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TCC CORREÇÃO BANCA 12-2018 pdf

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE 
DIRETORIA DE CIÊNCIAS EXATAS 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
ANTONIO FRANCISCO DA CUNHA LIRA 
EDUARDO ALVES ALBUQUERQUE 
GABRIEL BARBIZAN 
JOÃO PAULO ARAUJO DE ABREU 
LUAN SILVEIRA SILVA 
 
 
 
 
RISCOS EM ENCOSTAS: CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE 
SOLUÇÕES PARA MINIMIZAR OS RISCOS EM ÁREA DO JARDIM PAULISTANO 
– SÃO PAULO-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018 
ANTONIO FRANCISCO DA CUNHA LIRA 
EDUARDO ALVES ALBUQUERQUE 
GABRIEL BARBIZAN 
JOÃO PAULO ARAUJO DE ABREU 
LUAN SILVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
RISCOS EM ENCOSTAS: CARACTERIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE 
SOLUÇÕES PARA MINIMIZAR OS RISCOS EM ÁREA DO JARDIM PAULISTANO 
– SÃO PAULO-SP 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Nove de 
Julho - UNINOVE, como requisito parcial 
para obtenção do grau de Engenheiro 
Civil. 
 
Prof.ª MSc. Camila Natália Ramos de 
Almeida 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2018 
RESUMO 
 
Este trabalho teve como objetivo, caracterizar uma área ocupada de forma 
irregular, sujeita a desastres geotécnico, indicar obras de contenção mais adequadas 
para mitigar os problemas encontrados, além de levantar informações bibliográficas 
pertinentes às características e condicionantes da instabilidade, classificação de 
movimentos de vertente e suas características e variáveis, bem como as obras 
geotécnicas existentes para estabilização e suas características. Para tanto foi 
realizado o estudo de um talude, localizado no Jardim Paulistano zona Norte da cidade 
de São Paulo com características relevantes ao estudo. A partir da elaboração de 
planilhas para caracterização do talude e da vulnerabilidade das edificações, coleta 
de solo, levantamento de dados existentes e visitas de campo, identificou-se que a 
área de estudo apresenta, risco de rolamento de rochas e escorregamento, com 
exposição direta de edificações ocupadas de forma irregular e das edificações 
localizadas no lado oposto da rua. Por fim, conclui-se que esta área precisa ser 
desocupada e é necessário a execução de obras para estabilização (remoção de 
rochas, retaludamento e drenagem). 
 
 Palavras-chave: Estabilização. Mitigar riscos. Condicionante de instabilidade. Obras 
de contenção. Ocupação do solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The objective of this work was to characterize an irregularly occupied area, 
subject to geotechnical disasters, to indicate more suitable containment works to 
mitigate the problems encountered, as well as to gather bibliographic information 
pertinent to the characteristics and conditions of the instability, classification of slope 
movements and its characteristics and variables, as well as existing geotechnical 
works for stabilization and its characteristics. For that, a study of a slope was carried 
out, located in Jardim Paulistano, North zone of the city of São Paulo, with 
characteristics relevant to the study. From the elaboration of spreadsheets to 
characterize the slope and the vulnerability of the buildings, soil collection, survey of 
existing data and field visits, it was identified that the study area presents, risk of rolling 
of rocks and slipping, with direct exposure of irregularly occupied buildings and 
buildings located on the opposite side of the street. Finally, it is concluded that this 
area needs to be unoccupied and it is necessary to carry out works for stabilization 
(removal of rocks, shifting and drainage) 
 
Key words: Stabilization. Mitigate risks. Condition of instability. Containment works. 
Occupation of the soil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Representação esquemática dos principais tipos de movimentos de terrenos. .... 19 
Figura 2 - Drenagem profunda................................................................................................26 
Figura 3 – Drenos verticais .................................................................................................. 27 
Figura 4 – Trincheira drenante ............................................................................................. 28 
Figura 5 – Drenagem superficial. ......................................................................................... 29 
Figura 6 – Impermeabilização superficial. ............................................................................ 30 
Figura 7 – Estacas vivas. ..................................................................................................... 31 
Figura 8 – Muro suporte vivo. .............................................................................................. 32 
Figura 9 – Grade viva. ......................................................................................................... 33 
Figura 10 - Gabião. .............................................................................................................. 35 
Figura 11 – Muro de concreto ciclópico ou gravidade. ......................................................... 36 
Figura 12 – Muro de Flexão.................................................................................................... 38 
Figura 13 – Muro de saco de solo cimento.............................................................................39 
Figura 14 – Retaludamento.....................................................................................................40 
Figura 15 – Escada d’agua......................................................................................................41 
Figura 16 – Caixa de dissipação e caixa de transição............................................................42 
Figura 17 – Atirantamentos.....................................................................................................44 
Figura 18 – Mapa do Google Earth de São Paulo...................................................................50 
Figura 19 – Carta geotécnica..................................................................................................51 
Figura 20 – Perfil em corte do talude......................................................................................52 
Figura 21 – Geologia da cidade de São Paulo........................................................................53 
Figura 22 – Relevo da cidade de São Paulo...........................................................................53 
Figura 23 – Declividade da cidade de São Paulo...................................................................54 
Figura 24 – Indicações dos principais problemas de talude do estado de São Paulo........... 55 
Figura 25 – Esboço geológico do estado de São Paulo.........................................................56 
Figura 26 – Perfil do solo.........................................................................................................57 
Figura 27 – Amostra do solo...................................................................................................58 
Figura 28 – Mapa topográfico da área de estudo...................................................................59 
Figura 29 – Vista geral da área com indicações do uso do solo.............................................60 
Figura 30 – Edificações irregulares.........................................................................................61 
Figura 31 – Posição da Avenida Elísio Teixeira leite..............................................................62 
Figura 32 – Matacões parcialmente imersos no solo..............................................................63 
Figura 33 – Area de concentração de matação.......................................................................63 
Figura 34 - Edificações em risco por rolamento de matação................................................. 64 
Figura 35 – Entulho acumulado no talude..............................................................................65 
LISTADE TABELAS 
 
Tabela 1- Tipos fundamentais de movimento de terrenos ........................................ 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
IPT- Instituto de Pesquisa e Tecnologia 
CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais 
CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (Serviço Geológico do Brasil) 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PPDC – Plano de Contingência ou Preventivo de Defesa Civil 
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 
CPFL - Companhia Paulista de Força e Luz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 10 
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................ 11 
1.1.1 GERAL ........................................................................................................ 11 
1.1.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................ 11 
1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 11 
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 13 
2.1 FORMAÇÃO DO SOLO .................................................................................. 13 
2.2 PARÂMETROS RELACIONADOS À RESISTÊNCIA DO SOLO ................... 14 
2.2.1 ÂNGULO DE ARITO .................................................................................... 16 
2.2.2 COESÃO ...................................................................................................... 16 
2.3 MOVIMENTOS DE MASSA ............................................................................ 17 
2.3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MATERIAL E TIPO DE MOVIMENTO .... 17 
2.3.2 QUEDA ........................................................................................................ 19 
2.3.3 TOMBAMENTO ........................................................................................... 19 
2.3.4 ESCORREGAMENTO ................................................................................. 20 
2.3.4.1 ESCORREGAMENTO ROTACIONAL ...................................................... 20 
2.3.4.2 ESCORREGAMENTO TRANSLACIONAL OU PLANAR .......................... 20 
2.3.5 EXTENSÃO LATERAL ................................................................................ 20 
2.3.6 FLUÊNCIA ................................................................................................... 20 
2.3.7 ESPALHAMENTO ....................................................................................... 21 
2.3.8 CORRIDA DE MASSA ................................................................................. 21 
2.3.9. RASTEJO ................................................................................................... 21 
2.4 CAUSAS DOS MOVIMENTOS DE MASSA ................................................... 22 
2.4.1 ÁGUA ........................................................................................................... 22 
2.4.1.1 ÁGUAS PLUVIAIS..................................................................................... 23 
2.4.1.2 ÁGUA SERVIDAS ..................................................................................... 23 
2.4.2 AÇÃO DO HOMEM ...................................................................................... 23 
2.4.3 COBERTURA VEGETAL ............................................................................ 24 
2.4.4 ATERROS E CORTES ................................................................................ 24 
2.4.5 FOSSAS ...................................................................................................... 25 
2.4.6 LIXO ............................................................................................................. 25 
2.5 MÉTODOS PARA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS .................................. 26 
2.5.1 DRENAGEM ................................................................................................ 26 
2.5.1.1 DRENAGEM PROFUNDA ........................................................................ 26 
2.5.1.1.1 GALERIAS E TÚNEIS ............................................................................ 27 
2.5.1.1.2 DRENOS VERTICAIS ............................................................................ 27 
2.5.1.1.3 TRINCHEIRAS DRENANTES ................................................................ 28 
2.5.1.2 DRENAGEM SUPERFICIAL ..................................................................... 29 
2.5.2 IMPERMEABILIZAÇÃO SUPERFICIAL ...................................................... 29 
2.5.3 ESTACAS VIVAS ........................................................................................ 30 
2.5.4 MURO DE SUPORTE VIVO ........................................................................ 31 
2.5.5 GRADE VIVA ............................................................................................... 32 
2.5.6 MURO DE PEDRA ....................................................................................... 33 
2.5.7 GABIÃO ....................................................................................................... 34 
2.5.8 MUROS DE CONCRETO CICLÓPICO OU CONCRETO GRAVIDADE ..... 35 
2.5.9 MUROS DE PNEUS..................................................................................... 36 
2.5.10 MUROS DE FLEXÃO ................................................................................ 37 
2.5.11 MUROS DE SACOS DE SOLO-CIMENTO ................................................ 38 
2.5.12 RETALUDAMENTOS ................................................................................ 40 
2.5.13 ESCADAS D’ÁGUA ................................................................................... 40 
2.5.14 CAIXAS DE DISSIPAÇÃO E CAIXAS DE TRANSIÇÃO .......................... 42 
2.5.15 ATIRANTAMENTOS .................................................................................. 43 
2.5.16 COMPACTAÇÃO....................................................................................... 45 
2.6 LEGISLAÇÃO SOBRE OCUPAÇÃO DE ENCOSTAS .................................. 45 
3. METODOLOGIA ............................................................................................... 48 
3.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO PERTINENTE AO ESTUDO ............... 48 
3.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 48 
3.3 DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DA ÁREA ...................................................... 48 
4. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 50 
5. AVALIAÇÃO DA ÁREA .................................................................................... 51 
5.1 GEOLOGIA E LITOLOGIA ............................................................................. 51 
5.2 TOPOGRAFIA ................................................................................................ 58 
5.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...................................................................... 60 
5.4 VULNERABILIDADE DAS EDIFICAÇÕES .................................................... 60 
5.5 RISCOS GEOTÉCNICOS ............................................................................... 62 
6. ANÁLISE E DEFINIÇÃO DA (S) OBRA (S) A SEREM EXECUTADAS .......... 66 
 7 CONCLUSÃO......................................................................................................58 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 69 
APÊNDICE A ........................................................................................................73 
 
 
 
 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Para Bastos (2006) nas regiões tropicais de clima quente, expostas a ação de 
intempéries fortes periódicas, possibilitam a formação de profundas camadas de solo 
residual. As encostas originadas por estes solos estão vulneráveis a instabilidade, 
ocasionalmente em períodos chuvosos. As movimentações das encostas dão origem 
a formação de depósitos de colúvios de estabilidade precária, dificultando a 
elaboração de obras de engenharia construídas nestes maciços. 
Conforme o IPT (2007), o gerenciamento de áreas vulneráveis a deslizamentos, 
fundamenta-se nas seguintes questões. Em primeiro lugar a questão relacionada ao 
tipo de agente a ser mapeado/identificado. Necessita-se registrar quais são os 
processos presentes e como eles ocorrem, apontando quais são seus condicionantes 
naturais e/ou antrópicos. Caracterizados os processos, o mapeamento mostrará onde 
estes ocorrem e, por meio de analises de correlação e monitoramento, serão 
determinados os momentos de maior suscetibilidade de ocorrência do processo. 
Ciente do tipo de processo, como, onde e quando ele poderá ocorrer, serão 
estabelecidas as soluções a serem adotadas. 
As atividades de prevenção, correção e ações emergências, estão relacionadas 
a estudos de natureza técnico-cientifica, portanto, a metodologia adotada requer 
estudo bibliográfico pertinente, bem como na formulação das ações mitigadoras, que 
requerem análise de risco, baseando-se numa investigação geotécnica. 
Neste trabalho, é abordado a necessidade de intervenções em áreas de risco, 
mediante a incidência de fatos relacionados a movimentos de massa que resultam em 
desastres fatais. Principalmente em comunidades que ocupam as encostas de forma 
irregular e sem condições adequadas, vulneráveis à ocorrência de movimentações 
dos solos. 
Inicialmente é apresentado no trabalho uma revisão bibliográfica pertinente ao 
tema. Em seguida, é realizada uma caraterização da área, buscando identificar 
condicionantes relacionadas à instabilidade da encosta e a vulnerabilidade das 
edificações existentes na área do Jardim Paulistano, zona norte de são Paulo/SP. Por 
fim, são propostas algumas soluções cabíveis na área da engenharia para o controle 
e estabilização da encosta. 
11 
 
1.1 OBJETIVO 
1.1.1 GERAL 
 
Caracterizar uma área com indicativo de risco geotécnico e indicar obras de 
contenção mais adequadas para solucionar os problemas encontrados. 
1.1.2 ESPECÍFICOS 
 
 Compreender os parâmetros relacionados à resistência dos solos, à 
classificação dos movimentos de massa e os seus aos agentes causadores; 
 Levantar e descrever os principais tipos de obras de contenção e os fatores 
envolvidos na escolha de cada; 
 Caracterizar a área de estudo quanto aos riscos geotécnicos existentes e a 
vulnerabilidade das edificações; 
 Indicar as obras de contenção mais adequadas para área de estudo. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
 
 Segundo Pisani et al. (2007), depois da Segunda Guerra Mundial, 
ocasionalmente em centros urbanos mais populosos, constata-se a ocupação das 
encostas pelas classes sociais mais desfavorecidas, ocasionando agravantes 
antrópicos consideráveis nas instabilidades dessas zonas urbanas. Na década de 60, 
os acidentes atrelados a escorregamentos passaram a ser notados com maior 
intensidade no Brasil. 
Entende-se que seja imprescindível o estudo, das situações que proporcionam, 
fatalidades em numerosas áreas ocupadas em encostas. Particularmente, nas áreas 
onde situa-se comunidades ocupadas em condições irregulares, em circunstâncias de 
risco. 
Conforme IPT (2007), a forma de urbanização brasileira, determinado pela 
apropriação pelo mercado imobiliário das melhores áreas das cidades e pela 
inexistência, na sua maioria, de zonas urbanizadas direcionadas a habitação popular, 
favoreceu a população mais pobre a procurar solucionar seu problema de habitação 
ocupando zonas vazias desvalorizadas pelo mercado. Neste caso, zonas 
12 
 
ambientalmente vulneráveis, como margens de rios, mangues e encostas íngremes 
desocupadas, foram ocupadas de forma inapropriada. 
IPT (2007) constata que apesar da probabilidade de casos de escorregamentos 
afetar todas as zonas de maior declividade das cidades, e inquestionável que os 
acidentes são maiores e mais recorrentes nas comunidades de baixa renda, 
loteamentos irregulares e demais formas de assentamentos precários. Diante disso, 
entende-se ser primordial possibilitar tecnologias que viabilizem projetos de 
reabilitação de áreas de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 FORMAÇÃO DO SOLO 
 
Para Caputo (1988, p. 14), os solos são materiais que resultam do 
intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou 
decomposição química. Por desintegração mecânica, através de agentes 
como água, temperatura, vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e 
areias (solos de partículas grossas) e até mesmo os siltes (partículas 
intermediárias), e, somente em condições especiais, as argilas (partículas 
finas). Por decomposição química entende-se o processo em que há 
modificação química ou mineralógica das rochas de origem. O principal 
agente é a água e os mais importantes mecanismos de ataque são a 
oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos químicos da vegetação. As 
argilas representam o último produto do processo de decomposição. 
Normalmente esses processos atuam simultaneamente; em determinados 
locais e condições climáticas, um deles pode ter predominância sobre o outro. 
O solo é, assim, uma função da rocha-mater e dos diferentes agentes de 
alteração. Os que mantém uma nítida macroestrutura herdada da rocha da 
origem, são designados por solos saprolíticos. 
 
 Segundo Pinto (2006), os solos derivam da decomposição das rochas que 
compõe inicialmente a crosta terrestre. A decomposição é resultante de agentes 
físicos e químicos. Intercorrências de temperatura originam trincas, onde penetra a 
água, atacando quimicamente os minerais. O congelamento da água nas trincas, 
dentre outros fatores, exerce elevadas tensões, do que provém maior fragmentação 
dos blocos. A existência de fauna e flora proporciona o ataque químico, pelo meio de 
hidratação, hidrólise, oxidação, lixiviação, troca de cátions, carbonatação, etc. O 
agrupado desses processos, que são muito mais influentes em climas quentes do que 
em climas frios, conduz a composição dos solos que, em virtude de, são compostos 
de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e pela constituição química. 
A maior ou menor aglomeração de cada tipo de partícula num solo sujeita-se a 
composição química da rocha que lhe deu origem. 
Segundo Caputo (1988) os solos podem ser residuais (autóctones) ou 
sedimentares (alotóctones). Os residuais são encontrados no local da rocha de 
origem, percebendo uma progressiva modificação do solo até a rocha. Dentre os solos 
residuais merecem ênfase, os solos latenticos, os expansivos, e os porosos. Estes 
últimos deste modo identificados pelo fato de sua porosidade ser exageradamente 
elevada; na literatura estrangeira caracterizam-se por "solos colapsíveis", visto que 
em determinadas circunstâncias de umidade sua estrutura quebra-se, dando origem 
a elevados recalques das obras que se situam sobre estes. Já os solos sedimentares 
14 
 
que sofrem a ação de agentes transportadores, podendo ser aluvionares 
(transportados pela água), eólicos (pelo vento), coluvionares* (ação da gravidade) e 
glaciares (pelas geleiras). A consistência desses solos difere com o tipo de agente 
transportador e com a distância de transporte. 
O mesmo autor, op. cit., ainda diferencia os solos orgânicos, que são de origem 
fundamentalmente orgânica, seja de origem vegetal (plantas, raízes) seja animal 
(conchas). 
Segundo Pinto (2006), os solos são compostos por um agrupamento de 
partículas contentoágua (ou outro líquido) e ar nos espaços interpostos. As partículas, 
de modo geral, situam-se livres para mover-se entre si. Em ocorrências variáveis, uma 
pequena cimentação poderá ocorrer entre elas, mas num grau excessivamente abaixo 
do que nos cristais de uma rocha ou de um metal, ou nos agregados de um concreto. 
Conforme Caputo (1988), em relação à natureza das partículas, observa-se que 
o solo é composto por grãos minerais, podendo conter matéria orgânica. As porções 
grossas são predominantemente de grãos silicosos, ao passo que os minerais que 
aparecem nas porções argilosas cabem aos três grupos principais: caolinita, 
montmorilonita e ilita. 
O solo pode ser formado por partículas de tamanhos variados. Sendo difícil 
identificar o tamanho das partículas pelo simples manuseio do solo, porque grãos de 
areia, por exemplo, podem estar envoltos por uma grande quantidade de partículas 
argilosas, finíssimas, ficando com o mesmo aspecto de uma aglomeração constituída 
exclusivamente por uma grande quantidade dessas partículas. Quando secas, ambas 
as formações são muito parecidas. Quando úmidas a aglomeração de partículas 
argilosas se transforma em uma pasta fina, enquanto a partícula arenosa coberta é 
naturalmente reconhecida pelo tato. (PINTO, 2006). 
 
2.2 PARÂMETROS RELACIONADOS À RESISTÊNCIA DO SOLO 
 
 Segundo Caputo (1988), o solo, como outros materiais deforma-se, variando 
de intensidade, devido seu peso próprio ou das cargas que lhes são impostas, das 
propriedades do solo. A reação do material, no momento em que é carregado, sujeita-
se, consequentemente, das tensões nele instaladas. Portanto, aumentando as 
tensões as deformações crescem equilibradamente, sabe-se que o material se situa 
no "estado elástico". Progredindo as tensões, verificam-se deformações 
15 
 
consideráveis, manifesta-se o "estado plástico”. Quando apresentam-se fissuras 
locais, alcançam o "estado de ruptura". Há que se verificar que, para a concepção de 
"ruptura", não se encontra ainda uma definição clara, concreta e precisa, entendendo-
se geralmente como o valor da tensão máxima equivalente ao início do 
comportamento inelástico do material, seja quando a deformação excede o limite de 
"escoamento" ou no momento da "ruptura". 
De acordo com Pinto (2006), o modo como as forças se propagam de partícula 
a partícula, que é muito complexo, depende do tipo de mineral. Na hipótese de 
partículas maiores, em que as três dimensões ortogonais são mais ou menos iguais, 
como são grãos de silte e de areia, a propagação de forças se faz pelo meio do contato 
direto de mineral a mineral. Na hipótese de partículas de mineral argila em número 
muito grande, as forças em cada contato são muito pequenas e a propagação pode 
ocorrer por meio da água quimicamente incorporada. Em todo caso, a propagação se 
faz nos contatos e, desse modo, em áreas muito curtas em relação a área total 
compreendida. 
A tensão efetiva é responsável pelo desempenho mecânico do solo, e somente 
por meio de uma análise de tensões efetivas pode-se estudar cientificamente as 
ocorrências de resistência e deformação dos solos. Além disso, é preciso notar que a 
pressão neutra é a pressão da água causada pelo posicionamento do solo 
relativamente ao nível d’água. (PINTO, 2006). 
Segundo Caputo (1988), as tensões causam modificações nas posições de 
cada ponto, isto é, deformações do meio. As tensões normais geram uma compressão 
das camadas (alternando o volume e afetando pouquíssimo a forma do maciço), 
sendo responsáveis pelos "recalques" (uniformes ou diferenciais) das estruturas. Por 
sua vez, as tensões de cisalhamento geram o escoamento plástico (com modificações 
da forma), sendo capaz de conduzir à "ruptura" do maciço, se vencida a resistência 
ao cisalhamento do material numericamente alcançada pela lei de Coulomb. 
A ruptura dos solos é na maior parte dos casos um fenômeno de cisalhamento, 
que ocorre, por exemplo, uma vez que a sapata de fundação é carregada até a ruptura 
ou quando acontece o escorregamento de um talude. Somente em circunstâncias 
especiais acontecem rupturas por tensões de tração. A resistência ao cisalhamento 
de um solo determina-se como a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode 
resistir sem sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a 
ruptura acontecer. (PINTO, 2006). 
16 
 
2.2.1 Ângulo de arito 
Conforme Pinto (2006), o ângulo de atrito é compreendido como o ângulo 
máximo que a força propaga-se pelo corpo com à superfície, poderá fazer com a 
normal em relação ao plano de contato sem que aconteça deslizamento. 
Compreendendo esse ângulo, a componente tangencial é maior do que a resistência 
ao deslizamento, que se sujeita a componente normal. 
O deslizamento também pode ser ocasionado pela inclinação do plano de 
influência, que modifica as componentes normal e tangencial ao plano do peso 
próprio, compreendido, na situação-limite. (PINTO,2006). 
 
Pinto (2006, p. 260) O fenômeno de atrito nos solos diferencia-se do 
fenômeno de atrito entre dois corpos, porque o deslocamento envolve um 
grande número de grãos, que podem deslizar entre si ou rolar uns sobre os 
outros, acomodando-se em vazios que encontram no percurso. 
Existe também uma diferença entre as forças transmitidas nos contatos entre 
os grãos de areia e os grãos de argila. Nos contatos entre grãos de areia, 
geralmente as forças transmitidas são suficientemente grandes para expulsar 
a água da superfície, de forma que o contato ocorre realmente entre os dois 
minerais. No caso de argilas, o número de partículas é muitíssimo maior, e a 
parcela de força transmitida em cada contato é extremamente reduzida. As 
partículas de argila são envolvidas por moléculas de água quimicamente 
adsorvidas a elas. As forças de contato não são suficientes para remover 
essas moléculas de água, e são elas as responsáveis pela transmissão das 
forças. (PINTO, 2006, p. 260). 
 
2.2.2 Coesão 
 Segundo Pinto (2006), a resistência ao cisalhamento dos solos deve-se 
fundamentalmente ao atrito entre as partículas. Contudo, a atração química entre 
essas partículas poderá ocasionar uma resistência, apesar da tensão normal influente 
no plano em que compõe uma coesão real, tal e qual uma cola tivesse sido colocada 
entre os dois corpos. 
Geralmente, essa parcela de coesão, em solos sedimentares, é pequena diante 
a resistência pertinente ao atrito entre os grãos. Contudo, encontram-se nos solos 
naturalmente cimentados por agentes variados, evoluídos pedologicamente, 
expressão parcelas de coesão real. (PINTO, 2006). 
Para Caputo (1988, p.159), há uma distinção entre a "coesão aparente" e a 
"coesão verdadeira". A primeira, resultante da pressão capilar da água 
contida nos solos, e que age como se fosse uma pressão externa. A segunda, 
é devida às forças eletroquímicas de atração das partículas de argila; ela 
depende de vários fatores e seu estudo levar-nos-ia i física dos solos e à 
química coloidal. 
 
17 
 
Para Pinto (2006), a coesão real, é a resistência ao cisalhamento de solos 
úmidos, não saturados, correspondente à tensão entre partículas da pressão capilar 
da água. A aparente, trata-se de um fenômeno de atrito, no qual a tensão normal, 
com a saturação do solo, a fração da resistência extingue, daí chamar-se aparente. 
 
2.3 MOVIMENTOS DE MASSA 
 
 Conforme Silva (2012), os taludes apresentam topografia acentuada, 
declividade variáveis, sujeitos aos fenômenos erosivos. Portanto é normal a 
ocorrência de movimentos de material terroso ou rochoso. Denominados como 
“movimentos de vertentes”, com velocidade variável, dependendo da topografia, 
clima, litologia, etc. Estes movimentos tendem a uma situação de equilíbrio seja 
sempre temporário e dependa de diversos fatores. 
Segundo Castro (2006), os movimentos de massa em áreas urbanas trazem 
numerosos problemas que se convertem em danos materiais relevantes e por vezes,em vítimas fatais. Inúmeros estudos sobre o tema, em diversos países, têm o intuito 
de mapear as zonas mais sujeitas aos movimentos e analisar os fatores que provocam 
o processo. No Brasil, algumas localidades já possuem um plano de defesa civil para 
evitar e/ou minimizar os desastres originadas por movimentos de massa. 
Existem especificações e definições para os movimentos de massa. As 
especificações tentam reunir o tipo de movimento a um conjunto de definições, tais 
como, o material envolvido, velocidade e direção do movimento, profundidade e 
extensão, a geomorfologia local e ambiente climático, entre outros. Os fundamentais 
exemplos de movimentos de massa tratam-se: queda (“fall”); tombamento (“topple”); 
escorregamentos (“slide”); espalhamento (“spread”); escoamentos (“flow”) e ainda 
pode ser do tipo complexo (mais de um tipo de movimento). (CASTRO, 2006). 
 
2.3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MATERIAL E TIPO DE MOVIMENTO 
 
Segundo Rodrigues-Carvalho (2015), o movimento é classificado por meio da 
utilização de dois termos. O primeiro caracteriza a cinemática, ou seja, o modo como 
se processa o movimento da massa deslocada, enquanto o segundo identifica os 
materiais geológico envolvidos no fenômeno, conforme Tabela 1. 
 
18 
 
Tabela 1- Tipos fundamentais de movimento de terrenos 
 
Fonte: Varnes (1978 apud Ortiz, 2016). 
 
Os materiais distribuem-se por grupos – rochas e terra, subdividindo-se os 
solos em grosseiro (detritos), caso 20 a 80% das partículas apresentem dimensão 
superiores a 2mm, e solos finos (terras), se 80% ou mais do material apresentar 
dimensão inferior a 2mm. 
 
Rochas
Grosseiro (20-80% de 
partículas <2mm0)
finos (mais de 80% de 
partículas ,2mm)
Queda de rochas Queda de detritos Queda de terras
Tombamento de rochas Tombamento de detrito Tombamento de terras
Rotacionais 
Deslizamento rotacional de 
rochas
Deslizamento rotacional de 
detrito
Deslizamento rotacional 
de terras
Planares
deslizamento planar de 
rochas
deslizamento planar de 
detrito
Deslizamento planar de 
terras
Expansão lateral de rochas Expansão lateral de detritos Expansão lateral de terras
Fluimento de rochas Fluxo de detrito Fluxo de terras
Creep (reptação) Creep (reptação) profundo
Movimentos 
complexos
Material
Solos
Resultam da combinação de mais de um tipo dos movimentos
Creep (reptação) de Solos
Extensão
Fluimento
Tipo de Movimento
Queda
Tombamento
Deslizamento ou 
Escoamento
19 
 
Figura 1 - Representação esquemática dos principais tipos de movimentos de terrenos. 
 
 Fonte: USGS (2004 apud Ortiz, 2016). 
 
2.3.2 Queda 
Conforme Silva (2012), caracteriza-se pela queda de blocos, detritos ou solos 
de rupturas pré-existentes, em taludes muito inclinados, o movimento é em queda livre 
ou rolamento do material, os movimentos são rápidos. 
 
2.3.3 Tombamento 
 Devido a atuação de forças que impulsionam os blocos de rocha para o exterior 
do maciço. Caracterizando por uma rotação frontal, em volta de um eixo abaixo do 
centro de gravidade da massa movimentada. (SILVA, 2012). 
 
20 
 
2.3.4 Escorregamento 
Segundo Vanacor (2006), são movimentos rápidos de curta continuidade e 
plano de ruptura estabelecido, onde o centro de gravidade se transfere para baixo e 
para fora da encosta. Podem ser divididos em translacionais, rotacionais e em cunha, 
conforme a forma do plano de ruptura. 
Conforme Silva (2012), este tipo de movimento de massa identificado pelo 
movimento do solo em declive, sobre áreas finas ou em ruptura com deformidades 
por cisalhamento. 
 
2.3.4.1 Escorregamento Rotacional 
Segundo Silva (2012), identificado por um movimento de solo ou de rocha, por 
meio de uma ou mais áreas de ruptura, ocasionadas pela perda da resistência no 
corte com seção transversal curva e concavidade voltada para cima. 
Escorregamentos rotacionais, são particulares de zonas de solos coesos 
consistentes, como os aterros e rochas muito fraturadas (OLIVEIRA, 2009). 
 
2.3.4.2 Escorregamento translacional ou planar 
De acordo com Oliveira (2009), ocorrem em solos pouco consistentes, 
usualmente com um plano de vulnerabilidade e rochas com descontinuações 
subparalelas à superfície. Os materiais, impulsionados por escorregamentos planares 
de solo, geralmente encontram-se fluidos, movendo-se com grande velocidade por 
dezenas de metros nos trechos de maior declive. 
 
2.3.5 Extensão lateral 
Segundo Silva (2012), “Extensão lateral (lateral spread), identifica-se por um 
movimento muito lento, de blocos rochosos, relacionado a presença de material de 
elevada plasticidade entre as descontinuações presentes no maciço”. 
 
2.3.6 Fluência 
Conforme Silva (2012), “é movimento muito rápido, de massa de terreno 
composto por um composto de solo com frações de rocha”. 
 
21 
 
2.3.7 Espalhamento 
É uma submersão da superfície da massa segmentada de material coesivo, 
associado com uma extensão de massa oriunda de solo ou rocha para uma fração 
inferior de material menos rígidos (SILVA, 2012). 
 
2.3.8 Corrida de massa 
Segundo Pereira (2017), identifica-se pela porção de material para a drenagem, 
associado a água constituindo um líquido viscoso (lama), com alta plasticidade que 
flui para as partes baixas. Pela sua velocidade e densidade elevadas contém alto 
poder devastador e enorme raio de atuação. Consequentemente a fonte do material 
que aflui para a drenagem são escorregamentos que acontecem a montante. Estão 
relacionados a índices pluviométricos altos. São movimentos que se parecem com 
avalanches, com grande volume de materiais 
Para Vanacor (2006), são deslocamentos gravitacionais, rápidos, nos quais os 
materiais agem como fluídos altamente viscosos. Podendo associar materiais como 
solos pouco coesos, rocha, matéria orgânica, ar e água, movimentados como um 
fluído, encosta abaixo. São altamente devastadores e resultam de circunstância 
conjunta e da confluência de centenas de escorregamentos nas encostas de um 
determinado vale por ocasião de eventos pluviométricos de excepcional intensidade. 
Mostra-se grandes dimensões, movimentam grande volume de material e detêm um 
amplo raio de alcance (da ordem de dezenas de metros até alguns quilômetros). 
Obtém diversos classificações dependendo das particularidades do material 
movimentado e das parcelas de velocidade de deslocamento durante o movimento. 
 
2.3.9. Rastejo 
Os rastejo são deslocamentos lentos, cujo movimento originado ao longo do 
tempo é mínimo (poucos centímetros/ano), podendo ser contínuos ou pulsantes, 
estando associados a alterações climáticas sazonais (umedecimento e secagem). 
Este regime não exibe superfície de ruptura bem determinada (plano de 
movimentação), assim sendo, os limites entre a massa em deslocamento e o terreno 
estável são transicionais. (IPT,1991). 
Segundo Vanacor (2006), caracteriza-se como o lento e contínuo deslocamento 
dos diversos horizontes de solo. Só é observável em longa duração (cm ou mm/ano). 
O deslocamento é descontínuo espacial e temporalmente e ocasionado pela tensão 
22 
 
cisalhante necessária para originar uma deformação definitiva, mas pequena para 
originar uma área de cisalhamento 
 
2.4 CAUSAS DOS MOVIMENTOS DE MASSA 
 
Segundo Silva (2012), pode-se citar três dispositivos que podem provocar os 
deslizamentos, podem acontecer isolados ou associados, água (chuva, intempéries), 
características geomorfológicas (amplitude, cobertura vegetal, perfil das encostas) e 
atividade sísmica. Entretanto, esses motivos podem variar os aspectos como, a 
morfologia de terreno, a geologia, o tipo de solo, a declividade da encosta e se há 
estruturas sobre as áreas atingidas. 
Dentre todos os indicadores topográficos, a declividade vem sendo usada como 
o primordial ou muitas vezes o único indicador integrado aos estudos de definição e 
previsão de áreas instáveis proporcionando, frequentemente distorções na avaliação 
dos deslizamentos,salientando a relevância da observação de outros indicadores na 
verificação, A tensão cisalhante no solo ou em outro material inconsolidado 
geralmente cresce com a elevação da declividade da encosta. Em declividades leves, 
é esperável uma baixa periodicidade de deslizamentos, pertinente às baixas tensões 
de cisalhamento relacionados aos baixos gradientes. (VANACOR, 2006). 
 
2.4.1 Água 
“A água atua também através da introdução do maciço ou em partes dele 
(vazios, fissuras, trincas, juntas etc.), de pressões hidrostáticas ou hidrodinâmicas, 
que podem levar à ruptura do talude”. (IPT, 1991, p.25). 
Segundo Pereira (2017), a atuação da água pode ser direta, com a 
concentração de água próximo à face interna da contenção, ou indireta, gerando a 
minoração da resistência ao cisalhamento do maciço correspondente ao acréscimo 
das pressões intersticiais. Considera-se que grande parte dos acidentes em obras de 
contenção está associada a concentração de água no maciço, ainda mais quando há 
ocorrência de uma linha freática no maciço, ampliando significativamente o empuxo 
total. A concentração de água, por ineficiência de drenagem, tem requisitos de surgir 
o dobro do empuxo influente 
 
23 
 
O principal agente detonador dos movimentos gravitacionais de massa 
(rastejo, escorregamentos, quedas, basculamentos e corridas de massa) é a 
água, e dessa maneira a maioria das movimentações de encostas acontece 
no período chuvoso. No entanto, a água pode atuar na estabilização de um 
talude de diversas maneiras. Assim, por exemplo, sua ação pode ser através 
da elevação do grau de saturação nos solos, diminuindo a resistência destes, 
especialmente as parcelas de resistência relacionadas às tensões capilares 
(e às ligações por cimentos solúveis ou sensíveis a saturação). O aumento 
do peso especifico do solo devido à retenção de parte da água infiltrada é 
outro condicionante de estabilização que incide nos taludes. (IPT, 1991, 
p.25). 
 
2.4.1.1 Águas pluviais 
O lançamento e o acúmulo de águas pluviais advêm da ineficiência de 
amplitude e funcionamento, ou mesmo, da ocorrência de um sistema de drenagem 
superficial. Como resultado, as águas pluviais infiltram-se no solo, através de trincas 
e fissuras, minorando sua resistência e causando a ruptura de cortes e aterros. O 
problema revela-se ainda mais grave por ocorrências de chuvas fortes e duradouras. 
(IPT, 1991). 
 
2.4.1.2 Água servidas 
Frequentemente, os lançamentos de águas servidas nas encostas advêm da 
ausência de sistemas de esgoto apropriados. Este problema possibilita uma infiltração 
continua do solo, podendo ocasionar sua saturação e, como resultado, ruptura de 
cortes e aterros. O problema faz-se mais crítico nos momentos chuvosos, quando a 
saturação do solo se eleva naturalmente. (IPT, 1991). 
Ainda segundo IPT (1991), os vazamentos e rompimentos de tubulações da 
rede de abastecimento de água possibilitam a saturação do solo e a minoração da 
resistência, contribuindo com a estabilização de cortes e aterros. Este episódio 
agrava-se quando a rede é improvisada pelos moradores, através de canos e 
mangueiras impróprios. 
Nesta condição é comum encontrar vazamentos e rompimentos em pontos 
diversos do terreno, ordenando um novo cenário relacionado ao fluxo de água no 
interior do mesmo. 
 
2.4.2 Ação do homem 
De acordo com Silva (2012), a população geralmente encontra-se em constante 
expansão e como tal estende-se para novas terras e a resultante criação de locais de 
habitação, as cidades, vilas e bairros. Estes são os relevantes fatores que levam o 
24 
 
acontecimento de deslizamentos. Na concepção destas zonas, em geral, perturbam-
se ou oscilam os modelos de estabilização das encostas ou de drenagem e retirada 
da vegetação. Estes são os motivos mais usuais motivados pelo homem. Nas áreas 
que antes foram estáveis também estão sujeitos a deslizamentos, advindo a irrigação, 
escavação, ocupação inapropriada de encostas, drenagem de reservatórios. 
 
As erosões em encostas ocupadas ocorrem geralmente devido ás 
interferências humanas, que provocam uma aceleração destes processos, 
sendo, nestes casos, conhecidas por erosões antrópicas. Estas interferências 
decorrem basicamente da alteração da superfície do terreno natural, que 
promove a retirada da vegetação e a exposição dos solos mais suscetíveis à 
erosão. Uma característica básica da erosão é a velocidade em que ocorre o 
processo: lento, porém, de maneira continua e progressiva, evoluindo de 
pequenos sulcos para grandes ravinas. Esta condição permite uma correção 
mais fácil e menos custosa, quando solucionada na fase inicial, tornando-se 
mais complexa e onerosa à medida que o problema se agrava. (IPT, 1991, 
p.51). 
 
2.4.3 Cobertura vegetal 
De acordo com Girão, Corrêa e Guerra (2007), independente da importância 
de motivos naturais como a chuva, declividade do terreno, comprimento da encosta e 
características do solo, na metodologia de instabilidade de encostas é inquestionável 
a importância da cobertura vegetal tem um papel como agente natural de grande 
importância na determinação, ou não, da incidência de processos erosivos e /ou 
deslocamento de massa em zonas declivosas. 
Conforme IPT (1991), o resultado da precipitação no solo consiste na etapa 
primária da erosão, sucedido pelo escoamento da água no terreno quando, então, 
acontece o regime de erosão oportunamente dito. Portanto, quando se retira a 
vegetação (qualquer que seja ela), descobre a superfície do terreno natural 
justamente à ação da precipitação, ocasionando, como resultado, a erosão. Tal 
circunstância piora, ainda mais, quando se retira a parte superficial do terreno, em 
geral composto por solo argiloso, que age como uma segunda capa defensora natural 
contra erosão. 
 
2.4.4 Aterros e cortes 
Os escorregamentos em aterros estão relacionados a sua concepção de forma 
inadequada, através da qual o material é unicamente depositado sobre a superfície 
do terreno ou sobre a vegetação existente, sem compactação. Deste modo, originam-
se circunstâncias bastante propicias ao surgimento de caminhos prioridade para a 
25 
 
água que, por consequência das precipitações, geram deformações pronunciadas, 
ocasionando ruptura no aterro. Este problema mostra-se pior quando há acumulo de 
águas pluviais servidas nos pontos baixos do terreno, como, por exemplo, em 
mecanismos viário e cruzamentos de linhas de drenagem naturais. Casos menos 
recorrentes, como depósitos de aterros sobre surgências de água, caracterizam 
ocorrências mais críticas para a ruptura de aterro. (IPT, 1991). 
A declividade de cortes em encostas para criação de sistema viários ou para 
elaboração de residências, mostra-se, ocasionalmente, inclinação e altura elevadas, 
incompatíveis com a resistência intrínseca do solo, o que ocasiona o acontecimento 
de escorregamento. Quando o corte encontra o solo de alteração, outros agentes, 
caracterizadas estruturas residuais da rocha (fraturas e demais descontinuidades), 
podendo tornar-se a encosta mais vulnerável a escorregamentos, principalmente, 
quando esta é exposta a ação das águas. No entanto, a resistência do terreno amplia-
se quando as inclinações destas estruturas estão voltadas para dentro do talude. (IPT, 
1991). 
 
2.4.5 Fossas 
A infiltração de água no solo, oriunda de fossas, pode gerar o acontecimento 
de escorregamentos em taludes, advindo a saturação progressiva do solo da encosta. 
Assim, a quantidade de água infiltrada oscila em virtude do número de fossas e da 
permeabilidade do solo. Ao passo que o número de fossas e a declividade da encosta 
crescem, a circunstância mostra-se mais crítica. (IPT, 1991). 
 
2.4.6 Lixo 
De acordo com IPT (1991), o lixo é um material muito fofo e de extrema 
porosidade, o que possibilita sua acelerada saturação e demasiado acréscimo de 
peso, vinculando facilmente seu escorregamento. Dependendo da circunstância, o 
escorregamentopode envolver apenas o lixo ou também atingir a parte superficial do 
terreno. A circunstância mostra-se pior quando o lixo é depositado juntamente com as 
águas servidas, em linhas de drenagem naturais. 
 
 
 
26 
 
2.5 MÉTODOS PARA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS 
 
2.5.1 Drenagem 
Segundo Borges (1986), a água um dos mais relevantes motivos contribuintes 
para a estabilização de taludes, os sistemas de drenagem vêm a ser o tratamento 
mais comumente usados. Sendo sua eficiência inquestionável. O regime de 
escorregamentos relacionando grandes volumes muitas vezes, só se torna 
economicamente possível, através da utilização de drenagem. Estes sistemas têm por 
objetivo tanto a minoração das tenções cisalhantes quanto ao crescimento das forças 
resistentes do material; dividindo-se em drenagem superficial e subterrânea. 
Conforme Mikos et al. (2016), o método de drenagem deve ser ponderado nas 
obras de contenção. Pressões neutras ao longo de potenciais superfícies de ruptura 
podem se desenvolver, minorando a estabilidade. 
 
2.5.1.1 Drenagem profunda 
Segundo Bastos (2006), um dos métodos de estabilização de encostas naturais 
é a drenagem profunda do maciço. 
Conforme Mikos at al. (2016), a drenagem profunda resume-se na captação de 
água distante do paramento, para preservar o afloramento pela face, com a utilização 
de drenos sub-horizontais profundos (DHP). A drenagem de paramento proporciona 
a organização do fluxo de água que acorda ao paramento pelo maciço. 
Figura 2 - Drenagem profunda 
 
 Fonte: (CARVALHO, 1991) 
27 
 
2.5.1.1.1 Galerias e túneis 
 Galerias e túneis, são mais aconselhados para grandes escorregamentos. Nas 
galerias e túneis possibilita-se dispor-se de um sistema secundário de drenagem, 
através de perfurações realizadas nas suas paredes. (BORGES, 1986). 
 
2.5.1.1.2 Drenos verticais 
Segundo Pereira (2017), são direcionados a drenar maciços (taludes de 
corte/aterro) ou encostas naturais, são utilizados tubos de PVC perfurados ou 
ranhurados, com diâmetro – normalmente realizados - de 50mm, cravados nos taludes 
após perfuração com equipamento adequado. Pela inconveniência de operação dos 
equipamentos de perfuração, a primeira linha de drenos é implantada 1,0 m acima da 
plataforma de terraplenagem. O número de drenos e seu comprimentos refere-se aos 
estudos hidrológicos e geotécnicos. 
Conforme Borges (1986), os drenos verticais são poços escavados no solo 
comumente, cheios com areia, trabalhando de modo a captar a água do solo, sendo 
esta retirada por bombeamento ou sifonamento interrupto pela superfície, ou sendo 
dispensada em outro sistema de drenagem profunda. 
Em zonas excessivamente estratificadas, compostas por camadas de alta 
permeabilidade e inclinação suave, intervaladas com argila plástica; a realização de 
drenos verticais em conjunto com drenos sub-horizontais, tem se apresentado muito 
eficiente (BORGES, 1986). 
Figura 3 – Drenos verticais 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
28 
 
2.5.1.1.3 Trincheiras Drenantes 
Segundo Borges (1986), as trincheiras drenantes são estreitas e alinhadas no 
sentido longitudinal ao talude, objetivando minorar o risco de escorregamento 
enquanto feita a escavação. A cota inferior deverá atingir a superfície de ruptura, o 
que é atingido com trincheiras de aproximadamente 2 metros de profundidade, 
podendo sob certas circunstâncias atingir 6 metros e o intervalo máximo deve ser 
inferior a 20 metros. 
As trincheiras drenantes em conjunto, com os drenos sub-horizontais, os 
métodos mais amplamente utilizados na estabilização de encostas. (BORGES, 1986). 
Figura 4 – Trincheira drenante 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
 
 
 
29 
 
2.5.1.2 Drenagem superficial 
Santana (2006) expõe que os projetos de drenagem superficial têm o propósito 
de melhorar as situações de estabilidade, direcionando a infiltração no solo e a força 
de percolação pela coleta e direcionamento das águas superficiais do talude para um 
sistema coletor, levando em conta não só a zona analisada como toda a bacia de 
drenagem. Um método eficaz para os morros, deverá ser projetado para a micro bacia 
em questão, para preservar transbordamento nas situações de precipitações intensas. 
A drenagem superficial se faz pelas linhas d’agua naturais e pelo método formal 
concebido, que deve atender a forma do relevo para que o escoamento das aguas 
seja eficiente. 
Figura 5 – Drenagem Superficial 
 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.2 Impermeabilização superficial 
Segundo Santana (2006), a impermeabilização superficial expõe melhor 
consequência quando realizada em associação com o retaludamento e a micro 
drenagem, tratando o talude por inteiro. 
Ela deverá ser realizada em toda a superfície a ser preservada, estendendo-a 
para além do topo do talude até o método de drenagem utilizado na crista. Orienta-se 
a instalação de drenos (barbacãs) que possibilitam a dissipação de excedentes de 
30 
 
poro-pressão que poderão acontecer no interior da placa de impermeabilização. 
(SANTANA, 2006). 
Figura 6 – Impermeabilização superficial 
 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.3 Estacas vivas 
É uma armação viva, é utilizada em taludes de materiais argilosos ou/e 
arenosos. São fincadas estacas vivas verticalmente. Cada estaca deve ser cravada 
no solo, com uma mínima profundidade de 1/3 do seu comprimento. A junção destas 
estacas é realizada por estacas horizontais de espécies lenhosas com características 
vegetativas. (SILVA, 2012). 
Segundo Simão (2013), é um método aplicado nos taludes com a intenção de 
estabilizar terrenos instáveis ou ancorar diversas tipologias de armações. Aplicando-
se no terreno estacas vivas ou ramagens de espécies com uma alta capacidade de 
propagação vegetativa e o resultado estabilizante deste método, em profundidade, 
amplia consoante o comprimento da estaca cravada. Quanto maior for a estaca 
cravada, maior a profundidade a que se desenvolvem as raízes e, deste modo, melhor 
a estabilidade em profundidade. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 7 – estacas vivas 
 
Fonte: (Zeh, 1997). 
 
2.5.4 Muro de suporte vivo 
Segundo Silva (2012), este é um método de estabilização de taludes, que se 
define por ser uma obra permeável e deformável. Tendo grande funcionalidade 
podendo assim realizar em situações desfavoráveis, como em taludes com 
estabilidade minorada. Entende-se por uma construção em madeira compreendida 
por uma estrutura com formato de caixa, composta por troncos de madeira aplicados 
perpendicularmente, e no seu interior a instalação de estacas vegetativas ou plantas. 
Conforme Simão (2013), o muro de suporte vivo tipo “Cribwall” é um dos mais 
executados em projetos de engenharia natural e paisagística bem como na 
preservação do solo e em ecossistemas terrestres e aquáticos. Entretanto, o seu 
sucesso está atrelado da correta observação do processo erosivo, do 
dimensionamento pertinente da estrutura e do material vivo escolhido a empregar. 
Este método associa-se ambientalmente muito bem e tem grande relevância estética 
por causa da ancoragem profunda, ao progresso do sistema radicular das plantas e à 
sua cobertura vegetal que, durante o tempo, vão trocar a atribuição transitória da 
estrutura de madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Figura 8 – Muro de suporte vivo 
 
Fonte: (et al SILVA, 2012) 
 
2.5.5 Grade viva 
Silva (2012), sendo a grade viva estrutura em madeira, concebida através de 
troncos de madeira verticais e horizontais, posicionados perpendicularmente entre si, 
é mantida por prumos de madeira cravados no solo e servindo de suporte à estrutura. 
Após, realizar à plantação de plantas em torrão ou em raiz nua e de estacas vivas 
preenchendo, com terreno local a estrutura. 
Para Simão (2013) traduz-se por grade viva uma estrutura em madeira 
alcançada através da execução de troncos de madeira horizontais e verticais 
colocados perpendicularmente. Esta estruturaé assistida por troncos de madeira 
cravados no solo que servem de sustentação a estrutura. Posteriormente, 
executando-se à plantação de vegetação e, finalmente, adicionam-se os favos da 
estrutura com terra vegetal local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 9 – Grade viva 
 
 
Fonte: (Zeh, 1997). 
 
2.5.6 Muro de pedra 
Segundo Silva (2012), traduz-se em pedras posicionadas manualmente em que 
a sua resistência atribui-se primordialmente do interligamento dessas pedras. Sendo 
é cada vez menos recorrente o uso desses muros, particularmente em muros com 
maior altura, por conta de seu custo alto. 
Este método refere-se à construção de muros com recurso a pedras 
amontoadas e justapostas sem o uso necessário de argamassa, cimento ou reboco. 
Traduz-se na deposição de pedras de grandes dimensões sobre os taludes, e nos 
espaços vazios entre as pedras, são colocadas estacas vivas. As pedras são 
ajustadas, usando-se as menores para preencher e calçar os espaços entre as 
maiores, para se obter uma estrutura rígida com a colocação de material vivo. (SIMÃO, 
2013). 
Este muro demonstra vantagens a facilidade de construção e a dispensa de 
mecanismos de drenagem, porque o material do muro é drenante. Outra vantagem é 
o baixo custo, principalmente quando os blocos de pedras são presentes e acessíveis 
no local. Entretanto, a estabilidade interna do muro necessita que os blocos tenham 
dimensões aproximadamente regulares, o que gera um valor menor do atrito entre as 
pedras. (DANZIGER; SARAMAGO; GERSCOVICH, 2016). 
Muros de pedra sem argamassa deverão ser recomendados exclusivamente 
na contenção de taludes com alturas de até 2m. A base do muro deve ter largura 
mínima de 0,5 a 1,0m e deve ser sustentada em uma cota inferior à da superfície do 
34 
 
terreno, de modo a minorar a incidência de ruptura por deslizamento no contato muro-
fundação. (DANZIGER; SARAMAGO; GERCOVICH, 2016). 
No que se refere taludes de maior altura (cerca de uns 3m), necessita empregar 
argamassa de cimento e areia para encher os vazios dos blocos de pedras. Podendo 
ser usados blocos de dimensões diferentes. A argamassa proporciona maior rigidez 
no muro, dispensando a sua característica drenante. É recomendado então implantar 
os mecanismos comuns de drenagem de muros impermeáveis, como exemplo, dreno 
de areia ou geossintético no tardoz e tubos barbacãs para alívio de poro pressões na 
estrutura de contenção. (GERSCOVICH, 2016). 
 
2.5.7 Gabião 
Os gabiões são constituídos por uma caixa pré-fabricada de contenção rígida 
metálica em rede de arame ou grade de aço enchida, com pedras. Para que possibilite 
aplicar vegetação durante o enchimento são depositadas camadas de terra vegetal e 
colocando ramos com características vegetativa ou plantas enraizadas com um 
comprimento suficiente para que alcancem completamente o solo no tardoz do gabião 
e assim potencializar as hipóteses de êxito. (SIMÃO, 2013). 
Segundo Simão (2013), são depositadas no interior dos gabiões estacas vivas 
com uma organização irregular ou em filas na primeira malha do gabião superior. São 
estruturas com elevada flexibilidade e permeabilidade, realizando funções de 
preservação contra a erosão fluvial e atendem no suporte à margem em situação de 
instabilidade gravítica. 
Conforme Danziger, Saramago e Gerscovich (2016), os muros de gabiões são 
compostas por gaiolas metálicas enchidas com pedras ajustadas manualmente e 
concebidas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção. As 
dimensões comuns dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal 
quadrada com 1m de aresta. Tratando-se de muros de grande altura, gabiões mais 
baixos (altura = 0,5m), que mostra-se maior rigidez e resistência, devendo ser 
depositados nas camadas inferiores, onde as tensões de compressão são mais 
relevantes. Para muros longos, gabiões com comprimento de até 4m podendo ser 
usado para acelerar a construção. A rede metálica que compreende os gabiões 
mostra resistência mecânica alta. 
 
 
35 
 
Figura 10 - Gabião 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.8 Muros de concreto ciclópico ou concreto gravidade 
Segundo Silva (2012), são comumente utilizados para conter pequenos 
desníveis, em geral inferior a 5m. São estruturas corridas que combatem os impulsos 
horizontais por meio do seu próprio peso. Podendo ser concebido por pedra ou betão, 
pneus utilizados ou gabião. 
Para Danziger, Saramago e Gerscovich (2016) são geralmente viáveis 
economicamente unicamente quando a altura não superar 4 metros. O muro de 
concreto ciclópico é uma estrutura concebida através do enchimento de uma fôrma 
com concreto e blocos de rocha de dimensões diferentes. Por causa da 
impermeabilidade deste muro, é importantíssimo a realização de um sistema 
apropriado de drenagem. 
A sessão transversal é comumente trapezoidal, com largura da base de 50% 
da altura do muro. A especificação do muro com faces inclinadas ou em degraus 
poderá proporcionar uma economia relevante de material. Para muros com face 
frontal plana e vertical, devendo-se fazer necessário uma inclinação para trás (em 
36 
 
direção ao retro aterro) de pelo menos 1:30 (cerca de 2 graus com a vertical), 
objetivando a evitar a sensação ótica de uma inclinação do muro na direção do 
tombamento para a frente. Os furos de drenagem deveram ser dispostos de modo a 
reduzir o impacto visual relacionado às manchas que o fluxo de água causa na face 
frontal do muro. Uma alternativa é realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do 
muro mediante uma manta de material geossintético (tipo geotêxtil). (DANZIGER, 
SARAMAGO; GERCOVICH, 2016). 
 
Figura 11 – Muro de concreto ciclópico ou gravidade 
 
 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.9 Muros de pneus 
Conforme Danziger, Saramago e Gerscovich (2016), são concebidos do 
deposito de camadas horizontais de pneus, amarrados entre si com corda ou arame 
e enchidos com solo compactado. Atuam como muros de gravidade e demonstram 
vantagens a reutilização de pneus descartados e a flexibilidade. A utilização de pneus 
usados em obras geotécnicas mostra-se como uma alternativa que une a elevada 
resistência mecânica do material com o baixo custo, comparando aos materiais 
usuais. Sendo um muro pesado, os muros de solo-pneus estão restrito a alturas 
37 
 
inferiores a 5m e à necessidade de espaço para a construção de uma base com 
largura da ordem de 40 a 60% da altura do muro. Portanto, devemos salientar que o 
muro de solo-pneus é uma estrutura flexível e, neste caso, as deformações horizontais 
e verticais poderão ser superiores às convencionais em muros pesados de alvenaria 
ou concreto. Portanto, não se recomenda a execução de muros de solo-pneus para 
contenção de terrenos que atentem ao suporte a obras civis pouco deformáveis, como 
exemplo, estruturas de fundações ou ferrovias. 
 
2.5.10 Muros de flexão 
Muros de Flexão são estruturas mais esguies com segmento transversal em 
formato de “L” que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio 
do maciço, que se sustenta sobre a base do “L”, para continuar em equilíbrio. 
Geralmente, são concebidos em concreto armado, apresentando-se inviável 
economicamente para altura superiores 5 a 7m. A laje de base geralmente mostra 
largura entre 50 e 70% da altura do muro. A face atua à flexão e se preciso poder 
adotar vigas de enrijecimento, tratando de alturas superiores. Para muros com alturas 
maiores de 5 m, é recomendado o uso de contrafortes (ou nervuras), para melhorar a 
estabilidade contra o tombamento. No caso de laje de base interna, sob o retro aterro, 
os contrafortes deverão ser convenientemente armados para resistir a esforços de 
tração. Tratando-se de laje externa ao retro aterro, os contrafortes atuam à 
compressão. Esta formação é menos comum, pois causa perda de espaço útil a 
jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes geralmente espaçados de cercade 70% da altura do muro. Muros de flexão podendo ser ancorados na base com 
tirantes ou chumbadores (rocha) para melhorar as circunstâncias de estabilidade. Esta 
alternativa de projeto poderá ser executada quando na fundação do muro acontece 
material competente (rocha sã ou alterada) e quando há restrição de espaço 
disponível para que a base do muro mostre as dimensões precisas para a 
estabilidade. (DANZIGER, SARAMAGO; GERCOVICH, 2016). 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Figura 12 – Muro de flexão 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.11 Muros de sacos de solo-cimento 
Segundo Silva (2012), estes muros são constituídos por camadas constituídos 
sacos de poliéster ou correspondentes, enchidos por cimento-solo ordenado de 1:10 
a 1:15 (em volume). Podendo ser utilizados para conceber muros de gravidade ou 
para preservar o nível superficial do talude. Outra opção a este tipo de muro na 
contenção de taludes é o seu uso compactado em camadas, de modo a ocasionar 
uma faixa externa ao talude, que após da reação do cimento, mostra-se menos 
erodível e mais resistente. 
Conforme levantado por Danziger, Saramago e Gerscovich (2016), o solo 
utilizado é primeiramente sujeito a um peneiramento em uma malha de 9mm, para a 
extração dos pedregulhos. Posteriormente, o cimento é espalhado e misturado, 
acrescentando-se água em quantidade 1% superior a correspondente à umidade boa 
de compactação proctor normal. Depois da homogeneização, a composição é 
depositada em sacos, com enchimento até dois terços do volume utilizável do saco. 
Executando então o fechamento mediante costura manual. O ensacamento do 
39 
 
material facilita o transporte para o local da obra e torna desnecessário o uso de 
fôrmas para a realização do muro. 
Em loco, os sacos de solo-cimento são organizados em camadas depositadas 
horizontalmente e, posteriormente, cada camada do material é compactada para a 
redução o volume de vazios. A disposição dos sacos de uma camada é desencontrado 
em relação à camada imediatamente inferior, com a intenção de garantir um maior 
Inter travamento e, resultando, uma maior densidade do muro. A compactação é 
geralmente executada manualmente com soquetes. As faces externas do muro 
poderão receber uma proteção superficial de argamassa de As faces externas do 
muro podem receber uma proteção superficial de argamassa de concreto magro, para 
proteger contra o ataque erosivo de ventos e águas superficiais. (DANZIGER, 
SARAMAGO; GERCOVICH, 2016). 
 
Figura 13 – Muros de saco de solo-cimento 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
40 
 
2.5.12 Retaludamentos 
Retaludamentos são obras de estabilização denominadas por modificações na 
geometria dos taludes, exclusivamente mediante de cortes nas camadas superiores 
da encosta, para alívio da carga ali influente. Ocasionalmente também são realizados 
aterros compactados na base dos taludes, que atuam como uma carga estabilizadora 
no trecho inferior da encosta. (IPT, 1991). 
Os retaludamentos poderão compreender desde camadas limitadas da encosta 
até alterações de todo o perfil do talude e, para sua realização, precisam de espaço 
disponível pertinente. As inclinações e alturas finais dos taludes deverão ser utilizadas 
em projeto, concebidos através de estudos geológicos-geotécnicos do local e de 
cálculos de estabilidade. (IPT,1991). 
 
 
Figura 14 - Retaludamento 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
2.5.13 Escadas d’água 
Segundo IPT (1991), as escadas d’água são canais abertos ou fechados, 
elaborados em formato de degraus nos taludes de corte e aterro. Sua maior vantagem 
sobre as canaletas ou tubos de concreto é a de direcionar grandes volume de água 
em fortes inclinações, sem problemas de erosão no concreto e sem a precisão de 
caixas de dissipação. 
41 
 
A precisão de extração da água da valeta de preservação de corte caixa 
coletora de um bueiro de greide ou para a sarjeta poderá ocorrer, na prática, por causa 
das seguintes características: quando o crescimento da capacidade de vazão força a 
concepção de seguimento com grandes dimensões; quando o terreno a montante da 
valeta demonstra um talvegue secundário bem definido ocorrendo o acumulo de água 
num mesmo local; quando o perfil longitudinal da valeta mostra-se sinuoso com 
diferentes pontos baixos, forçando, para que ocorra em escoamento contínuo, 
grandes profundidades da valeta. Mediante o mecanismo de saída d´água da valeta 
de preservação de corte para a plataforma é usualmente descriminado descida d’agua 
ou escada hidráulica. (PEREIRA, 2017). 
 
Figura 15 – Escada D’agua 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
42 
 
2.5.14 Caixas de dissipação e caixas de transição 
Conforme IPT (1991) nas escadas d’água, são elaboradas canaletas de tubos 
de concreto, em condições de mudanças bruscas no sentido do escoamento ou de 
união de canaletas de drenagem ou tubulação com segmentos transversais variados. 
 No caso de encostas com declividades abruptas, que requerem grandes 
volumes de corte para execução de uma escada d’água, podendo escolher por uma 
drenagem combinada, com canaletas e tubos de concreto relacionados a caixas de 
transição. (IPT,1991). 
 
Figura 16 - Caixas de dissipação e caixas de transição 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
 
43 
 
2.5.15 Atirantamentos 
Conforme Mikos at al. (2016), dentre as alternativas tradicionais de 
estabilização de maciços de solo e rocha, são usados os muros de arrimo, que se 
contrapõe aos empuxos verticais com peso próprio, ou por flexão, com carência de 
armadura. Os muros poderão ser elaborados de vários materiais, como: alvenaria, 
concreto, pedras, sacos de solo-cimento, gabiões, pneus, entre outros. Entretanto, 
essas alternativas poderão se tornar inviáveis especialmente para grandes desníveis 
e relacionado ao grande volume de escavações. Desta maneira, poderá ser usada 
barras de aço no solo envolvidas por calda de cimento, como o solo grampeado, de 
modo passivo, e a cortina atirantada, com elementos ativos, sem movimentações 
indesejáveis. 
Segundo Danziger, Saramago e Gerscovich (2016), as primeiras obras de 
contenção cortinas atirantadas foram realizadas no Rio de Janeiro, em Copacabana, 
na estrada Rio Teresópolis e na estrada de Grajaú-Jacarepaguá, no fim de 1957. 
Para IPT (1991), o atirantamento compreende os tirantes isolados e as cortinas 
atirantadas. Os tirantes são fios, barras ou cordoalhas de aço projetados para conter 
massas de solo (geralmente, em corte) ou blocos de rocha, mediante de uma ação 
transmitida ao maciço e ocasionada pela pro tensão destes elementos. Uma das 
extremidades do tirante é presa em área estável do maciço, através de injeção de 
calda de cimento que forma o bulbo de ancoragem. A extremidade externa é presa a 
um painel de concreto armado, equipado de drenos. Para a contenção de grandes 
massas de solo, utilizam-se cortinas atirantadas, constituídas por um grupo de painéis 
de tirantes. Seu objetivo de funcionamento é igualmente o mesmo dos tirantes 
isolados. 
Segundo, Danziger, Saramago e Gerscovich (2016), as cortinas atirantadas 
são estruturas de contenção que tem uma parede de concreto armado (geralmente, 
vertical), apesar de tirantes, que são ancorados no terreno numa profundidade em que 
ele seja estável, sem eventualidade de ruptura ou deslocamentos indesejáveis. Já os 
tirantes são tracionados, por macaco hidráulico, até uma carga estimada em projeto 
(carga de incorporação) e presas na parede de concreto através de um mecanismo 
de placas e porcas. Essa carga nos tirantes ficará influindo contra a parede de 
concreto e será o carregamento culpado por se opor ao empuxo e assegurar a 
estabilidade do solo arrimado. Os tirantes poderão ser monobarras de aço, cordoalhas 
ou fios 
44 
 
As estruturas com solo grampeado e cortina atirantada apresentam 
elementos enterrados no solo e estão continuamente sujeitos a fatores que 
degradam sua integridade estrutural. Desse modo, é importantegarantir uma 
boa execução em obras novas, com proteção anticorrosiva eficiente nos 
grampos e tirantes de acordo com o potencial corrosivo do solo. Também 
deve-se realizar acompanhamento periódico e manutenções eventuais ao 
longo da vida útil das contenções. Falhas podem gerar perdas de vidas 
humanas, comprometer a segurança de pessoas e veículos em circulação 
próximo a estrutura, afetar construções adjacentes, e pode gerar elevados 
custos sociais e econômicos. Deve-se atentar as características do 
paramento, que podem indicar a presença de água e umidade no maciço, tais 
como: manchas superficiais, eflorescências, musgos, líquens, vegetação e a 
própria surgência de água pela estrutura ou juntas. A presença de água no 
maciço além de gerar uma carga extra na contenção, também facilita o 
desenvolvimento de processos corrosivos nas barras de aço, principalmente 
próximo ao paramento. Essa manifestação pode ser identificada com 
manchas avermelhadas de ferrugem, corrosão na cabeça do tirante e 
capacete de concreto trincado. Procedimentos simples como inspeções 
visuais e manutenção da estrutura de contenção e do sistema de drenagem 
devem ser frequentes, de modo a evitar obras de intervenção e garantir a 
estabilidade e segurança da contenção. MIKOS AT AL. (2016, P 11). 
 
 
Figura 17 - Atirantamentos 
 
Fonte: (CARVALHO, 1991) 
45 
 
2.5.16 Compactação 
Segundo Caputo (1988), compreende-se por compactação de um solo, o 
método manual ou mecânico que objetiva minimizar o volume de seus vazios e, 
majorar sua resistência, fazendo-o mais estável. Compreendem de uma execução 
simples e de grande relevância pelos seus significativos resultados sobre a 
estabilização de maciços terrosos, associando-se, intimamente, com os problemas de 
pavimentação e barragens de terra. A compactação de um solo objetiva melhorar suas 
capacidades, não só quanto à resistência, mas, também, nos parâmetros: 
permeabilidade, compressibilidade e absorção d'água. No estado atual de 
conhecimento a respeito do assunto, entende-se que o aumento do peso específico 
de um solo, resultante da compactação, depende primordialmente da energia utilizada 
e do teor de umidade do solo. 
 
2.6 LEGISLAÇÃO SOBRE OCUPAÇÃO DE ENCOSTAS 
 
 Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (1988): 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I. legislar sobre assuntos de interesse local; 
II. suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III. instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar 
suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar 
balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV. criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V. organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte 
coletivo, que tem caráter essencial; 
VI. manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
VII. prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, 
serviços de atendimento à saúde da população; 
VIII. promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo 
urbano; 
IX. promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a 
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. 
 
 Conforme IPT (1991) a organização da ocupação de encostas tem sido 
objetivo de normas, convertidas em diplomas legais, deliberados pelo poder público. 
A situação é abordada de uma forma mais direta pela Lei Federal n° 6.766/79 (Lei 
Lehmann) que tem sobre o parcelamento do solo urbano. Há outras particularidades 
da legislação, no que se refere a preservação da biota, qualidade das águas, proteção 
46 
 
e estabilização de taludes e encostas. Os aspectos relacionados a estas questões são 
citados em vários outros diplomas, sendo imprescindível que sejam respeitas. 
 A constituição Federal estabelece que a política urbana deverá ser realizada 
pelo Poder Público Municipal, com a intenção de organizar o completo 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e assegurar o bem-estar de seus 
habitantes. Nos Municípios com mais de 20 mil habitantes é obrigatória a execução 
de Plano Diretor, lei municipal dirigida a conduzir e organizar o desenvolvimento da 
cidade, além do Plano Diretor, os Municípios deverão ampliar suas próprias leis de 
parcelamento, uso e ocupação do solo, bem como seu código de Edificações. (IPT, 
1991). 
Na legislação habitual, acontece o desmembramento dos aspectos da 
ocupação em diversos assuntos, tratados por diplomas característicos. (IPT,1991). 
 
A Lei Lehmann, já mencionada anteriormente, trata do parcelamento do solo 
em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal, 
podendo ser realizado através de loteamento ou desmembramento de 
glebas. O parcelamento em encostas só será permitido quando as exigências 
das autoridades competentes forem atendidas, podendo não ser permitido, 
desde que localizado em terrenos com declividades igual ou superior a 30%, 
em áreas de preservação ecológica, onde a poluição impeça condições 
sanitárias suportáveis ou onde as condições geológicas desaconselhem a 
edificação. Há ainda requisitos mínimos que os loteamentos devem atender: 
conter sistemas de circulação, equipamentos urbanos e comunitários 
(escolas, postos de saúde, creches e similares), e espaços livres de uso 
público, além de reservar uma faixa mínima de 15 metros ao longo das águas 
correntes e dormentes, rodovias, ferrovias e dutos, e harmonizar-se com a 
topografia local. Quando o parcelamento ocorrer em áreas limítrofes entre 
Municípios, áreas de proteção de mananciais, unidades de conservação 
ambiental ou regiões metropolitanas, o exame de anuência prévia para 
aprovação de loteamento ou desmembramento pelo Município caberá ao 
Poder Público Estadual. (IPT,1991, p.206/207). 
 
No que se refere a preservação da biota, os maiores diplomas legais da 
legislação federal são o Código Florestal e a Lei de Proteção a Fauna. Deverá ser 
protegida, em caráter permanente, toda vegetação natural existente em faixas ao 
longo dos rios, cuja distância mínima depende da largura do mesmo. Assim, deverá 
ser protegida toda vegetação existente ao redor de lagoas, lagos e reservatórios 
d’água naturais ou artificias, nascentes ou olhos d’água, topo de morros, montes, 
montanhas ou serras, encostas com declividades superior a 45°, restingas (com 
fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangue), bordas de tabuleiros ou chapadas, 
altitudes superiores a 1800 m, regiões metropolitanas, ou quando Poder Público 
determinar. Em encostas com declividade entre 25° e 45°, a vegetação só poderá ser 
47 
 
extraída quando em método de uso racional objetivando rendimentos definitivos. Além 
da flora, também são preservadas por lei toda e qualquer espécie da fauna que viva 
fora do cativeiro, como, por exemplo, fauna silvestre. (IPT,1991). 
 Segundo IPT (1991), um aspecto que deve ser abordado é referente a 
responsabilidade civil, na ocorrência de danos ou problemas ocasionados pela 
ocupação inapropriada de encostas. Refere-se de um aspecto jurídico; neste caso, a 
solução dependerá sempre de interpretação da justiça que, após a averiguação dos 
autos, dará o seu parecer final. O aspecto da responsabilidade é julgada situação a 
situação e, dependendo da circunstância que aconteceu o dano ou acidente, o 
julgamento poderá ou não condenar o autor a pena devida. 
O culpado por um dano é o seu autor, seja esta pessoa física ou jurídica 
particular. O Poder Público será nomeado conjuntamente por omissão, já que é de 
sua responsabilidade fiscalizar as obras e determinar as regras convenientes as suas 
singularidades no que se refere a utilização e

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