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Maria Beatriz Machado SAÚDE MENTAL – AULA TEÓRICA 04 – TRANSTORNOS PSICÓTICOS 1. INTRODUÇÃO Dentre os transtornos mentais, os transtornos psicóticos são os mais graves, porque são os que apresentam a maior alteração do estado mental. Nas síndromes psicóticas há uma perda do contato com a realidade, ou seja, a atividade psíquica do paciente passa a não ter mais compromisso com a realidade. Trata-se de uma síndrome muito rica em sintomas, sendo bastante florida quando completa Entretanto, não se faz necessário apresentar todos os sintomas para dizer que é uma síndrome psicótica. 2. SÍNDROME PSICÓTICA Consideramos que é uma síndrome completa quando o paciente tem: Síndrome positiva Síndrome negativa Síndrome desorganizada Porém, não é preciso que ele tenha todas para ser considerada uma síndrome psicótica Síndrome Positiva (Produtiva) – Chamamos de positivos porque são sintomas que não existiam antes. Alucinações: Alteração da sensopercepção Delírios: Alteração do pensamento Os delírios de perseguição são os mais comuns Os delírios não mudam quando tentamos explica racionalmente para o paciente que eles estão errados, portanto, não podemos ficar contrariando o paciente, dizendo que é mentira o que ele está falando, ou que ele está pensando errado, etc. Devemos perguntar a respeito do delírio sem reforçá-lo, ou seja, não devemos ficar estimulando o delírio do paciente. EX: Paciente diz que tem um disco voador esperando por ele do lado de fora do prédio. Invés de dizer a ele que não tem, e mostrar isso para ele, devemos perguntar coisas como: “por que você acredita nisso?” “você já viu o interior, sabe como é?” “Desde quando ele está te esperando?”. Não devemos dizer nada do tipo: “Ah, tem mesmo, eu vi, era cinza”, “acho que você deve se esconder então”, etc. Comportamento bizarro Agitação psicomotora Produções linguísticas novas (neologismo): Criação de palavras novas Síndrome Negativa: São produções/sintomas que existiam antes, porém se tornam empobrecidas ou se perdem. Afeto embotado: Não existe uma expressão afetiva normal. O paciente não fica nem alegre nem muito triste, ele não demonstra nada. EX: Paciente diz que gosta da mãe porque ela cuidou dele a vida toda, mas se ela morre, ele não demonstra nada. Avolia: Perda da vontade de fazer as coisas Retração social: É o isolamento social, o paciente não tem interesse no contato com o outro. Pensamento e fala empobrecida: Dificuldade de se explicar, de falar o que está sentindo, não consegue se expressar direito. Autonegligência: Higiene prejudicada Lentificação e empobrecimento psicomotor Maria Beatriz Machado Síndrome Desorganizada Agitação Agressividade Atitude tola ou pueril: É comum confundir psicótico de longa data com retardo mental. Estereotipias Perda da autonomia: Vai precisando cada vez mais de cuidados, a maioria não tem condições de trabalhar. Prejuízo sócio ocupacional Catatonia: Alteração psicomotora Hoje em dia não é comum porque o tratamento se inicia de maneira mais precoce. Excitação catatônica: O paciente não para, mas seus movimentos não possuem finalidade. Catatonia com redução na reatividade ao ambiente: Postura rígida ou bizarra: Paciente pode assumir essa postura e ficar nela por horas Caso ele tenha flexibilidade cérea, ao colocarmos o paciente em determinada posição, ele vai ficar nela. Estupor: Ausência de resposta motora com consciência preservada. O paciente não fica com a postura rígida, porém ele pode assumir uma posição e ficar ali porque quer por horas. O estupor pode ser o início da catatonia. Mutismo: Ausência de respostas verbais 3. TIPOS DE TRANSTORNOS PSICÓTICOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Transtorno psicótico breve Induzidos por substâncias Transtorno esquizofreniforme Devido a outra condição médica Esquizofrenia Transtorno esquizoafetivo Transtorno delirante Personalidade esquizotípica 3.1. TRANSTORNOS PSICÓTICOS SECUNDÁRIOS Transtornos psicóticos induzido por substância – Podem ter melhor prognóstico dependendo da causa de base Algumas substâncias como: Bupropiona (antidepressivo), maconha, álcool, cocaína, crack, anfetaminas.. As substâncias que mais nos preocupam são a MACONHA e as substâncias relacionadas às ANFETAMINAS (anfetaminas, ecstasy, metilfenidato (ritalina) e lisdexsanfetamina (venvanse)). A principal substância delas é a maconha O indivíduo precisa ter predisposição genética para que ocorra a psicotização. Não se sabe ao certo como isso ocorre, porém acredita-se que o componente canabidiol da maconha seja a combinação perfeita para “despertar” os genes psicóticos adormecidos (as substâncias relacionadas à anfetamina fazem o mesmo). OBS: Aqui não estamos falando do que a droga faz durante a intoxicação, porque se pensarmos bem, durante a intoxicação, as drogas que mais produzem alucinações (sintoma psicótico) são os alucinógenos como LSD e chá de cogumelo. Porém, quando passa o efeito, essas drogas possuem baixo potencial de causar transtorno psicótico ao longo do tempo. OBS: A prevalência de esquizofrenia é de 1% na população geral, mas entre os usuários de maconha é 10% Só se tornam psicóticos aqueles que possuem potencial genético para isso. Transtorno psicótico devido a condição médica: Tumores, meningites, encefalites, doenças reumatológicas (LES), doenças endócrinas, trauma. Maria Beatriz Machado 3.2. TRANSTORNOS PSICÓTICOS PRIMÁRIOS A alteração do paciente não tem outra explicação a não ser a mudança do estado mental. Os transtornos possuem sintomas parecidos (síndrome psicótica), porém eles diferem no tempo de duração. Transtorno psicótico breve: Até 30 dias Predomínio dos sintomas positivos e desorganizados. Pode ser desencadeado por estresse, drogas.. Transtorno esquizofreniforme: Até 6 meses Geralmente esse transtorno continua após os 6 meses, se tornando a esquizofrenia. Esquizofrenia: Mais de 6 meses Geralmente ocorre a síndrome psicótica completa, ou seja, sintomas positivos, negativos e desorganizados. Transtorno esquizoafetivo: Quadro de psicose associado a alteração de humor. 3.2.1. ESQUIZOFRENIA Demantia precox Era o nome dado para a esquizofrenia antigamente É uma doença crônica de prognóstico ruim porque o paciente vai perdendo funções Desenvolvimento insidioso: Quando o paciente chega ao médico, ele já apresenta sintomas claros e conseguimos identificar longos períodos de pródromo (a pessoa vai mudando aos poucos) A síndrome psicótica pode ser completa: Sintomas positivos, negativos e desorganizados 3.2.1.1. EPIDEMIOLOGIA Prevalência de 1% na população geral Incidência estimada: 4 casos novos/ano/10.000 hab Em Presidente Prudente: 80 casos novos/ano (considerando 200 mil habitantes) Tem seu início na juventude: Entre 15 e 25 anos Maior proporção de homens (1,4:1) Mais precoce nos homens Média de 18 anos em homens e 25 anos em mulheres Início antes dos 10 e após os 40 anos é raro 3.2.1.2. ETIOPATOGENIA – HIPÓTESE DOPAMINÉRGICA Funcionamento normal das vias dopaminérgicas: Via mesolímbica: Relacionada com o comportamento e prazer (lembrar que a via da recompensa faz parte da via mesolímbica) Via mesocortical: Relacionada com a cognição, motivação e resposta emocional Via nigroestriatal: Relacionada com funções motoras, e faz parte do sistema extra-piramidal Sistema tuberoinfundibular: Está entre o hipotálamo e hipófise, e inibe secreção de dopamina Na esquizofrenia: Temos alteração na via mesolímbica, e mesocortical Hiperatividade da via mesolímbica (aumento de dopamina): Desencadeiam os sintomas positivos (delírios e alucinações) Hipoatividade da via mesocortical (diminuição da dopamina): Desencadeiam os sintomas negativos (embotamento afetivo, isolamento). Maria Beatriz Machado As vias nigroestriatal e tuberoinfundibular não estão envolvidas na esquizofrenia, porém quando damos antipsicóticos para o paciente, e eles alteram a dopamina, acabamos alterando essas vias, causando as reações adversas. OBS: Temos um problema para tratar o paciente com esquizofrenia, porque há um dilema terapêutico sobre aumentar ou diminuir a dopamina do paciente, uma vez que quando mexemos nas vias e alteramos a quantidade de dopamina, duas coisas podem ocorrer: Podemos corrigir a hiperatividade da via mesolímbica, reduzindo a dopamina, e assim teremos a melhora dos sintomas positivos, porém teremos a piora dos sintomas negativos Podemos corrigir a hipoatividade da via mesocortical, aumentando a dopamina, e assim teremos a melhora dos sintomas negativos, porém teremos a piora dos sintomas positivos 3.2.1.3. FATORES DE RISCO Fatores genéticos: Não temos um gene específico que codifica a esquizofrenia, temos vários genes envolvidos, e o ambiente também influencia no fenótipo da doença. Quanto maior o número de genes compartilhados entre uma pessoa e um esquizofrênico, maior a chance dessa pessoa desenvolver também EX: Mãe esquizofrênica tem mais chance de ter um filho esquizofrênico Gêmeos idênticos 48% Isso quer dizer que o ambiente também influencia, porque esses gêmeos possuem a mesma carga genética, e tem apenas 48% de chance dos dois desenvolverem esquizofrenia. Complicações na gestação e parto Retardo no desenvolvimento neuropsicomotor Abuso físico e sexual TCE Déficits cognitivos Uso de drogas Dificuldade de inserção social Condição socioeconômica: Quanto mais baixa, maior o risco 3.2.1.4. NEURODESENVOLVIMENTO A hipótese do neurodesenvolvimento (que é válida para vários transtornos mentais) diz que o cérebro vai se desenvolvendo de maneira inadequada e quando chega a maturidade ou próximo dela, de tanto funcionar errado, ele adoece. O que reforça isso é, por exemplo: Temos um paciente de 20 anos que abriu quadro psicótico há 6 meses. Quando começamos a investigar a família, encontramos alterações do paciente desde muito pequeno, ou seja, o cérebro já estava se encaminhando para um padrão de desenvolvimento fora do normal desde o início. IDADE 0 - 13 14 - 17 18 - 25 35 - 65 Sinais e sintomas Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor Timidez Poucas amizades Dificuldade escolar Piora no desempenho escolar ou abandono Agressividade Isolamento social Sintomas depressivos Delírios e alucinações Embotamento afetivo Tratamento (é aqui que a maior parte dos casos chega para tratamento) Disfunção sócio ocupacional Pré-mórbido Prodrômico Progressivo Crônico Maria Beatriz Machado Os esquizofrênicos possuem uma perda progressiva de massa cinzenta, mas isso não serve para diagnóstico, porque não existe um padrão. 3.2.1.5. SUBTIPOS – DE ACORDO COM O CID 10 Paranoide: É o tipo mais frequente. O conteúdo dos delírios e alucinações está relacionado a pessoas, seres querendo fazer mal, perseguindo.. Ou seja, conteúdo paranoide. É a de melhor evolução. Desorganizada (hebefrênica): É uma apresentação grave onde o paciente vai se tornando mais desorganizado, ficando infantilizado. Ri, chora ou se movimenta do nada, fica repetindo frases sem sentido. Prejuízo sócio ocupacional completo. Catatônica: Muito raro Residual: Quando o paciente já não tem o quadro completo, mas a doença está lá. Simples: Extremamente rara. Não conseguimos identificar alucinações ou delírios claros porque o paciente nunca fala disso, porém a partir da idade típica do desenvolvimento da esquizofrenia e dos pródromos, a pessoa vai perdendo as funções e capacidades cognitivas, ficando mais isolada. 3.2.1.6. DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico Exames complementares devem ser solicitados para fazer diagnóstico diferencial O ideal era que todos fizessem exames de imagem pelo menos. Algumas alterações de imagem não são utilizadas para o diagnóstico porque não há um parâmetro normal 3.2.1.7. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DOIS OU MAIS dos itens a seguir presentes por período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser 1, 2 ou 3: 1. Delírios 2. Alucinações 3. Discurso desorganizado 4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 5. Sintomas negativos Nível de funcionamento reduzido em áreas importantes Sinais contínuos de perturbação durante, pelo menos, seis meses Não precisamos de 6 meses cheios de sintomas, precisamos de ao menos 6 meses de alteração no paciente. EX: O paciente chega com delírios persecutórios, alucinações, e isolamento há 2 meses. Quando conversamos com a família, a família traz um histórico que o isolamento começou antes, que a pessoa foi mudando seus interesses, foi pega falando sozinha alguns meses atrás.. Maria Beatriz Machado Exame do Estado Mental - Como não precisamos ter a síndrome completa, é muito variável: Aparência e atitude: O paciente pode chegar totalmente limpo e bem vestido, até mesmo sujo e maltrapilho Geralmente isso está relacionado ao delírio que o paciente tem de base Afeto: O mais comum é o afeto plano e embotado (tem dificuldades de expressão de sentimentos), porém também pode estar com a expressão exagerada Sensopercepção: Alucinações auditivas e visuais são as mais comuns Os outros tipos de alucinações podem ocorrer, mas nesses casos a chance de causa orgânica é maior. OBS: No exame do estado mental não devemos relatar o que o paciente fala, devemos relatar o que percebemos nele EX: O paciente diz que ouve vozes, porém não anotamos isso, devemos prestar atenção para ver se ele está escutando vozes no momento (paciente pode ficar olhando para cima, para os lados, cochichar..) Cognição: Disfunção na atenção, função executiva prejudicada (paciente não consegue planejar algo que tenha início, meio e fim), prejuízo na memória de trabalho, memória episódica e inteligência. Insight frequentemente prejudicado Pensamento Conteúdo: Delírios Interesses estranhos Forma: Frouxidão de associações Descarrilamento Incoerência Tangencialidade Circunstancialidade Neologismos Ecolalia Verbigeração Salada de palavras Mutismo Processo: Fuga de ideias Bloqueio do pensamento Pobreza de conteúdo Baixa capacidade de abstração Circunstancialidade Perseveração Controle externo Irradiação de pensamentos 3.2.1.8. EVOLUÇÃO Alguns pacientes podem ter apenas UM EPISÓDIO com duração suficiente para o diagnóstico de esquizofrenia O episódio dura mais de 6 meses, porém o paciente se recupera e esses sintomas não voltam mais, então o paciente consegue ter uma vida normal. Alguns pacientes podem ter vários episódios ao longo da vida, porém quando saem do episódio, se recuperam e conseguem ter uma vida normal Maria Beatriz Machado Alguns pacientes podem ter um primeiro episódio, e quando saem dele, eles ficam com uma perda. Depois eles têm outros episódios, porém essa perda do primeiro episódio fica mantida, ela não piora. Alguns pacientes (MAIS COMUM) podem ter vários episódios ao longo da vida, e a cada episódio eles têm perdas progressivas. OBS: 30% dos esquizofrênicos conseguem ter uma vida bem próximo do normal OBS: Os episódios/surtos do paciente podem ocorrer mesmo durante o tratamento. 3.2.1.9. PROGNÓSTICO 3.2.1.10. COMPLICAÇÕES Alto risco de suicídio: Em torno de 10% consegue se matar Quanto mais estudo e mais consciência o paciente tem, mais ele tenta se matar. Maior incidência de tabagismo, uso de drogas ilícitas e álcool Porque o sistema de recompensa desses pacientes é alterado. Maior risco de acometimento de doenças clínicas (dificuldade diagnóstica) Os pacientes não sabem muito bem dizer os sintomas. Maior taxa de mortalidade do que na população geral 3.2.2. TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE Surgimento agudo (súbito) e remissão rápida (duração de horas, dias, até 1 mês) Remissão completa: Não deixa sequelas no psiquismo e não deteriora a personalidade (desde que tenha feito o tratamento adequado) Pode surgir após traumas psíquicos Como um estresse muito grande, uma perda.. Presença de sintomas psicóticos, confusão mental, muita ansiedade e medos difusos A pessoa fica mais assustada porque ela não tinha nenhum sintoma antes, e do nada começa a ter Maria Beatriz Machado 3.2.3. TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME Duração até 6 meses Semelhante à esquizofrenia Nem sempre há declínio funcional Início súbito Sintomas: Delírios, alucinações, desorganização do pensamento, movimento anormal, sintomas negativos. Diagnóstico: 2 sintomas positivos OU 1 positivo + desorganização ou sintomas negativos 3.2.4. TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO Síndrome psicótica Síndrome psicótica + episódio de humor OU Síndrome psicótica + episódio de humor Síndrome psicótica Existe uma discussão dentro da psiquiatria sobre esse diagnóstico. O que interessa é sabermos que são pacientes psicóticos, e que durante o episódio psicótico, fazem episódios de humor (depressão) junto. OBS: Deprimir depois de um surto psicótico é comum, mas esse não é o caso, porque a depressão ocorre durante o surto. 3.2.5. TRANSTORNO DELIRANTE No mínimo 1 mês com delírio(s) Os delírios atingem somente UMA área da vida da pessoa, as demais ficam preservadas EX: O paciente é extremamente ciumento com a namorada, sempre achando que vai ser traído, porém no resto de sua vida é normal com as demais pessoas, tira notas boas, frequenta academia, etc. Funcionamento preservado Vários tipos: erotomaníaco (paciente acha que ela vive grandes histórias de amor que na verdade não existem), ciumento, persecutório, outros Diagnóstico: Presença de delírios sem claro prejuízo do funcionamento (funcionamento social, cognitivo e laborativo do paciente não estão prejudicados globalmente). Nunca satisfaz critérios diagnósticos para esquizofrenia (alucinações, delírios, comportamento bizarro, muitas vezes sintomas negativos) Tempo de delírio: 1 mês ou mais Prognóstico: Geralmente não é bom e tem difícil remissão dos sintomas 4. TRATAMENTO GERAL Farmacoterapia: Antipsicóticos Orientações psicoeducacionais Psicoterapia Terapia ocupacional: Tentativa de manter a funcionalidade dos pacientes
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