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Como fazer o cálculo do fator R? Bom, “Fator R” é o nome dado ao cálculo realizado mensalmente para saber se uma empresa será tributada no anexo III ou V do Simples Nacional. Se a razão entre a folha de salários ou folha de pagamento (incluído o pró-labore) dos últimos 12 meses e a receita bruta da pessoa jurídica dos últimos 12 meses for igual ou superior a 28% (vinte e oito por cento), dependendo da atividade econômica, a empresa deixará de ser tributada no anexo V e passará a ser tributada no anexo III. Essas informações você pode conferir no Art.18 da Lei Complementar N°123 no §§ 5o-J e 5o-M. Embora pareça complicado, o cálculo do Fator R para enquadramento nos anexos III ou V do Simples Nacional é bem simples. Para determinar o Fator R, devemos considerar os seguintes itens: O período de apuração para o cálculo, que leva em conta os últimos 12 meses; a folha de pagamentos do período de apuração, que soma as despesas com salários, encargos e pró labore dos últimos 12 meses; a receita bruta total do período de apuração, que soma todos os valores faturados pela empresa nos últimos 12 meses. Com isso, temos a seguinte fórmula de cálculo fator r: Fator R = Folha de pagamento/Receita bruta Informações adicionais: se a folha de pagamentos for maior que zero e a Receita Bruta for igual a zero, o Fator R deverá ser considerado automaticamente como 28%; se a folha de pagamentos for igual a zero e a Receita Bruta for maior que zero, o Fator R deverá ser considerado automaticamente como 1%. Exemplo prático Vamos supor que uma agência de publicidade faturou R$ 900.000,00 nos últimos 12 meses, mas pagou R$ 360.000,00 entre salários, encargos trabalhistas e pró-labore para os sócios. Sendo assim, temos: somatório da folha de pagamento = R$ 360.000,00; somatório do faturamento: R$ 900.000,00. Fator R = 360.000/900.000 = 0,4 Logo, a agência de publicidade teve um fator R de 0,4 ou 40% nos últimos meses — o que a qualifica para ser classificada em um anexo com alíquotas menores. Anteriormente, a empresa estava enquadrada no Anexo V, com uma faixa de receita bruta entre R$ 720.000,00 a R$ 1.800.000,00. Nesse caso, sua tributação seria de 20,50% sobre o faturamento. Porém, com o fator R, a tributação sobre a agência poderá migrar para o Anexo III — no qual a alíquota para a mesma faixa de faturamento é de apenas 16,00%. Levando em conta as deduções em ambos os casos, a empresa pagaria: R$ 180.994,50 mil em impostos no anexo IV; R$ 138.297,60 mil em impostos no anexo III. Conclusão: com o fator R, a agência de publicidade economizou, em um ano, o valor de R$ 42.696,90 na tributação do seu Simples Nacional. Afinal, o que é Fator R? O Fator R é uma alíquota que relaciona dois indicadores presentes em qualquer empresa: os gastos com folha de pagamento e o faturamento bruto do negócio nos últimos 12 meses. Representado sobre a forma de porcentagem, ele mostra quanto do faturamento da empresa é destinado ao pagamento de salários e demais encargos (incluindo Pró-Labore). Sua existência oferece um alívio para os optantes do Simples Nacional que têm altos custos com folha de pagamento. Quanto maior o valor gasto com colaboradores, maior será o fator R e, consequentemente, menor a alíquota incidente sobre a empresa. Por que o fator R é tão importante para as pequenas e médias empresas? Ser pequeno empreendedor no Brasil não é fácil. Além das questões específicas do negócio, um tipo de dificuldade se destaca: a burocracia tributária. Uma grande iniciativa para auxiliar nessa questão é o Simples Nacional. Porém, por meio de uma grande reformulação nesse regime, novas regras tributárias para as micro e pequenas empresas entraram em vigor no início do ano de 2018. E a maior mudança, sem dúvidas, diz respeito ao novo “fator R”. Esse elemento no cálculo do Simples condiciona a tributação de algumas atividades com a relação entre: folha de salários e a receita bruta das empresas no último ano. Em outras palavras, o fator R veio para facilitar a vida do pequeno e médio prestador de serviços. Isso acontece porque, para o Simples Nacional, o cálculo do tributo a ser pago não leva em conta as despesas e nem o lucro dessas empresas — apenas o faturamento. Ou seja, como a alíquota é aplicada diretamente sobre a receita bruta do negócio nos últimos 12 meses, até mesmo quem registrou prejuízo durante o período pode ter que pagar o imposto. O pagamento de salários, encargos trabalhistas e retiradas via pró-labore são custos efetivos para a empresa — principalmente quando o negócio é de pequeno porte. Logo, a medida beneficia empresas que destinam parte considerável de seu faturamento para pagar os colaboradores. A partir de determinado nível, o fator R permite que essas empresas sejam tributadas em alíquotas mais baixas e paguem menos impostos para a Receita. Para compreender melhor a nova configuração e como vai funcionar, separamos algumas perguntas importantes que vai te ajudar a entender melhor essa nova configuração do fator R, são elas: Como funciona o fator R no novo Simples Nacional? Que tipo de empresa pode se beneficiar com o fator R? Empresas com menos de um ano de atividade podem ter acesso ao fator R? O que concluir a partir de todas essas alterações? Confira as respostas dessas perguntas abaixo: Fator R novo Simples Nacional: como funciona? Na versão atual do Simples Nacional, o funcionamento do Fator R está baseado em duas regras. Vejamos o que diz a Lei Complementar 123/2006: “Quando a relação entre a folha de salários e a receita bruta da microempresa ou da empresa de pequeno porte for inferior a 28% (vinte e oito por cento), serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar para as atividades previstas.” “As atividades de prestação de serviços a que se refere o § 5o-I serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar caso a razão entre a folha de salários e a receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a 28% (vinte e oito por cento).” Ou seja, a primeira regra determina que se o fator R estiver abaixo de 28%, as atividades do Anexo III (que tem alíquotas menores) serão tributadas pelo Anexo V (que tem alíquotas maiores). Já a segunda regra é o contrário: se o Fator R for superior a 28%, algumas atividades do Anexo V podem passar para o Anexo III. Resumindo: A atividade empresarial precisa estar enquadrada nos anexos III ou V, que são sujeitos ao fator R; se a relação percentual entre a folha de pagamentos e a receita bruta da empresa dos últimos 12 meses for superior a 28%, a tributação será feita pelas alíquotas do Anexo III; se a relação percentual entre a folha de pagamentos e a receita bruta da empresa dos últimos 12 meses for inferior a 28%, a tributação será feita pelas alíquotas do Anexo V. Bônus Confira as tabelas do anexo II e anexo V abaixo: Anexo III Alíquota e Partilha do Simples Nacional – Locação de Bens Móveis e de Prestação de Serviços Receita Bruta em 12 meses Alíquota Nominal Valor a deduzir Até R$ 180 mil 6% – De R$ 180 mil a R$ 360 mil 11,2% R$ 9.360,00 De R$ 360 mil a R$ 720 mil 13,5% R$ 17.640,00 De R$ 720 mil a R$ 1,8 milhões 16% R$ 35.640,00 De R$ 1,8 milhões a R$ 3,6 milhões 21% R$ 125.640,00 De R$ 3,6 milhões a R$ 4,8 milhões 33% R$ 648.000,00 Anexo V Alíquota e Partilha do Simples Nacional – Prestação de Serviços Receita Bruta em 12 meses Alíquota Nominal Valor a deduzir Até R$ 180 mil 15,5% – De R$ 180 mil a R$ 360 mil 18% R$ 4.500,00 De R$ 360 mil a R$ 720 mil 19,5% R$ 9.900,00 De R$ 720 mil a R$ 1,8 milhões 20,5% R$ 17.100,00 De R$ 1,8 milhões a R$ 3,6 milhões 23% R$ 62.100,00 De R$ 3,6 milhões a R$ 4,8 milhões 30,5% R$ 540.000,00 Que tipo de empresa pode se beneficiar com o fator R? Com as diversas mudanças e reformulações que a legislação passa ano após ano, é normal que os empreendedores não saibam em qual categoriao seu negócio se encaixa. As mudanças realizadas recentemente no Simples Nacional são provas clara disso. Com a reformulação do regime, a lista de anexos — que reúne as atividades empresariais em um mesmo conjunto de regras tributárias — foi totalmente modificada. O número de faixas de renda foi reduzido, o anexo VI foi extinto e passaram a existir apenas cinco grupos — com várias atividades migrando de um anexo para outro. Com isso, o primeiro desafio é saber quais atividades continuam a ser classificadas dentro do Fator R. Lista de atividades sujeitas ao fator R: Atividades Enquadramento Arquitetura e urbanismo Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Fisioterapia Enquadramento até 31/12/2017: Anexo III. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R): Medicina, enfermagem, odontologia, psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI.Novo Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Administração e locação de imóveis de terceiros Enquadramento até 31/12/2017: Anexo V ou VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Academias de atividades físicas, desportivas e de lazer Enquadramento até 31/12/2017: Anexo V. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas e programas de computadores, bem como licenciamento ou cessão dos seus direitos de uso Enquadramento até 31/12/2017: Anexo V. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Empresas montadoras de estandes para feiras Enquadramento até 31/12/2017: Anexo V. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica, serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, ressonância magnética e serviços de prótese, em geral Enquadramento até 31/12/2017: Anexo V. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo III (sujeita ao fator R) Medicina veterinária Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Serviços de engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia e geodésia Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação, representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI.Novo Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle, administração, perícia, leilão e avaliação de ativos Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI.Novo Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Jornalismo e publicidade Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Agenciamento, exceto de mão de obra Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI. Novo Enquadramento — Simples Nacional 2018: Anexo V (sujeita ao fator R) Outras prestações de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual (desde que não sujeitas à tributação nos anexos III ou IV) Enquadramento até 31/12/2017: Anexo VI Empresas com menos de um ano de atividade podem ter acesso ao fator R? A micro empresa ou empresa de pequeno porte que estiver operando há menos de um ano poderá usar o fator R para conseguir uma alíquota menor. Para isso, ela deverá adotar os seguintes procedimentos: Empresas com início de atividades no ano anterior Se a empresa abriu seu CNPJ no ano anterior da declaração, mas ainda não atingiu um ano de operação, o cálculo de sua receita bruta acumulada deverá acontecer pela média aritmética da receita dos meses anteriores. Ao multiplicar o valor por 12, o resultado será a receita bruta total a ser declarada no Simples Nacional — e o valor usado para o cálculo do fator R. Empresas com início de atividades no mesmo ano Em caso de abertura de CNPJ no próprio ano da declaração, o cálculo da receita bruta acumulada ocorrerá da seguinte forma: no primeiro mês de atividade: multiplicar por 12 a receita do primeiro mês de atividade; nos 11 meses após o início de atividade: utilizar a média aritmética da receita nos meses anteriores e, então, multiplicar por 12. O que concluir a partir de todas essas alterações? Com as novas regras, não adianta mais tentar escapar do Anexo V por meio do enquadramento em outras atividades. A partir de agora, quem vai determinar diretamente o valor da alíquota é a sua folha de pagamento. Porém, é importante lembrar que a regulação tributária no Brasil é complexa e cheia de pormenores que podem afetar diretamente a sua empresa. Então, mesmo que não haja saída, é sempre importante contar com a ajuda de especialistas em contabilidade. Manter um bom planejamento tributário é primordial para as finanças do negócio, e apenas um profissional da área poderá esclarecer todas as alternativas a você
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