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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ELIANE VIEIRA PRESTES JAMILE MORAES MARIZA FERREIRA BARBOSA NIVALDO JOSÉ DOS SANTOS RENAN RUIVO SILVA Uma abordagem diferenciada para o ensino da Matemática Mercadinho: aplicabilidade lúdica da matemática Apresentação do Projeto Integrador - vídeo: <https://youtu.be/hIyEHQl32R4> Vargem Grande Paulista 2018 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Uma abordagem diferenciada para o ensino da Matemática Mercadinho: aplicabilidade lúdica da matemática Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina de Projeto Integrador para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Tutoras: Dra. Sônia Maria Vanzella e Dra. Mônica Cristina Garbin Vargem Grande Paulista 2018 PRESTES, Eliane Vieira; MORAES, Jamile; BARBOSA, Mariza Ferreira; SANTOS, Nivaldo José; SILVA, Renan Ruivo. Uma abordagem diferenciada para o ensino da Matemática - Relatório Técnico- Científico de Licenciatura em Pedagogia – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutoras: Sônia Maria Vanzella e Mônica Cristina Garbin. Polo de Vargem Grande Paulista, 2018. RESUMO O presente Projeto Integrador apresentará o relato de experiência de uma abordagem prática de matemática a ser realizada com os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Angelino Ângelo Rodrigues do município de Vargem Grande Paulista , SP. A presente proposta de trabalho abordará uma atividade lúdica e a resolução de problemas de forma contextualizada, especificamente no estudo de operações matemáticas, a ser desenvolvido na referida escola no mês de novembro de 2018. Durante este último bimestre, estudamos a forma de implementação deste projeto didático, com apoio em fundamentos teóricos e metodológicos junto à gestão escolar, para o desenvolvimento da prática pedagógica, por meio de reflexão sobre a importância da utilização do lúdico e da resolução de problemas contextualizados na aprendizagem matemática. A metodologia terá o intuito de despertar a curiosidade, o interesse e maior compromisso dos alunos com situações de aprendizagem, explorando as operações matemáticas e problemas. Palavras–chave: Educação Matemática, número decimais, resolução de problemas. PRESTES, Eliane Vieira; MORAES, Jamile; BARBOSA, Mariza Ferreira; SANTOS, Nivaldo José; SILVA, Renan Ruivo. A Differentiated Approach to Teaching Mathematics - Technical report - Pedagogy Degree - Universidade Virtual do Estado de São Paulo – Tutors: Sônia Maria Vanzella e Mônica Cristina Garbin. Vargem Grande Paulista pole, 2018. ABSTRACT The present Integrator Project will present the experience report of a practical approach of mathematics to be carried out with the students of the 5th grade of Municipal School Angelino Angelo Rodrigues in Vargem Grande Paulista County, São Paulo State. The present work proposal will provide with a ludic activity and problem solving in a contextualized way, specifically in the study of mathematical operations, to be developed in the mentioned school at November, 2018. During the last two months, we studied the implementation of this didactic project, with support in theoretical and methodological foundations together school management, for the development of pedagogical practice, through reflection on the importance of using the ludic and problem solving contextualized. The methodology will have the intention of arousing the curiosity of students, interest and commitment to learning situations, exploring mathematical operations and problems. Keywords: Mathematics education, number of decimals, problem solving. PRESTES, Eliane Vieira; MORAES, Jamile; BARBOSA, Mariza Ferreira; SANTOS, Nivaldo José; SILVA, Renan Ruivo. LISTA DE IMAGENS Imagem 1 - Gráfico da porcentagem de acertos às questões (Q1 a Q12) da AAP de Matemática. ........................................................................................................................... 6 Imagem 2 - Questão (Q5) retirada da AAP do 6º ano. ........................................................... 7 Imagem 3 - Questão (Q6) retirada da AAP do 6o ano. .......................................................... 7 Imagem 4 - Tabela com porcentagem de acertos às questões (Q1 a Q12) da AAP de Matemática. ........................................................................................................................... 8 Imagem 5 - Imagem aérea da E.M. Angelino Ângelo Rodrigues. ........................................ 15 Imagem 6 -Vista parcial do prédio térreo da escola. ............................................................ 15 Imagem 7 - Passagem de acesso ao prédio escolar (ao fundo). ......................................... 16 Imagem 8 - Pátio coberto. ................................................................................................... 16 Imagem 9 - Quadra poliesportiva. ....................................................................................... 17 Imagem 10 - Alunos do 5º ano em sala de aula. ................................................................. 17 file:///C:/Users/Fatec%20Cotia/OneDrive/Licenciatura%20em%20Pedagogia%20-%20UNIVESP/Projeto%20Intergrador/PI-I/Projeto%20Integrador%20-%20versão%20final.docx%23_Toc527036945 SUMÁRIO Uma abordagem diferenciada para o ensino da Matemática Mercadinho: aplicabilidade lúdica da matemática 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 1.1 Problema e objetivos ............................................................................................. 9 1.2 Justificativa .......................................................................................................... 10 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 10 3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS ........................................................ 14 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................ 18 4.1 Proposta Inicial de Intervenção ........................................................................... 19 5. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ............................................................................. 19 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21 6 1. INTRODUÇÃO A Matemática é de importância fundamental para o desenvolvimento integral das capacidades e habilidades do ser humano. O educador que se dedica a esse campo de aprendizagem transita por um território repleto de desafios, limites, ensinamentos e possibilidades (RUIZ, 2002). Já em 2006, os dados de avaliações matemáticas externas apresentaram uma situação caótica: os resultados alcançados pelos alunos brasileiros eram equivalentes a países bastante pobres (ANDRADE et al., 2009). De fato, são baixos os resultados em matemática no nosso campo de estudo, de acordo com a Avaliação de Aprendizagem em Processo (AAP) formulada pela Secretaria da Educação aplicada no primeiro semestre de 2018. Desse modo, observamos a necessidade de intervenção, sobretudo em atividades que impliquem o uso de números decimais. A imagem 1 mostra as proporções de acertos dos alunos do 6º ano em relação às questões (Q1 a Q12) da última edição da AAP de Matemática aplicada na EE Leonardo Soares Rodrigues.Nosso objeto de estudo concentra-se nas questões Q5 e Q6 que demonstram o uso de operações matemáticas com números decimais (Imagem 2 e 3). Imagem 1 - Gráfico da porcentagem de acertos às questões (Q1 a Q12) da AAP de Matemática. Fonte:São Paulo - Plataforma Foco Aprendizagem. 7 Imagem 2 - Questão (Q5) retirada da AAP do 6º ano. Fonte: São Paulo, 2018 - Plataforma Foco Aprendizagem Na Imagem 2, mostra a abordagem de números decimais e, na lateral, algumas opções de resposta. Imagem 3 - Questão (Q6) retirada da AAP do 6o ano. Fonte: São Paulo, 2018 - Plataforma Foco Aprendizagem Na Imagem 3, mostra a abordagem de números decimais e, na lateral, algumas opções de resposta. 8 De acordo com a imagem 1, evidencia-se que os alunos do 6º ano da EE Leonardo Soares Rodrigues mostraram dificuldades em operações matemáticas que utilizam números decimais. Esses alunos ingressantes no Ensino Fundamental II no presente ano, são oriundos da Escola Municipal Angelino Ângelo Rodrigues, ambas escolas situadas no município de Vargem Grande Paulista, em São Paulo. A tabela 1 mostra o resultado parcial da AAP e a proporção de acertos em questões (Q5 e Q6) relacionadas à subtração e adição usando números decimais dos alunos do 6º ano da EE Leonardo Soares Rodrigues. Imagem 4 - Tabela com porcentagem de acertos às questões (Q1 a Q12) da AAP de Matemática. Fonte: São Paulo, 2018 - Plataforma Foco Aprendizagem Nosso foco neste projeto é trabalhar a matemática em uma tarefa corriqueira, onde as crianças poderão fazer o papel de ‘adultos’, indo ao mercado e fazendo suas compras. Nessa prática, será trabalhado, de maneira espontânea, o conhecimento em operações com números decimais, que muitas crianças já têm conhecimento, mas não associam ao dinheiro. Esperamos desta forma, auxiliar o aprendizado, dando às crianças um meio prático de representação dos números decimais. Cabe ainda ressaltar que os alunos abordados no presente projeto, se encontram no estágio de desenvolvimento denominado operatório-concreto, que se inicia entre 7/8 anos, e tem seu término entre 11/12 anos, “[...] Neste nível, que é o dos primórdios de uma lógica propriamente dita, as operações ainda não repousam sobre proposições de enunciados verbais, mas sobre os próprios objetos". (PIAGET 1971, p. 105 apud PÁDUA, 2009). 9 Portanto, a contextualização dos conhecimentos ajuda os alunos a torná-los mais significativos estabelecendo com os números e suas relações, através de suas vivências cotidianas, permitindo habilidade de solucionar problemas atribuindo-lhes sentido (SÃO PAULO, 2008). 1.1 Problema e objetivos De acordo com os baixos resultados em matemática apontados pela Avaliação de Aprendizagem em Processo (AAP) formulada pela Secretaria da Educação aplicada no primeiro semestre de 2018, observamos a necessidade de intervenção, sobretudo em atividades que impliquem o uso de números decimais. Alunos do 6º ano da EE Leonardo Soares Rodrigues mostraram dificuldades em operações matemáticas que utilizam números decimais. Esses alunos ingressantes no Ensino Fundamental II no presente ano, são oriundos da Escola Municipal Angelino Ângelo Rodrigues, ambas escolas situadas no município de Vargem Grande Paulista, em São Paulo. De fato, ao final do Ciclo I, de acordo com os Parâmetros Curriculares do Estado de São Paulo, os alunos deverão ser capazes de: • Compreender e utilizar as regras do sistema de numeração decimal; • Compreender diferentes significados da adição e subtração envolvendo números racionais escritos na forma decimal; • Resolver operações de adição e subtração de números racionais na forma decimal por meio de estratégias pessoais e pelo uso de técnicas operatórias convencionais; • Resolver problemas que envolvem o uso da porcentagem no contexto diário, como 10%, 20%, 25%, 50%. (SÃO PAULO, 2008, p.27). No entanto, essas abordagens ocorrem somente no último bimestre do 5º ano, o que muita vezes, o tempo hábil disponível para atingir essas competências e habilidades é escasso. Sendo assim, a intervenção deste projeto está direcionada a sanar dificuldades de aprendizagem em relação à matemática básica e aplicação de operações simples no cotidiano, sobretudo no que diz respeito ao uso de números decimais relacionados à frações de moeda e horas. Objetivo geral Auxiliar o raciocínio ao efetuar operações de adição, subtração com números decimais. 10 Objetivos Específicos Estimular a aplicação de Razão e proporção, usando noções de porcentagem. Desenvolver noções de economia doméstica atrelada à educação financeira. Demonstrar o uso da Matemática aplicada no cotidiano. Conhecer o uso de aplicativo para cálculos matemáticos. 1.2 Justificativa Apresentar ao aluno a importância da matemática no cotidiano e a contribuição de cada prática para o seu desenvolvimento cognitivo. Despertar, desse modo, o senso analítico de forma concreta, por meio de atividades do seu dia-a-dia, que estimulem o raciocínio lógico através da vivência familiar e o convívio social. Nossa pesquisa visa ampliar os horizontes dessas crianças para que reconheçam a importância da comunicação e da interação, desafiá-las a pôr em prática os conhecimentos escolares e suas habilidades interpessoais. Serão praticados também preceitos de uma inclusão digital, visto que os alunos envolvidos se inserem em uma geração que tem acesso a tecnologias, e há, portanto, a necessidade de usar os recursos disponíveis para auxiliar em funções práticas, não apenas como recreação. Colocar seu raciocínio em operações matemáticas aplicadas contribuirá também para que seus resultados em classe possam ser mais produtivos. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O estudo da Matemática tem gerado desinteresse e desmotivação em alunos da educação básica, muitas vezes pela falta de relacionar o que aprendem na escola com as suas vidas práticas. O ensino da Matemática deve buscar novas propostas com perspectivas para a melhoria da qualidade do ensino e, consequentemente, na expectativa de uma formação crítica e reflexiva dos alunos, que lhes proporcione condições de tomar decisões frente a problemas do cotidiano (PAGESKI; BONETE, 2014) Para tanto, é preciso que o professor assuma atitudes criativas no planejamento, observação e diálogo com as diferentes áreas do conhecimento. 11 Vivemos uma época em que as atividades interdisciplinares e as abordagens transdisciplinares constituem recursos fundamentais para a construção do significado dos temas estudados, contribuindo de modo decisivo para a criação de centros de interesse nos alunos (SÃO PAULO, 2010, p. 28) Partindo do reconhecimento das dificuldades das crianças em assimilar operações matemáticas com números decimais, nos fundamentamos na teoria piagetiana, onde identifica os períodos de desenvolvimento infantil. A idade escolar adequada representada pelo quinto ano do ensino fundamental enquadra-se no período operatório-concreto, apontado por Piaget e Inhelder (1983) “O período de 7/8 a 11/12 anos é o do remate das operações concretas” (PIAGET; INHELDER, 1973, p 83) Diante dessa perspectiva e da busca de diferentes modos de ensinar Matemática, nossa proposta é a realização de um “mercadinho” em sala de aula. Essa alternativa permitirá que o aprendizado aconteça de maneira simples e prazerosa. O uso de atividades lúdicas e o incentivo a aplicações práticas podem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio lógico, ao estímulo do pensamento independente, da criatividade e da capacidade de resolver problemas (PAGESKI; BONETE, 2014) Alunos que tiveram um envolvimento com sua própria aprendizagem por meio de atividades lúdicas e diferenciadas tiveram uma aprendizagem muito superior àqueles de séries equivalentes, na mesmaescola, submetidos à atividades tradicionais (ZUFFI; ONUCHIC, 2007). A prática da matemática aplicada ao mercadinho, os proporciona a experiência de contrair produtos, com valores inteiros e decimais (reais e centavos) o que os fará raciocinar quanto de dinheiro tem disponível, quanto poderão gastar, o quê poderão comprar, e quanto ainda restará após suas compras. O exercício, além de criar maior entendimento das operações associadas à tarefas comuns, propiciará a evolução de habilidades interindividuais, importantes para o desenvolvimento socioafetivo, como nos mostram Piaget e Inhelder (1973): “As construções e a descentração cognitivas, necessárias à elaboração das operações, são inseparáveis de construções e da descentração afetivas e sociais.”, e, segundo o estudo de Terra: Embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as ações executadas mentalmente se referem, nesta fase, à objetos ou situações passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. (TERRA, 2006) 12 A compreensão da matemática está ligada a significados concretos, mas sua abordagem deve favorecer a um entendimento prático e conexões com coerência, despertando o pensamento crítico para o desenvolvimento do aluno. O professor aliado ao currículo, deve procurar por práticas que possa elucidar e despertar o interesse do aluno. Piaget considera o método tradicional fracassado, impossibilitando a criança ao desenvolvimento quando deixam de pensar e raciocinar logicamente em detrimento da memorização. O professor deve promover situações de aprendizagem práticas, lúdica e construtivistas que leve o aluno a pensar, analisar e questionar levando do pensamento lógico ao concreto. Ferrero (1985) se concentra no cognitivo e pontua que a criança tem um papel ativo no aprendizado contribuindo para o próprio conhecimento. O “mercadinho” proporciona um aprendizado, onde as crianças evidenciam atividades corriqueiras, de forma natural e transversal com a Matemática, através das representações concretas e seus conjunto de valores que são evidenciadas na vida de suas famílias. A atividade pautada na prática diária deve ser desconsiderada nos ensinos das séries iniciais do ensino fundamental. É necessário estabelecer elementos significativos no intuito de garantir o conhecimento como determina o currículo escolar e legitimar a o aprendizado através de práticas reais no ensino, cabendo ao professor organizar situações que dê condições à criança, de maneira espontânea encontrar uma solução, explorando o cotidiano e interiorizando as ideias para transformar o indivíduo baseando nas suas culturas e hábitos. Como a criança irá adquirir o conhecimento dependerá de como o professor irá apresentá-lo e as práticas que irão conceituar essas relações para desenvolver a autonomia para aprender. Na Matemática, a prática contribui para fixar o conceito e expandir o aprendizado para outras disciplinas, explorando todas as experiências possíveis, potencializando o aprendizado relacionado com a realidade da criança, assim permitindo agir na vida adulta, praticando suas ações e vivenciando as responsabilidades nas questões financeiras da família. Assim, o mercadinho proporciona uma situação real, onde os pais compram, fazem suas operações matemáticas, observam valores e contabilizam. De fato, há um decréscimo pelo gosto da Matemática, pelos alunos das Séries Finais em relação às Séries iniciais. Um dos fatores que se acredita causar o decréscimo é a abordagem dos conteúdos trabalhados na forma de conceitos, mais abstratos e 13 lineares, e não de forma mais concreta, como era feito nos anos iniciais (PREDIGER et al, 2009). A utilização de tecnologias informáticas, ainda está incipiente nas escolas. O uso dessas mídias na escola é uma maneira que pode ser implementada que favorecerá muito para a formação acadêmica e social de cada indivíduo (GOUVEIA; MALTEMPI, 2005). No que se refere à educação como uma ferramenta fundamental de redução das desigualdades sociais, Prado (2013) salienta que será por meio dela que poderemos elevar nosso padrão e qualidade de vida. E nesse contexto é que a educação financeira inserida nas escolas poderá contribuir para redução dessas desigualdades, já que todos estão inseridos no mundo capitalista, e entendê-lo confere-nos um futuro mais digno. A utilização tecnologias requer mudar as práticas tradicionais e inovar para que o aluno tenha oportunidade de aprender e desenvolver. Não há espaço para o comodismo, é uma nova prática interativa, trazendo novas experiências e ao professor novas competências de ensino e aprendizagem. Na disciplina de matemática, que necessita de estímulo para despertar o interesse dos alunos, que já estão fadados do ensino tradicional, exige intervenções com novas ferramentas que possa auxiliar no aprendizado. No projeto do Mercadinho a prática se pontua de maneira dinâmica como uso da tecnologia através de celulares e seu aplicativo, neste caso, a calculadora. A estrutura de um mercado, a maneira como será apresentado ao aluno, a dinâmica é a mesma que o aluno conhece quando irão fazer compras com suas famílias, porém em um outro momento, de maneira lúdica, concreta e utilizando uma ferramenta que o acompanha no seu cotidiano, porém fixando o conteúdo de matemática e de outras disciplinas, depende da práticas que professor irá adotar, mas o aluno já adquiriu vários conhecimentos através de uma única prática, pontuando a indisciplinaridade. A escola deve oferecer ao aluno o desenvolvimento que o mundo globalizado oferece, a oportunidade, é o papel da escola. Existe as tecnologias e devem ser utilizadas, é questão do século XXI, avanço tecnológico que fora da escola já permeia a vida do aluno no seu cotidiano. Já no séc. XVII, Comenius (1592-1671) considerado o pai da Didática, dizia em sua obra "Didática Magna" (1621-1657) se: [...] Todas as coisas forem ensinadas, a partir dos seus fundamentos, de modo breve e eficaz, de tal maneira que a inteligência possa se abrir como que com uma chave, e as coisas se lhe possam manifestar espontaneamente. (COMENIUS, 1621-1657, p. 296) 14 Há de se pontuar que a tecnologia é uma ferramenta que auxilia o processo de aprendizagem, devendo auxiliar junto aos conteúdos que serão abordados pelo professor. Entendemos que a dificuldades que encontramos nos alunos de aprender na matemática e busca de solução foi o usa da tecnologia como ferramenta para auxiliar o processo de aprendizagem. Fazer essa aproximação permite a escola executar um currículo rico, de maneira dinâmica à auxiliar seus professores e oportunizando aos seus alunos o conhecimento. A relação entre educação e comunicação, intermediada pelo uso de tecnologias, é destacada por Duarte, afirmando que: Se admitirmos, finalmente (e sem dor!) que mídia é educação (gostemos ou não do modo como ela educa), então não caberia nem mesmo justificar, indefinidamente, porque nós da educação precisamos estudar a mídia e porque precisamos formar pesquisadores e professores aptos a fazê-los... (DUARTE, 2003, p. 3) Não há como defender um currículo onde a tecnologia não está associada. O preparo do professor como tutor está ligado ao conteúdo e este precisa de uma ligação com a tecnologia para encontrar maneiras de aprimorar o conhecimento e preparar um professor inovador. Sendo assim, faz necessária a busca por alternativas para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem em que o professor e os alunos sejam sujeitos vejam sentido nos seus fazeres e não simplesmente no cumprimento de mais uma tarefa. 3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS O projeto será desenvolvido na Escola Municipal Angelino Ângelo Rodrigues, localizada à Rua Luís Mourão, 100, zona urbana do município de Vargem Grande Paulista, SP. 15Imagem 5 - Imagem aérea da E.M. Angelino Ângelo Rodrigues. No destaque, circunvizinhança da Escola. Fonte: Google Earth, 2018. A escola oferta ensino regular Infantil e Fundamental I e funciona nos períodos matutino e vespertino. Possui estrutura física formada por prédio térreo ( Imagens 6 e 7), abriga um pátio coberto (Imagem 8), uma quadra poliesportiva (Imagem 9) e áreas ao ar livre destinadas à recreação. Imagem 6 -Vista parcial do prédio térreo da escola. Fonte: Autores (2018) 16 Imagem 7 - Passagem de acesso ao prédio escolar (ao fundo). Fonte: Autores (2018) Imagem 8 - Pátio coberto. Fonte: Autores (2018) 17 Imagem 9 - Quadra poliesportiva. Fonte: Autores (2018) No ano de 2018 possui 180 alunos matriculados. O objeto de estudo será desenvolvido com a única turma de 5º ano, composta por 31 alunos (Imagem 10). Imagem 10 - Alunos do 5º ano em sala de aula. Fonte: Autores (2018) 18 A proposta será desenvolvida em período normal de aulas, sendo constituída por uma atividade prática de “Mercadinho”. Nela, os alunos vão simular compras de produtos compostos por embalagens vazias de itens dispostos no local. Será destinado um valor individual a cada item correspondente a um número decimal. Para efetuar a compra, cada aluno iniciará a atividade com uma quantia em dinheiro fictício correspondente à somatória de pontos obtidos ao longo das atividades diárias regulares da disciplina de Matemática durante o mês de outubro. As atividades serão trabalhadas e incluídas no plano de ação docente do 4º bimestre. O valor correspondente a cada atividade concluída pelo aluno em sala de aula será discriminado e atribuído pela professora da turma. Estão previstas para esta implementação cerca de 30 horas/aulas teóricas e a execução prática será implementada em 4 horas/aulas em data a ser definida em conjunto com a professora e a gestão escolar. Ao final de cada passo, cada aluno fará a somatória dos valores dos itens “comprados” usando lápis e caderno. A conferência será realizada com uso de smartphones e/ou calculadora disponibilizadas pela própria escola. Ao longo da preparação para realização do projeto, a professora distribuirá créditos aos alunos baseado em suas evoluções avaliativas bem como comportamentais e assiduidade, sendo esses créditos trocados por dinheiro e moedas que serão impressos, confeccionados e distribuídos segundo a quantidade que cada aluno acumulou durante o período de avaliação regida pela professora. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Nossa preocupação inicial era encontrar um modo de auxiliar os alunos a sanar suas dificuldades com relação às operações que envolviam números decimais, demonstradas a partir da Avaliação AAP. A ideia do mercadinho surgiu pela compatibilidade de englobar, de uma só vez, os números decimais, porcentagem, razão, proporção, e outras operações, em uma só atividade que pode ser aplicada no cotidiano de todos. Ao discutirmos com a professora da turma à que nosso projeto se direciona, questionamos a viabilidade da atividade, pois há a necessidade de coerência com seus planos de estudo. A professora se mostrou solícita e disposta a apresentar às crianças 19 meios de envolverem-se no projeto, como juntar embalagens vazias, trabalhar as propagandas nas aulas de português e confeccionar suas moedas nas aulas de artes, pois a prática está de acordo com o currículo escolar. A escola também disponibilizará aos alunos calculadoras, para que possam utilizar no Mercadinho. Outro ponto de apreensão seria em como abonar os alunos para que pudessem participar da atividade. Sugerimos um modo de ofertar aos alunos ‘créditos’ por cooperação, comportamento, participação, sugestão que foi prontamente recebida e está diariamente sendo trabalhada em sala de aula, para que ocorra a implantação do Mercadinho. 4.1 Proposta Inicial de Intervenção O projeto tem o propósito de trazer aos alunos o senso de administração financeira, visando a melhoria no aprendizado da disciplina de matemática, além de verificar como a aprendizagem pode ser facilitada por atividades lúdicas com materiais para manuseio, e as simulações de situações do dia a dia, deixando o aprendizado mais prazeroso e divertido para os alunos. Buscamos também através de distribuição de ‘créditos’ aos alunos, torná-los mais colaborativos, participativos e presentes em seu próprio desenvolvimento escolar, pois foi criada uma tabela de situações e objetivos onde ao cumprir tal meta recebe-se crédito, e ao descrumprir algumas metas, terão descontos no crédito já recebido. Portanto, contribui com a assiduidade, bem como a participação do aluno, já o tornando principal interessado no projeto. Sabendo que a geração atual é muito ligada à tecnologia, será inserido smartphones para que os alunos aprendam a usar o aplicativo calculadora da forma correta. Ele utilizará o método convencional já aplicado em seu aprendizado em sala de aula, e depois irá utilizar a calculadora para conferir o resultado de seus ganhos e gastos. 5. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS Neste último bimestre realizamos a pesquisa de campo para levantarmos algumas hipóteses a respeito das dificuldades dos alunos ingressantes no Ensino Fundamental II no ano de 2018. Foi constatado baixo nível de aprendizagem em operações matemáticas, sobretudo com uso de números decimais. Ao mapear a origem 20 do problema, pleiteamos a implementação do Projeto na escola de origem desses alunos, na tentativa de sanar essas dificuldades no último período do Ensino Fundamental I. Junto à coordenação pedagógica e à direção escolar, apresentamos os dados e verificou-se a necessidade de intervenção. Ficou acordado que usaríamos atividades lúdicas, motivacionais e de utilização em seu cotidiano. Atrelado a isso, vamos inserir o uso de calculadora, visto a divergência que existe na representação do número decimal nesses equipamentos. Isto é, a norma internacional de metrologia permite o uso tanto do ponto quanto da vírgula como separador decimal. Além disso, recomenda que, caso se venha a agrupar os milhares, que não se utilize nem a vírgula nem o ponto como agrupador de milhar (INMETRO, 2012). Os alunos não entendem a complexidade dessas alternativas e realizam operações matemáticas com representações errôneas. Assim, o Mercadinho irá proporcionar aprendizagem dinâmica, através da interação humana e desenvolvimento pessoal, intelectual e o social, sendo altamente significativo. A intenção é de favorecer um ambiente rico, fascinante e bem estruturado, proporcionando aprendizados diretos e indiretos, observando o espaço geográfico, a linguagem e escrita, a arte e principalmente a matemática e suas equações. A intenção, além de efetivar o aprendizado, é deliberar possibilidades, interesses, motivação, proporcionando alegria no brincar e aprender. Uma aprendizagem conectada, intermediada pela mídia, por sua cultura e realidade, sendo o aluno o protagonista do seu aprendizado e o professor o que mostra os caminhos, como interventor. Concordamos com Kramer (1999, p.88) quando diz que “se é verdade que o frio relatório ou a descrição detalhada diz algo, é verdade também, que a linguagem figurada e emocional golpeia muito mais forte - é mais loquaz”. Acreditamos que os caminhos possam ser encontrados para uma educação de qualidade e na atuação do profissional da educação. 21 REFERÊNCIAS ANDRADE, S. R., VIÉGAS, R. F., TRISTÃO, A. M. Políticas de avaliação do ensino básico: A educação matemática no Brasil. Pesquisa em Debate, 2009. Disponível em: <http://www.pesquisaemdebate.net/docs/pesquisaEmDebate_especial1/artigo_10.pdf>. Acesso em 08 out. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e documentação. Trabalhos Acadêmicos- Apresentação. Rio de Janeiro, 2002. COMENIUS, I. A. Didática Magna. 1621-1657. p. 296. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/didaticamagna.pdf. Acesso em:11 out. 2018. DUARTE, Rosália. Por que estudar a mídia? 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