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Oratória: A Arte da Comunicação

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
ORATÓRIA 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842o Oratória / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 103p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-142-1 
1. Comunicação. 2. Oratória. 3. Elementos linguísticos. 4. Discursos. I. 
Portal Educação. II. Título. 
 CDD 808.51 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 BASES DA COMUNICAÇÃO .................................................................................................... 3 
2 ORATÓRIA ................................................................................................................................ 7 
3 HISTÓRICO DA ORATÓRIA .................................................................................................... 15 
4 ORGANIZANDO SUAS INFORMAÇÕES ................................................................................. 30 
5 ELEMENTOS ESTRUTURAIS PARA ELABORAÇÃO DE UM DISCURSO ............................ 33 
6 DIVISÕES DO DISCURSO E/OU APRESENTAÇÕES ............................................................. 34 
7 TÉCNICAS PARA SEREM UTILIZADAS NA INTRODUÇÃO .................................................. 37 
8 VOCABULÁRIO ........................................................................................................................ 53 
9 ELEMENTOS PARALINGUISTICOS ........................................................................................ 55 
10 COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL .............................................................................................. 56 
11 CUIDADOS COM O USO DO MICROFONE............................................................................. 79 
12 UMA VISÃO PANORÂMICA DE COMO ENCARAR, HOJE, A VOZ HUMANA ...................... 87 
13 EXERCÍCIOS PARA O ESTIMULO FISIOLÓGICO .................................................................. 89 
ANEXOS .............................................................................................................................................. 94 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 101 
 
 
3 
 
 
1 BASES DA COMUNICAÇÃO 
 
 
 
Na Grécia Antiga, no século de Péricles, diziam que havia três tipos de personalidade 
que poderiam ser atacados, respeitados e realizados. O primeiro era aquele que nascia com 
grandezas humanas; o segundo aquele que herdava grandezas humanas e o terceiro, 
geralmente o mais famoso, o que conquistava grandezas humanas. 
O primeiro não foi explicado, mas acreditamos que a genética e os estudos da 
hereditariedade poderiam esclarecer a sua natureza. O segundo possivelmente seria fruto da 
influência da sociedade. E o terceiro seria a personalidade que com ou sem duas personalidades 
anteriores conquistava valores humanos. Naquela época estes valores eram expressos pela 
capacidade de transmitir seus conhecimentos ou emoções. 
Os gregos naquela época compreenderam a importância da palavra oral, já que uma 
lei determinava aos 40.000 cidadãos livres atenienses que em um processo o acusado e o 
acusador deveriam defender-se pela própria palavra. O advogado era somente um assistente 
daqueles que atacavam ou defendiam. E acrescentavam que era muito vergonhoso um indivíduo 
não saber lutar com sua força física, pois a força física era fruto da mãe natureza e a capacidade 
para a linguagem oral dependia única e exclusivamente da vontade de cada um. 
Acreditamos que somente falando é que nossas qualidades e limitações se 
apresentam, completando a nossa verdadeira face. Este é, sem dúvida, um dos grandes 
benefícios do estudo da Oratória: modificar e melhorar a ideia dos nossos semelhantes sobre a 
nossa pessoa. Talvez por esse motivo Sócrates tenha dito: “Fala para que eu te veja.” 
Grande parte das pessoas – independente do nível sociocultural – sabe que pode 
desenvolver, realçar sua personalidade e aumentar o campo de suas oportunidades, aprendendo 
a falar convincentemente, mas muitos ficam parados na ideia de frequentar um curso de 
Oratória, outros fogem de situações sociais onde estaria estimulando sua comunicação. As 
pessoas que vão deixando o medo de falar em situações públicas adiam assim o aumento de 
suas possibilidades, esquecendo que o estudo da comunicação verbal e suas práticas 
enaltecem, destacam, realçam o belo, ordenam o raciocínio, disciplinam a mente, encorajam-
nos, dão-nos segurança, ensinando a nos sentirmos e agirmos melhor. 
Dizia Léon Gambeta, em 1871, na condição de chefe da III República Francesa: 
 
 
4 
 
“Senhores Deputados. Muitas são as técnicas de Aristóteles a 
Cícero, Tácito e Quintiliano; mas, deixando de lado os estudos 
profundos da retórica, vou tentar transmitir aquilo que em minha vida de 
político das praças públicas ou ainda das assembleias e da Câmara me 
levou a esta posição. O que importa para a partida do orador, para o 
início, é que ele tenha um arquivo mental de onde possa tirar uma frase 
decorada e dizer no momento oportuno. Da mesma maneira, para fechar 
o discurso, deve ter uma série de frases arquivadas em sua memória e, 
quando sentir que é hora de encerrar, aplicá-las. Quanto ao meio do 
discurso, que alguns chamam de corpo, conheci oradores que 
começavam falando erradamente, confusos e com o tempo com a 
prática os erros foram diminuindo e os acertos aumentando. Mas 
senhores deputados. Tudo o que falei não valerá de nada se os 
senhores não cuidarem do conteúdo. Por exemplo: se devem falar sobre 
o esgoto de Paris, só há um solução: visitarem os esgotos de Paris e 
conversar sobre o assunto com aqueles que lá trabalham”. 
 
 
 
Seis componentes do circuito completo da comunicação humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 
VEÍCULOS OU TRANSMISSORES 
MENSAGEM 
Fonte ou 
emissor 
humano 
 
Voz 
 
Vocabulário 
Expressão 
corporal 
Decodificadores 
ou receptores 
(ouvintes) 
Retorno ou 
feedback 
6ª 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Parte – Emissor 
 
A primeira parte do esquema geral da 
expressão verbal é às vezes dividida: o 
indivíduo que pode ser apenas emissor e 
a fonte de transmissão é outra pessoa. 
Por exemplo: oradores que leem e os 
que escrevem. 
 
4ª Parte – Expressão Corporal 
 
A expressão corporal pode fortalecer ou 
enfraquecer e até destruir a 
comunicação da voz e do vocabulário. 
 
6ª Parte – Retorno 
 
Retorno ou retroalimentação para que o 
comunicador possa receber e aproveitar 
as influências do ouvinte ou de um 
auditório para manter ou mudar os 
planos. 
 
3ª Parte – Vocabulário 
 
O vocabulário, constituído de sinônimos, 
antônimos ou palavras afins, leva à 
mensagem intelectual. Quando temos 
um público homogêneo devemos utilizar 
um vocabulário mais simples e sem 
erros. 
 
2ª Parte – Voz 
 
A voz comunica mensagem emocional, 
temperamental, psicológica. Ela carrega, 
revela comfacilidade a personalidade. 
 
5ª Parte – Decodificadores 
 
O decodificador ou decodificadores 
receberão a comunicação como 
receptores humanos de maneira 
fidedigna, se não houver interferências 
nos veículos. Esta interferência na física 
é denominada de ruído (ou barreiras). 
 
 
7 
 
2 ORATÓRIA 
 
 
 
O termo Oratória originou-se do latim oratória e significa a arte de falar ao público ou 
falar em público. É uma área do saber bastante ampla e de origem muito antiga, que perpassa 
toda a história da humanidade. Nos textos de oratória encontramos dois termos bastante 
comuns, são eles ‘eloquência’ e a ‘retórica’, importante à compreensão do que seja a arte da 
Oratória. 
Segundo LOPES (2000) a eloquência deriva do latim eloquentia e pode: 
 
 
“Referir-se à fala na sua dimensão prática. É a 
capacidade de falar, de se exprimir com facilidade, e está ligada 
à arte e ao talento de persuadir, convencer, deleitar ou comover 
por meio das palavras”. 
 
 
Do mesmo modo retórica é uma palavra originária da língua grega rhetoriké, que 
designa: 
 
“O conjunto de regras teóricas relativas à capacidade da 
eloquência; é o tratado que encerra estas regras. Refere-se, 
ainda, num outro sentido, aos adornos empolados ou pomposos 
de um discurso”. (Ferreira, 1975) 
 
 
A oratória ou arte de falar ao público foi a primeira forma de uso da palavra, com a 
finalidade de persuadir, convencer, vender. Sem a tecnologia da escrita os grandes oradores 
transpunham suas ideias em praças, ruas, escolas utilizando a comunicação oral como forma de 
expressão. 
Quando usamos a comunicação escrita temos regras gramaticais que devem ser 
seguidas, o mesmo deve ocorrer com a comunicação verbal, para que nossos pensamentos 
sejam transmitidos de forma clara, objetiva, organizada e que tenham efeito. 
A comunicação verbal formal, conferências, palestras, saudações, quanto ao esquema, 
 
 
8 
Retórica 
 
 
 
é igual à oratória informal de diálogo ou conversas com um pequeno grupo, de caráter social, de 
vendas ou ainda como em situações corriqueiras do dia a dia. A diferença maior é que na 
Oratória cerimoniosa existe uma necessidade maior de sinônimos, antônimos e analógicos, 
emprego de ornamentos de linguagem, volume de voz. A dramatização e as ideias de valor têm 
maior realce. 
Preparar um discurso é essencial ao êxito da fala. Nunca assuma uma tribuna sem ter 
em mente um plano de discurso. A composição didática de um discurso auxilia o orador na 
localização do conteúdo, aumentando sua confiança e objetividade, já que terão em mente todas 
as partes do discurso. O discurso pode ser entendido com uma exposição dos pensamentos e 
raciocínios preparada para uma determinada ordem, a fim de convencer os ouvintes. 
 
 
 
 
A definição de retórica é conhecida: arte de bem falar, de demonstrar eloquência diante 
de um público para conquistá-lo para nossa causa. 
Ao longo da história a retórica recebeu inúmeras definições muito semelhantes. Ainda 
hoje nos vemos obrigados a constatar a ausência de unidade de domínio quanto ao seu 
significado. Ela foi vista em primeiro lugar com Aristóteles como uma técnica de persuasão e é 
ainda desta forma que Perelman a define vinte séculos depois: 
 
 
“O objetivo desta teoria é o estudo das técnicas 
discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos 
espíritos às teses apresentadas ao seu assentimento”. 
 
 
Na retórica antiga, a do tempo de Aristóteles, os termos convencer e persuadir 
apresentavam-se indiferentemente em seus textos. Atualmente, na nova retórica, defendida por 
Perelman & Olbrechts-Tyteca (1996), os termos distinguem-se quanto à argumentação, que é 
por eles considerada como o próprio discurso. 
 
 
 
 
9 
 
“Argumentação persuasiva é aquela que só pretende 
alcançar um auditório particular e argumentação convincente é 
aquela destinada a obter a adesão de todo ser racional”. 
 
O caráter argumentativo está presente desde o início: justificamos uma tese com 
argumentos, mas o adversário faz a mesma coisa. Neste caso a retórica não se distingue em 
nada da argumentação. Trata-se de um processo racional de decisão em situação de incerteza. 
Para os antigos, a retórica abrange tanto a arte de bem falar – ou eloquência – como o estudo do 
discurso ou as técnicas de persuasão e até de manipulação. Ouçamos o que Quintiliano expõe a 
este respeito: 
 
“O que melhor caracteriza retórica é ter sido definida 
como a ciência do dizer bem, porque isso abrange ao mesmo 
tempo todas as perfeições do discurso e a própria moralidade do 
orador, visto que não se pode verdadeiramente falar sem se ser 
um homem de bem”. 
 
 
A retórica trata sem dúvida de causas a defender ou teses a sustentar. Claramente 
existe alguém que se exprime e se dirige ao outro sem dúvida para convencê-lo, talvez para lhe 
agradar; às vezes para o pôr a distância. Ela é o encontro entre homens e linguagem na 
exposição das suas diferenças e das suas identidades. Sempre e em todos os casos a relação 
retórica consagra uma distância social, psicológica e intelectual, que é aleatório e de ocasião, 
que é estrutural ao manifestar-se em outras formas, por meio da argumentação ou sedução. 
Para Meyer & Toulmin (1994) a retórica é a negociação das distâncias entre os 
sujeitos. Esta negociação tem lugar por meio da linguagem (através da ou de uma linguagem) 
racional, emotiva, pouco importa. A distância pode ser reduzida, aumentada ou mantida 
conforme os casos. 
A “retórica aristotélica”, nome dado aos ensinamentos de Aristóteles referentes à 
elaboração do discurso, prega a necessidade vital deste ser fundamentado na lógica. A busca da 
lógica do discurso resultou na compreensão do mecanismo do pensamento, levando a uma 
explicação da constituição do discurso em partes, para se entender assim a estrutura da 
argumentação. 
 
 
10 
 
As Figuras da Retórica 
 
 
Determinadas formas de expressão são utilizadas desde a antiguidade como meio de 
enfatizar argumentos e embelezar seu conteúdo, de modo a despertar a atenção do ouvinte, 
aprofundando seu poder de persuasão. Essas formas fraseológicas foram primeiramente citadas 
por Aristóteles (s.d) como “figuras”. Surgem nos textos de Oratória com diferentes 
denominações: para Santos (1958), Otávio (1963), Perelman & Olbrechts-Tyteca (1996) são as 
figuras de retórica; para Ramos (1962), figuras de ornamento; para Melantonio (1979), figuras de 
estilo. 
As figuras de retórica aqui apresentadas são extraídas de obras de Santos (1958), 
Otávio (1963) e Melantonio (1979). 
 
1. Metáfora: é a figura mais usada e mais importante no discurso. Consiste em 
transportar uma palavra ou um termo de seu sentido próprio para outro que lhe é 
aplicado por comparação. Exemplo: 
 
“A Inglaterra é um navio, que Deus na Mancha ancorou.” 
 Castro Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2. Metonímia: utilizamos quando designamos uma coisa pela outra, pela sua 
relação íntima, como causa e efeito. Exemplo: 
“A cruz (religião) e a Balança (justiça). 
“Fumar um quebra-peito” (cigarro forte). 
“Os Portinari são valiosos” (quadros). 
 Metantonio 
 
3. Anáfora: é a repetição de uma ou mais palavras no início das frases ou 
períodos. Exemplo: 
“Tu, valente jovem.” 
Tu, que tantas vicissitudes conheceste, 
Tu, que em tantas batalhas pelejaste.” 
 Santos 
“Nem tudo que ronca é porco, 
Nem tudo que berra é bode, 
Nem tudo que é luz é ouro, 
Nem tudo falar se pode.” 
 Melantonio 
 
4. Pleonasmo: é a repetição de um termo de forma enfática para reforçar o que se 
diz. É uma figura muito usada na Oratória forense. Exemplo: 
“Ambos os dois falaram”. 
“Entrou para dentro”. 
 
 
12 
 
“Vi com meus próprios olhos”. 
 
5. Eufemismo: expressão usada para se amortecer uma ideia, ocultando ou 
amenizando algo desagradável. Exemplo: 
“A criança voou para Deus”. (equivale a: A criançamorreu) 
 
6. Sinédoque: é usado para empregar o todo por uma parte; aquilo que significa 
mais pelo que significa menos, ou o contrario. Exemplo: 
“As asas cortam os céus.” (asas são partes dos aviões). 
 
7. Hipérbole: é o aumento exagerado da expressão para lhe dar mais importância. 
Exemplo: 
“está a cidade inundada do sangue de seus filhos” (Santos, 1958a). 
 
8. Antítese: é a aproximação de ideias ou palavras opostas, realçando o 
pensamento oculto das mesmas. Exemplo: 
“Ser mãe é andar chorando num sorriso!” 
“Ser mãe é ter o mundo e não ter nada!” 
“Ser mãe é padecer no paraíso.” 
(Coelho Neto apud Melantonio, 1979). 
 
9. Apóstrofe: é uma forma de invocar ou interpelar uma pessoa, viva ou morta, 
algo real ou imaginário. Exemplo: 
“Ó liberdade, onde estão os teus filhos diletos?” 
“Senhor Deus dos desgraçados”. 
 
 
13 
 
Dizei-me vós, senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus...” 
(Castro Alves apud Melantonio, 1979). 
 
10. Prosopopeia: é uma forma na qual se atribui vida a seres ou coisas inanimadas 
ou ausentes. Exemplo: 
“Ó noite, que notícias trazes do meu amor?” (Santos, 1958a). 
 
11. Elipse: é a omissão de termos que ficam subentendidos. Exemplo: 
“Parabéns” (Eu lhe desejo parabéns) 
“Nada de novo no front.” (Há) 
(Melantonio, 1979). 
 
12. Ironia: é uma expressão que em função do contexto em que está inserida, 
significa exatamente o contrário do eu se diz. É também conhecida como 
dissimulação e as mais fortes são chamadas de sarcasmo. Exemplo: 
“Olhem quem está ai: minha sogrinha, minha segunda mãe, esse coração de 
ouro, essa pomba sem fel. E a linguinha, como vai, bem afiada? Sente aqui, 
minha santa, junto de seu genrinho querido, vamos vasculhar o lixo da Bahia”. 
(Jorge Amado apud Melantonio, 1979). 
 
13. Repetição: é uma maneira que consiste em repetir uma palavra ou um termo 
com o intuito de insistir na ideia, dando-lhe mais ênfase. Exemplo: 
 
 
 
14 
 
”Divertia-os o ódio, divertia-os a inveja, divertia-os a ambição, divertia-os o 
interesse, divertia a soberba, divertia-os a autoridade e ostentação própria”. 
(Pe. Antônio Vieira apud Melantonio,1979) 
 
14. Interrogação: é uma forma de suscitar uma questão para logo em seguida 
resolvê-la, despertando o interesse do ouvinte. Exemplo: 
“Quereis ver o que é a alma? Olhai para o corpo sem a alma”. 
(Pe. Antônio Vieira apud Otávio,1963) 
 
15. Epístrofe: é a repetição de um termo no fim das proposições. Exemplo: 
”É sempre a mesma coisa, é sempre a mesma coisa”. 
(Machado de Assis apud Melantonio, 1979) 
 
16. Gradação: é a maneira de enumerar as ideias em certa ordem, aumentando ou 
diminuindo a vivacidade do pensamento. Exemplo: 
“Ide, correi, voai, que por vós chama o rei, a pátria, o mundo, a glória”. 
(Silva Alvarenga apud Melantonio, 1979) 
 
17. Reticência: é a sustentação do pensamento para causar maior impressão, 
fazendo com que o ouvinte fique contemplado o orador por alguns segundos. 
Exemplo: 
“um pregador vestir como religioso e falar como... Não o digo por respeito ao 
lugar”. 
(Pe. Antônio Vieira apud Otávio,1963) 
 
 
 
15 
Antiguidade 
 
 
 
3 HISTÓRICO DA ORATÓRIA 
 
 
 
 
A preocupação de falar vem provavelmente desde a idade da pedra, quando os 
feiticeiros, o chefe militar ou o patriarca, enfim, os condutores dos aglomerados humanos, 
precisavam usar da palavra para provocar ações mais eficientes por parte do grupo dirigido. 
No começo a força bruta era utilizada em nome do grupo, com o tempo a força da 
inteligência passa a dominar, e esta foi aplicada pela arte de comunicar com as palavras. As 
multidões se contagiavam e aumentavam o ânimo para as lutas, para o trabalho ou novos 
empreendimentos pela palavra orientada pelo raciocínio lógico. Verificamos principalmente com 
as civilizações do Egito, Mesopotâmia, Palestina, Grécia e Roma. 
Foi na Grécia que o domínio da comunicação verbal começou a permitir a resolução de 
determinados problemas, tendo a palavra atingido um grande poder, foi quando possibilitou um 
progresso mais acentuado. Com a evolução já bem definida temos registros históricos 
incontestáveis da Oratória científica, baseada em princípios psicológicos, em ideias práticas e 
com determinadas regras, pretendendo a exposição oral ser harmoniosa. 
Cinco séculos antes de Cristo surgiu na Magna Grécia, na Sicília, cidade de Siracusa, 
a primeira escola de Oratória, dirigido por Córax, considerado um dos criadores da retórica, 
seguidor de Empédocles. Essa Escola Siciliana pregava métodos sobre a eficácia e a didática da 
Oratória, que determinavam: 
1) Que o discurso devia consistir de uma introdução; 
2) De uma narrativa; 
3) De uma argumentação; 
4) De afirmações; 
5) De conclusão. 
 
 
 
16 
 
Naquela época os estudiosos já entendiam que este esquema mental não seria apenas 
para situações formais de comunicação, mas sim para qualquer tipo de comunicação verbal ou 
escrita. Os historiadores da vida em Atenas concluíram que na época do apogeu tudo dependia 
do povo e o povo dependia da palavra. Nessa época os gregos começaram a desenvolver a 
paixão pela arte da palavra oral e uma das causas que mais contribuiu para a multiplicação de 
oradores da Grécia antiga foi uma lei que obrigava as partes em litígio a apresentar 
pessoalmente, verbalmente, sua própria defesa diante dos juízes. 
Professor notável desse período foi Isócrates, mas, sem dúvida alguma, o mais 
importante dos pioneiros da Oratória científica foi Aristóteles, pois após trezentos anos de sua 
morte ainda existem escolas de Oratória que seguiam à risca as orientações aristotélicas. Mais 
tarde, com a influência asiática de artifícios complicados, houve certa decadência da Oratória em 
geral. 
Dentre os inúmeros professores de Oratória e logógrafos (era aquele que fazia 
discursos perante os tribunais de Atenas no Período Clássico, normalmente era alguém 
desconhecido e não cobrava honorários) que alcançaram fama, cabe um papel importante para 
Isócrates, que foi um dos maiores professores de retórica, que igual a um grande número de 
professores da arte de falar, eram medíocres na prática da fala, mas competentes para 
transformar seus alunos em grandes líderes. Isso também acontece em outras atividades como 
no teatro, cinema e na televisão, pessoas que não têm capacidade para representar mas sim 
para dirigir. 
Isócrates era dominado por uma timidez patológica. Sua voz não era adequada para 
Oratória em praça pública, por esse e outros motivos nunvca falava em público. Na sua célebre 
obra “Panegírico” (curiosamente a palavra, na Roma antiga, denominava-se o discurso 
elaborado para celebrar a vida de uma personagem ilustre) trabalhou dez anos 
ininterrupitamente nesta obra. Quando perguntavam como é que um homem que não era orador 
podia ensinar Oratória, ele respondia serenamente: 
 
 
“Porque sou semelhante a uma pedra de afiar, que não corta 
mas faz com que muitos metais cortem”. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
 
 
17 
 
Aristóteles foi outro nome importantíssimo no estudo da Oratória científica, nasceu em 
Estagira, na calcídica, filósofo grego seguidor de Platão e professor de Alexandre, o Grande, é 
considerado o criador do pensamennto lógico. Sua obra, “A Arte Retórica”, posui três livros e 
ensina que a Oratória: 
 
 Deve ser corretiva visando à justiça; 
 Instrutiva visando ao ensino e; 
 Defensiva visando a neutralizar as agressões. 
 
É famosa sua colocação de que: 
 
 
“É mais grave a pessoa não saber se defender pela 
palavra do que pelas suas próprias mãos”. 
 
 
O regime democrático muito contribuiu para o desenvolvimento da Oratória, 
principalmente em Atenas, onde o respeito pela opinião pública era muito grande. A maioria dos 
importantes nomes atenienses eram também notáveis oradores, quer fossem filósofos, militares 
ou políticos. Por exemplo: sócrates, Platão,Aristóteles, Péricles, Demóstenes, Temístocles e 
alcebíades, que conseguiram dominar as elites e multidões graças aos seus dotes oratóricos. 
O mais famoso de todas as épocas foi Demóstenes, orador ateniense que viveu de 384 
a 322 a. C. Devemos destacar seu empenho no uso de seu talento e eloquência nos quinze anos 
que dedicou ao combate às ambições de Filipe da Macêdonia, pronunciando contra ele inúmeros 
discursos admiráveis denominados As Filípicas, e muitos outros como A Oração da Coroa. 
Demóstenes tem uma particularidade. Na juventude tinha sérios problemas de 
articulação e conseguiu superar esta dificuldade com técnicas que ele mesmo desenvolveu, 
colocando pedras na boca e discursando para o mar, forçando a musculatura do aparelho 
fonador. 
Ainda na Grécia temos o notável retórico Longino, que nos legou úteis elementos para 
que apliquemos hoje. Na antiga Roma devemos destacar os irmãos Tibério e Caio Graco, Catão, 
Marco Antônio, Bruto, Júlio Cesar, Cícero (Marco Túlio Cícero viveu de 106 a 43 a. C.) e 
Quintiliano, que restauraram métodos para atingir a mente e o coração dos ouvintes. 
 
 
 
18 
 
Júlio Cesar foi magnífico escrior quanto ao estilo, vocabulário, ideias e elegância. Foi 
um grande orador não só para a elite romana e generais, mas também para os soldados e o 
povo em geral. Sua personalidade e comunicação transformaram-no em um líder que até hoje 
fornece ensinamentos práticos aos que almejam liderança em qualquer agrupamento humano. 
Plutarco, Suetônio, Dante, Shakespeare, Voltaire, Goethe e todos os grandes da 
cultura e das lideranças sempre sentiram fascínio por Júlio Cesar. Sua Oratória é tão importante 
quanto sua obra escrita e sua atuação política e militar. Seu fim trágico deve-se à sua grande 
preocupação com o povo, ser amado por ele e combatido pelas classes altas, que incapazes de 
combatê-lo pela palavra resolveram assassiná-lo. 
Cícero é considerado o apogeu da Oratória romana. Sua fama deve-se em grande 
parte pelo discurso contra Catilina. Não teve rival na eloquência judiciária pela riqueza de sua 
imaginação, pela flexibilidade de seu espírito cheio de graça e sedução, pela sua habilidade 
dialética. Pena que seja um pessímo modelo político. Era de uma ambição desmedida e vaidade 
que atingia o ridículo. Talvez tenha sido menos veemente que Demóstenes na eloquência 
política, porque Demóstenes tinha sempre um lastro de força moral para falar e Cícero era 
oportunista. Ele é a suprema expressão do gênio latino. Sua cultura jurídica foi de grande valor e 
é apontado como sendo o pai da filosofia do Direito. 
Marco Fábio Quintiliano, retórico latino, nasceu em 1934, possivelmente na Espanha. 
Estudou em Roma para formar-se na arte oratória e nas escolas de declamação. Tornou-se 
advogado, lecionando, ao mesmo tempo, retórica. Sua obra principal é Instituição Oratória, que 
se transformou em uma espécie de bíblia para os mestres da retórica em todas as épocas. Ainda 
hoje esta obra pode ser utilizada, desde que o orador tenha desenvolvido uma qualidade 
importante: a adaptabilidade. Está dividida em 12 livros, destacando o seguinte: 
 
“Não se exija de mim o que muitos quiseram fazer, isto 
é, encerrar e circunscrever a arte em limites necessários e 
imutáveis. Não conheço arte dessa espécie. A retórica seria 
coisa facílima se fosse possível reduzi-la a sistema. Não quero 
submissão a regras muito uniformes e demasiadamente gerais: 
não há regra que não possa, que não deva violar às vezes. Não 
pensem os jovens saberem tudo por terem lido alguns resumos 
de Retórica. A arte de falar demanda grande trabalho, estudo 
contínuo, longa experiência, muito exercício, prudência 
consumada, cabeça sadia e sempre presente. Só assim as 
 
 
 
19 
Idade Média 
 
 
Renascença 
 
 
 
regras bem aplicadas podem ser úteis. E só assim aprendemos 
a utilizá-las sem nos escravizarmos a elas”. 
 
 
Tácito (65 a 120 d. C.) escreveu o “Dipalogo dos Oradores”, no qual declara a respeito 
do antigo ensino: 
 
 
“O discípulo habituava-se a frequentar a casa do 
mestre, a acompanhá-lo fora de casa, a ouvir tudo o que dizia, 
quer diante dos juízes, quer nas assembleias, de sorte que 
assistia mesmo ao embate das réplicas, estava presente nas 
disputas e aprendia a guerriar, por assim dizer, no próprio 
campo de batalha. Uma grande prática, muita segurança, 
notável discernimento, tais eram as vantagens daí resultantes 
para os que estudavam”. 
 
 
Durante a época medieval o ensino era para a minoria, tinha como fim preparar os 
jovens nas artes literais que compreendiam o trivium: estudo da Gramática, Retórica e Lógica; o 
quadrivium: estudo da Aritmética, Música, Geometria e Astronomia. Estudavam nas 
universidades teologia, Medicina e Direito. Neste preríodo o cristianismo fez renascer a Retórica 
e a eloquencia do púpito que lançou os padres Basílio e João Crisóstomo e os padres latinos 
Santo Ambrósio e Santo Agostinho. 
O movimento histórico das cruzadas teve como grandes eloquentes Pedro e Eremita. 
São Bernardo, Tomás de Aquino e São Boaventura formam o conjunto de oradores que 
antecederam a Renascença, de interrese para os religiosos e também para aqueles que 
cultivavam a cultura grega. A Oratória no século XII e dominada pela escolástica (filosofia 
medieval de características cristãs, que surge para suprir as exigências da fé; ocorre no período 
do século IX até o século XVI, ou seja, até o final da Idade Média), método que consiste em 
raciocionar, formando silogismo e usando a memorização. Neste período ocorre o declínio da 
Oratória. 
 
 
 
20 
História Moderna e Contemporânea 
 
 
 
Na Renascença ressurge a eloquência. Na Itália o ápice será com o frade Jerônimo 
Savanorola, que tocou não só a república de Florença mas também a Itália e Europa. Ele é 
considerado o maior orador de seu século. Seu poder com a palavras resultaram em sua prisão, 
tortura e julgamento por um mês, sendo queimado em praça pública. 
Na Pré-Renascença e na Renascença a Oratória é ainda mais religiosa. No período da 
Reforma surgem os pregadores evangélicos Lutero e Melanchton na Alemanha e Calvino na 
Suíça. A contrarreforma de Inácio de Loyola movimenta a Igreja de Roma para reformulação da 
Homilética. 
 
 
Serão mencionados nomes de grandes personagens que podem ajudar muito no 
estudo da comunicação verbal. Estes modelos devem ser adaptados às circunstâncias 
comunicativas. 
Ingleses: Lord Chatham, William Pitt, Gladestone, Lloyd George e Churchill. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
� 
Winston Leonard Spencer-
Churchill nasceu em Blenheim Palace, 
Oxfordshire, em 30 de novembro de 
1874 e faleceu em 24 de janeiro 1965. 
Foi conhecido como o mais célebre 
político britânico. 
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Churchill_portrait_NYP_45063.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Churchill_portrait_NYP_45063.jpg
 
 
21 
 
Hindus: Krishnamurti, Gandhi, Tagore, Nehru, e Indira Gandhi. 
 Mohandas Karamchand Gandhi 
nasceu em 2 de outubro de 1869, na Índia 
Ocidental, cursou a faculdade de Direito em 
Londres. Em 30 de janeiro de 1948 foi 
assassinado em Nova Déli, capital da Índia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chineses: Sun-yat-sen e Mao-Tsé-tung. 
Mao-Tsé-tung nasceu na aldeia de Shaoshan, 
província de Hunan, China, em 26 de dezembro de 1893. Filho de camponeses, faleceu em 9 de 
setembro de 1976. 
 
Italianos: Mazzini, Cavour, Garibaldi, Ferri, Mussolini, Togliatti, Neni, Saragatte e 
Gronchi. 
 
 
� 
 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Gandhi_studio_1931.jpg
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22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alemães: Bismark e Hitler. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Benito Mussolini nasceu em 
Dovia di Predappio em 29 de julho de 
1883, filho de ferreiro socialista e de 
uma professora primária. Foi 
jornalista e político. Foi fuzilado pelosguerrilheiros da Resistência Italiana 
em 28 de abril de 1945. 
 
 
Adolf Hitler nasceu 
em Braunau am Inn, Áustria, 
em 20 de abril de 1889, e 
faleceu em Berlim, em 30 de 
abril de 1945 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/8/8b/Benito_Mussolini_Face.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Braunau_am_Inn
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81ustria
http://pt.wikipedia.org/wiki/20_de_Abril
http://pt.wikipedia.org/wiki/1889
 
 
23 
Norte-Americanos: Lincoln, Samuel Adams, Daniel Webster, Franklin D. Roosevelt e os 
Kennedys. 
John F. Kennedy nasceu em 29 de maio de 1917 no Brookline, Massachusetts, EUA. 
Em 1940 se formou em relações internacionais na Universidade de Harvard. Foi assassinado em 
22 de novembro de 1963 na cidade de Dallas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Latino-americanos: Bolívar e San Martin, Jose Julián Martí Pérez, Belizário Roldán, 
Sarmiento, Donoso Cortés, Alfredo Palácio. 
Franceses: Bossuet, Fénelon, Robespierre, Camile Desmoulins, Napoleão, Lamartine, 
Louis Blanc, Victor Hugo, Malraux. 
Egípcio: Nasser e Sadat. 
Irlandeses: Daniel O´Connel e G. B. Shaw. 
Portugueses: Padre Antonio Vieira, Almeida Garret, Alexandre Herculano, Vieira de 
Castro, Latino Coelho, Afonso Costa, Braga e Mário Soares. 
No Brasil a Oratória, segundo Sodré (1967), teve seu início com os povos indígenas, 
que desde a época do descobrimento são tidos como seres vibrantes e comunicativos. Este 
 
 
 
 
24 
relato baseia-se nos escritos de Pero Vaz de Caminha, da primeira carta por ele enviada a 
Portugal. 
Os jesuítas portugueses Manoel da Nóbrega e José da Anchieta foram os primeiros 
grandes oradores registrados na história do Brasil. Eles foram responsáveis pela catequização 
dos índios, cativando-os pela palavra falada, ainda que na língua indígena. Foram os 
precursores dos grandes pregadores religiosos que tiveram muita influência no desenvolvimento 
cultural do Brasil colonial. Entre eles são citados Antônio de Sá e 
Eusébio de Matos, o mais famoso de todos eles é o padre Antônio 
Vieira. 
Manoel da Nóbrega nasceu em 1517, Entre-Douro-e- Minho, 
Portugal. Formou-se bacharel em Direito Canônico e Filosofia na 
Universidade de Coimbra. D. João III pede ao Padre Manoel da 
Nóbrega que acompanhe a armada de Tomé de Sousa, chegando ao 
Brasil em 1549. Em 1570 faleceu no Rio de Janeiro, no dia que 
completaria 53 anos de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Padre José de Anchieta nasceu aos 19 de março 
de 1534 em Tenifre, Ilhas Canárias. Aos 14 anos 
de idade foi estudar em Coimbra. Fez o curso 
superior de Humanidades. Iniciou sua vida religiosa 
na Companhia em 1551. Adoeceu seriamente no 
Noviciado e após os votos foi destinado ao Brasil, 
por sua fama de bom clima para doentes. Faleceu 
no dia 9 de junho de 1597, aos 63 anos. 
 
 
 
25 
Antônio Vieira, o mais famoso orador religioso, nasceu em 6 de fevereiro de 1608 em 
Lisboa, aos 6 anos de idade. Em 1614 partiu para o Brasil com a família. Em 1635 é ordenado 
sacerdote. Morreu em 18 de julho de 1697, com 89 anos. O mais belo sermão de Vieira foi 
pronunciado em 1640, na igreja Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. Foi um discurso de cunho 
político, contra a invasão dos holandeses e pelo sucesso das armas de Portugal. Era 
reconhecido como grande orador por utilizar recursos que impressionavam a plateia como voz 
potente, entonação expressiva, firmeza e energia nas palavras e gestos repletos de vigor. Em 
1655 pronuncia o Sermão da Sexagésima, no qual faz importantes considerações sobre a arte 
da oratória. 
 
“Antigamente pregavam bradando, hoje pregam 
conversando. Antigamente a primeira parte do pregador era 
boa voz e bom peito. E, verdadeiramente, como o mundo se 
governa pelos sentidos, porém, às vezes, mais os brados 
que a razão (...)”. Mas acrescenta que “(...) O praticar 
familiarmente e o falar mais ao ouvido que aos ouvidos não 
só concilia mais atenção, mas, naturalmente e sem força, se 
insinua, entra, penetra e se mete na alma’”. 
 
 
 
 
O regime colonial no Brasil não favorece o desenvolvimento da oratória política, pela 
falta de liberdade. Somente depois da revolução portuguesa, em 1820, é que surgem novos 
oradores importantes. Os parlamentares que têm destaque neste período são: Antônio Carlos e 
Diogo Feijó, Lino Coutinho e Cipriano Barata. No Império, destacaram-se, sobretudo, os 
Andrada: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado, Martim Francisco Ribeiro de Andrada e o 
mais famosos deles, José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como “o moço”. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste período devemos ressaltar a oratória sacra no Império, representada 
principalmente pelo frei Francisco de Mont’Alverne. Depois de padre Vieira ele foi o que mais 
despertou o entusiasmo e empolgação nos ouvintes, por possuir uma voz forte e sonora, boa 
entonação e gesticulação. 
Na República, o Brasil retoma um período de certa liberdade, com o exercício dos três 
poderes: legislativo, executivo e judiciário. Tanto a Câmara como o senado contou com grandes 
oradores, sendo os mais conhecidos Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Epitácio Pessoa, Assis 
Brasil, Barbosa Lima, Irineu Machado, Nilo Peçanha, Coelho Neto e Moniz Sodré. 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Bonifácio nasceu em Santos (SP), em 
13 de junho de 1763. Em 1783 seguiu para Portugal 
para cursar Direito na Universidade de Coimbra, 
crescido ainda de estudos em matemática e filosofia 
natural. Retorna ao Brasil em 1819, com 56 anos. 
Morreu em Niterói, em 6 de abril de 1838. 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir de 1930 a oratória brasileira, sobretudo neste ano da revolução, notabilizou-se 
por meio do orador gaúcho: João Neves da Fontoura. Na época das constituintes que se 
seguiram à revolução, alguns nomes se destacaram como Alcântara Machado, Fernando 
Magalhães e, posteriormente, Afonso Arinos, já na época do conhecido orador, presidente 
Getúlio Vargas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Merecedor de grandes elogios à sua 
eloquência, pois ainda é considerado por muitos 
o maior orador brasileiro de todos os tempos, 
apesar de tecer discursos longos e cansativos, 
mas que normalmente encantavam as plateias. 
Nasceu em 5 de novembro de 1849, em 
Salvador, na então Província de Bahia. Faleceu 
em Petrópolis, em 1 de março de 1923. 
Getúlio Vargas consegue a vitória na revolução de 
30, iniciando uma fase de reformas sociais e políticas no 
País. 
 
 
28 
Depois da morte de Getúlio, apareceram nomes famosos por seus discursos 
veementes, como o de Gustavo Capanema e Otávio Mangabeira, que mesmo com certa idade 
ainda fazia discursos memoráveis. Em 1956 toma posse o presidente do Brasil, Juscelino 
Kubitschek, que gostava de falar às massas e que viria a conquistar uma grande parcela da 
população por meio de seus discursos. Possuía enorme eloquência e tornou-se notável por seus 
pronunciamentos, sobretudo pelo entusiasmo e entonação de suas palavras. 
 
Juscelino Kubitschek nasceu em Diamantina, Minas 
Gerais, em 12 de setembro de 1902. Formou-se em Medicina em 
1927 e iniciou sua carreira política em 1934. Eleito Presidente da 
República de 1956 a 1961, faleceu de acidente automobilístico 
em Resende, no dia 22 de agosto de 1976. 
 
 
 
 
 
. Em 1931, casou-se a Gomes de Lemos. 
Carlos Lacerda foi revelado como orador ao se tornar 
governador do estado da Guanabara. Sodré (1967) refere-se a ele 
como uma pessoa “que se dirigia sempre à inteligência de seus 
ouvintes e, raras vezes, ao seu coração”. Era duro em suas palavras, 
mas falava com vivacidade e grande eloquência. Nasceu no dia 30 de 
abril de 1914 em Vassouras, no Rio de Janeiro. Foi jornalista, escritor 
e um importantepolítico brasileiro. No dia 21 de maio de 1977 Carlos 
Lacerda morreu com 63 anos, no Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
29 
Melantonio (1979) refere-se ao político e orador Jânio Quadros como: 
 
“Jânio Quadros o único político brasileiro capaz de se 
fazer entender por qualquer pessoa”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outros grandes oradores brasileiros: Monte Alverne, Tobias Barreto, Visconde de 
Ouro Preto, Campos Salles, Joaquim Nabuco, Machado de Assis, Eduardo Prado, Coelho Neto, 
Basílio Machado, Alcântara Machado, Olavo Bilac, Altino Arantes, Otavio Mangabeira e seu 
irmão Mangabeira, Maurício e Carlos Lacerda (avô, pai e neto), Pedro Calmon, Plínio Barreto, 
João Neves da Fontoura e Oswaldo Aranha, Cassiano Ricardo, senador Franco Montoro, Décio 
Ferraz Alvim, Antonio Picarollo, entre outros. 
 
 
 
4 ORGANIZANDO SUAS INFORMAÇÕES 
 
Jânio da Silva Quadros nasceu 
em Campo Grande, Mato Grosso do 
Sul, em 25 de janeiro de 1917. Formou-
se em Direito no ano de 1939. Morreu 
em 16 de fevereiro de 1992, na capital 
paulista. 
 
 
 
30 
O Assunto 
 
 
 
 
Para preparar uma boa apresentação é preciso que você tenha em mente que ela deve 
ir ao encontro do interesse dos ouvintes, desenvolver o assunto de forma clara, lógica e 
concatenada, além de atingir os objetivos propostos. Deverá criar um roteiro que permitirá a você 
orientar-se passo a passo à procura das informações apropriadas para as circunstâncias de 
cada apresentação, de acordo com o tema, os seus objetivos e o público que irá ouvi-lo. 
 
 
 
 
 
Geralmente somos convidados para falar sobre um assunto que se relaciona com 
nossa profissão, nosso interesse pessoal ou até acontecimentos da nossa vida. Mas isso não 
significa que o orador não deva escolher o tema a ser abordado. Sendo assim, escolha 
corretamente o assunto que irá desenvolver na sua apresentação. 
a) Fale sobre uma questão atual; 
b) Trate de um assunto no qual tenha autoridade; 
c) Escolha um tema que você goste; 
d) Coloque uma nova roupagem nos velhos assuntos; 
e) Opte por uma questão pertinente à circunstância; 
f) Decida-se por um assunto com tempo para ser pesquisado e apresentado; 
g) Fale sobre um ângulo do tema que o auditório ainda não tenha ouvido. 
 
 
 
 
 
31 
O ouvinte 
 
Objetivos 
 
O que você de fato deseja obter com sua apresentação? Devemos saber claramente o 
que pretendemos, não ocorrendo desvio em nossa exposição, para que possamos organizar a 
forma verbal e não-verbal da nossa comunicação. Ter em mente nossos objetivos: eles podem 
aparecer separadamente, ao mesmo tempo ou ainda de forma alternada em uma mesma 
apresentação: 
 
 
a) Informar; 
b) Persuadir e Motivar; 
c) Entreter; 
d) Promover-se. 
 
 
 
Precisamos saber para quem iremos expor nosso pensamento. Para que tudo esteja 
adequado ao público, ao local, às situações novas, às solicitações do público, ao tempo climático 
e horário, à intensidade a voz, ao tipo de vocabulário, à extensão e à abrangência de gestos, 
assim como selecionar as informações, considerando a expectativa e a necessidade dos 
ouvintes. Para conhecermos os ouvintes temos que considerar: 
a) A forma como as pessoas ouvem: considerar que as pessoas têm dificuldades 
para escutar por algumas das seguintes razões: 
 Dificuldade de concentração; 
 Audição seletiva; 
 Prejulgamento e distorções; 
 Qualidade da mensagem. 
b) Os motivos que as levaram à apresentação. 
c) Quanto os ouvintes já sabem sobre o assunto. 
d) Quanto os ouvintes gostariam de saber e quanto desejamos informar. 
e) Suas motivações de vida. 
f) Qual o espírito de participação dos ouvintes. 
g) Características do público que influenciam na preparação. As principais 
características são: 
 Sexo; 
 
 
 
32 
Local e Circunstância 
 
Pesquisar as informações 
 
 Idade; 
 Nível sociocultural; 
 Raça. 
 
 
 
Alguns cuidados com o local e as circunstâncias que cercam a apresentação ajudam a 
indicar o melhor caminho para alcançarmos um bom resultado com o público. O orador deve 
considerar e se informar quanto: 
a) Ao tamanho do auditório; 
b) Ao local onde será realizada a apresentação; 
c) Aos recursos disponíveis; 
d) Ao apoio da apresentação; 
e) Ao que aconteceu antes da sua apresentação. 
 
 
 
 
Depois de termos definido o assunto, traçado os objetivos da apresentação, 
identificado as características dos ouvintes, boa parte da pesquisa e da escolha das informações 
já terá sido realizada, daí temos que completar o levantamento de dados. 
a) Comece a pesquisar a montagem da apresentação pelo assunto central; 
b) Não censure; 
c) Recorra aos próprios conhecimentos; 
d) Converse com outros especialistas; 
e) Consulte bibliotecas, livrarias e arquivos de jornais; 
f) Consulte filmes; 
g) Visite o local; 
h) Monte um arquivo; 
i) Concentre-se no assunto; 
j) Separe e relacione as informações. 
 
 
 
 
33 
5 ELEMENTOS ESTRUTURAIS PARA ELABORAÇÃO DE UM DISCURSO 
 
 
 
As partes de um discurso devem ser preparadas e analisadas separadamente, apenas 
para cumprir a finalidade didática, cada uma dentro de sua função e objetivo. Quando o discurso 
for apresentado ao público, as passagens de uma parte para outra deverão ocorrer tão 
naturalmente que o auditório não poderá notá-las, apenas o observará como um todo. Para que 
isso ocorra é importante a existência de: 
a) Interdependência entre as partes do discurso 
Cada parte do discurso deve ter participação na composição do conjunto do discurso. 
Devemos ver a peça da oratória como um bloco único, mesmo que elaborado separadamente. 
 
b) Proporcionalidade 
Não existe uma medida fixa que determine o tamanho e o tempo que se consumirá em 
cada parte do discurso. Isso irá variar de caso para caso, dependendo sempre das 
circunstâncias que cercam o discurso. Tendo isso em mente devemos nos deter no tempo que 
deve dispor cada parte do discurso. Isso indica que a introdução e a conclusão deverão ser 
curtas e o corpo do discurso mais extenso, guardando sempre essa proporção sugerida. 
 
c) Elucidação 
O auditório é quase sempre de conjunto heterogêneo e com atenção e interesse que 
não resiste a mais leve dificuldade de entendimento. Por isso deverá marcar cada ideia, cada 
informação, sem forçar a concentração e o raciocínio do auditório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
6 DIVISÕES DO DISCURSO E/OU APRESENTAÇÃO 
 
 
 
O orador que não souber organizar sua fala, colocando cada informação em seu 
momento adequado e apropriado, poderá conduzir sua apresentação para algo monótono ou 
prolixo, não havendo bom aproveitamento do tempo. Didaticamente o discurso ou apresentação 
possui quatro partes, facilitando sua elaboração e compreensão por parte do orador e do 
ouvinte. 
As normas seguidas pelos oradores em situações ou discursos formais ou informais 
são baseadas na ordem retórica organizada por Aristóteles. Hoje se utiliza a divisão abaixo 
descrita. 
 
 Vocativo 
1. Introdução 
 Exórdio 
 
 
 Proposição 
2. Preparação Narração 
 Divisão 
 
 Confirmação 
3. Assunto central 
Refutação 
 
 
 
 
 
35 
 
 Recapitulação 
4. Conclusão 
 Epílogo 
 
 
 
 INTRODUÇÃO OU EXÓRDIO 
 
“É a oração que prepara o ânimo do ouvinte para receber bem 
o restante do discurso”. Cícero 
 
Tecnicamente, a introdução possui dois elementos que se fundem durante sua 
apresentação – o vocativo e o exórdio. Esta divisão tem em vista apenas o princípio didático, 
sendo em sua essência a própria introdução. O termo exórdio é bastante conhecido na literatura 
antiga que trata deste tema. 
 
Objetivos 
 
A plateia pode estar interessada no tema, mas o ângulo de abordagem pode não ser o 
que ela espera. Isto pode gerar resistências, pois as pessoas podem achar que seus interesses 
serão contrariados. Cabe ao orador utilizar docilidade e benevolência ao buscar levá-lasa 
“baixar a guarda” e se deixar guiar por seu raciocínio. 
 
 
 
 
 
O objetivo da introdução tem três pontos importantes: 
 Conquistar a atenção dos ouvintes 
 Romper barreiras ou resistências 
 Cativar sua disposição favorável 
 
1 
 
 
36 
 
Características como: 
Duração 
 
A introdução deve ser breve. Segundo Polito, em uma apresentação acima de 15 
minutos a introdução deve ocupar aproximadamente 10% do tempo, ao passo que em uma 
apresentação de até 10 minutos, 20%. Esta medida de tempo deverá ser adaptada à situação 
comunicativa. Se o orador, por exemplo, tiver de enfrentar uma plateia hostil, é natural que a 
introdução se prolongue para a conquista do auditório. 
 
Relação com o assunto 
 
Toda informação que estiver contida na introdução deverá estar relacionada com o 
corpo do discurso e com a conclusão. Como sabemos, a introdução deve romper as barreiras 
porventura criadas, mas o que ela tem de maior valor é a ligação com o assunto. É em seu 
encerramento que colocaremos o desenvolvimento do tema a ser tratado. 
 
Vocativo 
 
É o cumprimento ao auditório – momento de chamarmos a atenção dos ouvintes para 
nossa presença. Deve ser adequada à circunstância, principalmente quanto ao grau de 
formalidade. Quando houver uma plateia com ouvintes desconhecidos ou hierarquias 
importantes, o vocativo deve ser mais formal. Quando a plateia é mais amistosa, é permitido um 
vocativo menos formal. 
O vocativo “Senhoras e Senhores” resolve a maioria das situações. Em um evento 
mais solene, em que há composição de mesa, cumprimentar-se primeiramente a mesa e depois 
os demais membros ouvintes. Para uma situação de grupo, como amigos do trabalho, colegas 
de empresa, cabe, por exemplo: “Olá pessoal” ou “Como vão vocês?” 
Lembre-se que o vocativo deve ser uma espécie de abraço na plateia. A maneira como 
recebemos estas pessoas irá refletir no bom ou mau andamento de nossa apresentação. 
 
 
37 
A - Para todos os tipos de circunstâncias 
 
 
 
7 TÉCNICAS PARA SEREM UTILIZADAS NA INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 Aludir à ocasião 
Trata-se de um breve comentário sobre a presença dos ouvintes e uma breve 
referência ao tema que será abordado. 
 
Exemplo: discurso do presidente da Bolsa Mercantil & Futuros, Manoel Pires da Costa, 
aos empresários e ao então Ministro da economia Marcílio Marques Moreira, em 8 de junho de 
1992. O presidente introduziu o assunto aludindo à ocasião: 
“Raros são os momentos da vida brasileira em que um 
universo tão representativo une-se para defender plataformas 
comuns. Mais de mil empresários, partindo dos mais remotos 
recantos deste País, representando a indústria, o comércio, a 
agricultura, o setor financeiro e os serviços em geral, encontram-
se aqui para transmitir uma mensagem simples e direta: 
queremos a modernização já”. 
 
 Elogiar ou valorizar a plateia 
Aqui iremos demonstrar interesse e disposição para com a plateia, de maneira a 
valorizá-la por estar naquele local. 
 
 Usar as características positivas do orador 
Devemos sutilmente demonstrar conhecimento do assunto, através da experiência ou 
pela formação técnica. Quando o público for desconhecido, busque colocar estes dados com 
sutileza. Em uma situação de palestra técnica, seus dados pessoais são relevantes. Brincar com 
 
 
38 
B - Para a conquista dos ouvintes 
 
características físicas, inabilidades ou erros cometidos é também uma forma de conquistar os 
ouvintes, usando sua própria pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
_______________ 
*Cópia do discurso distribuída para publicação na imprensa. 
 
 
 
 Frase ou informação que provoque impacto 
A frase deve ser preparada anteriormente e ser colocada como se fosse uma 
manchete de jornal sensacionalista. O fato, embora exagerado, não pode ser mentiroso, pois 
isso deixaria o orador sem credibilidade frente ao auditório. 
 
◆ Fato bem-humorado 
O fato bem-humorado não é a piada. Ele deve surgir do ambiente ou da mensagem 
que estamos transmitindo. Estará relacionado ao estado de espírito da plateia. Esta poderá 
responder positivamente ou mesmo de forma indiferente. Sendo esta a realidade, tome isso 
como algo passageiro e dê prosseguimento ao assunto que irá abordar. 
 
 
 
 
39 
C - Para vencer a hostilidade do público 
 
 
◆ Uma história ou narrativa interessante 
Esta técnica desperta naturalmente a curiosidade da plateia, levando-a a se portar de 
forma bastante receptiva e curiosa sobre o tema que será colocado posteriormente. 
 
◆ Levantamento de uma reflexão 
Estimule a curiosidade do ouvinte sobre um assunto importante e que se relacione com 
eles, levando-os a refletir. Enquanto raciocinam sobre o que foi exposto, o orador lançará o 
argumento principal, obtendo assim o interesse dos ouvintes. 
 
◆ Apresentação da utilidade, das vantagens e dos benefícios do assunto 
Apresentar as vantagens do assunto estimula a curiosidade do ouvinte, levando-o a 
estar atento ao assunto abordado. Este recurso é útil para outras situações, mesmo quando não 
temos um público hostil. 
 
 
 
 
Com relação ao tema 
 
◆ Construir um campo de neutralidade 
Quando o tema contrariar os interesses dos ouvintes, cabe ao orador abordá-lo de 
maneira que quebre as barreiras criadas. É importante coletarmos antecipadamente informações 
quanto à posição do público sobre o tema, para criarmos um campo de neutralidade pelo qual 
possamos prosseguir sem provocar reações defensivas. 
 
Com relação ao ambiente 
 
◆ Fazer promessa de brevidade 
 
 
40 
 
O público ficará hostil quando o local incomodar. Pode ser o desconforto das cadeiras, 
temperatura, ruídos externos, fome, cansaço, etc. Quando esta situação ocorrer, é importante 
que o orador conquiste a plateia informando que será breve. 
 
Com relação ao orador 
 
◆ Por falta de credibilidade 
Isso acontecerá quando o ouvinte não souber da competência do orador em relação ao 
assunto. Devemos observar que não se trata de falta de conhecimento ou de experiência por 
parte do orador quanto ao tema, mas sim de desconhecimento por parte do público. Demonstrar 
sua experiência e autoridade, com sutileza, para não passar imagem de arrogante ou 
prepotente, que poderia provocar a antipatia ao auditório. 
 
◆ Devido a sua pouca idade ou inexperiência 
Podemos utilizar a técnica de fazer citação, estudos ou a conclusão de uma autoridade 
no assunto. Quando usamos esta ferramenta, haverá boas chances de transferir a credibilidade 
do autor àquele que fala. 
 
◆ Por ser desconhecido 
É importante o orador utilizar pontos de identificação com a plateia, como as 
características de tempo, pessoa e lugar. 
Circunstância de tempo: fazer comentário ou referência sobre algum fato ocorrido e 
que seja do conhecimento dos ouvintes. 
Circunstância de pessoa: observar se na plateia existe alguém que conheça e que 
possua algum tipo de representatividade naquele grupo. 
Circunstância de lugar: fazer referência a lugares ou a objetos que neles se encontram 
e que se relacionem fisicamente com a plateia. 
 
 
 
41 
 
◆ Por inveja ou rivalidade 
Se a plateia tem o sentimento da inveja ou rivalidade estará resistente em relação ao 
orador. O elogio é o melhor recurso para afastar a hostilidade do público. 
 
EXEMPLO: O Ministro das Relações Exteriores Abreu Sodré iniciou seu discurso na 
reunião da Capel, na cidade do México, elogiando o local e o povo mexicano. 
 
“É para mim um prazer estar na cidade do México e 
desfrutar da sua hospitalidade. Com alegria retomo aqui o 
convívio com este povo admirável, herdeiro de ricas tradições e 
senhor de um grande destino”. * 
________________ 
*O Estado de S. Paulo, de 23 de janeiro de 1987. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devemos evitar na introdução 
 
1. Contar piadas; 
2. Fazer perguntas quando não desejarmos respostas; 
3. Pedir desculpas; 
4. Tomar partido de assuntos polêmicos; 
5. Usarchavões ou frases feitas; 
6. Criar expectativas que não podem ser cumpridas; 
7. Mencionar acontecimentos que incomodem os ouvintes; 
8. Mostrar-nos muito humildes diante de ouvintes importantes; 
9. Explicar falta de tempo para a exposição; 
10. Ser muito previsível; 
11. Começar com palavras inconsistentes. 
 
 
 
42 
 
Exemplos para Introdução * 
 
1. Boa tarde. Senhoras e senhores, é com grande alegria... 
2. É com grande alegria que reencontro meus... 
3. Agradeço a participação, mas esta dúvida será sanada em um item mais adiante. 
4. Gostaria de ratificar e acompanhar o posicionamento do colega que me antecedeu, pois 
acredito ser este de extrema valia para a solução do problema apresentado nesta reunião. 
5. Cumprimentando a todos, aproveito a oportunidade para tecer algumas considerações 
sobre os assuntos abordados. 
6. Ao final de cada tópico haverá tempo para esclarecimentos, lembrando que será 
respeitado rigorosamente o tempo para cada comentário. 
7. Senhor Presidente, poucas palavras, creio, bastarão para pôr em devidos e definitivos 
termos essa história de pacificação que não houve. 
8. Muito obrigada, Senhor Presidente, por suas palavras tão inspiradas. 
 
 
 
PREPARAÇÃO 
 
A preparação busca informar a natureza do assunto central, para tornar clara a 
matéria, tendo a finalidade de facilitar o entendimento e a assimilação do auditório e preparar o 
mesmo para o assunto que vai ser desenvolvido. Temos que considerar na preparação a 
proposição, a narração e a divisão do discurso. 
 
A) Proposição 
 
2 
 
 
43 
 
Informamos aos ouvintes qual é nosso assunto e onde pretendemos chegar com ele. 
Apenas em uma ou duas frases contamos a essência do conteúdo da apresentação. 
Quando a plateia conhece o assunto a ser abordado, identificando os objetivos a 
serem atingidos, pode entender melhor a sequência do raciocínio do orador. Nem sempre a 
proposição será necessária, pode ser suprimida quando: 
◆ O assunto contrarie o interesse do ouvinte; 
◆ O público já sabe do tema; 
◆ O assunto for controvertido. 
 
B) Narração 
 
É a parte em que expomos os motivos e os fatos que sustentam o desenvolvimento do 
assunto central. Os principais tipos são: 
 
◆ Exposição de problemas ou questões que se relacionem com a matéria; 
◆ Solução de problemas; 
◆ Retrospectos; 
◆ Levantamentos filosóficos e históricos; 
◆ Estudo e pesquisa de qualquer natureza; 
◆ Descobertas científicas. 
 
Exemplo de Narração: No discurso proferido durante a promulgação da Carta 
Constitucional, o deputado Ulysses Guimarães fez a preparação da mensagem central com a 
seguinte narração: 
 
“A Constituição certamente não é prefeita. Ela própria o 
confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, 
sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é 
traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, 
 
 
 
44 
trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os 
patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério. A persistência da 
Constituição é a sobrevivência da democracia. Quando, após tantos 
anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da 
liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: 
temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer 
que ela desgrace homens e nações, principalmente, na América Latina”. 
* 
 
C) Divisão 
 
É a parte em que informamos que segmentos do assunto serão desenvolvidos. A 
divisão permite ao orador concatenar melhor o seu raciocínio e facilitar o entendimento dos 
ouvintes. Convém que seja muito breve, de poucas partes, e o orador deve abordar apenas um 
assunto de cada vez. Deve ser suprimida: 
 
◆ Quando o assunto tiver apenas uma parte; 
◆ Quando a apresentação for muito curta; 
◆ Quando as partes forem facilmente compreendidas durante a apresentação do 
assunto central; 
◆ Quando for interessante não revelar a sequência da apresentação. 
 
__________________ 
* Folha de S. Paulo, de 6 de outubro de 1988 
 
 
A ordem natural das partes, preposição, narração e divisão, dependem das 
circunstâncias, deverá ser alterada de acordo com a necessidade da apresentação e mesmo 
 
considerando o público. Os oradores têm a liberdade de suprimir toda a preparação. Caso 
 
 
45 
Ordenação no tempo 
 
mantenha este elemento do discurso poderá ainda eliminar a proposição e a divisão, mas nunca 
a narração. 
 
 
 
 ASSUNTO CENTRAL 
“É a parte do discurso na qual estão incluídas todas as 
informações que norteiam a linha de argumentos de nossa 
mensagem, estabelecendo a base de defesa das ideias contra 
possíveis objeções dos ouvintes”. POLITO, 1999. 
 
D) Confirmação 
 
Aqui o orador irá desenvolver seu ponto de vista. Para que consiga um bom 
envolvimento do auditório é importante transmitir credibilidade e de fundamental importância o 
conhecimento do tema abordado, uma postura corporal de confiança, para que possa, com 
tranquilidade, fazer uso de todos os recursos estruturais do ambiente bem como o fisiológico. 
Elementos de apoio à argumentação são importantes na exposição. Além de 
esclarecer os ouvintes sobre a nossa forma de pensar, eles servem como prova para as 
afirmações que fazemos. Podem ser exemplos, estatística, definições, estudos científicos, teses, 
testemunhos, ilustrações. Métodos ou técnicas de confirmação orientam a exposição ordenada 
da mensagem: 
 
 
 
 
 
Indica todos os fatos ocorridos e utiliza informações no passado, no presente e no 
futuro. Cabe para todas as circunstâncias comunicativas. 
 
3 
 
 
46 
Ordenação no espaço 
 
Ordenação crescente 
 
 
 
 
Indica onde os fatos ocorreram e os analisa de acordo com as circunstâncias que os 
cercaram naquele local. Cabe para todas as circunstâncias comunicativas. 
 
 
 
 
 
Basear a mensagem partindo das informações mais fracas ou básicas até chegar às 
maiores ou complexas. Fornecer ao público uma linha de raciocínio que possa ser acompanhada 
sem esforço pelo público. 
 
 
 
47 
Ordenação de natureza intrínseca 
 
Ordenação de causa e efeito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indica quais os motivos que ocasionaram um determinado acontecimento. Tem grande 
força de persuasão, porque ao estabelecer e provar que um fato ocorreu com base em uma 
determinada causa, o comunicador tem como fortalecer seu trabalho de convencimento. 
 
 
 
 
 
 
POLUIÇÃO 
 
QUEIMADAS 
 
ESGOTO NOS 
RIOS 
 
TRÂNSITO 
 
AMBIENTAL 
 
SONORA 
 
FÁBRICAS 
 
 
48 
Ordenação pelos prós e contras 
 
Ordenação pela experiência 
 
Ordenação pela solução de problemas 
 
 
 
Consiste em analisar os dois lados de uma ideia, para tomar ou não partido por um 
deles. Abordar o assunto apresentando suas vantagens e desvantagens dependerá sempre do 
tipo de público. 
 
 
 
Consiste no relato aos ouvintes que já passamos por situação semelhante àquela que 
está sendo vivida, ou que, no passado, já tivemos o mesmo posicionamento que eles têm hoje. A 
tática é informar que fomos mudando a nossa opinião. 
 
 
 
É resolver as questões levantadas na narração. Recomendado, principalmente, para 
os casos em que desejamos convencer ou persuadir os ouvintes a agirem de acordo com as 
nossas propostas. 
 
E) Refutação 
 
Consiste na defesa de possíveis objeções ou não aos argumentos apresentados no 
assunto central. A refutação poderá se diferenciar por meio de objeções expressas ou tácitas. 
Sendo expressas, poderão ser refutadas a partir da manifestação dos ouvintes. Quando forem 
tácitas, como o ouvinte não se manifesta a respeito, caberá ao orador imaginar que tipo de 
objeção a plateia estaria levantando e fazer a refutação correspondente. 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
O momento de refutar: 
◆ Imediatamente, se a objeção for para um argumento específico; 
◆ Logo após a ideia ser apresentada,se a objeção for para todos os argumentos 
ou um grande número deles; 
◆ Desde o princípio do discurso, se soubermos que inevitavelmente haverá 
objeções. 
 
As formas de refutar são: 
◆ Pela negativa das afirmações feitas sem provas; 
◆ Pela defesa dos argumentos, contestando as provas contrárias. 
 
Refutação de acordo com a qualidade dos argumentos. É importante aqui estabelecer 
um plano de refutação de acordo com a qualidade dos argumentos contrários. Deverá obedecer 
aos seguintes critérios: 
 
◆ Se todos forem fracos, deverão ser refutados isoladamente; 
◆ Se todos forem fortes, deverão ser refutados ao mesmo tempo; 
◆ Se tiverem qualidades diferentes, o mais forte deverá ser refutado no início e o 
mais fraco no final. 
 
 
Devemos sempre levar em conta: 
 O momento de refutar; 
 As formas de refutar; 
 Qualidade dos argumentos. 
 
 
 
50 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Esta é a última chance que o orador tem para defender e convencer o auditório 
definitivamente. Deverá falar com mais vibração, um ritmo mais acentuado na articulação das 
palavras e aumento da intensidade da voz. Reafirmará os principais pontos de argumentação, 
valorizando o conteúdo da mensagem, levará o ouvinte à reflexão, tratará de persuadir e orientar 
 
o auditório para uma ação desejada pelo orador. 
O orador deverá concluir seu discurso com objetividade, pois esta será a última 
impressão que deixará para seu auditório. Conte ao auditório o que irá ocorrer, para que o 
público lhe ofereça seus últimos minutos de atenção. 
 
Características: 
 Deve ser breve (menor ainda que a introdução); 
 É a única parte da apresentação que deve ser anunciada, fazendo com que os ouvintes 
fiquem mais atentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Porque contar que irá terminar? 
1. Aumento da concentração. 
2. O auditório gosta. 
3. Os grandes oradores agem assim. 
Possui dois elementos essenciais: 
4.1 Recapitulação. 
4.2 Epílogo. 
 
 
 
51 
 
F)Recapitulação 
 
Contamos em uma única frase, ou em duas, a essência do conteúdo que acabamos de 
apresentar. Poderá ser suprimida se a linha de argumentação for simples ou curta. 
 
G) Epílogo 
 
As palavras devem ser dirigidas mais para o sentimento que para a razão. É o 
momento mais apropriado para o uso da emoção. Podemos, por exemplo, encerrar as 
apresentações de duas maneiras: 
1. Aumentando a velocidade e a intensidade da fala; 
2. Diminuindo a velocidade e a intensidade da fala. 
 
Algumas técnicas para concluir: 
 
 Levantar uma reflexão; 
 Usar uma citação ou frase poética; 
 Pedir ação; 
 Elogiar o auditório; 
 Aproveitar um fato bem-humorado; 
 Provocar arrebatamento; 
 Aludir à ocasião; 
 Contar um fato histórico; 
 Utilizar uma circunstância de tempo, lugar ou pessoa. 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devemos evitar na conclusão 
1. Palavras hesitantes ou frases inconsistentes, como por exemplo: “Era isso o 
que eu tinha para dizer. Muito obrigado”; 
2. Não ficar parado diante do público esperando que os aplausos cessem; 
3. Não revelar seus sentimentos negativos sobre a sua performance; 
4. Programar a sua saída para não ficar parado na frente do público, sem saber 
para onde ir. 
 
 
 
 
Lembre sempre de 
agradecer e cumprimentar 
a plateia. 
 
 
53 
 
8 VOCABULÁRIO 
 
 
Comunicar bem não é dizer palavras difíceis, é raciocinar com lógica, expressando 
ideias de maneira organizada. O vocabulário é a expressão da personalidade e da cultura da 
pessoa, de seu conhecimento da língua e até da sua postura de vida. Deve ser o mais amplo 
possível, estar adequado ao público e expressar os sentimentos e ideias do comunicador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pronomes de tratamento 
 
 
No início cumprimente a plateia. Primeiro as autoridades presentes, em seguida a 
todos da plateia, com diferentes vocativos como, por exemplo: senhoras e senhores, colegas, 
amigos, minha gente ou o que for melhor para a ocasião. 
A saudação das autoridades depende da solenidade do evento. Nas ocasiões mais 
solenes, cumprimentam-se os componentes da mesa, em ordem de importância, mencionando o 
nome completo e os títulos de cada um. Os pronomes de tratamento aplicam-se à pessoa com 
que se fala e são conjugados na terceira pessoa. Exemplo: 
 
Devemos evitar 
1. Palavrões e gírias; 
2. Termos incomuns; 
3. Palavreado técnico; 
4. Chavões e frases vulgares; 
5. Palavras ou termos que poluem a fala. 
 
 
 
54 
 
“Vossa Excelência LEU o requerimento...” “Comunico a Vossa Eminência que sua 
presença é esperada hoje”. 
Quando se emprega a terceira pessoa, usam-se as formas Sua Excelência, Sua 
Eminência, etc. Exemplo: 
“Ficamos sabendo que Sua Eminência chegará amanhã”. 
“Sua Excelência está de acordo com nossas pretensões”. 
*O coronel comandante da PM (estadual) será saudado como excelência, pois seu cargo está no 
nível de secretário de Estado. 
**Esse tratamento está em desuso, é arcaico. 
 
ATENÇÃO PARA ESTA SEQUENCIA: 
1. Pronome de tratamento (Excelentíssimo ou Ilustríssimo) 
2. Tratamento respeitoso: Senhor + título, se tiver 
3. Nome 
4. Cargo 
EX: Excelentíssimo Senhor FULANO, Governador do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
9 ELEMENTOS PARALINGUÍSTICOS 
 
 
 
São os sinais vocais que cercam a fala comum. Podem ser: 
 Variações sonoras produzidas pelas pregas vocais durante a conversa, que 
consistem em mudança na altura, duração, intensidade e silêncio. 
 Sons primeiramente resultantes de outros mecanismos fisiológicos que não as 
pregas vocais, como a cavidade faríngea, nasal e a oral. 
 Dicção (articulação das palavras): a pronúncia correta das palavras transmite 
credibilidade, facilitando a compreensão da mensagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidados especiais 
 
1. Não omitir m, r, s no final das palavras; 
Ex: ônti (ontem); faze (fazer), vamo (vamos). 
2. Não omitir: o i intermediário. 
Ex: feverero (fevereiro) 
3. Não omitir sílabas 
Ex: tá (está) 
4. Não omitir consoantes: 
Ex: póprio (próprio), poblema (problema). 
5. Não acrescentar letras no meio das palavras. 
Ex: adevogado (advogado), prazeirosamente (prazerosamente), beneficiente 
(beneficente). 
 
 
 
56 
 
10 COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL 
 
 
 
Segundo Knapp & Hall (1999), o conceito da comunicação não-verbal é bem mais 
abrangente, podendo ser conceituada como: 
 
A expressão comunicação não-verbal refere-se à 
comunicação feita por meios diferentes das palavras. Embora tal 
definição forneça uma perspectiva inicial útil, ela se torna menos 
adequada e precisa à medida que aprendemos mais sobre a 
complexidade da comunicação enquanto comportamento. 
 
Os resultados de pesquisas mostram que o impacto total de uma mensagem é: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7% pelas 
palavras. 
38% 
variações 
vocais e de 
fala. 
 
55% 
linguagem 
corporal. 
 
 
 
57 
 
Ao planejar uma apresentação, nunca perca de vista a intenção dos gestos e da 
movimentação que acompanha a mensagem oral. O domínio corporal facilita a transmissão da 
mensagem para a plateia e propicia a comunicação. Os gestos e as expressões faciais, a 
postura e a movimentação corporal servem para: 
 Descrever, complementar e reforçar a ideia; 
 Embelezar a fala; 
 Substituir as palavras; 
 Imprimir mais dinamismo à comunicação; 
 Expressar os sentimentos; 
 Favorecer o entendimento; 
 Promover a interação com a plateia; 
 Facilitar a transmissão das mensagens. 
Para que cumpram esses objetivos, a linguagem corporal deve ser natural, clara, 
expressiva, pertinente e harmoniosa. 
 
Autoanálise corporal 
 
A autoanálise corporal permite identificar os pontos fortes e fracos da nossa 
comunicação. Por isso, é importante responder: 
1. Com me vejo fisicamente? Aceito, aprecio e valorizo o corpo que tenho? O que 
considero maisbonito? 
2. O que mais rejeito em mim? 
3. O que quero mudar em mim, fisicamente? 
4. Os sinais que transmito em meus gestos, na mímica facial, no olhar, na postura, 
na respiração e na maneira como uso o espaço revelam a pessoa que penso 
ser? 
5. Qual a primeira impressão que os outros têm de mim? 
6. Gosto de me olhar no espelho? Gosto da minha imagem e do que ela transmite? 
7. Busco feedback da imagem que tenho? 
 
 
58 
 
8. Quando vou começar meu processo de mudança? 
9. O que farei para mudar? 
 
Termos uma visão positiva da nossa imagem propicia segurança e naturalidade. Essa 
autoanálise faz uma avaliação do atual estágio do comunicador e fornece os requisitos para 
estimular o desenvolvimento da linguagem corporal. 
 
 Proxêmica 
Pode ser definido como o estudo da utilização e da percepção do espaço social e 
pessoal. Lida com a ocupação do espaço, levando em conta a relação com a liderança, fluxo de 
comunicação e tarefa a cumprir. 
 
Hall (1963) descreve o espaço pessoal de indivíduos em um meio social, definindo-o 
como o “conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do espaço 
enquanto produto cultural específico”. Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, 
conforme elas interagem, distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado do 
processo de aculturação. É um exemplo de proxêmica quando um indivíduo que encontra um 
banco de praça já ocupado por outra pessoa em uma das extremidades, tende a sentar-se na 
extremidade oposta, preservando um espaço entre os dois indivíduos. 
 
A distância social entre os indivíduos pode ser relacionada com a distância física. 
Nesse sentido, menciona quatro tipos de distância: 
1. Distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar; envolve contato físico 
entre os corpos; não permitida habitualmente em público na maior parte das culturas (0-
45 cm); 
 Modo próximo: maior proximidade possível, contato entre a pele e músculos; 
 Modo afastado: apenas as mãos estão em contato; proximidade provoca visão 
distorcida do outro, distância na qual se fala aos sussurros. 
2. Distância pessoal: para interação com amigos próximos; distância que o 
indivíduo guarda dos outros (45-120 cm); 
 Modo próximo: permite tocar no outro com os braços; a posição/distância revela 
o relacionamento que existe entre os indivíduos; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indiv%C3%ADduo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cent%C3%ADmetro
 
 
59 
 
 Modo afastado: limite do alcançe físico em relação ao outro; distância habitual 
da conversação pessoal; 
3. Distância social: para interação entre conhecidos; definida como o “limite 
do poder sobre outrem”; a esta distância os indivíduos não se tocam (1,2cm -3,5cm); 
 Modo próximo: adotado quando várias pessoas dividem o mesmo espaço de 
trabalho ou em reuniões pouco formais; 
 Modo afastado: adotado quando de relações sociais ou profissionais formais; 
4. Distância pública: para falar em público; situa-se fora do círculo mais 
imediato do indivíduo; vista em conferências (acima de 3,5 m). 
 Modo próximo: relações formais; permite a fuga ou a defesa caso o indivíduo se 
sinta ameaçado; 
 Modo afastado: modo no qual a possibilidade de estabelecer contato com 
alguém é nula, devido a distância. 
Quando utilizamos a comunicação não-verbal envolvemos mudanças de atitude ou 
movimentos que irão interagir com o ambiente, refletindo em nossa postura, gestos ou 
expressão faciais. 
 
 Gestual 
O gesto cumpriu o propósito de completar a fala. Os gestos são movimentos do corpo 
usados para comunicar ideia, intenção ou sentimento, reações realizadas pelos braços e mãos, 
toque no corpo, arrumar-se, etc. Ajudam-nos na comunicação de muitas maneiras: 
 Substituem a fala quando não podemos ou não queremos usá-la; 
 Regula o fluxo da interação; 
 Estabelece e mantém a interação; 
 Da ênfase e apoia a fala, facilitando a memorização do conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
Busque sempre um gestual positivo 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Metro
 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os gestos são manifestações corporais que apresentam diferenças entre os povos e 
entre as eras, dizendo que o aspecto de maior interesse no seu uso é o de olhar a parte da 
comunicação por meio dos gestos, como um valorizador e um complemento da palavra do 
orador. Para Santos (1958), “o gesto, assim, deve ser expressivo, adequado e exato. Apenas o 
esboço do gesto já é importante, pois a realidade não precisa ser copiada exatamente pelos 
movimentos do corpo, correndo-se o risco de cair no exagero. O orador deve cuidar dos gestos 
para que o aspecto estético seja preservado e não o aspecto real, contribuindo assim para maior 
beleza da oração”. 
Outro autor coloca os gestos também como movimentos corporais que determinam a 
intenção da comunicação. Brown (1961) considera os gestos como “movimentos selecionados 
para indicar direção, tamanho de um objeto, pontos de ênfase e toda a escala de emoções”, a 
HABILIDADES TÉCNICAS 
 
 Energia: peito erguido. 
 Poder: mãos fechadas com firmeza e com polegar sobre o dedo médio. 
 Força: mãos fechadas com o polegar sobre o indicador. 
 Expansão: mãos abertas e afastadas do corpo. 
 Ameaça: dedo indicador em riste. 
 Rejeição: mãos abertas com as palmas voltadas para baixo. 
 Renascer: mãos abertas com as palmas voltadas para cima e com os dedos 
abertos e um pouco curvados. 
 Deixe as mãos acompanharem naturalmente sua fala. Seus movimentos 
ilustram um pensamento, reforçarão ideias. 
 Não faça gestos exagerados ou estereotipados. Se não souber o que fazer 
com as mãos, não faça nada. 
 Não passe a mão sobre rosto ou pela cabeça. Isso denota tensão e 
ansiedade. 
 
 
 
 
61 
 
qual ele denomina de “ação voluntária, controlada de acordo com os objetivos do orador ao 
falar”. Destaca os olhos e a boca como sendo as partes do corpo mais importantes para 
expressão corporal, seguidos da postura do tronco e o andar. Enfatiza sempre que os gestos 
devem ser espontâneos e se relacionar com o objetivo da fala, negando a existência de um 
modelo único como correto, mas sugerindo que, se exagerados, ou quando chamem muito a 
atenção, podem sombrear a comunicação, apagando assim a individualidade do orador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABILIDADES COMPORTAMENTAIS 
 
 O movimento do comunicador incita os movimentos da plateia. Paixão gera paixão, 
vitalidade gera vitalidade, apatia gera apatia, entusiasmo gera entusiasmo. 
 Cuidado com os gestos contraditórios! Se o objetivo for, por exemplo, reforçar o 
espírito de união, a linguagem gestual deve contribuir para isso. 
 Procure seguir os elementos reguladores da gesticulação: 
o Espaços pequenos e descontraídos pedem gestos menores; 
o Espaços abertos, grandes e formais pedem gestos amplos; 
o Gestos vigorosos traduzem sentimentos mais intensos; 
o Há um gesto para cada emoção. 
 Erga uma ponte entre a essência do gesto e a força da mensagem. O gesto 
espontâneo dá beleza, plasticidade, consistência e força à mensagem. O refinamento 
da linguagem do corpo facilita a tradução da mensagem e a compreensão do ouvinte. 
 As mãos devem refletir a beleza das suas ideias; e o desenho traçado por elas, a 
ligação harmoniosa entre você e o que diz. 
 Também revelam o grau de excitação, nervosismo ou tranquilidade do comunicador. 
São, portanto, uma importante fonte de informação para a plateia. 
 
 
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Expressão de Estátua 
 
Expressão Espalhafatosa 
 
 
 Postura Corporal 
A postura corporal é uma forma de expressão não-verbal, caracterizada pelo 
movimento do corpo. Nossa postura imprime e realça o vigor à fala, desta forma, o orador deve 
assumir uma atitude elegante e expressiva, porém sem perder e espontaneidade. Manter uma 
postura corporal tranquila e natural, sem parecer relaxado. 
Ela irá

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