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DOCÊNCIA EM SAÚDE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES OSTOMIZADOS 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842a Assistência de enfermagem a pacientes ostomizados / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 89p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-126-1 1. Enfermagem. 2. Pacientes ostomizados - Cuidados. I. Portal Educação. II. Título. CDD 610.73 2 SUMÁRIO 1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO NO SURGIMENTO DAS OSTOMIAS ............................................. 3 2 O QUE É OSTOMIA .................................................................................................................. 5 3 ANATOMIA DOS SISTEMAS E ÓRGÃOS PASSÍVEIS DE OSTOMIZAÇÃO .......................... 6 3.1 Sistema digestório ...................................................................................................................... 6 3.2 Sistema urinário (masculino e feminino) ..................................................................................... 9 4 NUTRIÇÃO ENTERAL NO PACIENTE SUBMETIDO A OSTOMIZAÇÃO ............................... 20 4.1 Tipos de Ostomia – para alimentação ...................................................................................... 24 5 ASSISTÊNCIA DIRECIONADA AO PACIENTE OSTOMIZADO .............................................. 73 6 ADAPTAÇÃO ESTRUTURAL................................................................................................... 83 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 86 3 1 HISTÓRIA E EVOLÇÃO NO SURGIMENTO DAS OSTOMIAS A saúde é uma área de trabalho na qual a pesquisa científica é constantemente ativa. Os progressos permitem melhorar a conduta clínica cirúrgica e, consequentemente, aumentar a possibilidade de cura e recuperação dos clientes (CANDIDO, 2001). Praxógoras de Kos, em 305 AC, teria realizado a primeira ostomia. Segundo a história, que remonta inclusive ao tempo da Bíblia, iniciou os procedimentos em casos de trauma abdominal “(...) e Aod, estendendo sua mão esquerda tirou a adaga e lha cravou no ventre (de Eglon, rei de Moab) com tanta força que os copos entraram com a folha pela ferida (...) e logo os excrementos do ventre surgiram pela ferida”. Fonte: viver bem ostomizado Os relatos de ostomias tornam-se mais frequentes a partir do século XVIII, embasados em fatos, ocorrências determinantes e atuações médicas. Lorenz Heister, médico cirurgião, em 1709, realizou operações em soldados que apresentavam ferimentos intestinais, o procedimento teria sido de enterostomia. Porém, foi revelado que o procedimento realizado por Heister consistia na fixação das lesões na parede abdominal, e não na realização evidente de verdadeiras ostomias. Constata-se, em 1776, por Pillore, a realização de uma cecostomia inguinal com sucesso. Já em 1783, Antonie Dubois, cirurgião de Napoleão, apresenta registro de uma 4 colostomia realizada em uma criança recém nata com imperfuração anal. Fonte: viver bem ostomizado Os últimos anos do século XIX estabelecem os princípios da realização das ostomias. Na “Era Moderna das Ostomias” definida no início da década de 50, a partir dos trabalhos de Patey, são alcançados novos conhecimentos, enfatizando a sutura colo-cutânea, e também com as técnicas de Butler, através da excisão do reto. Em 1943, é realizada por Dr. Gavin Miller a primeira proctocolectomia com ileostomia definitiva em uma jovem acometida de colite ulcerativa. Em meados do século XX, e até os dias atuais, é evidente a evolução gerada nas técnicas cirúrgicas para a realização das ostomias. A complexidade e desenvoltura dos equipamentos e dispositivos disponíveis para os pacientes ostomizados, temporariamente ou permanentemente. A evolução atua com a intenção de adaptar cada vez mais o usuário, as necessidades do seu cotidiano com facilidade e, principalmente, conforto. Busca-se intensamente o bem estar do ostomizado. Dos relatos históricos para a realidade atual, a contextualização do estoma e suas consequências são constantemente visualizadas na busca de uma alternativa que qualifique a vida e o bem viver do indivíduo, que a partir da patologia descoberta, tem a necessidade de inúmeras e dolorosas adaptações. 5 2 O QUE É OSTOMIA? Por meio de uma intervenção cirúrgica cria-se uma comunicação entre meio interno e externo. Há a exteriorização e sutura do órgão interno à parede abdominal externa. O procedimento tem por objetivo proporcionar a introdução de alimentos (jejunostomia, gastrostomia) ou a eliminação de dejetos (colonostomia, íleostomia, cistostomia). Esta abertura denomina-se ostoma. Fonte: www.cezarliper.com.br O que é um ostomizado? O ostomizado é como eu e você! Um ser humano comum que por ter desenvolvido alguma patologia, acidente, ou insuficiência em um de seus órgãos passíveis de ostomização foi submetido ao procedimento e, a partir de então, necessita de alguns cuidados e principalmente educação em saúde para o autocuidado. 6 3 ANATOMIA DOS SISTEMAS E ÓRGÃOS PASSÍVEIS DE OSTOMIZAÇÃO Faremos uma breve revisão anatomo-fisiológica dos sistemas que compõem os órgãos passíveis de ostomização. 3.1Sistema digestório Para que o organismo mantenha-se vivo e sob perfeito funcionamento é fundamental que ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Grande quantidade dos alimentos ingeridos tem a necessidade de tornarem-se solúveis e sofrerem modificações químicas para que sejam absorvidos e assimilados, assim, constituindo o processo e fases que compõem a digestão. Os órgãos que, no conjunto, compreendem o sistema digestório são, especialmente, adaptados para cumprir essas exigências. Assim, suas funções são: preensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos nutrientes e expulsão dos resíduos obtidos através do processo; eliminados sob a forma de fezes. A primeira porção do canal digestório é a boca. Posteriormente, a faringe que se comunica com o esôfago, agindo para o transporte do alimento. O esôfago é um tubo muscular de 25 cm de comprimento que passa pela faringe e segue até o estômago. Na passagem do alimento, a luz do esôfago aumenta. Este é impulsionado por contrações da musculatura de sua parede, esses movimentos são denominamos de peristálticos. Por consequência, temos uma dilatação de o canal alimentar, localizado entre o esôfago e o intestino, que chamamos de estômago. O intestino mede aproximadamente 6 metros (longo e sinuoso). Subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O conteúdo intestinal delgado é misturado com as secreções das células da mucosa do suco pancreático e da bile. Sua principal função é a digestão e 7 absorção dos alimentos, bem como a maioria das vitaminas e nutrientes. O intestino delgado é constituído por músculo liso, em suamaior extensão, disposto em duas camadas: uma longitudinal e outra circular. A contração do músculo longitudinal encurta a víscera, enquanto a contração da musculatura circular constringe. Seu revestimento, interno é mucoso, e coberto inteiramente por epitélio. As glândulas da mucosa secretam suco digestivo do começo ao fim, sua membrana mucosa é coberta por vilosidades. O Sistema Nervoso Intrínseco é um dos principais controladores da função gastrointestinal. Dividido em dois plexos neurais distintos, localizados entre as camadas musculares circulares: longitudinais e submucosas. Controlado pelo plexo mioentérico temos os movimentos do tubo gastroduodenal, e o plexo submucoso, controla a secreção de maior porte das glândulas. Também como sistema de controle do tubo gastrointestinal há o Sistema Nervoso Autônomo. O plexo mioentérico é enervado por fibras nervosas parassimpáticas. Assim, quando estimuladas, aumentam o nível de atividades do intestino; enquanto as fibras simpáticas, quando estimuladas, proporcionam efeito oposto, diminuem o nível de atividade visceral. As secreções do intestino delgado desempenham função digestiva. Pela mucosa do intestino são secretados vários tipos de enzimas, como sucrase, maltase e lactase. Essas enzimas atuam no produto final da digestão dos carboidratos, as peptidases, participam das últimas etapas da digestão das proteínas. A quantidade total de secreções do intestino delgado é de 2.000 ml/dia. A água e eletrólitos secretados acontecem através das atividades realizadas pelas glândulas situadas nos espaços entre as vilosidades do intestino delgado. Seu suporte sanguíneo provém das artérias, tronco celíaco e artéria mesentérica. O duodeno, primeira parte do intestino delgado, mede de 18 a 25 cm internamente. O duodeno possui uma pequena saliência perfurada que se denomina papila Duodenal. Nela desembocam os ductos pancreáticos e o colédoco. A primeira porção do duodeno é, algumas vezes, chamada de "casquete" ou bulbo duodenal. Essa região é atingida pelo conteúdo gástrico ácido. O ligamento de Treitz, estrutura que marca o limite entre o duodeno e o jejuno, é a segunda porção do intestino delgado, não tem nenhuma característica divisória com o íleo e mede cerca de 2.20m. O jejuno apresenta-se mais largo e vascularizado que o íleo, possui paredes grossas em virtude das altas pregas circulares e placas de tecido linfático. O íleo, 8 porção inferior do intestino delgado, estende-se do jejuno ao intestino grosso e mede 2.58cm. A válvula ileocecal marca o ponto onde o íleo termina no cólon. Na porção terminal do canal alimentar temos o intestino grosso. Este apresenta características de menor extensão e maior calibre que o intestino delgado. É subdividido nos seguimentos: ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, sigmoide e reto. Mensurado em, aproximadamente, 1,35 cm de comprimento e tem de 5 a 8 polegadas de espessura. Sua principal função é a absorção de água, sódio e outros minerais indispensáveis ao equilíbrio hídrico do organismo; além de formação, transporte, armazenamento e eliminação das fezes. Sua atividade secretora é muito reduzida, o principal produto secretado é o muco que atua como lubrificante das fezes e protetor da mucosa intestinal. A produção do muco intestinal processa-se pela estimulação do sistema nervoso parassimpático, agentes químicos, bacterianos, mecânicos ou psicológicos. O quimo (bolo alimentar) é o resultado da mistura do alimento com as secreções do estômago que caminham ao intestino por ondas peristálticas. O cólon recebe 1 litro de quimo por dia e o volume fecal corresponde de 100 a 200 ml/dia. Vários fatores afetam a motilidade do cólon, durante ou após a digestão dos alimentos como, por exemplo, reações emocionais, sono e hábitos de vida que diminuem ou aumentam a motilidade intestinal. O mecanismo, pelo qual o conteúdo fecal progride ao longo do intestino grosso, permanece desconhecido; as fezes são compostas de ¾ de água e ¼ de material sólido (bactérias mortas, gorduras, proteínas, pigmentos biliares, células epteliais descamadas). A coloração das fezes deve-se à bilirrubina e o odor provém da ação bacteriana. 9 Sistema Digestório Fonte: www.pgr.mpf.gov.br 3.2 Sistema urinário (masculino e feminino) Constituído por órgãos uropoéticos, ou seja, incumbidos da produção de urina e, consequentemente, de seu acondicionamento temporário até que o organismo tenha a oportunidade de eliminá-la para o exterior. São encontrados na urina produtos de excreção como: ácido úrico, ureia, sódio, potássio, bicarbonato, entre outros. 10 O sistema excretor/urinário pode ser dividido em: órgãos secretores, responsáveis pela produção da urina; e, órgãos excretores, aqueles que são encarregados de processar a excreção da urina para fora do organismo. Entendemos como órgãos urinários: os rins, que exercem a produção de urina; e, os ureteres, ductos que são responsáveis pelo transporte do produto urina até a bexiga. Onde aquela fica retida por algum tempo até que, na sequência, dado o tempo de eliminação, é expelida através da uretra. Com exceção do rim, as estruturas restantes do aparelho urinário têm por finalidade atuar como encanamento, concretizando as vias do sistema urinário. Ureteres, bexiga e uretra não modificam a urina ao longo do percurso, sua função é exclusiva de armazenamento e condução do produto urina do rim até o meio externo. Sistema Urinário Fonte: www.auladeanatomia.com 11 Rim Em forma de grãos de feijão, os rins são órgãos pares que se localizam entre o peritônio e a parede posterior do abdome, podendo ser exteriormente localizados imediatamente acima da cintura. Apresenta coloração vermelho-parda. Situados em cada lado da coluna vertebral, os rins estão posicionados a diante da região superior do abdome, estendendo-se da 11º costela ao processo transverso da 3º vértebra lombar. Por apresentarem posicionamento posterior ao peritônio da cavidade abdominal, passam por descrição como órgãos retroperitoniais. Circundados por uma massa de gordura e de tecido areolar frouxo e recobertos pelo peritônio, cada rim apresenta cerca de 11,25 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 cm de espessura. Mais estreito e mais comprido, o rim esquerdo tem apresentação diferenciada em relação ao rim direito. Na mulher adulta, o rim pesa cerca de 115 a 155 gramas. No homem adulto varia entre 125 e 170 gramas. Em função do grande espaço ocupado pelo lobo direito do fígado, o rim direito costuma apresentar-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo. Anatomia interna dos rins Por um corte frontal podemos ter reveladas estruturas que se dividem em duas regiões distintas: de textura lisa, uma área avermelhada, chamada córtex renal e uma área marrom avermelhada de maior profundidade, denominada medula renal. Estrutura cuneiforme, a medula constitui as pirâmides renais. De base constituída por extremidade mais larga, formando o córtex renal, e constituindo seu ápice, temos a estrutura denominada de papila renal, que aponta para o hilo do rim. Estendidas entre as pirâmides renais, as colunas renais são parte constituinte do córtex renal. O córtex e as pirâmides renais da medula renal juntos constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos rins, chamadas 12 NÉFRONS, cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas. A urina drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides. Funções dos rins Pelos rins é exercida a principal função do sistema urinário, com as estruturas adjacentes atuando principalmente como conduto e áreas de armazenamento. Com a filtração do sangue e consequente formação de urina, os rins contribuem ativamentepara a homeostasia dos líquidos corporais de várias maneiras, assim acumulando funções como: Regulação da composição iônica do sangue. Manutenção da osmolaridade do sangue. Regulação do volume sanguíneo. Regulação da pressão arterial. Regulação do pH do sangue. Liberação de hormônios. Regulação do nível de glicose no sangue. Excreção de resíduos e substâncias estranhas. 13 Rim – corte interno Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Néfrons A unidade morfofuncional produtora de urina é o néfron. Cada rim contém cerca de 1 milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível e admiravelmente adequada para a função de produzir urina. O néfron é formado por dois componentes principais: 14 1. Corpúsculo Renal: Cápsula Glomerular (de Bowman). Glomérulo: rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular. 2. Túbulo Renal: Túbulo contorcido proximal. Alça do Néfron (de Henle). Túbulo contorcido distal. Túbulo coletor. Néfrons Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 15 Ureter Responsáveis pelo transporte de urina dos rins para a bexiga têm o formato de tubos. Apresentando medidas de menos de 6 mm de diâmetro e de 25 a 30 cm de comprimento, constituindo órgãos de pequeno calibre. A extremidade superior do ureter localizada no interior do rim é chamada de pelve renal. Oblíqua, medial e inferiormente, o ureter percorre por diante da parede posterior do abdome, seguindo até a cavidade pélvica, alargando-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária. Condicionado por seu trajeto, distinguem-se em duas partes do ureter: abdominal e pélvica. Capazes de realizar contrações rítmicas, o peristaltismo. Os ureteres movimentam a urina em seu interior em resposta à gravidade e ao seu peristaltismo. Ureteres Fonte: www.auladeanatomia.com 16 Bexiga Dos órgãos que compõem o sistema excretor, a bexiga é passível de ostomização, quando acometido por anomalias, patologias e/ou traumas. Atendendo a função de reservatório temporário, caracteriza-se também por suas especificidades de elasticidade, adaptando-se às necessidades de reservatório. Localizada, quando vazia, inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica. Quando cheia, eleva-se à cavidade abdominal. Em virtude das necessidades de adaptação e elasticidade, por ser muscular e oca, nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero. Quando cheia, a superfície interna da bexiga fica lisa. Uma área triangular na superfície posterior não exibe rugas. Essa área é chamada trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área. Chamado de esfíncter interno, a saída da bexiga possui um músculo. O esfíncter se contrai involuntariamente na intenção de prevenir o esvaziamento voluntário. Imediatamente abaixo do músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, encontramos o esfíncter externo que é controlado voluntariamente, possibilitando a resistência à necessidade de urinar. A capacidade média da bexiga urinária é de 700 a 800 ml; com apresentação de menor capacidade nas mulheres, pois o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga. 17 Bexiga Fonte: www.auladeanatomia.com Uretra Tubo condutor de urina da bexiga ao meio externo, a uretra é revestida por mucosa, contendo grande número de glândulas secretoras de muco. O término da estrutura uretral é por meio do óstio externo da uretra. A estrutura uretral é diferente para os dois sexos: masculino e feminino. As uretras masculinas e femininas distinguem-se em seu trajeto. A uretra feminina é curta (3,8cm) e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Seu óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os lábios menores. Enquanto a uretra masculina faz parte do sistema urinário e reprodutor. 18 Medindo cerca de 20 cm, é muito mais longa que a uretra feminina. Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela passa pela próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis. Assim, a uretra masculina atua com duas finalidades: conduz a urina e o esperma. Uretra Masculina A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até o orifício uretral externo na extremidade do pênis. Dotada de dupla curvatura no estado comum de relaxamento do pênis. Divide-se em três porções: a prostática, a membranácea e a esponjosa, sendo a apresentação de suas estruturas e relações essencialmente diferentes. Na uretra masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um ducto ejaculatório. Uretra Masculina Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 19 Uretra Feminina Estende-se da bexiga ao orifício externo no vestíbulo, a uretra é um canal membranoso e estreito. Localizada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da vagina, e de direção oblíqua para baixo e para frente; é levemente curva, com a concavidade dirigida para frente. De diâmetro, quando não dilatada, mede cerca de 6 mm. Seu orifício externo fica imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Muitas e pequenas glândulas uretrais abrem-se na uretra; as maiores destas são as glândulas parauretrais, cujos ductos desembocam exatamente dentro do óstio uretral. Uretra Feminina Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 20 4 NUTRIÇÃO ENTERAL NO PACIENTE SUBMETIDO À OSTOMIZAÇÃO É evidente que para todo ser humano, independentemente de sua cultura e época vivida, o alimento é um fator essencial e indispensável à manutenção e à ordem da saúde. Sua importância está associada à sua capacidade de fornecer ao corpo humano os nutrientes necessários ao seu sustento. Para o equilíbrio harmônico desta tarefa é fundamental a sua ingestão em quantidade e qualidade adequadas, de modo que funções específicas como a plástica, a reguladora e a energética sejam satisfeitas, mantendo assim a integridade estrutural e funcional do organismo. No entanto, esta integridade pode ser alterada em casos de falta de um ou mais nutrientes, ocasionando deficiência no estado nutricional e necessidade de suplementação o qual denominamos de regime dietoterápico (MOURA, 2002). A ANVISA define nutrição enteral na Portaria n° 337: Alimentação para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por sonda ou via oral, industrializados ou não, utilizado exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas. Ao ser submetido à sondagem nasoentérica, ou de imediato à gastrostomia, a dieta enteral poderá suprir as necessidades nutricionais do paciente direcionadamente. Kudsk (1992) classifica as dietas enterais em: Dietas Poliméricas: nutrientes íntegros, com ou sem lactose; baixa osmolaridade; menor custo; hiperproteicas; hipercalóricas suplementadas com fibra; entre outros. Dietas Oligoméricas: hidrólise enzimática das proteínas; suplementação de aminoácidos cristalinos; osmolaridade mais alta; digestão facilitada; absorção intestinal alta. 21 Dietas Monoméricas ou Elementares: nutrientes na forma mais simples; isenção de resíduos; hiperosmolares; alto custo. Dietas Especiais: formulações específicas para atender as necessidades nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base. Módulos: predominância de um dos nutrientes. Nos últimos anos, os contínuos avanços tecnológicos nos conhecimentos da fisiopatologia gastrointestinal permitiram estender os benefícios da alimentação enteral a pacientes criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo. A nutrição enteral é vantajosa em relação à nutrição parenteral (nutrição ofertada de forma invasiva, por meio do acesso venoso, diretamente na corrente sanguínea), segundo Krause (2002): Mantém o fluxo sanguíneo mesentérico. A flora intestinal mais equilibrada. Ajuda na preservação da estrutura e função dos intestinos, do fígado e da imunidade. Permite utilização mais eficiente dos nutrientes. Oferece menor risco de infecção e de complicações metabólicas. Tem menor custo. Entre as indicações de nutrição enteral (NE) podemos citar: Disfagia grave por obstrução ou disfunção da orofaringe ou do esôfago, como megaesôfago chagásico, neoplasias de orofaringe e esofágicas. Coma ou estado confusional, por trauma crânio-encefálico, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, entre outros. Anorexia persistente, por neoplasias, doenças infecciosas crônicas, depressão, entre outros. Náuseas ou vômitos em pacientes com gastroparesia ou obstrução do estômago ou do intestino delgado proximal. Fístulas do intestino delgado distal ou do cólon. 22 Má-absorção secundária à diminuição da capacidade absortiva, como no caso de síndrome do intestino curto. Broncoaspiração recorrente em pacientes com deglutição incoordenada. Aumentos dos requerimentos nutricionais, por exemplo, em pacientes com grandes queimaduras. Doenças ou desordens que requerem administração de dietas específicas: quilotórax e pancreatite aguda, insuficiência hepática, insuficiência renal, doença de Crohn em atividade e outras. Uma indicação geral para a NE é a manutenção da integridade da mucosa do TGI e a prevenção de sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós-cirúrgicos ou pós-trauma, ou naqueles com jejum prolongado associado com doenças crônicas. A hipotrofia da mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente após o estresse orgânico grave. A presença de nutrientes no TGI pode servir como fator trófico tanto no caso da síndrome do intestino curto quanto na presença de trauma grave. Assim, a alimentação enteral precoce no curso do trauma ou doença grave pode ser sugerida não somente para promover nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa gastrointestinal e prevenir a translocação bacteriana e sepse. Esses são importantes componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e outras macromoléculas antigênicas. As fórmulas enterais, geralmente são classificadas baseadas na sua composição proteica ou em todos os macronutrientes. Krause (2002) afirma que é necessário determinar o tempo de nutrição enteral para escolher a via de acesso. Via nasogástrica: inserida no nariz até o estômago. Nasoduodenal: para pacientes com alto risco de aspiração, refluxo, retardo no esvaziamento gástrico, náuseas e vômitos. Gastrostomia/ Jejunostomia: as sondas são colocadas sem procedimento cirúrgico no estômago ou jejuno e trazidas para fora por meio da parede abdominal para permitir a via de acesso para a alimentação, tudo isso por via endoscópica. Enterostomia por cirurgia: para pacientes que requerem algum suporte nutricional e foram submetidos a algum procedimento cirúrgico 23 O uso da sonda de alimentação de apenas um lúmen para administrar a medicação pode causar problemas. Podem ocorrer incompatibilidades físicas, farmacêuticas e farmacocinéticas entre medicação e nutrição enteral (KRAUSE, 2002). O uso do mesmo tubo para administração da droga e da alimentação é pouco recomendável em função das interações que aí podem ocorrer. Algumas drogas são conhecidamente incompatíveis com as formulações enterais, contudo as informações nessa área são relativamente escassas (MOURA, 2002). As neuropatias agudas levam a um estado de hipercatabólico, com elevadas perdas nitrogenadas. O balanço nitrogenado negativo pode ser revertido em regimes mais agressivos do que os habitualmente utilizados. Porém, em crianças com neuropatias agudas, a nutrição enteral iniciada precocemente foi bem tolerada, demonstrando ser um método seguro e efetivo para a administração de nutrientes (LEITE, 1998). A alimentação enteral é a modalidade preferida de suporte a pacientes graves que tenham função digestiva aceitável, porém privados da alimentação por via oral; mas as vantagens da oferta contínua em contraste com a intermitente são rodeadas de controvérsias (SERPA, 2003). Os pacientes com doença cerebrovascular complicados por disfagia e portadores de sondas nasoenterais promovem acúmulo de secreções na faringe e aumento do pH intragástrico com consequente colonização bacteriana. Esta situação aumenta o risco de aspiração e pneumonia. O seu uso deve ser restrito e bem indicado (ABCD, 2003). A alimentação enteral tem avançado, nos últimos anos, como forma de terapia nutricional na medida em que evoluem as tecnologias (equipamentos) e o maior conhecimento sobre os nutrientes. O conceito de que o alimento constitui importante estímulo para manter a função e a estrutura intestinal da mucosa, liberando secreções pancreáticas, biliares e fatores hormonais - além da possibilidade de melhor oferta de nutrientes, menor custo e menor risco de infecções e lesões hepáticas - fazem com que a via digestiva seja cada vez mais utilizada (ZAMBERLAN et al, 2002). 24 4.1 Tipos de Ostomia – para alimentação Esofagostomia Também utilizada como técnica de abertura de um orifício no esôfago para retirar secreções ou para administrar alimentos ou medicamentos por meio de uma sonda. É habitualmente feita na região cervical (pescoço). Gastrostomia Uma gastrostomia é um procedimento cirúrgico em que uma abertura é criada no estômago com a finalidade de administrar alimentos e líquido. Em alguns casos prefere-se a gastrostomia para a nutrição prolongada (de 3 a 4 semanas por SNE) ou até mesmo definitiva. Através do procedimento de gastrostomia mantém-se intacto o esfíncter gastroesofágico. Minimizando os riscos de regurgitação e a broncoaspiração. O procedimento de gastrostomia é proposto a pacientes com neuropatias, sequelas de acidente vascular cerebral (derrame), doença de Alzheimer, mal de Parkinson, síndrome de West, demência senil, tumores da cabeça e pescoço, tumores no esôfago ou estômago, vítimas de TCE com presença de sequelas, entre outras indicações. Morbidade ou comorbidades que debilitam, reduzindo ou anulando a capacidade de se alimentar de forma satisfatória, em função de distúrbios de deglutição necessitando, desta forma, de um suporte nutricional por longo período, por apresentarem situação de risco nutricional. Tornaram-se incapazes por tempo determinado ou indefinidamente quanto à habilidade de sugar, mastigar e engolir, levando à subnutrição. Se não assistidos corretamente levando a situações de aspiração do alimento para os pulmões, isso é broncoaspiração, desencadeando pneumonias de repetição. Para tanto uma das soluções previstas é a criação de um orifício artificial externo no estômago para alimentação e suporte nutricional, quando há presença dessas impossibilidades ou perigo ao usar a via normal. 25 Gastrostomia Fonte: westmariana Fonte: w3uniroma As sondas, os cateteres de gastrostomia são cada vez mais utilizados, inclusive em crianças. Incapazes de manteruma nutrição normal em decorrência de dificuldades por síndromes ou até mesmo patologias associadas, a alimentação oral fica deficitária sendo 26 necessária a opção invasiva para assistir à pacientes debilitados. A gastrostomia tem o intuito de fornecer nutrientes ao sistema digestivo com segurança e aplicabilidade, sendo possível até o manejo por parte de auxiliares não profissionais da saúde. Assim, o procedimento que insere um tubo para alimentação, posicionado cirurgicamente dentro do estômago, através da parede abdominal. Existem três vias pelas quais o procedimento pode ser realizado: 1. Via minimamente invasiva, por endoscopia - aquela realizada por meio de pequenas incisões, com mínima agressão tecidual. Os cirurgiões de hoje podem abordar com segurança quase todas as partes do corpo humano através de câmeras e monitores de vídeo. Modelo de Fontan: - a sonda fica perpendicular à parede do estômago. Modelo de Witzel: - a sonda fica paralela à parede do estômago. É uma técnica segura, com baixa incidência de complicações. Pode ser realizada em ambulatório, no leito do paciente ou em centro de terapia intensiva e a sua indicação deverá ser a mais precoce possível. Seus benefícios podem ser relacionados: não ocorrendo a realização da gastrostomia endoscópica, a maioria destes pacientes tem que conviver com uma sonda posicionada através do nariz até o intestino, chamada sonda nasoenteral que atua na infusão de dietas especiais, estando sujeitas às suas complicações e necessidades frequentes de troca das mesmas. Por intermédio da endoscopia podemos posicionar uma sonda especial através da parede abdominal diretamente no estômago (gastrostomia), facilitando os cuidados com a mesma, ampliando as opções alimentares para a família, reduzindo as complicações pulmonares e devolvendo a autoestima dos pacientes, já que a sonda fica por baixo das roupas, minimizando pormenores das relações com a autoestima e de convívio social. 27 Gastrostomia por via Endoscópica Fonte: aperezm2408 Vista endoscópica Fonte: gastrintestinalatlas 28 2. Gastrostomia convencional: procedimento cirúrgico convencional. Exige anestesia geral, grande incisão abdominal e internação hospitalar prolongada potencializando as chances de acometimento de infecções hospitalares. Lembrando também que o procedimento cirúrgico convencional é mais traumático, mantendo cicatrizes maiores, dificultando os manejos e cuidados com os pacientes submetidos a tal procedimento em seu pós-operatório. Exemplos de Sondas de Gastrostomia Fonte: slimag Fonte: westmariana 29 Jejunostomia É a colocação de um cateter comunicando a luz jejunal ao meio externo, com a finalidade descompressiva ou, mais frequentemente, para alimentação. Fonte: mesadecirurgia.com Atendendo às necessidades do paciente existe como alternativa a jejunostomia. Via de acesso à nutrição enteral em situações de impedimento da utilização das porções altas do tubo digestivo, como nos processos estenosantes do esôfago e do estômago, interrupção alimentar temporária do esôfago após operações extensas sobre os mesmos, descompressão luminal, após a correção cirúrgica de traumatismos que envolvem o confluente biliopancreático-duodenal, recuperação de fístulas de portadores de deiscências em anastomoses gastrintestinais. Tumores gástricos inextirpáveis, carcinoma de esôfago, proteção de suturas gastrintestinais, pancreatite aguda necro-hemorrágica. A opção pela jejunostomia para a nutrição enteral depende da doença e do planejamento operatório. Em pacientes com estenose inflamatória ou neoplásica do esôfago pode-se optar pela jejunostomia em função da possibilidade de utilização do estômago como substituto esofagiano. 30 Técnica operatória Pode ser a de Witzel, a mais frequente, ou de Stamm. Diferem basicamente pela tunelização do cateter na primeira. Fonte: Goffi Fonte: Goffi 31 Fonte: Goffi Decorrem mais frequentemente da retirada inadvertida da sonda. Manobras intempestivas para a sua reintrodução podem levar à perfuração da alça intestinal. Estas complicações podem ser evitadas fixando-se adequadamente a sonda à pele. A suboclusão e oclusão resultam do uso incorreto da sonda ou do seu excessivo sepultamento. Outras complicações: Deiscência; fístula; estenose e hemorragia. Diarreia. Dumping (síndrome do esvaziamento gástrico rápido). Dor abdominal. O suporte nutricional adequado pela jejunostomia demanda uma estrutura para o manuseio das dietas, uma vez que esta via de alimentação apresenta particularidades em função da exclusão dos mecanismos da digestão existentes na via orogástrica e duodenal. Os alimentos deverão ser a base de soja e deve-se ficar atento às perdas de ácidos e bases. 32 Acompanhamento pós Gastrostomia/ Jejunostomia Por uma equipe multidisciplinar acompanhada de fonoaudióloga, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiro, médico e toda equipe profissional treinada para verificar periodicamente o boton. O Cuidado é de suma importância para evitar infecções, tais como: granuloma e queimaduras provocadas pelo suco gástrico, normalmente causadas pela falta de higienização ou vazamento no local do boton. O foco do histórico pré-operatório consiste em determinar a capacidade do paciente para compreender e lidar com a experiência cirúrgica iminente. A enfermagem avalia a capacidade do paciente para se ajustar a uma alteração na imagem corporal e para participar no autocuidado, juntamente com o estado psicológico do paciente e da sua família. A finalidade do procedimento operatório deverá ser explicada, de modo que o paciente venha a ter melhor compreensão da evolução pós-operatória esperada. O paciente precisa saber que o resultado dessa cirurgia é desviar da boca e do esôfago, de modo que as alimentações líquidas possam ser administradas diretamente dentro do estômago por meio de uma sonda de borracha ou plástico ou de uma prótese. Quando a prótese precisa ser permanente, o paciente deve estar ciente disso. Do ponto de vista psicológico, com frequência, é bastante difícil o paciente aceitar esse fato. Se o procedimento está sendo realizado para aliviar o desconforto, vômitos prolongados, debilitação ou incapacidade de se alimentar, o paciente pode achá-lo mais aceitável. A enfermagem avalia a condição da pele do paciente e determina se um retardo na cura pode ser previsto devido a um distúrbio sistêmico, por exemplo, diabetes mellitos ou câncer. No período pós-operatório, as necessidades hídricas e nutricionais do paciente são avaliadas para assegurar a ingestão apropriada de alimentos e líquidos. A enfermagem inspeciona a sonda quanto à manutenção apropriada e a incisão quanto a possíveis sinais de infecção. Ao mesmo tempo, deverá ser avaliada a resposta do paciente à alteração da imagem corporal e sua compreensão sobre os métodos de alimentação. Podem ser apresentados como problemas e possíveis complicações a infecção da ferida, celulite, abscesso de parede abdominal, sangramento gastrintestinal e remoção prematura da sonda. Deverá ser planejada e proposta como meta ao paciente a obtenção de um nível ótimo 33 de nutrição, prevenção de infecção, manutenção da integridade da pele, estimulação do enfrentamento, ajustes às alterações na imagem corporal, aquisição do conhecimento e da competência no autocuidado e prevenção das complicações. A partir das necessidades previstas é possível estabelecer as condutas a serem seguidas na conduta para otimizar e qualificar a assistência prestada: Satisfazer as necessidades nutricionais: deve-se iniciar o processo de adaptação alimentar, inicialmente com líquidos em pequenas porções com aumento de volume gradual.Os alimentos batidos no liquidificador são adicionados, gradativamente, aos líquidos leves até que seja alcançada uma dieta plena. Suplementos em pó são facilmente liquefeitos e estão disponíveis no comércio. O paciente que recebe alimentações liquefeitas por sonda tipicamente não são forçados a abster-se dos padrões nutricionais usuais, os quais podem vir a ser psicologicamente mais aceitos. Além disso, a função intestinal quase normal é promovida porque a fibra e o resíduo são semelhantes aos resíduos de uma dieta normal. A ingestão de leite deve ser evitada nos pacientes com deficiência de lactase. Fornecendo o cuidado da sonda e evitando infecções: um pequeno curativo poderá ser aplicado sob a saída da sonda, e a sonda de esofagostomia/ gastrostomia/ jejunostomia pode ser mantida na posição por uma fina faixa de fita adesiva hipoalergênica. Primeiramente, colocada ao redor da sonda e, em seguida, presa firmemente no abdome. O curativo protege a pele ao redor da incisão contra o extravasamento de ácido gástrico e derramamento das alimentações. A enfermagem deverá estar atenta ao posicionamento da sonda, avaliando resíduos e roda a sonda ou disco de estabilização uma vez ao dia, de modo a evitar a ruptura da pele. Algumas sondas de gastrostomia apresentam balões que são insulflados com água para fixar a sonda nas paredes do estômago. A adequação da insulflação do balão é verificada semanalmente ao desinsulflar o balão com o uso de uma seringa com extremidade de Luer. Fornecendo o cuidado cutâneo: a pele periostomizada requer cuidado especial porque ela pode ficar irritada pela ação enzimática dos sucos gástricos (com excessão da esofagostomia) que extravasam ao redor da sonda. Quando não tratada, a pele fica macerada, avermelhada, escoriada e dolorida. A enfermagem lava a área ao redor da sonda com água e sabão diariamente, removendo qualquer incrustação com soro fisiológico, enxágua bem a área e seca-a com pequenos golpes. Quando o estoma cura a drenagem cessa, já descartando a necessidade da realização do curativo. Uma gastrostomia/ jejunostomia definitiva poderá requerer um curativo especial para atingir a estabilização para proteger a pele ao redor da sonda das secreções gástricas e para ajudar a fixar a sonda na posição adequada. A pele local de 34 saída é diariamente avaliada quanto a sinais de ruptura, irritação, escoriação e presença de drenagem ou extravasamento gástrico. O paciente e seus familiares deverão ser encorajados a participar dessa inspeção e das atividades de higiene. Estimulando a imagem corporal: o paciente ostomizado experimentou uma agressão importante para a imagem corporal. A alimentação, uma função fisiológica e social, não pode ser tomada mais como certa. O paciente também está ciente de que a esofagostomia/ gastrostomia/ jejunostomia como uma intervenção terapêutica é realizada apenas na presença de uma doença importante, crônica ou, talvez, terminal. O debate tranquilo das finalidades e rotinas da alimentação por qualquer uma das ostomias supracitadas pode ajudar a impedir que o paciente se sinta assoberbado. Conversar com uma pessoa que se submeteu a uma gastrostomia, por exemplo, também pode ajudar o paciente a aceitar as alterações esperadas. Ajustar-se a uma alteração na imagem corporal leva tempo e requer o apoio e a aceitação da família. É necessário avaliar o sistema de apoio familiar existente. Um membro da família pode surgir como a principal pessoa de apoio. Monitorando e tratando as complicações potenciais: durante a evolução pós-operatória, a enfermagem monitora o paciente quanto às complicações potenciais. As mais comuns são a infecção da ferida e outros problemas com esta, inclusive celulite no local da ferida e abscessos na parede abdominal. Como muitos pacientes que recebem alimentação por sonda estão debilitados e apresentam estado nutricional comprometido, quaisquer sinais de infecção são prontamente reportados para o médico, de modo que possa ser instituída a antibioticoterapia apropriada. O possível sangramento originário do local de inserção no estômago também pode acontecer. A enfermagem deverá manter monitoramento rigoroso de sinais vitais do paciente e observar toda drenagem a partir do local operatório; vômitos e fezes; e quanto à evidência de sangramento. Quaisquer sinais de sangramento deverão ser reportados de imediato ao médico. A remoção prematura da sonda quer seja feita de forma inadvertida pelo paciente quer pelo cuidador gera outra complicação. Quando a sonda é removida prematuramente a pele é limpa e aplica-se um curativo estéril; a enfermagem notifica imediatamente o médico. O trato se fecha dentro de 4 e 6 horas quando a sonda é substituída de imediato. Ensinando o autocuidado aos pacientes: o paciente que deve receber alimentações por sonda de esofagostomia/ gastrostomia/ jejunostomia no ambiente domiciliar deve ser capaz e responsável por este procedimento, ou ter um cuidador que esteja apto a fazê-lo. Também devem existir recursos físicos, financeiros e sociais para manter os cuidados. A enfermagem deverá avaliar o nível de conhecimento do paciente, o interesse no aprendizado sobre a 35 alimentação por sonda e a capacidade para compreender e aplicar as informações detalhadas sobre como preparar a fórmula alimentar e controlar a alimentação por sonda. Os materiais deverão ser apresentados ao paciente e ao seu cuidador, as instruções deverão ser passadas também por escrito. Para facilitar o autocuidado, o corpo de enfermagem deverá encorajar o paciente durante a apresentação das orientações, solicitando que ele participe ainda durante a internação hospitalar; fundamentando uma rotina alimentar mais próxima possível do normal. As orientações mostram, inicialmente, ao paciente como realizar a verificação do conteúdo gástrico no caso da gastrostomia/ jejunostomia, residual antes da alimentação. Assim, o paciente aprende como verificar e manter a permeabilidade da sonda ao administrar água em temperatura ambiente antes e depois da alimentação. Isso estabelecerá a permeabilidade antes da alimentação e, em seguida, limpará a sonda das partículas alimentares, as quais poderiam decompor-se caso fosse permitido que permanecessem na sonda. Todas as alimentações são administradas em temperatura ambiente ou temperatura próxima a corporal. Paciente e cuidador devem estar cientes da importância de manter a cabeceira elevada por um mínimo de 1 hora depois do término da alimentação facilitando a digestão e reduzindo riscos de aspiração. Qualquer percepção de obstrução exige que a alimentação seja interrompida e o médico deverá ser notificado. O paciente e cuidador serão instruídos a lavar a sonda com pelo menos 30ml de água depois da alimentação ou administração de medicamentos, otimizando a sonda mantendo sempre bom aspecto e permeabilidade. Estão disponíveis no mercado adaptadores que podem ser fixados na extremidade da sonda para criar um local em “Y” que facilita a administração da lavagem; o local é limpo com água morna e sabão e enxaguado depois de cada uso. Deve-se orientar, também, o paciente e cuidador a verificarem se a sonda está marcada no nível cutâneo que proporcione uma linha de base para a posterior comparação. Eles são aconselhados a monitorar o comprimento da sonda e a notificar ao médico ou enfermeiro (a) sobre os cuidados domiciliares caso o segmento da sonda fora do corpo fique mais curto ou mais longo. Caso o paciente deva usar bomba de infusão para alimentação programada contínua ou intermitente em casa, será essencial a instrução no uso do tipo particular de bomba. Muitas bombas de alimentação possuem alarmes acoplados que sinalizam quando a bolsa está vazia. Paciente e cuidador precisam estar cientes dos alarmes e de como solucionar os problemas com a bomba. Cuidado continuado: a referência para uma agênciade cuidados domiciliares é 36 importante para garantir a supervisão e suportes iniciais para o paciente e os cuidados. A enfermagem de cuidados domiciliares avalia o estado e o progresso do paciente e as técnicas que são empregadas na administração da alimentação por sonda. A instrução e supervisão adicionais no ambiente domiciliar podem ser necessárias para ajudar o paciente e o cuidador a se adaptarem a um ambiente físico e equipamentos que são bastante diferentes dos utilizados em ambiente hospitalar. Deve ser revisto sempre com paciente e cuidador as informações sobre possíveis complicações a reportar (ex: síndrome do esvaziamento rápido, náuseas e vômitos, infecção cutânea periestoma). A equipe de enfermagem responsável por cuidados domiciliares ajuda a ambientação da nova situação para família e paciente, no intuito de estabelecer uma rotina o mais próxima possível do normal. Alguns pacientes irão querer experimentar uma sensação de alimentação normal e podem ser aconselhados a tentar cheirar, saborear e mastigar pequenas quantidades de alimentos antes de receber sua alimentação por sonda. Esse exercício estimula o fluxo salivar e de secreções gástricas, podendo ter alguma sensação de refeição normal. O alimento mastigado pode ser então depositado pelo paciente em um funil ou seringa acoplado ao tubo de gastrostomia para administração dentro do estômago. O paciente (ou o cuidador) é encorajado a manter um diário para registrar os horários e quantidades das alimentações e qualquer intercorrência ou sintoma ocorrente. A equipe médica, enfermagem e nutricionistas devem rever o diário a cada visita domiciliar. Evolução esperada: 1. Alcançar ingestão de nutrientes adequada. Tolera quantidade e frequência das alimentações por sonda. Apresenta 50ml ou menos de conteúdo gástrico residual antes de cada alimentação (avaliada nos casos de gastrostomia e jejunostomia). Não apresenta diarreia. Mantém ou ganha peso. Apresenta valores eletrolíticos normais. 2. Está livre de infecção ou ruptura cutânea. 37 Não apresenta hipertermia. Não apresenta drenagem na incisão. Demonstra pele intacta ao redor do local da incisão. Inspeciona local de saída 2 vezes ao dia. 3. Ajustam-se as alterações na imagem corporal. É capaz de discutir as alterações esperadas. Verbaliza as preocupações. Pede para conversar com alguém que já tenha passado pelo procedimento de gastrostomia. 4. Demonstra competência no controle do regime alimentar. Ajuda no preparo da alimentação. Manuseia o equipamento com destreza. Ajuda a administrar a alimentação ou a prepara de forma independente. Demonstra como manter a permeabilidade da sonda. Limpa o equipamento quando necessário. Mantém um registro da ingestão. Pode remover e reinserir a sonda quando apropriado e necessário para alimentação. 5. Evita complicações. Exibe a cura adequada da ferida. Não apresenta sangramento anormal originário do local de punção. A sonda permanece intacta durante o período da terapia. Ileostomia Freqüentemente é realizada para tratamento de colite ulcerosa em casos de doença de Crohn (enterite regional) e no carcinoma de cólon. A ileostomia drena, constantemente, o conteúdo líquido intestinal, bastante irritativo a mucosa peri estoma. Sua drenagem bastante fluidificada caracteriza dessa forma devido a não absorção de líquidos já que é uma fase do 38 intestino grosso, e com a ileostomia, a mesma é suspensa. A absorção de gordura e de vitamina B pode se apresentar reduzida. Perdas de sódio e potássio são aumentadas. Numa ileostomia, o orifício (estoma) situa-se no nível do intestino delgado (ileon), sendo suprimido o intestino grosso na sua totalidade. Posicionamento da Ileostomia Fonte: viverbem com ostomia Em grande parte dos pacientes que necessitam submeter-se ao procedimento, a ileostomia é designada com a intenção de reduzir e controlar os sintomas e tratar ou até mesmo evitar complicações. A este paciente, deverão ser proporcionadas as reposições intensivas de líquidos, sangue e proteínas. Sabe-se que o procedimento pré-operatório pode vir acompanhado de antibiótico e profilaxia. Nos pacientes que estão sob corticoide terapia deverão ser mantidos os tratamentos na intenção de suprir qualquer falência de suprarrenais induzidas por esteroides. Em geral, o paciente receberá uma dieta pobre em resíduos, apresentadas em pequenas e frequentes porções. As demais medidas pré-operatórias são as mesmas adotadas em procedimentos de cirurgias abdominais. O abdome deverá receber a marcação para a colocação correta do estoma pelo cirurgião; deve-se garantir que o estoma seja convenientemente posicionado, normalmente em quadrante inferior direito, aproximadamente 5 cm abaixo da cintura; afastada de cicatrizes prévias, proeminências ósseas, dobras cutâneas ou fístulas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Gordura http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina_B http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina_B http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%83%C2%B3dio http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%83%C2%A1ssio 39 É fundamentalmente importante que o paciente tenha compreensão completa da cirurgia que será realizada e o que esperar depois da intervenção. As informações sobre uma ileostomia são apresentadas ao paciente por meio de materiais escritos, modelos e discussões. O serviço hospitalar que assiste a pacientes ostomizados poderá contar com uma equipe inter e multidisciplinar apta a atuar na conscientização dos pacientes submetidos a esse tipo de procedimento. Trabalhar com materiais ilustrativos, bonecos anatômicos, mostrando o posicionamento das possíveis ostomias e familiarizando o paciente a sua imagem pós- procedimento cirúrgico. O ensino pré-operatório deverá incluir o controle da drenagem a partir do estoma, da natureza da drenagem e da intubação nasogástrica, de líquidos parenterais e, possivelmente, de tampão perianal. É necessário o cuidado geral da ferida da cirurgia abdominal. A equipe de enfermagem deve estar atenta ao estoma quanto à forma e coloração; ele deverá ser róseo a vermelho vivo e brilhoso. Imagem ilustrativa de uma Ileostomia Fonte: www.ostomizado.com Para a ileostomia, utiliza-se a drenagem em bolsas plásticas que atuam como contenção da drenagem. São equipadas com fita adesiva que é responsável pela aderência na pele circunvizinha ao estoma. Geralmente, são passíveis de aumento do orifício onde se acomoda o estoma. A drenagem fecal deverá ser rigorosamente monitorizada nas primeiras 72 horas após 40 a cirurgia. A drenagem é um líquido contínuo a partir do intestino delgado; devemos lembrar que o estoma não possui esfíncter controlador. O conteúdo é drenado para a bolsa que deverá ser esvaziada com periodicidade, monitorizando, assim, o volume desprendido do organismo do paciente. A bolsa somada à placa, previamente colocada adequadamente, não apresenta riscos à pele do paciente, pois previne o contato das eliminações com a superfície cutânea. Se não houver contraindicações por outros motivos patológicos ou funcionais, deve-se estimular a deambulação precoce, sempre supervisionada pela equipe de enfermagem. A estimulação motora, consequência da deambulação, favorece o retorno rápido a atividades rotineiras, promove a melhor adequação do paciente a nova realidade fortalecendo laços de confiabilidade entre doente ostomizado, familiares e equipe suporte. Fator imprescindível a pós-operados é o monitoramento da ingesta hídrica, pois como há grande escape hídrico, recomenda-se o registro fiel das ”entradas” e “saídas” a fim de calibrar as necessidades hídricas do paciente. Pode ocorrer perda hídrica de 1000 a 2000ml/dia, além de perdas em diurese, sudorese, respiração e outras fontes. Por meiodesses mecanismos de demanda, sódio e potássio são depletados. Os valores bioquímios podem ser monitorados laboratorialmente e repostos por soroterapia composta. Em pacientes submetidos ao processo de ileostomia deve-se atentar para queixas álgicas, confortando as necessidades e, sempre que viável, administrar medicação prescrita. Ao término da primeira semana é provável a remoção do tampão retal. Tal medida poderá ocasionar algia, portanto, se prescrito, deve-se administrar analgésico mais as medidas de conforto e encorajamento. É possível também, que seja solicitada irrigação após a retirada do tampão. Na presença de sangramentos é importante comunicar imediatamente ao médico cirurgião responsável. É necessário ofertar ao paciente, nesse momento, todo conforto e acompanhamento para que ocorra a melhor adaptação possível. Os pacientes, de forma geral, ficam bastante deprimidos, e a nova fase como ostomizado é encarada como uma mutilação; isso se deve à retirada de uma parte de seu corpo. Para que seja compreendido todo o processo, é comum que o paciente passe por vários períodos de aceitação: choque, descrença, negação, rejeição, raiva e restituição. O apoio da enfermagem é bastante importante, e a compreensão da perspectiva emocional do paciente em cada caso deve determinar a abordagem. Os pacientes devem saber que existe alguém que os compreendem e se preocupa com eles. Sua doença prolongada pode torná-los irritadiços, ansiosos e deprimidos. A conduta adotada pela equipe é muito importante para facilitar o cuidado comumente complexo com o paciente. 41 Contrariamente, um procedimento para a realização de uma ileostomia pode produzir alterações positivas significativas em um paciente que sofreu de uma doença inflamatória durante vários anos. Depois que o desconforto contínuo da doença diminui é que os pacientes aprenderam a cuidar da ileostomia, assim, desenvolvem uma perspectiva positiva. Até que haja progressão a esta fase, uma conduta empática e tolerante pela equipe é fator desencadeante da adesão de pacientes e familiares a nova realidade. Nessa fase de adaptação, torna-se valiosa a participação de outros ostomizados. Pessoas comuns que por incidências patológicas tiveram de ser submetidas ao processo de ostomização. Tiveram os mesmos problemas vivenciados e após a superação dos processos de adaptação, dedicam seu tempo a ajudarem aqueles que ainda não superaram a fase inicial. Esse apoio acontece por meio de associações. Elas estão espalhadas por toda comunidade e dedicam sua atuação a esses pacientes. Controlando os cuidados com pele e estoma O paciente com uma ileostomia tradicional não pode estabelecer hábitos intestinais regulares porque o conteúdo do íleo é líquido e secretado continuamente. O paciente deve usar uma bolsa em todos os momentos. O tamanho do estoma e o tamanho da bolsa variam a princípio; o estoma deve ser novamente verificado três semanas depois da cirurgia, quando então diminui o edema. O tamanho final e o tipo de dispositivo são selecionados três meses, depois que o peso do paciente se estabilizou e que o estoma enrugou até um formato estável. A localização e o comprimento do estoma são significativos para o controle da ileostomia pelo paciente. O cirurgião posiciona o estoma o mais próximo possível da linha média e em uma localização onde mesmo um paciente obeso com abdome protuso possa cuidar dele com facilidade. Em geral, o estoma da ileostomia tem aproximadamente 2,5cm de comprimento, o que torna conveniente para a fixação de um dispositivo. A escoriação da pele ao redor do estoma pode ser um problema persistente. A integridade cutânea periostomal pode ser comprometida por diversos fatores, como uma reação alérgica ao dispositivo de ostomia, barreira cutânea ou pasta; irritação química pelo efluente; lesão mecânica causada pela remoção do dispositivo; e possível infecção. Quando a irritação e o crescimento de leveduras têm lugar, a nistatina em pó é polvilhada suavemente sobre a pele periostomal. 42 Trocando um dispositivo Deve ser estabelecido um esquema regular para trocar a bolsa, antes que ocorra o extravasamento, para aqueles com uma ileostomia tradicional. O paciente pode ser ensinado a trocar a bolsa. O intervalo de tempo durante o qual uma pessoa pode manter o dispositivo vedado na superfície corporal depende da localização do estoma e da estrutura corporal. Comumente, o tempo de uso é de cinco a sete dias. O dispositivo é esvaziado a cada 4 ou 6 horas ou, simultaneamente, ao esvaziamento da bexiga. Uma válvula de esvaziamento no fundo do dispositivo é fechada com um grampo especial feito para essa finalidade. Muitas bolsas podem ser encontradas no mercado, de vários modelos, tamanhos e com funções especiais. Existem as descartáveis a prova de odor. Alimentos como espinafre e salsa agem como desodorizantes no trato intestinal; os alimentos que provocam os odores incluem repolho, cebolas e peixes. Os comprimidos de bicarbonato de bismuto, que podem ser prescritos e ingeridos por via oral, três ou quatro vezes ao dia, são eficazes na redução de odor. Um espessante fecal pode ser prescrito e administrado para o melhor controle do odor fecal. Ileostomia com continente Ileostomia com continente é uma criação cirúrgica de uma bolsa de intestino delgado que pode servir como um receptáculo interno para secreção fecal; uma válvula em mamilo é construída na saída. No período pós-operatório, um cateter se estende desde o estoma e é preso a um sistema de aspiração de drenagem fechado. Para garantir a permeabilidade do cateter, geralmente a cada 3 horas, 10 a 20ml de soro fisiológico são instilados delicadamente dentro da bolsa; o fluxo de retorno não é aspirado, mas permite que drene por gravidade. Depois de aproximadamente duas semanas, quando o processo de cura progrediu até o ponto em que o cateter é removido do estoma, o paciente é ensinado a drenar a bolsa. O equipamento necessário inclui um cateter, lenços, lubrificante hidrossolúvel, compressas de gaze, uma seringa, solução irrigante e um recipiente para drenagem. Devem ser seguidos os procedimentos: Inicialmente, deve-se lubrificar a sonda e inseri-la delicadamente 5 cm; nesse ponto, é possível alguma resistência devido a válvula ou mamilo. Se houver muita resistência, encha uma seringa com 20ml de água e injete-a pelo 43 cateter, exercendo ao mesmo tempo alguma pressão sobre o cateter. Coloque a outra extremidade do cateter em um recipiente, cuba rim; por exemplo, para drenagem segurando-a abaixo do nível do estoma. Posteriormente, esse processo pode ser realizado no vaso sanitário com drenagem liberada direto dentro dele. Depois da drenagem o cateter é removido e a área ao redor do estoma é delicadamente lavada com água morna. Seque com pequenos golpes e aplique um curativo absorvente sobre o estoma, com esparadrapo antialérgico. Em caso de descarga fecal espessa, pode-se injetar água através do cateter para amolecê-la e afrouxá-la. A consistência do efluente é afetada pela ingesta alimentar. A princípio, a drenagem é de apenas 60 a 80 ml, mas, à medida que o tempo passa, a quantidade aumenta de maneira significativa. A bolsa de Kock interna se alonga, acomodando mais adiante 500 a 1000ml. O paciente aprende a sensação de pressão na bolsa como um calibrador para determinar com que frequência a bolsa deve ser drenada. Fonte: http://services.epnet.com Controlando as necessidades hídricas e nutricionais Uma dieta pobre em resíduos é seguida durante as primeiras seis a oito semanas. São fornecidos vegetais e frutas peneiradas. Esses alimentos são fontes importantes das vitaminas A 44 e C. Mais adiante, existem poucas restrições de dieta, exceto para evitar alimentos que sejam ricos em fibrasou sementes de difícil digestão, como: aipo, trigo, milho, sementes de cariz, papoula e coco. Os alimentos são re-introduzidos um por vez. Deve-se avaliar a tolerância do paciente a esses alimentos e o lembrar de mastigá-los por completo. Os líquidos podem ser um problema durante o verão quando o líquido perdido pela sudorese aumenta a perda hídrica através da ileostomia. Os líquidos são valiosos na manutenção do equilíbrio eletrolítico. Quando a secreção fecal está muito aquosa, são restringidos os alimentos fibrosos. Quando o efluente está excessivamente seco, a ingesta de sal está aumentada. A ingesta acrescida de água ou líquido não aumenta o efluente porque o excesso de água é excretado na urina. Evitando complicações Monitorar complicações é uma atividade contínua para o paciente com ileostomia. As complicações menores ocorrem em cerca de 40% dos pacientes portadores de ileostomia; menos de 20% exigem res cirúrgicas (Kirsner & Shorter, 2000). As complicações comuns incluem a irritação cutânea, diarreia, estenose do estoma, cálculos urinários e colelitíase. A irritação da pele periostomal, a complicação mais comum da ileostomia, resulta do extravasamento do efluente. Uma bolsa que não se adapta bem é, com frequência, a causa. A equipe de enfermagem, no processo de educação e adaptação deverá ajustar adequadamente a bolsa e aplicar as barreiras cutâneas. A diarreia manifestada pelo efluente muito irritante que enche rapidamente à desidratação e perdas eletrolíticas. A água, sódio e potássio suplementares são administrados para evitar a hipovolemia e hipocalemia. Os agentes antidiarreicos são administrados. A estenose é causada pelo tecido cicatricial circular que se forma no local do estoma. O tecido cicatricial deve ser cirurgicamente liberado, os cálculos urinários ocorrem em cerca de 10% dos pacientes com ileostomia por causa da desidratação causada pela ingesta hídrica diminuída. A dor abdominal inferior intensa que se irradia para as pernas, hematúria e sinais de desidratação indicam que a urina deve ser peneirada. A ingesta hídrica é encorajada. Por vezes, pequenos cálculos são eliminados durante a micção; de outra forma, o tratamento é necessário para esmagar ou remover os cálculos. A colelitíase é três vezes mais comum em pacientes com uma ileostomia que na população geral, por causa das alterações na absorção de ácidos biliares que ocorrem no período pós-operatório. O espasmo da vesícula biliar provoca dor abdominal direita superior 45 intensa, a qual pode irradiar-se para as costas e ombro direito. Promovendo o cuidado domiciliar e comunitário Esposa, esposo e outros membros da família devem estar adaptados ao ajuste que será necessário quando o paciente retorna para casa. Eles precisam saber por que é necessário que o paciente ocupe o banheiro por 10 minutos ou mais, em determinados momentos do dia; e por que são necessários determinados equipamentos. A compreensão deles é necessária para reduzir a tensão; um paciente relaxado tende a ter menos problemas. As visitas para uma terapia enterostomal podem ser arranjadas para garantir que o paciente esteja progredindo conforme esperado e para fornecer a orientação e ensino adicionais conforme necessário. O paciente precisa saber o nome comercial da bolsa a ser usada, de modo que ele possa obter um suprimento imediato, deve ter informações sobre como obter outros suprimentos. Os nomes e a informação sobre o contato da equipe responsável pela educação do paciente, sobre grupos de autoajuda locais são, com frequência, valiosos. Quaisquer restrições especiais sobre dirigir ou trabalhar também precisam ser revistas. Até o momento da alta hospitalar, paciente e cuidador deverão estar aptos a: Demonstrar o cuidado da ostomia, inclusive limpeza da ferida, irrigação e troca do dispositivo; Descrever a importância de manter a integridade da pele periostomal; Identificar as fontes para obter suprimentos adicionais de curativos e dispositivos; Identificar as restrições da dieta (alimentos que podem causar diarreia e constipação); Identificar as medidas a serem usadas para promover o equilíbrio hidroeletrolítico; Descrever o regime medicamentoso: identificando medicamentos por nome, uso, via e frequência; Descrever as complicações potenciais e as ações necessárias a serem empregadas quando ocorrem as complicações; Identificar como contatar a equipe de cuidados domiciliares. Colostomia 46 O termo colostomia designa a união à parede abdominal anterior de uma porção do cólon, com o fim de permitir a evacuação de fezes e gases. Esta evacuação dá-se por um orifício chamado estoma. Dentre as patologias que podem acometer aos pacientes, habitualmente submetidos à colostomia, o câncer colorretal apresenta muitas preocupações, necessidades e medos. Ele pode estar fisicamente incapacitado e emocionalmente perturbado com a preocupação a respeito das alterações do estilo de vida depois da cirurgia, prognóstico, capacidade de realizar as funções estabelecidas e finanças. As prioridades para o cuidado de enfermagem incluem: preparar fisicamente o paciente para a cirurgia; fornecer informações sobre o cuidado pós- operatório, incluindo o cuidado com o estoma, quando uma colostomia deve ser criada; e apoiar emocionalmente o paciente e a família. A preparação física para a cirurgia envolve erguer o vigor do paciente nos dias que antecedem o procedimento e limpar e esterilizar o intestino no dia anterior à cirurgia. Quando a condição do paciente permite, a equipe de enfermagem/ nutrição recomenda uma dieta rica em calorias, proteína, carboidratos e pobre em resíduos por vários dias antes da cirurgia, visando fornecer a nutrição adequada e minimizar as cólicas ao diminuir a peristalse excessiva. Uma dieta líquida pode ser prescrita por 24 a 48 horas antes da cirurgia para diminuir a massa. Se o paciente for hospitalizado nos dias que antecedem à cirurgia, a nutrição parenteral poderá ser uma alternativa nutricional para reposição de nutrientes, vitaminas e minerais depletados. Antibióticoterapia deverá ser iniciada anteriormente ao procedimento cirúrgico, utilizando, por exemplo: sulfonamidas, neomicina, cefalexina visando à redução do número de bactérias intestinais. O intestino é limpo com laxativos, enemas ou irrigações colonics na noite anterior e na manhã da cirurgia. Para o paciente que está muito doente e hospitalizado, a equipe mede e registra a ingesta e o débito, inclusive o vômito, para fornecer um registro exato do balanço hídrico. A ingesta de alimentos e líquidos por via oral pode ser restringida para evitar o vômito. Recorrer à administração de antieméticos pode ser a solução para os episódios de vômitos repetidos. Os líquidos claros ou plenos podem ser tolerados ou coloca-se o paciente em dieta zero. Pode-se também recorrer à sondagem nasogástrica para gavagem e consequente alívio gástrico. A equipe de enfermagem deverá estar apta a monitorização abdominal, quanto à presença de distensão crescente, perda dos sons intestinais, dor ou rigidez que podem indicar obstrução ou até mesmo perfuração. Também é importante monitorar os líquidos e eletrólitos intravenosos. 47 Monitorar níveis de eletrólitos séricos pode detectar hipocalemia e a hiponatremia que podem ser consequências da perda de líquidos através do sistema gastrointestinal. A atenção aos sinais de hipovolemia (taquicardia, hipotensão, volume de pulso diminuído) avalia o estado de hidratação e reporta o turgor cutâneo diminuído, mucosas secas e urina concentrada. O paciente deve ser questionado sobre seu conhecimento em relação ao seu diagnóstico, prognóstico, procedimento cirúrgico e nível de funcionamento esperado depois da cirurgia. É importante incluir a informação sobre a preparação física para a cirurgia, aparência e cuidadosesperados da ferida, técnica de cuidados da ostomia (quando aplicável), restrições de dieta, controle da dor e controle dos medicamentos no plano de ensino. A presença de um terapeuta enterostomal ajuda na melhor compreensão do paciente e em todo processo que se aproxima. Assim, toda equipe é conhecida pelo paciente e está preparada para a assistência necessária, tornando o conhecimento acessível principalmente quanto a termos técnicos. Deve- se sempre utilizar uma linguagem de fácil entendimento para pacientes e familiares. Pacientes que se preparam para a retirada de câncer colorretal podem estar muito ansiosos. Pode haver sentimento de perda sobre o diagnóstico, cirurgia iminente e possível colostomia permanente. Os pacientes que se submetem à cirurgia podem expressar medos e preocupações semelhantes aos de uma pessoa com um estoma permanente. Todos os membros da equipe de saúde devem estar disponíveis para ajudar e apoiar. Avaliar os níveis de ansiedade e mecanismos de enfrentamento, além de sugerir métodos para reduzir a ansiedade, como exercícios de respiração profunda e visualização de uma recuperação bem sucedida. Alternativas de apoio incluem fornecer privacidade, ensinar técnicas de relaxamento, manter familiares próximos, envolver toda equipe de fisioterapia, terapia ocupacional, entre outras. Pode-se até solicitar a presença de um conselheiro espiritual. Se for desejo do paciente e dos familiares, permitir a entrada de pastor, padre, capelão. Caso o paciente necessite de outras opiniões médicas para se sentir mais seguro em relação ao prognóstico é preciso oferecer este tipo de conforto. O paciente que se submete a uma colostomia pode encontrar alterações previstas na imagem corporal e no estilo de vida profundamente perturbadora. Como o estoma está localizado no abdome, o paciente pode achar que todos estão cientes da ostomia. Nesse caso é preciso educar o paciente quanto ao procedimento cirúrgico e a criação do controle da ostomia. Quando o paciente é receptivo, podem-se utilizar diagramas para a ilustração, fotografias e dispositivos com a função de explicar e esclarecer. Como o paciente experimenta estresse emocional, pode ser necessário que essas informações sejam dadas repetidas vezes. É 48 importante que paciente e familiares tenham tempo para fazer perguntas. A aceitação e compreensão da equipe sobre as preocupações e sentimentos do paciente transmitem uma atitude carinhosa e competente que promove a confiança e cooperação. A consulta com o terapeuta enterostomal durante o período pré-operatório pode ser extremamente valiosa, assim como poder conversar com uma pessoa que está controlando com sucesso uma ostomia. Existem várias associações e serviços de apoio para ostomizados, formados por ostomizados, familiares e seus cuidadores. Os cuidados gerais após o procedimento cirúrgico são comuns em cirurgias abdominais, o que há de particularidade na ostomia está relacionado à adaptação do paciente a nova condição que se apresenta. A equipe deverá estar atenta quanto a complicações como o extravasamento a partir do local da anastomose, prolapso do estoma, perfuração, retração do estoma, impactação fecal, irritação cutânea e complicações pulmonares associadas à cirurgia abdominal. O abdome deverá ser avaliado periodicamente quanto ao retorno da peristalse e as características das primeiras eliminações fecais. É importante ajudar o paciente com colostomia a sair do leito no primeiro dia de pós-operatório e encorajá-los a começar a participar do controle da colostomia. Fornecendo nutrição adequada Todos os pacientes devem receber orientação acerca dos benefícios à saúde decorrentes de uma alimentação saudável. A dieta individualizada, enquanto está balanceada, não provoca diarreia ou constipação. O retorno à dieta normal é rápido. Uma avaliação nutricional completa é importante para os pacientes com colostomia. O paciente evita alimentos que causam odor e gazes excessivos, inclusive os alimentos da família do repolho, ovos, peixes, feijões e produtos ricos em celulose, como amendoins. É importante determinar se a eliminação de alimentos específicos está provocando qualquer deficiência nutricional. Os alimentos não irritantes substituem aqueles que estão restritos de modo que sejam corrigidas as deficiências. A equipe pode ajudar o paciente a identificar os alimentos ou líquidos que estão causando diarreia, como frutas, alimentos ricos em fibras, soda, café, chá ou bebidas carbonatadas. Para a constipação, o suco de ameixa ou de maçã, ou um laxativo brando são eficazes. É sugerida a ingestão de pelo menos 2 litros de líquidos por dia. 49 O cuidado da ferida Com frequência, o curativo abdominal deverá ser examinado durante as primeiras 24 horas depois da cirurgia, a fim de detectar sinais de hemorragia. É imprescindível ajudar o paciente a imobilizar a incisão abdominal durante a tosse e a respiração profunda para diminuir a tensão sobre as bordas da incisão. Sinais vitais devem ser monitorados quanto a possíveis alterações como consequências de um processo infeccioso. O estoma deverá ser avaliado quanto à presença do edema e possível involução, quanto a sua coloração (um estoma saudável é róseo ou avermelhado), secreção (uma pequena quantidade de exsudação é normal) e sangramento, que não é comum. Quando a malignidade foi removida com o uso da via perianal, a ferida perianal é observada quanto aos sinais de hemorragia. Essa ferida pode conter um dreno ou um tampão, que é removido de maneira gradual. Pedaços de tecido podem desprender-se ao longo de uma semana. Esse processo é acelerado pela irrigação mecânica da ferida ou com banhos de assento realizados, a princípio, duas a três vezes por dia. A condição da ferida perianal, e qualquer sangramento, infecção ou necrose, são documentados. Monitorando e tratando complicações O paciente é observado quanto aos sinais e sintomas de complicações. É importante avaliar frequentemente o abdome, inclusive a diminuição ou mudança dos sons intestinais e perímetro abdominal crescente, para detectar a obstrução intestinal. Alterações em sinais vitais podem indicar infecção intra-abdominal. Se ocorrer sangramento retal, este deve ser reportado imediatamente à equipe médica, pois indica hemorragia. Através de exames laboratoriais devem ser monitorados também os níveis de hematócrito e hemoglobina e preparada a reposição de hemoderivados caso seja prescrito. Qualquer alteração abrupta da dor abdominal deverá ser prontamente relatada. As contagens de leucócitos elevadas e a temperatura ou os sintomas de choque são reportados, pois podem indicar sepse. 50 Complicações pulmonares são sempre relacionadas com o fator, cirurgia abdominal. Pacientes com mais de 50 anos são considerados de maior risco, ainda agravado quando sob o uso de sedativos e mantidos sob repouso prolongado no leito. Duas complicações importantes são: pneumonia e atelectasia. A mudança de decúbito programada (2/2horas), respirações profundas, tosse e deambulação precoce são imprescindíveis para a prevenção desse tipo de complicação pós-operatória. A incidência de complicações relacionadas com a colostomia é aproximadamente a metade daquelas observadas em pacientes submetidos a ileostomia. Algumas complicações comuns são: o prolapso do estoma (comummente, em decorrência da obesidade); perfuração (por causa da irrigação imprópria do estoma); restrição do estoma, impactação fecal e irritação cutânea. O extravasamento a partir do local anastomótico pode acontecer quando os segmentos intestinais remanescentes estão doentes ou enfraquecidos. O extravasamento causado por uma anastomose intestinal provoca a distensão e rigidez abdominais, elevação da temperatura e sinais de choque. É necessária a reparação cirúrgica. Removendo e aplicando o dispositivo de
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