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6 ETAPA - MOD 1 - PSIQUIATRIA 1. Descrever a sintomatologia dos transtornos psicóticos 2. Definir psicose e identificar as principais síndromes 3. Caracterizar a esquizofrenia 4. Definir surto e crise e explicar o manejo 5. Caracterizar a sindrome conversiva 6. Discutir os aspectos biopsicossociais do paciente com transtornos psicóticos 1. PSICOSE Qualquer doença mental caracterizada pelas distorções na percepção da vida real do indivíduo. DELÍRIO Sintoma de uma alteração do pensamento onde a pessoa tem certeza do que ela pensa • É um sinal de transtorno psiquiátrico ➔ incapaz de diferenciar o real e a imaginação. • Crença falsa baseada em indução incorreta sobre a realidade externa. - Tem origem externa ➔ logo não depende dos nossos sentidos. - Estímulo externo real que é interpretado de forma errada. • Causa ➔ alteração de dopamina ➔ hiperatividade dos neurotransmissores dopaminérgicos. - Tratamento farmacológico se dá por meio de antagonistas de dopamina. DELIRIUM Síndrome mental orgânica que ocorre abruptamente uma mudanca de comportamento com prejuizos da atencao com flutuações dos sintomas ao longo do dia • É a manifestação de algum problema necessariamente orgânico. • É um estado confusional agudo. • Síndrome cerebral causada por disfunções da consciência, orientação e pensamento. • É um transtorno mental temporário, reversível e geralmente geriátrico. ALUCINAÇÃO Qualquer um dos cinco sentidos pode ser afetado por experiências alucinatórias no caso de indivíduos com esquizofrenia. As alucinações mais comuns, entretanto, são as auditivas, com vozes muitas vezes ameaçadoras, obscenas, acusatórias ou ofensivas. Duas ou mais vozes podem conversar entre si, ou uma voz pode comentar a vida ou o comportamento da pessoa. Alucinações visuais são comuns, ao contrário das táteis, olfativas e gustativas, cuja presença deve levar o médico a considerar a possibilidade de um problema clínico ou neurológico subjacente estar causando toda a síndrome Alucinações cenestésicas: São sensações infundadas de estados alterados em órgãos do corpo. Os exemplos incluem sensação de queimação no cérebro, sensação de pressão nos vasos sanguíneos e sensação cortante na medula óssea. Distorções corporais também podem ocorrer. DESORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO (Discurso) • Transtorno do pensamento formal. • Percebido a partir do discurso do indivíduo ➔ pode mudar de um tópico a outro. • As respostas a perguntas podem não ter relação alguma (tangencialidade). • Pode ocorrer durante os períodos prodrômicos ou residuais da esquizofrenia. 2. A Psicose É a incapacidade de distinguir entre a experiência subjetiva e a realidade externa. • Ocorre uma perda de contato com a realidade ➔ distúrbio da percepção da realidade. • Alucinações, delírios, mudanças comportamentais e pensamento confuso. - Agitação, agressividade, impulsividade. Outros transtornos psicóticos Os sintomas psicóticos da esquizofrenia podem ser idênticos aos dos transtornos esquizofreniforme, psicótico breve, esquizoafetivo e delirantes. O transtorno esquizofreniforme difere da esquizofrenia porque seus sintomas têm duração de pelo menos um mês, mas menos de seis. O transtorno psicótico breve é o diagnóstico apropriado quando os sintomas duram pelo menos um dia, mas menos de um mês, e o paciente não retorna ao estado pré-mórbido de funcionamento nesse período. Também pode haver um evento traumático precipitante. Quando uma síndrome maníaca ou depressiva se desenvolve ao mesmo tempo que os sintomas principais da esquizofrenia, o transtorno esquizoafetivo é o diagnóstico apropriado. Delírios não bizarros presentes por pelo menos um mês sem outros sintomas de esquizofrenia ou transtorno do humor justificam o diagnóstico de transtorno delirante. transtornos do humor Um paciente com um episódio depressivo maior pode se apresentar com delírios e alucinações, tenha ele um transtorno do humor unipolar ou bipolar. Os delírios vistos na depressão psicótica são normalmente congruentes com o humor e envolvem temas como culpa, autodepreciação, punição merecida e doenças incuráveis. Nesses transtornos, os sintomas psicóticos podem se resolver por completo com a resolução da depressão. Um episódio depressivo grave pode também resultar em perda de funcionamento, declínio no autocuidado e isolamento social, mas estes são secundários aos sintomas depressivos e não devem ser confundidos com os sintomas negativos da esquizofrenia. Um episódio maníaco plenamente desenvolvido muitas vezes se apresenta com delírios e às vezes com alucinações. Os delírios na mania são com muita frequência congruentes com o humor e em geral envolvem temas de grandeza. A fuga de ideias vista na mania às vezes pode ser confundida com o transtorno do pensamento da esquizofrenia. Atenção especial durante o exame do estado mental de um indivíduo com fuga de ideias é fundamental para observar se as ligações associativas entre temas são conservadas, ainda que seja difícil para o observador acompanhar a conversação devido ao ritmo acelerado do pensamento do paciente. Transtornos da personalidade Vários transtornos da personalidade podem ter algumas características da esquizofrenia, sendo os tipos esquizotípico, esquizoide e borderline os que apresentam sintomas mais semelhantes. Um transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva grave pode mascarar um processo esquizofrênico subjacente. Os transtornos da personalidade, diferentemente da esquizofrenia, têm sintomas leves e história de ocorrência durante toda a vida; eles também não têm uma data de início precisa. Psicose Primária • Primária quando resulta de uma condição psiquiátrica. • Vários distúrbios podem exibir sintomas psicóticos: - Esquizofrenia. - Transtorno esquizoafetivo. - Transtorno psicótico breve. - Transtorno delirante. - Psicose bipolar. - Depressão psicótica. - Pós-parto. Psicose Secundária • Secundária quando é causada por doenças que não são mentais. • É secundária a uma doença ou ao uso contínuo de uma substância tóxica. • Várias condições podem causar sintomas psicóticos: - Neurológicas: ‣ Neoplasias. ‣ Doença cerebrovascular. ‣ Doença de Huntington. ‣ Esclerose múltipla. ‣ Epilepsia. ‣ Lesão nervosa visual ou auditiva. ‣ Surdez. ‣ Enxaqueca. ‣ Infecções do SNC. - Endócrinas: ‣ Hiper e hipotireoidismo. ‣ Hiper e hipoparatireoidismo. ‣ Hiper e hipoadrenocorticismo. - Metabólicas: ‣ Hipóxia ‣ Hipercarbia ‣ Hipoglicemia - Desequilíbrios hídricos e eletrolíticos. - Doenças hepáticas ou renais. - Distúrbios autoimunes ➔ com envolvimento do SNC: lúpus eritematoso sistêmico. - Drogas. 3. A esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. É um transtorno crônico no qual alucinações e delírios proeminentes costumam estar presentes. • Há 3 fases: - São reconhecidas pelos médicos. - MAS não são incluídas no DSM-5 como fases distintas. 1. Fase Prodrômica➔ deterioração na função antes do início da fase psicótica ativa. 2. Fase Psicótica Ativa➔ Delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento acentuadamente desorganizado ou sintomas negativos (afeto insípido, avolição, e alogia). Devem estar presentes por pelo menos 1 mês. 3. Fase residual➔ comprometimento funcional e anormalidades do afeto, da cognição e da comunicação. EPIDEMIOLOGIA Gênero e idade: - É igualmente prevalente em homens - O início é mais precoce entre homens. O aparecimento da psicose (isto é, distorção da realidade ou desorganização do pensamento) em geral ocorre na faixa etária entre 17 a 27 anos de idade nos homens e aos 20 a 37 anos nas mulheres. ‣ Homens têm maior probabilidade de sofrer sintomas negativos. • Persiste durante toda a vida. • Afeta pessoas de todas as classes sociais. ETIOLOGIA ‣ Fatores genéticos: • Há contribuiçãogenética às formas de esquizofrenia e uma variação na suscetibilidade ao transtorno se deve a efeitos genéticos cumulativos ➔ ex: ocorre com uma frequência maior entre os parentes de maior grau de parentesco. Alguns dados indicam que a idade do pai tem uma correlação com o desenvolvimento de esquizofrenia ➔ ex: em pacientes sem história da doença na linhagem materna ou paterna, aqueles nascidos de pais com mais de 60 anos de idade eram vulneráveis a desenvolver o transtorno ➔ espermatogênese em homens mais velhos está sujeita a maior dano epigenético do que em homens jovens. Tais fatores incluem a desnutrição materna, infecções adquiridas durante períodos decisivos do desenvolvimento fetal, hipóxia fetal e outras complicações associadas ao nascimento e obstétricas. Sustentando adicionalmente o papel dos fatores ambientais, há o achado de que os pacientes esquizofrênicos em geral tendem mais a terem nascido durante o inverno, enquanto o subgrupo de pacientes com esquizofrenia com déficit tendem mais a terem nascido no verão.17 Não está esclarecido como a estação do ano em que ocorre o nascimento afeta o risco de doença. As agressões ambientais que ocorrem nas fases mais tardias da vida, como o uso de fármacos psicoativos, também têm algum papel. ‣ Fatores Bioquímicos: • Hipótese da dopamina: - Transtorno resulta do excesso de atividade dopaminérgica, visto que: ‣ Alta eficácia da maioria dos antipsicóticos ➔ antagonistas do receptor da dopamina. ‣ Agentes que aumentam a atividade dopaminérgica ➔ ex: anfetamina ➔ são psicotomiméticos. - Essa teoria básica não indica se a hiperatividade dopaminérgica acontece devido à liberação excessiva de dopamina, ao excesso de receptores de dopamina, à hipersensibilidade destes à dopamina ou de uma combinação de tais mecanismos. Os mecanismos fisiopatológicos são provavelmente complexos – até mesmo uma deficiência de dopamina é uma explicação viável para os sintomas negativos. As observações clínicas de que o uso prolongado de feniciclidina (PCP) produz um aglomerado mais amplo de sintomas do tipo esquizofrênico do que o observado com o uso de agonistas de dopamina levaram à especulação de que uma falta de glutamina poderia estar implicada. Contrastando com os sintomas predominantemente paranoicos associados ao uso prolongado dos agonistas de dopamina, o uso prolongado de PCP produz sintomas negativos e comprometimento cognitivo, além de distorção da realidade.29 Estes sintomas do tipo esquizofrênicos produzidos pela PCP são hipoteticamente iniciados pelo bloqueio de canais iônicos no complexo receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA), com consequente diminuição da neurotransmissão glutamatérgica. Tanto os terminais dopaminérgicos como os glutamatérgicos convergem nas espinhas dos neurônios piramidais situados no córtex. Isto sugere a existência de um mecanismo compartilhado, em que o glutamato e a dopamina exercem papel na esquizofrenia.29,30 Embora os 2 sistemas de neurotransmissores compartilhem interações pré e pós-sinápticas complexas,34,35 a modulação da liberação de glutamato pelos receptores de dopamina D1 pode mediar alguns dos efeitos da dopamina na psicose. Glutamato: - Fenciclidina ➔ antagonista do glutamato ➔ gera síndrome semelhante à esquizofrenia. - A hipótese proposta sobre o glutamato inclui as de hiperatividade, hipoatividade e neurotoxicidade induzidas por ele. • Serotonina: - Hipótese ➔ excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos como negativos na esquizofrenia. - Atividade antagonista de serotonina da clozapina e de outros antipsicóticos de segunda geração ➔ diminui sintomas positivos em pacientes crônicos. • GABA: - Perda de neurônios GABAérgicos no hipocampo. (Inibitório) - O GABA tem um efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos. • Neuropeptídeos: - Neuropeptídeos ➔ ex: substância P e a neurotensina ➔ estão localizados com os neurotransmissores de catecolamina e indolamina e influenciam a ação destes. - Alteração nos mecanismos de neuropetídeo poderia facilitar, inibir ou alterar o padrão de disparo desses sistemas neuronais. • Acetilcolina e Nicotina: - Aumento dos receptores muscarínicos e nicotínicos no caudado-putame, no hipocampo e em regiões selecionadas do córtex pré-frontal. - Esses receptores têm um papel na regulação dos sistemas de neurotransmissores envolvidos na cognição, que é comprometida na esquizofrenia. ‣ Neuropatologia: • Ventrículos cerebrais: - Alargamento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo. - Redução no volume cortical. - Volumes reduzidos da substância cinzenta cortical foram demonstrados durante os primeiros estágios da doença. Observa-se atrofia cerebral com dilatação dos ventrículos, redução do volume da substância cinzenta, redução das estruturas medidas dos lobos temporais, córtex pré-frontal e tálamo • Simetria reduzida em várias áreas do cérebro. - Pode ter originem durante a vida fetal e seja indicativa de uma interrupção na lateralização cerebral durante o neurodesenvolvimento. • Sistema límbico reduzido: - Hipótese de diminuição no tamanho da região, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal. - Hipocampo ➔ menor em tamanho + funcionalmente anormal ➔ distúrbios na transmissão de glutamato. • Córtex pré-frontal em déficit: - Anormalidades anatômicas no córtex pré-frontal na esquizofrenia. - Déficits funcionais na região pré-frontal. • Tálamo: - Diminuição de volume ou perda neuronal. - Núcleo dorsomedial do tálamo, que tem conexões recíprocas com o córtex pré-frontal, tem um número reduzido de neurônios. • Gânglios da base e Cerebelo: - Eles estão envolvidos no controle dos movimentos ➔ doenças nessas áreas estão implicadas na fisiopatologia da esquizofrenia. - Muitos pacientes exibem movimentos bizarros ➔ ex: marcha desajeitada, caretas e estereotipias. - Os transtornos do movimento que envolvem os gânglios da base (ex: doença de Huntington, doença de Parkinson) são os mais comumente associados com psicose. QUADRO CLÍNICO • Nenhum sinal ou sintoma clínico é patognomônico para esquizofrenia. - Todos os sinais ou sintomas vistos nessa doença ocorrem em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos. - Por isso, a história do paciente é essencial para o diagnóstico: ‣ Não se pode diagnosticar somente pelos resultados de um exame mental. ‣ Sintomatologia do paciente pode variar. • Delírios. • Alucinações. • Ilusões. • Desorganização de pensamento. • Catatonia. • Sintomas negativos. • Responsividade emocional reduzida. • Sinais e sintomas pré-mórbidos ➔ Pacientes são caracterizados como: - Quietos. - Passivos. - Introvertidos. - Infância ➔ tinham poucos amigos. - Adolescentes ➔ sem interesse amoroso. - Ausência de amigos próximos - Evitar esportes de equipe. - Preferem atividades em casa. - Afeto anormal. - Discurso incomum. - Ideias bizarras. - Experiências perceptuais estranhas. • Os pacientes podem ser agitados e ter pouco controle dos impulsos durante um surto: - Levando a um comportamento violento. - Ideias suicidas ➔ Principal causa de morte prematura nesses pacientes. • Orientação: - Os pacientes geralmente são orientados em relação à pessoa, tempo e espaço. - A ausência dessa orientação deve levar o médico a investigar a possibilidade de um transtorno cerebral de causa médica geral ou neurológica. - Ex: podem dar respostas incorretas ou bizarras a perguntas sobre orientação ➔ “Eu sou Jesus Cristo, isto é o Paraíso, e o ano é 35 d.C”. • Sintomas Positivos: funções anormais, sintomas acrecentativos, catotonia, discurso desorganizado, delírio e alucinação. • Sintomas Negativos: embotamento, nolição (sem iniciativa, sem motivação), alogia (diminuição da fluência da fala), expressão emotiva reduzida, retração social, avolia (dificuldade de decisão),autonegligência e lentificação neuropsicomotora. DIAGNÓSTICO • Critérios diagnósticos do DSM-5. • A presença de alucinações ou delírios não é necessária para um diagnóstico de esquizofrenia. • Transtorno é diagnosticado como esquizofrenia quando o paciente exibe 2 dos sintomas listados em 1 a 5 do Critério A. • O Critério B requer que o funcionamento comprometido, embora não as deteriorações, esteja presente durante a fase ativa da doença. • Os sintomas devem persistir por pelo menos 6 meses, e não deve haver um diagnóstico de transtorno esquizoafetivo ou transtorno do humor. TRATAMENTO ‣ Farmacoterapia: • Clorpromazina ➔ Reduz alucinações, delírios e a excitação. - Causa efeitos colaterais que pareciam semelhantes ao parkinsonismo. • Antipsicóticos: - Diminuem a expressão do sintoma psicótico. - Reduzem as taxas de recaída ➔ 70% dos pacientes alcançam a remissão. - Todos conseguem antagonizar os receptores de dopamina pós-sinápticos no cérebro. - Classificação: 1. Convencionais + antigos➔ antipsicóticos de 1a geração ou antagonistas do receptor de dopamina. 2. + Recentes➔ antipsicóticos de 2a geração ou antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs). Osmedicamentos usados para tratar a esquizofrenia têm uma ampla variedade de propriedades farmacológicas, mas todos têm em comum a capacidade de antagonizar os receptores de dopamina pós-sinápticos no cérebro. - Os antipsicóticos podem ser classificados em dois grupos principais: os convencionais, mais antigos, que também são chamados de antipsicóticos de primeira geração, ou antagonistas do receptor de dopamina, e os mais recentes, que têm sido chamados de antipsicóticos de segunda geração, ou antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs). • Fases do Tratamento na Esquizofrenia: I. Tratamento da psicose aguda: • Sintomas psicóticos agudos requerem atenção imediata. • Aliviar os sintomas psicóticos mais graves. • Tem duração de 4 a 8 semanas. • Agitação grave / delírios assustadores / alucinações. • Antipsicóticos e os benzodiazepínicos podem acalmar os pacientes rapidamente. • Naqueles muito agitados ➔ adm IM de antipsicóticos produz um efeito mais rápido. - Antipsicóticos ➔ 1 injeção intramuscular de haloperidol, flufenazina, olanzapina ou ziprasidona resultará em efeito calmante sem sedação excessiva. • Benzodiazepínicos ➔ eficazes para agitação durante a psicose aguda. - Lorazepam ➔ vantagem de absorção confiável quando adm por VO ou IM. - O uso de benzodiazepínicos também pode reduzir a quantidade de antipsicótico necessária para controlar pacientes psicóticos. ‣ Terapias Psicossociais: • Aumentar as habilidades sociais, a autossuficiência, as habilidades práticas e a comunicação interpessoal em pacientes com esquizofrenia. • Objetivo ➔ capacitar os pacientes a desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente. • São realizadas em ➔ hospitais, clínicas ambulatoriais, centros de saúde mental, lares, clubes. ‣ Terapia de Família: • A família recebe algumas sessões intensivas (até mesmo diárias) de terapia familiar. • A abordagem deve focalizar a situação imediata e incluir identificação e evitação de situações potencialmente problemáticas. • Quando surgem dificuldades com o paciente na família, o objetivo da terapia deve ser resolvê-las de forma rápida. • Os sintomas psicóticos muitas vezes assustam os membros da família, e falar claramente com o psiquiatra e com o parente afetado ajuda a tranquilizar todos os envolvidos. • Direciona a terapia familiar para a aplicação de estratégias de redução do estresse e de enfrentamento com vistas à reintegração gradual do paciente à vida cotidiana. • Aliança Nacional para os Doentes Mentais ➔ National Alliance on Mental Illness – NAMI: - Grupos de apoio para membros da família e amigos de pacientes com doenças mentais e para os próprios pacientes. - Oferecem aconselhamento emocional e prático para a obtenção de atendimento em um sistema de saúde muitas vezes complexo. ‣ Terapia de Grupo: • Terapia de grupo para pessoas com esquizofrenia. • Foco nos planos, nos problemas e nos relacionamentos. • Podem ter orientação comportamental e psicodinâmica. • É eficaz para reduzir o isolamento social, aumentar o sentido de coesão e melhorar o teste de realidade. ‣ Terapia Cognitivo-comportamental: • Para melhorar as distorções cognitivas. • Para reduzir a distratibilidade. • Para corrigir erros de julgamento. • Existem relatos de melhora dos delírios e das alucinações em alguns pacientes. • Aqueles que podem se beneficiar geralmente têm compreensão acerca de sua doença. ‣ Psicoterapia Individual: • Seus efeitos se somam aos do tratamento farmacológico. • É fundamental desenvolver uma relação que o paciente sinta se segura. • A psicoterapia nesses casos deve durar décadas. • Objetivo ➔ Transmitir a ideia de que o terapeuta é confiável, quer compreender o paciente, tenta fazê-lo e tem fé em seu potencial como ser humano, por mais perturbado, hostil ou bizarro que ele possa parecer no momento. ‣ Terapia Vocacional: • Ajudar os pacientes a recuperar antigas habilidades ou desenvolver novas, incluindo oficinas protegidas de trabalho, clubes e programas de emprego temporário. • Capacitá-los para um emprego remunerado é um meio e um sinal de recuperação. ‣ Treinamento Cognitivo: • Também chamado de reparação cognitiva, é uma técnica introduzida recentemente. • Utilizando exercícios gerados por computador, as redes neurais são influenciadas de tal forma que a cognição, incluindo a memória de trabalho, melhora e se traduz em funcionamento social mais efetivo. 4. CRISE O seu aparecimento causa desequilíbrio psíquico, no qual o sujeito se encontra desprovido das competências que o levam a uma re-acomodação às situações de conflito. • Acontecem na pessoa que já tem doença psiquiátrica e tem vários surtos psicóticos. • Ou seja, a crise é a condição na qual há presença de vários surtos. SURTO - Alterações repentinas de comportamento. - Alucinações. - Delírios. - Reações desproporcionais à realidade. • É um episódio de dissociação psíquica no qual a pessoa perde a noção da realidade e se torna incapaz de pensar racionalmente. • Durante o surto ➔ há aumento de atividade no sistema límbico (emoções / prazer) ➔ faz com que as percepções fiquem alteradas e os pensamentos se desorganizem. • Etiologia ➔ Um surto psicótico pode ser um sintoma de uma doença maior ou apenas um episódio isolado, conhecido como episódio psicótico breve. • Doenças psiquiátricas que podem levar ao surto psicótico: Esquizofrenia, Transtorno Bipolar, Mal de Alzheimer, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e distúrbios de personalidade. • Causas médicas que podem induzir o surto psicótico: tumores cerebrais, esclerose múltipla, epilepsia, doença de Alzheimer, lúpus, insuficiência renal, insuficiência hepática, AIDS e sífilis. O uso patológico de álcool e drogas alucinógenas também pode desencadear um surto psicótico. • Em todos os casos, alterações no cérebro fazem com que os neurônios da região límbica fiquem hiperativos, desorganizando os pensamentos e alterando a percepção das coisas. QUADRO CLÍNICO • Delírios e alucinações (ideias de perseguição, escuta de vozes, visões irreais). • Perda de contato com a realidade. • Confusão mental, pensamentos desorganizados. • Falar de forma desorganizada, rápido demais ou com frases incoerentes. • Comportamento agitado, incoerente, agressivo ou catatônico. • Oscilação de humor entre depressão e euforia. • Agressividade, insônia, perda de apetite e consequente perda de peso. TRATAMENTO • Benzodiazepínicos ➔ eficazes para agitação durante a psicose aguda. - Lorazepam ➔ vantagem de absorção confiável quando adm por VO ou IM. - O uso de benzodiazepínicos também pode reduzir a quantidade de antipsicótico necessária para controlar pacientes psicóticos. II. Tratamento da Psicose Crônica: • Tratamento durante asfases de estabilização e manutenção. - A doença está em um estágio relativo de remissão ➔ apenas com sintomas psicóticos mínimos. • Objetivos: - Prevenir recaída psicótica. - Ajudar os pacientes a melhorar seu nível de funcionamento. • Pacientes estáveis que são mantidos com um antipsicótico têm uma taxa de recaída muito mais baixa do que aqueles que têm seus medicamentos descontinuados. • Interromper a medicação aumenta o risco de recaída 5x. • Pacientes com episódios múltiplos ➔ receber tratamento de manutenção por pelo menos 5 anos + farmacoterapia por tempo indeterminado. • Falta de adesão ao tratamento antipsicótico de longo prazo é muito alta. • Adesão aumenta quando medicamento de ação prolongada é usado em vez dos orais: - Flufenazina e haloperidol têm formulações de ação prolongada injetáveis. - Formulações de longa ação de risperidona, paliperidona, aripiprazol e olanzapina. 5. A síndrome conversiva é entendida como a perda / alteração de alguma função motora ou sensorial que se assemelha com a presença de uma causa neurológica sendo responsável pelo quadro. Entretanto, a partir de uma história clínica e exame físico bem detalhados, acompanhado do suporte de exames complementares pertinentes, não é possível encontrar alterações objetivas que justifiquem o quadro apresentado pelo paciente e, portanto, ausência de neuropatia. Os sintomas costumam surgir e desaparecer de forma súbita, geralmente após algum episódio de estresse psicossocial e pode ser dividido em alterações da psicomotricidade e da sensopercepção. Importante salientar que, apesar de não haver desordem neurológica, os sintomas vividos pelo paciente são tidos como reais e, portanto, não se tratam de fingimento ou simulação, diferentemente de outras síndromes que serão vistas posteriormente. • É uma forma de somatização ➔ expressão de fenômenos mentais como sintomas físicos (somáticos). • Pacientes podem ter um único episódio ou episódios esporádicos repetidos. • Os sintomas podem se tornar crônicos. • Normalmente, os episódios são breves. EPIDEMIOLOGIA • Início ➔ no fim da infância até o início da idade adulta. • Sendo raro antes dos 10 anos de idade ou após os 35 anos. • Mulheres - Populações rurais. - Pessoas com baixo grau de instrução. - Pessoas com baixo quociente de inteligência. - Grupos com nível socioeconômico baixo. - Militares que foram expostos a situações de combate. • Transtorno está associado a: - Transtorno depressivo maior. - Transtornos de ansiedade. - Transtorno de personalidade. - Depressão. - Esquizofrenia. QUADRO CLÍNICO • Quase sempre se desenvolvem abruptamente. • Início pode muitas vezes ser associado a um evento estressante. • Os sinais e sintomas não são consistentes com doença neurológica. • Sintomas + comuns: - Paralisia. - Cegueira. - Mutismo. ‣ Os pacientes com os sintomas raramente caem. - Tremores rítmicos grosseiros, movimentos coreiformes, tiques e espasmos. - Paralisia e paresia envolvendo 1, 2 ou os 4 membros, embora a distribuição dos músculos afetados não se conforme aos caminhos neurais. - Os reflexos permanecem normais. • Sintomas convulsivos: - Consciência prejudicada. - Pseudoconvulsão ➔ difícil diferenciar de uma verdadeira convulsão por meio da observação clínica isolada. - Morder a língua, incontinência urinária e lesões após uma queda podem ocorrer em pseudoconvulsões, embora esses sintomas em geral não estejam presentes. - O reflexo pupilar e de mordedura é mantido após uma pseudoconvulsão, e os pacientes não têm aumento pós-convulsão nas concentrações de prolactina. • Pacientes com transtorno conversivo podem moldar seus sintomas de forma inconsciente conforme os de alguém importante para eles ➔ ex: um genitor ou uma pessoa que morreu recentemente podem servir como modelo para um transtorno conversivo. TRATAMENTO • Psicoterapia ➔ terapia cognitivo-comportamental. • Fisioterapia. • Hipnose. • Narcoanálise ➔ semelhante à hipnose, mas os pacientes recebem um sedativo para induzir um estado de semissono. 6. A esquizofrenia está em 4º lugar entre as principais causas de incapacitação de adultos ao nível mundial. Nos Estados Unidos, cerca de 80% dos indivíduos com esquizofrenia estão desempregados, e a maioria dos 20% restantes estão subempregados. Talvez até 1/3 dos moradores de rua tenham esquizofrenia.12 Mais da metade dos pacientes esquizofrênicos fazem uso abusivo de substâncias, sobretudo de bebidas alcoólicas.13 Mais de 70% dos pacientes com esquizofrenia são fumantes, e a ingesta de nicotina por estes indivíduos está bem acima do que a observada em fumantes não esquizofrênicos.14 O tabagismo representa um grande ônus financeiro para esta população, em geral empobrecida, que se combina a outros fatores de risco relacionados ao estilo de vida (p. ex., hábitos inadequados de dieta e exercício) e expõe os pacientes com esquizofrenia ao risco aumentado de diabetes, doença cardiovascular e câncer.
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