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HOMICÍDIO • SIMPLES – PENA RECLUSÃO, 6 A 20 ANOS • PRIVILEGIADO o Pena – diminuição de 1/6 a 1/3 o Relevante valor social ou moral o Domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima • QUALIFICADO – PENA RECLUSÃO DE 12 A 30 ANOS o I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; o II - por motivo fútil; o III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; o IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; o V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime o VI – feminicídio → § 2º- A define o que são razões da condição do sexo feminino (violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher). o VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. o VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido o IX - contra menor de 14 (quatorze) anos • CAUSAS DE AUMENTO DE PENA o § 2º-B – aumento de pena nos crimes de homicídio contra menor de 14 anos ▪ 1/3 até metade se o menor de 14 anos tiver deficiência ou doença que implique vulnerabilidade ▪ 2/3 se o autor tiver autoridade sobre a vítima – ascendente, padrasto, madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor, empregador. o § 6o – 1/3 até metade: milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. o § 7o - 1/3 até metade para feminicídio ▪ Durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto ▪ Mulher maior de 60 anos, com deficiência ou com doenças degenerativas. ▪ Na presença física e virtual de ascendente ou descendente ▪ Em violação a medida protetiva de urgência • CULPOSO o § 3º - PENA DETENÇÃO, DE UM A TRÊS ANOS. o § 4º - aumento de pena do homicídio culposo (1/3) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. o § 4º - se o homicídio é doloso e praticado contra menor de 14 anos ou maior de 60, aumenta-se a pena em 1/3. o § 5º - perdão judicial. Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. - Eliminação da vida humana causada por outro ser-humano. - Tipo básico (caput). - Crime comum, material, comissivo (depende de ação), instantâneo, unissubjetivo e plurissubsistente. - Forma omissiva apenas como omissão imprópria (posição de garantidor – ex: pai que, na qualidade de garantidor de seu filho recém-nascido, almejando a sua morte, não lhe fornece a alimentação necessária à sua sobrevivência). - Materialidade do crime: art. 158 do CPP (Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.) e importância da cadeia de custódia (arts. 158-A a 158-F). - O que é morte? A Lei 9.434/97 estabeleceu constituir a morte, para efeito de transplante de órgãos, a interrupção da atividade encefálica. - Vida: a partir do início do parto, com o rompimento do saco amniótico e a viabilização da vida extrauterina. → a depender da situação, pelo critério de especialidade, o crime será o de infanticídio. - Objeto material: pessoa. - Bem jurídico protegido (objeto jurídico): vida. - Homicídio praticado por xipófagos (irmãos siameses). - Elemento subjetivo: dolo (animus necandi) • Em qualquer de suas espécies: direto (de primeiro ou segundo grau) ou eventual, aplicáveis inclusive às qualificadoras. - Admite tentativa. • O agente precisa possuir o animus necandi e não conseguir obter o resultado pretendido por fatores alheios a sua vontade. - Meios: podem ser múltiplos • Diretos: os possuidores de força e eficácia para, por si sós, causarem a morte; Ex: disparo de arma de fogo, a esganadura etc. • Indiretos: os dependentes de outra causa para que o resultado seja atingido; Ex: ataque de animais açulados pelo dono, loucos estimulados. • Materiais: aqueles que atingem a integridade física do ofendido; Ex: mecânicos, químicos, patológicos. • Morais ou psíquicos: os que atuam por meio da produção de um trauma psíquico na vítima, agravando doença já existente, que a leva à morte, ou provocando-lhe reação orgânica, que a conduza à enfermidade e, desta, à morte; Ex: o susto, o medo, a emoção violenta. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Causa de diminuição de pena, em virtude do menor juízo de censura que recai sobre a conduta do agente que atua amparado por uma dessas motivações. - Motivo relevante: necessária a demonstração da relevância do motivo evocado pelo autor. Não deve ser banalizada. • Relevante valor moral – interesse particular, contexto que diz respeito à situação particular do autor. Ex: filha que comete eutanásia da mãe em estado terminal e de sofrimento intenso. Pai que mata o estuprador do filho. • Relevante valor social – interesse coletivo, dotado de relevância e impacto social para além da individualidade. Ex: matar alguém que tem o plano de sabotar uma usina nuclear, matar um serial killer que aterroriza uma cidade e é deixado impune pelas autoridades. • O polêmico exemplo do homicídio de um político corrupto (Rogério Greco). - Domínio total de violenta emoção + logo após + injusta provocação da vítima • Domínio do ânimo, com reação imediata e violenta. • Análise da participação da vítima. • O sujeito está dominado pela excitação dos seus sentimentos (ódio, desejo de vingança, amor exacerbado, ciúme intenso) e foi injustamente provocado pela vítima, momentos antes de tirar-lhe a vida. • Interessa o lado psicológico do autor. • Comparação com a atenuante do art. 65, III, c, CP (c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;) - Ciúmes por si só não caracteriza relevante valor moral ou domínio de violenta emoção, assim como também não caracteriza por si só motivo torpe ou fútil. - Premeditação só é compatível com relevante valor social ou moral, não com a violenta emoção. - O juiz DEVE reduzir a pena caso seja reconhecida a privilegiadora em júri, podendo variar apenas o montante da redução, devendo sempre fundamentar com base na análise do caso e dos autos. - Incomunicabilidade da circunstância privilegiadora, mas possibilidade de concurso de pessoas. Exemplos: Um pai mata o estuprador da filha com a ajuda de um pistoleiro (a privilegiadora valerá apenas para o pai). Duas mães matam um homem que espancou os filhos de ambas (a privilegiadora se aplica às duas, pois ambas possuem relevante valor moral). HOMICÍDIO QUALIFICADO: Pena: reclusão, de doze a 30 anos. MODOS, MEIOS, MOTIVOS E FINS. Objetivas (modos e meios) e subjetivas (motivos e fins). Ao todo, são 9 as qualificadoras: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossívela defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IX - contra menor de 14 (quatorze) anos. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; Motivo torpe é gênero, e as expressões de torpeza são espécie → a legislação traz como exemplo paga ou promessa de recompensa. Interpretação analógica (ou por outro motivo torpe). Motivo vil, repugnante, abjeto, moralmente reprovável, que causa repulsa social. Homicídio mercenário – busca algum tipo de compensação pelo crime cometido, ganância. Comporta autoria mediata – figura do mandante. Qualquer tipo de recompensa (não só dinheiro ou bens materiais) → recompensa moral (status), sexual, etc. O autor não precisa nem receber a recompensa para que se configure o motivo torpe. Violação do sentimento comum de ética e justiça. A vingança por si só não caracteriza motivo torpe. Motivo torpe e dívida – tem que ser dívida significativa. Exemplos: Homicídio para receber um prêmio de seguro ou apressar a posse de uma herança. Homicídio para eliminar um coerdeiro. Homicídio para eliminar um credor inoportuno. Homicídio do cônjuge com o propósito de iniciar o relacionamento com o marido ou a esposa sobrevivente. II - por motivo fútil; Pouca importância, completamente desproporcional à natureza do crime praticado. Descompasso entre a motivação e a gravidade do crime praticado. Atitude mesquinha. Ausência de motivo não caracteriza motivo fútil – é preciso conhecer a motivação (divergência doutrinária). Em caso de embriaguez, deve-se analisar o tipo de embriaguez e o contexto do crime para inferir a possibilidade de qualificar o motivo como fútil. Exemplo: Matar porque a vítima não riu de uma piada feita pelo autor. Matar após ser ultrapassado no trânsito. III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Interpretação analógica (ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum). Três situações possíveis: Meio insidioso: estrategema, perfídia, fraude para a vítima não perceber o crime. Meio cruel: que causa intenso e desnecessário sofrimento físico e mental. Que possa resultar perigo comum: expõe um número indeterminado de pessoas à situação de probabilidade de dano. Veneno Substância de origem química ou biológica capaz de provocar a morte quando introduzida no corpo humano. Fogo Resultado de combustão de produtos de qual ocorrem calor e luz. Explosivo Produto com capacidade de destruir objetos em geral, com detonação ou estrondo. Asfixia Supressão da função respiratória por origem mecânica ou tóxica Mecânica: afogamento, soterramento, esganadura, estrangulamento, enforcamento. Tóxico: uso de gás tóxico Tortura Como meio para o cometimento do homicídio ≠ tortura qualificada pelo resultado morte (crime preterdoloso) Tortura segundo a Convenção da ONU Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes: “Designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com seu consentimento ou aquiescência.” IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Interpretação analógica (ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido). Traição da confiança da vítima no agente, ataque pelas costas, sem previsibilidade. Tocaia, emboscada: surpreender a vítima sem que esta possua desconfiança de que será vitimizada naquele momento. Dissimulação: o agente provoca a proximidade e faz nascer o sentimento de confiança, que não preexistia, para então cometer o crime contra a vítima. Existência anterior de ameaça de morte, por si só, não exclui a possibilidade dessa caracterizadora. Ex: esconder-se do lado de fora do trabalho da vítima e assassiná-la na saída. Aproximar-se de uma rica senhora, cultivar com ela uma amizade com o fim de matá-la para apropriar-se de seus bens. V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Nessa qualificadora, o homicídio sempre tem conexão com outro crime. Dolo específico de cometer o homicídio para alcançar outro resultado. Torpeza específica. Conexão teleológica: homicídio é praticado para assegurar a execução de outro crime. Ex: matar o segurança para roubar um banco. Conexão consequencial: o homicídio é cometido par assegurar a ocultação, impunidade ou a vantagem de outro crime. Ex: queima de arquivo (matar alguém para evitar que ele denuncie um crime que testemunhou). Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Inovação da Lei 13.104/2015. Sempre houve tutela acerca da morte violenta de mulheres – nomeação da violência. Contexto latino-americano – Ciudad Juarez. Brasil: 16º país a criminalizar a conduta na região. Espiral de violência. Tramitação do projeto de lei e diferenças na sua redação – expressão “gênero”. Projeto de Lei nº 292/2013 Texto aprovado pelo Senado e pela Câmara Norma penal em vigor, alterada por uma emenda de redação § 7º Denomina-se feminicídio à forma extrema de violência de gênero que resulta na morte da mulher quando há uma ou mais das seguintes circunstâncias: I – relação íntima de afeto ou parentesco, por afinidade ou consanguinidade, entre a vítima e VI - contra a mulher por razões de gênero: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de gênero quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm#art1 o agressor no presente ou no passado; II – prática de qualquer tipo de violência sexual contra a vítima, antes ou após a morte; III – mutilação ou desfiguração da vítima, antes ou após a morte: Pena - reclusão de doze a trinta anos. § 8º A pena do feminicídio é aplicada sem prejuízo das sanções relativas aos demais crimes a ele conexos. (NR)” II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; I - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presençade descendente ou de ascendente da vítima; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; I - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima; Norma explicativa: § 2o-A § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar → Art. 5º da Lei 11.340/2006. II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Discriminação de gênero. Misoginia e desigualdade. Diversas formas de expressão da violência e do desprezo em relação às mulheres. Exemplo: estupro seguido de feminicídio, feminicídio de uma colega de trabalho promovida. Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Possui sujeito passivo determinado (mulher), mas não sujeito ativo determinado (tem autoria comum – remeter ao parágrafo único do art. 5º da LMP). Abrange mulheres trans e travestis – embora não haja previsão específica em lei, a interpretação do ordenamento e diversas decisões judiciais e jurisprudenciais autorizam a proteção da população transfeminina. ADPF 779 – Inconstitucionalidade do uso da tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio. Tópico de debate para a próxima aula: a qualificadora do feminicídio ela é objetiva ou subjetiva? É possível o homicídio qualificado-privilegiado nesses casos? CAUSA ESPECÍFICA DE AUMENTO DE PENA DO FEMINICÍDIO: § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Inovação da Lei 13.142/2015. Contra: Art. 142: Membros das forças armadas, compostas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica. Art. 144: das forças de segurança pública → • I - polícia federal; • II - polícia rodoviária federal; • III - polícia ferroviária federal; • IV - polícias civis; • V - polícias militares e corpos de bombeiros militares; • VI - polícias penais federal, estaduais e distrital; • § 8º guardas municipais. E além disso, integrantes do sistema prisional (policiais penais) e da Força Nacional de Segurança Pública. Cônjuge, companheiro ou parentes consanguíneos até o terceiro grau (pais, avós bisavós, filhos, netos, bisnetos). Vale para filhos adotivos? – parente “consanguíneo” e analogia in malam partem. A situação já poderia ser considerada motivo fútil ou torpe, mas houve a escolha legislativa de explicitar o repúdio à violência contra esses grupos. A agressão ocorre quando o profissional está no exercício da função (momento) ou em decorrência dela (seja para ele próprio, seja para familiar). NÃO VALE para profissional aposentado. VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Pacote Anticrime – vetado pelo presidente, mas o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional. Uso restrito ou proibido – determinado por portarias e decretos conexos ao Estatuto do Desarmamento O que significava cada expressão? – Decreto 3.665/2000 (arts. 16 e 17), Decreto nº 5.123/2004 (arts. 10 e 11) e Decreto 9.493/2018 (art. 16). • Uso permitido: aquelas que podem ser utilizadas por pessoas físicas em geral, com a devida autorização de compra e acompanhamento do Exército; • Uso restrito: produtos controlados pelo Exército que só podem ser utilizados pelas Forças Armadas ou, autorizadas pelo Exército, algumas Instituições de Segurança, pessoas jurídicas habilitadas e pessoas físicas habilitadas; • Uso proibido: caiu em desuso ao longo do tempo, mas era usado para definir armas que não poderiam ser utilizadas ou mantidas de forma nenhuma (armas químicas, simulacros, armas de fogo dissimuladas). Entre 2019 e 2021, mudanças significativas: Decreto 3.665/2000 → Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004. → Revogado pelo Decreto nº 9.785, de 2019. → Revogado pelo Decreto nº 9.844, de 2019 → Revogado pelo Decreto nº 9.847, de 2019 → Revogado em partes pelo Decreto nº 10.630, de 12 de fevereiro de 2021. Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019 → regulamento de produtos controlados pelo comando do Exército (traz mais previsões sobre armas de fogo de uso restrito e proibido – Art. 3º do Anexo I) – Anexos não foram revogados ainda. ADIs 6139, 6466, 6675, 6676, 6677, 6680 e 6695 e outras. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2 Atenção! O Decreto nº 11.366/2023 revogou a maior parte dos decretos de armas do governo Jair Bolsonaro, que ampliavam o rol de armamentos permitidos e determinou um grupo de trabalho para, em 60 dias, elaborar novo regulamento para o Estatuto do Desarmamento. Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: Lei Henry Borel – lei que cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente, não é uma lei essencialmente penal, mas possui uma estrutura similar à Lei Maria da Penha. Poucas análises sobre a Lei em si e jurisprudência quase inexistente. CAUSA ESPECÍFICA DE AUMENTO DE PENA: § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência QUALIFICADORAS OBJETIVAS QUALIFICADORAS SUBJETIVAS III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recursoque dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; II - por motivo fútil; VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino? https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art34 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art34 PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. SUSTENTAÇÃO ORAL. IMPOSSIBILIDADE. HOMICÍDIO QUALIFICADO. QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO. BIS IN IDEMCOM O MOTIVO TORPE. AUSENTE. QUALIFICADORAS COM NATUREZAS DIVERSAS. SUBJETIVA E OBJETIVA. POSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Evidencia-se que a sedimentada orientação desta Corte é firme no sentido de que não é cabível sustentação oral no julgamento de agravo regimental, em observância, notadamente, aos arts. 159, IV, e 258, ambos do RISTJ. 2. Nos termos do art. 121, § 2º-A, II, do CP, é devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos casos em que o delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, possuindo, portanto, natureza de ordem objetiva, o que dispensa a análise do animus do agente. Assim, não há se falar em ocorrência de bis in idemno reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio, porquanto, a primeira tem natureza subjetiva e a segunda objetiva. 3. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no HC 440945 / MG 2018/0059557-0, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO (1159), Data do Julgamento: 05/06/2018, Data da Publicação: 11/06/2018, T6 - SEXTA TURMA) Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. Diferente elemento subjetivo Tipo aberto: várias modalidades de culpa – violação do dever objetivo de cuidado. Previsibilidade do resultado + ânimo do agente. Imprudência, negligência ou imperícia. Culpa consciente e inconsciente. Art. 18, parágrafo único: alvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1 aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Aumento de 1/3. Para o homicídio culposo: • Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício → a pessoa conhece a regra e não a aplica, é ≠ da imperícia. • Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. • Se fica claro para o agente que a morte foi imediata, não incidirá a causa de aumento. • Se o agente não pode prestar socorro sem pôr em risco sua própria vida (exemplo: ser ameaçado de linchamento pela população em volta) não incide o aumento de pena. Para o homicídio doloso: • Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. • Nesse caso, importante observar o non bis in idem – ex. qualificadora da Lei Henry Borel e causa de aumento de pena da qualificadora de feminicídio. ATENÇÃO! HOMICÍDIO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR É CRIME ESPECÍFICO PREVISTO NO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008) § 2o (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) § 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art121%C2%A74 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#art302%C2%A72 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#art302%C2%A71 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11705.htm#art9 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#art302%C2%A72 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13281.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art3 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13546.htm#art6 PERDÃO JUDICIAL § 5º - Na hipótesede homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Perdão judicial – causa de extinção da punibilidade. Pode = deve → direito subjetivo do autor. Súmula 18 – STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.” ≠ de perdão do ofendido. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) Aplicável ao homicídio simples e ao homicídio qualificado, mas é uma causa de aumento de pena! Ler no livro do Rogério Greco. • Milícia privada: grupo paramilitar não oficial, cujos membros atuam ilegalmente, com o emprego de armas, com estrutura semelhante à militar. Seus membros podem estar vinculados também às forças militares oficiais e utilizam as técnicas e táticas policiais oficiais por elas conhecidas, a fim de executarem seus objetivos anteriormente planejados. • Grupo de extermínio: agrupamento de pessoas voltado a eliminar seres humanos por razões variadas. Quantas pessoas são necessárias? • Duas pessoas (tráfico – art. 35, Lei 11.343/2006)? • Três pessoas (associação criminosa – art. 288, CP)? • Quatro pessoas (organização criminosa – art. 1.º, § 1.º, Lei 12.850/2013)? • Constituição de milícia privada (art. 288-A – não há número mínimo)? Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) Reformulação total do tipo penal em 2019 – maior discussão acerca da saúde mental. Adicionou a automutilação. Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6416.htm#art121%C2%A75 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2 Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. CONDUTAS: • Induzir – persuadir, fazer nascer a ideia • Instigar – reforçar, incentivar ideia já existente • Prestar auxílio material – auxiliar alguém a praticar suicídio ou automutilação Alguém = pessoa determinada ou determinável. Se induz um número indeterminado de pessoas, é fato atípico. Tipo misto alternativo – crime com única conduta Crime formal/ de mera conduta – a pessoa afetada não precisa nem chegar à tentativa Automutilação deve ser julgado em Tribunal do Júri? FORMAS QUALIFICADAS: Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima: § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Se resulta morte: § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Cenários de cometimento do delito: O agente comete a conduta e nada ocorre Crime consumado simples Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. O agente comete a conduta e disso decorre lesão corporal leve na vítima Crime consumado simples Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. O agente comete a conduta e disso decorre lesão corporal grave ou gravíssima na vítima (FORMA QUALIFICADA) Crime consumado qualificado Art. 122, § 1º Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. O agente comete a conduta e disso decorre a morte da vítima (FORMA QUALIFICADA) Crime consumado qualificado Art. 122, § 2º Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. CAUSAS ESPECÍFICAS DE AUMENTO DE PENA: § 3º A pena é duplicada: I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. DUPLICADA (x2): se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil se a vítima tem sua capacidade de resistência diminuída § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. AUMENTADA ATÉ O DOBRO: Se a conduta é realizada por meio da internet, rede social ou transmitida em tempo real § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. METADE: Se o agente é líder ou coordenador de grupo ou rede virtual DESCLASSIFICAÇÃO DAS CONDUTAS: § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. Quando o agente é menor de 14 anos, inimputável ou não pode oferecer resistência: Se resulta lesão corporal grave ou gravíssima: responde pela lesão corporal de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) Se resulta morte: homicídio simples (art. 121) Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: (...) § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Critério de especialidade – crimes contra a vida Segundo a doutrina majoritária: • Crime próprio tanto para vítima quando para autor – parturiente e filho da parturiente • Admite coautoria e participação Vida extrauterina – a partir do rompimento do saco amniótico Estado puerperal – Critério fisiopsíquico Não há inimputabilidade, mas sim DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE. Não basta o estado puerperal, é preciso que seja demonstrado o nexo causal entre o esse estado e a conduta que provoque a diminuição da capacidade. Não tem período definido, depende do tempo desde o parto e do ânimo da parturiente → Perícia médica. Se a mãe mata seu filho de forma culposa, NÃO HÁ INFANTICÍDIO! Pode haver homicídio culposo e abre-se a possibilidade do perdão judicial. Aborto Interrupção voluntária da gestação, com a morte do produto da concepção → vida intrauterina. O Código Penal cuida do aborto considerado ilícito e do aborto legal. O abordo acidental e o aborto natural não são abrangidos pelo tipo penal incriminador. ADI 3510 → Pesquisa com células tronco. Discussão do STF sobre o início da vida. Três modalidades de aborto: • Provocado pela gestante (autoaborto) ou com seu consentimento. • Provocado por terceiro com o consentimento da gestante. • Provocado por terceiro sem o consentimento da gestante. A diferença reside na autoria e no consentimento para o ato. Deve haver conhecimento da condição de gestante. Se o feto já estiver morto no momento do aborto, trata-se de crime impossível. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocaraborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) Pena - detenção, de um a três anos. Crime próprio ou de mão própria? – só a gestante pode fazer o autoaborto ou consentir. Sujeito passivo: feto. Crime material e doloso – admite tentativa. O consentimento deve existir e permanecer durante todo o iter criminis. Em caso de gêmeos → concurso formal de crimes (art. 70, CPB). Aborto provocado por terceiro PODE SER COM OU SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE • Diferentes bens jurídicos em jogo • Arts. 125 e 126 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Crime comum → pode ser praticado por qualquer pessoa. Vítimas: mãe e feto → por isso a pena maior. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) Pena - reclusão, de um a quatro anos. Vítima: apena o feto. É possível concurso de pessoas no crime de aborto? SIM! Admite partícipe – pessoa a quem a gestante consente e que induz/ajuda. http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 Exemplo: o casal busca realizar uma interrupção voluntária da gravidez e consumam o ato com a ajuda de um médico. Os dois respondem pelo crime do art. 124, ela como autora e ele como partícipe, já o médico responde pelo crime do art. 126. QUANDO A GESTANTE NÃO É CAPAZ/PERMISSÃO PARA CONSENTIR O ABORTO → VULNERABILIDADE PRESUMIDA → CONSIDERA-SE ABORTO COM O CONSENTIMENTO Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Aplica-se a pena do Art. 125 (reclusão, de três a dez anos) quando a vítima for: • Menor de 14 anos • Alienada ou débil mental (regime de incapacidades do código civil) • Fraude, grave ameaça ou violência para obtenção do consentimento Forma qualificada → na verdade é uma causa de aumento de pena Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Válido apenas para o aborto cometido por terceiro com ou sem o consentimento da vítima (arts. 125 e 126). 1/3 = LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE DUPLICADA = MORTE CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE – ABORTO LEGAL Necessidade de ser praticado por médico Não precisa de autorização judicial Analogia in bonam partem Norma Técnica: Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de Vestígios (2015) - https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_pessoas_violencia_ sexual_norma_tecnica.pdf Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto necessário http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto necessário ou terapêutico. Quem decide é o médico, que opta por salvar a vida da mãe. Estado de necessidade do médico Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Aborto humanitário/sentimental. Consentimento da gestante ou de seu representante legal, quando incapaz. Lei Nº 12.845/2013 – Lei do Minuto Seguinte Analogia in bonam partem para vítimas de crimes sexuais. Exercício regular de direito da gestante. Não requer nem a instauração de qualquer procedimento policial ou qualquer denúncia pelo MP. APDF 54 – ABORTO DE ANENCÉFALOS Praticado por médico Depende de consentimento da gestante. O fato nem chega a ser típico (atipicidade formal e material). Questões específicas: - Lesão corporal qualificada pelo resultado aborto ou o delito de aborto? - Morte de gestante no trânsito.
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