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DIREITO PENAL III - MATERIAL TÉCNICO DE AULA

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DIREITO PENAL III
PROF JORGE TASSI
Jorge.junior@bh.universo.edu.br
(31) 99117.7444
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
        Homicídio simples
        Art. 121. Matar alguem:
CAPUT É SEMPRE TIPO PENAL INCRIMINADOR PRIMÁRIO – A PENA É O PRECEITO SECUNDÁRIO
TIPO PENAL INCRIMINADOR PRIMÁRIO – MATAR ALGUÉM – TIPO PENAL INCRIMINADOR SECUNDÁRIO É A PENA (Pena - reclusão, de seis a vinte anos.)
TIPOS DE HOMICÍDIO
CAPUT – HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES
§1° - HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO (COM CAUSA DE REDUÇÃO DE PENA)
§2° - HOMICÍDIO DOLOSO QUALIFICADO (INCLUINDO FEMINICÍDIO)
§2°A – REGRAS DE INTERPRETAÇÃO LEGÍTIMA DO FEMINICÍDIO
§2ºB – HOMICÍDIO MAJORADO PELA CONDIÇÃO DA VÍTIMA
§3º - HOMICÍDIO CULPOSO
§4º - MAJORANTES DO HOMICÍDIO CULPOSO E DOLOSO
§5° - EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE
§6° - MAJORANTE GRUPO DE EXTERMÍNIO
§7º - MAJORANTE DO FEMINICÍDIO
HOMICÍDIO – ART. 121
CONCEITO – ELIMINAÇÃO DE UMA VIDA HUMANA POR OUTRA PESSOA FÍSICA
BEM JURÍDICO TUTELADO – A VIDA HUMANA EXTRAUTERINA
SUJEITOS DO CRIME
SUJEITO ATIVO – É UM CRIME COMUM, QUALQUER PESSOA PODE PRATICAR
SUJEITO PASSIVO – QUALQUER PESSOA PODE SER VÍTIMA
CONSUMAÇÃO
OCORRE QUANDO A PESSOA MORRE EM RAZÃO DE AÇÃO OU OMISSÃO PRATICADA PELO AUTOR DO CRIME
HOMICÍDIO SIMPLES (art. 121, CAPUT, CP) – PENA DE 6 A 20 ANOS
É O HOMICÍDIO QUE NÃO SE ENQUADRA NAS SITUAÇÕES DE PRIVILEGIADO OU QUALIFICADO, NEM CONTABILIZA QUALQUER MAJORANTE
CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL
HOMICÍDIO – ART 121 CP
FIGURAS TÍPICAS DO HOMICÍDIO
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121, § 1º, CP)
É O HOMICÍDIO QUE OCORRE A PARTIR DE:
MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL –SITUAÇÃO FUNDAMENTAL PARA A COLETIVIDADE
MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL – SITUAÇÃO VALORADA PELO GRUPO SOCIAL DE QUE PARTICIPA O AUTORZ\\\\\\\\\\\\\\\\\\BXNC 
B) “Impelido por motivo de relevante valor moral”
É aquele que, em si mesmo, é aprovado pela ordem moral.
Obs.: quando reconhecida uma privilegiadora, é inadmissível, pelo mesmo motivo, admiti-la como atenuante (Art. 65, III, a, do CP).
C) “Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima”
A emoção deve ser intensa, violenta, etc.
A provocação deve justificar a repulsa do agente. Se a emoção, entretanto, for menor ou não for logo após a injusta provocação da vítima, não haverá constituição da privilegiadora, mas poderá ocorrer a atenuação genérica explicitada no dispositivo do art. 65, III, c, do CPB.
6. 2. Homicídio Qualificado (art. 121, § 2º, do CP)
Todos as modalidades presentes neste dispositivo são consideradas circunstâncias previstas na lei de crimes hediondos (art. 1º, I, lei 8072/90).
A) Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (art. 121, § 2º, I, do CP)
Na “paga” o agente recebe previamente a recompensa, que não é necessariamente dinheiro, pelo crime. Respondem pelo crime qualificado quem praticou a conduta e quem pagou ou prometeu a recompensa.
Os mandados gratuitos não qualificam o crime, tampouco eventuais benefícios concedidos a posteriori.
Segundo a jurisprudência do STJ, a vingança, por si, isoladamente, não é considerada motivo torpe.
B) Motivo Fútil (art. 121, § 2º, II, do CP)
C) Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum - MEIOS QUALIFICADORES (art. 121, § 2º, III, do CP)
A utilização de veneno só qualifica o crime, como meio insidioso, se for feita dissimuladamente, isto é, com estratagema, como cilada. Quando a vitima tem conhecimento, tratar-se-á de meio cruel.
A asfixia pode ser mecânica – enforcamento, afogamento, etc. – ou tóxica – quando há uso de gás asfixiante.
Atenção com o crime previsto no art. 1º, § 3º, 2º parte, da lei 9455/97.
D) À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido - MODOS QUALIFICADORES (art. 121, § 2º, IV, do CP.)
Não se configura a traição se a vítima presente a intenção do agente.
E) Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime – FINS DO CRIME (art. 121, § 2º, V, do CP)
É irrelevante que o autor do homicídio aja em interesse próprio ou alheio.
Não desaparece a qualificadora do homicídio, se for extinta a punibilidade do outro crime.
Para configurar a qualificadora é irrelevante que o homicídio tenha sido praticado antes ou depois do crime que se deseja assegurar, ou mesmo que o agente desse crime desista ou se arrependa de praticá-lo.
7. HOMICÍDIO DISCRIMINATÓRIO POR RAZÃO DE GÊNERO (art. 121, § 2º, VI, DO CP)
Elementos qualificadores do feminicídio – art. 121, § 2º - A, do CP
O sujeito ativo desse crime pode ser qualquer pessoa.
Já o sujeito passivo é, em regra, pessoa de sexo feminino. O substantivo mulher, entretanto, conforme explica Bitencourt, abrange, lésbicas, transexuais e travestis, que se identifiquem como parte do sexo feminino. Contudo, não se admite homossexual masculino.
8. MAJORANTES OU CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA (ART. 121, § 7º, DO CPB)
A) durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
B) contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
C) na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
D) em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
9. MAJORANTE PARA O HOMICIDIO CULPOSO (ART. 121, § 4º, CPB)
“Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício”
Aplica-se somente ao profissional.
10. PERDÃO JUDICIAL (ART. 121, § 5º, CPB)
O perdão judicial é um instituto mediante o qual a lei possibilita ao juiz deixar de aplicar a pena diante das existências de certas circunstâncias expressamente determinadas.
Deve haver, para sua configuração um vínculo afetivo de importância significativa.
Segundo a súmula 18 do Superior Tribunal de Justiça, “a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
QUALIFICADO (§2° , ART 121 CP)
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (FEMINCÍDIO) – VIDE § 2ª - E INCISOS
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:     (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:         (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)       (Vigência)
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos:       (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:      
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade;       (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.  
CULPOSO (§3° , ART 121 CP) - Pena - detenção, de um a três anos.
        
Aumento de pena
        § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestarimediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
OBERVAÇÃO IMPORTANTE – O AUMENTO DE PENA EM RELAÇÃO AO MENOR DE 14 ANOS NÃO PODE SER APLICADO EM RAZÃO ART 121 §2B – APENAS PODERÁ SER APLICADO O AUMENTO (HOMICÍDIO MAJORADO
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE)
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (HOMICÍDIO MAJORADO)
MAJORANTES
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:      ]]]
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se (TRIBUNAL DO JURI – CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA) ou a praticar automutilação (julgamento no juízo de primeiro grau – CRIME DOLOSO CONTRA A INTEGRIDADE FÍSICA) ou prestar-lhe auxílio material para que o faça (DEPENDE – PODE SER O SUÍCIDIO OU PARA A AUTOMUTILAÇÃO):  
IMPORTANTE 1 –se houver resultados de lesão corpora grave ou gravíssima (PENA 1 A 3 ANOS) – SE CONSUMADA A MORTE (pena de 2 a 6 anos) – qualificadoras
IMPORTANTE 2 – QUANDA A PENA É DUPLICADADA – O CRIME MAJORADO
IMPORTANTE 3 – O INDUZIMENTO DE SUICÍDIO OU RESPECTIVA DE MENOR DE 14 ANOS OU PESSOA COM VULNERABILIDADE SERÁ RECONHECIDO COMO HOMICÍDIO OU LESÃO CORPORAL, RESPECTIVAMENTE
INFANTICÍDIO
        Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
ABORTO 
124. PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSENTIMENTO - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque - Pena - detenção, de um a três anos.
125. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO – Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:- Pena - reclusão, de três a dez anos.
126. ABORTO COM CONSENTIMENTO DA GESTANTE – Provocar aborto com o consentimento da gestante - Pena - reclusão, de um a quatro anos.
OBSERVAÇÃO I: aplica-se o crime do art. 125 se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
OBSERVAÇÃO II - Forma qualificada – se houver lesão corporal grave, as penas são duplicadas.
PERMISSÃO DO ABORTO – EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO (ART. 128 CP)
FEITO POR MÉDIO PARA SALVAR A GESTANTE
QUANDO A GRAVIDEZ É PRODUTO DE ESTUPRO, COM CONSENTIMENTO DA GESTANTE OU REPRESENTANTE LEGAL
QUANDO O FETO OU EMBRIÃO FOR ANENCÉFALO

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