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DOCÊNCIA EM SAÚDE ORATÓRIA 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842o Oratória / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 103p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-142-1 1. Comunicação. 2. Oratória. 3. Elementos linguísticos. 4. Discursos. I. Portal Educação. II. Título. CDD 808.51 2 SUMÁRIO 1 BASES DA COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 3 2 ORATÓRIA ................................................................................................................................ 7 3 HISTÓRICO DA ORATÓRIA .................................................................................................... 15 4 ORGANIZANDO SUAS INFORMAÇÕES ................................................................................. 30 5 ELEMENTOS ESTRUTURAIS PARA ELABORAÇÃO DE UM DISCURSO ............................ 33 6 DIVISÕES DO DISCURSO E/OU APRESENTAÇÕES ............................................................. 34 7 TÉCNICAS PARA SEREM UTILIZADAS NA INTRODUÇÃO .................................................. 37 8 VOCABULÁRIO ........................................................................................................................ 53 9 ELEMENTOS PARALINGUISTICOS ........................................................................................ 55 10 COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL .............................................................................................. 56 11 CUIDADOS COM O USO DO MICROFONE............................................................................. 79 12 UMA VISÃO PANORÂMICA DE COMO ENCARAR, HOJE, A VOZ HUMANA ...................... 87 13 EXERCÍCIOS PARA O ESTIMULO FISIOLÓGICO .................................................................. 89 ANEXOS .............................................................................................................................................. 94 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 101 3 1 BASES DA COMUNICAÇÃO Na Grécia Antiga, no século de Péricles, diziam que havia três tipos de personalidade que poderiam ser atacados, respeitados e realizados. O primeiro era aquele que nascia com grandezas humanas; o segundo aquele que herdava grandezas humanas e o terceiro, geralmente o mais famoso, o que conquistava grandezas humanas. O primeiro não foi explicado, mas acreditamos que a genética e os estudos da hereditariedade poderiam esclarecer a sua natureza. O segundo possivelmente seria fruto da influência da sociedade. E o terceiro seria a personalidade que com ou sem duas personalidades anteriores conquistava valores humanos. Naquela época estes valores eram expressos pela capacidade de transmitir seus conhecimentos ou emoções. Os gregos naquela época compreenderam a importância da palavra oral, já que uma lei determinava aos 40.000 cidadãos livres atenienses que em um processo o acusado e o acusador deveriam defender-se pela própria palavra. O advogado era somente um assistente daqueles que atacavam ou defendiam. E acrescentavam que era muito vergonhoso um indivíduo não saber lutar com sua força física, pois a força física era fruto da mãe natureza e a capacidade para a linguagem oral dependia única e exclusivamente da vontade de cada um. Acreditamos que somente falando é que nossas qualidades e limitações se apresentam, completando a nossa verdadeira face. Este é, sem dúvida, um dos grandes benefícios do estudo da Oratória: modificar e melhorar a ideia dos nossos semelhantes sobre a nossa pessoa. Talvez por esse motivo Sócrates tenha dito: “Fala para que eu te veja.” Grande parte das pessoas – independente do nível sociocultural – sabe que pode desenvolver, realçar sua personalidade e aumentar o campo de suas oportunidades, aprendendo a falar convincentemente, mas muitos ficam parados na ideia de frequentar um curso de Oratória, outros fogem de situações sociais onde estaria estimulando sua comunicação. As pessoas que vão deixando o medo de falar em situações públicas adiam assim o aumento de suas possibilidades, esquecendo que o estudo da comunicação verbal e suas práticas enaltecem, destacam, realçam o belo, ordenam o raciocínio, disciplinam a mente, encorajam- nos, dão-nos segurança, ensinando a nos sentirmos e agirmos melhor. Dizia Léon Gambeta, em 1871, na condição de chefe da III República Francesa: 4 “Senhores Deputados. Muitas são as técnicas de Aristóteles a Cícero, Tácito e Quintiliano; mas, deixando de lado os estudos profundos da retórica, vou tentar transmitir aquilo que em minha vida de político das praças públicas ou ainda das assembleias e da Câmara me levou a esta posição. O que importa para a partida do orador, para o início, é que ele tenha um arquivo mental de onde possa tirar uma frase decorada e dizer no momento oportuno. Da mesma maneira, para fechar o discurso, deve ter uma série de frases arquivadas em sua memória e, quando sentir que é hora de encerrar, aplicá-las. Quanto ao meio do discurso, que alguns chamam de corpo, conheci oradores que começavam falando erradamente, confusos e com o tempo com a prática os erros foram diminuindo e os acertos aumentando. Mas senhores deputados. Tudo o que falei não valerá de nada se os senhores não cuidarem do conteúdo. Por exemplo: se devem falar sobre o esgoto de Paris, só há um solução: visitarem os esgotos de Paris e conversar sobre o assunto com aqueles que lá trabalham”. Seis componentes do circuito completo da comunicação humana 5 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª VEÍCULOS OU TRANSMISSORES MENSAGEM Fonte ou emissor humano Voz Vocabulário Expressão corporal Decodificadores ou receptores (ouvintes) Retorno ou feedback 6ª 6 1ª Parte – Emissor A primeira parte do esquema geral da expressão verbal é às vezes dividida: o indivíduo que pode ser apenas emissor e a fonte de transmissão é outra pessoa. Por exemplo: oradores que leem e os que escrevem. 4ª Parte – Expressão Corporal A expressão corporal pode fortalecer ou enfraquecer e até destruir a comunicação da voz e do vocabulário. 6ª Parte – Retorno Retorno ou retroalimentação para que o comunicador possa receber e aproveitar as influências do ouvinte ou de um auditório para manter ou mudar os planos. 3ª Parte – Vocabulário O vocabulário, constituído de sinônimos, antônimos ou palavras afins, leva à mensagem intelectual. Quando temos um público homogêneo devemos utilizar um vocabulário mais simples e sem erros. 2ª Parte – Voz A voz comunica mensagem emocional, temperamental, psicológica. Ela carrega, revela comfacilidade a personalidade. 5ª Parte – Decodificadores O decodificador ou decodificadores receberão a comunicação como receptores humanos de maneira fidedigna, se não houver interferências nos veículos. Esta interferência na física é denominada de ruído (ou barreiras). 7 2 ORATÓRIA O termo Oratória originou-se do latim oratória e significa a arte de falar ao público ou falar em público. É uma área do saber bastante ampla e de origem muito antiga, que perpassa toda a história da humanidade. Nos textos de oratória encontramos dois termos bastante comuns, são eles ‘eloquência’ e a ‘retórica’, importante à compreensão do que seja a arte da Oratória. Segundo LOPES (2000) a eloquência deriva do latim eloquentia e pode: “Referir-se à fala na sua dimensão prática. É a capacidade de falar, de se exprimir com facilidade, e está ligada à arte e ao talento de persuadir, convencer, deleitar ou comover por meio das palavras”. Do mesmo modo retórica é uma palavra originária da língua grega rhetoriké, que designa: “O conjunto de regras teóricas relativas à capacidade da eloquência; é o tratado que encerra estas regras. Refere-se, ainda, num outro sentido, aos adornos empolados ou pomposos de um discurso”. (Ferreira, 1975) A oratória ou arte de falar ao público foi a primeira forma de uso da palavra, com a finalidade de persuadir, convencer, vender. Sem a tecnologia da escrita os grandes oradores transpunham suas ideias em praças, ruas, escolas utilizando a comunicação oral como forma de expressão. Quando usamos a comunicação escrita temos regras gramaticais que devem ser seguidas, o mesmo deve ocorrer com a comunicação verbal, para que nossos pensamentos sejam transmitidos de forma clara, objetiva, organizada e que tenham efeito. A comunicação verbal formal, conferências, palestras, saudações, quanto ao esquema, 8 Retórica é igual à oratória informal de diálogo ou conversas com um pequeno grupo, de caráter social, de vendas ou ainda como em situações corriqueiras do dia a dia. A diferença maior é que na Oratória cerimoniosa existe uma necessidade maior de sinônimos, antônimos e analógicos, emprego de ornamentos de linguagem, volume de voz. A dramatização e as ideias de valor têm maior realce. Preparar um discurso é essencial ao êxito da fala. Nunca assuma uma tribuna sem ter em mente um plano de discurso. A composição didática de um discurso auxilia o orador na localização do conteúdo, aumentando sua confiança e objetividade, já que terão em mente todas as partes do discurso. O discurso pode ser entendido com uma exposição dos pensamentos e raciocínios preparada para uma determinada ordem, a fim de convencer os ouvintes. A definição de retórica é conhecida: arte de bem falar, de demonstrar eloquência diante de um público para conquistá-lo para nossa causa. Ao longo da história a retórica recebeu inúmeras definições muito semelhantes. Ainda hoje nos vemos obrigados a constatar a ausência de unidade de domínio quanto ao seu significado. Ela foi vista em primeiro lugar com Aristóteles como uma técnica de persuasão e é ainda desta forma que Perelman a define vinte séculos depois: “O objetivo desta teoria é o estudo das técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses apresentadas ao seu assentimento”. Na retórica antiga, a do tempo de Aristóteles, os termos convencer e persuadir apresentavam-se indiferentemente em seus textos. Atualmente, na nova retórica, defendida por Perelman & Olbrechts-Tyteca (1996), os termos distinguem-se quanto à argumentação, que é por eles considerada como o próprio discurso. 9 “Argumentação persuasiva é aquela que só pretende alcançar um auditório particular e argumentação convincente é aquela destinada a obter a adesão de todo ser racional”. O caráter argumentativo está presente desde o início: justificamos uma tese com argumentos, mas o adversário faz a mesma coisa. Neste caso a retórica não se distingue em nada da argumentação. Trata-se de um processo racional de decisão em situação de incerteza. Para os antigos, a retórica abrange tanto a arte de bem falar – ou eloquência – como o estudo do discurso ou as técnicas de persuasão e até de manipulação. Ouçamos o que Quintiliano expõe a este respeito: “O que melhor caracteriza retórica é ter sido definida como a ciência do dizer bem, porque isso abrange ao mesmo tempo todas as perfeições do discurso e a própria moralidade do orador, visto que não se pode verdadeiramente falar sem se ser um homem de bem”. A retórica trata sem dúvida de causas a defender ou teses a sustentar. Claramente existe alguém que se exprime e se dirige ao outro sem dúvida para convencê-lo, talvez para lhe agradar; às vezes para o pôr a distância. Ela é o encontro entre homens e linguagem na exposição das suas diferenças e das suas identidades. Sempre e em todos os casos a relação retórica consagra uma distância social, psicológica e intelectual, que é aleatório e de ocasião, que é estrutural ao manifestar-se em outras formas, por meio da argumentação ou sedução. Para Meyer & Toulmin (1994) a retórica é a negociação das distâncias entre os sujeitos. Esta negociação tem lugar por meio da linguagem (através da ou de uma linguagem) racional, emotiva, pouco importa. A distância pode ser reduzida, aumentada ou mantida conforme os casos. A “retórica aristotélica”, nome dado aos ensinamentos de Aristóteles referentes à elaboração do discurso, prega a necessidade vital deste ser fundamentado na lógica. A busca da lógica do discurso resultou na compreensão do mecanismo do pensamento, levando a uma explicação da constituição do discurso em partes, para se entender assim a estrutura da argumentação. 10 As Figuras da Retórica Determinadas formas de expressão são utilizadas desde a antiguidade como meio de enfatizar argumentos e embelezar seu conteúdo, de modo a despertar a atenção do ouvinte, aprofundando seu poder de persuasão. Essas formas fraseológicas foram primeiramente citadas por Aristóteles (s.d) como “figuras”. Surgem nos textos de Oratória com diferentes denominações: para Santos (1958), Otávio (1963), Perelman & Olbrechts-Tyteca (1996) são as figuras de retórica; para Ramos (1962), figuras de ornamento; para Melantonio (1979), figuras de estilo. As figuras de retórica aqui apresentadas são extraídas de obras de Santos (1958), Otávio (1963) e Melantonio (1979). 1. Metáfora: é a figura mais usada e mais importante no discurso. Consiste em transportar uma palavra ou um termo de seu sentido próprio para outro que lhe é aplicado por comparação. Exemplo: “A Inglaterra é um navio, que Deus na Mancha ancorou.” Castro Alves 11 2. Metonímia: utilizamos quando designamos uma coisa pela outra, pela sua relação íntima, como causa e efeito. Exemplo: “A cruz (religião) e a Balança (justiça). “Fumar um quebra-peito” (cigarro forte). “Os Portinari são valiosos” (quadros). Metantonio 3. Anáfora: é a repetição de uma ou mais palavras no início das frases ou períodos. Exemplo: “Tu, valente jovem.” Tu, que tantas vicissitudes conheceste, Tu, que em tantas batalhas pelejaste.” Santos “Nem tudo que ronca é porco, Nem tudo que berra é bode, Nem tudo que é luz é ouro, Nem tudo falar se pode.” Melantonio 4. Pleonasmo: é a repetição de um termo de forma enfática para reforçar o que se diz. É uma figura muito usada na Oratória forense. Exemplo: “Ambos os dois falaram”. “Entrou para dentro”. 12 “Vi com meus próprios olhos”. 5. Eufemismo: expressão usada para se amortecer uma ideia, ocultando ou amenizando algo desagradável. Exemplo: “A criança voou para Deus”. (equivale a: A criançamorreu) 6. Sinédoque: é usado para empregar o todo por uma parte; aquilo que significa mais pelo que significa menos, ou o contrario. Exemplo: “As asas cortam os céus.” (asas são partes dos aviões). 7. Hipérbole: é o aumento exagerado da expressão para lhe dar mais importância. Exemplo: “está a cidade inundada do sangue de seus filhos” (Santos, 1958a). 8. Antítese: é a aproximação de ideias ou palavras opostas, realçando o pensamento oculto das mesmas. Exemplo: “Ser mãe é andar chorando num sorriso!” “Ser mãe é ter o mundo e não ter nada!” “Ser mãe é padecer no paraíso.” (Coelho Neto apud Melantonio, 1979). 9. Apóstrofe: é uma forma de invocar ou interpelar uma pessoa, viva ou morta, algo real ou imaginário. Exemplo: “Ó liberdade, onde estão os teus filhos diletos?” “Senhor Deus dos desgraçados”. 13 Dizei-me vós, senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus...” (Castro Alves apud Melantonio, 1979). 10. Prosopopeia: é uma forma na qual se atribui vida a seres ou coisas inanimadas ou ausentes. Exemplo: “Ó noite, que notícias trazes do meu amor?” (Santos, 1958a). 11. Elipse: é a omissão de termos que ficam subentendidos. Exemplo: “Parabéns” (Eu lhe desejo parabéns) “Nada de novo no front.” (Há) (Melantonio, 1979). 12. Ironia: é uma expressão que em função do contexto em que está inserida, significa exatamente o contrário do eu se diz. É também conhecida como dissimulação e as mais fortes são chamadas de sarcasmo. Exemplo: “Olhem quem está ai: minha sogrinha, minha segunda mãe, esse coração de ouro, essa pomba sem fel. E a linguinha, como vai, bem afiada? Sente aqui, minha santa, junto de seu genrinho querido, vamos vasculhar o lixo da Bahia”. (Jorge Amado apud Melantonio, 1979). 13. Repetição: é uma maneira que consiste em repetir uma palavra ou um termo com o intuito de insistir na ideia, dando-lhe mais ênfase. Exemplo: 14 ”Divertia-os o ódio, divertia-os a inveja, divertia-os a ambição, divertia-os o interesse, divertia a soberba, divertia-os a autoridade e ostentação própria”. (Pe. Antônio Vieira apud Melantonio,1979) 14. Interrogação: é uma forma de suscitar uma questão para logo em seguida resolvê-la, despertando o interesse do ouvinte. Exemplo: “Quereis ver o que é a alma? Olhai para o corpo sem a alma”. (Pe. Antônio Vieira apud Otávio,1963) 15. Epístrofe: é a repetição de um termo no fim das proposições. Exemplo: ”É sempre a mesma coisa, é sempre a mesma coisa”. (Machado de Assis apud Melantonio, 1979) 16. Gradação: é a maneira de enumerar as ideias em certa ordem, aumentando ou diminuindo a vivacidade do pensamento. Exemplo: “Ide, correi, voai, que por vós chama o rei, a pátria, o mundo, a glória”. (Silva Alvarenga apud Melantonio, 1979) 17. Reticência: é a sustentação do pensamento para causar maior impressão, fazendo com que o ouvinte fique contemplado o orador por alguns segundos. Exemplo: “um pregador vestir como religioso e falar como... Não o digo por respeito ao lugar”. (Pe. Antônio Vieira apud Otávio,1963) 15 Antiguidade 3 HISTÓRICO DA ORATÓRIA A preocupação de falar vem provavelmente desde a idade da pedra, quando os feiticeiros, o chefe militar ou o patriarca, enfim, os condutores dos aglomerados humanos, precisavam usar da palavra para provocar ações mais eficientes por parte do grupo dirigido. No começo a força bruta era utilizada em nome do grupo, com o tempo a força da inteligência passa a dominar, e esta foi aplicada pela arte de comunicar com as palavras. As multidões se contagiavam e aumentavam o ânimo para as lutas, para o trabalho ou novos empreendimentos pela palavra orientada pelo raciocínio lógico. Verificamos principalmente com as civilizações do Egito, Mesopotâmia, Palestina, Grécia e Roma. Foi na Grécia que o domínio da comunicação verbal começou a permitir a resolução de determinados problemas, tendo a palavra atingido um grande poder, foi quando possibilitou um progresso mais acentuado. Com a evolução já bem definida temos registros históricos incontestáveis da Oratória científica, baseada em princípios psicológicos, em ideias práticas e com determinadas regras, pretendendo a exposição oral ser harmoniosa. Cinco séculos antes de Cristo surgiu na Magna Grécia, na Sicília, cidade de Siracusa, a primeira escola de Oratória, dirigido por Córax, considerado um dos criadores da retórica, seguidor de Empédocles. Essa Escola Siciliana pregava métodos sobre a eficácia e a didática da Oratória, que determinavam: 1) Que o discurso devia consistir de uma introdução; 2) De uma narrativa; 3) De uma argumentação; 4) De afirmações; 5) De conclusão. 16 Naquela época os estudiosos já entendiam que este esquema mental não seria apenas para situações formais de comunicação, mas sim para qualquer tipo de comunicação verbal ou escrita. Os historiadores da vida em Atenas concluíram que na época do apogeu tudo dependia do povo e o povo dependia da palavra. Nessa época os gregos começaram a desenvolver a paixão pela arte da palavra oral e uma das causas que mais contribuiu para a multiplicação de oradores da Grécia antiga foi uma lei que obrigava as partes em litígio a apresentar pessoalmente, verbalmente, sua própria defesa diante dos juízes. Professor notável desse período foi Isócrates, mas, sem dúvida alguma, o mais importante dos pioneiros da Oratória científica foi Aristóteles, pois após trezentos anos de sua morte ainda existem escolas de Oratória que seguiam à risca as orientações aristotélicas. Mais tarde, com a influência asiática de artifícios complicados, houve certa decadência da Oratória em geral. Dentre os inúmeros professores de Oratória e logógrafos (era aquele que fazia discursos perante os tribunais de Atenas no Período Clássico, normalmente era alguém desconhecido e não cobrava honorários) que alcançaram fama, cabe um papel importante para Isócrates, que foi um dos maiores professores de retórica, que igual a um grande número de professores da arte de falar, eram medíocres na prática da fala, mas competentes para transformar seus alunos em grandes líderes. Isso também acontece em outras atividades como no teatro, cinema e na televisão, pessoas que não têm capacidade para representar mas sim para dirigir. Isócrates era dominado por uma timidez patológica. Sua voz não era adequada para Oratória em praça pública, por esse e outros motivos nunvca falava em público. Na sua célebre obra “Panegírico” (curiosamente a palavra, na Roma antiga, denominava-se o discurso elaborado para celebrar a vida de uma personagem ilustre) trabalhou dez anos ininterrupitamente nesta obra. Quando perguntavam como é que um homem que não era orador podia ensinar Oratória, ele respondia serenamente: “Porque sou semelhante a uma pedra de afiar, que não corta mas faz com que muitos metais cortem”. http://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas 17 Aristóteles foi outro nome importantíssimo no estudo da Oratória científica, nasceu em Estagira, na calcídica, filósofo grego seguidor de Platão e professor de Alexandre, o Grande, é considerado o criador do pensamennto lógico. Sua obra, “A Arte Retórica”, posui três livros e ensina que a Oratória: Deve ser corretiva visando à justiça; Instrutiva visando ao ensino e; Defensiva visando a neutralizar as agressões. É famosa sua colocação de que: “É mais grave a pessoa não saber se defender pela palavra do que pelas suas próprias mãos”. O regime democrático muito contribuiu para o desenvolvimento da Oratória, principalmente em Atenas, onde o respeito pela opinião pública era muito grande. A maioria dos importantes nomes atenienses eram também notáveis oradores, quer fossem filósofos, militares ou políticos. Por exemplo: sócrates, Platão,Aristóteles, Péricles, Demóstenes, Temístocles e alcebíades, que conseguiram dominar as elites e multidões graças aos seus dotes oratóricos. O mais famoso de todas as épocas foi Demóstenes, orador ateniense que viveu de 384 a 322 a. C. Devemos destacar seu empenho no uso de seu talento e eloquência nos quinze anos que dedicou ao combate às ambições de Filipe da Macêdonia, pronunciando contra ele inúmeros discursos admiráveis denominados As Filípicas, e muitos outros como A Oração da Coroa. Demóstenes tem uma particularidade. Na juventude tinha sérios problemas de articulação e conseguiu superar esta dificuldade com técnicas que ele mesmo desenvolveu, colocando pedras na boca e discursando para o mar, forçando a musculatura do aparelho fonador. Ainda na Grécia temos o notável retórico Longino, que nos legou úteis elementos para que apliquemos hoje. Na antiga Roma devemos destacar os irmãos Tibério e Caio Graco, Catão, Marco Antônio, Bruto, Júlio Cesar, Cícero (Marco Túlio Cícero viveu de 106 a 43 a. C.) e Quintiliano, que restauraram métodos para atingir a mente e o coração dos ouvintes. 18 Júlio Cesar foi magnífico escrior quanto ao estilo, vocabulário, ideias e elegância. Foi um grande orador não só para a elite romana e generais, mas também para os soldados e o povo em geral. Sua personalidade e comunicação transformaram-no em um líder que até hoje fornece ensinamentos práticos aos que almejam liderança em qualquer agrupamento humano. Plutarco, Suetônio, Dante, Shakespeare, Voltaire, Goethe e todos os grandes da cultura e das lideranças sempre sentiram fascínio por Júlio Cesar. Sua Oratória é tão importante quanto sua obra escrita e sua atuação política e militar. Seu fim trágico deve-se à sua grande preocupação com o povo, ser amado por ele e combatido pelas classes altas, que incapazes de combatê-lo pela palavra resolveram assassiná-lo. Cícero é considerado o apogeu da Oratória romana. Sua fama deve-se em grande parte pelo discurso contra Catilina. Não teve rival na eloquência judiciária pela riqueza de sua imaginação, pela flexibilidade de seu espírito cheio de graça e sedução, pela sua habilidade dialética. Pena que seja um pessímo modelo político. Era de uma ambição desmedida e vaidade que atingia o ridículo. Talvez tenha sido menos veemente que Demóstenes na eloquência política, porque Demóstenes tinha sempre um lastro de força moral para falar e Cícero era oportunista. Ele é a suprema expressão do gênio latino. Sua cultura jurídica foi de grande valor e é apontado como sendo o pai da filosofia do Direito. Marco Fábio Quintiliano, retórico latino, nasceu em 1934, possivelmente na Espanha. Estudou em Roma para formar-se na arte oratória e nas escolas de declamação. Tornou-se advogado, lecionando, ao mesmo tempo, retórica. Sua obra principal é Instituição Oratória, que se transformou em uma espécie de bíblia para os mestres da retórica em todas as épocas. Ainda hoje esta obra pode ser utilizada, desde que o orador tenha desenvolvido uma qualidade importante: a adaptabilidade. Está dividida em 12 livros, destacando o seguinte: “Não se exija de mim o que muitos quiseram fazer, isto é, encerrar e circunscrever a arte em limites necessários e imutáveis. Não conheço arte dessa espécie. A retórica seria coisa facílima se fosse possível reduzi-la a sistema. Não quero submissão a regras muito uniformes e demasiadamente gerais: não há regra que não possa, que não deva violar às vezes. Não pensem os jovens saberem tudo por terem lido alguns resumos de Retórica. A arte de falar demanda grande trabalho, estudo contínuo, longa experiência, muito exercício, prudência consumada, cabeça sadia e sempre presente. Só assim as 19 Idade Média Renascença regras bem aplicadas podem ser úteis. E só assim aprendemos a utilizá-las sem nos escravizarmos a elas”. Tácito (65 a 120 d. C.) escreveu o “Dipalogo dos Oradores”, no qual declara a respeito do antigo ensino: “O discípulo habituava-se a frequentar a casa do mestre, a acompanhá-lo fora de casa, a ouvir tudo o que dizia, quer diante dos juízes, quer nas assembleias, de sorte que assistia mesmo ao embate das réplicas, estava presente nas disputas e aprendia a guerriar, por assim dizer, no próprio campo de batalha. Uma grande prática, muita segurança, notável discernimento, tais eram as vantagens daí resultantes para os que estudavam”. Durante a época medieval o ensino era para a minoria, tinha como fim preparar os jovens nas artes literais que compreendiam o trivium: estudo da Gramática, Retórica e Lógica; o quadrivium: estudo da Aritmética, Música, Geometria e Astronomia. Estudavam nas universidades teologia, Medicina e Direito. Neste preríodo o cristianismo fez renascer a Retórica e a eloquencia do púpito que lançou os padres Basílio e João Crisóstomo e os padres latinos Santo Ambrósio e Santo Agostinho. O movimento histórico das cruzadas teve como grandes eloquentes Pedro e Eremita. São Bernardo, Tomás de Aquino e São Boaventura formam o conjunto de oradores que antecederam a Renascença, de interrese para os religiosos e também para aqueles que cultivavam a cultura grega. A Oratória no século XII e dominada pela escolástica (filosofia medieval de características cristãs, que surge para suprir as exigências da fé; ocorre no período do século IX até o século XVI, ou seja, até o final da Idade Média), método que consiste em raciocionar, formando silogismo e usando a memorização. Neste período ocorre o declínio da Oratória. 20 História Moderna e Contemporânea Na Renascença ressurge a eloquência. Na Itália o ápice será com o frade Jerônimo Savanorola, que tocou não só a república de Florença mas também a Itália e Europa. Ele é considerado o maior orador de seu século. Seu poder com a palavras resultaram em sua prisão, tortura e julgamento por um mês, sendo queimado em praça pública. Na Pré-Renascença e na Renascença a Oratória é ainda mais religiosa. No período da Reforma surgem os pregadores evangélicos Lutero e Melanchton na Alemanha e Calvino na Suíça. A contrarreforma de Inácio de Loyola movimenta a Igreja de Roma para reformulação da Homilética. Serão mencionados nomes de grandes personagens que podem ajudar muito no estudo da comunicação verbal. Estes modelos devem ser adaptados às circunstâncias comunicativas. Ingleses: Lord Chatham, William Pitt, Gladestone, Lloyd George e Churchill. � Winston Leonard Spencer- Churchill nasceu em Blenheim Palace, Oxfordshire, em 30 de novembro de 1874 e faleceu em 24 de janeiro 1965. Foi conhecido como o mais célebre político britânico. http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Churchill_portrait_NYP_45063.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Churchill_portrait_NYP_45063.jpg 21 Hindus: Krishnamurti, Gandhi, Tagore, Nehru, e Indira Gandhi. Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em 2 de outubro de 1869, na Índia Ocidental, cursou a faculdade de Direito em Londres. Em 30 de janeiro de 1948 foi assassinado em Nova Déli, capital da Índia. Chineses: Sun-yat-sen e Mao-Tsé-tung. Mao-Tsé-tung nasceu na aldeia de Shaoshan, província de Hunan, China, em 26 de dezembro de 1893. Filho de camponeses, faleceu em 9 de setembro de 1976. Italianos: Mazzini, Cavour, Garibaldi, Ferri, Mussolini, Togliatti, Neni, Saragatte e Gronchi. � http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Gandhi_studio_1931.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Gandhi_studio_1931.jpg 22 Alemães: Bismark e Hitler. Benito Mussolini nasceu em Dovia di Predappio em 29 de julho de 1883, filho de ferreiro socialista e de uma professora primária. Foi jornalista e político. Foi fuzilado pelosguerrilheiros da Resistência Italiana em 28 de abril de 1945. Adolf Hitler nasceu em Braunau am Inn, Áustria, em 20 de abril de 1889, e faleceu em Berlim, em 30 de abril de 1945 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Braunau_am_Inn http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81ustria http://pt.wikipedia.org/wiki/20_de_Abril http://pt.wikipedia.org/wiki/1889 23 Norte-Americanos: Lincoln, Samuel Adams, Daniel Webster, Franklin D. Roosevelt e os Kennedys. John F. Kennedy nasceu em 29 de maio de 1917 no Brookline, Massachusetts, EUA. Em 1940 se formou em relações internacionais na Universidade de Harvard. Foi assassinado em 22 de novembro de 1963 na cidade de Dallas. Latino-americanos: Bolívar e San Martin, Jose Julián Martí Pérez, Belizário Roldán, Sarmiento, Donoso Cortés, Alfredo Palácio. Franceses: Bossuet, Fénelon, Robespierre, Camile Desmoulins, Napoleão, Lamartine, Louis Blanc, Victor Hugo, Malraux. Egípcio: Nasser e Sadat. Irlandeses: Daniel O´Connel e G. B. Shaw. Portugueses: Padre Antonio Vieira, Almeida Garret, Alexandre Herculano, Vieira de Castro, Latino Coelho, Afonso Costa, Braga e Mário Soares. No Brasil a Oratória, segundo Sodré (1967), teve seu início com os povos indígenas, que desde a época do descobrimento são tidos como seres vibrantes e comunicativos. Este 24 relato baseia-se nos escritos de Pero Vaz de Caminha, da primeira carta por ele enviada a Portugal. Os jesuítas portugueses Manoel da Nóbrega e José da Anchieta foram os primeiros grandes oradores registrados na história do Brasil. Eles foram responsáveis pela catequização dos índios, cativando-os pela palavra falada, ainda que na língua indígena. Foram os precursores dos grandes pregadores religiosos que tiveram muita influência no desenvolvimento cultural do Brasil colonial. Entre eles são citados Antônio de Sá e Eusébio de Matos, o mais famoso de todos eles é o padre Antônio Vieira. Manoel da Nóbrega nasceu em 1517, Entre-Douro-e- Minho, Portugal. Formou-se bacharel em Direito Canônico e Filosofia na Universidade de Coimbra. D. João III pede ao Padre Manoel da Nóbrega que acompanhe a armada de Tomé de Sousa, chegando ao Brasil em 1549. Em 1570 faleceu no Rio de Janeiro, no dia que completaria 53 anos de idade. Padre José de Anchieta nasceu aos 19 de março de 1534 em Tenifre, Ilhas Canárias. Aos 14 anos de idade foi estudar em Coimbra. Fez o curso superior de Humanidades. Iniciou sua vida religiosa na Companhia em 1551. Adoeceu seriamente no Noviciado e após os votos foi destinado ao Brasil, por sua fama de bom clima para doentes. Faleceu no dia 9 de junho de 1597, aos 63 anos. 25 Antônio Vieira, o mais famoso orador religioso, nasceu em 6 de fevereiro de 1608 em Lisboa, aos 6 anos de idade. Em 1614 partiu para o Brasil com a família. Em 1635 é ordenado sacerdote. Morreu em 18 de julho de 1697, com 89 anos. O mais belo sermão de Vieira foi pronunciado em 1640, na igreja Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. Foi um discurso de cunho político, contra a invasão dos holandeses e pelo sucesso das armas de Portugal. Era reconhecido como grande orador por utilizar recursos que impressionavam a plateia como voz potente, entonação expressiva, firmeza e energia nas palavras e gestos repletos de vigor. Em 1655 pronuncia o Sermão da Sexagésima, no qual faz importantes considerações sobre a arte da oratória. “Antigamente pregavam bradando, hoje pregam conversando. Antigamente a primeira parte do pregador era boa voz e bom peito. E, verdadeiramente, como o mundo se governa pelos sentidos, porém, às vezes, mais os brados que a razão (...)”. Mas acrescenta que “(...) O praticar familiarmente e o falar mais ao ouvido que aos ouvidos não só concilia mais atenção, mas, naturalmente e sem força, se insinua, entra, penetra e se mete na alma’”. O regime colonial no Brasil não favorece o desenvolvimento da oratória política, pela falta de liberdade. Somente depois da revolução portuguesa, em 1820, é que surgem novos oradores importantes. Os parlamentares que têm destaque neste período são: Antônio Carlos e Diogo Feijó, Lino Coutinho e Cipriano Barata. No Império, destacaram-se, sobretudo, os Andrada: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e o mais famosos deles, José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como “o moço”. 26 Neste período devemos ressaltar a oratória sacra no Império, representada principalmente pelo frei Francisco de Mont’Alverne. Depois de padre Vieira ele foi o que mais despertou o entusiasmo e empolgação nos ouvintes, por possuir uma voz forte e sonora, boa entonação e gesticulação. Na República, o Brasil retoma um período de certa liberdade, com o exercício dos três poderes: legislativo, executivo e judiciário. Tanto a Câmara como o senado contou com grandes oradores, sendo os mais conhecidos Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Epitácio Pessoa, Assis Brasil, Barbosa Lima, Irineu Machado, Nilo Peçanha, Coelho Neto e Moniz Sodré. José Bonifácio nasceu em Santos (SP), em 13 de junho de 1763. Em 1783 seguiu para Portugal para cursar Direito na Universidade de Coimbra, crescido ainda de estudos em matemática e filosofia natural. Retorna ao Brasil em 1819, com 56 anos. Morreu em Niterói, em 6 de abril de 1838. 27 A partir de 1930 a oratória brasileira, sobretudo neste ano da revolução, notabilizou-se por meio do orador gaúcho: João Neves da Fontoura. Na época das constituintes que se seguiram à revolução, alguns nomes se destacaram como Alcântara Machado, Fernando Magalhães e, posteriormente, Afonso Arinos, já na época do conhecido orador, presidente Getúlio Vargas. Merecedor de grandes elogios à sua eloquência, pois ainda é considerado por muitos o maior orador brasileiro de todos os tempos, apesar de tecer discursos longos e cansativos, mas que normalmente encantavam as plateias. Nasceu em 5 de novembro de 1849, em Salvador, na então Província de Bahia. Faleceu em Petrópolis, em 1 de março de 1923. Getúlio Vargas consegue a vitória na revolução de 30, iniciando uma fase de reformas sociais e políticas no País. 28 Depois da morte de Getúlio, apareceram nomes famosos por seus discursos veementes, como o de Gustavo Capanema e Otávio Mangabeira, que mesmo com certa idade ainda fazia discursos memoráveis. Em 1956 toma posse o presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, que gostava de falar às massas e que viria a conquistar uma grande parcela da população por meio de seus discursos. Possuía enorme eloquência e tornou-se notável por seus pronunciamentos, sobretudo pelo entusiasmo e entonação de suas palavras. Juscelino Kubitschek nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902. Formou-se em Medicina em 1927 e iniciou sua carreira política em 1934. Eleito Presidente da República de 1956 a 1961, faleceu de acidente automobilístico em Resende, no dia 22 de agosto de 1976. . Em 1931, casou-se a Gomes de Lemos. Carlos Lacerda foi revelado como orador ao se tornar governador do estado da Guanabara. Sodré (1967) refere-se a ele como uma pessoa “que se dirigia sempre à inteligência de seus ouvintes e, raras vezes, ao seu coração”. Era duro em suas palavras, mas falava com vivacidade e grande eloquência. Nasceu no dia 30 de abril de 1914 em Vassouras, no Rio de Janeiro. Foi jornalista, escritor e um importantepolítico brasileiro. No dia 21 de maio de 1977 Carlos Lacerda morreu com 63 anos, no Rio de Janeiro. 29 Melantonio (1979) refere-se ao político e orador Jânio Quadros como: “Jânio Quadros o único político brasileiro capaz de se fazer entender por qualquer pessoa”. Outros grandes oradores brasileiros: Monte Alverne, Tobias Barreto, Visconde de Ouro Preto, Campos Salles, Joaquim Nabuco, Machado de Assis, Eduardo Prado, Coelho Neto, Basílio Machado, Alcântara Machado, Olavo Bilac, Altino Arantes, Otavio Mangabeira e seu irmão Mangabeira, Maurício e Carlos Lacerda (avô, pai e neto), Pedro Calmon, Plínio Barreto, João Neves da Fontoura e Oswaldo Aranha, Cassiano Ricardo, senador Franco Montoro, Décio Ferraz Alvim, Antonio Picarollo, entre outros. 4 ORGANIZANDO SUAS INFORMAÇÕES Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 25 de janeiro de 1917. Formou- se em Direito no ano de 1939. Morreu em 16 de fevereiro de 1992, na capital paulista. 30 O Assunto Para preparar uma boa apresentação é preciso que você tenha em mente que ela deve ir ao encontro do interesse dos ouvintes, desenvolver o assunto de forma clara, lógica e concatenada, além de atingir os objetivos propostos. Deverá criar um roteiro que permitirá a você orientar-se passo a passo à procura das informações apropriadas para as circunstâncias de cada apresentação, de acordo com o tema, os seus objetivos e o público que irá ouvi-lo. Geralmente somos convidados para falar sobre um assunto que se relaciona com nossa profissão, nosso interesse pessoal ou até acontecimentos da nossa vida. Mas isso não significa que o orador não deva escolher o tema a ser abordado. Sendo assim, escolha corretamente o assunto que irá desenvolver na sua apresentação. a) Fale sobre uma questão atual; b) Trate de um assunto no qual tenha autoridade; c) Escolha um tema que você goste; d) Coloque uma nova roupagem nos velhos assuntos; e) Opte por uma questão pertinente à circunstância; f) Decida-se por um assunto com tempo para ser pesquisado e apresentado; g) Fale sobre um ângulo do tema que o auditório ainda não tenha ouvido. 31 O ouvinte Objetivos O que você de fato deseja obter com sua apresentação? Devemos saber claramente o que pretendemos, não ocorrendo desvio em nossa exposição, para que possamos organizar a forma verbal e não-verbal da nossa comunicação. Ter em mente nossos objetivos: eles podem aparecer separadamente, ao mesmo tempo ou ainda de forma alternada em uma mesma apresentação: a) Informar; b) Persuadir e Motivar; c) Entreter; d) Promover-se. Precisamos saber para quem iremos expor nosso pensamento. Para que tudo esteja adequado ao público, ao local, às situações novas, às solicitações do público, ao tempo climático e horário, à intensidade a voz, ao tipo de vocabulário, à extensão e à abrangência de gestos, assim como selecionar as informações, considerando a expectativa e a necessidade dos ouvintes. Para conhecermos os ouvintes temos que considerar: a) A forma como as pessoas ouvem: considerar que as pessoas têm dificuldades para escutar por algumas das seguintes razões: Dificuldade de concentração; Audição seletiva; Prejulgamento e distorções; Qualidade da mensagem. b) Os motivos que as levaram à apresentação. c) Quanto os ouvintes já sabem sobre o assunto. d) Quanto os ouvintes gostariam de saber e quanto desejamos informar. e) Suas motivações de vida. f) Qual o espírito de participação dos ouvintes. g) Características do público que influenciam na preparação. As principais características são: Sexo; 32 Local e Circunstância Pesquisar as informações Idade; Nível sociocultural; Raça. Alguns cuidados com o local e as circunstâncias que cercam a apresentação ajudam a indicar o melhor caminho para alcançarmos um bom resultado com o público. O orador deve considerar e se informar quanto: a) Ao tamanho do auditório; b) Ao local onde será realizada a apresentação; c) Aos recursos disponíveis; d) Ao apoio da apresentação; e) Ao que aconteceu antes da sua apresentação. Depois de termos definido o assunto, traçado os objetivos da apresentação, identificado as características dos ouvintes, boa parte da pesquisa e da escolha das informações já terá sido realizada, daí temos que completar o levantamento de dados. a) Comece a pesquisar a montagem da apresentação pelo assunto central; b) Não censure; c) Recorra aos próprios conhecimentos; d) Converse com outros especialistas; e) Consulte bibliotecas, livrarias e arquivos de jornais; f) Consulte filmes; g) Visite o local; h) Monte um arquivo; i) Concentre-se no assunto; j) Separe e relacione as informações. 33 5 ELEMENTOS ESTRUTURAIS PARA ELABORAÇÃO DE UM DISCURSO As partes de um discurso devem ser preparadas e analisadas separadamente, apenas para cumprir a finalidade didática, cada uma dentro de sua função e objetivo. Quando o discurso for apresentado ao público, as passagens de uma parte para outra deverão ocorrer tão naturalmente que o auditório não poderá notá-las, apenas o observará como um todo. Para que isso ocorra é importante a existência de: a) Interdependência entre as partes do discurso Cada parte do discurso deve ter participação na composição do conjunto do discurso. Devemos ver a peça da oratória como um bloco único, mesmo que elaborado separadamente. b) Proporcionalidade Não existe uma medida fixa que determine o tamanho e o tempo que se consumirá em cada parte do discurso. Isso irá variar de caso para caso, dependendo sempre das circunstâncias que cercam o discurso. Tendo isso em mente devemos nos deter no tempo que deve dispor cada parte do discurso. Isso indica que a introdução e a conclusão deverão ser curtas e o corpo do discurso mais extenso, guardando sempre essa proporção sugerida. c) Elucidação O auditório é quase sempre de conjunto heterogêneo e com atenção e interesse que não resiste a mais leve dificuldade de entendimento. Por isso deverá marcar cada ideia, cada informação, sem forçar a concentração e o raciocínio do auditório. 34 6 DIVISÕES DO DISCURSO E/OU APRESENTAÇÃO O orador que não souber organizar sua fala, colocando cada informação em seu momento adequado e apropriado, poderá conduzir sua apresentação para algo monótono ou prolixo, não havendo bom aproveitamento do tempo. Didaticamente o discurso ou apresentação possui quatro partes, facilitando sua elaboração e compreensão por parte do orador e do ouvinte. As normas seguidas pelos oradores em situações ou discursos formais ou informais são baseadas na ordem retórica organizada por Aristóteles. Hoje se utiliza a divisão abaixo descrita. Vocativo 1. Introdução Exórdio Proposição 2. Preparação Narração Divisão Confirmação 3. Assunto central Refutação 35 Recapitulação 4. Conclusão Epílogo INTRODUÇÃO OU EXÓRDIO “É a oração que prepara o ânimo do ouvinte para receber bem o restante do discurso”. Cícero Tecnicamente, a introdução possui dois elementos que se fundem durante sua apresentação – o vocativo e o exórdio. Esta divisão tem em vista apenas o princípio didático, sendo em sua essência a própria introdução. O termo exórdio é bastante conhecido na literatura antiga que trata deste tema. Objetivos A plateia pode estar interessada no tema, mas o ângulo de abordagem pode não ser o que ela espera. Isto pode gerar resistências, pois as pessoas podem achar que seus interesses serão contrariados. Cabe ao orador utilizar docilidade e benevolência ao buscar levá-lasa “baixar a guarda” e se deixar guiar por seu raciocínio. O objetivo da introdução tem três pontos importantes: Conquistar a atenção dos ouvintes Romper barreiras ou resistências Cativar sua disposição favorável 1 36 Características como: Duração A introdução deve ser breve. Segundo Polito, em uma apresentação acima de 15 minutos a introdução deve ocupar aproximadamente 10% do tempo, ao passo que em uma apresentação de até 10 minutos, 20%. Esta medida de tempo deverá ser adaptada à situação comunicativa. Se o orador, por exemplo, tiver de enfrentar uma plateia hostil, é natural que a introdução se prolongue para a conquista do auditório. Relação com o assunto Toda informação que estiver contida na introdução deverá estar relacionada com o corpo do discurso e com a conclusão. Como sabemos, a introdução deve romper as barreiras porventura criadas, mas o que ela tem de maior valor é a ligação com o assunto. É em seu encerramento que colocaremos o desenvolvimento do tema a ser tratado. Vocativo É o cumprimento ao auditório – momento de chamarmos a atenção dos ouvintes para nossa presença. Deve ser adequada à circunstância, principalmente quanto ao grau de formalidade. Quando houver uma plateia com ouvintes desconhecidos ou hierarquias importantes, o vocativo deve ser mais formal. Quando a plateia é mais amistosa, é permitido um vocativo menos formal. O vocativo “Senhoras e Senhores” resolve a maioria das situações. Em um evento mais solene, em que há composição de mesa, cumprimentar-se primeiramente a mesa e depois os demais membros ouvintes. Para uma situação de grupo, como amigos do trabalho, colegas de empresa, cabe, por exemplo: “Olá pessoal” ou “Como vão vocês?” Lembre-se que o vocativo deve ser uma espécie de abraço na plateia. A maneira como recebemos estas pessoas irá refletir no bom ou mau andamento de nossa apresentação. 37 A - Para todos os tipos de circunstâncias 7 TÉCNICAS PARA SEREM UTILIZADAS NA INTRODUÇÃO Aludir à ocasião Trata-se de um breve comentário sobre a presença dos ouvintes e uma breve referência ao tema que será abordado. Exemplo: discurso do presidente da Bolsa Mercantil & Futuros, Manoel Pires da Costa, aos empresários e ao então Ministro da economia Marcílio Marques Moreira, em 8 de junho de 1992. O presidente introduziu o assunto aludindo à ocasião: “Raros são os momentos da vida brasileira em que um universo tão representativo une-se para defender plataformas comuns. Mais de mil empresários, partindo dos mais remotos recantos deste País, representando a indústria, o comércio, a agricultura, o setor financeiro e os serviços em geral, encontram- se aqui para transmitir uma mensagem simples e direta: queremos a modernização já”. Elogiar ou valorizar a plateia Aqui iremos demonstrar interesse e disposição para com a plateia, de maneira a valorizá-la por estar naquele local. Usar as características positivas do orador Devemos sutilmente demonstrar conhecimento do assunto, através da experiência ou pela formação técnica. Quando o público for desconhecido, busque colocar estes dados com sutileza. Em uma situação de palestra técnica, seus dados pessoais são relevantes. Brincar com 38 B - Para a conquista dos ouvintes características físicas, inabilidades ou erros cometidos é também uma forma de conquistar os ouvintes, usando sua própria pessoa. _______________ *Cópia do discurso distribuída para publicação na imprensa. Frase ou informação que provoque impacto A frase deve ser preparada anteriormente e ser colocada como se fosse uma manchete de jornal sensacionalista. O fato, embora exagerado, não pode ser mentiroso, pois isso deixaria o orador sem credibilidade frente ao auditório. ◆ Fato bem-humorado O fato bem-humorado não é a piada. Ele deve surgir do ambiente ou da mensagem que estamos transmitindo. Estará relacionado ao estado de espírito da plateia. Esta poderá responder positivamente ou mesmo de forma indiferente. Sendo esta a realidade, tome isso como algo passageiro e dê prosseguimento ao assunto que irá abordar. 39 C - Para vencer a hostilidade do público ◆ Uma história ou narrativa interessante Esta técnica desperta naturalmente a curiosidade da plateia, levando-a a se portar de forma bastante receptiva e curiosa sobre o tema que será colocado posteriormente. ◆ Levantamento de uma reflexão Estimule a curiosidade do ouvinte sobre um assunto importante e que se relacione com eles, levando-os a refletir. Enquanto raciocinam sobre o que foi exposto, o orador lançará o argumento principal, obtendo assim o interesse dos ouvintes. ◆ Apresentação da utilidade, das vantagens e dos benefícios do assunto Apresentar as vantagens do assunto estimula a curiosidade do ouvinte, levando-o a estar atento ao assunto abordado. Este recurso é útil para outras situações, mesmo quando não temos um público hostil. Com relação ao tema ◆ Construir um campo de neutralidade Quando o tema contrariar os interesses dos ouvintes, cabe ao orador abordá-lo de maneira que quebre as barreiras criadas. É importante coletarmos antecipadamente informações quanto à posição do público sobre o tema, para criarmos um campo de neutralidade pelo qual possamos prosseguir sem provocar reações defensivas. Com relação ao ambiente ◆ Fazer promessa de brevidade 40 O público ficará hostil quando o local incomodar. Pode ser o desconforto das cadeiras, temperatura, ruídos externos, fome, cansaço, etc. Quando esta situação ocorrer, é importante que o orador conquiste a plateia informando que será breve. Com relação ao orador ◆ Por falta de credibilidade Isso acontecerá quando o ouvinte não souber da competência do orador em relação ao assunto. Devemos observar que não se trata de falta de conhecimento ou de experiência por parte do orador quanto ao tema, mas sim de desconhecimento por parte do público. Demonstrar sua experiência e autoridade, com sutileza, para não passar imagem de arrogante ou prepotente, que poderia provocar a antipatia ao auditório. ◆ Devido a sua pouca idade ou inexperiência Podemos utilizar a técnica de fazer citação, estudos ou a conclusão de uma autoridade no assunto. Quando usamos esta ferramenta, haverá boas chances de transferir a credibilidade do autor àquele que fala. ◆ Por ser desconhecido É importante o orador utilizar pontos de identificação com a plateia, como as características de tempo, pessoa e lugar. Circunstância de tempo: fazer comentário ou referência sobre algum fato ocorrido e que seja do conhecimento dos ouvintes. Circunstância de pessoa: observar se na plateia existe alguém que conheça e que possua algum tipo de representatividade naquele grupo. Circunstância de lugar: fazer referência a lugares ou a objetos que neles se encontram e que se relacionem fisicamente com a plateia. 41 ◆ Por inveja ou rivalidade Se a plateia tem o sentimento da inveja ou rivalidade estará resistente em relação ao orador. O elogio é o melhor recurso para afastar a hostilidade do público. EXEMPLO: O Ministro das Relações Exteriores Abreu Sodré iniciou seu discurso na reunião da Capel, na cidade do México, elogiando o local e o povo mexicano. “É para mim um prazer estar na cidade do México e desfrutar da sua hospitalidade. Com alegria retomo aqui o convívio com este povo admirável, herdeiro de ricas tradições e senhor de um grande destino”. * ________________ *O Estado de S. Paulo, de 23 de janeiro de 1987. Devemos evitar na introdução 1. Contar piadas; 2. Fazer perguntas quando não desejarmos respostas; 3. Pedir desculpas; 4. Tomar partido de assuntos polêmicos; 5. Usarchavões ou frases feitas; 6. Criar expectativas que não podem ser cumpridas; 7. Mencionar acontecimentos que incomodem os ouvintes; 8. Mostrar-nos muito humildes diante de ouvintes importantes; 9. Explicar falta de tempo para a exposição; 10. Ser muito previsível; 11. Começar com palavras inconsistentes. 42 Exemplos para Introdução * 1. Boa tarde. Senhoras e senhores, é com grande alegria... 2. É com grande alegria que reencontro meus... 3. Agradeço a participação, mas esta dúvida será sanada em um item mais adiante. 4. Gostaria de ratificar e acompanhar o posicionamento do colega que me antecedeu, pois acredito ser este de extrema valia para a solução do problema apresentado nesta reunião. 5. Cumprimentando a todos, aproveito a oportunidade para tecer algumas considerações sobre os assuntos abordados. 6. Ao final de cada tópico haverá tempo para esclarecimentos, lembrando que será respeitado rigorosamente o tempo para cada comentário. 7. Senhor Presidente, poucas palavras, creio, bastarão para pôr em devidos e definitivos termos essa história de pacificação que não houve. 8. Muito obrigada, Senhor Presidente, por suas palavras tão inspiradas. PREPARAÇÃO A preparação busca informar a natureza do assunto central, para tornar clara a matéria, tendo a finalidade de facilitar o entendimento e a assimilação do auditório e preparar o mesmo para o assunto que vai ser desenvolvido. Temos que considerar na preparação a proposição, a narração e a divisão do discurso. A) Proposição 2 43 Informamos aos ouvintes qual é nosso assunto e onde pretendemos chegar com ele. Apenas em uma ou duas frases contamos a essência do conteúdo da apresentação. Quando a plateia conhece o assunto a ser abordado, identificando os objetivos a serem atingidos, pode entender melhor a sequência do raciocínio do orador. Nem sempre a proposição será necessária, pode ser suprimida quando: ◆ O assunto contrarie o interesse do ouvinte; ◆ O público já sabe do tema; ◆ O assunto for controvertido. B) Narração É a parte em que expomos os motivos e os fatos que sustentam o desenvolvimento do assunto central. Os principais tipos são: ◆ Exposição de problemas ou questões que se relacionem com a matéria; ◆ Solução de problemas; ◆ Retrospectos; ◆ Levantamentos filosóficos e históricos; ◆ Estudo e pesquisa de qualquer natureza; ◆ Descobertas científicas. Exemplo de Narração: No discurso proferido durante a promulgação da Carta Constitucional, o deputado Ulysses Guimarães fez a preparação da mensagem central com a seguinte narração: “A Constituição certamente não é prefeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, 44 trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério. A persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente, na América Latina”. * C) Divisão É a parte em que informamos que segmentos do assunto serão desenvolvidos. A divisão permite ao orador concatenar melhor o seu raciocínio e facilitar o entendimento dos ouvintes. Convém que seja muito breve, de poucas partes, e o orador deve abordar apenas um assunto de cada vez. Deve ser suprimida: ◆ Quando o assunto tiver apenas uma parte; ◆ Quando a apresentação for muito curta; ◆ Quando as partes forem facilmente compreendidas durante a apresentação do assunto central; ◆ Quando for interessante não revelar a sequência da apresentação. __________________ * Folha de S. Paulo, de 6 de outubro de 1988 A ordem natural das partes, preposição, narração e divisão, dependem das circunstâncias, deverá ser alterada de acordo com a necessidade da apresentação e mesmo considerando o público. Os oradores têm a liberdade de suprimir toda a preparação. Caso 45 Ordenação no tempo mantenha este elemento do discurso poderá ainda eliminar a proposição e a divisão, mas nunca a narração. ASSUNTO CENTRAL “É a parte do discurso na qual estão incluídas todas as informações que norteiam a linha de argumentos de nossa mensagem, estabelecendo a base de defesa das ideias contra possíveis objeções dos ouvintes”. POLITO, 1999. D) Confirmação Aqui o orador irá desenvolver seu ponto de vista. Para que consiga um bom envolvimento do auditório é importante transmitir credibilidade e de fundamental importância o conhecimento do tema abordado, uma postura corporal de confiança, para que possa, com tranquilidade, fazer uso de todos os recursos estruturais do ambiente bem como o fisiológico. Elementos de apoio à argumentação são importantes na exposição. Além de esclarecer os ouvintes sobre a nossa forma de pensar, eles servem como prova para as afirmações que fazemos. Podem ser exemplos, estatística, definições, estudos científicos, teses, testemunhos, ilustrações. Métodos ou técnicas de confirmação orientam a exposição ordenada da mensagem: Indica todos os fatos ocorridos e utiliza informações no passado, no presente e no futuro. Cabe para todas as circunstâncias comunicativas. 3 46 Ordenação no espaço Ordenação crescente Indica onde os fatos ocorreram e os analisa de acordo com as circunstâncias que os cercaram naquele local. Cabe para todas as circunstâncias comunicativas. Basear a mensagem partindo das informações mais fracas ou básicas até chegar às maiores ou complexas. Fornecer ao público uma linha de raciocínio que possa ser acompanhada sem esforço pelo público. 47 Ordenação de natureza intrínseca Ordenação de causa e efeito Indica quais os motivos que ocasionaram um determinado acontecimento. Tem grande força de persuasão, porque ao estabelecer e provar que um fato ocorreu com base em uma determinada causa, o comunicador tem como fortalecer seu trabalho de convencimento. POLUIÇÃO QUEIMADAS ESGOTO NOS RIOS TRÂNSITO AMBIENTAL SONORA FÁBRICAS 48 Ordenação pelos prós e contras Ordenação pela experiência Ordenação pela solução de problemas Consiste em analisar os dois lados de uma ideia, para tomar ou não partido por um deles. Abordar o assunto apresentando suas vantagens e desvantagens dependerá sempre do tipo de público. Consiste no relato aos ouvintes que já passamos por situação semelhante àquela que está sendo vivida, ou que, no passado, já tivemos o mesmo posicionamento que eles têm hoje. A tática é informar que fomos mudando a nossa opinião. É resolver as questões levantadas na narração. Recomendado, principalmente, para os casos em que desejamos convencer ou persuadir os ouvintes a agirem de acordo com as nossas propostas. E) Refutação Consiste na defesa de possíveis objeções ou não aos argumentos apresentados no assunto central. A refutação poderá se diferenciar por meio de objeções expressas ou tácitas. Sendo expressas, poderão ser refutadas a partir da manifestação dos ouvintes. Quando forem tácitas, como o ouvinte não se manifesta a respeito, caberá ao orador imaginar que tipo de objeção a plateia estaria levantando e fazer a refutação correspondente. 49 O momento de refutar: ◆ Imediatamente, se a objeção for para um argumento específico; ◆ Logo após a ideia ser apresentada,se a objeção for para todos os argumentos ou um grande número deles; ◆ Desde o princípio do discurso, se soubermos que inevitavelmente haverá objeções. As formas de refutar são: ◆ Pela negativa das afirmações feitas sem provas; ◆ Pela defesa dos argumentos, contestando as provas contrárias. Refutação de acordo com a qualidade dos argumentos. É importante aqui estabelecer um plano de refutação de acordo com a qualidade dos argumentos contrários. Deverá obedecer aos seguintes critérios: ◆ Se todos forem fracos, deverão ser refutados isoladamente; ◆ Se todos forem fortes, deverão ser refutados ao mesmo tempo; ◆ Se tiverem qualidades diferentes, o mais forte deverá ser refutado no início e o mais fraco no final. Devemos sempre levar em conta: O momento de refutar; As formas de refutar; Qualidade dos argumentos. 50 CONCLUSÃO Esta é a última chance que o orador tem para defender e convencer o auditório definitivamente. Deverá falar com mais vibração, um ritmo mais acentuado na articulação das palavras e aumento da intensidade da voz. Reafirmará os principais pontos de argumentação, valorizando o conteúdo da mensagem, levará o ouvinte à reflexão, tratará de persuadir e orientar o auditório para uma ação desejada pelo orador. O orador deverá concluir seu discurso com objetividade, pois esta será a última impressão que deixará para seu auditório. Conte ao auditório o que irá ocorrer, para que o público lhe ofereça seus últimos minutos de atenção. Características: Deve ser breve (menor ainda que a introdução); É a única parte da apresentação que deve ser anunciada, fazendo com que os ouvintes fiquem mais atentos. 4 Porque contar que irá terminar? 1. Aumento da concentração. 2. O auditório gosta. 3. Os grandes oradores agem assim. Possui dois elementos essenciais: 4.1 Recapitulação. 4.2 Epílogo. 51 F)Recapitulação Contamos em uma única frase, ou em duas, a essência do conteúdo que acabamos de apresentar. Poderá ser suprimida se a linha de argumentação for simples ou curta. G) Epílogo As palavras devem ser dirigidas mais para o sentimento que para a razão. É o momento mais apropriado para o uso da emoção. Podemos, por exemplo, encerrar as apresentações de duas maneiras: 1. Aumentando a velocidade e a intensidade da fala; 2. Diminuindo a velocidade e a intensidade da fala. Algumas técnicas para concluir: Levantar uma reflexão; Usar uma citação ou frase poética; Pedir ação; Elogiar o auditório; Aproveitar um fato bem-humorado; Provocar arrebatamento; Aludir à ocasião; Contar um fato histórico; Utilizar uma circunstância de tempo, lugar ou pessoa. 52 Devemos evitar na conclusão 1. Palavras hesitantes ou frases inconsistentes, como por exemplo: “Era isso o que eu tinha para dizer. Muito obrigado”; 2. Não ficar parado diante do público esperando que os aplausos cessem; 3. Não revelar seus sentimentos negativos sobre a sua performance; 4. Programar a sua saída para não ficar parado na frente do público, sem saber para onde ir. Lembre sempre de agradecer e cumprimentar a plateia. 53 8 VOCABULÁRIO Comunicar bem não é dizer palavras difíceis, é raciocinar com lógica, expressando ideias de maneira organizada. O vocabulário é a expressão da personalidade e da cultura da pessoa, de seu conhecimento da língua e até da sua postura de vida. Deve ser o mais amplo possível, estar adequado ao público e expressar os sentimentos e ideias do comunicador. Pronomes de tratamento No início cumprimente a plateia. Primeiro as autoridades presentes, em seguida a todos da plateia, com diferentes vocativos como, por exemplo: senhoras e senhores, colegas, amigos, minha gente ou o que for melhor para a ocasião. A saudação das autoridades depende da solenidade do evento. Nas ocasiões mais solenes, cumprimentam-se os componentes da mesa, em ordem de importância, mencionando o nome completo e os títulos de cada um. Os pronomes de tratamento aplicam-se à pessoa com que se fala e são conjugados na terceira pessoa. Exemplo: Devemos evitar 1. Palavrões e gírias; 2. Termos incomuns; 3. Palavreado técnico; 4. Chavões e frases vulgares; 5. Palavras ou termos que poluem a fala. 54 “Vossa Excelência LEU o requerimento...” “Comunico a Vossa Eminência que sua presença é esperada hoje”. Quando se emprega a terceira pessoa, usam-se as formas Sua Excelência, Sua Eminência, etc. Exemplo: “Ficamos sabendo que Sua Eminência chegará amanhã”. “Sua Excelência está de acordo com nossas pretensões”. *O coronel comandante da PM (estadual) será saudado como excelência, pois seu cargo está no nível de secretário de Estado. **Esse tratamento está em desuso, é arcaico. ATENÇÃO PARA ESTA SEQUENCIA: 1. Pronome de tratamento (Excelentíssimo ou Ilustríssimo) 2. Tratamento respeitoso: Senhor + título, se tiver 3. Nome 4. Cargo EX: Excelentíssimo Senhor FULANO, Governador do Estado. 55 9 ELEMENTOS PARALINGUÍSTICOS São os sinais vocais que cercam a fala comum. Podem ser: Variações sonoras produzidas pelas pregas vocais durante a conversa, que consistem em mudança na altura, duração, intensidade e silêncio. Sons primeiramente resultantes de outros mecanismos fisiológicos que não as pregas vocais, como a cavidade faríngea, nasal e a oral. Dicção (articulação das palavras): a pronúncia correta das palavras transmite credibilidade, facilitando a compreensão da mensagem. Cuidados especiais 1. Não omitir m, r, s no final das palavras; Ex: ônti (ontem); faze (fazer), vamo (vamos). 2. Não omitir: o i intermediário. Ex: feverero (fevereiro) 3. Não omitir sílabas Ex: tá (está) 4. Não omitir consoantes: Ex: póprio (próprio), poblema (problema). 5. Não acrescentar letras no meio das palavras. Ex: adevogado (advogado), prazeirosamente (prazerosamente), beneficiente (beneficente). 56 10 COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL Segundo Knapp & Hall (1999), o conceito da comunicação não-verbal é bem mais abrangente, podendo ser conceituada como: A expressão comunicação não-verbal refere-se à comunicação feita por meios diferentes das palavras. Embora tal definição forneça uma perspectiva inicial útil, ela se torna menos adequada e precisa à medida que aprendemos mais sobre a complexidade da comunicação enquanto comportamento. Os resultados de pesquisas mostram que o impacto total de uma mensagem é: 7% pelas palavras. 38% variações vocais e de fala. 55% linguagem corporal. 57 Ao planejar uma apresentação, nunca perca de vista a intenção dos gestos e da movimentação que acompanha a mensagem oral. O domínio corporal facilita a transmissão da mensagem para a plateia e propicia a comunicação. Os gestos e as expressões faciais, a postura e a movimentação corporal servem para: Descrever, complementar e reforçar a ideia; Embelezar a fala; Substituir as palavras; Imprimir mais dinamismo à comunicação; Expressar os sentimentos; Favorecer o entendimento; Promover a interação com a plateia; Facilitar a transmissão das mensagens. Para que cumpram esses objetivos, a linguagem corporal deve ser natural, clara, expressiva, pertinente e harmoniosa. Autoanálise corporal A autoanálise corporal permite identificar os pontos fortes e fracos da nossa comunicação. Por isso, é importante responder: 1. Com me vejo fisicamente? Aceito, aprecio e valorizo o corpo que tenho? O que considero maisbonito? 2. O que mais rejeito em mim? 3. O que quero mudar em mim, fisicamente? 4. Os sinais que transmito em meus gestos, na mímica facial, no olhar, na postura, na respiração e na maneira como uso o espaço revelam a pessoa que penso ser? 5. Qual a primeira impressão que os outros têm de mim? 6. Gosto de me olhar no espelho? Gosto da minha imagem e do que ela transmite? 7. Busco feedback da imagem que tenho? 58 8. Quando vou começar meu processo de mudança? 9. O que farei para mudar? Termos uma visão positiva da nossa imagem propicia segurança e naturalidade. Essa autoanálise faz uma avaliação do atual estágio do comunicador e fornece os requisitos para estimular o desenvolvimento da linguagem corporal. Proxêmica Pode ser definido como o estudo da utilização e da percepção do espaço social e pessoal. Lida com a ocupação do espaço, levando em conta a relação com a liderança, fluxo de comunicação e tarefa a cumprir. Hall (1963) descreve o espaço pessoal de indivíduos em um meio social, definindo-o como o “conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico”. Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas interagem, distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado do processo de aculturação. É um exemplo de proxêmica quando um indivíduo que encontra um banco de praça já ocupado por outra pessoa em uma das extremidades, tende a sentar-se na extremidade oposta, preservando um espaço entre os dois indivíduos. A distância social entre os indivíduos pode ser relacionada com a distância física. Nesse sentido, menciona quatro tipos de distância: 1. Distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar; envolve contato físico entre os corpos; não permitida habitualmente em público na maior parte das culturas (0- 45 cm); Modo próximo: maior proximidade possível, contato entre a pele e músculos; Modo afastado: apenas as mãos estão em contato; proximidade provoca visão distorcida do outro, distância na qual se fala aos sussurros. 2. Distância pessoal: para interação com amigos próximos; distância que o indivíduo guarda dos outros (45-120 cm); Modo próximo: permite tocar no outro com os braços; a posição/distância revela o relacionamento que existe entre os indivíduos; http://pt.wikipedia.org/wiki/Indiv%C3%ADduo http://pt.wikipedia.org/wiki/Cent%C3%ADmetro 59 Modo afastado: limite do alcançe físico em relação ao outro; distância habitual da conversação pessoal; 3. Distância social: para interação entre conhecidos; definida como o “limite do poder sobre outrem”; a esta distância os indivíduos não se tocam (1,2cm -3,5cm); Modo próximo: adotado quando várias pessoas dividem o mesmo espaço de trabalho ou em reuniões pouco formais; Modo afastado: adotado quando de relações sociais ou profissionais formais; 4. Distância pública: para falar em público; situa-se fora do círculo mais imediato do indivíduo; vista em conferências (acima de 3,5 m). Modo próximo: relações formais; permite a fuga ou a defesa caso o indivíduo se sinta ameaçado; Modo afastado: modo no qual a possibilidade de estabelecer contato com alguém é nula, devido a distância. Quando utilizamos a comunicação não-verbal envolvemos mudanças de atitude ou movimentos que irão interagir com o ambiente, refletindo em nossa postura, gestos ou expressão faciais. Gestual O gesto cumpriu o propósito de completar a fala. Os gestos são movimentos do corpo usados para comunicar ideia, intenção ou sentimento, reações realizadas pelos braços e mãos, toque no corpo, arrumar-se, etc. Ajudam-nos na comunicação de muitas maneiras: Substituem a fala quando não podemos ou não queremos usá-la; Regula o fluxo da interação; Estabelece e mantém a interação; Da ênfase e apoia a fala, facilitando a memorização do conteúdo. Busque sempre um gestual positivo http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro 60 Os gestos são manifestações corporais que apresentam diferenças entre os povos e entre as eras, dizendo que o aspecto de maior interesse no seu uso é o de olhar a parte da comunicação por meio dos gestos, como um valorizador e um complemento da palavra do orador. Para Santos (1958), “o gesto, assim, deve ser expressivo, adequado e exato. Apenas o esboço do gesto já é importante, pois a realidade não precisa ser copiada exatamente pelos movimentos do corpo, correndo-se o risco de cair no exagero. O orador deve cuidar dos gestos para que o aspecto estético seja preservado e não o aspecto real, contribuindo assim para maior beleza da oração”. Outro autor coloca os gestos também como movimentos corporais que determinam a intenção da comunicação. Brown (1961) considera os gestos como “movimentos selecionados para indicar direção, tamanho de um objeto, pontos de ênfase e toda a escala de emoções”, a HABILIDADES TÉCNICAS Energia: peito erguido. Poder: mãos fechadas com firmeza e com polegar sobre o dedo médio. Força: mãos fechadas com o polegar sobre o indicador. Expansão: mãos abertas e afastadas do corpo. Ameaça: dedo indicador em riste. Rejeição: mãos abertas com as palmas voltadas para baixo. Renascer: mãos abertas com as palmas voltadas para cima e com os dedos abertos e um pouco curvados. Deixe as mãos acompanharem naturalmente sua fala. Seus movimentos ilustram um pensamento, reforçarão ideias. Não faça gestos exagerados ou estereotipados. Se não souber o que fazer com as mãos, não faça nada. Não passe a mão sobre rosto ou pela cabeça. Isso denota tensão e ansiedade. 61 qual ele denomina de “ação voluntária, controlada de acordo com os objetivos do orador ao falar”. Destaca os olhos e a boca como sendo as partes do corpo mais importantes para expressão corporal, seguidos da postura do tronco e o andar. Enfatiza sempre que os gestos devem ser espontâneos e se relacionar com o objetivo da fala, negando a existência de um modelo único como correto, mas sugerindo que, se exagerados, ou quando chamem muito a atenção, podem sombrear a comunicação, apagando assim a individualidade do orador. HABILIDADES COMPORTAMENTAIS O movimento do comunicador incita os movimentos da plateia. Paixão gera paixão, vitalidade gera vitalidade, apatia gera apatia, entusiasmo gera entusiasmo. Cuidado com os gestos contraditórios! Se o objetivo for, por exemplo, reforçar o espírito de união, a linguagem gestual deve contribuir para isso. Procure seguir os elementos reguladores da gesticulação: o Espaços pequenos e descontraídos pedem gestos menores; o Espaços abertos, grandes e formais pedem gestos amplos; o Gestos vigorosos traduzem sentimentos mais intensos; o Há um gesto para cada emoção. Erga uma ponte entre a essência do gesto e a força da mensagem. O gesto espontâneo dá beleza, plasticidade, consistência e força à mensagem. O refinamento da linguagem do corpo facilita a tradução da mensagem e a compreensão do ouvinte. As mãos devem refletir a beleza das suas ideias; e o desenho traçado por elas, a ligação harmoniosa entre você e o que diz. Também revelam o grau de excitação, nervosismo ou tranquilidade do comunicador. São, portanto, uma importante fonte de informação para a plateia. 62 Expressão de Estátua Expressão Espalhafatosa Postura Corporal A postura corporal é uma forma de expressão não-verbal, caracterizada pelo movimento do corpo. Nossa postura imprime e realça o vigor à fala, desta forma, o orador deve assumir uma atitude elegante e expressiva, porém sem perder e espontaneidade. Manter uma postura corporal tranquila e natural, sem parecer relaxado. Ela irá
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