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ABORDAGEM-E-TRATAMENTO-DE-OSTOMIAS-FERIDAS-E-QUEIMADURAS-3

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Faculdade de Minas 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM E TRATAMENTO DE 
OSTOMIAS, FERIDAS E QUEIMADURAS 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 4 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5 
ESTOMATERAPIA ..................................................................................................... 7 
QUANTO À EVOLUÇÃO E POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES ...................................... 8 
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO COM ESPECIALIDADE EM 
ESTOMATERAPIA... ................................................................................................ 10 
EQUIPAMENTOS COLETORES ............................................................................. 11 
AQUISIÇÃO, CONTROLE E DISTRIBUIÇÃO .......................................................... 14 
CUIDADOS COM A OSTOMIA ................................................................................ 15 
FERIDAS .................................................................................................................. 20 
CLASSIFICAÇÃO DA FERIDA ................................................................................ 20 
MORFOLOGIA ......................................................................................................... 23 
MENSURAÇÃO DA FERIDA ................................................................................... 24 
CICATRIZAÇÃO DA FERIDA .................................................................................. 25 
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO ..................................................................................... 26 
FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO .................. 27 
COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS ............................................ 27 
CONDIÇÕES IDEAIS PARA O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO.......................... 28 
ESTADO NUTRICIONAL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO ............................ 29 
DESBRIDAMENTO DA FERIDA .............................................................................. 29 
AVALIAÇÃO DAS FERIDAS .................................................................................... 30 
LIMPEZA DA FERIDA .............................................................................................. 33 
PELE AO REDOR DA LESÃO ................................................................................. 33 
A ESCOLHA DO CURATIVO ................................................................................... 34 
QUEIMADURAS ...................................................................................................... 37 
TRATAMENTO DO PACIENTE QUEIMADO ........................................................... 38 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE QUEIMADO ........................... 40 
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 44 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
 
INTRODUÇÃO 
O paciente ao passar por uma estomia, se vê diante de diversas 
modificações do contexto físico, psicológico, espiritual, social e sexual, fato que é 
capaz de provocar consideráveis limitações em seu cotidiano. A saúde, em sua 
visão holística, enfoca a necessidade de atenção do paciente estomizado voltada 
para a representação desse estoma para a sociedade, uma vez que é muito 
complicado para o indivíduo enfrentar o preconceito de pessoas que não costumam 
conviver com estomizados. Frente esse contexto, a maior parte dos paciente 
sentem-se mutilados após a cirurgia, e vivem em um período de luto com o próprio 
corpo. Diversos fatores influenciam o autocuidado do paciente, bem como a adesão 
e motivação para o tratamento, conhecer esses fatores é fundamental para a 
compreensão dos desafios do processo de cuidar em estomaterapia. 
A assistência prestada a pacientes estomizados vem sendo cada vez mais 
enfocada na área de Enfermagem, uma vez que o enfermeiro é responsavel pelo 
tratamento do estoma. Este possui um papel extremamente relevante em ações de 
educação em saúde, garantindo que o paciente compreenda seu quadro e se 
adapte a ele, auxiliando também na sua autonomia perante o auto cuidado. 
Pacientes queimados manifestam dor intensa e grande impacto emocional, fatores 
estes que interferem em sua recuperação. É preciso que o profissional de 
enfermagem possua conhecimento sobre a etiologia da queimadura, para decidir as 
medidas e intervenções terapêuticas a serem adotadas, direcionando os cuidados 
da equipe, assegurando, assim, melhora e evolução do paciente. A gravidade da 
queimadura está diretamente relacionada com sua extensão e profundidade da 
lesão gerada no organismo. 
Pacientes portadores de feridas necessitam de uma assistência de 
enfermagem que não esteja restrita à lesão cutânea, mas que contemple ações 
voltadas para as dimensões biológicas, sociais e psicológicas desses indivíduos. É 
necessário ter uma visão holística do paciente, da área lesionada até os fatores 
sistêmicos e psicossociais que podem alterar o processo de cicatrização. Desse 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
modo, visando suprir todas as necessidades de saúde e de doença do paciente, é 
fundamental o uso de tecnologias que contemplem a integralidade do cuidado de 
enfermagem. 
Vídeos de Apoio 
 
Com o intuito de contribuir mais um pouco para a apreensão do seu 
conhecimento acadêmico, de forma didática e também prática, alguns links de 
vídeos serão disponibilizados no decorrer desta apostila. Assim, antes de iniciar a 
leitura deste material didático, será necessário acessar e assisti-los. 
Para tanto, tenha toda sua atenção voltada para esse momento e, se sentir 
necessidade, retome a leitura ou mesmo assista novamente ao vídeo. 
 
 Vídeo 1: OSTOMIA: O que é? Tipos? Dicas para ostomizados 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=zSphSYd0DCE > 
Sinopse: “ostomia” ou “estomia” consiste na criação de um canal que desvia o 
conteúdo de uma cavidade natural do corpo (como o tubo digestivo, trato urinário ou 
trato respiratório) para o meio externo, através de uma abertura na parede, para 
˜encurtar” o trajeto. Eles podem ter diferentes finalidades conforme o órgão que foi 
criado esse trajeto. Podem ajudar a respirar, no caso das traqueostomias, a colocar 
alimentos no caso de gastro ou jejunostomia e para drenar líquidos biológicos, como 
cistostomia, ileostomias ou colostomias. 
 Vídeo 2: Aulão da Saúde | Enfermagem:Tudo sobre feridas! 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=Je5fEAOq0f8 > 
Sinopse: no vídeo as professoras Renata Rocha e Marina Sandrele abordam 
sobre a classificação das feridas, cicatrização e coberturas. 
 
 Vídeo 3: QUEIMADURAS: Classificação, cuidados e tratamento PARTE 
01 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=TWHKZl3tz2k > 
https://www.youtube.com/watch?v=zSphSYd0DCE
https://www.youtube.com/watch?v=Je5fEAOq0f8
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
Sinopse: a queimadura é um dos acidentes domésticos mais frequentes nas 
cidades brasileiras, por isso o enfermeiro deve saber classificar a queimadura, 
conforme a profundidade e a área da superfície corporal atingida. Nesse vídeo você 
será capaz de identificar o grau da queimadura, classificar quanto a profundidade, 
aprender sobre anatomia e formação da bolha na queimadura, reconhecer o 
tratamento e os cuidados de enfermagem a queimados. 
ESTOMATERAPIA 
 Os termos estoma, estomia, ostomia e ostoma possuem origem grega, 
estas possuem como significado “abertura” ou “boca”, sendo usadas para 
demonstrar a exteriorização de qualquer víscera corporal oca. A denominação dos 
estomas é realizada conforme o segmento exteriorizado, como por exemplo: no 
intestino delgado (íleo)- ileostomia, na traqueia- traqueostomia. A técnica consiste 
na abertura de um órgão através de ato cirúrgico, formando uma boca que passa a 
ter contato com o meio externo para eliminações de dejetos, secreções, fezes e/ou 
urina (SANTOS; SAWAIA, 2000). 
As causas que levam à realização de uma ostomia são diversas, sendo as 
mais comuns as doenças congênitas, os traumatismos, as doenças inflamatórias, os 
tumores e o câncer intestinal. De acordo com a etiologia da doença, o médico 
determina a realização de uma ostomia temporária ou definitiva. As ostomias 
temporárias são realizadas para proteger uma anastomose, tendo em vista o seu 
fechamento num curto espaço de tempo. As ostomias definitivas são realizadas 
quando não há a possibilidade de restabelecer o trânsito intestinal, os pacientes 
com esse tipo de estoma necessitam de apoio contínuo uma vez que seus 
problemas são duradouros e cíclicos (GEMELLI; ZAGO, 2002). 
A formação específica de profissionais é essencial para a assistência ao 
ostomizado, neste contexto em 1950 surgiu nos Estados Unidos, a especialidade de 
estomaterapia. O estomaterapeuta é o enfermeiro que possui conhecimento, 
treinamento e habilidade para prestar cuidados aos ostomizados, portadores de 
fístulas, feridas crônicas e agudas e incontinência urinária e fecal. A formação do 
 
 
 
 
 
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estomatoterapeuta está regulamentada pela International Association for 
Enterostomal Therapis (CEZARETI; GUIDI, 1994) 
Quanto à evolução e possíveis complicações 
Evolução esperada: nos primeiros dias após a cirurgia, o estoma pode 
apresentar edema, regredindo com o passar do tempo. O estoma é vermelho ou 
rosa vivo similar à mucosa do interior da boca, a pele periestomal (pele em volta do 
estoma) deve permanecer lisa, sem lesões ou ferimentos. Como o estoma não 
contém terminações nervosas, o paciente não sente dor ao tocá-lo, porém pode 
apresentar um pequeno sangramento. Realizada a estomia, o organismo passa por 
uma adaptação, a consistência das fezes e a frequência da evacuação mudarão em 
cerca de 30 dias após a cirurgia. 
Possíveis Complicações: as possíveis complicações do estoma são referentes a 
vários fatores, como por exemplo: alimentação, idade, esforço físico precoce, 
técnica cirúrgica inadequada, infecções, deficiência no autocuidado e localização 
inadequada do estoma. As complicações físicas do estoma são classificadas 
conforme o período, contando a partir da intervenção cirúrgica. As imediatas 
aparecem nas primeiras 24 horas de pós-operatório, precoces surgem entre o 1º e 
7º dia no pós-operatório (pós-operatório mediato), e as tardias, se manifestam após 
a alta hospitalar. Os tipos de complicações mais comuns são os seguintes: 
Abscesso: pode surgir no estoma ou no orifício de exteriorização da alça intestinal. 
Geralmente causada por fungos ou germes anaeróbicos, podendo ser decorrente, 
ou não, de isquemia parcial do estoma. Já a infecção que ocorre ao redor do 
estoma pode acometer todo o trajeto da parede abdominal, normalmente devido 
contaminação no momento da passagem da alça pelo trajeto ou da contaminação 
no período da manutenção. 
Dermatite: pode ocorrer devido contato com efluente ou produtos usados na pele 
periestomal. Esses agentes provocam distúrbios nos mecanismos de defesa da 
pele, possibilitando a penetração de substâncias nocivas e desenvolvendo processo 
inflamatório. A dermatite alérgica pode acontecer pela aplicação de produtos 
contínuos ou errôneos nos cuidados com estomas, que podem acarretar uma 
reação. As causas mais comuns de dermatite por trauma mecânico incluem técnicas 
 
 
 
 
 
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de limpeza ou retirada traumática do dispositivo, fricção ou pressão continua de 
dispositivos mal adaptados, ou troca frequente de bolsa coletora. 
Edema: ocorre devido mobilização da alça intestinal, por trauma local, 
especialmente pela passagem ao longo de um trajeto estreito da parte abdominal 
para exteriorização da alça. A sua evolução deve ser acompanhada, pois pode 
gerar necrose, por redução da irrigação sanguínea. 
Estenose: normalmente aparece no terceiro mês de pós-operatório, quando há um 
estreitamento da luz do estoma, observada no nível cutâneo e na fáscia. Na fase 
inicial observa-se fezes afiladas, ocorrendo dificuldade crescente para eliminar o 
conteúdo intestinal, podendo levar a quadro de sub-oclusão. A correção poderá 
necessitar de tratamento cirúrgico. 
Foliculite: causada pela remoção traumática dos pelos da região periestomal ou 
remoção inadequada da bolsa, provocando lesão ou inflamação na epiderme ao 
redor do folículo piloso. 
Varizes periestomais: ocorrem com a dilatação das veias cutâneas ao redor do 
estoma de cor roxo-azulado em pessoas ostomizadas, portadores de cirrose e 
hipertensão portal. 
Hemorragia: pode ocorrer nas primeiras horas após a confecção do estoma, 
podendo ser da borda do estoma, do intestino que está preso na parede do 
abdômen, ou de ambos, ou até da parede abdominal como músculos ou 
subcutâneo, geralmente em decorrência da hemostasia inadequada durante a 
construção do estoma. Ressalta-se que um pequeno sangramento inicial pode ser 
normal, mas se for contínuo e abundante um atendimento hospitalar deve ser 
imediatamente procurado. 
Hérnia periestomal: está relacionada à confecção de um orifício abdominal grande 
ou, em caso de pessoas obesas e com mau estado geral ou, ainda, pelo aumento 
da pressão intra-abdominal e localização do estoma em incisão operatória anterior. 
A hérnia surge quando existe um espaço entre o segmento intestinal que forma o 
estoma e o tecido circundante, configurando um defeito fascial, sendo o resultado 
uma saliência total ou parcial na base do estoma. Quando associada à fragilidade 
 
 
 
 
 
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muscular periestomal de menor intensidade, o que ocorre em muitos usuários com 
estomia, esses podem permanecer sem correção cirúrgica. O aparecimento de 
hérnia periestomal é tão comum que pode ser considerada como inevitável. Indica-
se cirurgia corretiva apenas quando a hérnia está causando muitos transtornos às 
atividades de vida diária. Nesses casos, prioriza-se mudar a estomia de lugar e 
corrigir a fraqueza abdominal. 
Necrose: pode ocorrer por isquemia arterial (insuficiência na chegada de sangue), 
ou por isquemia venosa (drenagem venosa do segmento exteriorizado), sendo mais 
frequente em usuários obesos e com distensão abdominal. 
Prolapso: exteriorização inesperada total ou parcial do segmento da alça intestinal 
pelo estoma. Esta complicação não é letal, mas causa problemas de pele e grande 
dificuldade no cuidadoao estoma, requerendo cuidados médicos. 
Retração: ocorre devido à má fixação ou insuficiente exteriorização da alça 
intestinal levando ao deslocamento do estoma para a cavidade abdominal. 
Atribuições do Enfermeiro com Especialidade em Estomaterapia 
a) Atender, individualmente, o usuário e, quando necessário, acompanhado do 
cuidador. Proceder à entrevista, exame físico, prescrição dos dispositivos, 
registro do atendimento, em formulário próprio, e evolução de enfermagem 
no prontuário único, conforme Resolução COFEN –358/2009; 
b) Orientar os familiares para os cuidados básicos preventivos com a pele, 
devendo procurar o serviço para reavaliação, em caso de complicações; 
c) Orientar sobre uso, manuseio e cuidados com equipamentos, dispositivos e 
acessórios, prevenindo agravos, visando melhor aproveitamento e 
incentivando o autocuidado; 
d) Realizar curativos, quando necessário, orientar e acompanhar a evolução do 
quadro, mediante os cuidados propostos; 
e) Encaminhar para avaliação médica, nutricional, psicológica e social, quando 
houver necessidade; 
f) Indicar o equipamento apropriado para cada usuário, determinando tipo e 
quantidade, conforme estabelecido no SIA/SUS, avaliando os casos que, 
excepcionalmente, apresentem uma demanda diferenciada; 
 
 
 
 
 
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g) Realizar laudo técnico para o usuário que apresentar necessidade de 
atendimento diferente do padronizado; 
h) Reavaliar os usuários em períodos estabelecidos, conforme o plano 
terapêutico; 
i) Promover ações educativas especializadas; 
j) Participar de reuniões de equipe. 
Equipamentos Coletores 
a) Bolsas para colostomia/ileostomia, recortáveis, drenáveis, de uma 
peça, adulto/infantil: são indicadas para usuários que possuem 
colostomia/ileostomia; 
b) Bolsas para colostomia/ileostomia, recortáveis, drenáveis, de duas 
peças adulto/infantil: são, preferencialmente, indicadas para usuários 
que possuem ileostomia, embora não sejam restritas a esses; 
c) Bolsas para colostomia/ileostomia convexas, recortáveis ou pré-
cortadas, drenáveis, de uma ou de duas peças adulto/infantil: são, 
preferencialmente, indicadas para usuários que possuem estoma retraído 
ou nivelado com pele; 
d) Bolsas para colostomia, recortáveis, fechadas ou descartáveis 
adulto: são indicadas para usuários que possuem colostomia; 
e) Bolsas para colostomia, recortáveis, protetoras de estoma, fechadas, 
descartáveis adulto: são indicadas para usuários que possuem 
colostomia e realizam técnica de irrigação, para usuários com fistula de 
baixo débito e para estoma não funcionante; 
f) Bolsas para colostomia/ileostomia, pré-cortadas, drenáveis, de uma 
peça ou de duas peças, adulto: são ideais para usuários com problemas 
oftalmológicos, psiquiátricos e para presidiários (visando dispensar uso de 
material perfuro-cortante) ou, ainda, para usuários com estomas que 
tenham tamanho inferior a 3 (três) milímetros do seu diâmetro; 
g) Sistema oclusor/obturador de colostomia: são indicadas para usuários 
que possuem colostomia definitiva e realizam técnica de irrigação; 
 
 
 
 
 
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h) Dispositivo para incontinência fecal: são indicadas para usuários que 
possuem colostomia perineal definitiva e realizam técnica de irrigação; 
i) Kit Irrigação: é indicado para usuários que possuem colostomia 
abdominal e perineal de categoria definitiva, dentre outros critérios 
avaliados na consulta de enfermagem prévia; 
j) Bolsas para urostomia, recortáveis, drenáveis, de uma peça, 
adulto/infantil: são indicadas para usuários que possuem urostomia; 
k) Bolsas para urostomia, recortáveis, drenáveis, de duas peças, 
adulto/infantil: indicadas para usuários que possuem urostomia; 
l) Bolsas para urostomia, pré-cortadas, drenáveis, de uma peça ou de 
duas peças, adulto: são ideais para usuários com problemas 
oftalmológicos, psiquiátricos e para presidiários, ou, ainda, para usuários 
com estomas que tenham tamanho inferior a três milímetros do seu 
diâmetro. 
Acessórios 
a) Clamps: usados para o fechamento das bolsas coletoras intestinais 
drenáveis; 
b) Medidor de estomas: usado para marcar o tamanho dos orifícios nas placas 
recortáveis; 
c) Coletor de urina: indicado para uso noturno, uma vez que armazena 2000 
ml, proporcionando maior conforto para o usuário. 
Adjuvantes de proteção e segurança 
a) Creme Barreira: indicado para prevenção de irritações cutâneas, com ação 
hidrofóbica. Deve ser usada ao redor do estoma e em toda área de fixação 
da bolsa, criando uma barreira protetora; 
b) Pó: indicado para pele peritestomal macerada. Mostra-se eficaz na absorção 
de umidade, exsudatos e efluentes, mantendo a pele seca, evitando futuras 
irritações e cicatrizando as lesões; 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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c) Pasta: indicada para tratar granulomas e proteger à pele, aumentar a adesão 
das bolsas à pele, para nivelar dobras e irregularidades da pele próxima ao 
estoma. Não deve ser utilizada em pele que apresente feridas, pois contém 
álcool e provoca dor; 
d) Protetor Cutâneo Spray: aplicada à pele, forma uma película protetora 
incolor e transparente, tornando-se uma barreira contra fluídos corpóreos, 
advindos de ostomias, fístulas e lesões cutâneas provocadas por trocas 
frequentes de curativos e/ou bolsas coletoras (produtos adesivos); 
e) Anel Convexo: indicado para o ajuste de dispositivos de 1 ou 2 peças em 
estomas com retração ou nivelação. Trata-se de uma barreira de resina 
sintética não estéril em formato de anéis convexos, que podem ser 
moldados, obtendo ajuste perfeito ao dispositivo de estomia; 
f) Fita: indicada para aumentar a fixação de bolsa de ostomia no sistema de 
uma peça de hidrocolóide; 
g) Placa de barreira cutânea: indicada para manutenção da pele seca. Deve 
ser aplicada ao redor da colostomia/ileostomia; apresenta propriedade 
absorvente e hidrofóbica; 
h) Cinto elástico ajustável reutilizável: Indicado para melhor sustentação da 
bolsa de ostomia, sendo compatível com algumas bolsas de ostomia 
intestinal e urinária; 
i) Espessante: indicado para efluentes líquidos que, em contato com o 
produto, adquire consistência gelatinosa; 
j) Lenço barreira protetora de pele, formadora de película: forma um filme 
protetor entre a pele e a bolsa; 
k) Desodorante lubrificante para bolsas de ostomias: consiste em um gel 
fluído indicado para lubrificação da bolsa, evitando a aderência dos efluentes 
e reduzindo os odores característicos; 
l) Lenço descartável removedor de adesivo: indicado para higienização da 
área perístoma e peri-fístulas. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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Aquisição, controle e distribuição 
A equipe do serviço, em conjunto com os setores administrativos das 
Superintendências de Saúde, possui como dever a manutenção do registro e 
controle de estoque atualizados, com intuito de facilitar o verificação anual do 
quantitativo essencial ao atendimento dos usuários, acatando o que é legalmente 
determinado e levando em consideração a previsão de uma margem de segurança 
para prováveis alterações no perfil dos usuários. 
O quantitativo dos materiais essenciais para o atendimento, no decorrer do 
exercício, precisa fundamentar-se na anotação de controle de estoque, parra 
assegurar tempo hábil na adoção de providências refrentes ao processo de 
compras, evitando que o serviço seja descontinuado. 
O processo de compras deve ter início através da equipe técnica do serviço, 
elaborando o Termo de Referência e respectiva aprovação do gestor da unidade 
com objetivov de uma posterior autuação do processo. A seguir, deve encaminhá-lo 
aos setores competentes para as providências pertinentes à tramitação do processo 
licitatório. Cabe à equipe técnica do Serviço de Atenção ao Ostomizado o 
acompanhamento do trâmite processual, bem como a conferência das amostras, de 
acordo com o descritivo padrão, e a emissão de Parecer Técnico junto à Comissão 
de Padronizaçãoe ao(s) fiscal (is) do contrato. 
No exercício de suas atribuições, referentes ao processo de aquisição de 
insumos, as equipes técnicas serão assessoradas pela Comissão de Padronização 
de Equipamentos Coletores e Adjuvantes de Proteção e Segurança, cujas 
atividades voltam-se para elaboração dos descritivos e dos pareceres técnicos nos 
referidos processos. O setor de almoxarifado será o responsável pelo recebimento 
das mercadorias no ato da entrega pelas empresas, devendo proceder à 
conferência do material, conforme estabelecido no edital, observando os prazos de 
entrega e validade do produto. Cabe ainda, ao almoxarifado, o registro dessas 
mercadorias em sistema informatizado próprio, o acondicionamento dos materiais, 
conforme normas vigentes, entrega da mercadoria ao usuário, sob um termo de 
autorização de fornecimento do serviço e encaminhamento mensal à equipe do 
serviço de relatório do quantitativo distribuído e em estoque. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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As equipes técnicas dos Serviços de Atenção devem se manter atualizadas 
sobre as novas tecnologias à disposição no mercado, para que sejam propostas 
melhorias na assistência prestada aos usuários. Os interessados na apresentação 
de uma nova tecnologia devem encaminhar uma proposta à Comissão de 
Padronização de Equipamentos por meio do Formulário para avaliação de 
tecnologias novas em cojunto com amostras indicadas. A indicação e distribuição 
dos produtos aos usuários precisam obedecer aos critérios determinados pelo 
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), considerando as 
especificidades de cada usuário, indicações e laudos médicos, assim como 
avaliações da equipe técnica do Serviço. 
Cuidados com a ostomia 
 No banho não é necessário retirar a bolsa, deve-se evitar o jato forte do 
chuveiro diretamente na abertura da ostomia, pois pode provocar 
sangramento. Fazer a troca preferencialmente na hora do banho, pois é mais 
fácil descolar o adesivo sem danificar a pele; 
 É necessário conhecer a durabilidade e o ponto de saturação (ponto máximo 
de durabilidade da bolsa), a coloração da placa protetora (resina sintética) é 
amarela. Trocar o dispositivo quanto ela estiver ficando quase totalmente 
branca (ponto de saturação); 
 A limpeza da pele ao redor do estoma deve ser feita com água e sabão 
neutro, sem esfregar com força, nem usar esponjas ásperas; 
 Os pelos ao redor do estoma devem ser aparados com tesoura; 
 Expor a pele ao redor do estoma (sempre que possível) ao sol da manhã, de 
15 a 20 minutos por dia; 
 Tenha o cuidado de sempre proteger o estoma com gaze umedecida; 
 Não utilizar substâncias agressivas à pele, como álcool, benzina, colônias, 
tintura de benjoim, mercúrio, pomadas e cremes. Estes produtos podem 
ressecar a pele, ferindo e causando reações alérgicas; 
 Quando apresentar assadura ao redor do estoma ou na pele devido 
extravasamento de fezes pode-se utilizar uma pomada a base de óxido de 
zinco, observando para não interferir na área de colagem da bolsa coletora 
(placa); 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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 Para reduzir os odores dos gazes pode-se utilizar pastilhas de carvão 
ativado; 
 Não há nenhuma dieta especial para o ostomizado, no entanto ao 
experimentar um alimento novo, deve ser em pequena quantidade. O 
paciente deve buscar descobrir como seu organismo reage a cada tipo de 
alimento; 
 Alguns alimentos produzem gases, como os ovos, feijão, bebidas gasosas. 
Outros alimentos favorecem o amolecimento das fezes como as verduras e 
frutas cruas, lentilhas, ervilhas, bagaços de laranjas etc; 
 Há alimentos que provocam constipação como a batata o inhame, maçã 
cozida, banana prata, arroz branco; 
 Atenção aos alimentos que produzem cheiros fortes, como a cebola, alho cru, 
ovos cozidos, repolho, frutos do mar. Temos alimentos que neutralizam 
odores tais como cenoura, chuchu, espinafre, maisena; 
 O paciente deve manter sempre um conjunto de placa e bolsa reserva, 
orientá-lo para levar junto com material de higiene quando sair. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1: Troca da bolsa de ostomia (de uma peça) 
Como trocar a bolsa de uma peça? 
 
1. Retire delicadamente a bolsa para não traumatizar a pele. 
Use gaze ou algodão embebido em água morna, ou faça 
isso durante o banho. pois facilita a retirada da bolsa. 
2. Jogue a bolsa usada no lixo. 
3. Limpe delicadamente a pele ao redor do ostoma com 
sabão neutro e água morna. 
4. Seque bem ao redor do estoma. 
5. Recorte a bolsa no tamanho do estoma. Se for 
necessário, use o m e n s u r a d o r para ostomas. Se 
melhor lhe convir, poderá deixar a bolsa recortada antes 
das trocas. 
6. Retire o papel que protege a resina. 
7. Coloque a bolsa de baixo para cima. 
8. Certifique-se de que a bolsa esteja bem adaptada à pele. 
9. Retire o ar de dentro da bolsa. 
10. Feche com o "clamp". 
Fonte: www.inca.gov.br 
 
 
 
 
http://www.inca.gov.br/
 
 
 
 
 
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Figura 2: Troca da bolsa de ostomia (de duas peças) 
Como trocar a bolsa de duas peças? 
1. Retire o "clamp" e esvazie-o completamente. 
2. Desconecte a bolsa da placa colada ao corpo. 
3. Embaixo do chuveiro, procure soltar a placa, suavemente 
pressionando a pele e ao mesmo tempo soltando o adesivo. 
4. Limpe durante o banho apele periestomal e o próprio estoma 
com movimentos suaves. 
5. Use sabão neutro, retirando o restos de fezes, urina ou de 
adesivos. 
6. Após o banho, depois de secar o corpo, procure secar bem a 
pele periestomal. 
7. Retire o papel que proteje a resina e segure-o com as duas 
mãos. 
8. Procure posicionar o estoma em frente ao espelho, 
procurando esticar o corpo durante a colocação. 
9. Adapte aplaca de baixo para cima, parte por parte, 
procurando encaixá-la no estoma, do centro para a 
extremidade. 
10. Procure não deixar pregas ou bolhas de ar que facilitem vazamentos e que 
acabam fazen que o dispositivo descole. 
11. Certifique-se de que a placa esteja bem adaptada à pele. 
12. Encaixe a bolsa coletora na placa. 
13. Retire o ar de dentro da bolsa e coloque o "clamp" para fechar. Se você 
utiliza o cinto, coloque-o após todos estes passos. 
Fonte: www.inca.gov.br 
http://www.inca.gov.br/
 
 
 
 
 
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Figura 3: Declaração dos direitos dos ostomizados 
Declaração dos Direitos dos Ostomizados 
É objetivo principal da "International Ostomy Association" que todas 
as pessoas ostomizadas tenham direito a uma qualidade de vida 
satisfatória após suas cirurgias e que esta Declaração seja reconhecida 
em todos os países do mundo. 
 
1. Receber orientação pré-operatória. a fim de garantir um total 
conhecimento dos benefícios da operação e os fatos essenciais a 
respeito de viver com uma ostomia. 
2. Ter um ostoma bem feito, local apropriado, proporcionando 
atendimento integral e conveniente para o conforto do paciente. 
3. Receber apoio médico experiente e profissional. cuidados de 
enfermagem especializada no período pré-operatório e pós- 
operatório, tanto no hospital como em suas próprias 
comunidades. 
4. Ter acesso a informações completas e imparciais sobre o 
fornecimento e produtos adequados disponíveis em seu país. 
5. Ter a oportunidade de escolha entre os diversos equipamentos 
disponíveis para ostomia sem preconceito ou constrangimento. 
6. Ter acesso a dados acerca de sua Associação Nacional de 
Ostomizados e dos serviços e apoio que podem ser oferecidos. 
7. Receber apoio e informação para benefício da família,dos 
cuidadores e dos amigos afim de aumentar o entendimento sobre 
as condições e adaptações necessárias para alcançar um padrão 
de vida satisfatório para viver com a ostomia. 
8. Assegurar que os dados pessoais a respeito da cirurgia de 
ostomia serão tratados com discrição e confiabilidade, afim de 
manter privacidade. 
 
 
 
 
 
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FERIDAS 
Avaliar a ferida édescrevê-la de forma que os registros sejam fidedignos a 
sua característica clínica. Antes de avaliar a ferida, deve-se avaliar o paciente na 
sua integralidade. Na anamnese, deve-se levantar a queixa principal relacionada à 
ferida, o tempo de início da lesão, tratamentos anteriores, presença de fatores que 
podem interferir na cicatrização e doenças associadas. Na realização do exame 
físico é preciso que o enfermeiro se mantenha atento as condições gerais do 
paciente, estado nutricional, oxigenação, condições para o autocuidado, higiene, 
condições da pele, presença de calosidades, atrofias, edema, pulsos, sensibilidade, 
dor, sinais flogísticos e sinais de infecção. 
Os profissionais devem avaliar o risco nutricional, uma vez que este paciente 
pode evoluir rapidamente para desnutrição, influenciando o processo de perda da 
integridade tecidual e interferindo no processo de cicatrização. A desnutrição 
clássica caracteriza-se por exemplo pelas proeminências ósseas salientes e 
visíveis, desidratação e descamação da pele. É necessário também avaliar a 
anamnese alimentar, história de perda de peso, alterações de ingesta, controle 
rigoroso de ingesta alimentar durante a internação, sintomas gastrointestinais, peso 
e altura aproximados. 
Classificação Da Ferida 
As feridas podem ser classificadas de diversas formas e estas auxiliam na 
avaliação e evolução da lesão. Consideraremos a classificação quanto à etiologia, 
tempo de evolução e acometimento tecidual. A etiologia de ferida deve ser 
determinada para tratar a causa da lesão e também direcionar o tratamento. Quanto 
à etiologia, as feridas podem ser: 
a) Cirúrgicas: provocadas por instrumentos cirúrgicos, com finalidade 
terapêutica, podem ser: 
 Incisivas: perda mínima de tecido 
 Excisivas: remoção de áreas de pele. 
b) Traumáticas: provocadas acidentalmente por agentes que podem ser: 
 Mecânicos: prego, espinho, por pancadas; 
 Físicos: temperatura, pressão, eletricidade; 
 
 
 
 
 
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 Químicos: ácidos, soda cáustica; 
 Biológicos: contato com animais, penetração de parasitas. 
c) Ulcerativas: lesões escavadas, circunscritas, com profundidade variável, 
podendo atingir desde camadas superficiais da pele até músculos. As úlceras 
são classificadas conforme as camadas de tecido atingido, conforme 
apresentado abaixo: 
Estágio I: pele avermelhada, não rompida, mácula eritematosa bem delimitada, 
atingindo epiderme. 
Estágio II: pequenas erosões na epiderme ou ulcerações na derme. Apresenta-se 
normalmente com abrasão ou bolha. 
Estágio III: afeta derme e tecido subcutâneo. 
Estágio IV: perda total da pele atingindo músculos, tendões e exposição óssea. 
 
Tempo de cicatrização 
As feridas agudas ocorrem quando a vascularização é rompida 
desencadeando imediatamente o processo de hemostasia. Na reação inflamatória 
aguda, as modificações anatômicas dominantes são vasculares e exsudativas, e 
podem determinar manifestações localizadas no ponto de agressão ou ser 
acompanhada de modificações sistêmicas. Estas geralmente respondem rápido ao 
tratamento e cicatrizam sem complicações. As feridas crônicas ocorrem quando há 
desvio na sequência do processo cicatricial fisiológico, geralmente de longa duração 
ou de recorrência frequente, como as úlceras crônicas. No processo de cicatrização 
normal, a fase inflamatória dura em torno de 72 a 96 horas após a lesão, a fase de 
proliferação ocorre em torno de duas semanas após a fase inflamatória e a 
remodelação pode durar do 20º dia até dois anos após a lesão. 
Conteúdo Bacteriano 
Quanto ao conteúdo bacteriano a ferida pode ser subdivida em: 
 Limpa: lesão feita em condições assépticas e isenta de microrganismos; 
 
 
 
 
 
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 Limpa contaminada: lesão com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o 
atendimento e sem contaminação significativa; 
 Contaminada: lesão com tempo superior a 6 horas entre o trauma e o 
atendimento e com presença de contaminantes, mas sem processo 
infeccioso local; 
 Infectada: presença de agente infeccioso local e lesão com evidência de 
intensa reação inflamatória e destruição de tecidos, podendo haver pus; 
Presença de Transudato e Exsudato 
 O transudato é uma substância altamente fluida que passa através dos 
vasos e com baixíssimo conteúdo de proteínas, células e derivados 
celulares. 
 O exsudato seroso é caracterizado por uma extensa liberação de 
líquido, com baixo conteúdo protéico, que conforme o local da 
agressão origina-se de soro sanguíneo ou das secreções serosas das 
células mesoteliais. Esse tipo de exsudato inflamatório é observado 
precocemente nas fases de desenvolvimento da maioria das reações 
inflamatórias agudas, encontrada nos estágios da infecção bacteriana. 
 O exsudato sanguinolento é decorrente de lesões com ruptura de 
vasos ou de hemácias. Não é uma forma distinta de exsudação, é 
quase sempre, um exsudato fibrinoso ou supurativo, acompanhado 
pelo extravasamento de grande quantidade de hemácias. 
 O exsudato purulento é um líquido composto por células e proteínas, 
produzida por um processo inflamatório asséptico ou séptico. Alguns 
microrganismos (estafilococos, pneumococos, meningococos, 
gonococos, coliformes e algumas amostras não hemolíticas dos 
estreptococos) produzem de forma característica, supuração local e 
por isso são chamados de bactérias piogênicas (produtoras de pus). 
 Exsudato fibrinoso é o extravasamento de grande quantidade de 
proteínas plasmáticas, incluindo o fibrinogênio, e a participação de 
grandes massas de fibrina. 
 
 
 
 
 
 
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Morfologia 
A. Quanto à localização: as feridas ulcerativas frequentemente acometem 
usuários que apresentam dificuldades de deambulação. 
 Áreas de risco para pessoas que passam longos períodos acamados: 
 Região sacrococcígea; 
 Região trocantérica, isquiática espinha ilíaca; 
 Joelhos (face anterior, medial e lateral); 
 Tornozelos; 
 Calcanhares; 
 Cotovelos; 
 Espinha dorsal; 
 Cabeça (região occipital e orelhas). 
 
B. Quanto às dimensões: Extensão – área = cm². 
 Pequena: menor que 50 cm²; 
 Média: maior que 50 cm² e menor que 150 cm²; 
 Grande: maior que 150 cm² e menor que 250 cm²; 
 Extensa: maior que 250 cm². 
 
C. Quanto ao número: existindo mais de uma ferida no mesmo membro ou na 
mesma área corporal, com uma distância mínima entre elas de 2 cm, far-se-á 
a somatória de cada uma. 
 
D. Quanto à profundidade: 
 
 Feridas planas ou superficiais: envolvem a epiderme, derme e tecido 
subcutâneo; 
 Feridas profundas: envolvem tecidos moles profundos, tais como 
músculos e fáscia; 
 Feridas cavitárias: caracterizam-se por perda de tecido e formação de 
uma cavidade com envolvimento de órgãos ou espaços. Podem ser 
traumáticas, infecciosas, por pressão ou complicações pós-cirúrgica. 
 
 
 
 
 
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Mensuração da Ferida 
Serve para avaliar o comprimento X largura X profundidade. Diversas 
técnicas podem ser empregadas para executar este procedimento, destacando-se: 
 Medida simples: consiste em mensurar uma ferida, medindo-a em seu maior 
comprimento e largura, utilizando a régua dividida em unidade de medida 
linear (cm). É aconselhável associá-la à fotografia. 
 Medida cavitária: consiste em, após a limpeza da ferida, preencher a 
cavidade com SF 0,9%, aspirar com seringa estéril o conteúdo e observar em 
milímetro o valor preenchido. 
 Outra técnica utilizada é a través da introdução de uma espátula ou seringa 
estéril na cavidade da ferida, para que seja marcada a profundidade. Após, 
verificar o tamanho com uma régua. 
Deve-se mensurar a ferida em relação à maior extensão da lesão, no eixo 
céfalo-podálico (vertical) e látero-lateral (horizontal) considerando um ângulo de 90° 
entre eles. Utilizar régua graduada em centímetros para executar a medição. Se for 
de papel esta deve ser descartadaapós o uso. Se for de plástico esta não deve 
encostar na ferida e após o uso, deve ser lavada com água e sabão e desinfetada 
por fricção com álcool a 70%. Quando ocorrerem duas lesões com uma distância 
mínima de 2 cm entre elas, considerar a somatória de suas maiores extensões 
(vertical e horizontal). A profundidade pode ser verificada introduzindo a pinça do 
material de curativo, na profundidade máxima da ferida, demarcando o ponto que 
delimita o nivelamento com a epiderme, realizando a conversão da medida obtida 
em centímetros com a utilização de régua. As feridas com perda parcial geralmente 
são superficiais e apresentam uma profundidade de 1 a 4 mm e as feridas com 
perda total costumam ser maiores que 4 mm. 
Para avaliação de túnel e ou áreas de descolamento de tecido, pode-se 
utilizar zaragatoa (swab), cotonete, sonda, pinça ou seringa, utilizando-se a técnica 
do relógio, de acordo com a escala horária para descrever a sua direção, 
respeitando os pontos cardeais ou o sentido céfalo-podálico e latero-lateral, onde a 
cabeça corresponde à marca de 12 horas, os pés às 6 horas e as laterais 
correspondem às 9 e 3 horas. Túnel é uma cavidade com espaço morto em fundo 
 
 
 
 
 
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cego. O descolamento de tecido envolve área maior de espaço morto e não é visível 
na superfície da ferida. A profundidade do descolamento de tecido permite 
identificar as diferentes medidas no interior da lesão e esta pode ser obtida pela 
mensuração nas diversas direções, de acordo com a escala horária, pelo método 
semelhante à mensuração da profundidade de túneis. 
 
CARACTERÍSTICA DO LEITO DA FERIDA 
Com relação ao leito da ferida, a identificação das características do tecido 
presente na ferida, através de sua observação, são importantes indicadores da 
evolução do processo de cicatrização. 
 Granulação: de aspecto vermelho vivo, brilhante, úmido, ricamente 
vascularizado; 
 Epitelização: revestimento novo, rosado e frágil. 
Os tecidos inviáveis compreendem: 
 Necrose de coagulação: (escara) caracterizada pela presença de crosta 
preta e/ ou bem escura; 
 Necrose de liquefação: (amolecida) caracterizada pelo tecido amarelo/ 
esverdeado e/ ou quando a lesão apresentar infecção e/ ou presença de 
secreção purulenta; 
 Desvitalizado ou Fibrinoso: tecido de coloração amarela ou branca, que 
adere ao leito da ferida e se apresenta como cordões ou crostas grossas, 
podendo ainda ser mucinoso. 
 
Cicatrização Da Ferida 
A cicatrização é um processo fisiológico dinâmico que visa a restauração da 
continuidade dos tecidos. É preciso conhecer a fisiopatologia da cicatrização, 
compreendendo os fatores que podem retardá-la ou acelerá-la, para de modo a 
tornar favorável o processo cicatricial. Além disso é necessário conhecer as fases 
da cicatrização para possibilitar a implementação do cuidado correto com a ferida. 
 
 
 
 
 
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A. Fase de inflamação ou exsudativa: a primeira fase de hemostasia e 
inflamação iniciam-se com a ruptura de vasos sanguíneos e o 
extravasamento de sangue. A lesão de vasos sanguíneos é seguida 
rapidamente pela ativação da agregação plaquetária e da cascata de 
coagulação, resultando na formação de moléculas insolúveis de fibrina e 
hemostasia. Durante este processo ocorre o recrutamento de macrófagos e 
neutrófilos, ou seja, ocorre reação completa do tecido conjuntivo 
vascularizado em resposta à agressão do tecido, cujo objetivo é interromper 
a causa inicial (dor, calor rubor e edema). 
B. Fase proliferativa (granulação e reepitelização): caracteriza-se pela 
neovascularização e proliferação de fibroblastos, com formação de tecido 
róseo, mole e granular na superfície da ferida (3 a 4 dias). Contudo, a 
formação do tecido de granulação é estimulada por níveis baixos de bactérias 
na ferida, mas é inibida quando o nível de contaminação é elevado. 
C. Fase de Maturação ou remodelagem do colágeno: é a fase final de 
cicatrização de uma ferida que se caracteriza pela redução e pelo 
fortalecimento da cicatriz. Durante esta fase, os fibroblastos deixam o local da 
ferida, a vascularização é reduzida, a cicatriz se contrai e torna-se pálida e a 
cicatriz madura se forma (de 3 semanas a 1 ano a mais). O tecido cicatricial 
sempre vai ser menos elástico do que a pele circundante. 
 
Tipos De Cicatrização 
1ª intenção ou primária: a cicatrização primária envolve a reepitelização, na 
qual a camada externa da pele cresce fechada. As células crescem a partir das 
margens da ferida e de fora das células epiteliais alinhadas aos folículos e ás 
glândulas sudoríparas. As feridas que cicatrizam por primeira intenção normalmente 
são superficiais, agudas, sem perda de tecido e resultam em queimaduras de 
primeiro grau e cirúrgicas em cicatriz mínima, por exemplo. Levam de 4 a 14 dias 
para fechar; 
2ª intenção ou secundária: é uma ferida que envolve algum grau de perda 
de tecido. Podem envolver o tecido subcutâneo, o músculo, e possivelmente, o 
osso. As bordas dessa ferida não podem ser aproximadas, geralmente são feridas 
 
 
 
 
 
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crônicas como as úlceras. Existe um aumento do risco de infecção e demora à 
cicatrização que é de dentro para fora. Resultam em formação de cicatriz e têm 
maior índice de complicações do que as feridas que se cicatrizam por primeira 
intenção; 
3ª intenção ou terciária: ocorre quando intencionalmente a ferida é mantida 
aberta para permitir a diminuição ou redução de edema ou infecção ou para permitir 
a remoção de algum exsudato através de drenagem como, por exemplo, feridas 
cirúrgicas, abertas e infectadas, com drenos. Essas feridas cicatrizam por 3ª 
intenção ou 1ª intenção tardia. 
 
Fatores Que Interferem No Processo De Cicatrização 
O processo de cicatrização pode ser afetado por fatores locais e sistêmicos e 
também por tratamento tópico inadequado. 
 Fatores locais: Localização e infecção local (bacteriana) e profundidade da 
ferida; edema, grau de contaminação e presença de secreções; trauma, 
ambiente seco, corpo estranho, hematoma e necrose tecidual; 
 Fatores sistêmicos: fatores relacionados ao cliente como idade, faixa etária, 
nutrição, doenças crônicas associadas, insuficiências vasculares úlceras, uso 
de medicamentos sistêmicos (anti-inflamatórios, antibióticos, esteroides e 
agentes quimioterápicos); 
 Tratamento tópico inadequado: a utilização de sabão tensoativo na lesão 
cutânea aberta pode ter ação citolítica, afetando a permeabilidade da 
membrana celular. A utilização de soluções antissépticas também pode ter 
ação citolítica. Quanto maior for à concentração do produto maior será sua 
citotoxicidade, afetando o processo cicatricial. Essa solução em contato com 
secreções da ferida tem a sua ação comprometida. 
 
Complicações Da Cicatrização De Feridas 
As complicações mais comuns associadas à cicatrização de feridas são: 
 Hemorragia interna (hematoma) e externa podendo ser arterial ou venosa; 
 
 
 
 
 
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 Deiscência: separação das camadas da pele e tecidos. É comum entre 3º e 
11º dias após o surgimento da lesão; 
 Evisceração: protrusão dos órgãos viscerais, através da abertura da ferida; 
 Infecção: drenagem de material purulento ou inflamação das bordas da 
ferida; quando não combatida, pode gerar osteomielite, bacteremia e 
septicemia; 
 Fístulas: comunicação anormal entre dois órgãos ou entre um órgão e a 
superfície do corpo 
 
Condições Ideais Para O Processo De Cicatrização 
 Temperatura: a temperatura ideal, para que ocorram as reações químicas, é 
cerca de 36,4° C a 37,2° C. Caso a temperatura varie, o processo celular 
pode ser prejudicado ou interrompido. Desse modo, limpeza da lesão com 
soro fisiológico aquecido, menor exposição da lesão no momento da limpeza 
e cobertura adequada, são fatores importantes para preservação da 
temperatura; 
 Ph do tecido lesional: as secreçõesdas glândulas sudoríparas e sebáceas 
promovem um pH ácido importante para a pele, garantindo que a penetração 
ou colonização por microrganismos seja impedida. O pH do tecido de uma 
ferida é ligeiramente ácido para que as funções celulares ocorram 
adequadamente; este pode ser afetado por secreções (urina, fezes) e certos 
antissépticos, desse modo deve ser avaliado de forma criteriosa sua 
utilização; 
 Níveis bacterianos na ferida: 
 Contaminadas: presença de microrganismos, porém, sem proliferação. 
Colonizadas: presença e proliferação de microrganismos, sem 
provocar reação no hospedeiro. 
 Infectadas: bactérias invadem o tecido sadio e desencadeiam resposta 
imunológica do hospedeiro. O controle da colonização nas feridas 
depende da limpeza adequada, uso de técnica asséptica na troca do 
curativo, uso de curativos que promovam barreira e que ajudem no 
controle microbiano. 
 
 
 
 
 
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 Umidade no leito da lesão: a atividade celular adequada ocorre em meio 
úmido, facilitando a migração e a reprodução celulares. 
 
Estado Nutricional No Processo De Cicatrização 
A cicatrização de feridas envolve uma série de interações físico-químicas que 
requerem vários nutrientes em todas as suas fases: 
Fase inflamatória: inicia-se na formação da ferida e se encerra normalmente em 
quatro ou seis dias. Nutrientes necessários: aminoácidos, vitamina E, vitamina C e 
Selênio, para fagocitose e quimiotaxia; vitamina K, para síntese de protrombina e 
fatores de coagulação. 
Fase proliferativa: seu início ocorre por volta do 3º dia, podendo se estender por 
semanas. Há proliferação de células epiteliais e fibroblastos. Nutrientes necessários: 
aminoácidos, vitamina C, Ferro, vitamina A, Zinco, Manganês, Cobre, ácido 
pantotênico, tiamina e outras vitaminas do complexo B. 
Fase de maturação: diz respeito ao processo de estabilização da síntese de 
colágeno e aumento da retração da ferida. O período pode se estender por mais de 
dois anos. Nutrientes requeridos: aminoácidos (principalmente histidina), vitamina C, 
Zinco e Magnésio. 
Desbridamento Da Ferida 
O desbridamento de tecido inviável é o fator mais importante na gerência de 
lesões, uma vez que a cicatrização não ocorre na presença de tecido necrótico. 
Áreas de tecido necrótico podem conter escondidos líquidos subjacentes ou 
abscessos. O tecido necrótico pode ser amarelo e úmido ou cinza, e está separado 
do tecido viável. Caso o tecido necrótico e úmido seque, a ferida apresentada será 
uma escara preta, grossa e dura. No entanto, mesmo que o desbridamento seja 
doloroso, é necessário para prevenção de infecção e cicatrização da ferida, Os 
métodos de desbridamento podem ser: 
 Instrumental, conservador e cirúrgico: utilizam-se materiais cortantes 
como tesouras, lâminas de bisturis e outros. É indicado para remover grande 
quantidade de tecidos ou em extrema urgência. É realizado por médicos 
 
 
 
 
 
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cirurgiões, incisões em tecidos vivos, e na tentativa de transformar feridas 
crônicas em feridas agudas. 
 Mecânico: o desbridamento mecânico envolve curativos úmidos a secos, 
utilizados normalmente em feridas com excesso de tecido necrótico e 
secreção mínima, exigem a realização de técnica apropriada, e o material 
usado no curativo é fundamental ao seu desfecho. Também funciona por 
fricção, irrigação e hidroterapia. 
 Autolítico: é através de um processo fisiológico, o qual o ambiente é mantido 
úmido estimulando as enzimas auto digestivas do corpo. Embora, este 
processo seja mais demorado não é doloroso, é de fácil realização e é 
apropriado para usuários que não toleram outro método. Se a ferida estiver 
infectada, o desbridamento autolítico não é a melhor opção terapêutica. 
 
Avaliação das Feridas 
Na avaliação da lesão é importante que o profissional classifique a ferida e 
identifique o estágio da cicatrização antes da aferição, para que possa realizar uma 
estimativa do processo cicatricial e quais os fatores que irão interferir neste 
processo. A avaliação deve ser registrada de forma detalhada sobre a ferida, 
descrevendo a localização, etiologia, tamanho, tipo, a coloração de tecido no leito 
da lesão, quantidade e característica do exsudato, odor, aspecto da pele ao redor, 
entre outros, também os aspectos relacionados às condições gerais do usuário, tais 
como: estado nutricional, doenças crônicas concomitantes, imunidade, atividade 
física, condições socioeconômicas e para os acamados, local onde permanece a 
maior parte do tempo, condições do local entre outros precisam ser avaliados. 
Este processo de avaliação também envolve o seu estadiamento, que poderá 
variar de acordo com a sua etiologia. Por exemplo, as úlceras de pressão são 
estadiadas por estágios, enquanto as úlceras por pé diabético, em graus. Após 
avaliação minuciosa, a equipe multidisciplinar deverá registrar os dados coletados 
no prontuário do paciente ou na ficha de avaliação de feridas, considerando dados 
específicos do exame da lesão quanto do estado geral do mesmo. A seguir será 
 
 
 
 
 
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realizado o acompanhamento semanal deste usuário para verificar a evolução e 
adesão do tratamento. 
Todas as lesões devem ser avaliadas e documentadas atendendo aos 
seguintes critérios: 
1. Localização, tamanho, estágio: incluindo comprimento, largura, 
profundidade, forma e bordas; 
• Espessura parcial: 
Estágio 1 (somente epiderme, inclui escoriações); 
Estágio 2 (em camada dérmica). 
• Espessura total: 
Estágio 3 (envolvendo tecido subcutâneo); 
Estágio 4 (tecido subcutâneo e estruturas subjacentes). 
2. Área Peri-Lesional (dentro de 4 cm de bordas de ferida), edema, eritema, 
dor, maceração, erupção cutânea, bordas ressecadas, corpos estranhos (drenos, 
suturas, etc.) 
3. Aparência e cor da base da ferida 
• Tecido saudável: granulação/epitelização (vermelho/rosa) 
• Tecido necrosado: necrose de liquefação (amarelo, bronzeado); necrose 
(preto, marrom) 
4. Evidência de túneis, passagem sob a pele estendendo-se em qualquer 
direção através de tecido mole que cria um espaço morto com potencial para 
formação de abscesso ou área de destruição tecidual ao longo das margens da 
ferida subjacente à pele intacta 
5. Exsudato: quantidade, cor, tipo (sero-sanguinolento, sangramento vivo, 
fibrina, purulento) 
Figura 4:Tipos de Tecido 
 
 
 
 
 
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Figura 5: Reconhecendo Tecidos 
 
 
 
 
 
 
 
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Limpeza da Ferida 
 Limpe suavemente a ferida e a pele ao redor (não esfregue) no momento de 
cada troca de curativo usando Soro Fisiológico ou solução de Limpeza com 
PHMB; 
 Aplique pressão suficiente para limpar a ferida sem danificar o tecido ou levar 
bactérias para a lesão; 
 A pressão de irrigação geralmente é adequada para limpar a superfície da 
ferida sem causar trauma ao leito da ferida; 
 Pode ser usado uma seringa de 20 ml com agulha 40x12 para criar uma 
pressão de irrigação. Esta irrigação ajuda na remoção de material aderente 
no leito da ferida. 
 
Pele Ao Redor Da Lesão 
 Aplique protetor cutâneo na área circundante à ferida para protegê-la. 
 O cuidado com a pele ao redor da lesão reduz a maceração, mantém a pele 
seca e facilita a aplicação de curativos. Indicado o uso de protetor cutâneo 
spray. Ao borrifar o spray, proteger o leito da ferida, para que o protetor não 
fique sobre o tecido a ser tratado. 
 Creme protetor cutâneo podem ser aplicados na pele ao redor da ferida em 
risco de maceração, como na região da fralda em pacientes com 
incontinência. 
 
Figura 6: Critérios do Tratamento de Feridas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Escolha Do Curativo 
O curativo escolhido deve atender as seguintes funções: 
 Promover desbridamento autolítico; 
 Regular a umidade; 
 Favorecer a angiogênese; 
Aumentar a granulação; 
 Proteger terminações nervosas (diminui a dor); 
 Facilitar a reepitelização (sem machucar ou macerar a borda); 
 Proporcionar barreira bacteriana; 
 Impermeável à água; 
 Permeável à vapor (permite que a pele respire); 
 Fácil remoção, sem prejudicar os tecidos novos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 8: Coberturas e sua utilização 
 
 
 
 
 
 
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QUEIMADURAS 
No Brasil, os casos de queimaduras indicam um considerado agravo de 
saúde pública. Estudos demonstram que na maior parte das situações notificadas 
no país, ocorre no interior da residência da vítima. As crianças e os idosos 
representam os grupos de alto risco para queimaduras, em razão da menor 
capacidade de reação que estes apresentam. As queimaduras podem ser definidas 
como lesões dos tecidos orgânicos provocadas por trauma de origem térmica, 
química ou elétrica. O fator influenciador da gravidade do ferimento é a 
profundidade da queimadura, isto é, a quantidade de estruturas da pele e abaixo 
dela que foram atingidos. As queimaduras representam um ambiente ideal para 
evolução de uma infecção, como consequência do acometimento da pele. A 
infecção encontra-se associada a vários fatores de risco, especialmente aqueles 
referentes ao agente infeccioso em si, como a sua capacidade de virulência 
replicação, e resistência às barreiras de defesa naturais ou terapias antimicrobianas. 
Além disso, fatores como idade, estado nutricional, extensão e profundidade da 
queimadura são capazes de interferir nesse processo. 
O paciente grande queimado encontra-se mais propenso a adquirir infecções, 
isso devido à perda de cobertura cutânea e imunossupressão. É importante 
destacar também que internações longas em conjunto com a realização de 
procedimentos invasivos como a cateterização vascular e vesical, deixam esses 
pacientes mais expostos a infecções nosocomiais. Os avanços da saúde no 
tratamento de queimaduras têm melhorado a qualidade de vida das vítimas de 
queimaduras, no entanto as complicações infecciosas continuam sendo um 
obstáculo a ser superado. A infecção é uma das mais frequentes e graves 
complicações no paciente queimado. 
Queimaduras de primeiro grau: são caracterizadas pelo eritema (vermelhidão), 
que clareia quando sofre pressão. Existe dor e edema, mas usualmente há bolhas. 
Queimaduras de segundo grau: são caracteristicamente avermelhadas e 
dolorosas, com bolhas, edema abaixo da pele e restos de peles queimadas soltas. 
São mais profundas, provocam necrose e visível dilatação do leito vascular. Em 
queimaduras de segundo grau superficiais não há destruição da camada basal da 
 
 
 
 
 
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epiderme, enquanto nas queimaduras secundárias profundas há. Não há 
capacidade de regeneração da pele. A dor e ardência local são de intensidade 
variável. 
Queimaduras de terceiro grau: são aquelas em que toda a profundidade da pele 
está comprometida, podendo atingir a exposição dos tecidos, vasos e ossos. Como 
há destruição das terminações nervosas, o acidentado só acusa dor inicial da lesão 
aguda. São queimaduras de extrema gravidade. Quanto maior a extensão da 
queimadura, maior é o risco que corre o acidentado. Por exemplo, uma queimadura 
de primeiro grau, que possua uma vasta extensão, é considerada de alta gravidade. 
O grande queimado é caracterizado por hipovolemia com hemoconcentração, e pelo 
intenso desequilíbrio hidroeletrolítico decorrente da grande perda de líquidos 
causada por ação direta da temperatura ambiental sobre estruturas adjacentes à 
pele; modificação da permeabilidade vascular; sequestro de líquidos, eletrólitos e 
proteínas na área queimada. 
O quadro se agrava com a destruição das hemácias e infecção, que se 
instala imediatamente ao trauma e, mais lentamente, nos períodos subjacentes. 
Estas alterações fisiopatológicas são diretamente proporcionais à extensão da lesão 
e ao peso do acidentado. Para melhor entendermos a avaliação da extensão das 
queimaduras, é importante conhecermos a chamada "regra dos nove", um método muito útil 
para o cálculo aproximado da área de superfície corporal queimada, assunto abordado na 
apostila sobre assistência de enfermagem ao paciente queimado. O grau de mortalidade 
das queimaduras está relacionado com a profundidade e extensão da lesão e com a idade 
do acidentado. Queimaduras que atinjam 50% da superfície do corpo são geralmente fatais, 
especialmente em crianças e em pessoas idosas. 
 
Tratamento do Paciente Queimado 
 
 Tratamento I - queimaduras de espessura parcial 
Neste tipo de queimaduras é esperada a reepitelização a partir dos anexos 
dérmicos. Nenhum produto tópico, exceto talvez fatores de crescimento utilizados 
experimentalmente, podem acelerar o processo de cicatrização. Portanto, o 
princípio básico do tratamento é o de não agredir mais a pele. 
 
 
 
 
 
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O primeiro atendimento deve consistir de: 
 Anamnese: como, quando, onde e com o que ocorreu a queimadura; 
 Analgesia; 
 Comprovação da imunização antitetânica; 
 Limpeza da superfície queimada com clorexidine 1%; 
 Curativo primário não aderente com murim com AGE; 
 Curativo secundário absorvente com chumaços de gaze; 
 Curativo terciário com ataduras e/ou talas para conforto. 
 As bolhas íntegras quando presentes no primeiro curativo, se o tempo 
decorrido da queimadura até o atendimento for menor que 1 hora devem ser 
aspiradas com agulha fina estéril, mantendo-se íntegra a epiderme como 
uma cobertura biológica à derme queimada, já que a retirada do líquido da 
flictena remove também os mediadores inflamatórios presentes, minimizando 
a dor e evitando o aprofundamento da lesão. Caso o período seja maior que 
1 hora deve-se manter a flictena íntegra, e se a flictena estiver rota, fazer o 
desbridamento da pele excedente. 
Após 48 horas o curativo deve ser trocado com degermação da superfície 
queimada e curativo fechado com sulfadiazina de prata creme ou, 
preferencialmente, por coberturas que permaneçam por 5 a 7 dias, evitando a troca 
frequente, mantendo o processo de reepitelização. É recomendável que os curativos 
sejam inspecionados a cada 48 horas para monitorar o processo de cicatrização e o 
aparecimento de infecção. Dentre os curativos que podem ser utilizados como 
“permanentes” cita-se os hidrocolóides e rayon com prata nanocristalina de 
liberação lenta. Antibióticos não estão indicados, exceto se for observada na troca 
de curativos, secreção purulenta, celulite peri-queimadura, edema, petéquias e 
sinais sistêmicos como febre e comprometimento geral. 
Em geral, ao final de 21 dias, o processo de reepitelização se completa, 
permanecendo a área queimada com aspecto hipercrômico, usualmente 
avermelhado ou róseo, que tende a desaparecer. O acompanhamento ambulatorial 
deve incluir neste momento, uso de cremes hidratantes em grande quantidade, 
 
 
 
 
 
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acompanhado de massagem no local, evitar o sol por 06 meses e monitoramento 
durante 01 ano para o aparecimento de cicatrizes hipertróficas. 
Tratamento II – queimaduras de espessura total 
O tecido queimado deve ser tratado com degermação – balneoterapia diária 
com clorexidina 1% – e uso de agentes antimicrobianos como sulfadiazina de prata 
para evitar a proliferação bacteriana no tecido queimado. Concentrações muito 
baixas são letais para a maioria dos microrganismos, agindo na membrana celular e 
na parede celular bacteriana. Após o enxágüe da clorexidina, ela é aplicada em uma 
camada fina, sobre a superfície queimada. O tratamento deve ser contínuo, com 
aplicação 1 vez ao dia, após o banho. Está sempre indicada a excisão e enxertia de 
pele, portanto o usuário deverá ser encaminhado ao hospital para a realização do 
procedimento. 
Assistência de Enfermagem ao Paciente QueimadoO paciente queimado apresenta características próprias, como estresse, e 
ansiedade que vão intensificar o sintoma da dor, influenciando diretamente em 
todos os demais sintomas presentes no quadro clínico do queimado. A qualidade da 
assistência de enfermagem é decisiva na recuperação precoce do paciente e na 
prevenção de sequelas físico-psicossocias. O paciente deve ser recebido em sala 
própria para atendimento de queimados até 24 horas após o acidente (considerado 
não infectado); colocado em mesa revestida de campo estéril, removidos toda 
vestimenta, jóias e demais objetos de adorno, para melhor observação da área 
queimada. A equipe deve estar devidamente paramentada, isto é, usando avental, 
gorro, máscara e luvas estéreis. A assistência, para fins didáticos está dividida em 
local e sistêmica. 
Tratamento geral ou sistêmico imediato: visa prevenir os sintomas de anóxia, 
dor, choque e infecção que devem ser tratados o mais precocemente possível. 
Tratamento da anóxia 
A anóxia pode ser resultante da insuficiência respiratória ou da anóxia 
tecidual. Deve ser corrigida imediatamente, através de administração de O2 úmido 
por cateter nasal, principalmente nos casos evidentes de acidentes ocorridos em 
 
 
 
 
 
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ambientes fechados com inalação de fumaça. O paciente pode apresentar, além de 
rouquidão, queimadura total ou parcial dos pelos das narinas e edema. Quando 
associada às queimaduras da face e pescoço que apresentam edema acentuado, o 
paciente corre o risco de edema de orofaringe, o que deve ser evitado, mediante 
observação constante e, se necessário, intubação ou traqueostomia. O material 
necessário para estes procedimentos deves estar em condições de uso na sala de 
urgência. Os pacientes com este quadro deverão ser observados constantemente 
durante 48 horas após o acidente. 
Tratamento do Choque 
O tratamento do choque se caracteriza pelo restabelecimento e manutenção 
do volume líquido circulante. O desencadeamento do choque se dá só pela perda 
de líquidos, mas por vários outros fatores já descritos anteriormente. O choque é um 
dos sintomas principais da fase aguda das queimaduras e se não prevenido ou 
tratado precocemente causa vários problemas, chegando a ser irreversível e 
levando o paciente à morte prematura. O tratamento consiste na reposição dos 
líquidos perdidos, a qual deverá ser iniciada imediatamente após a coleta de 
amostra de sangue para exames e da sedação do paciente na sala de urgência. A 
via escolhida deve ser a periférica, até a avaliação geral da necessidade quantitativa 
de hidratação. Para o cálculo dos líquidos que serão infundidos deverão ser 
consideradas a extensão e profundidade da área queimada, o peso do paciente e 
fatores de risco, como idade, patologias preexistentes que influenciarão no estado 
geral do paciente, entre elas, as cardiopulmonares, as nefropáticas, vasculares e 
outras. 
Em geral, adultos com queimaduras acima de 20% de Superfície Corporal 
Queimada e crianças com queimaduras acima de 10% de (SCQ) deverão ser 
hidratadas por via endovenosa, além da oral. Em todos os casos de grandes 
queimados e em alguns de médio queimados, a hidratação deverá ser fita através 
de uma veia calibrosa (flebotomia ou intracath). 
Controle de reposição de líquidos 
O cálculo da quantidade e volume dos líquidos a ser reposta não deve ser 
inflexível e sim adaptado às necessidades específicas de cada paciente, evitando a 
 
 
 
 
 
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super ou sub- hidratação. O indicador mais preciso da quantidade adequada é o 
volume urinário. Porém, há outros fatores que devem ser observados, como: 
- Condições gerais do acidentado; 
- Exame do sistema cardiovascular ou respiratório; 
- Idade (geriátricos e crianças toleram menos infusões rápidas, devido às 
características do sistema cardiorrespiratório); 
- Outras patologias preexistentes. 
Controle laboratorial 
O hematócrito permite acompanhar a regressão ou progressão da 
hemoconcentração na fase aguda. Outros fatores podem surgir, interferindo nas 
características e no volume sanguíneo, como hemólise das hemácias, úlcera de 
Curling e outros, alterando o resultado do hematócrito a ponto de não servir mais 
como parâmetro para a hidratação adequada. 
Controle da diurese 
Deverá ser cateterizada a bexiga com sonda vesical de demora. O volume 
urinário horário no adulto deve manter-se entre 30 a 60 ml/h, principalmente nas 
primeiras 48 horas e, na criança, 1 ml/kg de peso. A redução da diurese indica 
hidratação insuficiente e consequentemente problema renal. O volume aumentado 
indica administração hídrica excessiva ou lesão renal. Estas alterações deverão ser 
corrigidas mediante mudança na conduta terapêutica. 
Prevenção De Infecção 
A prevenção da infecção deve ser iniciada o mais precocemente possível, já 
no atendimento de urgência, usando sala asséptica, pessoal treinado e 
adequadamente paramentado. Em alguns casos, onde as condições higiênicas da 
queimadura são precárias, utiliza-se antibiótico profilático. Rotineiramente, é feita a 
prevenção do tétano em queimados. Esta infecção é grave e quase sempre fatal. Os 
pacientes não imunizados ou que receberam vacina completa há mais de 10 anos, 
ou aqueles que não receberam as 3 doses da vacina, devem receber imunização 
ativa e passiva. Alguns serviços preferem fazer a imunização completa nos 
 
 
 
 
 
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pacientes com mais de 5 anos de vacinação, com 3 doses, fundamentados no 
princípio do risco da conservação inadequada da vacina. 
Imunização ativa: Compreende a administração de um antígeno para 
estimular a formação de anticorpos contra o tétano. Em geral, são necessárias 2 a 3 
semanas para se formarem os anticorpos. 
Imunização passiva: Compreende a administração de anticorpos formados 
previamente, tem vida curta de atuação, em torno de 3 semanas 
Tratamento imediato, no local da área queimada 
O tratamento local tem por objetivo aliviar e tratar os sinais e sintomas que 
surgem na queimadura, como a dor, perda de líquidos, destruição dos tecidos e 
infecção. A realização de curativo local visa isolamento e proteção da lesão do meio 
ambiente por tempo suficientemente capaz de recuperá-la. O manejo consciente da 
área queimada é de extrema importância, visando à profilaxia de infecções e a 
epitelização rápida da área. 
CONCLUSÃO 
As pessoas com estomias não sabem, inicialmente, no que exatamente isso 
afetará sua nova vida, e passam por um processo de difícil enfrentamento e 
adaptação nas condições de reabilitação à saúde. Normalmente, esses problemas 
podem ser compreendidos sob as dimensões física, psicológica, social e espiritual. 
A reabilitação e a integração social são importantes fatores definidores para se 
reestabelecer a saúde com um bom prognóstico, sendo trabalhados nas consultas 
multiprofissionais junto à família e aos cuidadores, que desempenham importante 
papel no cuidado à pessoa com estomia desde o momento inicial até à manutenção 
adequada e aos cuidados gerais com as estomias. 
Na abordagem do paciente que apresenta feridas é preciso que o enfermeiro 
avalie as condições da lesão para escolha correta do material a ser utilizado. Desse 
modo, é extremamente importante a execução da avaliação, cujo intuito é expor 
informações acerca do estágio da ferida e consequentemente o acompanhamento 
da mesma focando na cicatrização e também confirmação do uso adequado do 
 
 
 
 
 
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medicamento no decorrer do tratamento. Todo tipo de queimadura é uma lesão que 
requer atendimento médico especializado imediatamente após a prestação de 
primeiros socorros, seja qual for a extensão e profundidade. Afastar o acidentado da 
origem da queimadura é o passo inicial e tem prioridade sobre todos os outros 
tratamentos. Observar sua segurança pessoal, com máximo cuidado, durante o 
atendimento a queimados. 
A principalcausa de mortalidade se deve principalmente à infecção que pode 
evoluir com septicemia, assim como à repercussão sistêmica, com possíveis 
complicações renais, adrenais, cardiovasculares, pulmonares, musculoesqueléticas, 
hematológicas e gastrointestinais. Além disso, as queimaduras resultam em 
considerável morbidade pelo desenvolvimento de sequelas, estando entre as mais 
graves a incapacidade funcional, especialmente quando atinge as mãos, as 
deformidades inestéticas, sobretudo da face, e também aquelas de ordem 
psicossocial. 
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