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Tema 11 - Democracia, Sistemas e Formas de Governo

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01 
Tema 11: DEMOCRACIA 
 
Democracia é uma forma de governo que tem como característica precípua a escolha dos 
governantes pela sociedade. O regime democrático como conhecemos nos dias atuais teve seu início 
da Europa do século XVIII, contrastando com os regimes monárquicos absolutistas até então vigentes. 
Contudo, quando tratamos do conceito sociológico de democracia, não estamos diante de um conceito 
imutável. 
Tal diferenciação se dá ao compararmos os regimes democráticos europeus com a democracia 
ateniense do século V a.C. Como visto, na Antiguidade a escolha dos representantes se dava 
diretamente, quando o corpo dos indivíduos com direitos políticos se reuniam e opinavam sobre as 
questões coletivas da polis. Nota-se, portanto, que naquele período histórico o conceito de democracia 
não estava relacionado com o governo da maioria, até porque os cidadãos atenienses com direitos 
políticos eram a minoria da população, mas sim, com uma forma de deliberação coletiva dos homens 
adultos, filhos de pai e mãe atenienses. 
Nas palavras de Denis. L. Rosenfield, a democracia ateniense era, sobretudo, um valor ligado 
à noção de liberdade política, ao bem viver, ou seja, a convivência harmoniosa da coletividade em 
razão das decisões dos homens bons e justos. Salienta, ainda, que a democracia grega foi pioneira ao 
dar elevado valor à "coisa pública" e ao debate de opiniões contrárias. 
A democracia europeia moderna, por sua vez, não perpetuou o modelo estabelecido na Ágora 
grega, mas constituiu um espaço administrativo e burocrático comandado pela burguesia emergente, 
fora do contato direto com o povo. Tal modelo, replicado até os dias atuais, se dá pela eleição de 
representantes da maioria, que municiados de mandato eletivo, tomam as decisões em nome das 
pessoas. 
Nesse sentido, o voto passa a ser instrumento de escolha limitado do exercício democrático. 
Em verdade, da modernidade aos dias atuais, equivocadamente tem-se difundido a concepção de 
democracia como mera via eleitoral; porém, como sabemos, viver em um estado democrático vai 
muito além do direito de eleger representantes. 
Conforme a concepção sociológica de Boudon e Bourricaud, a democracia moderna se 
subdivide em democracia radical e democracia liberal. O primeiro, consubstanciado na forma de 
governo da Inglaterra e dos EUA, priorizou a liberdade, protegendo os interesses particulares da 
autoridade estatal. Entendeu o conceito de igualdade apenas como a ausência de privilégios 
injustificados e garantia de meios que permitam com que as pessoas realizem suas potencialidades 
conforme seu mérito. 
A democracia liberal, concebida por J. J. Rousseau, enfatizou a igualdade e viu a fraternidade 
como sinônimo de civismo. Ao passo que a democracia liberal defendeu a separação dos Poderes e 
propôs o pluricameralismo, a democracia radical buscou simplificar o Poder por intermédio de uma 
assembleia única, no qual o governo seria representado apenas por um comitê executivo, podendo ser 
dissolvido e reformado a qualquer momento. 
Mesmo com suas diferenças, as democracias radicais e liberais encontram seu denominador 
comum na desconfiança do indivíduo em relação ao governante. Desta forma, apenas um conjunto 
 
 
 
 
02 
de pessoas poderia definir quais os ditames da sociedade, funcionando os representantes eleitos como 
meros prepostos da vontade popular. 
De forma geral, quase todos os regimes ocidentais se qualificaram como democráticos, fazendo 
crer que exerciam o poder legitimamente, de modo a atender as aspirações de seu povo. Tal paradoxo 
pode ser observado nos discursos de Adolf Hitler aos membros N.S.D.A.P (Nationalsozialistische 
Deutsche Arbeiterpartei), que mesmo considerando a democracia como um regime corrompido, 
afirmou que o nazismo era a legítima tradução da vontade do povo alemão. O mesmo pode se dizer 
de Francisco Franco, que alcunhou seu autoritário regime como uma "democracia orgânica", e até 
mesmo do Partido Comunista Soviético, que depois de solapar o regime dos Romanov, se considerou 
a "vanguarda do proletariado". 
Contemporaneamente assistimos à expansão do conceito de regime democrático para além dos 
países ocidentais, alcançando nações com tradição de centralização política em torno de um líder 
religioso, tal como ocorre na teocracia iraniana, ou de um monarca absolutista, como na Arábia 
Saudita ou nos Emirados Árabes Unidos. Muito em função da globalização e do avanço tecnológico, 
que permitiram o fluxo de ideias, pessoas e mercadorias ao redor do mundo como nunca antes, mesmo 
nesses países, a busca de maior liberdade e igualdade entre as pessoas têm dominado o debate político. 
A democracia contemporânea está longe de ser um regime perfeito, talvez nem tenha a 
pretensão de sê-lo; contudo, principalmente na Europa e EUA, se mostra como um sistema aberto, 
passível de reformas e formador de novas sociabilidades, dando proteção legal aos grupos 
minoritários da sociedade mesmo que com pouca representação política. 
Ao falarmos de democracia moderna e contemporânea, não podemos deixar de citar a influência 
do pensamento iluminista do século 18, notadamente de J. J. Rousseau. Para o iluminista francês, por 
ser a democracia um regime dotado de virtudes, sua execução demandava homens de igual 
virtuosismo, que sobreporiam suas vontades individuais em busca do bem comum. A democracia 
concebida por Rousseau era a direta, tal qual ocorrera em Atenas, com as decisões em forma de 
deliberação, sem a eleição de representantes. 
Rousseau entendia que a democracia somente seria possível com a participação popular, tanto 
nas decisões administrativas quanto no exercício de funções públicas, e renegava a ideia de 
representação indireta, afirmando que o verdadeiro cidadão de uma democracia jamais poderia 
transferir seu poder de escolha para terceiros. 
Por estas razões, podemos dizer que a concepção sociológica de democracia é dinâmica, muitas 
vezes de difícil compreensão, que ao longo da história foi apropriada pelos regimes mais tirânicos. 
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com o declínio dos regimes fascista e nazista, e, sobretudo, 
com a queda do muro de Berlim (1989) representando o colapso da União Soviética, a busca pela 
construção de um regime democrático de representação popular se tornou o objetivo de quase todas 
as nações do mundo, obviamente, respeitadas as peculiaridades de cada país. 
Por ser um regime de participação indireta, com representantes eleitos periodicamente, onde a 
boa-fé dos oponentes deve prevalecer para a satisfação do bem comum, as democracias atuais se 
mostram frágeis, estando constantemente sob ataque de aventureiros autoritários, que sedizentes 
porta-vozes da vontade do povo, tentam obstruir o debate de ideias antagônicas e passar por cima das 
instituições. 
 
 
 
 
03 
Democracia é basicamente um regime institucional, fundado na representação popular em dois 
dos poderes estatais (Executivo e Legislativo), que funciona por meio de um aparato administrativo 
que deve sempre visar a soberania dos interesses públicos sobre os coletivos. Porém, compreender 
democracia em sua mais pura concepção vai além da forma de governo. O cidadão, empoderado de 
seus direitos, não é apenas uma pequena peça na engrenagem do sistema eleitoral, mas sim, agente 
histórico permanente, que pode exercer a democracia em seu cotidiano. 
Dessa forma, a vontade popular pode ser exercida democraticamente em associações de bairro, 
igrejas, sindicatos, grêmios estudantis, assembleias gerais de edifícios e em tantos outros espaços, 
mais ou menos democráticos, em que os temas mais diversos devem ser tratados pelos membros da 
coletividade. 
 
AUTORITARISMO 
O autoritarismo é um sistema de liderança pelo qual o líder tem poder absoluto e autoritário 
e implementa seus objetivos e regras sem buscar a orientação e conselhos dos seus seguidores. 
Esse sistema de liderança é caracterizadopor um poder central e pela repressão das 
liberdades individuais dos cidadãos. 
 
• É o regime de governo em que o poder é ocupado por meio de um GOLPE (em geral militar). 
• NÃO há eleições nem partidos políticos. 
• O poder executivo domina o legislativo e o judiciário. 
• Há CENSURA de pensamento e expressão. 
• Há PRISÃO, TORTURA e MORTE. 
 
Sistema Político Autoritário 
Para as Ciências Sociais, especificamente para a Ciência Política, o adjetivo “autoritário” e seu 
substantivo, “autoritarismo”, são empregados para compreender sistemas políticos em que os regimes 
privilegiam a autoridade governamental. Ao mesmo tempo, diminuem, de forma mais ou menos 
radical, o consenso, favorecendo a concentração de poder político nas mãos de uma só pessoa, um só 
órgão ou grupo. Nesse processo, as instituições representativas são colocadas em segundo plano. 
O autoritarismo mantém-se no poder pelo funcionamento de uma estrutura política 
profundamente hierárquica que institui a desigualdade entre os cidadãos. Afinal, a parcela da 
população desligada ou oposta à autoridade em questão é excluída ou tem sua participação reduzida, 
e, normalmente, comporta um notável emprego de meios coercitivos. É comum definir esse conceito 
por tautologia, ou seja, o sistema político autoritário não é um sistema político democrático, porque 
nele não há eleições (princípio representativo), nem satisfação maciça da vontade dos cidadãos, 
tampouco separação de poderes. Isso não deixa de compor o conceito e a prática desse sistema 
político, mas não ocorre de forma tão simples. Por vezes, em sistemas autoritários, ainda ocorrem 
eleições; há partidos políticos e certo grau de mobilização popular. Muitas vezes, também, grande 
parte da população é convencida pelo discurso da autoridade e, portanto, legitima esse sistema 
político. 
 
 
 
 
 
04 
Autoritarismo Social 
 
• A sociedade brasileira é autoritária porque é HIERÁRQUICA, pois divide a sociedade em 
inferiores e superiores. 
• Os superiores devem mandar e os inferiores devem obedecer. 
• NÃO há, na prática, IGUALDADE DE DIREITOS. 
• A sociedade brasileira é autoritária porque é marcada pelo RACISMO, MACHISMO, 
DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA, DESIGUALDADES ECONÔMICAS etc. 
• NÃO há, na prática DIREITO À LIBERDADE. 
 
TOTALITARISMO 
Esse conceito surgiu na década de 1920, na Itália, como designação do Estado totalitário em 
oposição ao Estado liberal, no qual há “um partido que governa totalitariamente uma nação”, de 
acordo com Il Duce Mussolini (1883-1945), líder do Partido Nacional Fascista italiano, que governou 
o país de 1922 a 1943. 
 
 
 
Definição Clássica diz que a Gestão Totalitária 
 
 Desenvolve-se mais facilmente em sociedades industriais de massa (primeiras décadas do 
século XX), pois nelas os indivíduos urbanizados, com chances de alfabetização e integrados à 
vida política, estão mais sujeitos a essa monopolização; 
 Decorre da insegurança, principalmente militar, mas também econômica, política e social, que 
tende a envolver cada vez mais Estados e pessoas com a preparação bélica, levando ao surgimento 
de regimes totalitários em áreas e em populações enfraquecidas ou expostas a perigos; 
 Depende da tecnologia para controlar os meios de comunicação de massa (propaganda política 
pró-governo/partido) e de transporte, para desenvolver técnicas de organização, registro e cálculo 
– que facilitam o controle e a circulação econômica –, bem como para aprimorar as técnicas de 
controle das polícias secretas e de vigilância. 
 
É possível encontrar, na História, exemplos de Regimes Totalitários em diversos regimes 
políticos. O stalinismo foi um forte exemplo de totalitarismo trilhado pela União Soviética durante 
um governo de esquerda. É sobre essas variações que versa o sociólogo Livingstone Santos Silva no 
texto a seguir. 
 
 
 
 
05 
Consideram-se regimes totalitários de direita, os seguintes: o fascismo, o nazismo e formas 
sobreviventes, porém mais moderadas, dessas orientações filosóficas. O fascismo italiano se baseava 
em uma necessidade de união do povo daquele país, o que levou a um certo chamamento histórico 
dos italianos, à condição de herdeiros do Império Romano e, portanto, fadados ao domínio do mundo. 
Partido único, militarismo, um chefe supremo – o Duce – e corporações paramilitares formavam o 
cenário. O quadro do fascismo alemão, ou nazismo (nacional--socialismo) não era muito diferente; a 
fobia ao comunismo, o partido único, uniformes, os cumprimentos marciais, o chefe supremo – o 
Führer –, senhor todo-poderoso, indiscutível, o racismo e a exaltação do ariano, que deveria dominar 
o mundo. Essa era a década de 1930, que deixou marcas profundas nas conquistas políticas do 
homem. Considera-se o principal regime totalitário de esquerda o stalinismo, adotado na União 
Soviética e materializado por um sistema centralizado, de rígida intervenção, no qual a propriedade 
estatal era a tônica. O partido é, em geral, o senhor das vontades. Ele decide, estabelece, revoga. 
Enfim, o partido é tudo; na realidade, o próprio poder. O indivíduo inexiste, e, em seu lugar, a 
comunidade. Historicamente, situamos na URSS o estabelecimento do primeiro regime totalitário de 
esquerda. 
 
SANTOS SILVA, Livingstone dos. Introdução à Ciência Política. Rio de Janeiro: Imprensa Metodista, 1982 
(adaptado). 
 
Formas de Governo 
 
As formas de governo dizem respeito à organização do Estado e ao exercício e poder nas 
Sociedades. 
 
“Refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se 
dá a relação entre governantes e governados” 
José Afonso da Silva 
 
Monarquia 
 
“As repúblicas acabam pelo luxo; as monarquias, pela pobreza.” 
Montesquieu 
 
 
O conceito de monarquia, como ocorre com vários outros, mudou e evoluiu no decorrer do 
tempo. As monarquias feudais, representavam a transição da chefia militar para o poder político, que 
se constituiu a partir da fixação e da territorialidade. Em virtude dos inúmeros conflitos por território 
e da baixa expectativa de vida da época, era comum o processo sucessório se dar por eleição e não 
 
 
 
 
06 
por hereditariedade. Esse processo se concentrava em algumas poucas famílias e, com isso, surgiu a 
tendência monárquica de identificar-se o direito de governo a determinados grupos familiares, 
constituindo-se como prenúncio das Dinastias e Casas Reais. 
Na transição do feudalismo para a Idade Moderna, a ideia de centralização de poder pautou o 
regime monárquico e se espalhou pela Europa Ocidental entre os séculos XVI e XVII. Abria-se 
caminho para o que mais tarde se convencionou chamar de monarquia absoluta: o rei era o mediador 
das relações entre as classes sociais (nobreza feudal, burguesia e clero) e, ao colocar-se como 
instrumento de equilíbrio, reforçava progressivamente seus poderes. 
O rei acentuava suas características divinas, de superioridade e prestígio sobre os grupos sociais 
e seu controle sobre a máquina estatal (o Exército, a burocracia, as finanças e a criação e execução 
das leis) a partir da ideia de direito divino 
 
O Poder da Monarquia Inglesa 
A história da Inglaterra é repleta de peculiaridades. 
No campo político, chama a atenção uma ordem 
monárquica, que mesmo já tendo sofrido diversas 
mudanças de dinastias durante quase um milênio, ainda se 
mantém. No entanto, hoje em dia, representa um poder 
muito mais simbólico do que efetivo. Desde a Revolução 
Gloriosa, em 1688, oficializou-se de maneira plena que o 
rei inglês teria, praticamente, incumbências de chefe de 
Estado. Seria ele o responsável, quase que exclusivamente, pelas representações diplomáticas do país, 
mas a chefia de governo, responsável por tomar as decisões políticas, estaria nas mãos do Parlamento. 
Dessa forma, aos poucos, a realeza inglesa foi se afastando das questões políticas, tornando--se, mais 
do que tudo, um símbolo histórico para o país. Não se pode,contudo, menosprezar esse poder. 
 
A realeza, hoje nas mãos da rainha Elizabeth 
II, representa um importante valor simbólico no 
sentido de coesão social, em uma tentativa de 
manter a população – ou os súditos – em unidade. 
A construção de um sentimento popular em torno 
da imagem da família real ainda é muito forte e, 
mesmo com significativa parcela de ingleses que 
deseja o fim da monarquia, ainda desempenha um 
papel social fundamental no país. 
 
As Monarquias Constitucionais 
A ruptura com esse padrão vem com a constitucionalização das monarquias, resultante da 
dissolução da velha ordem social hierárquica do absolutismo e da prevalência da nova ordem social 
burguesa. As monarquias constitucionais, a partir do século XIX, constituíram-se sobre o chamado 
pacto constitucional, ou seja, a monarquia deixava de ser uma instituição acima do Estado e tornava-
se uma instituição estatal, sendo o rei representante da unidade e personalidade do Estado, mas com 
 
 
 
 
07 
poderes compartilhados com as assembleias eleitas pelo povo. O constitucionalismo está diretamente 
ligado à separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); nas monarquias constitucionais, 
o poder é estabelecido por meio da parceria entre o rei e o Parlamento. Paulatinamente, as atribuições 
de chefe do Executivo e do órgão Legislativo (respectivamente, a execução e a criação das leis), que 
ainda pertenciam aos monarcas, foram sendo absorvidas por governos parlamentaristas em muitos 
exemplos pelo mundo, como o da própria Inglaterra e o da Holanda. Na monarquia parlamentar, a 
gestão resulta do consenso e da divisão de tarefas entre Parlamento (os representantes eleitos pelos 
cidadãos) e o soberano real, dotado, então, de uma função certificatória e ratificadora das decisões 
tomadas no âmbito parlamentar. Nesse modelo, portanto, o monarca não mais governa, sendo chefe 
de Estado (função de representação); o governo é exercido pelos ministros de Estado (chefes de 
governo), comumente chamados de primeiros-ministros. 
 
República 
 
“Restaurar a democracia é restaurar a República. É edificar a Nova República, 
missão que estou recebendo do povo e se transformará em realidade pela força não 
apenas de um político, mas de todos os cidadãos brasileiros.” 
Tancredo Neves 
 
O termo “República” deriva do latim Res Publica e significa, literalmente, “Coisa Pública”, isto 
é, aquilo que diz respeito ao interesse público de todos os cidadãos. República é uma forma ou modelo 
de organização política que teve origem na antiga Roma, no século VI a.C. 
A República é vista, mais recentemente, como uma forma de governo na qual o chefe do Estado 
é eleito pelo povo ou seus representantes, tendo a sua chefia uma duração limitada. 
 
Brasil República 
A História da República Brasileira iniciou-se em 1889 com a Proclamação da República e 
acompanhou todo o período posterior, até o século XXI. A difusão dos ideais republicanos remonta 
ao período colonial, como durante a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, no final do século 
XVIII. Apesar dos ideais e das revoltas buscarem a superação da monarquia, apenas no final do século 
XIX, com o fim do escravismo, as elites agrárias do país aceitaram organizar o Estado brasileiro nos 
moldes republicanos. 
O fato de a República nascer como uma aceitação das elites e ter sido realizada através da 
espada do exército brasileiro conformou um caráter autoritário e excludente do Estado brasileiro, 
garantindo os privilégios das classes dominantes e a negação de direitos às classes exploradas durante 
muito tempo. 
 
O Brasil já teve seis diferentes Repúblicas: 
 Primeira República (1889 -1930); 
 Governo Provisório e Constitucional de Vargas (1930 – 1937); 
 Estado Novo (1937 – 1945); 
 Quarta República (1945 – 1964); 
 Ditadura Militar (1964 – 1985); 
 Nova República (1985 - .....). 
 
 
 
 
08 
Federalismo 
É importante também distinguir duas tendências de formação do federalismo. Uma tem o 
propósito de “Unir” e outra tem o objetivo de “Manter Unido”. O caso norte-americano se 
encaixaria no primeiro exemplo e o brasileiro, no segundo. No primeiro caso, ocorre um “Pacto 
Federativo”, no qual unidades até então soberanas fazem uma intersecção de suas soberanias em um 
novo arranjo político que as centraliza em uma única. Já no caso de dividir internamente o Estado, o 
objetivo é conceder autonomia às partes constituintes. Esse segundo caso tem sido aplicado com 
relativo êxito em países com problemas de nacionalismo e diferenciação étnica e linguística 
acentuada, como a Índia e, mais recentemente, a Bélgica. O mérito mais claro do federalismo está no 
campo das relações de organização e distribuição do poder, mais do que em uma eventual eficácia 
econômico-administrativa. Existindo apenas dentro de um regime político democrático, ele é o meio 
de organização territorial mais apropriado para garantir estabilidade e legitimidade política aos 
governos dos Estados Nacionais cujas sociedades são marcadas por grande heterogeneidade de base 
territorial, cultural, linguística, étnica ou religiosa. Seja um país muito extenso territorialmente e/ou 
com grande diversidade étnico-linguística, a forma federada de divisão do poder acomoda as tensões, 
reconhece e protege as diferenças e promove objetivos de convivência comum. 
 
BRANCO, Marcello Simão. “Uma introdução ao federalismo e o caso brasileiro”. In: DANTAS, Humberto 
(Org.). Curso de formação política. São Paulo: Instituto do Legislativo Paulista, 2004. Disponível em: 
<www.al.sp.gov.br>. Acesso em: 7 jun. 2015. 
 
Sistemas de Governo 
 
Sistema de governo é a forma como o poder político de um país é dividido e exercido. 
Basicamente, esses sistemas variam de acordo com a distribuição de funções entre os poderes 
Executivo e Legislativo. 
 
Parlamentarismo 
 
“O Parlamento é uma assembleia deliberante de uma nação, com o único 
interesse: o de todos; onde não deveriam influir fins e preconceitos locais, mas o bem 
comum.” 
Edmund Burke 
 
Sistema de Governo Democrático, em que, o Poder Executivo baseia a sua legitimidade 
democrática a partir do Poder Legislativo (representado pelo parlamento nacional); os poderes 
executivo e legislativo são, portanto, interligados neste sistema de governo. Em um sistema 
parlamentarista, o Chefe de Estado é normalmente uma pessoa diferente do Chefe de Governo. 
 
Chefe de Estado 
É o mais alto representante do estado. Representa a legitimidade e a continuidade desse estado. 
Seus poderes políticos são limitados e, muitas vezes, meramente simbólicos. Em monarquia 
parlamentaristas, esse papel cabe ao monarca. Já em repúblicas parlamentaristas, esse papel recai 
sobre um presidente escolhido pelo parlamento ou pelo voto popular. 
 
 
 
 
 
09 
Chefe de Governo 
Lidera de fato as ações do poder executivo. Tem responsabilidades amplas, como a execução 
de praticamente todas as políticas públicas. Geralmente, é indicado pelo parlamento. Muitas vezes 
não possui um mandato fixo e pode ser removido a qualquer momento pelo próprio parlamento. 
Geralmente é chamado de Primeiro-Ministro. 
 
Presidencialismo 
 
“O único título em nossa democracia que é superior ao de Presidente é o de 
Cidadão.” 
Louis Dembitz Brandeis 
 
Os sistemas presidencialistas, a distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo, não 
existe claramente. Tanto funções de chefe de Estado, quanto de chefe de governo fica acumulado 
para uma pessoa: O Presidente. Essa pessoa, como você pode imaginar, é a peça central do 
presidencialismo. Ele é responsável por coordenar a execução das Políticas Públicas, a escolha dos 
ministros que trabalharão com ele, exercer poder de veto em Projetos de Lei vindos do Legislativo, 
entre outras coisas. Ele não tem um papel decorativo, como acontece em muitas repúblicas 
parlamentaristas.010 
Política 
 
A política é o nome que se dá para a capacidade do ser humano de criar diretrizes com o objetivo 
de organizar seu modo de vida. Essa palavra também faz menção a tudo que está vinculado ao Estado, 
ao governo e à administração pública com o objetivo final de administrar o patrimônio público e 
promover o bem público, isto é, o bem de todos. 
 
SURGIMENTO DA POLÍTICA 
A política surgiu na Grécia, aproximadamente no século VI a.c. Nesse período, o homem grego 
começou a passagem da consciência mítica para a atitude filosófica. Como a política surgiu nessa 
fase, ela não era como é hoje, pois dizia respeito exclusivamente à organização das polis. Estas eram 
cidades-estados, que se autogeriam e que foram pioneiras na democracia. 
 
POLÍTICA PÚBLICA 
Política pública, comumente referida no plural políticas públicas, é a soma das atividades dos 
governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. De 
uma forma ainda mais abrangente, pode-se considerar as Políticas Públicas como "o que o governo 
escolhe fazer ou não fazer". 
 
PARTIDO POLÍTICO 
Partido político é um grupo organizado, legalmente formado, com base em formas voluntárias 
de participação numa associação orientada para ocupar o poder político. 
É um grupo organizado de pessoas que formam legalmente uma entidade, constituídos com 
base em formas voluntárias de participação, nessa "democracia" 
 
POLÍTICA NO BRASIL 
A Política do Brasil funciona sob o modelo de República Federativa Presidencialista, formada 
pela: 
 A União; 
 Os Estados; 
 O Distrito Federal; 
 Os Municípios. 
 
O exercício do poder é atribuído a órgãos distintos e independentes, submetidos a um sistema 
de controle para garantir o cumprimento das leis e da Constituição. 
 O Brasil é uma república porque o chefe do Estado é eleito pelo povo, por mandato. 
 É presidencialista porque o presidente da República é chefe de Estado e também chefe de 
governo. 
 É federativa porque entre os federativos têm autonomia política. 
 
PODERES NO BRASIL 
A União está dividida em três poderes, independentes e harmônicos entre si. São eles: 
 O legislativo, que elabora leis; 
 O executivo, que atua na execução de programas ou prestação de serviço público; 
 O judiciário, que soluciona conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado. 
 
 
 
 
011 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PODER LEGISLATIVO 
Ao Legislativo cabe legislar (ou seja, criar e aprovar as leis) e fiscalizar o Executivo, sendo ambas 
igualmente importantes. Em outras palavras, exerce função de controle político-administrativo e o 
financeiro-orçamentário. Pelo primeiro controle, cabe a análise do gerenciamento do Estado, 
podendo, inclusive, questionar atos do Poder Executivo, pelo segundo controle, aprovar ou reprovar 
contas públicas. 
 Este poder é exercido pelos Deputados Federais e Senadores, no âmbito federal; 
 Pelos Deputados Estaduais, no âmbito estadual; 
 Pelos Vereadores, no âmbito municipal. 
 
O PODER JUDICIÁRIO 
O Judiciário tem como função interpretar as leis e julgar os casos de acordo com as regras 
constitucionais e leis criadas pelo Legislativo, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é 
apresentado como resultado de um conflito de interesses. 
O Judiciário é representado pelos 
 Ministros (STF); 
 Desembargadores; 
 Promotores de Justiça; 
 Juízes. 
 
O PODER EXECUTIVO 
Cabe ao Executivo a administração do Estado, observando as normas vigentes no país, além 
de governar o povo, executar as Este poder é exercido, no âmbito federal, pelo Presidente da 
República, juntamente com os Ministros que por ele são indicados, os Secretários, os Conselhos de 
Políticas Públicas e os órgãos da Administração Pública. 
É a ele que competem os atos de chefia de Estado, quando exerce a titularidade das relações 
internacionais e de governo e quando assume as relações políticas e econômicas. Além disso, o 
Presidente dialoga diretamente com o Legislativo, tendo o poder de sancionar ou rejeitar uma lei 
aprovada pelo Congresso Nacional. 
 
 Na esfera Federal: Concentra no Presidente e seus Ministérios. 
 Na esfera Estadual: Concentra no Governador e seus Secretários Estaduais. 
 Na esfera Municipal: Prefeito e seus Secretários Municipais. 
 
 
 
 
 
 
 
012 
 
Exercitando o Enem 
 
Questão 01 
Há outras razões fortes para promover a participação da população em eleições. Grande parte dela, 
particularmente os mais pobres, esteve sempre alijada do processo eleitoral no Brasil, não somente 
nos períodos ditatoriais, mas também nos democráticos. Na eleição de 1933, por exemplo, apenas 
3,3% da população do país votaram. Em 1945, com a volta da democracia, foram parcos 13,4%. Em 
1962, só 20% dos brasileiros foram às urnas. 
 
KERCHE, F.; FERES JR., J. Um nobre dever. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 109, out. 2014. 
 
O baixo índice de participação popular em eleições nos períodos mencionados ocorria em função da 
a) adoção do voto facultativo. 
b) exclusão do sufrágio feminino. 
c) interdição das pessoas analfabetas. 
d) exigência da comprovação de renda. 
e) influência dos interesses das oligarquias. 
 
Questão 02 
Os níveis de desigualdade construídos historicamente não se referem apenas a uma questão de mérito 
individual, mas à falta de condições iguais de oportunidades de acesso a educação, trabalho, saúde, 
moradia e lazer. As pesquisas mostram que há um grande abismo racial no Brasil, e as estatísticas, ao 
apontarem as condições de vida, emprego e escolaridade entre negros e brancos, comprovam que essa 
desigualdade é fruto da estrutura racista, somada à exclusão social e à desigualdade socioeconômica, 
que atinge toda a população brasileira e, de modo particular, os negros. 
 
MUNANGA, K.; GOMES, N. L. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. 
São Paulo: Global; Ação Educativa, 2004 (adaptado). 
 
O conjunto de ações adotado pelo Estado brasileiro, a partir da última década do século XX, para 
enfrentar os problemas sociais descritos no texto resultaram na 
a) ampliação de planos viários de urbanização. 
b) democratização da instrução escolar pública. 
c) manutenção da rede hospitalar universitária. 
d) preservação de espaços de entretenimento locais. 
e) descentralização do sistema nacional de habitação. 
 
Questão 03 
Em um governo que deriva sua legitimidade de eleições livres e regulares, a ativação de uma corrente 
comunicativa entre a sociedade política e a civil é essencial e constitutiva, não apenas inevitável. As 
múltiplas fontes de informação e as variadas formas de comunicação e influência que os cidadãos 
 
 
 
 
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ativam através da mídia, movimentos sociais e partidos políticos dão o tom da representação em uma 
sociedade democrática. 
 
URBINATI, N. O que torna a representação democrática? Lua Nova, n. 67, 2006. 
 
Esse papel exercido pelos meios de comunicação favorece uma transformação democrática em função 
do(a) 
a) limitação dos gastos públicos. 
b) interesse de grupos corporativos. 
c) dissolução de conflitos ideológicos. 
d) fortalecimento da participação popular. 
e) autonomia dos órgãos governamentais. 
 
Questão 04 
No sistema democrático de Schumpeter, os únicos participantes plenos são os membros de elites 
políticas em partidos e em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não apenas 
altamente limitado, mas frequentemente retratado como uma intrusão indesejada no funcionamento 
tranquilo do processo “público” de tomada de decisões. 
 
HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987. 
 
O modelo de sistema democrático apresentado pelo texto pressupõe a 
a) consolidação da racionalidade comunicativa. 
b) adoção dos institutos do plebiscito e do referendo. 
c) condução de debates entre cidadãos iguais e oEstado. 
d) substituição da dinâmica representativa pela cívico-participativa. 
e) deliberação dos líderes políticos com restrição da participação das massas. 
 
Questão 05 
TEXTO 1 
 
Deputado (definição do século XVIII): 
Substant. Aquele a quem se deu alguma comissão de jurisdição, ou conhecimento. Mandado da parte 
de alguma República, ou soberano. O que tem comissão do ministro próprio. 
 
SILVA, & M. Diccionario da língua portugueza. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789 (adaptado). 
 
TEXTO II 
Deputado (definição do século XXI): 
[...] 
4. Aquele que representa os interesses de outrem em reuniões e decisões oficiais. 
5. Aquele que é eleito para legislar e representar os interesses dos cidadãos. 
6. Aquele que é comissionado para tratar dos negócios alheios. 
 
 
AULETE, C. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa. São Paulo: Lexikon. 2010 (adaptado). 
 
 
 
 
 
014 
 
A mudança mais significativa no sentido da palavra “deputado”, entre o século XVIII e os dias de 
hoje, dá-se pelo(a) 
a) aumento na importância como representação política dos cidadãos. 
b) crescente participação dos funcionários no poder do Estado. 
c) incentivo à intermediação dos interesses de particulares. 
d) criação de diversas pequenas cidades-repúblicas. 
e) diminuição do poder das assembleias. 
 
Questão 06 
Há dois pilares para a concepção multilateral de justiça: a ideia de que a relação entre Estados é 
baseada na igualdade jurídica e a noção de que a Carta da ONU deveria promover os direitos humanos 
e o progresso social. Do primeiro pilar derivam as normas de não intervenção, de respeito à 
integridade territorial e de não ingerência. São as normas que garantem as condições dos processos 
deliberativos justos entre iguais. 
 
FONSECA JR., G. Justiça e direitos humanos. In: NASSER, R. (Org.). Novas perspectivas sobre os conflitos 
internacionais. São Paulo: Unesp, 2010 (adaptado). 
 
Nessa concepção de justiça, o cumprimento das normas jurídicas mencionadas é a condição 
indispensável para a efetivação do seguinte aspecto político: 
a) Voto censitário. 
b) Sufrágio universal. 
c) Soberania nacional. 
d) Nacionalismo separatista. 
e) Governo presidencialista. 
 
Questão 07 
Fronteira. Condição antidemocrática de existência das democracias, distinguindo os cidadãos dos 
estrangeiros, afirma que não pode haver democracia sem território. Em princípio, portanto, nada de 
democracia sem fronteiras. E, no entanto, as fronteiras perdem o sentido no que diz respeito às 
mercadorias, aos capitais, aos homens e às informações que as atravessam. As nações não podem 
mais ser definidas por fronteiras rígidas. Será necessário aprender a construir nações sem fronteiras, 
autorizando a filiação a várias comunidades, o direito de voto múltiplo, a multilealdade. 
 
ATTALI, J. Dicionário do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001 (adaptado). 
 
No texto, a análise da relação entre democracia, cidadania e fronteira apresenta sob uma perspectiva 
crítica a necessidade de 
a) reestruturação efetiva do Estado-nação. 
b) liberalização controlada dos mercados. 
c) contestação popular do voto censitário. 
d) garantia jurídica da lealdade nacional. 
e) afirmação constitucional dos territórios. 
 
 
 
 
015 
Questão 08 
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou improcedentes, em 12/11/2008, as ações 
diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por infidelidade partidária. Com a decisão, o 
STF declarou a plena constitucionalidade da resolução do TSE, até que o Congresso Nacional exerça 
a sua competência e regule o assunto em lei específica. A resolução do TSE decidiu que os mandatos 
obtidos, nas eleições, pelo sistema proporcional (deputados estaduais, federais e vereadores) 
pertencem aos partidos políticos ou às coligações, e não, aos candidatos eleitos. 
 
Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=90556&caixaBusca=N (adaptado). 
 
Com essa decisão, o STF provocou importante mudança nas regras do jogo político nacional, visto 
que 
a) entendeu que o voto é dado ao candidato e não ao partido político, fortalecendo o papel dos partidos 
no processo político. 
b) legislou, ao editar a referida resolução, interferindo em competência exclusiva do Poder 
Legislativo. 
c) mudou as regras em meio ao processo eleitoral, prejudicando vários candidatos e fragilizando o 
processo eleitoral do país. 
d) disciplinou a mudança de partido político pelos parlamentares eleitos pelo voto majoritário. 
e) fortaleceu o papel dos partidos políticos, ao assegurar o instituto da fidelidade partidária. 
 
Gabarito Comentado - Exercitando o Enem 
 
Questão 01 - Resposta: [C] 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História] 
Durante um bom tempo, a partir da Constituição de 1891 e até as eleições de 1985, os analfabetos 
foram excluídos do direito ao voto no Brasil. Devido aos altos índices de analfabetismo no país – no 
início do século XX, por exemplo, a taxa estava chegava aos 80% - um número significativo de 
brasileiros foi alijado do processo eleitoral. 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] 
Durante todo o período republicano os analfabetos foram proibidos de votar no Brasil. Isso só mudou 
em 1985, ganhando força com a Constituição de 1988, que garantiu o voto universal no Brasil. 
 
Questão 02 - Resposta: [B] 
Sobretudo a partir da década de 1990, tem-se investido no Brasil na universalização da educação 
básica, bem como na ampliação do acesso à universidade, através de programas como o FIES, o 
PROUNI e a criação de novas universidades federais. A política de cotas se alinha a essas políticas, 
procurando diminuir as desigualdades (sobretudo raciais) existentes no sistema educacional 
brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
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Questão 03 - Resposta: [D] 
As múltiplas formas de comunicação e transmissão de informação modificam a representatividade da 
democracia. Assim, a participação popular pode se tornar mais efetiva, uma vez que todos passam a 
ter mais meios de influência coletiva nas decisões do país. 
 
Questão 04 - Resposta: [E] 
A alternativa que melhor sintetiza o argumento do texto é a [E]. Segundo o autor, o sistema político 
apresentado por Schumpeter é caracterizado pela restrição da participação política dos cidadãos 
comuns, sendo os cidadãos plenos somente os membros das elites políticas. 
 
Questão 05 - Resposta: [A] 
A alternativa [A] é a que melhor explica a mudança apresentada no enunciado da questão. Se no 
século XVIII o deputado era um funcionário designado pelo Estado ou pelo governante, em XXI ele 
é um representante do povo e, como tal, deve trabalhar de acordo com os interesses de quem o elegeu. 
 
Questão 06 - Resposta: [C] 
O texto apresenta a importância de normas internacionais em relação ao respeito da ordem jurídica 
de cada país. Isso é uma clara referência à Soberania nacional que cada país deve ter, tal como 
apresenta a alternativa [C]. 
 
Questão 07 - Resposta: [A] 
No contexto atual, as fronteiras não podem ser mais fixas, tal como apresenta o texto da questão. Isso 
modifica nossa concepção de Estado-nação, tradicionalmente vinculada ao território. 
 
Questão 08 - Resposta: [E] 
O voto proporcional, que elege vereadores e deputados no Brasil, corresponde a uma técnica que 
regula o acesso dos partidos às vagas disponíveis, na qual os candidatos são eleitos sempre em relação 
ao partido ou coligação que integram. Nesse sentido, a interpretação do STF reforça a centralidade 
dos partidos na política, em detrimento de compreensões mais personalistas.

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