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ENGENHARIA DE PESCAENGENHARIA DE PESCA ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS VOLUME 4 editora científica digital ENGENHARIA DE PESCAENGENHARIA DE PESCA ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS VOLUME 4 2022 - GUARUJÁ - SP 1ª EDIÇÃO editora científica digital Diagramação e arte Equipe editorial Imagens da capa Adobe Stock - licensed by Editora Científica Digital - 2022 Revisão Autores e Autoras 2022 by Editora Científica Digital Copyright© 2022 Editora Científica Digital Copyright do Texto © 2022 Autores e Autoras Copyright da Edição © 2022 Editora Científica Digital Acesso Livre - Open Access EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA Guarujá - São Paulo - Brasil www.editoracientifica.org - contato@editoracientifica.org Parecer e revisão por pares Os textos que compõem esta obra foram submetidos para avaliação do Conselho Editorial da Editora Científica Digital, bem como revisados por pares, sendo indicados para a publicação. O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e autoras. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que pela origem da publicação e no formato Acesso Livre (Open Access), com os créditos atribuídos aos autores e autoras, mas sem a possibilidade de alteração de nenhuma forma, catalogação em plataformas de acesso restrito e utilização para fins comerciais. Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E57 Engenharia de pesca: aspectos teóricos e práticos: volume 4 / Organizadores Carlos Alberto Martins Cordeiro, Dioniso de Souza Sampaio, Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda. – Guarujá, SP: Científica Digital, 2022. E- BO OK AC ES SO LI VR E O N L INE - IM PR ES SÃ O P RO IBI DA Formato: PDF Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-65-5360-136-9 DOI 10.37885/978-65-5360-136-9 1. Engenharia de pesca – Pesquisa – Brasil. 2. Pescado – Tecnologia. I. Cordeiro, Carlos Alberto Martins. II. Sampaio, Dioniso de Souza. III. Holanda, Francisco Carlos Alberto Fonteles. CDD 664.9 Índice para catálogo sistemático: I. Engenharia 2 0 2 2 Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166 editora científica digital editora científica digital Direção Editorial Reinaldo Cardoso João Batista Quintela Assistentes Editoriais Erick Braga Freire Bianca Moreira Sandra Cardoso Bibliotecários Maurício Amormino Júnior - CRB-6/2422 Janaina Ramos - CRB-8/9166 Jurídico Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852 C O N SE LH O E D IT O R IA L M es tr es , M es tr as , D ou to re s e D ou to ra s C O R P O E D IT O R IA L Prof. Dr. Carlos Alberto Martins Cordeiro Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Rogério de Melo Grillo Universidade Estadual de Campinas, Brasil Profª. Ma. Eloisa Rosotti Navarro Universidade Federal de São Carlos, Brasil Prof. Dr. Ernane Rosa Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Brasil Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin FSG Centro Universitário, Brasil Prof. Dr. Carlos Alexandre Oelke Universidade Federal do Pampa, Brasil Prof. Esp. Domingos Bombo Damião Universidade Agostinho Neto, Angola Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sales Instituto Federal do Pará, Brasil Profª. Ma. Auristela Correa Castro Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Dra. Dalízia Amaral Cruz Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Ma. Susana Jorge Ferreira Universidade de Évora, Portugal Prof. Dr. Fabricio Gomes Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Prof. Me. Erival Gonçalves Prata Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Me Gevair Campos Faculdade CNEC Unaí, Brasil Prof. Me. Flávio Aparecido De Almeida Faculdade Unida de Vitória, Brasil Prof. Me. Mauro Vinicius Dutra Girão Centro Universitário Inta, Brasil Prof. Esp. Clóvis Luciano Giacomet Universidade Federal do Amapá, Brasil Profª. Dra. Giovanna Faria de Moraes Universidade Federal de Uberlândia, Brasil Prof. Dr. André Cutrim Carvalho Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Esp. Dennis Soares Leite Universidade de São Paulo, Brasil Profª. Dra. Silvani Verruck Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Prof. Me. Osvaldo Contador Junior Faculdade de Tecnologia de Jahu, Brasil Profª. Dra. Claudia Maria Rinhel-Silva Universidade Paulista, Brasil Profª. Dra. Silvana Lima Vieira Universidade do Estado da Bahia, Brasil Profª. Dra. Cristina Berger Fadel Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Profª. Ma. Graciete Barros Silva Universidade Estadual de Roraima, Brasil Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima Universidade Federal de Campina Grande, Brasil Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil Prof. Dr. Cristiano Marins Universidade Federal Fluminense, Brasil Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Brasil Prof. Dr. Daniel Luciano Gevehr Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Prof. Me. Silvio Almeida Junior Universidade de Franca, Brasil Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Prof. Dr. Raimundo Nonato Ferreira do Nascimento Universidade Federal do Piaui, Brasil Prof. Dr. Antônio Marcos Mota Miranda Instituto Evandro Chagas, Brasil Profª. Dra. Maria Cristina Zago Centro Universitário UNIFAAT, Brasil Profª. Dra. Samylla Maira Costa Siqueira Universidade Federal da Bahia, Brasil Profª. Ma. Gloria Maria de Franca Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Profª. Dra. Carla da Silva Sousa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Prof. Me. Dennys Ramon de Melo Fernandes Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Prof. Me. Mário Celso Neves de Andrade Universidade de São Paulo, Brasil Prof. Me. Julianno Pizzano Ayoub Universidade Estadual do Centro-Oeste, Brasil Prof. Dr. Ricardo Pereira Sepini Universidade Federal de São João Del-Rei, Brasil Profª. Dra. Maria do Carmo de Sousa Universidade Federal de São Carlos, Brasil Prof. Me. Flávio Campos de Morais Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Prof. Me. Jonatas Brito de Alencar Neto Universidade Federal do Ceará, Brasil Prof. Me. Reginaldo da Silva Sales Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Prof. Me. Moisés de Souza Mendonça Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Prof. Me. Patrício Francisco da Silva Universidade de Taubaté, Brasil Profª. Esp. Bianca Anacleto Araújo de Sousa Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil Prof. Dr. Pedro Afonso Cortez Universidade Metodista de São Paulo, Brasil Profª. Ma. Bianca Cerqueira Martins Universidade Federal do Acre, Brasil Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich Universidade Federal do Paraná, Brasil Prof. Dr. Francisco de Sousa Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Profª. Dra. Sayonara Cotrim Sabioni Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Profª. Dra. Thais Ranielle Souza de Oliveira Centro Universitário Euroamericano, Brasil Profª. Dra. Rosemary Laís Galati Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil Profª. Dra. Maria Fernanda Soares Queiroz Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil Prof. Dr. Dioniso de Souza Sampaio Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Leonardo Augusto Couto Finelli Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil Profª. Ma. Danielly de Sousa Nóbrega Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Prof. Me. Mauro Luiz Costa Campello Universidade Paulista, Brasil Profª. Ma. Livia Fernandes dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre, Brasil Profª. Dra. Sonia Aparecida Cabral Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Brasil Profª. Dra. Camila de Moura Vogt Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Me.José Martins Juliano Eustaquio Universidade de Uberaba, Brasil Prof. Esp. Walmir Fernandes Pereira Miami University of Science and Technology, USA Profª. Dra. Liege Coutinho Goulart Dornellas Universidade Presidente Antônio Carlos, Brasil Prof. Me. Ticiano Azevedo Bastos Secretaria de Estado da Educação de MG, Brasil Prof. Dr. Jónata Ferreira De Moura Universidade Federal do Maranhão, Brasil Profª. Ma. Daniela Remião de Macedo Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Brasil Prof. Dr. Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Dra. Bruna Almeida da Silva Universidade do Estado do Pará, Brasil Profª. Ma. Adriana Leite de Andrade Universidade Católica de Petrópolis, Brasil Profª. Dra. Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Instituto Federal do Sertão Pernambucano,, Brasil Prof. Dr. Claudiomir da Silva Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Prof. Dr. Fabrício dos Santos Ritá Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Prof. Me. Ronei Aparecido Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Prof. Dr. Julio Onésio Ferreira Melo Universidade Federal de São João Del Rei, Brasil Prof. Dr. Juliano José Corbi Universidade de São Paulo, Brasil Profª. Dra. Alessandra de Souza Martins Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Prof. Dr. Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho Universidade Federal do Cariri, Brasil Prof. Dr. Thadeu Borges Souza Santos Universidade do Estado da Bahia, Brasil Profª. Dra. Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz Universidade São Francisco, Brasil Profª. Dra. Maria Luzete Costa Cavalcante Universidade Federal do Ceará, Brasil Profª. Dra. Luciane Martins de Oliveira Matos Faculdade do Ensino Superior de Linhares, Brasil Profª. Dra. Rosenery Pimentel Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Profª. Esp. Lívia Silveira Duarte Aquino Universidade Federal do Cariri, Brasil C O N SE LH O E D IT O R IA L M es tr es , M es tr as , D ou to re s e D ou to ra s CONSELHO EDITORIAL Profª. Dra. Irlane Maia de Oliveira Universidade Federal do Amazonas, Brasil Profª. Dra. Xaene Maria Fernandes Mendonça Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Ma. Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Me. Fábio Ferreira de Carvalho Junior Fundação Getúlio Vargas, Brasil Prof. Me. Anderson Nunes Lopes Universidade Luterana do Brasil, Brasil Profª. Dra. Iara Margolis Ribeiro Universidade do Minho, Portugal Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva Universidade Federal do Ceara, Brasil Profª. Dra. Keila de Souza Silva Universidade Estadual de Maringá, Brasil Prof. Dr. Francisco das Chagas Alves do Nascimento Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Dra. Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Evaldo Martins da Silva Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém Universidade do Minho, Portugal Profª. Dra. Miriam Aparecida Rosa Instituto Federal do Sul de Minas, Brasil Prof. Dr. Biano Alves de Melo Neto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Brasil Profª. Dra. Priscyla Lima de Andrade Centro Universitário UniFBV, Brasil Prof. Dr. Gabriel Jesus Alves de Melo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Brasil Prof. Esp. Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira Universidade Estadual do Centro Oeste, Brasil Prof. Dr. Andre Muniz Afonso Universidade Federal do Paraná, Brasil Profª. Dr. Laís Conceição Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Prof. Me. Rayme Tiago Rodrigues Costa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme Universidade Federal do Tocatins, Brasil Prof. Me. Valdemir Pereira de Sousa Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Profª. Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida Universidade Federal do Amapá, Brasil Prof. Dr. Arinaldo Pereira Silva Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Brasil Profª. Dra. Ana Maria Aguiar Frias Universidade de Évora, Portugal, Brasil Profª. Dra. Deise Keller Cavalcante Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Brasil Profª. Esp. Larissa Carvalho de Sousa Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal Esp. Daniel dos Reis Pedrosa Instituto Federal de Minas Gerais, Brasil Prof. Dr. Wiaslan Figueiredo Martins Instituto Federal Goiano, Brasil Prof. Dr. Lênio José Guerreiro de Faria Universidade Federal do Pará, Brasil Profª. Dra. Tamara Rocha dos Santos Universidade Federal de Goiás, Brasil Prof. Dr. Marcos Vinicius Winckler Caldeira Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil Prof. Dr. Gustavo Soares de Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Brasil Profª. Dra. Adriana Cristina Bordignon Universidade Federal do Maranhão, Brasil Profª. Dra. Norma Suely Evangelista-Barreto Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Brasil Prof. Me. Larry Oscar Chañi Paucar Universidad Nacional Autónoma Altoandina de Tarma, Peru Prof. Dr. Pedro Andrés Chira Oliva Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Dr. Daniel Augusto da Silva Fundação Educacional do Município de Assis, Brasil Profª. Dra. Aleteia Hummes Thaines Faculdades Integradas de Taquara, Brasil Profª. Dra. Elisangela Lima Andrade Universidade Federal do Pará, Brasil Prof. Me. Reinaldo Pacheco Santos Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil Profª. Ma. Cláudia Catarina Agostinho Hospital Lusíadas Lisboa, Portugal Profª. Dra. Carla Cristina Bauermann Brasil Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Prof. Dr. Humberto Costa Universidade Federal do Paraná, Brasil Profª. Ma. Ana Paula Felipe Ferreira da Silva Universidade Potiguar, Brasil Prof. Dr. Ernane José Xavier Costa Universidade de São Paulo, Brasil Profª. Ma. Fabricia Zanelato Bertolde Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil Prof. Me. Eliomar Viana Amorim Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil Profª. Esp. Nássarah Jabur Lot Rodrigues Universidade Estadual Paulista, Brasil Prof. Dr. José Aderval Aragão Universidade Federal de Sergipe, Brasil Profª. Ma. Caroline Muñoz Cevada Jeronymo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Brasil Profª. Dra. Aline Silva De Aguiar Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil Prof. Dr. Renato Moreira Nunes Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil Prof. Me. Júlio Nonato Silva Nascimento Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Profª. Dra. Cybelle Pereira de Oliveira Universidade Federal da Paraíba, Brasil Profª. Ma. Cristianne Kalinne Santos Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil Profª. Dra. Fernanda Rezende Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental, Brasil Profª. Dra. Clara Mockdece Neves Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil Profª. Ma. Danielle Galdino de Souza Universidade de Brasília, Brasil Prof. Me. Thyago José Arruda Pacheco Universidade de Brasília, Brasil Profª. Dra. Flora Magdaline Benitez Romero Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil Profª. Dra. Carline Santos Borges Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado de Direitos Humanos., Brasil Profª. Dra. Rosana Barbosa Castro Universidade Federal de Amazonas, Brasil Prof. Dr. Wilson José Oliveira de Souza Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil Prof. Dr. Eduardo Nardini Gomes Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil Prof. Dr. José de Souza Rodrigues Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil Prof. Me. Willian Carboni Viana Universidade do Porto, Brasil Prof. Dr. Diogo da Silva Cardoso Prefeitura Municipal de Santos, Brasil Prof. Me. Guilherme Fernando Ribeiro Universidade TecnológicaFederal do Paraná, Brasil Profª. Dra. Jaisa Klauss Associacao Vitoriana De Ensino Superior, Brasil Prof. Dr. Jeferson Falcão do Amaral Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira, Brasil Profª. Ma. Ana Carla Mendes Coelho Universidade Federal do Vale do São Francisco, Brasil Prof. Dr. Octávio Barbosa Neto Universidade Federal do Ceará, Brasil Profª. Dra. Carolina de Moraes da Trindade Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Brasil Prof. Me. Ronison Oliveira da Silva Instituto Federal do Amazonas, Brasil Prof. Dr. Alex Guimarães Sanches Universidade Estadual Paulista, Brasil Prof. Dr. Joachin Melo Azevedo Neto Universidade de Pernambuco, Brasil Esta obra constituiu-se de um apanhado de artigos científicos, em um processo colaborativo entre professores, pesquisadores e estudantes, para contribuição nas discussões de espaços formativos. Resulta, também, em estudos e pesquisas sobre aspectos teóricos e práticos na área da Engenharia de Pesca, de forma a mostrar e caracterizar atividades relacionadas ao cultivo, captura e comercialização de peixes e demais animais aquáticos, além disso, pôde mostrar o desenvolvimento de pesquisas de novos métodos e técnicas de criação e melhorias genéticas dos animais, aumentando a qualidade do produto final. Agradecemos aos autores pelo empenho, disponibilidade e dedicação para o desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de instrumento didático-pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de ensino em seus trabalhos e demais interessados pela temática. Carlos Alberto Martins Cordeiro Dioniso de Souza Sampaio Francisco Carlos Alberto Fonteles HolandaA P R E SE N T A Ç Ã O SUMÁRIO CAPÍTULO 01 ANÁLISE DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PESCADORES ARTESANAIS DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ-CE João Eudes Farias Cavalcante Filho; Marcos Luiz da Silva Apoliano; Alexandra Régia Feijão Barros; Reynaldo Amorim Marinho ' 10.37885/220609131 ......................................................................................................................................................................... 10 CAPÍTULO 02 ASPECTOS SANITÁRIOS NA COMERCIALIZAÇÃO DE PEIXES NAS MICRORREGIÕES DO SALGADO E BRAGANTINA, NORDESTE PARAENSE Maria Beatriz Martins Conde; Inês Clarissa Gomes Sousa; Vitória Nazaré Costa Seixas ' 10.37885/220508990 ....................................................................................................................................................................... 24 CAPÍTULO 03 BACTERIOSES EM PEIXES NO ESTADO DO MARANHÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E PERSPECTIVAS PARA PESQUISA Adriana Prazeres Paixão; Herlane de Olinda Vieira Barros; Monalisa de Sousa Moura Souto; Tânia Maria Duarte Silva; Valter Marchão Costa Filho; Izabela Alves Paiva; Alanna Raissa de Araújo Silva; Danilo Cutrim Bezerra; Viviane Correa Silva Coimbra; Nancyleni Pinto Chaves Bezerra ' 10.37885/220508884 ........................................................................................................................................................................ 37 CAPÍTULO 04 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E VALOR NUTRICIONAL DO PESCADO Inayara da Silva Rebelatto; Débora Juliana Hirt Lintzmaia; Daniel Oster Ritter; Marilu Lanzarin; Rozilaine Aparecida Pelegrine Gomes de Faria; Gilma Silva Chitarra ' 10.37885/220408711 ......................................................................................................................................................................... 50 CAPÍTULO 05 FREQUÊNCIA ALIMENTAR DO CAMARÃO-DA-AMAZÔNIA MACROBRACHIUM AMAZONICUM EM SISTEMA DE BIOFLOCOS Elaine Oliveira Pontes; Juliane Raquel Silva dos Santos; Gleika Tamires Jordão dos Reis; Michelle Midori Sena Fugimura; Luciano Jensen Vaz ' 10.37885/220308286 ........................................................................................................................................................................ 67 CAPÍTULO 06 IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E HIGIÊNICO-SANITÁRIOS NA COMERCIALIZAÇÃO DE PESCADO IN NATURA NO MERCADO IGARAPÉ DAS MULHERES, MACAPÁ-AP Erick Patrick dos Anjos Vilhena; Glênda de Freitas Guedes; Marineide Pereira de Almeida ' 10.37885/220509047 ........................................................................................................................................................................ 75 SUMÁRIOSUMÁRIO CAPÍTULO 07 IMPORTÂNCIA DA PESCA DA GURIJUBA SCIADES PARKERI (TRAILL, 1832) NO LITORAL AMAZÔNICO BRASILEIRO, UMA REVISÃO DE LITERATURA Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda; Jair Junior Bezerra Campelo; Lucas Henrique do Rosário Menezes ' 10.37885/220509021 ........................................................................................................................................................................ 94 CAPÍTULO 08 MANEJO DE ENGORDA DO CAMARÃO LITOPENAEUS VANNAMEI (BOONE, 1931) EM UMA FAZENDA NO LITORAL DO PIAUÍ, BRASIL Auriane Araújo Gouveia; Janaína de Araújo Sousa Santiago; Luiz Gonzaga Alves dos Santos Filho; Jeffresson José Pimenta Couto; André Prata Santiago ' 10.37885/220509003 ....................................................................................................................................................................... 127 CAPÍTULO 09 NANOPARTÍCULAS DE ÓXIDO DE COBRE II (NPSCUO) CAUSAM TOXICIDADE E ALTERAÇÕES METABÓLICAS EM PALAEMON PANDALIFORMIS) Kelly Tartas Olaia; Luelc Souza da Costa; Ana Lucia de Souza Araújo; Edison Barbieri ' 10.37885/220609130 ........................................................................................................................................................................ 140 CAPÍTULO 10 TESTES DE ESCALA HEDÔNICA EM PESQUISAS BRASILEIRAS SOBRE FISHBURGUERES NO PERÍODO 2010 - 2020 Hérlon Mota Atayde; Jacqueline Dias Rocha; Talita Monteiro De Souza; Elton Nunes Britto ' 10.37885/220508901 ........................................................................................................................................................................ 154 SOBRE OS ORGANIZADORES ..............................................................................................................................171 ÍNDICE REMISSIVO ............................................................................................................................................. 172 01 '10.37885/220609131 01 Análise do perfil socioeconômico dos pescadores artesanais do município de Icapuí-CE João Eudes Farias Cavalcante Filho Universidade Federal do Ceará - UFC Marcos Luiz da Silva Apoliano Universidade Federal do Ceará - UFC Alexandra Régia Feijão Barros Universidade Federal do Ceará - UFC Reynaldo Amorim Marinho Universidade Federal do Ceará - UFC https://dx.doi.org/10.37885/220609131 RESUMO Situado a 202 km da cidade de Fortaleza, o município de Icapuí é reduto de pescadores artesanais que fazem da pesca profissional a sua principal atividade laboral. Sabendo da importância dessa atividade para a comunidade pesqueira, este trabalho tem por objetivo analisar o perfil social e econômico dos pescadores artesanais do município de Icapuí, no Estado do Ceará. Para isso, foram realizadas visitas à unidade representativa da Colônia de Pescadores Z-17, no intuito de realizar entrevistas para obtenção de dados. Foi aplicado um questionário semiestruturado contendo questões direcionadas a 66 pescadores artesanais para coleta de dados relacionados aos aspectos sociais, econômicos e à própria atividade pesqueira. De acordo com os resultados, a pesca artesanal no município de Icapuí é pra- ticada em sua maior parte por pescadores artesanais que gostam de exercer a atividade (84,8%), possuem ensino fundamental incompleto (53,0%) e que têm a atividade como principal fonte de renda (70,7%). A maioria desses profissionais praticam a atividade com embarcaçõesnão próprias (62,1%), vão ao mar de duas a três vezes por semana (68,2%) e têm entre 21 a 30 anos de experiência na profissão (31,8%). Foi identificado o exercício da pesca de peixes, lagosta, peixes/lagostas e mariscos. Entretanto, a pesca da lagosta foi mais representativa entre as capturas (54,5%), sugerindo que seja o organismo alvo das pescarias artesanais no município. Palavras-chave: Comunidade Pesqueira, Pescador Profissional, Pesca Artesanal. 12 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 INTRODUÇÃO A pesca artesanal é considerada uma das atividades econômicas mais tradicionais do Brasil, sendo considerada também como uma das mais antigas exercidas pelo homem (Vasconcellos et al., 2011). Praticada por pescadores autônomos que preparam suas pró- prias artes de pesca, essa atividade é a principal fonte de renda para o sustento familiar em pequenas comunidades (Diegues, 2001). Os pescadores artesanais utilizam embarcações como as jangadas e canoas, atuando ao longo do litoral, nos lagos e rios. Segundo o Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA, são quase um milhão de pescadores artesanais atuando no País, o que coloca esta atividade como a de maior impacto social e econômico no Brasil (Brasil, 2014). A pesca artesanal no Brasil se desenvolveu como uma importante atividade socioe- conômica marcada por diversas alterações em seu cenário. A organização dessa atividade no país remete ao período pré-colonial (Silva, 1972), cujas comunidades indígenas, faziam uso do mar para a obtenção de alimentos (Cardoso, 1996). De acordo com Marinho (2005), a importância da pesca no Brasil foi relatada, primeiramente, pelos visitantes europeus Hans Staden e Jean de Levy. Ambos conviveram entre os povos Tupinambás no litoral Sul Fluminense no final do século XVI. No estado do Ceará, a Capitania dos Portos juntamente com a Marinha do Brasil re- gistrou 64 Colônias de pescadores (Brasil, 2013b). Em Icapuí/CE, a unidade representativa dos pescadores artesanais é a Colônia Z-17. Atualmente a colônia possui aproximadamente 2.000 pescadores profissionais artesanais associados. Embora alguns estudos sobre os aspectos socioeconômicos tenham sido realizados em comunidades pesqueiras no Nordeste (Fonteles-Filho e Castro, 1982; Galdino, 1995; Vasconcelos et al., 2003; Marinho, 2005; Almeida, 2010; Brasil, 2013a; Saraiva, 2014; Apoliano et al., 2019; Souza, 2021; Vidigal et al., 2021), ainda há a necessidade de levan- tamentos de dados nessas regiões, como, por exemplo no Município de Icapuí/CE, uma vez que esses levantamentos visam enriquecer o conhecimento da atividade pesqueira em pequenas comunidades, relações ecológicas e compreender os aspectos socioambientais, permitindo estudos que auxiliem na gestão pesqueira nesses locais. Tendo em vista o a importância da pesca artesanal para as comunidades pesqueiras, este trabalho teve como objetivo analisar a estrutura social e econômica dos pescadores artesanais do Município de Icapuí/CE. 12 13 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 MÉTODOS O estudo foi realizado no município de Icapuí (Figura 1), no extremo litoral Leste do Estado do Ceará (04º 42’ 47” S; 037º 21’ 19” W), situado a 202 km de Fortaleza (Brasil, 2015). Figura 1. Localização do Município de Icapuí/CE e as praias pertencentes à área de cobertura da Colônia Z-17. Fonte: Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada (LGMA, 2016). Os dados foram obtidos por meio de uma pesquisa quali-quantitativa, revisão de lite- ratura sobre a temática e áreas afins. Segundo Giddens (2012), a pesquisa realizada por métodos qualitativos e quantitativos é uma forma obter-se uma compreensão e explicação mais ampla do tema estudado, corroborando com o que afirmam Minayo e Sanches (1993), em que a relação entre quantitativo e qualitativo entre objetividade e subjetividade não se reduz a um continuum, ela não pode ser pensada como oposição contraditória, pelo contrá- rio, é de se desejar que as relações sociais possam ser analisadas em seus aspectos mais “ecológicos” e “concretos”, aprofundados em seus significados mais essenciais. Assim, o estudo quantitativo pode gerar questões a serem aprofundadas qualitativamente, e vice-versa. O levantamento de dados teve início em março de 2015, e terminou em agosto de 2016, totalizando seis visitas no município de Icapuí/CE, onde foi possível visitar a sede da colônia Z-17 e acompanhar a rotina dos pescadores que lá se encontravam. A entrevista é o procedimento mais usado em trabalho de campo. Por meio dela, buscou-se obter informações contidas na fala dos atores sociais. As entrevistas podem ser 14 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 estruturadas e não estruturadas, correspondendo ao fato de serem mais ou menos dirigi- das. Assim, torna-se possível trabalhar com a entrevista aberta ou não estruturada, onde o informante aborda livremente o tema proposto, bem como, as estruturadas que pressu- põem perguntas previamente formuladas. Há formas, no entanto, que articulam essas duas modalidades, caracterizando-se como entrevistas semiestruturadas (Minayo et al., 1999). Para a execução dessa pesquisa foi aplicado um questionário composto por perguntas semiestruturadas, para capturar as informações qualitativas e quantitativas, com o objetivo de delinear os aspectos sociais e econômicos dos pescadores, levando em consideração a diversos aspectos analisados (idade, estado civil, número de filhos, escolaridade, renda, exercício de outra atividade remunerada e aposentadoria). Nesta pesquisa, foram entrevis- tados 66 pescadores que se disponibilizaram a contribuir com a pesquisa e que atuam na pesca artesanal do município de Icapuí/CE. RESULTADOS E DISCUSSÃO Aspectos Socioeconômicos De acordo com os dados obtidos no presente trabalho, a população de pescadores profissionais que praticam a pesca artesanal no município de Icapuí/CE é constituída exclu- sivamente por homens com idade entre 18 e 73 anos (Tabela 1). Tabela 1. Idade dos pescadores do Município de Icapuí/CE. Faixa Etária Frequência Porcentagem (%) 18-30 Anos 13 19,7 31-43 Anos 20 30,3 44-56 Anos 22 33,3 57-69 Anos 10 15,2 > 70 Anos 1 1,5 Total 66 100,0 O percentual de pescadores com idade inferior a 30 anos foi de 19,7%, sugerindo que, atualmente, é pequeno o número de jovens que optaram por essa atividade no muni- cípio de Icapuí. Esses dados corroboram com os achados de Saraiva (2014), que observa- ram que 13% dos pescadores da comunidade Iha dos Coqueiros em Acaraú/CE possuem menos de 25 anos. Quanto ao estado civil, 62,1% dos pescadores de Icapuí são casados. Da população amostral, 25,76% são solteiros e possuem de 18 a 69 anos, apresentando uma maior inci- dência no intervalo de 18 a 43 anos. Esses resultados assemelham-se com os de Galdino (1995), que observou que a comunidade de Redonda em Icapuí-CE é composta em sua maioria por pescadores casados, sendo que, apenas 6,2% dos indivíduos entrevistados são 14 15 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 solteiros, com uma idade média de aproximadamente 35 anos, entre 21 e 65 anos. Saraiva (2014) também verificou que a maioria dos pescadores na comunidade da Ilha dos Coqueiros, em Acaraú/CE, era formada por pescadores casados ou viviam em regime de união estável, na qual mais da metade dos entrevistados possuíam idade entre 30 e 50 anos. De acordo com as informações contidas na Figura 2, foi observado que 53% dos en- trevistados apresentaram o ensino fundamental incompleto,13,6% afirmaram ter o ensino médio completo e 15,2% asseguraram nunca ter estudado. Figura 2. Nível de escolaridade dos pescadores do Município de Icapuí-CE. Saraiva (2014) encontrou uma realidade parecida, em que a maioria dos seus entrevis- tados possuía o ensino fundamental incompleto. Por outro lado, encontrou um alto percentual de analfabetismo (31%) entre os pescadores de Acaraú/CE, o que divergiu dos resultados obtidos em Icapuí-CE, visto que a taxa de analfabetismo encontrada foi baixa comparada ao município de Acaraú. Galdino (1995) mostrou um resultado preocupante para a praia de Redonda/CE, onde foi observado que, de sua amostra, 72,3% eram analfabetos, divergindo da situação encontrada em 2016, onde a taxa de analfabetismo foi apenas 15,2%. Alencar e Maia (2011) mostraram que o Brasil possuía 56.218 pescadores analfabetos, o que correspondia a 8,1% do total de pescadores registrados. Ainda segundo os autores, a maior parte dos pescadores brasileiros (75,51%) possuíam apenas o ensino fundamental incompleto, corroborando com a situação encontrada em Icapuí-CE. Ocasião em que foi detectado maior percentual de pescadores com o ensino fundamental incompleto. 16 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Para Saraiva (2014), a baixa escolaridade dos pescadores afeta diretamente a atividade pesqueira à medida que os mesmos não possuem acesso às informações como novas tec- nologias de captura, melhorias da qualidade do pescado, ou à inibição da pesca predatória e à adoção de novas formas de comercialização, entre outros fatores. As características socioeconômicas da pesca brasileira são as mais variadas possí- veis, seja pela extensão do litoral, pelo tipo de cultura predominante ou pela importância ou objetivo pelo qual é exercida por distintas comunidades. No âmbito estadual, a pesca ainda é um setor de grande importância socioeconômica (produção de alimentos, e um dos principais do nordeste). Caracteriza-se por ser um setor que pouco evoluiu sob o ponto de vista tecnológico. A atividade pesqueira artesanal sofre de grande escassez de informações técnico-científicas e de assistência por parte dos órgãos públicos financiadores e adminis- tradores do setor pesqueiro (Marinho, 2005). Quando se correlacionou escolaridade e faixa etária, dentre os entrevistados, a edu- cação teve maior representatividade entre 18 e 30 anos de idade, pois dentro dessa faixa tem-se a maior número de pescadores que concluíram o ensino médio (Tabela 2). Tabela 2. Relação entre escolaridade e faixa etária dos pescadores do Município de Icapuí-CE. Faixa Etá- ria (anos) Fundam. completo Fundam. Incom- pleto Médio com- pleto Médio incom- pleto Técnico/ Superior Nunca estu- dou Total 18-30 1 4 7 1 0 0 13 31-43 6 11 2 0 1 0 20 44-56 3 13 0 0 0 6 22 57-69 0 7 0 0 0 3 10 > 70 0 0 0 0 0 1 1 Total 10 35 9 1 1 10 66 Assim como a escolaridade aumenta no intervalo de 18 a 30 anos, percebe-se o de- créscimo no exercício da atividade pesqueira (Tabela 1), onde podemos observar que com um maior nível de escolaridade a pesca não vem a ser a única forma laboral no município. Na faixa etária 44 a 69 anos perseveram a ausência de estudo, uma vez que a grande maioria não concluiu o ensino fundamental. Quanto aos que nunca estudaram, estes estão compreendidos na faixa cujo intervalo é de 44 a 69 anos. Na perspectiva da remuneração da atividade, 89,4% relataram que recebiam até um salário mínimo (R$ 880,00, em 2016), enquanto que 10,6% informaram que sua renda va- riava entre dois a três salários mínimos. Esses resultados corroboram com os encontrados por Saraiva (2014) no município de Acaraú/CE. Esse autor verificou que, em geral, a renda familiar do pescador artesanal no município é inferior ao salário mínimo em vigência (R$ 724,00, em 2014). Essa baixa rentabilidade é decorrente a várias causas, uma delas é a externalidade monetária negativa, que segundo Neves (2014), ocorre quando há uma des- proporção entre a quantidade capturada e o benefício monetário recebido pelo pescador. 16 17 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Isso ocorre, por exemplo, quando se permite que um intermediário imponha um valor mo- netário sobre o produto, ignorando o valor pelo qual esse mesmo produto será vendido pelo intermediário numa segunda comercialização. Sobre a importância da atividade pesqueira na renda familiar, Saraiva (2014) questio- nou aos profissionais artesanais se os mesmos conseguiam sustentar suas famílias com a remuneração obtida na pesca. A resposta foi afirmativa para 79% dos entrevistados, embora tenham afirmado também possuir outras fontes de renda na unidade familiar. Marinho (2005) observou na Praia das Goiabeiras, Fortaleza – CE, a renda familiar de 75,6% dos pescadores variou entre um e dois salários mínimos. A média foi de 1,85 salário mínimo por família. Dos entrevistados, 19,5% dos pescadores afirmaram que a renda de sua família era de menos de um salário mínimo. A pesca apareceu como sendo a principal atividade econômica de sustento da família de 70,7% dos entrevistados e 29,3% dos pes- cadores afirmaram que sua família tinha outra atividade econômica além da pesca. Não apresentando uma variação percentual tão elevada quanto em Acaraú, mas bem próxima a Fortaleza, 16,7% dos pescadores de Icapuí informaram o exercício de outras ati- vidades remuneradas, a fim de complementar a renda familiar. Dentre as atividades foram citadas, serviços de pintura, servente, pizzaiolo, agricultura, entre outros. Quanto à aposen- tadoria na categoria, apenas 6,1% da amostra coletada encontra-se beneficiada. Atividade Pesqueira Os pescadores artesanais no município de Icapuí relataram que apresentam a pesca como sua principal fonte de renda. Quando perguntado se gostavam da profissão, 84,8% dos entrevistados responderam que sim (Tabela 3). Enquanto que 15,2% alegaram não gostar da atividade e justificaram que a ausência de estudos, a falta de interesse próprio e a ausência de trabalho os levaram para a prática dessa profissão. Tabela 3. Relação entre faixa etária e interesse pela profissão dos pescadores de Icapuí-CE. Faixa etária Gosta da Profissão Total Sim Não 18-30 Anos 10 3 13 31-43 Anos 18 2 20 44-56 Anos 18 4 22 57-69 Anos 9 1 10 > 70 Anos 1 0 1 Total 56 10 66 Marinho (2005) apresentou resultados semelhantes na praia das Goiabeiras, em Fortaleza/CE, onde um dos principais motivos apontados pelos entrevistados para que entrassem na atividade da pesca foi a falta de trabalho (11% dos entrevistados), sugerindo 18 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 a entrada de pessoas sem preparo para uma atividade já tão desprovida de mão de obra qualificada. Já Saraiva (2014), observou que na Ilha dos Coqueiros em Acaraú/CE, mais da metade dos entrevistados justificaram a escolha da atividade pesqueira como falta de opção, representando 56% dos entrevistados. Com relação ao interesse pela profissão em relação a faixa etária, pode-se observar na Tabela 3 que 15,2 % dos entrevistados que alegaram não gostar da profissão está entre a faixa de idade de 18 a 69 anos. Dessa forma no intervalo de 18 a 30 anos observar-se a falta de interesse pelos estudos, embora o Município disponha de escolas que atendem ao ensino fundamental, e oferece transporte escolar para que os jovens e adultos tenham acesso ao ensino médio e ao ensino superior fora da cidade (Freitas, 2015). Tendo em vista que a maioria dos pescadores gostam da atividade pesqueira, foi ques- tionado sobre a motivação que os levou para exercer tal atividade. Foi obtido um percentual de 50% para os pescadores que alegaram gostar da profissão, que haviam crescido compesca, e tinham a atividade como uma herança familiar. Corroborando com Galdino (1995), que verificou em Redonda (uma das praias do Município de Icapuí-CE) que a tradição fami- liar respondeu por 47,2% das razões responsáveis para o ingresso na pesca. No entanto, o restante dos pescadores (50%), seguiram para a pesca por ausência de estudos, falta de oportunidade e aprenderam a gostar da profissão (34,8%), e os que não gostam da atividade pesqueira que foram movidos para atividade devido à ausência de estudos, falta de interesse próprio, e empregos em outros setores, representam 15,2%. Para Moura et al. (2014), a empregabilidade exige a busca constante pelo aperfeiçoa- mento de seus conhecimentos, pois as rápidas mudanças decorrentes do avanço tecnoló- gico e do processo de globalização reforçam a necessidade de se redefinir um novo perfil profissional. Nesse sentido, entende-se que a empregabilidade representa a condição do indivíduo exercer uma atividade produtiva, representada num ganho financeiro. Assim, de- corrente da necessidade de trabalhar, a baixa escolaridade reflete na ausência do emprego, optam por exercer a atividade pesqueira sem gostar. Para o exercício da atividade pesqueira 37,9% dos entrevistados informaram possuir embarcação própria. O número de embarcações variou de 1, 2 e mais barcos (Tabela 4). Tabela 4. Número de proprietários de embarcações na pesca artesanal em Icapuí-CE. Proprietário de embar- cação Número de embarcações que possui Total Nenhuma 1 2 > 2 Sim 0 23 1 1 25 Não 41 0 0 0 41 Total 41 23 1 1 66 Vasconcelos et al. (2003), no Rio Grande do Norte, encontraram uma situação que se aproximaria da situação observada no Município de Icapuí, onde somente 35,1% dos 18 19 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 pescadores em sua amostra são proprietários de embarcação, enquanto Saraiva (2014), informou que a maioria dos pescadores na Ilha dos Coqueiros em Acaraú, utiliza algum tipo de embarcação para efetuar suas pescarias, sendo que 47% dos entrevistados afirmaram possuir embarcação própria. Moraes (2001) acerca das relações de trabalho se deparou com pescadores que são proprietários das embarcações nas quais trabalham e, aqueles que pescam em barcos de outrem, alguns em barcos motorizados, outros em barcos à vela, sendo o mais comum pescarem em pequenas embarcações à vela. Quanto ao tempo de atividade, foi obtida uma amostra balanceada, conforme obser- vado na Figura 3. Figura 3. Distribuição de frequências relativa do tempo de exercício da profissão de pescador em Icapuí-CE. O tempo de exercício da profissão do pescador do Município de Icapuí variou de um a >30 anos, onde 18,2% representam os pescadores no intervalo de um a 10 anos de serviço, 30,3% representam os pescadores no intervalo de 11 a 20 anos, 19,7% representou os pes- cadores com mais de 30 anos na atividade. Sendo que a maioria, 31,8% dos entrevistados, tem entre os 21 a 30 anos de profissão, corroborando com Marinho (2005), que encontrou na praia das Goiabeiras em Fortaleza, uma variação de um a 39 anos, onde a maioria dos entrevistados (75,6%), está no intervalo entre 20 a 29 anos. Já Galdino (1995) em seu es- tudo realizado em Redonda, encontrou profissionais que estavam na atividade, em média, há 21 anos, com uma variação de cinco a 50 anos. Em relação ao tempo das pescarias, a atividade pesqueira em Icapuí é desenvolvida pela maior parte dos entrevistados (68,2%), em idas ao mar em torno de duas a três vezes 20 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 por semana, e ao embarcar, passam mais de 8 horas para encerrar as atividades e retornar para suas casas (Tabela 5). Tabela 5. O tempo de atividade pesqueira por pescador do Município de Icapuí-CE. Quantas idas ao mar Horas dedicadas a atividade pesqueira Total 4-5 Horas 6-8 Horas > 8 Horas Uma vez por semana 0 0 1 1 Duas a três vezes por semana 1 1 43 45 Cinco vezes por semana 2 1 5 8 Embarcado 2-4 dias 0 0 5 5 Embarcado > 5 dias 0 0 7 7 Total 3 2 61 66 Esses resultados diferem dos obtidos por Apoliano et al. (2019) na Praia do Iguape, em Aquiraz/CE. Esses autores observaram que as pescarias artesanais eram predomi- nantemente praticadas durante cinco dias por semana, distribuídas em viagens de “ir e vir” (pescarias de menor duração, próxima à costa) e de “dormir” (maior duração, acima de três dias embarcado em distâncias acima de 30 milhas náuticas da costa). Com relação às espécies mais capturadas, dentre os entrevistados, 54,5% afirmaram pescar exclusivamente lagosta, 40,9% pescam peixes e lagostas, 3% da amostra afirmaram pescar exclusivamente peixes, enquanto que 1,5% coletam apenas mariscos. É importante ressaltar que essa exclusividade está relacionada com a licença para atividade, ou seja, os pescadores presentes desta amostra apresentavam licença para a pesca da lagosta, para a pesca de peixes, ou para a captura de ambos. Dentre as espécies de peixes as mais citadas pelos pescadores foram: cioba, cavala, biquara, ariacó, serra, sirigado, guarajuba. Marinho (2005), na praia de Goiabeiras citou a ocorrência de peixes como: ariacó, cavala, serra entre outros. Para Vasconcelos et al. (2003), as principais espécies capturadas por pescadores artesanais do Rio Grade do Norte foram constituídas por lagosta (29,7%), peixes vermelhos (17,6%), polvo (10,8%), cavala (9,7%) dentre outras espécies capturadas. Segundo Souza (2021), a produção da lagosta no município de Icapuí acompanha a tendência da produção do Ceará e do litoral leste do Estado, com produção média de 284 toneladas/ano de lagosta entre os anos de 2001 a 2006. A importância da pesca da lagosta é evidente dentro do calendário anual de pesca na região, indicando claramente o interesse das comunidades litorâneas do município de Icapuí-CE pela atividade. CONCLUSÃO O nível de escolaridade predominante dos pescadores do município de Icapuí-CE é fun- damental incompleto, sendo observado em indivíduos com idade superior a 30 anos. A baixa 20 21 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 escolaridade está intimamente relacionada com a dificuldade que havia em ir para a escola, implicando assim, em um baixo nível de escolaridade entre os pescadores. A faixa etária de destaque foi a de pescadores entre 18 e 30 anos, onde foi observada maior escolaridade. Esse aumento na escolaridade implica no decréscimo do exercício da ati- vidade pesqueira, uma vez que com nível maior de escolaridade, a pesca artesanal não vem a ser a única forma de estar empregado no município. Com isso, provavelmente, o exercício da atividade pesqueira pode estar sendo substituído por outras atividades pelos mais jovens. Constatou-se que a maioria dos pescadores são casados, têm a pesca como principal fonte de renda e gostam de exercer a atividade, porém as motivações para o exercício da pesca envolvem a cultura e tradição familiar, a ausência de estudos e falta de oportunidade em outras áreas. Dentre os entrevistados, a maioria pratica a pesca da lagosta no período regulamentado, sendo esta espécie, o principal alvo. Para o desenvolvimento desta atividade pesqueira, a maioria dos pescadores entrevistados informaram não possuir embarcação pró- pria. Novos estudos devem ser feitos para coleta de dados socioeconômicos e ambientais a fim de contribuir com o gerenciamento da pesca e, sirvam como base para implementação de políticas públicas que subsidiem o desenvolvimento da pesca artesanal municipal e estadual. REFERÊNCIAS 1. ALENCAR, C. A. G. de; MAIA, L. P. Perfil Socioeconômico dos Pescadores Brasileiros. Arquivos Ciências do Mar, Fortaleza, 2011, n. 44 v.3 p. 12-19. 2. ALMEIDA, L. 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Sistemas & Gestão, v. 16, n. 3, 2021. 02 '10.37885/220508990 02 Aspectos sanitários na comercialização de peixes nas microrregiões do Salgado e Bragantina, Nordeste Paraense Maria Beatriz Martins Conde Universidade do Estado do Pará - UEPA Inês Clarissa Gomes Sousa Universidade do Estado do Pará - UEPA Vitória Nazaré Costa Seixas Departamento de Tecnologia de Alimentos Universidade do Estado do Pará - UEPA https://dx.doi.org/10.37885/220508990 RESUMO Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo analisar os riscos sanitários das condições de comercialização dos peixes que são vendidos nos mercados municipais. Métodos: O estu- do tratou-se de uma pesquisa exploratória no período de dezembro de 2021, nestes ambien- tes, em cidades pertencentes à mesorregião do nordeste paraense, Capanema, Salinópolis e São João de Pirabas. Os dados foram analisados por meio de um questionário (Check-list), que foi preenchido através da observação na comercialização de peixes, no qual consistiu nas seguintes etapas: edificação e instalações, manipuladores de venda, Equipamentos e utensílios, higiene dos alimentos e manejo dos resíduos, os critérios para avaliar as condi- ções higiênicas sanitárias nos pontos comerciais, foram semelhante à legislação vigente. Resultados: Os resultados obtidos evidenciaram que os mercados municipais das cidades visitadas não possuem condições higiênico-sanitária apropriada e possui uma infraestru- tura inadequada; podendo comprometer a comercialização dos pescados. É notório que os mercados não atendem os critérios de qualidade que são exigidos. Conclusão: Deste modo é fundamental que os órgãos fiscalizadores adotem medidas que possam garantir a segurança dos alimentos. Palavras-chave: Segurança dos Alimentos, Peixes, Inspeção. 26 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 INTRODUÇÃO Segundo o RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) (2017), entende-se por pescado os peixes, os crustáceos, os mo- luscos, os anfíbios, os répteis, os equinodermos e outros animais aquáticos usados na alimentação humana. Os pescados dispõem de vários valores nutricionais como, ácidos graxos poli-insatu- rados, vitaminas, rico em proteínas, devido os mesmos possuírem aminoácidos essenciais, (CARAMELLO, 2013).Em virtude destes benefícios, e também do seu pH aproximado da neutralidade os pescados são bastante suscetíveis à proliferação de micro-organismo (BARRETO et al., 2012). A comercialização de pescados em feiras livres e mercados municipais servem como ponto de venda para os pescadores, produtores e vendedores, que comercializam peixes frescos e com o preço acessível. (PINTO et al., 2012). Esta prática da comercialização merece cuidado, visto que quando o alimento possui o armazenado de uma maneira inapropriada, transporte impróprio, barracas sem refrigeração, sem proteção e com a presença de insetos, essas ações acabam favorecendo a deterioração do alimento onde os fenômenos enzimáticos, oxidativo e bacterianos vão alterar a qualidade do pescado fresco (SANTOS et al., 2016). A qualidade higiênica merece uma atenção redobrada, devido os acontecimentos de doenças transmitidas por alimentos (DTA’s). No Brasil, as DTAS estão se tornando cada vez mais comum; nos anos de 1999 a 2008 houve 6602 casos de surtos notificados, mas 69 foram adquiridos através do consumo dos pescados contaminados. (SANTOS, 2016). A vigilância sanitária é o órgão responsável para realizar a inspeção no comércio de pescados para que tenham uma segurança alimentar em que os consumidores vão ter acesso a um alimento seguro, (BURITY, 2010). MÉTODOS Tipo de pesquisa e área de estudo O estudo tratou-se de uma pesquisa exploratória qualitativa por meio de observações que foi realizada, no mês de dezembro de 2021 em mercados municipais de pescados, nas cidades de Salinópolis e São João de Pirabas, ambas localizadas na microrregião do sal- gado, a demais Capanema, pertencente da microrregião bragantina, todas estão situadas no nordeste paraense. 26 27 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Ferramenta de estudo Os dados foram analisados por meio de um questionário (Check-list), que foi preen- chido, por meio da visualização da comercialização de peixes, baseado na Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação (BRASIL, 2004), PORTARIA Nº 185 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Peixe Fresco (BRASIL, 1997), Decreto Nº 48.172 DE 6 DE MARÇO DE 2007 dispõe sobre o funcionamento das feiras livres no Município de São Paulo (SÃO PAULO, 2007), Decreto Nº 9.013 de 29 de março de 2017 dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal, (BRASIL, 2017), contendo itens relacionados às condições sanitárias da comercialização de peixes nos municípios citados. Os critérios do questionário estão divididos nas seguintes etapas: edificação e instala- ções, manipuladores de venda, Equipamentos e utensílios, higiene dos alimentos, manejo dos resíduos. O preenchimento do check-list foi avaliado de acordo com o método de as- sinalação de Rosa et al., (2021): 1) “Sim” (10 pts.) – quando o quesito atendia ao aspecto observado; 2) “Parcialmente” (5 pts.) – quando o quesito estava presente, mas não atendia a conformidade; 3) “Não” (0 pts.) – quando o quesito não cumpria ao aspecto observado, determinando o percentual de conformidade de acordo com a equação (1), baseada na RDC 275/ANVISA. Os dados foram tabulados e processados em planilhas eletrônicas elaboradas no Excel da Microsoft. 1 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 % = 𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝐼𝐼𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝑅𝑅 𝑥𝑥 100 ⁄ 𝑅𝑅𝐶𝐶𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑅𝑅𝐶𝐶𝐶𝐶𝑅𝑅 Para avaliação dos riscos das condições higiênicas sanitárias nos pontos comerciais de venda de pescados, os parâmetros foram classificados semelhantes à escrita da RDC 275/ANVISA de três formas, como BOM: 76 a 100% de atendimento; REGULAR: 51 a 75% de atendimento e RUIM: de 0 a 50% de atendimento dos quesitos, (BRASIL, 2002). Além disto, realizaram-se registros fotográficos para auxiliar na avaliação de riscos. RESULTADOS Os mercados que foram visitados apresentaram diversas inconformidades que foram diagnosticadas perante os requisitos avaliados como: edificação e instalações; utensílios; manipuladores de venda, higiene dos alimentos e manejo de resíduos. A aplicação do check-list no resultado individual de cada municipio evidenciou 26,08% para São João de Pirabas, no aspecto geral os locais estudados obtiveram 25%, Capanema e Salinópolis expressaram 23,91% de “conformidades”, conforme se verifica no gráfico 1. 28 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Gráfico 1. Classificação geral das conformidades dos municípios estudados. Fonte: autoras (2022). Edificações e Instalações No gráfico 2, nota-se o índice de conformidade nos municípios estudados no quesito edi- ficações e instalações, Salinópolis e São João de Pirabas demonstrou-se 30% de conformida- des, enquanto Capanema apresentou 20%, deste modo ambas as cidades demostram atendi- mento ruim, de acordo com a classificação semelhante à RDC 275/ ANVISA, (BRASIL, 2002). Gráfico 2. Classificação de conformidade do item edificação e instalações. Fonte: autoras (2022). Equipamentos e Utensílios No gráfico 3, observa-se que os ambientes de comercialização de peixes no munícipio de Capanema, Salinópolis e São João de Pirabas apresentaram um percentual de 25% de conformidades, classificados como ruim perante a legislação vigente. 28 29 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Gráfico 3. Classificação de conformidade dos equipamentos e utensílios. Fonte: autoras (2022). Manipuladores de venda O estudo revelou os seguintes resultados no quesito manipuladores de venda, as ci- dades pesquisadas obtiveram o mesmo percentual, ou seja, 33%, de acordo com o gráfico 4, todas as cidades demonstraram atendimento ruim. Gráfico 4. Classificação dos manipuladores de venda. Fonte: autoras (2022). Higiene de Alimentos Referindo-se a etapa de higiene de alimentos, no gráfico 5 observa-se que Capanema e São João de Pirabas obtiveram 50% de conformidade, Salinópolis expressou 33,3%, ambas consideradas ruins. 30 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Figura 5. Classificação de conformidade do item higiene de alimentos. Fonte: autoras (2022). Manejo de resíduos Nesta etapa, constata-se no gráfico 6 que as cidades citadas, foram julgadas como ruim, em consequência de nenhum item está de acordo com as normas dos órgãos reguladores. Figura 5. Classificação de conformidade do item manejo de resíduos. Fonte: autoras. DISCUSSÃO Em relação ao quesito edificação e instalações, estes resultados foram evidenciados, em razão dos mercados municipais de comercialização de peixes possuírem a presença de animais (figura 1 e 2), apesar de dispor de instalações físicas de fácil limpeza as mesmas não se encontram íntegras, os alimentos estão expostos em superfícies com imperfeições e que comprometam a qualidade do alimento, além de os mesmos não estarem protegidos da ação do consumidor. 30 31 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 No que se refere à aparição de animais nesses locais Costa et al., (2017) realizaram um estudo no mercado municipal de Parnaíba – PI, onde observou a presença de animais como urubus, gatos e cachorros; e constatou que está problemática e bastante frequente nesses locais de comercialização, que está circunstância é subjugada comum em várias partes do país. Figura 1. Presença de animais. Fonte: autoras (2022).Figura 2. Presença de animais. Fonte: autoras (2022). Conforme preconiza a RDC nº 216, as superfícies dos equipamentos, móveis e uten- sílios utilizados na preparação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda dos alimentos devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e serem fontes de contaminação dos alimentos, (BRASIL, 2004). Neste trabalho verificou-se que os equipamentos e utensílios utilizados no local de comercialização são feitos de materiais que podem trazer contaminação ao alimento, como por exemplo, uso de cepos de madeira que é substituído pela tábua para eviscerar o peixe (figura 3), os alimentos comercializados estão em caixas de poliestireno que apresentam sujidades, habitude de sacola plástica comum para embalar os alimentos vendidos. Estas decorrência também foram encontradas no estudo de Rosa et al., (2021), que relatam o uso de uso de tábuas de corte cepos e escamadores confeccionados em madeira no mercado municipal de Icoaraci, Belém (PA). 32 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Gomes et al., (2012) expôs em sua pesquisa o uso de caixas de poliestireno sujas para refrigeração de alimentos, a utilização de madeira para exposição de peixes, estes dados se assemelham com o presente estudo. Figura 3. Cepos de madeira utilizada como tábua. Fonte: autoras (2022). A legislação RDC/216 determina que os manipuladores tenham asseio pessoal, apre- sentando- se com uniformes compatíveis à atividade, conservados e limpos, além de lavar cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho, antes e após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço, assim também como não devem ter atitudes inapropriadas que possam contaminar o alimento durante o desempenho da atividade, (BRASIL, 2004). Implicações não vistas durante o estudo realizado nos mercados municipais, pois se verificou que os manipuladores não apresentavam o uso de vestimentas adequadas e lim- pas, antes de manipular os alimentos, dinheiro, ter atitudes inadequadas não realizavam a higienização das mãos, assim como alguns estavam fumando e falando no momento da manipulação, não utilizavam acessório apropriado para proteger os cabelos, demostravam o uso de adornos e barba. Esses dados corroboram com o estudo de Souza e Pontes (2021) no qual a maioria dos manipuladores de venda nos locais pesquisados utilizam adornos. A portaria Nº 185 de maio de 1997 determina que o acondicionamento do peixe, deverá empregar-se quantidade de gelo finamente triturado, suficiente para assegurar temperatura próxima ao ponto de fusão do gelo na parte mais interna do músculo, (BRASIL, 1997). O atual trabalho constatou que a higiene de alimentos nos locais pesquisados é bem precária, os alimentos comercializados não estavam em recipientes adequados com gelo próximo ao ponto de fusão, além de não estarem protegidos, contra vetores, pragas, raios 32 33 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 solares e outros tipos de contaminação como determina as normas vigentes, conforme mostra a figura 6 e 7. Figura 4. Alimentos desprotegidos e sem gelo. Fonte: autoras (2022). O estudo realizado por Silva Junior et al., (2016) se assemelham com estes resultados, os autores mencionam que o peixe comercializado na sua pesquisa é exposto sem gelo, e permanece na bancada nestas condições até a sua venda. Salientou que os mercados não estão em conformidade no aspecto manejo de resíduos em todos os municípios pesquisado, em virtude dos locais de comercialização não ter um recipiente adequado para o armazenamento das sobras dos peixes, o ambiente não possui lixeiras para o depósito destes resquícios, os mesmos são jogados no chão ou depositados em caixas de plásticos sem tampa, atraindo vetores (figura 5 e 6). Este problema também se encontra presente em outros mercados municipais, de acordo Almeida e Morales (2021) em sua pesquisa foi verificada a ausência de coletores de resíduos sólidos apropriados, identificados, íntegros, de fácil higienização e transporte, dotados de tampas com pedal como preconiza a legislação RDC nº 216, (BRASIL, 2004). O descarte destes resíduos sólidos de forma inadequada geram impactos ao meio ambiente, ocasionando em odor desagradável devido à liberação de gás metano (CH4), isso também acaba atraindo vetores e pragas urbanas que originam doenças veiculadas por eles (PEREIRA JÚNIOR; FEITOSA; OLIVEIRA, 2020). 34 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 Figura 5. Resíduos jogados no chão do mercado municipal. Fonte: autores (2022). Figura 6. Caixa utilizada para depositar os resíduos. Fonte: autoras (2022). CONCLUSÃO Diante das informações coletadas nos municípios pesquisados, foi possível constatar que os mercados municipais não estão de acordo com as normas estabelecidas pelas legis- lações vigentes. A fim de minimizar estas complicações, tornam-se necessárias intervenções dos órgãos responsáveis, realizando campanhas socioeducativas que abordam mais sobre educação sanitária, boas práticas de manipulação, expor aos manipuladores de alimentos os perigos de ingerir um alimento contaminado, doenças transmitidas por alimentos (DTA’S), por meio de palestras, treinamentos e cartilhas educativas. Agradecimentos Ao Programa Institucional de bolsas de iniciação científica (Pibic) pela bolsa de pesquisa. 34 35 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA, P. C. de; MORALES, B. F. Análise das condições microbiológicas e higiê- nico-sanitáriasda comercialização de pescado em mercados públicosde Itacoatiara, Amazonas, Brasil. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 3, p. 32247-32269, 2021. 2. BARRETO, N. S. E. et al. AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO PESCADO COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS, BAHIA1. Trabalho de monografia do segundo autor no curso de Engenharia de Pesca 2, Revista Caatinga, ano 2012, v. 25, ed. 3, p. 86-95, 28 jul. 2012. 3. BRASIL, Ministério da Agricultura. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA. Decreto Nº 9.013 de 29 de março de 2017. Disponível em: http://abrafrigo.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Decreto-n%- C2%BA-9.013_29_03_17_NOVO-REGULAMENTO-RIISPOA.pdf. 4. BRASIL. Resolução RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre regula- mento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. 2004a. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html. 5. BRASIL. Resolução - RDC n. 275. Regulamento técnico sobre procedimentos operacionais padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores/indus- trializadores de alimentos e a lista de verificação das boas práticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. Brasília, DF; 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/ anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf. 6. BRASIL. Portaria n.185, de 13 de maio 1997. Aprovar o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Peixe Fresco. São Paulo, SP. Disponível em: https://www. defesa.agricultura.sp.gov.br/legislacoes/portaria-mapa-185-de-13-05-1997,670.html . 7. BURITY, V. et al. Direito Humano à Alimentação Adequada no Contexto da Seguran- ça Alimentar e Nutricional: Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos. 1. ed. Brasília: ABRANDH, 2010. 8. CARAMELLO, L. E. Qualidade microbiológica de peixes e frutos do mar comer- cializados em Botucatu, SP.2013. 1 CD-ROM. Trabalho de conclusão de curso (ba- charelado - Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências de Botucatu, 2013. 9. COSTA, M. C. et al. Condições higiênico-sanitárias da carne bovina comercializada em um mercado público do Piauí. Segurança Alimentar e Nutricional, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)- Sistema de bibliotecas, v. 24, n. 1, p. 1-8, 29 jun. 2017. 10. GOMES, P. M. A., et al. Avaliações das condições higiênicas sanitárias das carnes comercializadas na feira livre do município de Catolé do Rocha-PB. Revista Verde, Mossoró/ RN, Brasil. v.7, n.1, p.225-232, jan. 2012. 11. PEREIRA JÚNIOR, A.; FEITOSA, S. G; OLIVEIRA, M. M. A percepção ambiental em feiras na região sudeste do Pará e os impactos causados pela poluição de peixes. Re- vista Científica Multidisciplinar, v. 2, p. e2020003, 2020. DOI: 10.29327/multiscien- ce.2020003. http://abrafrigo.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Decreto-n%C2%BA-9.013_29_03_17_NOVO-REGULAMENTO-RIISPOA.pdf http://abrafrigo.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Decreto-n%C2%BA-9.013_29_03_17_NOVO-REGULAMENTO-RIISPOA.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0216_15_09_2004.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexos/anexo_res0275_21_10_2002_rep.pdf https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/legislacoes/portaria-mapa-185-de-13-05-1997,670.html https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/legislacoes/portaria-mapa-185-de-13-05-1997,670.html 36 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 12. PINTO, L. I. F. et al. 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Centro Universitário UNINOVAFAPI: b Uni- versidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sociologia., Teresina-PI, v. 3, ed. 18, p. 151, 2016. 16. SOUZA, E. R. de O.; PONTES, A. N. Aspectos sanitários e condições de comerciali- zação nos mercados de pescados na cidade de Belém, Pará. In: CORDEIRO, C. A. M.; SILVA, B. A. da. Ciência e Tecnologia do Pescado: Uma Análise Pluralista. Guarujá, SP, 2021. v. 2, cap. 1, p. 13-25. ISBN 978-65-89826-23-1. 17. SILVA JUNIOR, A. C. S. et al. Aspectos higiênico-sanitários na comercialização no Mercado de Pescado Igarapé das Mulheres, Macapá-AP. Biota Amazônia, v. 6, n. 4, p. 15-19, 2016. 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No Brasil, vários estudos têm identifica- do bacterioses em psiculturas, alertando para o desafio da atividade. Objetivo: Nesse contex- to, objetivou-se com o estudo realizar um levantamento das pesquisas realizadas no estado do Maranhão sobre bacterioses em peixes, por meio de uma revisão sistemática. Método: Foi realizada a busca nas bases de dados Pubmed, SciELO, Periódicos Capes, Catálogo de Teses e Dissertações Capes, Teses e Dissertações de Programas de Pós-graduação do esta- do do Maranhão, Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO) e Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (BIONORTE), além de sites de Órgãos Oficiais – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Organização Mundial de Saúde Animal – (OIE), utilizando como estratégias de busca os conectores booleanos e sinais, de acordo com a metodologia de cada base de dados e também, critérios de inclusão e exclusão. Com a metodologia utilizada foram obtidas 10 referências. Resultados: As bactérias identificadas foram os coliformes totais e termotoleantes, Escherichia coli, Salmonela spp., Aeromonas cavie, A. hidrophila, A. veroni biovar veron, A. schubertii, A. trota, Staphylococcus sp. e coagulase positiva, Citrobacter sp. e Serratia odirifera, Nenhuma das bactérias identificadas no estudo está na lista de doenças de notificação obrigatória do MAPA e OIE. Conclusão: Outras bactérias de interesse na psicultura e de cunho zoonótico têm sido identificadas em outros estados, mostrando o enorme campo de pesquisa sobre o assunto no estado do Maranhão, uma vez que a psicultura é uma atividade promissora no estado. Palavras-chave: Bactérias, Sanidade, Saúde Pública, Peixe, Maranhão. 39 Engenharia de Pesca: aspectos teóricos e práticos - ISBN 978-65-5360-136-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 4 - Ano 2022 INTRODUÇÃO De todas as modalidades de produção de pescado (pesca marinha e continental, aquicultura marinha e continental), a pesca marinha é a que possui maior produção mundial (84,4 milhões de toneladas), seguida da aquicultura continental e marinha (ambas totalizam 82,1 milhões de toneladas de pescado) e por último, a pesca continental (12 milhões de toneladas) (FAO, 2020). A China é a líder na produção global de pescado (por aquicultura e pesca), com 35% do total. Excluindo a China, a Ásia (34%), seguida da América (14%), Europa (10%), África (7%) e Oceania (1%) lideram a produção. Em relação a pesca, os sete maiores países com potencial pesqueiro são responsáveis por mais de 50% da produção global, tratam‐se da China (15%), Indonésia (8%), Peru (8%), Índia (4%), Rússia (6%), Estados Unidos da América (EUA) (6%) e Vietnam (4%) (FAO, 2020). O Brasil ocupa a 13ª posição na produção de peixes em cativeiro e a 8ª posição na produção de peixes de água doce (FAO, 2020). Mas, destaca-se que não existem estatísti- cas brasileiras atualizadas sobre o volume de pescas marinha e continental no País, desde o ano de 2011 (XIMENES, 2021). O estado Maranhão destaca-se como o 3º maior produ- tor nacional de peixes de cultivo de espécies nativas, utilizando principalmente a espécie Colossoma macropomum (tambaqui) e seus híbridos com uma
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