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AN02FREV001/REV 4.0 28 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ALFABETIZAÇÃO Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 29 CURSO DE ALFABETIZAÇÃO MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 30 MÓDULO II 2 DECODIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO GRÁFICA – UMA DAS FACES DA ALFABETIZAÇÃO O diálogo entre pais que têm filhos matriculados em classes de alfabetização e seus respectivos professores, habitualmente, direciona-se à preocupação dos primeiros com o avanço da leitura e escrita da criança e com a preocupação do profissional em frear tal impulso adverso, com o intuito de favorecer seu aluno. Em detrimento a essa subjetividade paterna, são duas situações que ocorrem concomitantemente: a supervalorização cultural da alfabetização e a síntese desse processo, baseada na capacidade de ler e escrever que a criança deve alcançar. Os pais que apresentam tais características demonstram-na precocemente, desenvolvendo na criança uma ansiedade desnecessária e prejudicial à relação que deve manter com os estudos e com o ambiente escolar. As consequências desse procedimento são destrutivas, podendo a criança frustrar-se quando “não conseguir” conquistar o que os pais leigamente almejam. A supervalorização cultural – a escrita tem em suas funções uma importância ímpar para o ser humano. A própria conservação cultural não poderia existir caso não houvesse uma forma de registrar fatos e repassá-los de geração para geração. Antigamente, quem sabia ler e escrever recebia atribuições diferenciadas e mais valorizadas do que aqueles que não possuíam tal habilidade. Atualmente, a situação permanece quando comparamos as funções dos que possuem “escolaridade” mais avançada, daqueles que não tiveram a oportunidade de estudar. Saber ler e escrever são instrumentos culturais muito valorizados desde a antiguidade até a atualidade. No entanto, atualmente, a alfabetização transcende o AN02FREV001/REV 4.0 31 saber ler e escrever, sendo apenas uma das faces constituintes desse complexo processo que possui em si a característica de socializar, instrumentalizar a criança para interagir a partir do contexto familiar, escolar e, finalmente, social, durante e depois do aprendizado técnico e formal da palavra. A síntese do processo de alfabetização – em uma conjuntura pedagógica e didática, o educador preocupa-se com a aplicação prática da leitura e da escrita pela criança. Podemos observar, por exemplo, a quantidade de materiais didáticos elaborados em concordância com a realidade regional de cada estado. E, além deste esquema, existe ainda a preocupação de integrar a grande realidade com a experiência de vida de cada aluno. O educador, hoje, pode planejar-se e encontrar abundante material para sua prática, que esteja definitivamente de acordo com as necessidades de seus alunos, em contraposição com antigamente, quando a alfabetização era, invariavelmente, a leitura e a escrita em si, e os profissionais não possuíam esse aparato didático para transformá-la em um instrumento cultural e socializador. Ampliar esta dinâmica formal de alfabetizar crianças consiste em transformá- las em participantes da construção e realização deste processo, tanto quanto da espera pelos resultados. Dessa forma, a tarefa de ensinar consiste em instigar no aluno o desejo da conquista de sua autonomia por intermédio do aprendizado, tornando-o consciente desta responsabilidade. Moacir Gadotti, ao comentar a obra “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire, nos recorda que “sem autonomia não há educação, nem ensino, nem aprendizagem”. Em sua obra mais popularizada, Paulo Freire aborda uma questão muito importante para a prática do saber oportunizar ao aluno o que ele realmente necessita para ser agente do seu processo de aprendizagem: Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Por que não discutir com os alunos a realidade concreta que se deva associar à disciplina, cujo conteúdo se ensina... Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? (PAULO FREIRE, 1997, p. 33) AN02FREV001/REV 4.0 32 Para que o real sentido da alfabetização se cumpra, é necessário, portanto, valorizar seu real significado e papel, transpondo-o para nossa atualidade, para as necessidades sociais e culturais atuais. Se, antigamente, o ato de ler e escrever bastava por si só, denotando certo status a quem o realizava, atualmente a demanda sociocultural é mais abrangente e exigente, conforme nos mostra sua evolução em estudos antropológicos a respeito da história da escrita. A escrita atual tem suas origens, conforme estudos a respeito da evolução humana, em aproximadamente cinco mil anos atrás, com o surgimento de diversas formas de expressões que o homem criou para sua comunicação. Na China, surgiu em forma de símbolos pictóricos; no Egito, eram os hieróglifos e, na Mesopotâmia, era a escrita cuneiforme. Os fenícios criaram sinais que deram origem às consoantes e os gregos foram os responsáveis por acrescentar as vogais. A palavra ALFABETO tem sua origem no nome batizado das primeiras letras gregas – Alfa e Beta. Nosso alfabeto latino foi criado pelo povo romano, e toda essa sabedoria acumulada e acrescentada em milênios não poderia resultar em um simplificado ato de codificação e decodificação gráfica, por fazer parte da evolução intelectual e sociocultural dos seres humanos. 2.1 ALFABETIZAÇÃO - A ANÁLISE COMO SUBSÍDIO No processo da alfabetização o educador necessita avaliar, anterior a sua prática, a conjuntura em que estão envolvidos seus alunos e ele próprio. Em seus questionamentos devem constar dados relevantes à comunidade dos quais ambos participam e as peculiaridades de cada aluno para embasar sua prática diária. Sem esse destaque no histórico de vida do aluno, suas aulas podem tornar-se insípidas à criança, por essa não reconhecer em sua prática afinidade o suficiente que possa instigar-lhe o interesse. Em suma, podemos explorar os conteúdos abordando inicialmente o histórico da criança, integrando seus interesses aos do professor. Sua ação, atualmente, implica em analisar – conhecer seu aluno; planejar a partir da realidade na qual é atuante; propor atividades que interessem ao seu aluno; observar se a criança sentiu-se atraída o suficiente para aproveitar o conteúdo e, finalmente, AN02FREV001/REV 4.0 33 avaliar se a metodologia aplicada no processo de ensino-aprendizado alcançou sua funcionalidade sociocultural. Não há como não repetir que ensinar não é a pura transferência mecânica do perfil do conteúdo que o professor faz ao aluno, passivo e dócil. Como não há também como não repetir que, partir do saber que os educandos tenham não significa ficar girando em torno deste saber. Partir significa pôr- se a caminho, ir-se, deslocar-se de um ponto a outro e não ficar, permanecer. (PAULO FREIRE, apud HOFFMANN, 1992, p. 70-71). A partir dos aparatos técnicos que fazem parte da engrenagem que motiva a prática diária do educador, podemos destacar alguns pontos desta estrutura que influem qualitativamente em seu planejamento: Metodologia utilizada – independente da linha metodológica que o professor assuma, o começoda alfabetização deve ter como princípio original a contextualização do trabalho proposto. É necessário oportunizar que as letras do alfabeto façam parte da vida funcional do aluno, assim como as primeiras palavras escritas e lidas, suas produções iniciais. É notória a reação que causa aos meninos o assunto futebol e, para as meninas, brincadeiras de casinha e boneca, nesta faixa-etária. Então, mesmo sem conhecer a história de vida da criança, o educador já possui um início, um fio da meada ao qual seguir – o interesse infantil padronizado. Portanto, se ele for mais além e incorporar a este interesse um espelho de afinidades, utilizando a história regional da comunidade e pessoal do aluno, poderá ilustrar seu trabalho tornando-o atrativo para a criança. Utilizar a “decoreba” da sílaba solta é coisa do passado. Se não houver conexão com a intervenção prática da aprendizagem e o conteúdo apresentado pelo professor, o aluno não aprenderá mais do que o simples ato de ler e escrever, descrito anteriormente. Consonância com as mudanças atuais – as mudanças ocorrem naturalmente em nosso cotidiano, portanto estar de acordo com elas indica que estamos no caminho certo. São elas que nos instigam a aprender cada vez mais e podemos buscá-las de diversas formas: em seminários, formulações de novas leis, AN02FREV001/REV 4.0 34 normas e pareceres, na elaboração do Plano Político Pedagógico escolar, em pesquisas, debates, palestras... Recursos utilizados – a aparência do material que utilizamos diretamente com o aluno é prioridade para lhe chamar a atenção. As crianças gostam de novidades, principalmente quando essas vêm acompanhadas de atrativos sensoriais, que possam “encher-lhes os olhos” e despertar-lhes a curiosidade. Atualmente, possuímos um farto aparato de materiais para confecção de objetos lúdicos, além do material de apoio tecnológico, como a internet, a multimídia, os DVDs, CDs, as aparelhagens eletrônicas, os livros estilizados. Podemos também destacar, entre os meios de comunicação, alguns programas infantis apropriados para utilização docente no planejamento de suas atividades. Observaremos, a seguir, sugestões de planejamentos de atividades elaboradas a partir dos pontos descritos anteriormente: Todas as atividades propostas foram realizadas por alunos PNEEs, matriculados em classe de alfabetização. I. Atividade Proposta: “Texto Oral” 1) Conteúdo – expressão escrita 2) Objetivos a serem alcançados: - investigar o conhecimento do imaginário coletivo dos alunos, o que pensam, quais suas preferências e necessidades; - despertar na criança o desejo de produzir graficamente; - despertar na criança a consciência da importância funcional da escrita e da leitura. 3) Metodologia: 1º passo: escolha do tema; O texto em questão deve ser elaborado coletivamente, com a participação de todas as crianças da turma. O educador lança a ideia inicial envolvendo-as, progressivamente. Enquanto propõe a ideia, ele investiga as preferências das crianças, sugerindo-lhes opções e utilizando perguntas tais como: Vamos escrever a respeito do quê? O que vocês têm visto na televisão ou nas conversas entre os seus AN02FREV001/REV 4.0 35 pais? O professor analisa as respostas e observa, supostamente, que um tema apropriado para atender às expectativas das crianças seja a família. 2º passo: elaboração do texto; Os alunos dão opiniões quanto ao número de personagens que constituirão a família, escolhem seus nomes, idades, ocupações e profissões, preferências, o que fazem nas horas vagas, etc. O professor registra graficamente o texto e, ao final, lê para as crianças a composição coletiva. 3º passo: construção de material; Os alunos são convidados a confeccionar o cenário do texto, seus personagens, roupas, mobília da casa, carros, etc. 4º passo: registro feito pelos alunos; O professor elege uma letra no alfabeto para ser fixada oral e visualmente nesta atividade, podendo ser a letra F de família, C de casa, carro, camisa, cama, Carlos, Carolina, colete, ou outra letra que seja evidenciada durante a construção da atividade; 5º passo: as crianças, auxiliadas pelo professor, constroem placas e nomeiam as mobílias e os personagens. Os alunos são convidados a brincar livremente com o material confeccionado. 4) Abrangência interdisciplinar – esta atividade lúdico-pedagógica permite que o professor extrapole o conteúdo inicial, podendo explorar ainda as cores, formas geométricas, quantidades, texturas, criatividade expressiva e socialização. 5) Material utilizado – sucata (para a confecção dos móveis), canetinhas coloridas, pincel atômico, fita adesiva, tesoura, cola, lápis de cor, caixa de papelão (para fazer a casa), papel dupla face e folha de ofício (para fazer os personagens), tecido, agulha e linha (para a confecção das almofadas, travesseiros, cobertores e toalhas). 6) Tempo necessário para realização da atividade - O tempo necessário dependerá do número de alunos que compõem a turma, de seu ritmo e do professor, podendo variar de uma a duas semanas. II Atividade Proposta: “Expressão Artística em Origami” 1) Conteúdo – Os animais 2) Objetivos a serem alcançados: AN02FREV001/REV 4.0 36 – investigar o conhecimento que os alunos já possuem a respeito do conteúdo; - despertar na criança a curiosidade artística, criatividade e originalidade; - proporcionar ao aluno enriquecimento do vocabulário e de conhecimento a respeito do tema; - oportunizar a consciência sonora e visual das letras do alfabeto. 3) Metodologia: 1º passo: Escolha do tema – A Vida Animal; A escolha do tema é feita em concordância com o conteúdo proposto. 2º passo: Pesquisa exploratória – o professor levanta um debate a respeito dos hábitos dos animais, seu habitat, tendências alimentares, suas formas pitorescas, constituição física, enfim, suas características gerais, analisando as observações dos alunos; 3º passo: Exibição de Filme; Os alunos são convidados a assistir a um filme sobre o reino animal. 4º passo: Apresentação da história do origami: o professor lê para as crianças a respeito dessa arte feita com dobraduras em papel, bem como oportuniza informações a respeito do seu país de origem; 5º passo: Registro feito pelos alunos: as crianças devem registrar o que foi visto e debatido por meio da construção de um cenário. Nele deve constar uma montagem com os animais confeccionados a partir de moldes em origami nos seus respectivos habitats; 6º passo: Fixação das letras: o professor fixa oral e visualmente as letras iniciais do nome dos animais ou de outros elementos evidenciados no desenvolver da atividade, conforme o interesse da turma. 4) Abrangência interdisciplinar – essa atividade permite que a criança conheça um pouco a respeito da diversidade cultural de outro país, sua localização, seus hábitos, sua história; aperfeiçoamento motriz, noção de limite espacial e noções de geometria. 5) Material utilizado – DVD, globo terrestre ou mapa mundi, réguas, canetinhas coloridas, pincel atômico, fita adesiva, lápis de cor, papel dupla face, revistas, moldes de origami retirados de revista ou internet. AN02FREV001/REV 4.0 37 6) Tempo necessário para realização da atividade - O tempo necessário dependerá do número de alunos que compõem a turma, de seu ritmo e do professor, podendo variar entre uma e duas semanas. III Atividade Proposta: “Jogo de Futebol” 1) Conteúdo – numerais e quantidades 2) Objetivos a serem alcançados: – oportunizar aos alunos a compreensão da relação existente entre as quantidades e os numerais; - despertar nas crianças o interesse cultural a respeito do tema; - proporcionar a familiarização com os sons de letras e palavras do alfabeto. 3) Metodologia: 1º passo: Escolha do tema – Futebol; 2º passo: O professorlê para os alunos a história do futebol, seu surgimento no Brasil e sua origem no mundo inteiro, destacando sua importância no mundo dos esportes. Em seguida, questiona quem possui um time, qual é a sua cor, entre outras informações que surgirão espontaneamente durante o debate; 3º passo: O professor sugere a construção de uma maquete de campo de futebol, juntamente com seus respectivos jogadores, juízes e bandeirinhas; 4º passo: As tarefas são divididas em dois grupos, sendo que cada um escolhe um time e os personagens que confeccionarão. Após o término, as crianças poderão explorar sua produção e simular um campeonato; 5º passo: Registro feito pelos alunos: as crianças registrarão a atividade por meio de um desenho, simulando um jogo de futebol; 6º passo: Fixação das letras: O professor fixa letras iniciais do nome dos jogadores e dos times sonoramente. Em seguida, escreve-os na lousa, propondo que os alunos copiem em seus desenhos o nome de seus jogadores preferidos. 7º passo: exploração dos numerais e quantidades: essa atividade deve ser realizada por meio de perguntas e respostas: a) Quantos jogadores jogam a partida de futebol? b) Quantos para cada lado? c) Por que cada jogador tem um número na camiseta? d) Quantos minutos são necessários para cada tempo? AN02FREV001/REV 4.0 38 e) Quantas bolas há no campo? f) Quantos bandeirinhas e juízes? g) O jogo possui regras? Quais? O que aconteceria se elas não existissem? h) Quem ganha o jogo? 4) Confecção do material: o professor constrói o campo de futebol e disponibiliza moldes de cada elemento: jogadores, juízes e bandeirinhas, auxiliando as crianças na confecção. 5) Abrangência interdisciplinar – esta atividade permite que a criança conheça um esporte culturalmente apreciado em todo o mundo, assim como sua história, origem e peculiaridades. Podemos também explorar o conhecimento das cores e a noção espaço-temporal. 6) Material Utilizado – réguas, canetinhas coloridas, pincel atômico, cola, fita adesiva, lápis de cor, papel dupla face colorido (para fazer os personagens) e branco (para as traves e os limites do campo), isopor e papel de seda na cor verde (para fazer o campo de futebol com gramado). 7) Tempo necessário para realização da atividade - O tempo necessário dependerá do número de alunos que compõem a turma, de seu ritmo e do professor, podendo ser executado em uma semana. 2.1.1 Material de Apoio para Construção das Atividades Atividade I – Texto Oral a) Exemplos de placas nominais: CASA COPO CAMA CARLOS b) Exemplos de personagens da família – filha, mãe e pai. FIGURA 1 - ATIVIDADE REALIZADA EM CLASSE DE ALFABETIZAÇÃO POR CRIANÇAS PNEES AN02FREV001/REV 4.0 39 FONTE: acervo pessoal Atividade II – Expressão artística em origami c) Multimídia: (História para ser assistida pelos alunos) DVD Zoboomafoo Reino Animal – Ao retratar curiosidades a respeito da vida animal, o filme instiga na criança a vontade de proteger o meio ambiente devido à sua importância para todos os seres. Aproximadamente uma hora e meia de filme. Gênero: infantil. FIGURA 2 - EXEMPLOS DE CENÁRIOS DO AMBIENTE AQUÁTICO REPRODUZIDO POR CRIANÇAS COM IDADE ENTRE SEIS E 10 ANOS FONTE: Marco Alan, 6 anos FONTE: Luis Felipe, 8 anos AN02FREV001/REV 4.0 40 FONTE: Jeferson, 7 anos FONTE: Gabriel, 10 anos e) Moldes em origami – os moldes podem ser adquiridos em revistas especializadas e/ou em sites da internet que disponibilizam gratuitamente downloads de origami e mostram seu feitio passo a passo. f) História do Origami (texto para ser lido aos alunos) – O origami é considerado uma arte japonesa milenar. Consiste em confeccionar dobraduras no papel sem a utilização de recortes e colagem. Sua origem está no Japão, e sua função, na antiguidade, era decorar os templos com figuras de divindades confeccionadas. Entre muitos benefícios, o origami proporciona o desenvolvimento da concentração, da motricidade manual, da criatividade, ele também é considerado uma terapia no combate à ansiedade. Uma das figuras mais conhecidas nessa arte é uma ave chamada de TSURU (tissurú). Sua função, antigamente, era enfeitar os berços e chamar a atenção dos bebês, distraindo-os com sua forma e colorido. Atualmente, esta figura está presente em embalagens de presentes e simboliza fortuna e saúde. Há ainda uma simbologia que acompanha sua confecção, sendo que ela emana a fé e o desejo de paz de quem a dobra. Conta à tradição que a cada mil Tsurus feitos um desejo de paz e restabelecimento da saúde de alguém pode ser realizado; sugerindo também valores de união e solidariedade, sendo que para a confecção de mil aves são necessárias tais características coletivas. g) A História de SADAKO (texto para ser lido aos alunos) - Esta é uma história verídica, que possui como pano de fundo a história das vítimas de AN02FREV001/REV 4.0 41 Hiroshima, uma cidade japonesa atacada pela bomba atômica. A menina Sadako, em 1945, na época com dois anos de idade era uma das sobreviventes, porém sua história não teve um final feliz. Dez anos após a explosão, Sadako teve o diagnóstico de Leucemia, em consequência da radiação da bomba venenosa. No hospital, aprendeu a lenda dos Tsurus com um amigo e esta dizia que se alguém dobrar mil Tsurus, fazendo o pedido de sarar, para cada um deles, alcançará seu intento. Sadako empenhou-se, porém sua saúde piorava e ela não mais pediu por seu restabelecimento, mas pela PAZ mundial e produziu 964 Tsurus, até o dia 25 de outubro de 1945, data em que veio a falecer. Sua triste história comoveu o mundo inteiro e até hoje inspira jovens que, em nome da paz, produzem a cada vez mil Tsurus, unidos por um bom propósito. Os amigos de Sadako dobraram os Tsurus restantes e, ainda, em favor das vítimas da bomba atômica, conseguiram fundos para a construção de um monumento – Monumento da Paz das Crianças. A história de Sadako mobilizou várias escolas e transformou-se em um costume. Estudantes do mundo inteiro enviam Tsurus para este monumento, no Dia da Paz, em seis de agosto. h) O Japão e Suas Peculiaridades – (texto para ser lido aos alunos) A bandeira deste país é representada por um desenho muito simplificado, um quadrado que carrega um símbolo dentro. Sua capital é Tóquio e essa possui milhões de habitantes (127,4). O aniversário do país é dia 11 de fevereiro. Sua população é muito inteligente, pois lá os analfabetos representam apenas 5% do total de seu povo. É também um país muito rico, que cultiva arroz, batata, legumes e frutas cítricas. Sua indústria é famosa por produzir produtos eletroeletrônicos bons, avançados e geralmente baratos. Aqui no Brasil a população de imigrantes japoneses concentra-se principalmente no estado de São Paulo, onde eles contribuem com sua cultura culinária e no cultivo de flores, plantas e frutas. Atividade III – Jogo de futebol AN02FREV001/REV 4.0 42 i) A História do futebol no Brasil (texto para ser lido aos alunos) Quem introduziu o jogo de futebol no Brasil, em 1894, foi o paulistano Charles Miller, quando, aos nove anos de idade, viajou para a Inglaterra e, ao retornar, trouxe consigo uma bola e as regras do jogo. Um ano depois, em quinze de abril de 1895, aconteceu o primeiro jogo de futebol entre funcionários ingleses que moravam e trabalhavam no Brasil. O primeiro time foi chamado de São Paulo Athletic. A primeira copa jogada aqui em nosso país foi no ano de 1950 (56 anos depois). O Brasil foi desclassificado ao perder para o Uruguai (Uruguai 2 x Brasil 1). A próxima Copa do Mundo jogada no Brasil será em 2014. Vamos torcer pelo nosso país! 2.1.2 Algumas Considerações a Respeito das Atividades Propostas O professor deve estar atento e observar as respostas dos alunos, poiselas direcionam este processo de ensino-aprendizagem, dinamicamente; e por essa razão, o planejamento deve ser semiestruturado, deixando espaço para que a atividade se molde às exigências, características e interesses da turma; A possibilidade interdisciplinar deve ser sempre prevista pelo professor ao elaborar a atividade, sendo essa uma forma de pré-seleção para atividades futuras; O alfabeto em si, o reconhecimento das letras e constituição das palavras não tem espaço maior ao dado para a conjuntura que admite cada atividade, constituindo apenas um de seus passos, porém, esse aspecto não diminui sua importância nesse processo, mas sugere que a criança vivencie sua funcionalidade de uma forma contextualizada. 2.2 CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE E EMÍLIA FERREIRO PARA A ALFABETIZAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 43 “...venho referindo como ‘leitura da leitura anterior do mundo’, entendendo- se aqui como ‘leitura do mundo’ a leitura que precede a leitura da palavra e que, perseguindo igualmente a compreensão do objeto, se faz no domínio da cotidianidade”. (carta dirigida aos professores. FREIRE, Paulo, 1993) Em seu livro “Pedagogia da Autonomia, Saberes Necessários à Prática Educativa”, conhecemos um pouco do espírito inovador, provocativo, com o qual as ideias de Paulo Freire são postas nessa obra. Em 1997 o autor falece, deixando nosso país de luto como referência às suas ideias de uma educação voltada às classes populares. Sua contribuição para a alfabetização transcende a utilidade prática dos seus saberes em sala de aula, instigando não só o conhecimento ao aluno, mas também do professor ligado às séries iniciais. Seus capítulos iniciam com a frase: “Ensinar exige...” Exige determinação e a consciência social e crítica no dever docente. Podemos observar que entre esses dois pesquisadores há uma suplementação circunstancial ao redor da prática educativa; enquanto Emília Ferreiro dirige-se ao conhecimento do aluno, suas peculiaridades e extensão. As leituras de Paulo Freire ampliam os horizontes do educador ao confrontar-lhes com críticas e um olhar qualificado para apontar onde há descontinuidade no processo educacional, o suficiente para que a prática sofra prejuízos e suas consequências recaiam sobre o aprendizado do aluno. E ambos, tanto Paulo Freire quanto Emília Ferreiro, preocupam-se em socializar a função do aprendizado, da “palavra” – linguagem, enquanto objeto social, particular ou plural, mas sempre em prol de uma construção sócio-histórica. O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelo aluno sem deixar sua marca. Daí a importância do exemplo que o professor ofereça de sua lucidez e de seu engajamento na peleja em defesa de seus direitos, bem como na exigência das condições para o exercício de seus deveres. (PAULO FREIRE, 1997, p. 73). As obras de Emília Ferreiro baseiam-se nas análises linguísticas de Chomsky e nos aspectos genéticos reverenciados por Piaget em seus estudos, resultando em instrumentos dos quais podemos usufruir para a construção de uma prática diária atualizada. Essa psicolinguística argentina estuda desde a década de AN02FREV001/REV 4.0 44 70 a respeito do desenvolvimento do processo de alfabetização, e sua tendência é a de direcionar seu discurso para as práticas construtivistas em educação. Examinaremos neste tópico algumas de suas contribuições para a suplementação metodológica da prática docente e a ênfase com que ela direcionou suas obras. A escrita, para esta estudiosa, é a representação simbólica da linguagem e uma construção sócio-histórica pela qual o sujeito interage e, assim, constrói seu conhecimento, obtendo a aprendizagem por meio de sua ação. Nesta ação, o erro é lícito e construtivo, sendo que, por meio dele a criança alcança níveis posteriores em sua aprendizagem. Antes, porém, o sujeito reestrutura-se após elaborar o “conflito cognitivo”, ação decorrente de contradições entre seu conhecimento já assimilado e insuficiente. Instala-se, então, um novo conflito baseado em novas descobertas. Observaremos, a seguir, os principais níveis de concepção da escrita pelos quais a criança passa até finalizar o processo de desenvolvimento da alfabetização, baseado nos estudos das psicolinguísticas Emília Ferreiro e Ana Teberosky. 2.3 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO ALFABÉTICO – EVOLUÇÃO DA ESCRITA “É muito difícil julgar o nível conceitual de alguém, considerando unicamente os resultados, sem levar em conta o processo de construção”. (Emília Ferreiro) Nível Pré-silábico No início da alfabetização a criança ainda não distingue a unidade do símbolo gráfico de um todo, ou seja, a letra da palavra, assim como ainda não compreende que a escrita representa a fala, o som da palavra e não o objeto a que o nome se refere. Poderá imaginar, por exemplo, que a letra inicial do seu nome signifique a palavra inteira, ou que seu nome e uma característica sua possam ser expressos com a mesma palavra. Ainda há, nesse período, uma confusão a respeito da relação do pensamento com sua expressão gráfica, ocupando o desenho um papel muito AN02FREV001/REV 4.0 45 importante neste aspecto, pois esse recurso servirá de instrumento comunicativo, enquanto a criança desenvolve aptidões e constrói suas hipóteses. Grafismos primitivos - esse sistema de expressão gráfica são rabiscos, sinais com movimentos variados, podendo ser em zigue-zague, ondulares, em linha reta ou não, com propensão arbitrária. A escrita poderá aparecer junto ao desenho, para dar crédito a suas intenções de significado. É também comum a não diferenciação entre letras e números, sendo que ambos são símbolos representativos de ideias postas no papel. A “Hipótese de Quantidades Mínimas” – cada sujeito que passa por esta característica peculiar desenvolve um número mínimo de letras que podem ser lidas, podendo ser duas, três ou quatro. Sugestões para o melhor aproveitamento desta etapa: 1) Letras – destacar a forma e posição das letras e apresentá-las em seus tipos variados; - fazer conexão entre a sonorização, pronúncia e as letras iniciais de palavras que contenham significado para a criança; - proporcionar situações em que apareça a distinção entre letras e números. 2) Palavras – realizar associações entre palavras e objetos; - análise quanto às letras iniciais e finais de palavras que possuam significado para a criança. 3) Frases – distinção entre imagem de figuras e a escrita em um texto; - ressaltar a distribuição espacial das frases no texto. Nível intermediário do Pré-silábico ao Silábico Aqui se inicia a compreensão da letra inicial das palavras que contêm significado para a criança, passo esse que possui a importância de iniciar a criança na distinção entre letra e som. Nível Silábico A descoberta da relação fonográfica da letra inicial antecede o descobrimento de que todas as letras das palavras possuem valor sonoro. O nível silábico caracteriza-se pela tendência que a criança possui em aceitar a sílaba como AN02FREV001/REV 4.0 46 sendo a própria palavra; ou, ainda, admitir uma letra para cada sílaba, registrando, por exemplo, VL para a palavra VELA e também uma letra para cada frase. O aluno depende, assim, do auxílio do professor para tomar consciência do número de letras que as palavras possuem, e, principalmente, de que existem monossílabas que emitem apenas um som, mas possuem duas letras. Ao gerar essas afirmações é oportunizada à criança que esta elabore seu conhecimento, gerando um momento de transformação do pré-conhecimento ao novo, intermediado pelo professor.O conhecimento da relação letra-som poderá perpassar mais de um nível de evolução, portanto a criança não se desenvolve nestes níveis de uma forma irreversível e continuamente vertical, pulando de um para o outro, automaticamente, sendo que sua evolução é uma complexa rede gradual de aquisição de aptidões e conhecimentos que se interligam. Portanto, seguindo este raciocínio, passar para um estágio não significa deixar de possuir algumas manifestações do estágio anterior ou estar adiantado em outras. Sugestões: 1) letras – análise da pronúncia das letras a partir do som da primeira sílaba da palavra; - continuação do destaque às formas e posição das letras, cursiva e imprensa. 2) palavras – contagem do número de letras, desmembramento oral das sílabas e repartição das palavras escritas. 3) frases – utilização de pequenos textos lidos pelo professor e memorizados pelos alunos. Pesquisa de palavras do texto, verbos, artigos... Nível Silábico Alfabético - esta etapa é a passagem do nível silábico para o alfabético, sendo que as características de uma fase e outra podem aparecer coexistentes. Nível Alfabético - inicialmente, esse nível tem seu reconhecimento quando a criança demonstra reconhecer a relação e associação do símbolo sonoro ao gráfico. A criança descobre que as sílabas podem ter quantias diferentes de AN02FREV001/REV 4.0 47 letras na sua constituição. As unidades linguísticas já são identificadas pela criança: letras, sílabas, palavras e frases. Outra característica desta etapa é que as palavras não são percebidas como unidades separadas em uma frase, ignorando o uso correto da separação na formação da ideia ou sentido do conteúdo. A criança baseia-se literalmente na pronúncia da palavra para expressá-la graficamente, mesmo que ela seja representada por diversas letras, podendo ocorrer registros como: “aza” - asa, “biqo” - bico, “soudado” - soldado, “jel” - gel... Sugestões: 1) letras – identificação dos sons das letras. 2) palavras – análise da quantidade de letras e sílabas da palavra; - montagem de palavras por meio de sílabas; - classificação das sílabas quanto ao número de letras; - classificação das palavras de acordo com o número de sílabas. 3) frases - produção e leitura de pequenos textos; - contextualização da palavra na frase; - contagem de letras, palavras, frases e espaços no texto. Em suma, este resumo adaptado do artigo Distúrbios da Aquisição da Linguagem e da Aprendizagem auxilia-nos em uma melhor compreensão dos níveis acima descritos: Pré-silábico A escrita representa o nome do objeto, mas não tem relação com o som da pronúncia. A escrita não é interpretável por outras pessoas. Várias grafias compõem uma palavra e uma mesma escrita servirá para diferentes palavras. Escritas fixas Hipótese de quantidades mínimas: uma palavra deve ter um número determinado de letras para poder ser lida (geralmente 3). Diferenciação intrafigural Hipótese de variedade de grafias: se o escrito tem o tempo todo a mesma letra, não pode ser lido. Hipótese da diferença na escrita: para poder ler coisas diferentes deve haver diferença na escrita. Diferenciação interfigural Hipótese da proporcionalidade: O tamanho da escrita é proporcional ao tamanho do objeto representado. AN02FREV001/REV 4.0 48 Nível Intermediário Conhecimento da letra inicial das palavras. Silábico Hipótese som x grafia: Correspondência de cada sílaba oral com um sinal gráfico. Escrita representa os sons da fala Qualquer letra pode servir para representar qualquer som. Silábico alfabético Correlação mais precisa entre som e grafia. Transição entre silábico e alfabético Certa diferenciação entre as letras que podem servir para representar sons. Alfabético Descoberta de que a sílaba pode conter 1, 2, 3, 4 ou 5 letras. Compreensão do sistema de escrita alfabética Descoberta das convenções ortográficas. FONTE: SCHIRMER, Carolina R.; FONTOURA, Denise R.; NUNES, Magda L., 2004. 2.3.1 Os Distúrbios de Aprendizagem em Sala de Aula Na fase escolar, os professores convivem diariamente com crianças que apresentam indícios que os levam a suspeitar que ela tenha algum distúrbio de aprendizagem, porém é necessário tomar cuidado com características particulares de cada criança e realizar uma investigação abrangente antes de encaminhar o aluno para algum especialista. Conforme OLIVIER (1997), a aprendizagem ocorre quando o ciclo – atenção, assimilação e memorização se completa. Entretanto, no caso do aluno que não prestou atenção e do aluno que prestou atenção, mas não assimilou nem memorizou, significa que necessitam de acompanhamento psicopedagógico para detectar onde há o problema de aprendizagem. As dificuldades, problemas e distúrbios de aprendizagem originam-se a partir de tais situações: - Fatores psicológicos – traumas, problemas pessoais, etc.; - Fatores orgânicos – anemia, desnutrição, dislexia, disgrafia, dislalia, etc.; - Fatores educacionais – problemas causados a partir da dinâmica escolar, como despreparo do professor, ineficiência da metodologia utilizada, etc. A seguir, veremos os sintomas e características dos distúrbios que podem ser observados pelo professor em sala de aula: AN02FREV001/REV 4.0 49 1) Disgrafia – é a dificuldade em representar a escrita (codificação gráfica). A pessoa poderá ler, porém possui limitações no momento de escrever o que foi lido e interpretado. Poderá apresentar problemas motores e de equilíbrio; 2) Disortografia – dificuldade em expressar-se por meio da escrita, verificado pela má elaboração de frases e erros ortográficos, associada a atrasos na compreensão da linguagem escrita; 3) Dislalia – é o mau pronunciamento das palavras, a pessoa omite ou acrescenta fonemas, troca sílabas ou deforma a palavra dita. Pode ser causada por deformações na boca, língua ou palato, por problemas no sistema nervoso ou por nenhum desses anteriores (dislalia funcional). Até os quatro anos de idade os erros de pronúncia são considerados normais, além de que fatores emocionais também podem causar tais características; 4) Dislexia – Esse distúrbio possui origem a partir de lesões cerebrais, alterações cromossômicas, hereditariedade, anoxia perinatal, AVC (acidente vascular cerebral). É um dos distúrbios mais complexos e de difícil diagnóstico; Consiste no baixo desempenho na alfabetização ou a total inexistência desse processo. A dislexia envolve o comprometimento no processamento periférico e central, sistema de análise visual e sistema linguístico, respectivamente. Portanto, o que a criança percebe visualmente é alterado, podendo não identificar as palavras nem figuras, ou lê palavras isoladas, mas não consegue ler muitas ao mesmo tempo, ou, ainda, lê letras, mas não a palavra. A dislexia não causa trocas de palavras ou letras como a dislalia, pois na maioria das vezes a criança que apresenta esse distúrbio não pode decifrar as letras nem as palavras. 5) TDAH – Transtorno do Deficit de Atenção por Hiperatividade – Esse distúrbio pode ser causado por fatores genéticos, alterações dos neurotransmissores ou fatores ambientais. Afeta a atenção e coordenação motora, a hiperatividade é exagerada, a criança pode apresentar irritação, impaciência e sono irregular. Algumas características que podem aparecer em sala de aula são: Responde antes de o professor terminar a pergunta; Encontra-se sempre desesperado para fazer tudo ao mesmo tempo; Não consegue aguardar a sua vez; AN02FREV001/REV 4.0 50 Não prevê consequências em seus atos, confrontando-se com situações difíceis e perigosas. 6) Discalculia – esse é um distúrbio neurológico que pode ser causado por anoxia perinatal ou qualquer acidente que afete o funcionamento do cérebro. Caracteriza-sepela dificuldade no aprendizado da matemática e a partir dos três anos de idade já é possível visualizar os sintomas: A criança não distingue os números, parecendo não reconhecê-los; Acha que todos os números são iguais; Confunde-se, não sabe dizer nem mostrar com os dedos sua idade; Não conta em sequência; Possui dificuldades para escrever os números; Não reconhece símbolos matemáticos. 7) Hiperlexia – É um distúrbio de linguagem muito complexo, suas características são consideradas praticamente o oposto da dislexia. Seus sintomas consistem em saber realizar a leitura, porém com grandes dificuldades em expressá- la gráfica ou oralmente. Existem autores que consideram a hiperlexia uma variação de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – TID. Algumas características que evidenciam a hiperlexia: Fácil aprendizado da leitura e da escrita, com excelente memória, porém apresentam associação com a hiperatividade; Crianças autodidatas que apresentam instabilidade emocional, irritando- se, sendo agressivas e antissociais; Aprendizado precoce antes dos cinco anos, sem estimulação; Alteração em um ou mais fatores – social, motricidade, cognição, afetividade ou linguagem; Uso indevido de regras pragmáticas, semânticas e sintáticas; Facilidade para armazenar informações isoladas, sem conseguir organizá-las com utilidade; Utilização de gírias na substituição de um discurso; Ecolalia que pode passar com o tempo; AN02FREV001/REV 4.0 51 Aprendizado tardio da linguagem falada, mas quando adquire, “conversa” monólogos e não diálogos; Leitura facilitada, sem compreender o conteúdo; A criança escreve conforme o primeiro tipo de letra que aprendeu a ler e demora a assimilar outro tipo; A linguagem escrita sobrepõe-se à oral; Tendência em escolher programas que sejam realizados apenas por ela mesma, isolando-se de grupos; Pode apresentar boa memória auditiva para o aprendizado em geral. Esses são alguns dos distúrbios mais comuns em salas de aulas, sendo que a criança que apresentar um ou outro sintoma descrito acima não terá necessariamente um distúrbio, sendo necessária uma avaliação individual com diversos profissionais, iniciando a partir da suspeita dos professores. FIM DO MÓDULO II