Buscar

manual de treinamento - reciclagem


Continue navegando


Prévia do material em texto

iii
PRIMEIROS SOCORROS
Carolina Regina Amatuzi de Paula
PRIMEIROS SOCORROS
01 edição
Faxinal do Céu, agosto 2014
iii
Rua Emiliano Perneta, 756
CEP 80420-080 – Centro – Curitiba – Paraná
Objetivo
Atuar no conhecimento e no 
empreendedorismo inovador, para a melhor 
execução das estratégias corporativas.
Desafio Estratégico
Ser referência no desenvolvimento das 
pessoas, agregando valor aos negócios 
corporativos e à sociedade.
EDIÇÃO
Redação e Adaptacão
Nononon Nonono, Nonono Nono
Colaboração
Nonono Nononono, Nononono Nonono
Apoio pedagógico
Nonono Nononono
Coordenação e diagramação
Nonono Nononono
Catalogação na fonte feita por:
iv
SUMÁRIO
v
1 INTRODUÇÃO
Dentro dos conceitos de emergência muitos outros conceitos se desdobram tais como a
prevenção na sua forma ampla, levando em conta medidas de controle no planejamento,
aceitando a possibilidade de alguma situação não ocorrer como o esperado, definindo
mecanismos de bloqueio como forma de minimizar as consequências do evento. Somando-
se ao fato de que o conhecimento dos meios de atendimento as emergências é de suma
importância para a minimização e prevenção das perdas, neste contexto faz-se necessário
um treinamento efetivo a todo o quadro funcional de forma que estes se transformem em
agentes redutores dos agravos frente ao atendimento as emergências ocorridas nos
ambientes de trabalho. O devido treinamento teórico prático, eficiente e qualificado, objetiva
formar um grupo preparado e seguro de suas ações em atendimentos aos diversos tipos de
emergências que se desdobram ou que possam ocorrer no cenário laboral aumentando a
possibilidade de sobrevida das vítimas por meio da assistência prestada, partindo do
pressuposto que quanto antes a vítima receber atendimento e tratamento maior será a sua
chance de sobrevivência. O treinamento tem como base a adoção de metodologias que
focam as melhores práticas, a padronização de condutas, qualificação da assistência e a
redução dos índices de mortalidade. 
Objetivos do curso: Possibilitar aos trabalhadores, conhecimento teórico prático
sobre primeiros socorros e as suas implicações ao atendimento de emergência.
Definição de primeiros socorros:
São os cuidados prestados a uma vítima de mal súbito ou acidente até que a ajuda
especializada esteja disponível para fornecer assistência definitiva sendo portanto, a primeira
ajuda a prestar a uma pessoa, para impedir o agravamento do seu estado de saúde, antes
de poder receber cuidados especializados. Devendo o prestador do socorro uma atitude ética,
responsável, sendo honesto e autêntico com a vítima e mantendo atualizado os seus
conhecimentos e assim prestar um atendimento de qualidade. 
Aspectos legais dos Primeiros Socorros:
Artigo 135 do Código Penal, afirma que deixar de prestar assistência, quando possível fazê-
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
1
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública. Estará sujeito à pena: Detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único. “ A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.” 
Características de um Socorrista:
. Capacidade de lidar com pessoas;
. Capacidade de trabalhar em equipe;
. Capacidade de manter a calma;
. Capacidade de liderança;
. Compromisso e solidariedade
. Capacidade de organização;
. Capacidade de tolerância;
. Desejo de aprender;
. Possuir asseio pessoal.
Compromisso do Socorrista: 
- Ter uma atitude ética e responsável com a vítima;
- Ser honesto e autêntico com a vítima;
- Saber ouvir, integrar e liderar equipes;
- Manter conhecimento específico atualizado.
 
Precauções Universais:
No atendimento de emergência o socorrista estará sob o risco de contrair doenças infecto
contagiosas transmitidas por sangue, saliva, pelo ar ou por contato tais como HIV, Hepatite
B, tuberculose, H1N1 e hanseníase entre outras e como medida preventiva é recomendado
a utilização de luvas de látex, máscara e óculos de segurança. Em caso de contato acidental
é recomendado lavar bem qualquer lugar que tenha tido contato com sangue ou outros
fluídos corporais com água e sabão e buscar orientação de um médico ou enfermeiro.
2
SUPORTE BÁSICO DE VIDAS
Avaliação do Local: Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro
deve garantir sua própria condição de segurança, das vítimas e a dos demais presentes. De
nenhuma forma qualquer membro da equipe deverá ficar exposto a algum risco que possa
transformá-lo em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento
disponíveis para aquela ocorrência.
Portando deve ser avaliado os riscos locais existentes, mecanismo de lesão e número de
vítimas imediatamente a chegada ao local de atendimento levando em consideração o
relato das testemunhas presentes, sinalizando os possíveis riscos e isolando o local de
atendimento.
Chamar por Socorro: é a primeira ação a ser adotada pelo socorrista possibilitando a
chegada de apoio, bem como de auxílio especializado no atendimento e remoção de vítima
aumentando assim as suas chances de sobrevivência.
Atendendo o acidentado: Visa identificar e manejar situações de ameaça à vida. A
abordagem inicial é realizada sem mobilizar a vítima de sua posição inicial, salvo em
situações especiais que possam comprometer a segurança ou agravar o quadro da vítima,
tais como: risco de explosão ou incêndio, desmoronamento entre outros. 
A abordagem da vítima deverá ser realizado seguindo sempre a sequência C - A - B; 
 
3
1.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA
Anatomia: Estudo das estruturas do corpo humano.
Fisiologia: Estudo das funções dos órgãos e sistemas do corpo humano.
DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
Cabeça: crânio e face
Tronco: pescoço, tórax, abdômen e pelve;
Membros: superiores e inferiores;
 
Células: unidade viva fundamental do corpo, que agrupadas formam um tecido;
Tecido: conjunto de células que possuem a mesma estrutura e função;
Órgão: Grupo de tecido que se unem para execução de uma função específica;
Sistema: Conjunto de órgãos que se unem com a finalidade de realizar um trabalho.
1
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Definição: Conjunto de órgãos que permite a ventilação pulmonar (entrada e saída de ar dos
pulmões), ocorrendo a hematose (troca gasosa).
Função do Sistema Respiratório:
− Entrada e saída de ar entre a atmosfera e os pulmões por meio da inspiração e da
expiração;
− Troca de oxigênio e de gás carbônico entre os alvéolos e o sangue (hematose);
− Suprir as necessidades de oxigênio ( O2 ) do organismo e remover o produto gasoso
do metabolismo (CO2).
Está divido em: 
− Vias Aéreas Superiores – cavidade nasal, cavidade oral, faringe e laringe;
− Vias Aéreas Inferiores – traquéia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos.
 
Termos Utilizados para alterações ventilatórias:
− Eupnéia: respiração normal;
− Taquipnéia: aumento da frequência respiratória;
2
− Bradipnéia: diminuição da frequência respiratória;
− Apnéia: ausência de respiração;
− Dispnéia: dificuldade respiratória.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Formado por: 
- Sangue;
- Coração;
- Artérias e veias.
SANGUE
Tecido líquido que circula no organismo. Seu volume no adulto representa 7% do peso
corpóreo, em média 5 litros. Composto por: 
- Plasma: rico em proteínas;
- Hemácia: glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de O2 dos pulmões ao
restante do corpo;
- Leucócitos: responsáveis pela nossa defesa imunológica;- Plaquetas: participam do processo de coagulação.
Sangue Arterial: Flui através das artérias; é rico em oxigênio; tem coloração vermelho claro
(vivo); esta sob pressão das artérias; sangramento se faz em jato sendo difícil a sua
contenção;
Sangue venoso: Flui através das veias é rico em gás carbônico tendo coloração vermelho
escuro. Seu sangramento se dá por derramamento (escorre) sendo de mais fácil contenção;
CORAÇÃO
Órgão central da circulação. Funciona como uma bomba recebendo sangue da periferia e
impele para a circulação, isto acontece devido aos movimentos de contração e
relaxamento do músculo cardíaco (sístole e diástole). Trabalha através de dois circuitos: 
- Circulação Pulmonar: Ventrículo direito a átrio esquerdo. Passando pelas veias
pulmonares, pulmões e artéria pulmonar. Leva o sangue pobre em oxigênio (venoso) e traz
de volta o sangue oxigenado (arterial). 
3
- Circulação Sistêmica: ventrículo esquerdo a átrio direito. Passando pela aorta, sistemas
corporais e veias cavas. Leva o sangue oxigenado (arterial) e traz de volta o sangue pobre
em oxigênio (venoso).
 
 
 
SISTEMA NERVOSO
É distribuído por todo o organismo sendo responsável pela captação de estímulos do meio
ambiente, regulação e integração da função dos órgãos sendo sede de todas as atividades
mentais e comportamentais humanas.
Anatomicamente é dividido em duas partes:
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Dividido em duas partes encéfalo e medula espinhal:
- Encéfalo: é o órgão controlador do corpo; composto por três partes:
Cérebro: responsável pelas nossas emoções e características que formam a nossa
personalidade;
- Cerebelo: responsável pelo equilíbrio e pela coordenação dos movimentos do corpo;
- Tronco Cerebral: é nele que localizam os centros nervosos que controlam a respiração,
frequência cardíaca, pressão arterial, além de outras;
- Medula Espinhal: Faz a intercomunicação entre o encéfalo e o corpo.
4
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
Divide-se em nervos cranianos e nervos raquidianos:
- Nervos cranianos (12 pares): responsáveis pela transmissão dos impulsos sensitivos da
visão, olfato, gustação, e motores para os olhos, língua, faringe e laringe;
- Nervos raquidianos ( 31 pares que saem da medula espinhal): Traz para a medula os
impulsos sensitivos vindo da pele e outros órgãos e leva os impulsos da medula espinhal
para os músculos;
SISTEMA ESQUELÉTICO
O esqueleto humano é composto de 206 ossos. Os ossos estão unidos formam uma
estrutura que além de manter a forma corporal permite a sua movimentação. O esqueleto
fornece proteção aos órgãos internos do organismo: 
Classificação dos Ossos:
De acordo com o formato dos ossos podem ser classificados em quatro tipos:
- Longos: Comprimento maior que a largura e a espessura. Ex: fêmur, rádio, ulna e falanges;
- Curtos: Comprimento, largura e espessura aproximadamente iguais: Ex: ossos do carpo.
- Chatos: comprimento e largura se equivalem e predominam sobre a espessura. Ex:
escápula;
5
- Irregulares: Ossos da base do crânio.
Esqueleto Axial é composto por cabeça e tronco.
 CABEÇA
Dividida em: 
Crânio
- frontal:1
- parietal: 2
- Temporal: 2
- Occipital:1
Face
- zigomático: 2
- maxilar: 2
- mandíbula: 1
- nasal: 2
TRONCO 
Está dividido em:
Coluna vertebral: eixo principal de sustentação do corpo humano. É composto de 33 ossos
chamados de vértebras. Está dividida em cinco regiões:
- Cervical: composto de 7 vértebras localizada no pescoço;
- Torácica: composto de 12 vértebras, na parte superior do tronco. Em cada vértebra
torácica se insere um par de costelas;
- Lombar: Composto de 5 vértebras, na parte inferior do tronco;
- Sacral: Composto de 5 vértebras fundidas formando o osso sacro, estando firmemente
unida aos ossos ilíacos através das articulações sacroilíacas e formando a pelve óssea;
- Coccígea: Composto de 4 vértebras que fundidas formam a porção terminal da coluna
vertebral chamado de cóccix;
Medula óssea: encontra-se dentro dos ossos chatos do esqueleto;
Medula Espinhal: encontra-se dentro da coluna vertebral;
6
Tórax: formado por 12 pares de costelas, sendo 7 verdadeiras, 3 falsas e 2 flutuantes; O
osso esterno é dividido em três partes: o manúbrio (porção superior), o corpo (atrás do qual
está o mediastino) e o apêndice xifóide; 
Esqueleto apendicular está dividido em:
- Membros superiores (braços);
- Membros inferiores (pernas);
 
SISTEMA ARTICULAR
É o conjunto de tecidos que formam estruturas diretamente ligada na união e proteção entre
ossos, ossos e cartilagens e ossos e dentes. Podendo ser imóveis, móveis e semimóveis.
As principais articulações do corpo humano são:
- Articulação da coluna vertebral;
- Articulação do ombro;
- Articulação do cotovelo;
- Articulação do punho;
- Articulação do quadril;
- Articulação do joelho;
- Articulação do tornozelo;
7
SISTEMA DIGESTÓRIO
Conjunto de órgãos responsáveis pela digestão e absorção dos alimentos iniciando este
processo na boca e terminando no ânus. É composto pela boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço e ânus.
 
 
 
 
 
1.2 ABORDAGEM PRIMÁRIA
Atendimento Humanizado
O socorrista humanizado deve apresentar algumas características que tornam o
atendimento a um traumatizado mais digno:
- Focalizar não somente o membro traumatizado, mas também os aspectos emocionais que
envolvem o acidentado;
- Manter sempre contato com a vítima, buscando uma empatia por parte da mesma;
- Prestar atenção nas queixas da vítima, tentando sempre que possível aliviar a dor;
- Manter a vítima, sempre que possível informada quanto aos procedimentos a serem
adotados;
- Respeitar a privacidade e a dignidade do acidentado, evitando expor o mesmo sem
necessidade;
8
Atendimento Inicial:
Identificar o mais breve possível as situações que coloquem em risco a vida de vítima e que
demandem atendimento imediato pela equipe de socorro, constitui o objetivo principal do
atendimento a vítima, devendo ser realizado obedecendo fases específicas, de forma rápida
e objetiva. As fases de atendimento são:
- Controle da cena;
- Segurança do local;
- Mecanismo de injúria;
- Abordagem primária, e
- Atendimento da vítima.
Abordagem da vítima:
Deverá ser feita com os dois joelhos no chão, do lado que a vítima estiver com a face
voltada, ou em caso de vítima consciente e deambulando deverá ser feito com os olhos nos
olhos da vítima identificando-se para posterior inicio do atendimento propriamente dito.
 
ABORDAGEM PRIMÁRIA 
Sempre seguirá esta sequência:
C- Circulação:
O objetivo deste passo é avaliar as condições do sistema cardiovascular e a
contenção de grandes hemorragias. Deverá ser feito avaliando o pulso da
vítima (radial ou carotídio) e a presença de grandes hemorragias provenientes
de possíveis ferimentos, fraturas, amputações entre outros. Em caso de
ausência de pulso deverá ser iniciado imediatamente a massagem cardíaca e
em caso de hemorragias a contenção das mesmas; 
A- Vias aéreas e controle cervical:
O objetivo desta fase é imobilizar a cabeça da vítima protegendo de possíveis
lesões na região cervical bem como liberando as vias aéreas facilitando a
passagem do ar. Deverá ser realizado com a mão em C na fronte, imobilizando
a região cervical e hiperestendendo o queixo da vítima;
9
B- Respiração
Nesta fase o objetivo é assegurar que a vítima esteja respirando e assim
mantendo sua função respiratória. Deverá ser realizado avaliando se a vítimaapresenta movimentos respiratórios, que em caso de ausência deverá ser
iniciado a ventilação assistida;
 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR - RCP
 Massagem Cardíaca:
- Detectado uma parada cardíaca, deitar a vítima em superfície lisa e firme, traçando uma
linha imaginária ligando as duas mamas;
- Localizar o centro do peito, posicionando a região hipotenar da palma da mão sobre a
região central entre as mamas, sem encostar os dedos no tórax da vítima;
- Colocar a mão sobreposta a primeira, entrelaçada e tracionando os dedos para cima
evitando tocar o corpo da vítima;
- Comprima o tórax do adulto e de crianças aproximadamente 5 centímetros;
- Em bebês comprimir aproximadamente 4 centímetros com o dedo polegar ou médio;
- Manter uma frequência de 100 compressões por minuto ou ciclo de 30 compressões para
2 ventilações com repetição de 5 ciclos;
10
Respiração Artificial: 
- Avaliar se a vítima está respirando, caso os movimentos respiratórios estejam ausentes,
iniciar a ventilação artificial;
- Manter o queixo da vítima elevado para manter a vias aéreas pérvias;
- Posicionar o ambú na face da vítima, mantendo-o bem pressionado;
- Apertar o balão do ambú por 02 vezes seguidas;
 
Realizar 5 ciclos de 30 massagens cardíacas e 02 ventilações reavaliando as funções
circulatórias e respiratórias da vítima após cada ciclo.
Quando na ausência de ( dispositivos, máscaras ou ambú) realizar apenas
massagem cardíaca externa de forma contínua até a chegada de socorro
especializado. Na biomecânica da reanimação cardiopulmonar, as compressões
torácicas fazem que o coração restabeleça suas funções de bomba cardíaca, sendo
que quando o socorrista comprime o tórax em cinco centímetros, o coração ejeta o
sangue para os pulmões, via artérias tronco pulmonar e para o corpo por meio da
artéria aorta. Neste caso, tem-se a função sistólica realizada de forma mecânica. Já
quando o socorrista descomprime o tórax, o coração volta ao estado de relaxamento
das câmaras cardíacas, e volta a ter condições de receber nova quantidade de
sangue, já que ocorre uma diástole induzida pelo socorrista. Desta forma a
massagem cardíaca restabelece de 50 a 90% o fluxo cerebral e o cérebro volta a ter
11
uma oferta de oxigênio e sangue, evitando assim, danos cerebrais irreversíveis à
vítima. 
 DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS
Vítima Inconsciente Engasgada:
Se a vítima de engasgo se encontrar inconsciente, fazer 30 compressões
cardíacas, verificando a boca da vítima a procura do objeto estranho responsável pela
obstrução. Tracionar a mandíbula e com a outra mão em movimento de pinça, retirar o
objeto estranho. Caso o objeto não seja visualizado, realizar 02 ventilações e 30
compressões cardíacas posteriores. Repetir as sequências até desobstruir a via aérea da
vítima.
Vítima de Engasgo Consciente – Manobra de Heinlich: 
Posicionar atrás da vítima abraçando-a. Posicionar a mão direita do socorrista
fechada 02 dedos acima da cicatriz umbilical, comprimindo para cima e para dentro por 05
vezes seguidas, repetindo se necessário até a desobstrução da via aérea ou até a
inconsciência da vítima quando deverá ser realizada a RCP;
DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA- DEA
DEA é um equipamento eletrônico quando instalado no tórax da vítima, analisa o ritmo
cardíaco e determina a necessidade da aplicação de eletro choques, liberando-os quando
acionado o comando específico. Para tanto é necessário conectar as pás no aparelho e no
tórax da vítima, devendo ser utilizado sempre houver vítimas em parada cardiorespiratória.
 
Local da instalação das pás.
12
Utilizando o DEA 
Após avaliada a existência de parada cardiorrespiratória, buscar o equipamento e:
- Retirar tampa frontal do equipamento que se ligará automaticamente;
- Conectar os cabos dos eletrodos no aparelho;
- Abrir as roupas da vítima expondo o peito e instalar as pás conforme figura
ilustrativa;
- Raspar os pelos da vítima se necessário;
- Seguir as instruções do aparelho para avaliação da vítima seguindo a RCP
recomendada;
- Não tocar na vítima quando o DEA solicitar para afasta-se para que o equipamento
possa analisar o ritmo cardíaco;
- Se for recomendado o choque, afastar-se da vítima tendo certeza que não há ninguém
tocando a mesma para então acionar o botão de choque.
Observações importantes:
- O DEA não pode ser utilizado em movimento;
- Se a vítima voltar a respirar após aplicado o choque, o DEA deverá ser desligado e a
vítima deverá ser rolada para a posição lateral esquerda da vítima e as pás mantidas na
vítima;
- Caso a vítima venha a apresentar uma nova parada o equipamento deverá ser
religado dando sequencia ao atendimento do ponto que foi desligado; 
- Caso a parada não se reverta, a RCP deverá ser realizada até a sua reversão ou até a
chegada do socorro especializado, ou até um médico assumir a responsabilidade ou até
a exaustão do socorrista;
- Em vítima pediátricas, utilizar pás específicas;
- Retirar adesivos com medicamentos antes da instalação das pás;
- Na presença de marca passo implantado, instalar pás mais distantes do ponto de
implantação;
13
- Vítimas não podem estar em contato com o meio líquido, mesmo que esta esteja
somente sobre o chão úmido. Secar o tórax da vítima caso tenha suor ou esteja
molhado antes de instalar as pás ou de dar o choque; 
 
1.3 FERIMENTOS E HEMORRAGIA
Ferimento é toda ordem de lesão ou pertubação em um tecido em decorrência de um
trauma.
São classificados da seguinte forma:
COMPLEXIDADE:
SIMPLES COMPLICADOS
Sem perda tecidual, contaminação ou
presença de corpo estranho.
Com perda tecidual: amputação,
esmagamento, presença de objeto
estranho ou perda de tecido. 
CONTAMINAÇÃO:
LIMPO CONTAMINADO
Sem presença de sujidade. Presença de detritos, corpos estranhos ou
micro-organismos patogênicos.
PROFUNDIDADE
SUPERFICIAIS PROFUNDO
Envolve pele, tecidos subcutâneos e
músculos.
Atingem estruturas profundas ou nobres,
como nervos, tendões, vasos calibrosos,
ossos e vísceras.
NATUREZA DO AGENTE AGRESSOR
AGENTES FÍSICOS AGENTES QUÍMICOS
Mecânico, elétrico, irradiante, térmico. Lesão por agentes químicos.
COMPLEXIDADE:
SIMPLES COMPLICADOS
Sem perda tecidual, contaminação ou
presença de corpo estranho.
Com perda tecidual: amputação,
esmagamento, presença de objeto
estranho ou perda de tecido. 
14
Tipos de ferimentos
Fechado: Classificado pelo extravasamento de sangue no tecido subcutâneo originando
o hematoma e a equimose;
Aberto: Ferimentos originados pela perda da integridade da pele expondo os tecidos
também chamado de de ferida.
Tipos de Feridas
 Cortante: Tem como causa, agente cortante afiado capaz de penetrar a pele,
ocasionando feridas de bordos regulares e pouco traumatizada. Ex: faca, estilete,
bisturi etc.
- Contuso: Causada por objetos de superfície romba, capaz de romper a integridade da
pele, produzindo feridas de bordos traumatizados e irregulares. Ex: pedra, pau etc. 
- Perfurantes: Produzidas por objetos de característica fina e pontiaguda capazes de
perfurar a pele e os tecidos subjacentes, ocasionando lesão cutânea puntiforme ou
linear com bordos regulares ou não, podendo ser classificadas em:
- Perfurocontuso: Objeto causador da ferida é de superfície romba. Ex: arma
de fogo.
- Perfurocortante: Agente causador possui superfície de contato laminar ou
pontiagudo. Ex: estilete, punhal, arma branca etc.
- Penetrante: Ocorre quando o agente causador da lesão atinge uma cavidade natural
do organismo como abdômen ou tórax causando lesãode aspecto linear ou puntiforme.
Ex: barra de ferro, ferramentas de trabalho, etc.
- Transfixante: Estas feridas podem ser perfurantes ou penetrantes com a característica
de apresentarem um orifício de entrada e outro de saída e neste trajeto causarem a
lesão de órgãos e tecidos. Ex: projétil de arma de fogo.
- Escoriação: Oriunda do atrito da pele contra uma superfície rígida, com destruição da
pele, presença de matéria orgânica e demais sujidades.
- Amputação: Caracterizada pelo corte ou separação de parte do corpo, podendo ser
total ou parcial.
- Laceração: ferimentos causados pela pressão ou tração sobre os tecidos causando
lesões irregulares. Ex: esmagamento, preensão etc.
15
ATENDIMENTO DE FERIDAS 
O socorrista não deve perder tempo com ferimentos que não apresentem sangramento
ativo ou que não apresentem comprometimento em extensão ou profundidade,
buscando o imediato encaminhamento da vítima ao atendimento hospitalar evitando
com isto o agravamento da vítima. 
O atendimento de ferimentos tem por objetivos:
- Conter hemorragias;
- Proteger contra a infecção;
- Proteger a ferida de um trauma secundário.
- Atenuar a dor.
 Realização do C-A-B, como forma de organizar o atendimento atendendo as
prioridades;
- Avaliar o ferimento quanto a sua extensão, profundidade e natureza do agente
causador;
- Inspecionar cuidadosamente a área lesionada a procura de contaminação por matéria
orgânica, terra, presença de corpos estranhos, entre outros. Para a inspeção da ferida é
necessário a exposição do ferimento sendo necessário cortar a roupa da vítima naquele
seguimento corporal comprometido;
- Limpar a superfície do ferimento para a retirada de possíveis focos de contaminação
de forma delicada e com cautela, com gaze limpa e soro fisiológico. Os objetos
empalados devem ser fixados e jamais removidos do local de inserção;
- Proteger a lesão com gaze estéril devendo ser fixas com bandagens triangulares ou
ataduras de crepe.
CUIDADOS NOS DIVERSOS TIPOS DE FERIMENTOS
- Escoriações: Pela abrasão da pele oriunda do atrito, há a ocorrência da exposição das
terminações nervosas gerando a sensação de dor extrema. Os cuidados devem ser
limpeza da área lesionada de forma delicada e em seguida proteção do ferimento com
gaze estéril fixas com bandagens triangulares ou atadura de crepe. 
- Feridas incisivas: aproximar bordos e fixar com curativo compressivo por meio de
bandagem ou atadura de crepe.
16
- Feridas lacerantes: controlar hemorragia com curativo compressivo de gaze,
procedendo à fixação da ferida e até se necessário a imobilização do membro afetado
com bandagem ou atadura de crepe.
- Amputações: Controlar sangramento com curativo compressivo sob pressão direta,
acondicionar a parte amputada em saco plástico limpo de preferência estéril e resfriado.
Em caixa térmica colocar gelo, em seguida papelão, o saco plástico contendo o membro
amputado, papelão e por cima gelo. Jamais colocar gelo em contato direto com membro
amputado.
- Feridas perfurantes: Proteger orifício de entrada e saída para os casos de ferimentos
transfixantes. Objetos que permanecem no corpo não devem ser removidos e sim
imobilizados, prevenindo o agravamento da vítima por hemorragia pós – retirada
indevida.
- Eviscerações: É a projeção das vísceras da cavidade abdominal para o exterior, não
devendo sob nenhuma circunstância ser recolocadas, mas cobertas com compressa
embebidas em soro fisiológico. Ex: exteriorização da alça intestinal.
- Ferimentos em cabeça, tórax e abdome: Exigem constante monitoramento e avaliação
minuciosa, pelo risco de comprometer as funções vitais tais como a respiração,
circulação e o sistema nervoso central. As lesões de cabeça não devem ser comprimidas
devido o risco de lesão cerebral por possíveis fraturas da calota craniana. Os ferimentos
no tórax facilitam a entrada de ar na cavidade torácica e pulmonar, comprometendo a
função respiratória. Nos casos de ferimento abdominal há a existência de risco de
evisceração já abordado anteriormente.
HEMORRAGIAS
É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos através da ruptura nas suas
paredes podendo ser classificados em:
Hemorragia externa: visível por extravasar sangue para o meio externo;
Hemorragia interna: o sangue é liberado no interior do corpo;
o sangramentos podem ser classificados em 3 tipos:
- Arterial: Coloração vermelho vivo, saindo em jato de forma rápida e de difícil
contenção;
- Venosa: coloração vermelho escuro cujo fluxo é contínuo e com baixa pressão;
17
MÉTODOS DE CONTENÇÃO:
- Pressão direta;
- Elevação da área traumatizada;
- Pressão digital sobre o pulso anterior a hemorragia;
- Resfriamento;
- Torniquete: Deve ser considerado como o último recurso ( praticamente em
desuso), o torniquete só será utilizado todos os outros métodos falharem, devendo ser
considerado apenas nos casos de destruição completa ou amputação de extremidades,
com sangramento severo. Consiste numa bandagem constritora colocada em torno de
uma extremidade até que o fluxo sanguíneo pare por completo. Podem ser utilizados
tubos de borracha, gravatas, etc. 
Apertado demais pode lesar tecidos, músculos, nervos e vasos. Deve ser colocado entre
a ferida e o coração, observado explicitamente o horário de aplicação. O membro
abaixo do torniquete deve tornar-se pálido, e o pulso arterial, abaixo do torniquete,
desaparecer. Caso não esteja apertado o suficiente pode interromper o fluxo venoso
sem interromper o fluxo arterial, dando como resultado maior sangramento pela ferida. 
CHOQUES
É uma situação de falência só sistema cardiocirculatório em manter a distribuição de
sangue oxigenado para os tecidos, podendo estar relacionado ao coração, sangue e
vasos.
TIPOS DE CHOQUE
- Choque hipovolêmico;
- Choque cardiogênico;
- Choque neurogênico;
- Choque psicogênico;
- Choque anafilático;
- Choque séptico;
18
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Perda acentuada de líquidos (plasma e sangue). Mais frequente é a perda de sangue
por hemorragia interna ou externa. Tratamento definitivo do choque volêmico é
reposição de líquidos quase sempre pela via endovenosa. A vítima apresenta:
- Ansiedade e inquietação;
- palidez ou cianose;
- Pele fria e úmida;
- Taquicardia;
- Taquipnéia;
- Hipotensão arterial;
- Sede e lábios ressecados;
- Fraqueza, tontura e frio.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
Surge por uma incapacidade do coração em bobear o sangue de forma efetiva
Ex: arritmias cardíacas, tamponamento cardíaco e infarto agudo do miocárdio;
CHOQUE NEUROGÊNICO
Alteração do diâmetro dos vasos (veias e artérias) em decorrência de uma
impossibilidade de transmissão do estímulo nervoso do Sistema Nervoso Central em
decorrência de lesão da medula espinhal ocasionando queda da pressão arterial.
CHOQUE PSICOGÊNICO
Desencadeada pelo nervo vago em decorrência de eventos emocionais intensos cujos
sintomas são desmaios, crises de ausências e hipotensão arterial.
CHOQUE ANAFILÁTICO
Decorre de uma reação de sensibilidade da vítima a agentes externos como, picada de
insetos, medicação, alimentos, produtos químicos entre outros. Ocorre em fração de
segundos ou minutos após o contato com o alérgeno. Os sinais são:
- Coceira, queimação e pele avermelhada;
- Edema de face e língua;
- Edema de cordas vocais;
19
- Respiração ruidosa e difícil;
- Hipotensão arterial e pulso fraco;
- tontura, palidez e cianose;
LESÕES OSTEOARTICULARES
FRATURAS
Caracteriza-se por fratura, lesão óssea produzida por um trauma direto ou indireto, que
se consolida a partir do própriotecido lesionado. Seus sintomas são dor, aumento de
volume, deformidade, impotência funcional e crepitação óssea.
São classificadas em:
- Incompleta: fratura sem rompimento da continuidade óssea;
- Completa: fratura com rompimento da continuidade óssea;
- Fechada: a estrutura óssea fraturada se encontra protegida por músculos e pele
íntegra;
- Aberta/ Exposta: Pelo processo da fratura há a exteriorização das partes ósseas a
partir do rompimento da pele e tecidos, ocasionando o contato com meio externo sendo
desta forma classificada como contaminadas.
ATENDENDO AOS DIVERSOS TIPOS DE FRATURAS
Nas fraturas abertas (exposta) deve ser realizado o controle de sangramento e
proteção dos ferimentos com curativo estéril e bandagens, devendo ser avaliado a
circulação periférica através do pulso, da coloração e da temperatura não realizando a
tração óssea mas somente alinhamento.
Nas fraturas fechadas, deverá ser realizado alinhamento e imobilização por meio de
talas de papelão, metálicas ou EVA com enfaixamento com ataduras ou bandagens sem
pressão excessiva.
LUXAÇÕES
São lesões articulares que alteram a simetria e a posição anatômica, pelo deslocamento
das extremidades ósseas que compreende a articulação. As luxações não devem ser
20
manipuladas de forma inadequada ou intempestiva pelo risco de piora das lesões,
devendo ser imobilizadas na posição de deformidade com proteção e acolchoamento.
ENTORSES
São lesões ligamentares causadas por movimento brusco de uma articulação causando
dor intensa a semelhança da luxação, devem ser manipuladas o mínimo possível e
imobilizadas sem pressões extremas.
IMOBILIZAÇÃO E REMOÇÃO
As vítimas de trauma devem ser imobilizadas e removidas com o máximo de cuidado
em especial atenção aos casos de suspeita de lesão vertebral ou raquimedular, evitando
desta forma a ocorrência do segundo trauma. Os rolamentos e imobilizações devem ser
aplicados de forma precisa e criteriosa obedecendo a aplicação de técnica adequada. 
CUIDADOS PRÉVIOS À IMOBILIZAÇÃO
- A melhor posição de imobilização é a de decúbito ventral, porém dependendo das
lesões apresentadas, a vítima poderá ser imobilizada em decúbito ventral ou lateral;
- Ao tentar remover uma vítima, avaliar anteriormente a possibilidade de sustentação
do peso, buscando ajuda se preciso for;
- Ao alinhar a vítima, utilizar ambas as mãos com movimentos firmes e precisos;
- O socorrista que conduz o atendimento é o responsável pela imobilização junto à
cabeça da vítima, coordenando desta forma os movimentos em conjunto;
- Ao realizar uma abordagem e imobilização, a posição sempre deverá ser com os dois
joelhos no chão e as pernas ligeiramente afastadas;
- As vítimas conscientes devem sempre ser informadas previamente dos movimentos a
serem executados;
- Se durante o movimento a vítima apresentar piora do quadro de dor, deverá ser
recolocada lentamente na posição anterior e imobilizada desta forma;
- Antes da realização de manobra de imobilização ou de rolamento, certificar-se de que
todo o material necessário já esteja junto à vítima, os socorristas a postos, devendo a
forma de atendimento ser definida previamente;
- Imobilizar adequadamente a vítima à tábua e a tábua à maca, que por sua vez deve
ser fixa ao veículo;
21
IMOBILIZAÇÃO COM COLAR CERVICAL
O uso do colar cervical é obrigatório a todas as vítimas de trauma em especial nos
casos onde há a suspeita de trauma raquimedular, prevenindo desta forma o
surgimento de lesões secundárias. Pode ser colocado com a vítima sentada, deitada ou
em pé.
 
 
IMOBILIZAÇÃO EM TÁBUA
A imobilização da vítima em tábua tem por finalidade facilitar o transporte, prevenir
lesões secundárias e conferir segurança a vítima durante o atendimento, devendo para
isto serem realizadas algumas técnicas de rolamento e elevação.
REMOÇÃO DE EMERGÊNCIA
É realizada por um único socorrista em casos de extremo risco, como parada
cardiopulmonar, risco de explosão ou incêndio.
TRAÇÃO PELO EIXO
Somente nas situações de perigo iminente (risco de explosões, desabamento, incêndio),
a vítima deverá ser removida por um socorrista devendo ser realizado sempre pelo eixo
longitudinal. A vítima deverá ser arrastada pelos pés ou mãos, sem dobrar o pescoço ou
os membros para local seguro.
22
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Este grupo de doenças ocupa a primeira causa de morte no mundo, por esta razão a
morte súbita por ataque cardíaco é a emergência clínica mais importante nos dias de
hoje.
O músculo cardíaco é denominado de miocárdio e possui um sistema próprio de
irrigação, formado pelas veias e artérias coronarianas. Para que o miocárdio
desempenhe de forma eficiente sua função de bomba, é fundamental que o sangue
oxigenado alcance todas as células do músculo cardíaco.
Quando as artérias coronarianas estão prejudicadas na sua função de transportar
sangue, o suprimento de oxigênio para o miocárdio é reduzido e consequentemente sua
função de bomba estará comprometida. 
O processo de oclusão dos vasos sanguíneos é chamado de aterosclerose que inicia com
depósito de gordura na parede dos vasos diminuindo seu calibre que com o passar do
tempo sofrem a ação do depósito de cálcio que lentamente promove o endurecimento
da parede do vaso, causando uma diminuição do fluxo de sangue. Pela irregularidade
da superfície ocorre a adesão de plaquetas formando um trombo que pode ocluir
totalmente a passagem do sangue ou quebra-se se transformando em um êmbolo
podendo causar a obstrução do vaso em outro ponto. 
Em decorrência deste processo os tecidos que dependem deste aporte de sangue ficam
privados de oxigênio evoluindo para a hipóxia (baixa de oxigênio na célula) e
posteriormente para uma anóxia (ausência de oxigênio na célula) e consequentemente
morte celular.
ANGINA DE PEITO
Em situações de esforço físico ou de estresse emocional por ação da descarga de
adrenalina o coração trabalha mais, exigindo maior fluxo sanguíneo pelas artérias
coronárias para suprir o músculo cardíaco de oxigênio. Em decorrência da aterosclerose
o sangue não consegue chegar a todas as células do músculo cardíaco levando oxigênio
e retirando o gás carbônico cujo sintoma é dor no peito também chamada de
retroesternal ou precordial, podendo irradiar-se para os membros superiores, ombro,
mandíbula e porção superior do abdome. 
23
Atendimento de emergência
- Manter a vítima em repouso em posição semi-sentado;
- Confortar e acalmar a vítima;
- Informar sob o uso de medicamento de uso contínuo e se o tem no momento
(vasodilatador: Ex Isordil ®).
- Encaminhar imediatamente a vítima de forma confortável com o menor estresse
possível ao atendimento hospitalar.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
Em decorrência do estreitamento ou oclusão total da artéria coronária, ocorre a falta de
oxigênio na célula muscular cardíaca causando a necrose (morte) do tecido cardíaco,
conhecido como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), podendo ser desencadeado por
esforço físico, situação de estresse, fadiga podendo ocorrer até em repouso. Os
sintomas são dor torácica de forte intensidade que se irradia para o membro superior,
ombro, pescoço, mandíbula sem melhora mesmo após repouso. Outros sintomas são
falta de ar, náuseas, vômitos, sudorese, ansiedade e inquietação com sentimento de
morte iminente, alteração do ritmo cardíaco, evoluindo para perda da consciência e
choque cardiogênico.
Atendimento de emergência
- Manter a vítima em repouso em posição semi-sentado;
- Confortar e acalmar a vítima;
- Monitorar sinaisvitais;
- Informar sob o uso de medicamento de uso contínuo e se o tem no momento
(vasodilatador: Ex Isordil ®);
- Encaminhar imediatamente a vítima de forma confortável com o menor estresse
possível ao atendimento hospitalar não sendo permitida nenhuma movimentação da
vítima;
- Em caso de parada cardiopulmonar, iniciar imediatamente manobras de reanimação
cardiopulmonar (RCP) e instalar DEA.
24
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
É o aumento da pressão arterial acima de 140 mmHg (pressão sistólica) e 90 mmHg
(pressão diastólica), podendo desencadear o rompimento de um vaso sanguíneo e
provocar um sangramento cerebral (acidente vascular hemorrágico). 
Os sintomas da hipertensão arterial são cefaleia, dor cervical, zumbido no ouvido,
taquicardia, tonturas, entre outros, pondo ser também assintomático, devendo ser
encaminhado ao atendimento médico imediatamente.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (DISPNÉIA)
Trata-se de uma situação de respiração difícil, surgindo a partir de trauma, situações
ambientais, doença pulmonar obstrutiva crônica (bronquite crônica, asma brônquica e
enfisema pulmonar), obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, reações cardíacas
entre outros.
Em decorrência de uma dificuldade de passagem do fluxo de ar pelas vias respiratórias,
há um aumento da frequência e da profundidade da respiração e uma diminuição do
suprimento de oxigênio nas células, desencadeando a hipóxia caracterizada pela
cianose (roxidão) das extremidades, podendo levar a parada respiratória, inconsciência
e parada cardíaca.
Atendimento de emergência:
- Posicione a vítima semi sentada e em repouso absoluto;
- Procure acalmar a vítima;
- Administre oxigênio de 3 a 4 l/m sob máscara facial;
- Transporte a vítima em posição confortável ao atendimento médico mais próximo e;
- Monitore a frequência respiratória;
- Em caso de parada respiratória, iniciar imediatamente manobras de reanimação
cardiopulmonar (RCP).
CRISE CONVULSIVA
É uma desordem cerebral ocasionado pelo mal funcionamento do cérebro que passa a
enviar estímulos desordenados ao resto do corpo, causando as crises convulsivas
popularmente conhecidas por ataques.
25
As causas mais comuns são os traumas cranioencefálicos, epilepsia, infecções,
parasitoses (cisticercose), mal formações, tumores cerebrais, abuso de álcool e drogas.
A vítima apresenta crises generalizadas tônico-clônicas após perda súbita de
consciência e enrijecimento com salivação excessiva e até liberação de esfíncter (uretra
e ânus). As crises duram em média de 3 a 5 minutos e é seguida por um período de
inconsciência que é recuperada aos poucos. Após o paciente pode apresentar cefaleia e
confusão mental temporária.
Atendimento de emergência:
- Manter-se calmo e tentar acalmar os demais presentes na cena da ocorrência;
- Remover objetos que possam causar ferimentos na vítima;
- Afrouxar as roupas da vítima;
- Não introduzir nada da boca da vítima;
- Não o agarre tentando impedir-lhe os movimentos;
- Fique ao lado da vítima até cessar os movimentos;
- Lateralize a vítima a fim de drenar secreções da cavidade oral e;
- Encaminhe a vítima ao atendimento médico.
DIABETES MELLITUS
Todas as células necessitam de glicose para a produção de energia, porém para que a
glicose entre na célula é necessária a ação da insulina, hormônio produzido pelo
pâncreas. Caso este hormônio esteja ausente, a glicose se acumula na corrente
sanguínea e a célula sem energia sofre danos irreversíveis, principalmente os neurônios
que se mostram altamente sensíveis à falta de glicose iniciando processo de falência.
O Diabetes é uma doença de evolução crônica em que o organismo é incapaz de utilizar
a glicose para a produção de energia por diminuição ou ausência de insulina. Os
sintomas são sede intensa, aumento do volume urinário e fadiga. 
As situações de emergência relacionadas ao diabetes são a hiperglicemia caracterizada
pelo aumento da glicose circulante por falta ou diminuição da insulina, e a hipoglicemia
que é a diminuição da glicose circulante, não existindo glicose suficiente para manter o
aporte de energia nas células cerebrais que em questão de minutos entraram em
colapso levando a inconsciência.
26
Entre as causas principais da hipoglicemia estão os pacientes diabéticos que utilizaram
insulina em quantidade elevada, ou que não se alimentou adequadamente ou aquele
que realizou atividade física em excesso.
Os sintomas da hiperglicemia são de evolução lenta causando sede intensa, pele seca,
aumento do volume urinário, vômitos, dor abdominal, respiração rápida e profunda,
pulso rápido e fraco, confusão mental evoluindo para a inconsciência e até coma.
Os sintomas da hipoglicemia são de evolução rápida, causando tontura, cefaleia, suor
excessivo, polidez, confusão mental evoluindo para convulsão e coma.
Atendimento de emergência:
- Colher informações dos antecedentes clínicos da vítima;
- Manter paciente em repouso lateralizado prevendo possíveis vômitos;
- Encaminhar a vítima imediatamente ao serviço médico.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
É uma desordem do sistema vascular, causado pela oclusão ou ruptura de um dos
vasos que levam o sangue ao cérebro, causando lesão celular e danos nas funções
neurológicas, podendo apresentar-se de duas formas: Acidente vascular isquêmico e
acidente vascular hemorrágico. 
ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO
O vaso pode estar obstruído por trombo ou êmbolo, ou o seu interior comprimido por
tumor ou trauma. Em consequência a função da parte do cérebro que depende do
sangue oxigenado será afetada. 
ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO
Ruptura da parede de um vaso sanguíneo causando uma hemorragia cerebral,
causando aumento da pressão intracraniana e comprometimento celular posterior a
lesão em decorrência da diminuição do oxigênio. Este tipo é o mais grave pelo risco de
compressão de áreas cerebrais responsáveis pelas funções vitais. 
SINAIS E SINTOMAS
Os sintomas dependem da importância funcional da área cerebral envolvida e do calibre
do vaso lesionado podendo causar tontura, cefaleia, confusão mental, paralisia de
27
extremidade ou perda da função, paralisia facial, alteração de pupilas, pulso rápido,
respiração ruidosa, convulsão e coma. Devendo:
Realizar abordagem primária “C – A- B –D”;
- Manter vítima em repouso e;
- Encaminhar com urgência ao atendimento hospitalar.
TONTURAS VERTIGENS E DESMAIOS
É a diminuição da força muscular com perda de consciência repentina fazendo com que
a vítima caia ao chão. Os sintomas apresentados antes do desmaio são fraqueza, falta
de ar e visão turva podendo ser desencadeados por jejum alimentar prolongado, fatores
emocionais, doenças metabólicas e neurológicas.
- Mantenha a vítima deitada com os membros inferiores elevados a 30 cm do chão;
- Chame a atenção da vítima;
- Afrouxe as roupas;
- Retire óculos e afaste objetos ao redor;
- Verifique as vias aéreas;
- Não administre nenhuma substância líquida ou sólida;
- Lateralize a vítima e;
- Encaminhe a vítima ao atendimento médico.
ANIMAIS PEÇONHENTOS 
São aqueles que produzem substâncias tóxicas e que apresentam um aparelho
especializado para inoculação desta substância que é o veneno; possuem glândulas que
se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, pelo qual o veneno passa
ativamente. 
O veneno é um líquido pouco viscoso, transparente, levemente leitoso ou amarelado
sendo inoculado sob pressão. Provoca toxidade para o sistema nervoso, morte dos
tecidos, destruição dos glóbulos vermelhos (sangue) e desequilíbrio na coagulação dosangue.
Pode ser causado por mordedura ou picada de serpentes:
28
- Bothrops ( jararaca, urutu) - Crotalus ( cascavel)
- Micrurus (coral),
- Aranhas (marrom, armadeira, tarântula, caranguejeira),
Armadeira Marrom 
Tarântula Caranguejeira
29
- escorpiões (amarelo, marrom e preto), lagartas (lonômia) e insetos (abelhas, vespões
e formigas). 
Escorpião amarelo Lonomia
Quando na ocorrência de um acidente deve-se lavar o local com água e sabão, aplicar
gelo local e conduzir imediatamente o acidentado para atendimento médico).
Lista de endereços dos diversos CITs do Paraná em anexo
 
INTOXICAÇÃO EXÓGENA
São causados pela ingestão, aspiração ou introdução no organismo de forma acidental
ou não, de substâncias tóxicas tais como:
- Entorpecentes ou medicamentos;
- Produtos químicos industriais ou de limpeza doméstica;
- Alimentos contaminados por bactérias;
- Venenos;
- Gases tóxicos;
- Animais peçonhentos e, 
- Plantas.
SINAIS E SINTOMAS
- Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
- Odores característicos na roupa, respiração e até no ambiente;
- Respiração anormal (rápida ou lenta ou com dificuldade);
30
- Sudorese ou salivação excessiva;
- Alterações de pupila;
- Pulso rápido, lento ou irregular;
- Pele pálida, cianótica (roxa) ou avermelhada;
- Alterações do nível de consciência;
- Convulsões;
- Distensão abdominal;
- Vômitos, dificuldade de engolir e dor abdominal;
- Cefaleia (dor de cabeça) e;
- Queimação nos olhos.
ATENDIMENTO À VÍTIMA DE ENVENENAMENTO
Verifique inicialmente se o local é seguro e procure identificar a via de administração:
EM CASO DE INGESTÃO
- Remova qualquer resíduo de produto restante na boca;
- Não induza o vômito;
- Não dê nada para a vítima ingerir;
- Identifique o produto ingerido; 
- Entre em contato com o Centro de Informação Toxicológica e
- Encaminhe a vítima ao atendimento médico.
 INALAÇÃO
- Com máscara apropriada, remova a vítima para lugar ventilado, o mais rápido
possível;
- Identifique o produto inalado;
- Entre em contato com Centro de Informação Toxicológica e
- Encaminhe a vítima ao atendimento médico.
CONTATO COM OS OLHOS
- Retire possíveis corpos estranhos que possa estar nos olhos da vítima;
31
- Identifique o produto químico;
- Entre em contato com o Centro de Informação Toxicológica;
- Lave imediatamente com água corrente abundante de 10 a 15 minutos sem
interrupção;
- Remova lentes de contato se houver;
- Lavar sempre com jato direcionado para a testa prevenindo um trauma mecânico pela
força da ducha de forma que a água escorra pelos olhos;
- Oriente a vítima a abrir e fechar as pálpebras durante a lavagem ocular, facilitando a
entrada de água por todo o globo;
- Não pingue nenhum colírio ou medicamento caseiro;
- Encaminhe a vítima o atendimento médico. 
 CONTATO COM A PELE
- Com luvas de proteção remova as roupas contaminadas;
- Identifique o produto químico;
- Lave as áreas afetadas com grande quantidade de água;
- Entre em contato com o Centro de Informação Toxicológica e
- Encaminhe a vítima ao atendimento médico.
QUEIMADURAS
 
FISIOLOGIA DA PELE
A pele é o maior órgão do corpo humano possuindo várias funções, sendo composta por
duas camadas: a epiderme e a derme e abaixo delas o tecido subcutâneo. A pele
reveste toda a superfície externa do organismo e as internas também chamadas de
mucosas.
A epiderme é a camada mais externa. Sua espessura varia de acordo com a região do
corpo e com a submissão de atrito. Ela é impermeável a água e funciona como uma
barreira protetora contra o meio ambiente estando em constante renovação pela
descamação das células.
32
A derme é a camada mais interna onde se concentram os vasos sanguíneos, os folículos
pilosos, as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e as terminações nervosas.
O tecido subcutâneo localiza-se abaixo da derme e sua espessura varia de acordo com
a região e constituição física do indivíduo.
Suas principais funções são:
- Proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos;
- Regulação da temperatura corporal através da vasodilatação ou vasoconstrição que
aumenta ou diminui o fluxo sanguíneo local promovendo o controle térmico;
- Controle da sensibilidade através das terminações nervosas da derme que captam e
transmitem ao sistema nervoso central informações como temperatura, dor ou tato.
QUEIMADURAS
As queimaduras ocupam a quarta causa de óbitos e quando não levam a óbito
produzem grande sofrimento e sequelas físicas e psicológicas.
São classificadas de acordo a causa, profundidade, extensão, localização e gravidade.
 QUANTO ÀS CAUSAS
- Térmicas: causadas por gazes, líquidos ou sólidos quentes;
- Químicas: causadas por ácidos ou álcalis podendo ser grave e um atendimento pré-
hospitalar inadequado pode agravar ainda mais lesões;
- Por eletricidade: as lesões internas são extensas e acompanham o trajeto da corrente
elétrica enquanto as lesões das áreas de entrada e saída da corrente elétrica são
pequenas. 
- Por radiação: são causadas pelos raios ultravioletas (UV), por raios-X ou por radiação
ionizante. As mais comuns são as queimaduras solares, geralmente superficiais e de
pouca gravidade. As queimaduras por substâncias radioativas são mais raras e
extremamente graves.
QUANTO À PROFUNDIDADE
São classificadas em primeiro, segundo e terceiro graus e é pela classificação que se
determina a forma de atendimento adequado.
- Primeiro grau: atinge apenas a derme (superficial);
33
- Segundo grau: atingem a epiderme e a derme, com sensação de dor severa, presença
de pele avermelhada e bolhas;
- Terceiro grau: Atingem toda a espessura da pele e chegam ao tecido subcutâneo. As
lesões são secas, de cor esbranquiçada ou preta, com aspecto de couro ou carbonizada.
As queimaduras de terceiro grau não são dolorosas pelo fato de destruírem as
terminações nervosas, porém as áreas próximas que apresentam queimaduras de
segundo grau são extremamente dolorosas.
QUANTO À EXTENSÃO
É determinada pela porcentagem da área corporal queimada e constitui uma forma
importante de determinar a gravidade, sendo conhecida como “regra dos nove”. No
adulto cada membro superior correspondem a 9%, as partes ventrais e dorsais a 18%,
os membros inferiores a 18% cada, a genitália a 1% e a cabeça a 9%. Nas crianças
pequenas a cabeça corresponde a 18%, os membros superiores a 9%, os membros
inferiores a 14%, a região dorsal e ventral a 18%.
34
QUANTO À LOCALIZAÇÃO
As queimaduras mais graves são aquelas que envolvem as vias aéreas, as mãos, face,
pés e genitais.
QUANTO À GRAVIDADE
A gravidade é estabelecida por:
- Profundidade;
- Extensão;
- Envolvimento de áreas críticas;
- Idade da vítima (crianças e idosos);
- Lesão pulmonar por inalação de gases tóxicos;
- Presença de outras lesões;
- Doenças preexistentes.
ATENDENDO AO QUEIMADO
O atendimento de queimados segue a mesma sequência de atendimento a vítimas de
outras formas de trauma devendo seguir a sequência:
1- Atentar para a segurança no local (cuidado com chamas, gases tóxicos, fumaça,
risco de explosão e desabamento);
2- Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas;
3 – Remover a vítima do foco de calor;
35
4- Remover as roupas que ainda não aderiram ao corpo da vítima;
5- Retirar todos os adornos como anéis, pulseiras, relógiosentre outros da área da
lesão;
6- Resfriar as lesões, interrompendo o processo de queimadura com água ou soro
fisiológico;
7- Proteja as lesões com tecido limpo;
8- Encaminhar a vítima para atendimento médico;
9- Atentar para o nível de consciência da vítima como forma de identificar possíveis
intoxicações respiratórias por monóxido de carbono.
CUIDADOS COM A QUEIMADURA 
CURATIVOS
Os cuidados com as queimaduras correspondem aos curativos que tem por função
diminuir a dor e o risco de contaminação e evitar a perda de calor.
Para as queimaduras de pequena extensão, a lesão deve ser coberta por gaze estéril e
umedecidas por soro fisiológico que na ausência pode ser substituído por água limpa.
As queimaduras de grande extensão não devem receber cobertura úmida pelo fato de
levar a vítima à hipotermia devendo ser envolvido em lençol seco e limpo. Não remover
roupas ou substâncias aderidas e sob nenhum pretexto romper as bolhas.
QUEIMADURAS QUÍMICAS
Ocorrem a partir do contato de substâncias químicas chamadas de cáusticas com a
pele. O tratamento consiste em irrigar a área queimada para retirada de toda
substância cáustica, que continua a reagir enquanto permanecer em contato com os
tecidos. Devendo ser aplicado grande quantidade de água ou soro fisiológico e não
apenas umedecer a lesão uma vez que pequenas quantidades de água podem reagir
com o produto causando piora na lesão. As áreas livres do produto químico bem como o
socorrista devem se proteger durante a irrigação evitando o contato com produto
químico. As substâncias cáusticas em forma de pó devem ser retiradas por escovação e
somente deveram ser umedecidas se as lesões já estiverem úmidas.
36
CHOQUE ELÉTRICO
As vítimas de choque elétrico apresentam vários tipos de lesões que vão desde uma
sensação desagradável por uma corrente de baixa intensidade, até uma parada
cardíaca instantânea, por eletrocussão acidental. 
Os traumas por choque elétrico resultam dos efeitos diretos da corrente sobre as
membranas celulares e o músculo liso vascular, e da conversão de energia calórica,
quando a corrente atravessa os tecidos. Os fatores que determinam a natureza e a
gravidade do trauma elétrico são:
- Condutividade: Resistência dos tecidos corporais. Ex: uma pessoa molhada está
sujeita a um acidente mais grave e até fatal, mesmo em um acidente de baixa
voltagem, porque a resistência de seu corpo diminui o que permite a uma corrente mais
intensa circular por ela.
- Intensidade da corrente: Diretamente proporcional à voltagem ou tensão (quanto
maior a tensão, maior a corrente que circula no circuito) e inversamente proporcional à
resistência oferecida pelo circuito (quanto maior a resistência, menor a corrente).
- Circuito percorrido pelo corpo: Espaço corporal atingido pela corrente elétrica. Ex: no
circuito de um a outro do dedo da mesma mão, a lesão é limitada aos dedos
envolvidos, embora chegue até a necessidade de amputação. No circuito entra a mão
esquerda e os pés, a corrente atravessa o corpo e o coração desencadeando uma grave
fibrilação ventricular e consequentemente parada cardíaca.
- Duração da corrente: Quanto maior o tempo de duração da corrente, maior a lesão.
 EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA SOBRE O ORGANISMO 
A corrente elétrica em contato com o organismo pode causar queimaduras, fibrilação
ventricular, parada cardiopulmonar e fraturas.
 Queimaduras: 
 - Por arco voltaico: A corrente elétrica que flui pelo ar o aquecendo até dez mil graus
centígrados, em contato com a superfície corporal causa a carbonização da pele e dos
tecidos subjacentes;
- Por chama: O aquecimento produzido pelo arco voltaico chega a incendiar as roupas
da vítima;
37
- Por carbonização direta: A corrente percorrendo os tecidos corporais promove o seu
aquecimento levando a queimaduras nos pontos de entrada, saída da corrente elétrica e
ao longo de todo o trajeto da corrente, onde podem ser observados tecidos necrosados,
especialmente músculos e vasos sanguíneos;
- Fibrilação ventricular: Por lesão cardíaca direta;
- Parada cardiopulmonar: por lesões no centro regulador cardiopulmonar, localizado do
sistema nervoso central;
- Fraturas: causadas por espasmos musculares de grande intensidade, quedas e
projeção da vítima contra anteparos rígidos.
 ATENDENDO A VÍTIMA
1- Garantir a própria segurança e do local: não tocar na vítima sem antes certificar-se
de que o circuito já tenha sido interrompido. Desligar a chave geral ou chamar a
companhia de energia elétrica nos acidentes em vias públicas. Isolar e sinalizar a área
impedindo acesso de terceiros.
2- Certificar-se de total segurança antes de realizar a abordagem da vítima;
3- Realizar abordagem primária:
“C”- Avaliar pulso e se ausente realizar 30 compressões; 
“A”- Garantir vias aéreas com controle cervical, uma vez que é possível a existência de
lesão cervical.
“B”- Avaliar a respiração e se ausente realizar 02 ventilações estabelecendo 5 ciclos,
reavaliando e reiniciando outro ciclo se necessário for;
4- Instalar DEA;
5- Realizar abordagem secundária: curativos estéreis nas queimaduras, imobilização da
vítima para condução ao atendimento hospitalar.
38
ANEXO
CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DO PARANÁ (CIT)
39
Centro de Informações Toxicológicas de Curitiba
Endereço: 
Telefone:
Fax:
Hospital de Clínicas da UFPR
Rua General Carneiro, 181
80060-900 - Curitiba - PR
(41) 3264 8290 / 0800 410148 (24 horas)
(41) 3363 7820
Centro de Controle de Intoxicações de Londrina
Endereço:
Telefone:
Fax:
Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná
Universidade Estadual de Londrina
Av. Robert Kock, 60 - Caixa Postal 1611
86038-440 - Londrina, Paraná
(43) 3371 2244
(43) 3371 2615
 
 Centro de Controle de Intoxicações de Maringá
Endereço:
Telefone:
Fax:
Hospital Universitário Regional de Maringá
Av. Mandacaru, 1590
87010-370 - Maringá, PR
(44) 3225 8484 Ramal: 227
(44) 3262 1131 
Centro de Epidemiologia do Paraná
Endereço: 
Telefone: 
Fax:
e-mail:
Rua Engenheiro Rebouças, 1707 - 1º andar - Rebouças
80230-040 - Curitiba, PR
(41) 3333 4300 
(41) 3333 4406
cepi@pr.gov.br
 
REFERÊNCIAS
BORTOLOTTI,F. Manual do Socorrista. Porto Alegre: Expansão Editorial, 2008. 
CATERINO, J; KAHAN,S. Emergências Médicas, em uma página. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006. 
CORPO DE BOMBEIROS DO PARANÁ. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar. Curitiba
2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento de Atenção
Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. Brasília: Editora
do Ministério da Saúde, 2012.
Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos. A Coordenação Nacional de Controle de
Zoonoses e Animais Peçonhentos/Ministério da Saúde.
Disponível em: www.saude.pr.gov.br/.../Acidentes_por_ Animais _ Peconhentos _e_Venen ...
em: 14/08/2014. 
POLESSO, A; Emergência no trabalho: abordagem importante. Revista Emergência. Novo
Hamburgo, p.22-32, maio 2013.
GEYGER, R. Simulação de urgência e emergência: realismo minimiza erros. Revista
Emergência. Novo Hamburgo, p.20 – 29, agosto 2014. 
KLEIN, G.Importância das compressões. Revista Emergência. Novo Hamburgo, p50,
junho 2014.
 
40