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PROJETO - MURO DE ARRIMO Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 2. OBJETIVO.................................................................................................................. 3 3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 3 3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................... 4 3.2. PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA ..................................................................... 4 3.3. CÁLCULO DO KA E KP ..................................................................................... 8 4. SEM DRENAGEM ...................................................................................................... 9 4.1. CÁLCULO DAS TENSÕES HORIZONTAIS ....................................................... 9 4.2. CÁLCULO DOS EMPUXOS.............................................................................. 10 4.3. CONDIÇÃO ATIVA (PONTO DE APLICAÇÃO)............................................... 11 4.4. CONDIÇÃO PASSIVA (PONTO DE APLICAÇÃO)........................................... 11 4.5. ADERÊNCIA .................................................................................................... 11 5. COM DRENAGEM ................................................................................................... 11 5.1. CÁLCULO DAS TENSÕES HORIZONTAIS ..................................................... 12 5.2. CÁLCULO DOS EMPUXOS.............................................................................. 13 5.3. CONDIÇÃO ATIVA (PONTO DE APLICAÇÃO)............................................... 13 5.4. CONDIÇÃO PASSIVA (PONTO DE APLICAÇÃO)........................................... 13 5.5. ADERÊNCIA .................................................................................................... 14 6. DIMENSIONAMENTO ............................................................................................. 14 7. CÁLCULO DOS FATORES DE SEGURANÇA DE TOMBAMENTO E DESLIZAMENTO. ........................................................................................................... 15 7.1. SEM DRENAGEM ............................................................................................ 15 7.2. COM DRENAGEM............................................................................................ 15 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 16 1. INTRODUÇÃO Desde a antiguidade o homem se depara com problemas relacionados às habitações e suas particularidades. Na tentativa de melhorar os locais de edificação fez-se uso de várias técnicas de construção, e estas foram evoluindo ao longo do tempo (BARROS, 2011). Com o avanço da ocupação do solo, e pela cultura da população de se locarem uns juntos aos outros em centros urbanos, por diversas vezes há a necessidade de execução de uma obra em locais de difícil acesso, junto de encostas ou muito próximas a elas, sendo essencial a execução de estruturas de contenção: os muros de arrimo. Os muros de arrimo são executados quando não há espaço suficiente para que as diferenças de cotas de terrenos sejam mantidas pela inclinação natural do talude, o que perfaz a solução mais barata. Muros são estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma fundação rasa ou profunda. É uma estrutura volumétrica (formadas de blocos) destinada a estabilizar encostas junto às edificações nas áreas urbanas, pontes, estradas ou ruas. Segundo Barros (2011) tais estruturas atuam como agente estabilizador dos maciços, assim evitando possíveis escorregamentos (causados pelo peso próprio do maciço ou por atuação de carregamentos externos). Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto (simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais. Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes. Para a verificação da estabilidade de um talude algumas condições devem ser atendidas como segurança contra o tombamento, contra o escorregamento, contra ruptura e deformação excessiva do terreno de fundação e a contra ruptura do conjunto talude. 2. OBJETIVO O objetivo do presente trabalho é o dimensionamento de um muro de arrimo que garanta estabilidade pela condição do fator de segurança ao deslizamento e tombamento. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1.CONTEXTUALIZAÇÃO Uma construtora deseja construir um edifício próximo a uma encosta de 4,5 m que necessita ser estabilizada. Após consultoria, a mesma optou por construir um muro de arrimo de 90°, para se aproveitar espaço. Sabendo também que a construtora pretende construir uma outra edificação em superfície horizontal plana na porção superior da encosta, gerando uma carga distribuída de 40 kN/m², projete esta estrutura de contenção em concreto armado, podendo ser um muro de gravidade ou muro de flexão. Seu projeto deverá conter a verificação à estabilidade quanto ao deslizamento e ao tombamento. Todas as considerações a serem adotadas devem constar em seu projeto. Dados: peso específico do concreto armado = 25kN/m³. 3.2.PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA SOLO 1 – Argila arenosa de consistência média Realizados três ensaios de compressão triaxial, obtendo-se os seguintes resultados: Ensaio σ3 Δσ(kPa) σ1(kPa) Raio (q) Centro (p) 1 100,0 115,0 215,0 57,5 157,5 2 200,0 195,0 395,0 97,5 297,5 3 400,0 305,0 705,0 152,5 552,5 Gráfico 1: Raio x Centro y = 0,240x + 22,746 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0 100 200 300 400 500 600 R ai o (q ) Centro (p) Raio x Centro α'= 152,5-57,5 = arc tg 0,240= 13,52º 552,5-157,5 ϕ'= argsen (tgα') ϕ'= argsen (tg 13,52°) ϕ'= 13,91° a = 22,70 C = 𝑎 cosϕ′ = 22,70 cos 13,91 =23,40 c (kPa) α' ' 23,40 13,52° 13,91 SOLO 2 – Solo arenoso Realizados três ensaios de cisalhamento direto, com os seguintes resultados: Tensão Normal 25,0 50,0 75,0 kPa Tensão Cisalhante Máxima 20,0 35,7 55,0 kPa Gráfico 2: Tensão Cisalhante x Tensão Normal ϕ '= 55−20 75−25 = arc tg 0,70 = 34,99° c (kPa) ϕ' 2,0 35° SOLO 3 – Areia compacta Realizados dois ensaios de cisalhamento direto, obtendo-se os seguintes resultados: → Ensaio 1: σ = 100 kPa , τ = 75 kPa (na ruptura); → Ensaio 2: σ = 250 kPa , τ = 172,8 kPa (na ruptura) Parâmetros de resistência Ensaio σ3 (kPa) 1 100,0 75,0 2 250,0 172,8 Gráfico 3: Tensão Cisalhante x Tensão Normal y = 0,7x + 1,9 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 Te n sã o C is a lh an te (k P a ) Tensão Normal (kPa) Tensão Cisalhante xTensão Normal = arctg 172,8 250 = arctg 0,69 = 34,65° c (kPa) 0,0 34,65° Figura 1: Parâmetros de resistência lançados 3.3.CÁLCULO DO KA E KP y = 0,6881x + 2,3211 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 50 100 150 200 250 300 Tensão Cisalhante xTensão Normal Ka = 1−𝑠𝑒𝑛Ф 1+𝑠𝑒𝑛Ф = 1−𝑠𝑒𝑛13,91° 1+𝑠𝑒𝑛13,91° = 0,612 Kp = 1+𝑠𝑒𝑛Ф 1−𝑠𝑒𝑛Ф = 1+𝑠𝑒𝑛34,65° 1−𝑠𝑒𝑛34,65° =3,64 3.4.CÁLCULO DAS TENSÕES VERTICAIS σv1= γ1 x h1 = 20 x 0,5 = 10 kPa σv2= γ2 x h2+ σv1 = 18,5 x 3,5+10 = 74,75 kPa σv3= γ3 x h3+ σv2 = 21 x 2 + 74,75 = 116,75 kPa 4. SEM DRENAGEM Figura 2: Diagrama das tensões 4.1.CÁLCULO DAS TENSÕES HORIZONTAISSolo 1 1 - σhq= q x ka1 = 40 x 0,612 = 24,48 kPa 2 - σha1= γ1 x h1 x ka1 = 20 x 0,5 x 0,612 = 6,12 kPa 3 – C = -2c√ka1 = -2 x 23,40 √0,612 = -36,61 kPa Solo 2 4 – σhq = q x ka2 = 40 x 0,271 = 10,84 kPa Ka 1 0,612 Ka 2 0,271 Ka 3 0,275 Kp1 3,64 5 – σha2 = σv1 x ka2 = 10 x 0,271 = 2,71 kPa 6 – σha2= γsub x h2 x ka2 = (18,5-10) x 3,5 x 0,271 = 8,06 kPa 7 – C = -2c√ka1 = -2 x 2 √0,271 = -2,08 kPa Solo 3 8 – σhq = q x ka3 = 40 x 0,275 = 11 kPa 9 – σha3 = σv2 x ka3 = 74,75 x 0,275 = 20,55 kPa 10 – σha3= γsub x h3 x ka3 = (21-10) x 2,0 x 0,275 = 6,05 kPa 11 – σh3= γh2o x (h2+ h3) x kh2o = 10 x (3,5 + 2,0) = 55 kPa Solo 3 – Passivo 12 - σhp1= γ3 x h x kp1 = 21 x 1,5 x 3,64 = 114,66 kPa 4.2.CÁLCULO DOS EMPUXOS Solo 1 Ea1= b x h = 24,48 x 0,5 = 12,24 kN/m Ea2= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 6,12𝑥0 ,5 2 = 1,53 kN/m Ea3= b x h = -36,61 x 0,5 = -18,30 kN/m Solo 2 Ea4= b x h = 10,84 x 3,5 = 37,94 kN/m Ea5= b x h = 2,71 x 3,5 = 9,48 kN/m Ea6= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 8,06𝑥3,5 2 = 14,10 kN/m Ea7= b x h = -2,08 x 3,5 = -7,30 kN/m Solo 3 Ea8= b x h = 11 x 2,0 = 22 kN/m Ea9= b x h = 20,55 x 2,0 = 41,10 kN/m Ea10= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 6,05𝑥2 ,0 2 = 6,05 kN/m Ea11= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 55𝑥5 ,5 2 = 151,25 kN/m Solo 3 – Passivo Ea12= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 114 ,66𝑥1 ,5 2 = 86,0 kN/m 4.3.CONDIÇÃO ATIVA (PONTO DE APLICAÇÃO) Eat = 12,24 + 1,53 + (-18,30) + 37,94 + 9,48 + 14,1 +(– 7,3) + 22 + 41,1 + 6,05 + 151,25 = 270,09 kN/m Xa= 15,3𝑥5,75+1,53𝑥5,67−18,3𝑥5,75 +47,43𝑥3 ,75+9,48𝑥3,75+14,1𝑥3,17+27,7𝑥1+41,1𝑥1 +6,05𝑥0,67 +151,25𝑥1,83 270,09 Xa= 1,89 cm 4.4.CONDIÇÃO PASSIVA (PONTO DE APLICAÇÃO) Xp= 0,50cm 4.5.ADERÊNCIA 2 3 x Ф = 2 3 x 34,65° = 23,10° Figura 3: Ponto de aplicação dos empuxos 5. COM DRENAGEM Figura 4: Diagrama das Tensões 5.1.CÁLCULO DAS TENSÕES HORIZONTAIS Solo 1 1 - σhq= q x ka1 = 40 x 0,612 = 24,48 kPa 2 - σha1= γ1 x h1 x ka1 = 20 x 0,5 x 0,612 = 6,12 kPa 3 – C = -2c√ka1 = -2 x 23,40 √0,612 = -36,61 kPa Solo 2 4 – σhq = q x ka2 = 40 x 0,271 = 10,84 kPa 5 – σha2 = σv1 x ka2 = 10 x 0,271 = 2,71 kPa 6 – σha2= γ2 x h2 x ka2 = 18,5 x 3,5 x 0,271 = 17,55 kPa 7 – C = -2c√ka1 = -2 x 2 √0,271 = -2,08 kPa Solo 3 8 – σhq = q x ka3 = 40 x 0,275 = 11 kPa 9 – σha3 = σv2 x ka3 = 74,75 x 0,275 = 20,55 kPa 10 – σha3= γ3 x h3 x ka3 = 21 x 2,0 x 0,275 = 11,55 kPa Solo 3 – Passivo 11 - σhp1= γ3 x h x kp1 = 21 x 1,5 x 3,64 = 114,66 kPa 5.2.CÁLCULO DOS EMPUXOS Solo 1 Ea1= b x h = 30,60 x 0,5 = 12,24 kN/m Ea2= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 6,12𝑥0 ,5 2 = 1,53 kN/m Ea3= b x h = -36,61 x 0,5 = -18,30 kN/m Solo 2 Ea4= b x h = 13,55 x 3,5 = 37,94 kN/m Ea5= b x h = 2,71 x 3,5 = 9,48 kN/m Ea6= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 17,55𝑥3 ,5 2 = 30,71 kN/m Ea7= b x h = -2,08 x 3,5 = -7,30 kN/m Solo 3 Ea8= b x h = 13,75 x 2,0 = 22 kN/m Ea9= b x h = 20,55 x 2,0 = 41,10 kN/m Ea10= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 11,55𝑥2,0 2 = 11,55 kN/m Solo 3 – Passivo Ea11= 𝑏 𝑥 ℎ 2 = 114 ,66𝑥1 ,5 2 = 86,0 kN/m 5.3.CONDIÇÃO ATIVA (PONTO DE APLICAÇÃO) Eat = 12,24 + 1,53 + (-18,30) + 37,94 + 9,48 + 30,71 + 22 + 41,1 + 11,55 = 140,95 kN/m Xa= 15,3𝑥5 ,75+1,53𝑥5 ,67−18,3𝑥5 ,75+47 ,43𝑥3,75+9,48𝑥3 ,75+30,71𝑥3,17+27,7𝑥1+41,1𝑥1 +11,55𝑥0 ,67 140,95 Xa= 2,07 cm 5.4.CONDIÇÃO PASSIVA (PONTO DE APLICAÇÃO) Xp= 0,50cm 5.5.ADERÊNCIA 2 3 x Ф = 2 3 x 34,65° = 23,10° Figura 5: Ponto de aplicação dos empuxos 6. DIMENSIONAMENTO Figura 6: Dimensionamento do Muro Tabela 1: Cálculo do Peso(w) e Momento Resistente (M.R.) do muro n area(m²) Ƴ (kN/m³) w (kN/m) Braço (m) M.R. (kN.m) 1 0,9 25 22,50 0,27 6,08 2 2,25 25 56,25 0,65 36,56 3 4,5 25 112,50 1,5 168,75 4 1,05 21 22,05 1,95 43,00 5 7,35 18,5 135,98 1,95 265,15 6 1,05 20 21,00 1,95 40,95 7 2,1 84,00 1,95 163,80 Total= 454,28 Total= 724,29 7. CÁLCULO DOS FATORES DE SEGURANÇA DE TOMBAMENTO E DESLIZAMENTO. 7.1.SEM DRENAGEM FSd = Erp + W x tgδ 𝐸𝑟𝑎 = 86 + 454,28 x tg23 ,1 270 ,09 = 1,04 < 1,5 não ok FSt = Erp x Xp+ M.R. 𝐸𝑟𝑎 𝑥 𝑋𝑎 = 86 x 0,50+ 724 ,29 270,09 𝑥 1,89 = 1,49 < 2 não ok Cálculo do Peso (W) e Momento Resistente (M.R.) do muro necessários para atender o coeficiente dos fatores de segurança ao deslizamento e tombamento com o sistema sem drenagem. Wd = (Fsd x Era) −Erp tgδ = (1,5 x 270,09)−86 tg23,1 = 748,2 kN/m M.R = (Fst x Era x Xa) − Erp x Xp = (2 x 270,09 x 1,89) − 86 x 0,50 = 977,94 kN/m 7.2.COM DRENAGEM FSd = Erp + W x tgδ 𝐸𝑟𝑎 = 86 + 454,28 x tg23 ,1 140 ,95 = 1,98 > 1,5 ok FSt = Erp x Xp+ M.R. 𝐸𝑟𝑎 𝑥 𝑋𝑎 = 86 x 0,50+ 724 ,29 140,95 𝑥 2,07 = 2,62 > 2 ok 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este ensaio serve para se obter diretamente os parâmetros do solo, necessários para os cálculos de deformações da camada no campo. Observa-se que a verificação da estabilidade do talude para o sistema com drenagem atendeu ao fator de segurança tanto para o deslizamento, quanto ao tombamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, P. L. de A. Obras de Contenção - Manual Técnico. Jundiaí: São Paulo. Maccaferri, 2011. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/239/1/PB_COECI_2011_2_06.pdf . Acesso em: 20 de novembro de 2019. GERSCOVICH, Denise. Muros de arrimo. Faculdade de Engenharia/UERJ. RJ, 2010. Disponível em: < http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf>. Acesso em: 18 novembro de 2019. MOLITERNO, Antonio. Caderno muros de arrimo: Perfil trapezoidal. 2. ed. São Paulo: Blucher, v. 2, 1994. p. 24-25. PEREIRA, Caio. Muro de arrimo: O que é e principais tipos. Escola Engenharia, 2016. Disponível em: https://www.escolaengenharia.com.br/muro-de-arrimo/. Acesso em: 20 de novembro de 2019. http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/239/1/PB_COECI_2011_2_06.pdf
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