Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
01 Tema 04: TRABALHO E MODOS DE PRODUÇÃO O que é trabalho? O conceito de trabalho é formado por elemento teológico que teve influência no ocidente greco- romano-helenista chegando até os nossos dias. Como mostra o Livro do Gênesis (3, 17); depois de pecar o homem foi amaldiçoado, ficando condenado a extrair seu sustento do suor, do cansaço, do labor de seu trabalho: “comederes maledicta terra in opere tuo in laboribus comedes eam cunctis diebus vitae tuae”. A concepção de trabalho sempre esteve predominantemente ligada a uma visão negativa. Na Bíblia, Adão e Eva vivem felizes até que o pecado provoca sua expulsão do Paraíso e a condenação ao trabalho com o “suor do seu rosto”. A Eva coube também o “trabalho” do parto. O termo trabalho é originário do latim tripalium, que designa instrumento de tortura. Por extensão, significa aquilo que fatiga ou provoca dor. Na etimologia da palavra trabalho, ou tripalium), do Latim , um instrumento romano de tortura, espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão, onde eram supliciados os escravos. " tri" (três) e " palus" (pau) - literalmente, "três paus". Daí o verbo tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturar alguém no tripalium. Será que trabalhar é uma condição essencial ao homem? Ou o homem só trabalha por necessidade e pela ameaça de extinção se não trabalhar? O Trabalho na antiguidade Dizia Aristóteles, sobre o trabalho: “Todos aqueles que nada tem de melhor para nos oferecer que o uso de seu corpo e dos seus membros são condenados pela natureza à escravidão. É melhor para eles servir que serem abandonados a si próprios. Numa Palavra, é naturalmente escravo quem tem tão pouca alma e tão poucos meios que deve resolver-se a depender de outrem […] O uso dos escravos e dos animais é aproximadamente o mesmo.” (RIBEIRO, L. p.196). Na cultura grega, cabiam aos cidadãos a organização e o comando da polis. As funções dos escravos eram restritas à atividades inferior de transformação da natureza em um bem determinado pelas camadas superiores. Em Roma, permaneceu a divisão entre a arte de governar e o trabalho braçal. Sendo o império fundado na escravidão, o trabalho braçal era visto como degradante e destinados aos povos dominados, tidos como seres inferiores. O Trabalho na economia de mercado No capitalismo o trabalho se transforma em valor de troca onde o homem vende sua força de trabalho para realizar a reprodução social – consumir e produzir. É um trabalho alienado onde o trabalhador não se reconhece naquilo que produz, não domina todo o processo de produção. O trabalhador não é o dono dos meios de produção e de trabalho, estes pertencem ao capitalista, que baseia-se no lucro e na mais-valia, ou seja, no excedente do trabalho humano, que não é repassado ao trabalhador. http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=201&evento=6 http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5212 http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5210 02 Ocorreu a separação entre o trabalhador e a propriedade dos meios de produção. Desse modo podemos afirmar que a essência do sistema capitalista encontra-se na separação entre o capital e o trabalho. No século XVII, Pascal inventa a primeira máquina de calcular; Torricelli constrói o barômetro; aparece o tear mecânico. A máquina exerce tal fascínio sobre a mentalidade do homem moderno que Descartes explica o comportamento dos animais como se fossem máquinas, e vale-se do mecanismo do relógio para explicar o modelo característico do universo (Deus seria o grande relojoeiro!). Para Kant, o homem é o único animal voltado ao trabalho. É necessária muita preparação para conseguir desfrutar do que é necessário à sua conservação. Mesmo que todas as condições existissem para que não houvesse necessidade do homem trabalhar, este precisa de ocupações, ainda que lhe sejam penosas. A ociosidade pode ser ainda um maior tormento para os homens. Michel Foucault tem outra perspectiva: em todos os momentos da história, a humanidade só trabalha perante a ameaça de morte, qualquer população que não encontre novos recursos está voltada à extinção e, inversamente, à medida que os homens se multiplicam, empreendem trabalhos mais numerosos, mais difíceis e menos fecundos. O trabalho deve crescer de intensidade quanto maior for a ameaça de morte e, por todos os meios, terá de se tornar mais rentável, quanto menos acesso as subsistências existirem. Para Marx, o trabalho é o prolongamento da atividade natural do homem, mais tarde conclui que a força de trabalho é uma mercadoria e que, para viver, o proletário vende ao capital. Segundo Marx, o trabalho denuncia uma exploração econômica e uma situação em que o homem não se revê no seu trabalho mecanizado e repetitivo, ou seja, não obtém a realização profissional que deveria obter, referindo-se a uma essência do homem que seria suposto o trabalho completar. 1. O Processo de Produção Quando vamos a um supermercado e compramos gêneros alimentícios, bebidas, calçados, material de limpeza, etc., estamos adquirindo bens. Da mesma forma, quando pagamos a passagem do ônibus ou uma consulta medica, estamos pagando um serviço. Ao viverem em sociedade, as pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade. Assim, o conjunto de indivíduos que participam da vida econômica de uma nação é o conjunto de indivíduos que participam da produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Ex: operários quando trabalham estão ajudando a produzir, quando, com o salário que recebem, compram algo, estão participando da distribuição, pois estão comprando bens e consumo. E quando consomem os bens e os serviços que adquiriram, estão participando da atividade econômica de consumo de bens e serviços. Produção – é a transformação da natureza da qual resulta bens de consumo que vão satisfazer as necessidades do homem. Portanto, produzir é dar uma nova combinação aos elementos da natureza. Trabalho – é a atividade realizada pela pessoa que, utilizando os instrumentos de produção, transforma a matéria-prima num bem. Força de Trabalho – é a energia física e mental gasta durante o processo de trabalho. http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=213&evento=5 http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=215&evento=5 http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=202&evento=2 http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=205&evento=6 03 O processo de produção compõe-se de três elementos associados: 1. Trabalho; 2. Matéria-prima; 3. Instrumentos de produção. Trabalho: É toda a atividade desenvolvida pelo homem, seja ela física ou mental, da qual resultam bens e serviços. De acordo com a execução, o trabalho pode ser classificado como: Trabalho qualificado: não pode ser classificado sem certo grau de aprendizagem; o trabalho de um torneiro mecânico, por exemplo, enquadra-se nesta categoria. Trabalho não qualificado: pode ser feito praticamente sem aprendizagem; como por exemplo, temos o trabalho de servente de pedreiro. Obs: tanto a atividade manual (operário) como a atividade intelectual (desenhista) são trabalhos, desde que tenham como resultado a obtenção de bens e serviços. Matéria-prima: Os objetos que, no processo de produção, são transformados para constituírem o bem final são chamados de matéria-prima. Ex: as matérias primas de uma costureira são o tecido, a linha, os botões, os colchetes. Todos estes elementos passam a constituir a roupa, se uma maneira ou de outra; se faltar uma destas matérias primas, a costureira não poderá produzir o vestido. Antes de serem matérias- primas, esses elementosencontram-se na natureza em forma de recursos naturais. Recursos naturais: são os elementos da natureza acessíveis e que podem ser incorporados à atividade econômica do homem. Instrumentos de produção: Todas as coisas que direta ou indiretamente nos permite transformar a matéria-prima num bem final são chamados instrumentos de produção. Ex: no caso da costureira, os instrumentos de produção são a tesoura, a agulha e a maquina de costura. Meios de produção: Sem matéria-prima e sem instrumentos de produção não se pode produzir nada. Eles são os meios materiais para realizar qualquer tipo de trabalho. Por isso, são chamados meios de produção. Processo Produtivo Meios de produção matéria-prima Instrumentos de produção. Forças Produtivas = Meios de Produção + Homens Relações de produção Para produzir os bens de consumo e de serviço de que necessitamos, os homens estabelecem relações uns entre os outros. As relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são as relações de produção. 2. Modos de Produção O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. 04 Modo de Produção = Forças Produtivas + Relações de Produção Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade. Modo de Produção Primitivo: O modo de produção primitiva designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios. Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a ideia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários. As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar. Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação. Principais Características: As famílias uniam-se em formas de tribos; O trabalho era organizado de forma coletiva; Havia uma produção muito pequena de bens de consumo; O trabalho era artesanal (não comercializado) e a agricultura era de subsistência do próprio grupo. Modo de Produção Asiático (ou tributário) Este modo de produção ocorreu principalmente na Ásia, África e Américas. Os exemplos mais conhecidos são as civilizações Egípcia, Chinesa, Incas, Maias e Astecas. Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos, que era forçados, e pelos camponeses, que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam. A parcela maior prejudicando cada vez mais o meio de produção asiático. Nesse modo de produção, os bens eram fabricados pela população e uma parte deles era confiscada pelo Estado por meio de tributos. 05 Este era cobrado na forma de parte da produção ou mão de obra para a construção de obras públicas, como estradas, muralhas, monumentos, entre outros. É nesse modo que começam as surgir diferentes classes sociais e a supremacia de um pequeno grupo que detinha o poder político e econômico. Nesta época surgem também o dinheiro e a escrita. Principais Características: O Estado are dono de todas as terras; Toda a população era obrigada a trabalhar para o Estado durante um período por ano (servidão coletiva); A Produção agrícola gerava excedente, o que permitia a construção de grandes obras e a manutenção dos impérios. Os impostos eram pagos pela população na forma de produtos. Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático: • A propriedade de terra pelos nobres; • O alto custo de manutenção dos setores improdutivos; • A rebelião dos escravos. Modo de Produção Feudal: A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos. Os servos deviam várias obrigações ao senhor feudal, destacando-se: Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias da semana; Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um terço da produção; Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas; Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça); Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a manutenção da capela local; Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, para a nobreza; Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre; Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do nobre iria casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano; Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai ou da família; Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário. Principais Características: O regime de trabalho era servil; Estruturou-se sobre a divisão entre senhores e servos (não eram mercadoria, mas estavam presos juridicamente à terra); https://pt.wikipedia.org/wiki/Corveia https://pt.wikipedia.org/wiki/Talha_(tributo) https://pt.wikipedia.org/wiki/Banalidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Moinho https://pt.wikipedia.org/wiki/Forno https://pt.wikipedia.org/wiki/Celeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte https://pt.wikipedia.org/wiki/Capita%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Tost%C3%A3o_de_Pedro https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADzimo https://pt.wikipedia.org/wiki/Capela https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_de_Justi%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Formariage https://pt.wikipedia.org/wiki/Albergagem 06 As relações de produção erem de dominação e exploração baseando-se na propriedade do senhor sobre a terra e no trabalho agrícola do servo; A forma básica de trabalho era artesanal, acompanhando uma agricultura de subsistência e a criação de animais; A sociedade feudal punha a religião seu principal valor e, por consequência, a educação reproduzia muito dessa instrução. A igreja católica foi fundamental legitimar o papel dos indivíduos na sociedade feudal: segundo sua doutrina os servos foram escolhidos por Deus para trabalhar e não poderiam se opor a essa condição. Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal. Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção. Modo de Produção Escravista: Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravoseram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta. Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: Senhores x Escravos. Um pequeno número de senhores exploravam a massa de escravos, que não tinham nenhum direito. Principais Características: A forma da trabalho era organizada de tal forma que os seres humanos passaram a ser considerados meios de produção, isto é, a pessoa escravizada era vista como mercadoria ou objeto e, por isso, poderia ser comercializada; Havia denominação e exploração sobre outros seres humanos as pessoas escravizadas não possuíam nenhum direito; O trabalho ere artesanal e agrícola; Os produtos não se destinavam à sobrevivência do grupo que os produziu. Os senhores era proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho. Modo de Produção Capitalista: O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados. O capitalismo compreende quatro etapas: Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas. 07 Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentram-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum. Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam a atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente. Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, à indústria, à pecuária, e ao comercio. Principais Características: O trabalho é assalariado; O trabalhador é detentor de sua força de trabalho, que é vendida ao capitalista, dono do meio de produção (instrumentos, máquinas e capital), em troca de uma remuneração (salário); A exploração do trabalho garante a composição do lucro do capitalista (mais-valia), isto é, a produção de riqueza gerada pelo trabalhador é apropriada pela burguesia. Modo de Produção Socialista: A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção, isto é, os meios de produção são públicos ou coletivos, não existindo empresas privadas. A finalidade da sociedade socialista é a satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde. Nela não há separação entre proprietário do capital (patrão) e proprietários da força do trabalho (empregados). Isto não quer dizer que não haja diferenças sociais entre as pessoas, bem como salários desiguais em função de o trabalho ser manual ou intelectual. Principais Características: Fim da propriedade privada; Planificação da economia (controle estatal de todos os meios de produção); Unipartidarismo; Estado autoritário. 3. Modelos Produtivos Taylorismo Nos primeiros anos do século XX, o engenheiro estadunidense Frederick Taylor criou um método organizacional de trabalho, o qual foi denominado taylorismo. Taylor estudou maneiras de aperfeiçoar o processo produtivo por meio, por exemplo, da cronometragem de cada fase do trabalho, além de eliminar movimentos longos ou inúteis. Com isso, houve redução significativa do tempo dispendido e aumento no volume produzido. A cronometragem estabeleceu para cada operário o tempo a ser gasto em cada execução. Cabia aos engenheiros, e não ao trabalhador, determinar o tempo. Frederick Winslow Taylor (1856-1915) nasceu na Filadélfia (EUA). Técnico em mecânica, também se formou engenheiro mecânico. O seu livro Princípio da administração científica propõe a utilização de princípios cartesianos associados à gestão de empresas, até hoje bibliografia de referência nos cursos de gestão empresarial. https://www.coladaweb.com/administracao/taylor-e-fayol 08 Fordismo Nos primeiros anos do século XX, o engenheiro estadunidense Henry Ford revolucionou o modo de produzir mercadorias, ao estabelecer a produção em série na fabricação de automóveis. Esse modelo de produção foi denominado fordismo. A grande inovação de Ford foi fixar o trabalhador na linha de produção, fazendo a tarefa designada em uma posição predeterminada diante de uma esteira rolante. Dessa maneira, havia uma simplificação muito grande de cada etapa na linha de produção: o operário realizava apenas uma determinada operação ao longo da jornada de trabalho. A linha de produção em série elevou acentuadamente a produtividade da Ford. Para se ter ideia, o custo de produção de um automóvel, à época, diminuiu de US$ 1.340 para US$ 200, o que permitiu a um grande número de pessoas o acesso à aquisição desse bem. Com o passar do tempo, o modelo fordista de produção exauriu-se. A superprodução gerava grandes estoques, nem sempre com mercado consumidor suficiente. Além disso, possíveis defeitos só eram detectados ao fim do processo de produção, o que aumentava os custos. Com isso, o modo de produzir mercadorias foi reinventado. Taylorismo Fordismo Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquico Produção e consumo em massa Racionalização da produção Extrema especialização do trabalho Controle do tempo Rígida padronização da produção Estabelecimentos de níveis mínimos de produtividade Linha de montagem Toyotismo O modo de produção toyotista surgiu nas unidades fabris da Toyota, a partir da década de 1950. Esse modelo é considerado um exemplo de produção flexível, no qual o trabalhador é constantemente qualificado, podendo, caso necessário, atuar em diversas funções relacionadas ao processo de produção. Outro elemento fundamental na inovação toyotista é a maneira de gerenciar a unidade produtiva, denominada just-in-time (“na hora”), em que o ritmo produtivo se adapta às demandas do mercado. Com isso, os estoques de matérias-primas são reduzidos e é menor o capital de giro estagnado na unidade produtiva, o que pode gerar ganhos à empresa, pois esse capital pode ser investido no sistema financeiro Dentro do modelo produtivo toyotista, merece destaque o sistema de kanban, palavra japonesa que pode ser traduzida como cartão, símbolo ou painel. É com base nessa metodologia que a produção acontece, respeitando o que está estabelecido nos cartões ao longo do processo produtivo, norteando o trabalhador no que há a fazer, no que está sendo feito e no que já foi realizado. O toyotismo também é denominado “ohnoísmo” em homenagem ao criador do modelo, o engenheiro da Toyota Taiichi Ohno. https://www.coladaweb.com/administracao/just-in-time-jit-e-kanban https://www.coladaweb.com/administracao/kanban 09 Modelo Produção Processo de trabalho Controle de qualidade Fordismo Larga escala, o que propicia redução de preços devido ao volume produzido. Linha de montagem em série, com trabalho especializado, simples e repetitivo. Realizado ao final do processo produtivo. Toyotismo Estoques mínimos, com quantidades programadas de acordo com a demanda dos consumidores. Em ilhas produtivas, com os trabalhadores capacitados a participar de todas as etapas produtivas. Baseado na experiência e na criatividade da equipe ao longo do processo de fabricação. Volvismo O volvismoé um modelo de produção industrial ligado à indústria automobilística que foi desenvolvido na segunda metade do século XX na Suécia. A principal característica desse modelo é a maior autonomia do trabalhador frente aos processos industriais. O volvismo representou uma inovação em âmbito produtivo por promover a participação ativa do trabalhador em diferentes processos industriais. Logo, é um modelo baseado na elevada qualificação e na valorização financeira do operário. Esse modelo se desenvolveu em um contexto econômico e político muito particular. Logo, a sua replicação em outras sociedades é bastante complexa. Ademais, ele apresenta algumas desvantagens, como o alto custo de implementação. Mesmo assim, foi um modelo importante por tentar superar lógicas industriais tradicionais que desvalorizavam o trabalhador e sua participação no processo fabril. Em linhas gerais, a indústria sueca é caracterizada pelo seu elevadíssimo grau de informatização e automação e pela forte presença dos sindicatos trabalhistas e mão de obra altamente qualificada. Em particular nas fábricas da Volvo, a produção é ainda marcada por um alto grau de experimentalismo, sem o qual talvez não fossem possíveis tantas alterações. Desse modo, o volvismo surgiu como resultado de várias inovações conjuntamente postas em prática, com a peculiaridade da participação constante dos trabalhadores. A competitividade do mercado acarretou exigências, que acabaram por levar a melhorias. O que fez a diferença no caso da Volvo foram claramente características inerentes à sociedade sueca. Além dos sindicatos atuantes e influentes, o alto grau de automação das fábricas no país faz, há tempos, os jovens não aceitarem ser colocados como “apêndices das máquinas”, como em outros modelos produtivos, por exemplo, o taylorismo e o fordismo. Tal fato causou mudanças estruturais. Nessa linha, o operário tem um papel completamente diferente daquele do fordismo e mais importante que no toyotismo. No volvismo, o trabalhador é https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/suecia.htm 010 quem dita o ritmo das máquinas, conhece todas as etapas da produção, é constantemente reciclado e participa, por meio dos sindicatos, de decisões no processo de montagem da planta da fábrica (o que o compromete ainda mais com o sucesso de novos projetos), levando-o a se sentir plenamente engajado na empresa. Resumo sobre Volvismo A segunda metade do século XX marca a ascensão do volvismo como um modelo de produção baseado em inovações da lógica industrial. O volvismo tem como ponto forte a participação ativa e autônoma do trabalhador em diversas áreas da produção fabril. A formação do trabalhador, assim como a sua constante atualização por meio de treinamentos, é muito valorizada no volvismo. O volvismo reúne características como a flexibilidade de produção, o controle de qualidade ao longo do processo produtivo e a adoção de equipamentos tecnológicos. A ascensão do volvismo ocorreu em um contexto histórico marcado pela valorização da qualificação e pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. A principal desvantagem do volvismo está ligada ao elevado custo de implementação e operacionalização desse modelo. O volvismo superou as lógicas tradicionais de produção, especialmente do taylorismo e do fordismo. Diferenças entre Volvismo, Taylorismo, Fordismo e Toyotismo O volvismo tem como principal objetivo a promoção de uma produção flexível baseada na elevada autonomia e qualificação do trabalhador. Logo, é considerado um modelo inovador, uma vez que rompe com a lógica tradicional de produção industrial. O volvismo tem como premissa a participação ativa do trabalhador no processo industrial, por meio de pequenos grupos compostos por operários extremamente capacitados. Já o taylorismo é um modo tradicional de produção industrial que tem como característica principal a especialização única do trabalhador, que exerce apenas uma atividade produtiva. No taylorismo, o operário não possui autonomia e é controlado por meio de diversos mecanismos, como a contagem do tempo e a ação de um gerente. Sendo assim, o taylorismo é considerado um modelo que resulta na alienação do indivíduo. No fordismo, há a continuidade da especialização do trabalhador, por meio da adoção de uma prática tradicional de produção industrial. Essa produção se dá por meio de uma linha de montagem. Nesse modelo, o objetivo é a maximização dos lucros e a minimização dos custos. O trabalhador é controlado e vigiado por meio de diversas técnicas de coerção que prezam pela rapidez e qualidade da produção. Por fim, o toyotismo apresenta algumas inovações interessantes em relação aos modelos taylorista e fordista, por meio da adoção de uma lógica de produção flexível. Há, no modelo toyotista, a diminuição dos estoques advinda de um método produtivo alinhado com a demanda do mercado consumidor. Nesse modelo, o trabalhador possui maior autonomia, pois sua atuação se dá em diferentes pontos da produção fabril. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/sistemas-producao.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/sistemas-producao.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/taylorismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/fordismo.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/toyotismo.htm 011 Exercitando o Enem Questão 01 A tecelagem é numa sala com quatro janelas e 150 operários. O salário é por obra. No começo da fábrica, os tecelões ganhavam em média 170$000 réis mensais. Mais tarde não conseguiam ganhar mais do que 90$000 e pelo último rebaixamento, a média era de 75$000! E se a vida fosse barata! Mas as casas que a fábrica aluga, com dois quartos e cozinha, são a 20$000 réis por mês; as outras são de 25$ a 30$000 réis. Quanto aos gêneros de primeira necessidade, em regra custam mais do que em São Paulo. CARONE, E. Movimento operário no Brasil. São Paulo: Difel, 1979. Essas condições de trabalho, próprias de uma sociedade em processo de industrialização como a brasileira do início do século XX, indicam a a) exploração burguesa. b) organização dos sindicatos. c) ausência de especialização. d) industrialização acelerada. e) alta de preços. Questão 02 A figura representada por Charles Chaplin critica o modelo de produção do início do século XX, nos Estados Unidos da América, que se espalhou por diversos países e setores da economia e teve como resultado a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando o homem a desenvolver um trabalho repetitivo. b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional para cada homem em seu posto de trabalho. 012 c) a organização do trabalho, que possibilitou ao trabalhador o controle sobre a mecanização do processo de produção. d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque. e) as novas técnicas de produção, que provocaram ganhos de produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de eliminar as greves. Questão 03 De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação do trabalho em todos os setores. Todas elas têm sido simplesmente uma dádiva do governo. Desde aí, o trabalhador brasileiro encontra nos quadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar. DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942. De que maneira as políticas e as mudanças jurídico-institucionais implementadas pelo governo de Getúlio Vargas nas décadas de 1930-1940 responderam às lutas e às reivindicações dos trabalhadores? a) A criação do Ministério do Trabalho garantiu ao operariado urbano e aos trabalhadores rurais liberdade e autonomia para organizar suas atividades sindicais. b) A legislaçãodo trabalho e previdência passou a impedir que imigrantes substituíssem brasileiros natos no serviço público, na indústria, no comércio e na agricultura. c) A Justiça do Trabalho passou a arbitrar os conflitos entre capital e trabalho e, sistematicamente, a apurar e punir os casos de trabalho escravo e infantil no interior do país. d) A legislação e as instituições criadas atendiam às reivindicações dos trabalhadores urbanos, mas dentro de estruturas jurídicas e sindicais tuteladas e corporativistas. e) A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) suprimiu o arbítrio oficial dos empresários e fazendeiros sobre as atividades políticas de operários e camponeses. Questão 04 Cargos nas áreas de educação, saúde, arte, mídia, gestão, negócios e finanças são os que têm maior probabilidade de sobreviver aos avanços da tecnologia, aponta estudo da Universidade de Oxford. A crescente informatização, porém, continuará a eliminar profissões, principalmente aquelas que não exigem habilidades criativas, sociais e percepção espacial mais sofisticada. SCHREIBER, M. Conheça as profissões “mais ameaçadas” pela tecnologia. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado). A análise do mundo do trabalho, conforme apresentada no texto, assume um caráter determinista por restringir a áreas específicas a utilização de qual característica? a) Segurança previdenciária. b) Capacidade inventiva. c) Estabilidade funcional. d) Atividade qualificada. e) Formalidade laboral. 013 Questão 05 É certo que também o animal produz. Constrói para si um ninho, casas, como as abelhas, os castores, as formigas etc. Mas produz unicamente o que necessita imediatamente para si ou sua prole; produz unicamente por força de uma necessidade física imediata, enquanto o homem produz inclusive livre da necessidade física e só produz realmente liberado dela; o animal produz somente a si mesmo, enquanto o homem reproduz para natureza inteira. QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. Um toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002 (adaptado). Na perspectiva do texto, o trabalho humano se diferencia da produção de outros animais em razão da a) presença de atividade criativa. b) realização de práticas imitativas. c) busca de sobrevivência individual. d) modificação de paisagens naturais. e) existência de organização coletiva. Questão 06 Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem ocorrendo uma redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada do tipo taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturação produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo fortemente o conjunto de trabalhadores estáveis por meio de empregos formais. ANTUNES, R. O caracol e sua concha: ensaio sobre a nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005. Uma nova característica dos trabalhadores requerida pelas mudanças apresentadas no texto é o(a) a) formação em nível superior. b) registro em organização sindical. c) experiência profissional comprovada. d) flexibilidade no exercício da ocupação. e) obediência às normas de segurança laboral. Questão 07 Num país que conviveu com o trabalho escravo durante quatro séculos, o trabalho doméstico é ainda considerado um subemprego. E os indivíduos que atuam nessa área são, muitas vezes, vistos pelos patrões como um mal necessário: é preciso ter em casa alguém que limpe o banheiro, lave a roupa, tire o pó e arrume a gaveta. Existe uma inegável desvalorização das atividades domésticas em relação a outros tipos de trabalho. RANGEL, C. Domésticas: nascer, deixar, permanecer ou simplesmente estar. In: SOUZA, E. (Org.). Negritude, cinema e educação. Belo Horizonte: Mazza, 2011 (adaptado). Objeto de legislação recente, o enfrentamento do problema mencionado resultou na 014 a) criação de novos ofícios. b) ampliação de direitos sociais. c) redução da desigualdade de gênero. d) fragilização da representação sindical. e) erradicação da atividade informal. Questão 08 Se vamos ter mais tempo de lazer no futuro automatizado, o problema não é como as pessoas vão consumir essas unidades adicionais de tempo de lazer, mas que capacidade para a experiência terão as pessoas com esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do tempo se torna menos compulsiva, as pessoas talvez tenham de reaprender algumas das artes de viver que foram perdidas na Revolução Industrial: como preencher os interstícios de seu dia com relações sociais e pessoais; como derrubar mais uma vez as barreiras entre o trabalho e a vida. THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado). A partir da reflexão do historiador, um argumento contrário à transformação promovida pela Revolução Industrial na relação dos homens com o uso do tempo livre é o(a) a) intensificação da busca do lucro econômico. b) flexibilização dos períodos de férias trabalhistas. c) esquecimento das formas de sociabilidade tradicionais. d) aumento das oportunidades de confraternização familiar. e) multiplicação das possibilidades de entretenimento virtual. Questão 09 Uma dimensão da flexibilização do tempo de trabalho é a sutileza cada vez maior das fronteiras que separam o espaço de trabalho e o do lar, o tempo de trabalho e o de não trabalho. Os mecanismos modernos de comunicação permitem que, no horário de descanso, os trabalhadores permaneçam ligados à empresa. Mesmo não exercendo diretamente suas atividades profissionais, o trabalhador fica à disposição da empresa ou leva problemas para refletir em casa. É muito comum o trabalhador estar de plantão, para o caso de a empresa ligar para o seu celular ou pager. A remuneração para esse estado de alerta é irrisória ou inexistente. KREIN, J. D. Mudanças e tendências recentes na regulação do trabalho. In: DEDECCA, C. S.; PRONI, M. W. (Org.). Políticas públicas e trabalho: textos para estudo dirigido. Campinas: IE/Unicamp; Brasília: MTE, 2006 (adaptado). A relação entre mudanças tecnológicas e tempo de trabalho apresentada pelo texto implica o a) prolongamento da jornada de trabalho com a intensificação da exploração. b) aumento da fragmentação da produção com a racionalização do trabalho. c) privilégio de funcionários familiarizados com equipamentos eletrônicos. d) crescimento da contratação de mão de obra pouco pouco qualificada. e) declínio dos salários pagos aos empregados mais idosos. 015 Questão 10 Uma gigante empresa taiwanesa do setor de tecnologia vai substituir parte de seus funcionários por um milhão de robôs em até três anos, segundo a agência de notícias chinesa. O objetivo é cortar despesas. Os robôs serão usados para fazer trabalho simples e de rotina, como limpeza, soldagem e montagem, atividades que atualmente são feitas por funcionários. A empresa já tem 10 mil robôs e o número deve chegar a 300 mil em 2012 e a um milhão em três anos. “Fabricante do Ipad vai trocar trabalhadores por um milhão de robôs em três anos”. Disponível em: http://noticias.r7.com. Acesso em: 21 ago. 2011. (adaptado) Em relação aos efeitos da decisão da empresa, uma divergência entre o empresário e os funcionários, no exemplo citado, encontra-se nos respectivos argumentos: a) Aumento da eficiência – Perda dos postos de trabalho. b) Reforço da produtividade – Ampliação das negociações. c) Diminuição dos custos – Redução da competitividade. d) Inovação dos investimentos – Flexibilização da produção. e) Racionalização do trabalho – Modernização das atividades.Gabarito Comentado - Exercitando o Enem Questão 01 - Resposta: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] O texto descreve a situação dos trabalhadores numa fábrica de tecelagem. Fica clara a insalubridade a que eles são submetidos, bem como os baixos salários que recebem. De acordo com a teoria marxista, esse tipo de situação ocorre por conta da exploração que os burgueses exercem sobre a classe trabalhadora, obrigando-a a se submeter a essas situações de trabalho em troca de um salário de subsistência. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia] O texto refere-se às condições de trabalho de operários numa tecelagem nos primórdios da industrialização de São Paulo. Os trabalhadores foram submetidos a salários muito baixos o que eleva a lucratividade dos detentores dos meios de produção (burguesia) e traz como consequência vários problemas sociais, uma vez que a renda é insuficiente para moradia, educação, saúde e alimentação. Este quadro levou a um padrão de urbanização caracterizado pela precariedade das habitações e de acesso a serviços sociais, que caracteriza grande parte a evolução urbana paulistana. Questão 02 - Resposta: [A] [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] No filme Tempos Modernos, Charles Chaplin retrata o trabalho em uma fábrica de modelo fordista- taylorista. Nesse modelo, o trabalhador tem seu ofício subordinado ao andamento da máquina, tendo que realizar uma atividade repetitiva e alienante. Como resultado disso, muitas pessoas adoecem ou se revoltam devido às precárias condições de trabalho. 016 [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] A mecanização do trabalho, iniciada na Primeira Revolução e consolidada na Segunda, gerou uma série de críticas sociais (inclusive a mostrada no filme em questão). Segundo Marx, essa mecanização, baseada na divisão do trabalho, geraria a alienação do proletariado, uma vez que colocaria o trabalhador num trabalho repetitivo, em apenas uma etapa da produção, o afastando do resultado final do seu trabalho. Questão 03 - Resposta: [D] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] Enquanto na Primeira República, 1889-1930, a questão social era uma “questão de polícia”, na Era Vergas, 1930-1945, a questão social era uma “questão de Estado”. Durante a Era Vargas,1930-1945, aumentou a importância do Estado que controlava toda a vida social. Foi criada a CLT, consolidação das Leis Trabalhistas (somente para os trabalhadores urbanos), a indústria de base com as estatais, a criação de inúmeros órgãos públicos de controle e fiscalização, o Estado controlava a vida dos trabalhadores através da carteira de trabalho e da tutela dos sindicatos. Gabarito [D]. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] Durante o início do século XX, houve uma forte organização sindical dos operários brasileiros reivindicando melhores condições de vida e de trabalho. O Governo Getúlio Vargas, atento a essas demandas sociais, promulgou uma série de leis que, de fato, melhoravam a condição desses trabalhadores. Como contrapartida, os sindicatos e os trabalhadores acabaram submetidos à tutela estatal. Questão 04 - Resposta: [B] Uma análise de caráter determinista se caracteriza por uma classificação geral e rígida acerca de um assunto. Neste caso, as áreas de trabalho são classificadas de acordo com a necessidade ou não de habilidades criativas e sociais. Esta classificação reforça os estereótipos que caracterizam os trabalhos relacionados às ciências exatas como desprovidos de criatividade, inventividade e flexibilidade. De forma determinista, o mundo do trabalho é dividido entre criativos e práticos, desconsiderando a possibilidade de que as áreas de trabalho possam possuir ambas, ou mais, características. Questão 05 - Resposta: [A] De acordo com o texto, o homem se diferencia dos animais pela sua iniciativa de produzir uma transformação da natureza liberto das necessidades físicas. De acordo com a questão, esta é uma expressão da criatividade humana, que conduz essa modificação para além do que é estritamente necessário à sobrevivência. Questão 06 - Resposta: [D] As novas formas de trabalho estão alinhadas àquilo que se pode chamar de uberização, que corresponde à perda de estabilidade alinhada à necessidade de os trabalhadores serem empreendedores de si mesmos, sendo mais flexíveis às constantes mudanças laborais que devem enfrentar. 017 Questão 07 - Resposta: [B] A questão faz alusão à chamada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 66/2012, conhecida como PEC das Domésticas. Essa é uma lei que garante certos direitos trabalhistas aos empregados domésticos, sendo um importante instrumento de garantia de direitos sociais para a população que exerce esse tipo de atividade remunerada. Questão 08 - Resposta: [C] Pelo argumento do texto, a transformação do tempo livre em tempo de trabalho e produção fez com que as pessoas se desacostumassem a ocupar seu tempo com relações sociais e pessoais. Esse seria o desafio contemporâneo, bem expresso na alternativa [C]. Questão 09 - Resposta: [A] Ao estar vinculado à empresa em seu tempo livre, o trabalhador acaba por prolongar a sua jornada de trabalho. Esse modelo de relação profissional intensifica a exploração do trabalho, pois serve à empresa como forma de se apropriar do tempo de lazer e de descanso do trabalhador. Questão 10 - Resposta: [A] Somente a alternativa [A] diz respeito a uma oposição correta entre os interesses do empresário e dos funcionários. Por conta da luta de classes, os empresários querem aumentar a eficiência e, por consequência o lucro da empresa. Em contrapartida, os trabalhadores querem ter seus empregos garantidos, bem como assegurar condições de trabalho adequadas. 018
Compartilhar