentos de estresse cada vez mais crescentes em razão da sobrecarga; 
 Durante o tempo livre também encontram-se problemas, principalmente ligados 
ao tédio, e desde já percebe-se um aumento no consumo de remédios por motivos de 
alto estresse; 
 Apesar de muitos terem melhorado de vida, continua a existênciade muitos 
desempregados sem direitos reconhecidos. 
O fato é que a redução do tempo de jornada obrigatório aos poucos deixava espaço 
para uma nova vida após o trabalho, algo que até então não existia para esta sociedade. No 
entanto ressalta-se que o tempo que sobra após o trabalho tecnicamente não corresponde ao 
tempo livre. Ou seja, neste resíduo de tempo o indivíduo tem outras obrigações que se dividem 
entre os deveres familiares, religiosos, escolares, e demais trâmites sociais, e isso na concepção 
de muitos autores seria o que se denomina de “tempo semi-livre”. Já o lazer propriamente dito, 
abrange todas as ocupações às quais o indivíduo pode se dedicar, após se desobrigar das suas 
tarefas familiares, profissionais e sociais. A condição de liberdade de optar pelo que fazer seria 
inerente ao lazer5. 
 
5
 Dumazedier citado por Paiva (1995, p.35) 
 
 
9 
 
Assim entende-se que o real tempo livre é aquele em que o cidadão está livre de 
qualquer tipo de obrigação, podendo utilizá-lo como bem entender e da forma que melhor lhe 
convier. Para Dumazedier6, considerado o pai da sociologia empírica do lazer, o lazer deu 
origem a um movimento social que começa a sacudir e modificar não apenas as estruturas da 
sociedade, mas, de modo mais radical ainda, as orientações da própria vida do indivíduo. 
Pode-se dizer então que daí surge o que chamamos hoje de demanda turística, ou 
seja, pessoas dispostas a pagar por lazer em seu tempo livre. É durante as férias, feriados 
prolongados e até mesmo finais de semana que muitos aproveitam para se recuperar do 
cansaço, seja físico ou mental, ocasionado pelas obrigações e, passam a ver as viagens como 
recompensa por toda uma história de trabalho. 
 De acordo com Krippendorf (2001, p.119): 
“As pessoas gastam cada vez mais dinheiro no lazer, cujo orçamento cresce numa 
velocidade superior a de todas as outras despesas de consumo. As viagens e as férias chegam 
a ocupar o primeiro lugar no hit-parade das despesas. (...). As tentações são grandes. A indústria 
do lazer produz bens de consumo em abundância, todos muito sedutores.” 
Desta forma surge em expansão a atividade turística, caracterizando todos os desejos 
que a sociedade busca realizar em seu tempo livre. 
O turismo cresceu de forma muito rápida e obteve a contribuição de muitos 
acontecimentos histórico-sociais para o seu desenvolvimento e sua estabilização na sociedade 
moderna. Alguns autores preferem dividir a atividade turística em estágios, como é o caso de 
Jenkins e Lickorish (2000). Para estes, os quatro estágios do turismo são o período pré-histórico; 
transporte; período entre guerras e a decolagem do turismo, estágios estes que serão, de acordo 
com a idéia dos respectivos autores, explicados a seguir: 
1°) Período pré-histórico  neste período ressaltam a época da era medieval e o 
início do século XVII, quando os primeiros sinais do crescimento industrial começaram a afetar o 
modo de vida estabelecido durante os séculos. O aumento gradual da riqueza, a extensão das 
classes de comerciantes e profissionais, os efeitos da Reforma e a secularização da educação, 
estimularam o interesse por outros países e a aceitação da viagem em si como um elemento 
educacional. 
 
 
6
 Dumazedier em sua obra Sociologia empírica do lazer, 1999. 
 
 
10 
 
Percebe-se que nesta época o turismo ainda não tinha a conotação que possui 
atualmente, mas que como já mencionado, as ações decorrentes contribuíram para fomentar a 
atividade que hoje representa. 
 
2°) Transporte  este estágio compreende a época em que os trens e navios a vapor 
transformaram as oportunidades de viagens. O rápido crescimento da população e o aumento da 
riqueza criaram um novo e enorme mercado em um curto período. Inventou-se a viagem em 
massa e, com ela a introdução da Indústria de Viagens constituintes de hotéis, agências e 
operadoras, pacotes turísticos e inibidas atuações de marketing. Os autores acrescentam que 
nesse estágio, embora o transporte fosse um fator importante no crescimento, havia outros 
elementos essenciais. É visível o aparecimento de equipamentos e serviços que caracterizam o 
turismo, e já denota a importância que a sociedade passava a dar para tal atividade. 
3°) Período entre guerras  os respectivos autores definem este estágio como um 
intervalo, que é representado pelo período entre 1918 (fim da Primeira Guerra) e 1939 (início da 
Segunda Guerra). A era próspera das ferrovias e do vapor foi interrompida abruptamente pela 1 ª 
Guerra Mundial em 1914. Apesar disso existe um fator favorável neste tempo, e foi o impulso 
que a guerra deu a algumas formas de desenvolvimento técnico, como por exemplo, a expansão 
das rodovias (favorecendo a comercialização dos automóveis) um considerável investimento no 
setor da aviação. Nesta época, com o aumento das férias pagas, desenvolveu-se o turismo 
social, foram valorizadas as atividades de lazer e recreação, houve grande difusão de albergues, 
fretamentos de ônibus para atividades de lazer e viagens ao exterior. 
Percebe-se que este crescimento, apesar de ainda tímido, era cada vez maior, porém 
esta expansão foi retardada pela Depressão de 1930 e mais uma vez interrompida pela 2ª 
Grande Guerra, de 1939 a 1945. 
40) A decolagem do turismo  a decolagem do turismo representa o quarto estágio 
que vem desde 1945 até o período em que vivemos atualmente. A partir desse momento pode-
se perceber o seu desenvolvimento em rápida escala. O resultado do desenvolvimento 
tecnológico, a acumulação e a disposição de riquezas devido ao trabalho, férias, ocasionaram a 
valorização e a adesão das viagens como forma de lazer. Nesta época ocorreram também 
melhorias nas rodovias, na alfabetização, aumento das viagens nos países industrializados, a 
superação da indústria e do comércio sobre a agricultura, no sentido de força econômica, 
 
 
11 
 
desenvolvimento das ferrovias e principalmente a mudança no estilo de vida social. Tudo isso 
deu origem às viagens em massa e a partir de então o turismo reinicia sua evolução, porém sem 
interrupções. 
É importante colocar que a viagem organizada teve como responsável principal 
Thomas Cook, que deu início a sua participação na época do desenvolvimento das ferrovias. O 
 
primeiro objetivo das ferrovias era oferecer carregamento de cargas e posteriormente servia 
como transporte para os viajantes de mala postal. Com o seu desenvolvimento as ferrovias 
passaram a transportar passageiros e foi então que em 1841 Thomas Cook lançou o primeiro 
pacote de turismo. A contribuição excepcional de Cook foi a organização da viagem completa 
(transporte, acomodação, satisfação no destino). Isso é o que caracteriza atualmente o pacote 
de viagens, o verdadeiro produto do turismo. Thomas e sua empresa expandiram de maneira 
rápida e com essa atitude transformaram o sentido das viagens, dando a elas maior conforto, 
segurança e principalmente conotação de algo prazeroso. Desta forma, acredita-se que mais 
que qualquer outro empresário, Thomas Cook contribuiu para transformar a imagem das viagens 
de turismo. 
A partir de então, foram surgindo cada vez mais os resorts, estabelecimentos 
hoteleiros próximos às estações onde desciam os passageiros, restaurantes e demais serviços 
relacionados. Ressalta-se que neste momento os estabelecimentos começaram a buscar cada 
vez mais clientela para o aumento de seus lucros e com isso deu-se início as práticas de 
marketing, um fator essencial que compõe a divulgação do turismo moderno no mercado 
consumidor. Desde esta época a expansão da atividade tornou-se cada vez mais próspera; com 
o aumento da oferta de serviços relacionados ao turismo e com as novas necessidades da 
sociedade juntamente com o desenvolvimento tecnológico, o turismo ganhou espaço em todasas áreas sociais e econômicas, estabelecendo-se como uma das maiores atividades do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 CONCEITOS DE TURISMO 
 
 
 
Ainda existem grandes dificuldades por parte dos estudiosos quanto a se encontrar um 
consenso na definição do turismo. Isso se deve ao seu recente desenvolvimento e dificuldades 
de estipulação dos limites abrangentes de sua área. Na verdade este é um dos grandes fatores 
que dificultam seu conceito, pois a atividade turística não consiste em uma área específica, mas 
abarca demais setores sociais: meio ambiente, economia, sociologia, etc. É considerado uma 
atividade multifacetada e devido a isso ainda se estuda uma forma correta de definição 
abrangente, que possa transmitir a real noção do significado de Turismo. 
Embora ainda não se tenha uma definição clara, muitos autores apresentam alguns 
conceitos, quanto a sua acepção e origem, os quais serão expostos a seguir: 
Para Pires (2001, p.5) a origem do turismo é “fruto de grandes transformações sócio-
econômicas, tecnológicas e culturais que se iniciaram no final do século XVIII. A revolução nos 
transportes, a complexidade social em todas as suas variáveis, ocorrida com o fortalecimento 
das cidades e o prestígio da economia urbana em expansão além da relativa paz, fizeram a base 
do turismo moderno”. 
Burkart e Medlik (citado por Pires, 2001, p.5) chegam a reconhecer que “os veículos, 
para muitos passageiros, são umas das formas que diferem, estruturalmente, o mundo moderno 
dos tempos antigos, pois não havia a idéia de extensão, nem volume, nas viagens pré-evolução 
industrial”. Igualmente muitos estudiosos entendem o desenvolvimento dos transportes como um 
importante marco no início do desenvolvimento do turismo, uma vez que a ausência de 
transportes impediria o fluxo de deslocamento que caracteriza o turismo atual. 
Sempre que se pensa em turismo associa-se tal termo às viagens propriamente ditas, 
ao deslocamento de pessoas de um determinado núcleo emissivo para um núcleo receptivo, e 
apesar de a viagem representar concretamente o turismo, este, é muito mais do que isso. O 
turismo atinge diversos setores da sociedade; necessita diretamente de planejadores, 
operadores de turismo, rede de hospedagem e alimentação, atrativos, o próprio transporte e 
profissionais capazes de tornar a viagem do turista mais tranqüila e segura. Atinge também, 
mesmo que indiretamente, os produtores da matéria prima que são transformadas em alimentos 
para o turista em bares e restaurantes, em equipamentos turísticos, utensílios e souvenirs. 
Percebe-se então que a cadeia produtiva gerada pelo turismo é muito extensa, alcançando 
 
 
13 
 
desde o produtor rural (responsável pela produção da alimentação consumida pela sociedade e 
logicamente pelo turista em estabelecimentos de alimentação) até o grande empresário do setor. 
Da mesma forma, nem toda a viagem possui um caráter turístico, pois existem parâmetros 
estabelecidos para que seja considerado que determinado indivíduo esteja fazendo turismo. 
A atividade turística tal qual conhecemos hoje é totalmente recente, sendo que o 
primeiro curso de turismo no Brasil iniciou-se em por volta de 1970. Com isso as pesquisas, a 
formação profissional, a regulamentação da profissão e até mesmo o entendimento da 
sociedade sobre esta área, ainda acontece de forma lenta e gradativa, apesar de já se 
perceberem grandes vitórias no seu campo de atuação. Tudo isso contribui para que se encontre 
em muitas obras literárias diferentes pontos de divergência, principalmente quanto à definição de 
turismo. Embora ocorram tais divergências, ressalta-se que as idéias possuem sentido 
semelhante. Outro fator que pode ocasionar tais diferenças é quanto a cada dia se descobrir um 
novo aspecto ligado ao turismo. Por exemplo, no início da atividade as definições mais comuns 
eram que o turismo significava uma atividade que compreendia o deslocamento de pessoas de 
um local para o outro. Posteriormente a atividade passou a ser considerada como fator 
econômico, uma vez que sua geração de renda é bastante considerável e acrescentou-se essa 
peculiaridade em muitas definições relacionadas aos próprios turistas. Mais tarde percebeu-se 
que o turismo abarca também o meio ambiente natural, a cultura, a sociedade como um todo, e 
isso possibilitou a percepção de sua complexidade e seriedade, pois se verificou também a 
ocorrência de impactos e a necessidade de um planejamento sustentável. Então, até o momento 
em que o turismo se estabeleça de forma mais sólida e que seja possível a visualização do 
espaço que realmente lhe pertence, será comum encontrar modificações quanto aos seus 
conceitos, como ocorre a seguir: 
Gonçalves e Campos (1998, p.10) definem turismo como uma atividade que envolve o 
deslocamento temporário de pessoas para outra região, país ou continente, visando à satisfação 
de necessidades, outras que não o exercício de uma função remunerada. 
Já para Eldin Abdelwahab7 a atividade turística é a “soma de operações de natureza 
econômica que estão diretamente relacionadas com a entrada, permanência e deslocamento de 
estrangeiros para dentro e fora de um país, cidade ou região”. 
 Para Jenkins e Lickorish (2000, p.49) “o turismo é um movimento de pessoas e não 
uma simples indústria”. 
 
7
 Citado por Gonçalves e Campos (1998) em obra intitulada Introdução ao Turismo e Hotelaria. 
 
 
14 
 
Esses autores colocam que turismo tornou-se o termo universal que descreve o 
movimento de deslocamento humano para uma estada temporária em outro local, diferente de 
sua residência habitual. 
Lage e Milone (2000) expressam muito bem quando explanam que o turismo, no 
passado, era representado por muitos especialistas como viagens de mais de 50 milhas dos 
locais de residência além de exigir a permanência dos turistas por um período mínimo de 24 
horas na localidade visitada. Juntamente com isso era extremamente importante que os turistas 
não viessem a exercer qualquer ocupação remunerada. 
De acordo com Andrade citado por Ignarra (2001, p.13) “Turismo é o conjunto de 
serviços que tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os 
serviços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas 
residências habituais”. 
 Atualmente estes conceitos são considerados por muitos estudiosos totalmente 
ultrapassados e torna-se difícil limitar a definição desta atividade, como já mencionado 
anteriormente. No entanto, a concepção dos fatores que envolvem o turismo, a sua expansão e 
relação com as modificações históricas e sociais envolvendo a cultura, meio ambiente e 
economia, podem significar um passo para a compreensão da complexidade desta atividade, da 
sua real importância e significância no cenário social. 
O turismo é uma atividade econômica, pois gera produção de bens e serviços; é uma 
atividade social, pois interfere consideravelmente nos hábitos e costumes do indivíduo, seja 
direta ou indiretamente; é uma atividade de lazer, já que foi por este aspecto que o turismo se 
desenvolveu; etc. Percebe-se então como se torna difícil definir e delimitar a atividade turística. 
É certo colocar que o turismo engloba vários fatores sem os quais poderia não ser 
satisfatório para a demanda existente. Aspectos como o sistema de comunicação, valores 
culturais e hábitos emergentes, surgimento de novos serviços e produtos, avanço tecnológico, a 
disponibilidade financeira de grande parte de indivíduos, disponibilidade de tempo, facilidade de 
deslocamento geográfico, tornam o turismo atual uma grande atividade em todos os aspectos 
que atinge, com estimativa de um crescimento ainda maior. 
 Apesar da divergência entre várias definições, uma que está bem próxima da 
ocorrência do turismo atual é a definição de Torre8, que coloca que: “o turismo é um fenômenosocial que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas 
 
8
 Citado por Ignarra em Fundamentos do Turismo (2001, p.13). 
 
 
15 
 
que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu 
local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem 
remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.” 
 Lage e Milone em sua excepcional obra denominada “Turismo: teoria e prática”, 
expõem brilhantemente que o turismo moderno não precisa ter um conceito absoluto, mas 
importa no conhecimento do mecanismo dinâmico que integra. Essa colocação nos permite a 
sincera reflexão de que mais do que estar presos a convencionais definições, o importante é a 
compreensão da atividade em si, observando suas diretrizes, necessidades, e buscando sempre 
a resolução para as possíveis ocorrências negativas. 
 É importante salientar que o turismo não ocorreria se não tivesse a participação do 
turista, indivíduo responsável por todos os fenômenos ocorridos na atividade. Estas e demais 
considerações sobre a importância dos turistas serão abordadas a seguir. 
 
 
 
2.1 O TURISTA 
 
 
Etimologicamente a palavra tour deriva do latim tornare e do grego tornos, significando 
uma volta ou círculo, ou seja, um movimento ao redor de um ponto central. Esse significado 
mudou no inglês moderno, passando a indicar o movimento em círculo de uma pessoa. O sufixo 
ismo é definido como ação ou processo, comportamento ou qualidade típicos; e o sufixo ista 
denota aquele que realiza determinada ação. A combinação da palavra tour e dos sufixos ismo e 
ista sugerem a ação de um movimento em círculo. Pode-se também argumentar que um círculo 
representa uma linha que partindo de um ponto retorna ao ponto inicial. Portanto, assim como 
um círculo, um tour representa uma viagem circular, ou seja, o ato de partir para posteriormente 
voltar ao ponto inicial, e quem empreende essa jornada poderia ser definido como turista, e 
assim o é9. 
O turista é o principal responsável pelo acontecimento da atividade turística, pois é 
dele que partem as ações que resultam no turismo. Ao certo não se sabe quando foi a primeira 
 
9
 Theobald (2001, p.31) 
 
 
16 
 
vez que o termo turista apareceu em um texto impresso. Smith indica que Samuel Pegge 
registrou o emprego de turista como uma nova palavra significando viajante, isso por volta de 
1800; a “Sportin Magazine” da Inglaterra introduziu a palavra turismo em 1911; já Tufer afirma 
que o termo turista foi cunhado por Standhal no início do século XIX; Miczkowiski diz que a 
primeira definição de turistas aparece no “Dictionaire Universel du XIX siècle”, em 1976, 
definindo turistas como as pessoas que viajam por curiosidade e ócio; Kaul argumenta que, 
muito embora a palavra turista seja de origem comparativamente recente, os invasores eram 
comumente denominados turistas na esperança de que, algum dia, partissem10. 
 Muitas vezes percebemos o conceito de turista e visitante sendo usado como 
sinônimo, no entanto, ambos têm definições diferentes. A origem desses conceitos inicia-se com 
a definição de viajante, pois como nos explica Jenkins e Lickorish (2000), o conceito de viajante 
se refere a qualquer pessoa que esteja viajando entre duas ou mais localidades diferentes, seja 
a nível nacional ou internacional, independente do motivo da viajem ou do meio de transporte 
utilizado, mesmo que esteja viajando a pé. Esses autores explicam que é feita uma distinção 
entre dois tipos de viajantes: visitantes e outros viajantes. Todos os tipos de viajantes ligados ao 
turismo são descritos como visitantes. Assim, o termo “visitante” representa o conceito básico de 
todo o sistema de estatísticas do turismo. Desta forma este termo será posteriormente dividido 
em duas categorias, sendo os turistas (visitantes que pernoitam no local visitado) e os visitantes 
de um dia ou excursionista (aqueles que permanecem menos de 24 horas no local visitado e que 
possuem as mesmas finalidades do turista). 
 Sabe-se que o turismo constitui o deslocamento de pessoas de seu local de residência, 
motivados por qualquer razão, desde que não seja em busca de exercício profissional. Assim 
uma pessoa que reside em determinada cidade e visita outra freqüentemente por motivo de 
trabalho ou estudos não pode ser considerada um turista. No entanto um profissional que viaja 
esporadicamente para determinado local por motivos profissionais como reuniões, congressos, 
encontros de negócios, e usufrui todos os serviços turísticos como hospedagem, alimentação, 
transporte dentre outros, estará da mesma forma, apesar de sua motivação ser profissional, 
fazendo turismo. 
 É interessante mencionar que em 1954 a Organização das Nações Unidas (ONU)11 
adotou o conceito de turista como: “toda pessoa sem distinção de raça, sexo, língua e religião, 
que ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e 
 
10
 Theobald (2001, p.31) 
11
 Citado por Ignarra (2001, p.25) 
 
 
17 
 
nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de 6 meses, no transcorrer de um 
período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, 
estudos peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósito de migração.” 
 No entanto, nem sempre é preciso recorrer totalmente às definições técnicas de turista 
para identificá-lo. Sabendo-se apenas que o indivíduo é de outra localidade, está ali sem 
intenção de fixar residência ou emprego, utiliza e consome os serviços turísticos, está 
claramente mostrado que se trata de um turista. 
Para se deslocar e gastar suas economias o turista precisa estar motivado por algo, 
caso contrário tal fenômeno de deslocamento não ocorrerá. Um dos seus principais motivos é a 
busca pelo bem estar social, uma vez que procura satisfação no local visitado, sentimento que 
deve se mostrar diferente do que apresenta sua vida cotidiana, e embora este seja um objetivo 
comum aos turistas, cada um possui fator motivador particular, o qual variará de acordo com seu 
perfil, aspectos estes que determinarão os segmentos turísticos, que será explicado no módulo 
seguinte. 
 Em geral seu perfil é de alguém que busca por momentos de descanso e prazer, 
pessoa ativa e bem disposta, possui certa curiosidade para com o local de destino, 
disponibilidade de tempo e de recursos financeiros (independente do custo da viagem). 
 É importante colocar que o turista é o principal responsável pelos impactos que 
ocorrem na atividade turística, sejam eles quais forem. Devido a isso é importante que as 
pessoas sejam conscientes durante as viagens, tendo bom senso e respeito com os autóctones 
e com o lugar visitado, procurando estar atentos aos costumes com finalidade de não infringi-los 
e principalmente não depredar os monumentos e áreas naturais. 
São diversas as expectativas dos autóctones para com os turistas. Muitos deles os 
vêem como celebridades importantes, uma vez que sua economia depende do gasto 
empreendido pelos mesmos; fazem de tudo para agradá-los e não medem esforços para que 
permaneçam no local o maior tempo possível. Por outro lado, existem aquelas localidades que já 
sofreram demais com o desenvolvimento do turismo não organizado e por isso culpam os 
turistas pelos danos presentes. Algo que confirma isso é uma citação de Krippendorf (2001, 
p.67), sobre um texto grego relativo ao turismo em Creta. De acordo com o mencionado “os 
turistas são os inimigos mais perigosos que existem, porque eles nos são indispensáveis. Por 
diversas razões não podemos reserva-lhes a mesma sorte dos inimigos de antigamente, que 
simplesmentematávamos, mas podemos ficar mudos”. 
 
 
18 
 
Assim nem sempre a relação do turista com o autóctone é amigável, e isto certamente 
interfere na qualidade do turismo, não financeiramente em si, mas na qualidade da interação 
social, troca de experiências e convivência mútua; estas deveriam ser as expectativas de ambos 
os lados, porém, diversos fatores podem influenciar para que isto não se torne realidade. Um 
deles é o próprio sistema capitalista que se baseia apenas no consumo, assim os turistas estão 
ali para consumir e se divertir de acordo com o que podem pagar, deixando a sociedade local 
excluída das relações sociais de interação, “participando” somente no que diz respeito às 
questões econômicas. Disso tudo resulta o que Urry em sua obra intitulada “O olhar do turista” 
chama de bolha, colocando que tais pessoas se isolam da comunidade local, com pouco 
contato, buscando apenas usufruir os serviços e nada mais. 
 É fato que muito pouco se sabe sobre o real interesse das populações de localidades 
turísticas; tem-se uma idéia geral e algumas pesquisas direcionadas, no entanto ainda escassas, 
para que se tenha a noção suficiente de como estas comunidades pensam sobre tal atividade e 
sobre as transformações que ocorreram em seus locais de habitação e em suas vidas, ao longo 
do desenvolvimento do turismo. Krippendorf (2001) coloca isso muito bem quando diz que a 
reflexão nos estudos turísticos está quase sempre centrada no turista ou no interesse da 
indústria que vive das viagens. Os estudos psicológicos e sociais estão quase sempre voltados 
para o turista, tendo seu comportamento e impressões analisados, pois estes representam o 
mercado. As enquetes chamadas de estudo de mercado são encomendadas e financiadas pela 
indústria do turismo e todas chegam sempre à mesma conclusão: a grande maioria dos turistas 
não escolhe o lugar de suas férias em função dos autóctones, mas em função do país. A 
paisagem e o clima agradáveis são critérios essenciais. Que haja seres humanos vivendo em 
tais locais é questão que se reveste de menor importância. Então por que se preocupar? 
De acordo com a reflexão de Krippendorf existe pouca preocupação com a população 
nativa, o que é um grande erro, pois ao contrário do que parece, o turismo só acontece com 
sucesso quando esta está de acordo e torna-se participativa, caso contrário, mesmo que não 
imediatamente, os problemas poderão tornar-se muito sérios e até mesmo irreversíveis do ponto 
de vista ambiental, econômico e cultural. Um fator agravante para este aspecto é o aumento do 
número de turistas, o qual tende a crescer consideravelmente nos próximos anos. A ocorrência 
dessa busca pelos serviços turísticos é o que chamamos de demanda turística. 
 
 
 
 
 
19 
 
2.2 DEMANDA TURÍSTICA 
 
 
 Demanda, também apresentada como procura, significa a quantidade de bens e 
serviços que determinados consumidores desejam adquirir por um certo período de tempo. A 
quantidade demandada pelos consumidores irá depender de uma série de variáveis que irão 
influenciar na decisão final pela compra do produto. Assim a demanda turística é a procura por 
produtos e serviços que caracterizam a própria atividade turística. 
 Para Lage e Milone (2000, p.26) a demanda se expressa em várias formas; como por 
exemplo, “pelo número de turistas que chegam a uma região, pelo número de bens e serviços 
que consomem, pelo número de pernoites em hotéis que utilizam, pelo número de passageiros 
aéreos que são transportados”. Em outras palavras significa a quantidade de vezes que tais 
produtos são procurados, ou seja, a demanda pelos mesmos. 
O motivo da crescente procura pelos produtos turísticos, dentre os mais considerados, 
além do visível aumento da renda em países desenvolvidos, é a facilidade ofertada pelos meios 
de comunicação, pois possibilitam sistemas de informação turística que operacionalizam de 
forma rápida a comercialização destes produtos12. Outros fatores que também interferem nesta 
procura são as facilidades tecnológicas, pois se tornou mais fácil ter acesso a informações e 
consultas por meio de Internet, como também a aquisição de reservas, a compras de produtos, a 
pacotes de viagem, etc, instigando o consumidor a buscar cada vez mais por tais produtos e 
serviços. 
Obviamente estes consumidores possuem restrições financeiras como também 
diversidade nos gostos pessoais, por isso mostram-se cautelosos na hora de empregar seus 
recursos. Por estes motivos tais consumidores ao priorizarem seus desejos de consumação, 
levam em conta uma série de alternativas, as quais são extremamente importantes na demanda 
turística: 
 Preço – o consumidor sempre busca consumir o melhor pelo menor preço 
(quando possível). Este fator influencia diretamente a quantidade demandada, 
 
 
12
 Ignarra (2001) 
 
 
20 
 
pois quanto maior o valor de um produto ou serviço a demanda tende a diminuir, e 
quanto menor o valor de um produto ou serviço, logicamente a procura pelo mesmo 
tenderá a ser mais alta; 
 Renda dos consumidores – este aspecto é bastante considerável na demanda, 
uma vez que um indivíduo com renda disponível poderá tornar seu desejo de consumo 
real; 
 Propaganda – muitos dizem que “propaganda é a alma do negócio”; porque ela 
tem o poder de influenciar grande quantidade de consumidores em favor de um 
produto ou serviço. Muito mais do que isso, pode-se acrescentar que a propaganda 
estimula e muda comportamentos e hábitos de grupos sociais; 
 Valor de outros bens substitutos – os bens substitutos interferem da seguinte 
forma: se um turista busca por viagem em um determinado destino com valor XY e se 
depara com a possibilidade de outro destino com atrativos e serviços semelhantes e 
preço inferior, este ficará tentado em optar pelo segundo. Ainda que não exatamente 
igual, a partir do momento em que o segundo destino satisfaça da mesma forma o 
consumidor, este, por sua vez fará a troca motivado por um preço mais barato; 
 
 Valor dos bens complementares – os bens complementares também influenciam 
a decisão da clientela, pois por complementarem um ao outro, fica inviável a sua 
consumação separadamente. Um exemplo disso é uma viagem, onde a hospedagem 
tem um preço acessível, mas o transporte possui valor elevado. O segundo 
(transporte) neste caso pode ser considerado um bem complementar do primeiro 
(hospedagem) e seu alto preço influir na aquisição do primeiro bem. 
 É importante lembrar que a demanda sempre influencia a oferta, determinando 
quantos bens e serviços uma empresa terá que disponibilizar no mercado. Por este motivo, uma 
empresa hoje procura além de identificar as necessidades e os desejos dos possíveis clientes, 
buscar informações relativas à quantidade da demanda pelo bem a ser oferecido. Ou seja, busca 
informações sobre a quantidade de clientes que tem o potencial de comprar tal bem. 
 
 
 
 
 
21 
 
2.3 OFERTA 
 
 A oferta pode ser definida como a quantidade de bens e serviços que as empresas 
desejam vender por um dado preço em um dado período de tempo e dentro de determinadas 
condições mercadológicas. No turismo, a oferta se ressalta como todos os bens que podem ser 
colocados à disposição do mercado turístico. 
Neste mercado, os assentos de um avião, as unidades habitacionais de um hotel assim 
como seus leitos, os assentos nos restaurantes, pacotes turísticos, números de carros para 
aluguel, cabines de navios e de trem, dentre outros, são alguns exemplos de bens e serviços 
produzidos neste setor pelos ofertantes. Como a demanda, a oferta turística é dependente de 
uma gama de fatores, sendo os principais13: 
 Preço – quanto maior puder ser o preço da venda de um bem ou serviço, mais 
interesses terão as empresas em sua produção, aumentando a quantidade de oferta; 
 
 Preço dos fatores de produção – obviamente a oferta dependedos custos de 
fatores de produção. Se o preço de um desses fatores aumentar, o mesmo ocorrerá 
com os valores finais dos produtos ou serviços turísticos; 
 Tecnologia – o avanço tecnológico poderá alterar a lucratividade do 
empreendimento, uma vez que pode tornar a produção mais atrativa por preços cada 
vez menores; 
 Governo – aqui o setor público tem uma considerável importância na oferta de 
um produto, pois a partir do momento em que promove subsídios ou reduz impostos, 
propicia um estímulo para os produtores. 
 
Ignarra (2001, p. 47) leva o seu pensamento um pouco além nesta definição de oferta 
turística e apresenta a seguinte argumentação: “a oferta é constituída por um conjunto de 
elementos que conformam o produto turístico. São elementos que isoladamente possuem pouco 
valor turístico (ou nenhum) ou que possuem utilidade para outras atividades que não o turismo. 
 
13
 Lage e Milone (2000, p.27) 
 
 
22 
 
No entanto, agrupados compõem o Produto Turístico”. Para este mesmo autor “o turista tem por 
objetivo conhecer um atrativo, mas para que isso se torne viável ele possui a necessidade de 
consumir um outro conjunto de componentes”, que segundo ele são transportes, hospedagens, 
alimentação, informações turísticas, serviços públicos, dentre outros. Assim, de acordo com seu 
pensamento, a oferta turística é composta por um conjunto de elementos que pode ser dividido 
em alguns grupos, sendo eles os atrativos, os serviços públicos, a infra-estrutura básica, e com 
base em outros autores acrescentam-se também os serviços turísticos. Estes grupos e demais 
variáveis compõem o que chamamos de Produto Turístico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3 PRODUTO TURÍSTICO 
 
 
 
O produto turístico é aquele oferecido por profissionais que vivem do turismo e que são 
exclusivamente voltados para os interesses do turista. Nota-se, porém que muitos destes 
produtos não são utilizados em sua totalidade somente por turistas, como, por exemplo, um hotel 
que apesar de estar disponível para os mesmos, poderá também ter seus serviços utilizados 
pela população local, como o salão de eventos, o restaurante, e a própria hospedagem, mas 
devido ao seu número maior de clientes ser o público viajante, é caracterizado como um produto 
turístico. Da mesma forma existem produtos que não se relacionam com a atividade turística, 
mas em um determinado momento passam a compreendê-la, como segue o exemplo de Lage e 
Milone (2000, p. 26), em que “um refrigerante consumido em um avião por um passageiro em 
férias passa a ser um bem turístico, diferindo de seu consumo por qualquer pessoa em um 
restaurante da cidade. Neste último caso, é demanda econômica pelo refrigerante, mas não 
demanda turística”. Conforme estes autores fica claro que há uma infinidade de produtos 
turísticos que participam das relações desenvolvidas para este setor. 
O produto turístico em si, na verdade se traduz pela prestação de serviços, assim a 
sua principal característica é a intangibilidade. Ou seja, não tem como comprá-lo e levar para 
casa e havendo algum problema trocar, não tem como experimentar antes, não tem como 
apalpar, etc. O produto turístico é consumido na hora em que a experiência do turista acontece, 
a produção e consumo são simultâneos, e não tem como devolver se algo der errado, uma vez 
consumido não se pode voltar atrás, ao contrário do bem físico em que o cliente pode 
experimentar, tocar, vender ou devolver. A única coisa que se leva do bem produzido pelo 
turismo são as experiências adquiridas durante as viagens. Estes aspectos são melhores 
entendidos analisando a comparação existente entre os bens físicos e os serviços, conforme 
mostrado na tabela seguinte14: 
 
 
 
 
 
14
 Ikeda e Oliveira (2000, p.319), tabela de GRONROOS, Christian. Gerenciamento e serviços, 
a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1995, p.38. 
 
 
24 
 
 
 
Bens físicos 
 
Serviços 
 
1. Tangível 
 
1. Intangível 
 
2. Homogêneo 
 
2. Heterogêneo 
 
3. Produção e distribuição separadas do 
consumo 
 
3. Produção, distribuição e consumo são 
processados simultaneamente 
 
4. Uma coisa 
 
4. Uma atividade ou processo 
 
5. Valor principal produzido em fábricas 
 
5. Valor principal produzido nas interações entre 
comprador e vendedor 
 
6. Pode ser mantido em estoque 
 
6. Não pode ser mantido em estoque 
 
7. Clientes normalmente não participam do 
processo de produção 
 
7. Clientes participam da produção 
 
8. Transferência de propriedade 
 
8. Não transfere propriedade 
Tabela 1: Comparação entre bens físicos e serviços / Fonte: Ikeda e Oliveira (2000, p.319) 
 
O produto turístico é composto por um conjunto de elementos que pode ser dividido em 
alguns grupos conforme a seguinte explicação:15 
1) Serviços públicos: 
Os serviços públicos são indispensáveis, pois são a base da tranqüilidade e conforto 
em qualquer cidade. De nada adianta a localidade focalizar nos serviços turísticos e atrativos se 
não coloca à disposição do turista serviços básicos como os constantes na Tabela 2: 
 
Serviços públicos 
 
Tipos 
 
Transporte 
Táxi, ônibus, metrô, teleférico, bonde, trem, transporte 
aquático, aeroporto, estação ferroviária, estação rodoviária, 
estação portuária 
 
Serviços bancários 
 
Agências bancárias, caixas eletrônicos, serviços de câmbio 
 
 
15
 Ignarra (2001) 
 
 
25 
Serviços de saúde Farmácia, pronto socorro, hospitais 
 
Serviços de segurança 
 
Polícia turística, serviço salva-vidas 
 
 
Serviço de informação 
 
 
Postos de informações turísticas, sinalização turística, mapas e 
guias turísticos locais 
 
 
Serviços de comunicação 
 
 
Posto telefônico, orelhões, rádio e tv, disponibilidade de fax e 
Internet 
 
Serviço de apoio a 
automobilistas 
 
Postos de abastecimento, oficinas mecânicas, borracheiros, 
lojas de auto-peças 
 
Comércio turístico 
 
 
Lojas de conveniência, lojas de artesanato, lojas de produtos 
típicos 
Tabela 2: Dispõe sobre os serviços públicos necessários aos turistas. Fonte: Ignarra (2001, p.57) 
 
2) Infra-estrutura básica 
A infra-estrutura básica é de fundamental importância para a viabilização do turismo. É 
uma infra-estrutura necessária primeiramente para a comunidade, no entanto, a sua ausência 
torna inviável o desenvolvimento da atividade turística local. Assim a Infra-estrutura básica é uma 
pré-condição para o desenvolvimento do turismo e alguns exemplos são dispostos na Tabela 3: 
 
 
Infra-estrutura básica 
 
Tipos 
 
Acessos 
 
Rodovias, ferrovias, fluvionais, terminais de passageiros 
 
Saneamento 
 
Água, coleta de lixo, tratamento de esgoto 
 
Energia 
 
Produção e distribuição de energia 
 
Comunicações 
 
Telefone, celular, antenas de captação de rádio e tv, 
correios 
 
 
Vias urbanas de circulação 
 
Implantação, conservação e sinalização 
 
Abastecimento de gás 
 
Distribuição 
 
Controle de poluição 
 
Ar, água, som 
 
Captação de recursos humanos 
 
Formação e aperfeiçoamento de mão de obra 
Tabela 3: Dispõe sobre a infra-estrutura básica. Fonte: Ignarra (2001, p.59) 
 
 
26 
 
3) Serviços turísticos 
Os serviços turísticos nada mais são do que aqueles desenvolvidos para satisfazer as 
necessidades dos próprios turistas. Neste grupo encontra-se a maior diversidade de bens 
turísticos, sem os quais seria muito difícil e até mesmo impossível o deslocamento de tais 
indivíduos. Estes são divididos em tipos e subtipos. A seguir, na Tabela 4, alguns exemplos 
deste grupo: 
 
 
Tipos de Serviços turísticos 
 
Subtipos 
 
Meios de hospedagem 
 
Hotéis, motéis, flats, pousadas, pensões, lodges, 
hospedarias, albergues da juventude, campings, 
acantonamentos,colônia de férias, imóveis de aluguel 
 
Alimentação 
 
Restaurantes, lanchonetes, sorveterias, docerias e café 
 
Agenciamento 
 
Agência emissiva e Agência receptiva 
 
Transportes turísticos 
 
Transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, e aquático 
 
Locação de veículos e 
equipamentos 
 
Carros, motos, bicicletas, embarcações e equipamentos 
esportivos 
 
Eventos 
 
Centro de convenções, buffets, centros de férias, áreas de 
exposições e de rodeios, área de eventos culturais 
 
Entretenimentos 
 
Bares, boates, danceterias, clubes, parques de diversões, 
parques aquáticos, parques temáticos, boliches, bilhares, 
campos de golfe 
 
 
Infra-estrutura turística 
 
Guias, mapas, postos de informação, jornais e revistas 
especializados 
 
Passeios 
 
Cavalo, helicóptero, barco 
 
Comércio turístico 
 
Souvenirs, artesanato, produtos típicos 
Tabela 4: Dispõe sobre os tipos de serviços turísticos. Fonte: Ignarra (2001, p.54) 
 
4) Atrativos 
Atrativo é todo o lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o 
 
 
27 
 
deslocamento de grupos humanos para conhecê-lo16. O atrativo turístico é a principal motivação 
que incentiva o deslocamento e sem ele não haveria interesse do turista em sair de sua casa. Os 
comentadores Burkart e Medlik17 citam duas motivações centrais de Gray (1970): 
 Gosto pelo diferente: o desejo que o turista possui de trocar momentaneamente 
o conhecido pelo desconhecido, o familiar pelo não familiar, ter contato com pessoas, 
culturas diferentes, conhecimento por lugares famosos por suas associações e 
monumentos históricos, etc. 
 Busca de excitação: neste caso o motivo se dá pela busca de um tipo de viagem 
que depende da existência de melhores condições para um determinado objetivo do que 
em casa, principalmente em relação a certas atividades como o esporte e a busca literal 
de sol e calor. 
Além destas, os autores Mayo e Jarvis citados por Ross (2001, p.34) mencionaram a 
obra de McIntosh (1977) a qual sugere que as motivações podem ser divididas em quatro 
categorias: motivações físicas (descanso, esporte, recreação), motivações culturais (música, 
arte, desejo de conhecer outros países, religião), motivações interpessoais (desejo de conhecer 
pessoas novas), motivação de status (desejo de reconhecimento, atenção, reputação social). 
Percebe-se que o que é atrativo e motivador para um turista pode não ser para outro, 
por isso existem os segmentos de mercado que dividem os turistas de acordo com 
características específicas. 
Para Ignarra (2001) os atrativos estão relacionados com as motivações de viagens dos 
turistas e a avaliação que os mesmos fazem desses elementos. É muito comum que elementos 
que compõem o cotidiano de determinada população não lhe chamem a atenção, enquanto que 
os mesmos podem apresentar a maior atração para visitantes. O atrativo possuirá maior valor 
quanto mais acentuado for por seu diferencial, ou seja, aquele atrativo que possuir 
características únicas terá maior chance de atrair a atenção do turista que sempre está em 
busca por aquilo que se difere em seu cotidiano. Coloca-se que esse valor é subjetivo, pois 
variará de acordo com o interesse do turista e de sua motivação em dado momento, fatores que 
tornarão determinado atrativo o alvo de seu deslocamento. 
 Da mesma forma que os outros produtos turísticos, os atrativos também podem ser 
divididos, especialmente em naturais e culturais, conforme mostra a Tabela 5 e 6, segundo 
 
16
 Lage e Milone (2000, p.28) 
17
 Citados por Ross (2001, p.33) 
 
 
28 
 
hierarquização da Embratur18: 
 
 
Atrativos naturais 
 
Montanhas 
 
Picos, serras, montes, morros, colinas, outros 
 
Planaltos e planícies 
 
Chapadas/tabuleiros, patamares, pedras/tabulares, 
vales/rochedos 
 
Costa litoral 
 
Praias, restingas, mangues, baías/enseadas, sacos, 
cabos/pontas, falésias/barreiras, dunas, etc 
 
Terras insulares 
 
Ilhas, arquipélagos, recifes/atóis 
 
Hidrografia 
 
Rios, lagos/lagoas, praias, fluviais/lacustres, quedas 
d’água 
 
Pântanos 
 
 
Fontes hidrominerais ou termais 
 
 
Parques e reservas de flora e 
fauna 
 
 
Grutas/cavernas/furnas 
 
 
Área de caça e pesca 
 
Tabela 5: Dispõe sobre os atrativos naturais. Fonte: Ignarra (2001, p.54) 
 
 
Atrativos culturais 
 
Monumentos 
 
Arquitetura civil, arquitetura religiosa/funerária, arquitetura 
industrial/religiosa, arquitetura militar, ruínas, esculturas, 
pinturas, outros legados 
 
Sítios 
 
Sítios históricos, sítios científicos 
Instituições e estabelecimentos 
de pesquisa e lazer 
 
Museus, bibliotecas, arquivos, institutos históricos e 
geográficos 
 
 
Manifestações, usos e 
 
Festas/comemorações, atividades religiosas, 
 
18
 Ignarra (2001, p47) 
 
 
29 
tradições festas/comemorações populares e folclóricas, 
festas/comemorações cívicas, gastronomia típica, feiras e 
mercado 
 
Realizações técnicas e 
científicas contemporâneas 
 
Exploração de minérios, exploração agrícola/pastoril, 
exploração industrial, assentamento urbano e paisagístico, 
usinas/barragens/eclusas, zoológicos/aquários/viveiros, 
jardins/botânicos/hortas, planetários, outros 
 
 
Acontecimentos programados 
 
Congressos e convenções, feiras e exposições, realizações 
desportivas, realizações artísticas/culturais, realizações 
sociais/assistenciais, realizações gastronômicas/de 
produtos, dentre outros 
Tabela 6: Dispõe sobre os atrativos culturais. Fonte: Ignarra (2001, p.54) 
 
É importante colocar que para se fazer a avaliação dos possíveis atrativos, uma série 
de fatores devem ser levados em consideração como a localização, o estado em que se 
encontram, o possível grau de interesse do turista, a viabilidade de visitação, etc. 
Ressalta-se que de nada adianta um atrativo se não existem serviços turísticos 
disponíveis, e devido a sua necessidade e importância o subcapítulo seguinte fará uma menção 
dos mais significativos para a atividade turística. 
 
 
3.1 SERVIÇOS TURÍSTICOS 
 
 
 
3.1.1 Hotelaria 
 
 
A hotelaria é um dos principais serviços turísticos existentes, e sua evolução se deu 
com grandes influências gregas e especialmente romanas. A Bretanha, por exemplo, durante 
muitos séculos dominada por Roma, incorporou a sua cultura a arte de hospedar, multiplicando 
pousadas ao longo de suas estradas. Essa mesma tendência era comum a quase todos os 
países europeus, igualmente influenciados pelos romanos19. 
Pode se considerar que a rede hoteleira começou a se fortalecer e a ganhar espaço no 
 
19
 Gonçalves e Campos (1998, p. 72) 
 
 
30 
 
mercado a partir do desenvolvimento da atividade turística, uma vez que é do turismo a origem 
da maior parte da demanda para os estabelecimentos de hospedagem. 
É interessante explicar que a palavra hospedagem vem do latim e, originalmente 
significa hospitalidade, dada ou recebida, e também aposento destinado a um hóspede. O termo 
hospitalidade também do latim, mantém até hoje o sentido original, que serve para designar o 
bom tratamento oferecido a alguém que se abrigue em nossas casas. A palavra hospital tem a 
mesma origem, significando o bom recebimento dos doentes para tratamento de cura 
(GONÇALVES & CAMPOS, 1998, P.72). 
A importância da hotelaria no turismo é indiscutível, já que sua falta pode afetar o 
desenvolvimento de determinado destino. É ela que propicia ao turista o amparo necessário para 
uma boa estada no núcleo receptor. Acredita-se que o surgimento da hotelaria teria se iniciado a 
partir da necessidade que os viajantes de outrora tinham de se abrigar e se alimentar durante 
suas viagens. 
A primeira notícia sobre a criação de um espaço destinado especificamente à 
hospedagem vem de alguns séculos antes da era Cristã, quando na Gréciaantiga, eram 
realizados os Jogos Olímpicos e para esses eventos foram construídos o estádio e o pódio. Mais 
tarde, acrescentaram-se os balneários de uma hospedaria objetivando abrigar os visitantes. 
Essa hospedaria teria sido o primeiro hotel de que se tem notícia20. 
Assim os meios de hospedagem têm sua origem nas hospedarias, cujos serviços 
quando comparados com os atuais não eram nem um pouco confortáveis. Tratavam-se de 
lugares desprovidos de infra-estrutura, de acomodações inadequadas e muitas vezes eram 
pouco higiênicos. 
Pires (2001) explica que tarefa difícil é saber, precisamente, o momento em que a 
estalagem e o hotel começaram a se distanciar um do outro. Mas acredita-se de acordo com o 
depoimento de Kidder, que o Rio de Janeiro teve precedência, pois por volta da década de 1830 
já ocorriam a presença de alguns hotéis franceses e italianos distintos das hospedarias, 
apresentando inclusive alguns serviços diferenciados. Pires também esclarece em sua obra, que 
além do Rio de Janeiro ter apresentado precedência quanto à introdução de hotéis, estes 
estabelecimentos também se proliferaram em São Paulo, tirando da mentalidade do povo, em 
um curto período, a visão pejorativa que levavam, pelo menos quanto à prestação de alguns 
tipos de serviços bem específicos. Embora alguns defendam que o surgimento dos hotéis se deu 
 
20
 Gonçalves e Campos (1998, p.71) 
 
 
31 
 
à presença de fazendeiros de café na capital paulista, o fato é que dificilmente estes utilizavam 
tais serviços, pois tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro, eram raros os fazendeiros que 
não possuíam várias casas, não necessitando usufruir as referidas acomodações. Quem 
realmente utilizou os primeiros hotéis foram os viajantes. 
 Aos poucos os hotéis foram ampliando seus serviços, alugando suas dependências 
para bailes e disponibilizando os serviços de restaurante para o público. Para aqueles com 
situações econômicas mais elevadas tornou-se comum a freqüências nestes estabelecimentos, 
e a partir da década de 1870 alguns hotéis já se diferenciavam consideravelmente das 
hospedarias. 
Para Gonçalves e Campos (1998) após a criação da Embratur21 várias instituições e 
empresários, com as possíveis obtenções de benefícios fiscais, viram-se tentados nos 
empreendimentos de novos projetos ligados ao setor hoteleiro. As atratividades das linhas de 
crédito e o financiamento dos bancos mediante os projetos analisados e aprovados pela 
Embratur, eram outras motivações. Essa foi a tão considerada época de ouro da hotelaria, e 
como exemplo dos resultados obtidos na época, temos até hoje a presença no mercado da Rede 
de Hotéis Othon, Luxor e A Horsa, as maiores redes hoteleiras do país. 
Esses autores esclarecem que os modelos de empreendimentos que se destinam à 
hospedagem variam muito, podendo ser divididos e classificados sob diversas formas22: 
 Forma de registro: oficiais → registrados e regulados quanto as suas 
características e participação ativa no mercado, pela Embratur, que lhes atribui um 
número de estrelas (que varia de 1 a 5); e não oficiais → possuem peculiaridades em 
suas condições de hospedagem, que vão desde a condição de não regulamentação 
(tendo registro apenas na prefeitura), até a situação de estabelecimentos clandestinos, 
que não dispõem de nenhum registro oficial. 
 Quanto à localização: urbanos (localizados em cidades / centros urbanos); 
hospedarias rurais (localizados na zona rural / campo). 
 Quanto à categoria: 
 Luxo Superior (5 estrelas); Luxo (4 estrelas); Standard superior (3 estrelas) 
 Standard (2 estrelas); Simples (1 estrela). 
 
21
 Instituto Brasileiro de Turismo. 
22
 Gonçalves e Campos (1998, p. 85) 
 
 
32 
 
 Quanto à distinção de serviços: 
a) Hotéis para executivos de negócios: geralmente localizados em centros urbanos, 
 
com instalações apropriadas para a continuidade do trabalho nas unidades 
habitacionais ou salões de reunião com microcomputadores e acesso à Internet, 
aparelhos de áudio e vídeo, área de eventos, etc. 
b) Hotéis de turismo e lazer: localizados em centros urbanos, área rural ou zonas 
de interesse turístico (praia, montanha), e destinados principalmente à recepção dos 
turistas em busca de descanso. Possuem área esportiva e social, apartamentos que 
comportam maior número de pessoas, restaurantes no estilo self-service. São 
exemplos destes os Resorts23, Hotéis fazenda, Hotéis ecológicos e os Hotéis 
hidrominerais. 
c) Hotéis-fazenda: estabelecimentos localizados em zona rural bem como 
possuidores das mesmas características. Deverão conter hortas, pomar, criação de 
gado, porco, ovelha, galinha, piscicultura, etc, além de oferecerem ao hóspede a 
oportunidade da observação e vivência do cotidiano no campo. De categoria 
semelhante ao Resort têm no setor de alimentos um atrativo. Nestes estabelecimentos 
a equitação e o passeio de charrete é o auge do lazer. 
d) Hotéis de estâncias hidrominerais: têm como fonte principal as piscinas de 
águas minerais, geralmente indicadas como medicinas coadjuvantes no tratamento de 
determinados problemas de saúde. 
e) Hotéis ecológicos: esses se caracterizam por terem um acesso mais difícil e sua 
clientela principal são grupos de estudiosos ou amadores da natureza. São hotéis 
voltados para a conservação ambiental. 
f) Hotéis mistos: não possuem destinação definida, recebem tanto turistas de 
negócios como turistas de lazer. São localizados tanto na zona urbana quanto rural, 
 
23
 A Embratur admite como Resort o hotel que esteja localizado em área de conservação e equilíbrio 
ambiental. Sua construção deve ter sido precedida por estudos de impacto ambiental e planejamento 
da ocupação do solo. Precisa dispor de infra-estrutura de entretenimento e lazer significativamente 
superior à dos empreendimentos similares, e deve classificar-se nas categorias Luxo ou Luxo superior. 
Gonçalves e Campos (1998, p.88). 
 
 
33 
 
são simples quanto às dependências de lazer e possuem modesta área de alimentos 
e bebidas. Em alguns casos oferecem somente serviços de lanche. 
 Quanto à organização administrativa: 
 
a) Hotéis de residência: tipo de moradia acrescida de serviços hoteleiros (flats, 
apart hotéis); 
b) Hotéis time sharing: caracterizam-se pela partilha, entre os associados, do 
tempo de permanência anual em suas unidades; 
c) Hotéis especiais: destinados a pessoas ou grupos que possuem interesses ou 
características peculiares (Spas24, Hotéis para a terceira idade, Hotéis para a 
juventude, Hotéis históricos). 
 
 Atualmente o mercado hoteleiro encontra-se muito competitivo e o maior diferencial 
além dos serviços é a qualidade no atendimento. Certamente o desenvolvimento tecnológico 
trouxe muitas inovações e facilidades, porém o elemento humano continua sendo a peça 
fundamental, pois é dele toda responsabilidade dos serviços. Os serviços oferecidos por um 
estabelecimento hoteleiro são muito complexos e diversificados embora façam parte de uma 
mesma área, e devido a isso, a obtenção de certas habilidades na execução é garantia quase 
que total de excelência na qualidade. Desta forma, faz-se necessário adequada formação 
profissional de todos os prestadores de serviços que englobam a indústria hoteleira. Para 
Castelli (2003) as qualidades básicas e essenciais do profissional da hotelaria são: espírito de 
serviço, espírito de equipe, qualificação pessoal, capacidade de reação. 
Para que se tenha uma noção básica dos departamentos da hotelaria, colocam-se 
abaixo, algumas informações e tarefas realizadas por aqueles setores operacionais 
considerados indispensáveis a qualquer estabelecimento hoteleiro25. 
 Sistema de Reservas 
 
24
 SPA não éuma sigla, mas o nome de uma cidade Belga onde, há séculos, as casas de banhos para 
tratamento de saúde e emagrecimento são freqüentadas por milhões de pessoas. Gonçalves e Campos 
(1998, p.93) 
25
 As informações seguir foram extraídas de SEBRAE, 2003. 
 
 
34 
 
 Muitas vezes o primeiro contato do hóspede com o hotel é por meio do sistema de 
reservas. Atualmente, com a evolução tecnológica, muitas reservas são feitas por meio de 
telefone, fax, Internet, ou pelo GDS (sistema de reservas, normalmente em conjunto com 
companhias aéreas). 
 Os hotéis de grande e médio porte costumam ter um departamento específico para 
esta tarefa; em grandes redes de hotéis normalmente existe um departamento de reservas único 
para todas as unidades; em hotéis menores e pousadas, esta tarefa fica a cargo do próprio setor 
de recepção. Embora a reserva possa significar uma garantia, ainda assim podem ocorrer 
surpresas desagradáveis, tanto para o hóspede quanto para o hotel. Muitos hotéis trabalham 
com overbooking, pois já conhecem a freqüência com que acontecem os no-shows. Isto significa 
que o estabelecimento vende mais apartamentos do que possui, já prevendo que muitos dos 
hóspedes não aparecerão, assegurando desta forma, que não ficará com apartamentos ociosos. 
No entanto, caso compareçam todos os hóspedes, o hotel deve apresentar alternativas 
oferecendo transporte e hospedagem em outro estabelecimento de nível igual ou superior. 
 Para o hotel o desagradável ocorre quando o número de entrada de hóspedes se dá 
muito inferior ao número de reservas feitas, e se ele não trabalhar com o overbooking, poderá ter 
prejuízos. Por isso muitos hotéis estabelecem prazo para a confirmação da reserva e costumam 
cobrar um adiantamento de 30% a 50% do valor total da hospedagem. 
Outro problema ocorrido na ocupação do hotel é quanto às saídas antecipadas, ou 
seja, se um hóspede reservou o apartamento por 7 dias e resolve sair no 5º, o hotel terá prejuízo 
de 2 dias. Dependendo do motivo da saída e da ocupação do hotel, este poderá cobrar no-show 
pelo período restante da reserva; poderá cobrar por todos os 7 dias e não apenas pelos 5.
 
 Recepção 
A recepção pode ser considerada o centro nervoso de um meio de hospedagem. 
Muitos profissionais a consideram o pára-raios, onde todas as energias são descarregadas. Esta 
constitui o cartão de visitas do hotel devendo permanecer em ambiente agradável e transparecer 
profissionalismo por parte dos funcionários, pois os hóspedes interagem com ela durante toda a 
estadia. Basicamente as tarefas da recepção são relacionadas ao: 
- Pré-registro: escolha do apartamento antes da chegada do hóspede conforme a 
especificação feita na reserva; 
 
 
35 
 
- Check-in: entrada do hóspede no hotel, onde além de seu registro deverão ser 
passadas para ele informações importantes; 
- Ficha de Registro: o preenchimento da ficha de registro, chamada de FNRH26 (ficha 
nacional de registro de hóspedes), oferecida pela Embratur em modelo padrão; 
 
- Livro de ocorrência (Log Book): livro onde é registrado toda e qualquer ocorrência 
durante a estada do hóspede (reclamações, pedidos etc); 
- Check-out: saída do hóspede do hotel, com fechamento da conta; 
- Lançamentos: nos hotéis em que pontos de venda como restaurante e bar não são 
computadorizados, os lançamentos de todos os consumos do cliente são computados 
pelo pessoal da recepção, geralmente no turno da noite; 
- Mensagens: para que se possa assegurar que os recados sejam entregues aos 
hóspedes os grandes hotéis costumam anotá-los em duas vias: uma fica no escaninho 
da recepção junto com a chave e outra é colocada por baixo da porta do apartamento; 
- Relatório de discrepância de status: este é o relatório emitido após a comparação da 
lista de situação dos apartamentos feito pela governança com a lista de apartamentos 
ocupados constantes na recepção. Este relatório mostra se existe diferença quanto ao 
número de pessoas registradas, ou de apartamentos que não passaram pelo check-in 
ou check-out. 
- Auditoria noturna: Em grandes hotéis, a conferência das contas dos clientes ao final 
do dia cabe a um departamento exclusivo, porém nos pequenos meios de 
hospedagem, esta tarefa fica sob responsabilidade do recepcionista noturno. Este 
emitirá um resumo de todos os valores lançados durante o dia, com saldo de todas as 
contas, para que o gerente saiba como foi o faturamento. 
 Governança 
A governança é responsável pela manutenção do espaço físico do hotel e dos 
equipamentos utilizados pelo hóspede em sua estada (limpeza das dependências, lavanderia, 
 
26
 A Ficha Nacional de Registro de Hóspedes, são elementos indispensáveis para o controle estatístico 
do número de ocupação nos hotéis e para o fornecimento de maiores dados para pesquisas do setor. 
 
 
36 
 
jardinagem, decoração, etc). Nos meios de hospedagem menores este setor é composto apenas 
por camareiras, e nos hotéis de grande porte a chefe superior é a governanta. A governanta 
deverá orientar e avaliar os trabalhos de limpeza, de apresentação pessoal de seus funcionários, 
participar na escolha de novos materiais e equipamentos visando à eficiência e economia, 
admitir e demitir funcionários do setor, colaborar com demais setores, planejar e organizar 
setores do departamento. Muitos hotéis, devido a sua extensão, contam com uma supervisora 
que auxilia a governanta em suas atividades diárias, nos procedimentos de chefia e supervisão. 
A camareira é a responsável pelo trabalho operacional, devendo conservar a limpeza 
das unidades habitacionais, reposição de produtos do frigobar e rouparia. Deve fiscalizar e 
informar qualquer irregularidade ocorrida no apartamento, seja quanto à necessidade de 
conserto dos equipamentos e utensílios ou até mesmo quanto a atos suspeitos de hóspedes. 
A lavanderia também é uma dependência do setor de governança, mas em muitos 
estabelecimentos é terceirizada. 
 
 Controles de estoques, pessoal e patrimônio 
 Este tópico compreende o setor de administração, cuja tarefa é coordenar os demais 
setores do estabelecimento. Ficam sob responsabilidade deste setor o recrutamento e 
desligamento de pessoal, como também as atividades relacionadas ao almoxarifado. 
 Manutenção 
Prevenir atualmente é um investimento necessário e vantajoso, garantindo dessa 
forma uma maior capacidade produtiva e longevidade dos equipamentos. Existem dois tipos de 
manutenção: Manutenção preventiva, que é aquela manutenção programada, realizada 
independente de qualquer avaria no equipamento. Com ela, evitam-se consertos que possam 
afetar a tranqüilidade dos hóspedes e reduzem-se os gastos, significando economia em longo 
prazo; e Manutenção corretiva, que é necessária sempre que haja uma avaria nas instalações ou 
equipamentos. Trata-se de reparos emergenciais solicitados pelos clientes ou departamentos. 
 Alimentação 
 
 
 
 
37 
 
O setor de alimentação engloba grande quantidade de serviços em um 
estabelecimento hoteleiro e é composto por muitos funcionários de diversas especialidades, 
principalmente nos estabelecimentos maiores. Na área de turismo este segmento não se 
restringe a uma empresa hoteleira, pois está cada vez mais independente no mercado 
consumidor. Este tópico será tratado em subcapítulo à parte, possibilitando a disponibilidade de 
maiores detalhes. 
Além destes serviços básicos e necessários ao funcionamento do hotel, existem 
aqueles adicionais que propiciam luxo e conforto aos hóspedes. Podem ser considerados como 
tais, as grandes áreas de lazer e recreação como quadras esportivas, parques e salas de jogos, 
salas de ginástica, saunas, salões para comemorações, salas de convenções com equipamentos 
de última geração, etc. Estes serviços contribuem para a diferenciação de valores nas diárias, 
taxas de serviço, público a ser atingido e certamente

Continue navegando