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Farmacologia Clínica - Farmacos Atuam SNA

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AN02FREV001/REV 4.0 
1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FÁRMACOS QUE ATUAM NO 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
2 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
2.1 Farmacologia do SNA Parassimpático 
2.2 Farmacologia Adrenérgica 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
4 
 
1 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
O sistema nervoso pode ser dividido em nível estrutural e funcional, em 
componentes periféricos e centrais. O sistema nervoso periférico inclui todos os 
nervos que seguem o seu percurso entre o sistema nervoso central e os locais 
somáticos e viscerais. O sistema nervoso central formado pelo encéfalo e pela 
medula espinhal está envolvido na percepção, no estado de vigília, na linguagem e 
no estado de consciência. O sistema nervoso periférico dividido no sistema nervoso 
autônomo, sistema eferente somático (músculo esquelético) e sistema aferente 
somático e visceral (transmite sinais da periferia para o sistema nervoso central). 
O sistema nervoso autônomo (SNA) regula as respostas involuntárias do 
organismo, sendo responsável no controle de diversas funções vitais como: 
frequência cardíaca, contratilidade cardíaca, tônus da musculatura lisa, regulação da 
pressão arterial, secreções exócrinas e endócrinas, metabolismo intermediário, 
peristaltismo, frequência urinária, constrição/dilatação pupilar, salivação e 
pieloereção. O SNA em três subdivisões: 
 Parassimpático = respostas de “repouso e digestão”; 
 Simpático = resposta de “luta ou fuga”; 
 Entérico (plexos nervosos intrínsecos do TGI). 
As fibras nervosas do SNA interagem com seus órgãos-alvo por meio de 
uma via de dois neurônios. O primeiro neurônio origina-se no tronco encefálico ou na 
medula espinhal e é denominado neurônio pré-ganglionar. Esse faz sinapse fora da 
medula espinhal com um neurônio pós-ganglionar, que inerva o órgão-alvo. Tais 
localizações anatômicas diferem para o SNA simpático e parassimpático. 
O sistema nervoso simpático (= adrenérgico) também é conhecido como 
sistema toracolombar visto que suas fibras pré-ganglionares originam-se do primeiro 
segmento torácico ao segundo ou terceiro segmento lombar da medula espinhal. Os 
primeiros três gânglios, cujas fibras pós-ganglionares seguem com os nervos 
cervicais, são chamados, gânglio cervical superior (inervam pupila, glândulas 
salivares e lacrimais), gânglio cervical médio e inferior (inervam coração e pulmão). 
Os gânglios do sistema nervoso parassimpático (= colinérgico) localizam-se 
nos órgãos que inervam ou em sua proximidade. As fibras pré-ganglionares 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
5 
originam-se no tronco encefálico ou nos segmentos sacrais da medula espinhal, 
dessa forma, o sistema parassimpático é conhecido como sistema craniossacral. Em 
alguns casos, as fibras nervosas pré-ganglionares podem seguir um percurso mais 
longo, como no caso de fibras que surgem do nervo craniano III, como o nervo 
oculomotor (inerva pupila); as fibras oriundas do nervo craniano VII que estimulam a 
secreção salivar e lacrimal; o nervo craniano IX (nervo glossofaríngeo) que estimula 
a parótida e o nervo craniano X – nervo vago que inerva os principais órgãos da 
região tórax e do abdome (coração, árvore traqueobrônquica, os rins e o sistema 
TGI). 
Os nervos que originam da região sacral da medula espinhal inervam o colo, 
a bexiga e a genitália. 
 
FIGURA 1 – DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
 
FONTE: Katzung, 2003. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
6 
 
 
2 FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
 
2.1 Farmacologia do SNA Parassimpático 
 
Na transmissão parassimpática, a acetilcolina (ACh) é o principal 
neurotransmissor que controla as funções colinérgicas. Esse neurotransmissor é 
sintetizado em uma única etapa a partir da colina (transportada do meio extracelular 
para a terminação neuronal por um transportador de membrana) e da acetilcoenzima 
A (sintetizada na mitocôndria a partir da glicólise acetilCoA), reação catalisada pela 
enzima acetiltransferase. 
Uma vez sintetizada no citoplasma, a ACh é transportada em vesículas 
sinápticas para o seu armazenamento. A liberação de ACh na fenda sináptica 
depende de Ca2+ extracelular e ocorre quando um potencial de ação atinge a 
terminação e desencadeia o influxo de cálcio (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
7 
FIGURA 2 – TRANSMISSÃO COLINÉRGICA DO SISTEMA NERVOSO 
AUTÔNOMO 
 
FONTE: Adaptado Katzung, 2003. 
 
 
Após a liberação a ACh pode se ligar ao colinorreceptor e ativá-lo ou ser 
degradada na fenda sináptica. A ACh é hidrolisada em colina e acetato, reação 
catalisada pela enzima do tipo serina hidrolase - a acetilcolinesterase (AChE), 
presente em neurônios colinérgicos e em outros tecidos, sua ação cessa as ações 
da ACh. Como a hidrólise ocorre rapidamente a meia-vida da ACh na sinapse é 
extremamente curta. A colina regenerada pela AChE retorna a terminação axônica 
para nova síntese de ACh. Outras colinesterases com menor especificidade para 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
8 
Ach como a butirilcolinesterase ou pseudocolinesterase são encontradas no plasma, 
no fígado e na glia. 
A ACh se liga aos receptores colinérgicos NICOTÍNICOS e MUSCARÍNICO: 
 
 Receptor Nicotínico  polipeptídios transmembrana cujas 
subunidades formam um canal iônico seletivo para cátions; localizados nas 
membranas plasmáticas de células pós-ganglionares simpáticas e parassimpáticas 
em gânglios autônomos, nas membranas de músculo inervado por fibras motoras 
somáticas e no SNC. Pode ser dividido em: RNm (muscular), presente na junção 
neuromuscular, sua ativação pela ACh leva a abertura do canal de cátion e 
despolarização da placa terminal, resultando na contração do musculoesquelético e 
RNn (neuronal) presente em gânglios autonômicos/ medula adrenal, em que atua na 
despolarização e disparo do neurônio pós-ganglionar/secreção de catecolaminas. 
 
 Receptor Muscarínico  receptores transmembrana acoplados à 
superfamília de proteínas G; subtipos M1-M5; regula a produção de mensageiros 
intracelulares (trifosfato inositol (IP3), diacilglicerol (DAG) e Ca2+); 
M1 – gânglios autonômicos e sistema nervoso central = ativação da 
fosfolipase C por meio da proteína G quinase com formação de IP3 e DAG e 
aumento Ca2+ intracelular resultando em despolarização; 
M2 – coração (nodo atrioventricular, nodo sinoatrial, átrio e ventrículo) = 
ativação dos canais de K+ por meio das subunidades da proteína G inibitória; 
inibição da adenilatociclase = hiperpolarização (despolarização espontânea lenta); 
duração encurtada do potencial de ação e menor força de contração do átrio, 
redução da velocidade de condução, leve diminuição da força de contração do 
ventrículo; 
M3 – músculo liso e glândulas secretórias; sinalização intracelular 
semelhante ao subtipo M1, levando a contração e aumento de secreção; 
M4- semelhante M2; localização em investigação; 
M5 - semelhante M1; localização em investigação. 
 
A ACh por meio dos receptores muscarínicos tem como efeitos fisiológicos: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
9 
 Vasculatura (células endoteliais) = liberação de NO e vasodilatação; Íris (músculo esfíncter da pupila) = contração e miose; 
 Músculo ciliar = contração e acomodação da lente para visão de perto; 
 Glândulas salivares e lacrimais = secreções ralas e aquosas; 
 Brônquios = constrição; aumento secreções; 
 Coração = bradicardia; menor velocidade de condução; bloqueio AV 
com doses altas; ligeira redução da contratilidade; 
 TGI = aumento do tônus e das secreções; relaxamento dos esfíncteres; 
 Bexiga = contração do músculo detrusor; relaxamento do esfíncter; 
 Glândulas sudoríparas = diaforese; 
 Trato Reprodutor Masculino = ereção. 
 
E por meio dos receptores nicotínicos: 
 
 Placa Motora = despolarização e contração; 
 Suprarrenal = liberação de catecolaminas. 
 
Os agentes farmacológicos (substâncias colinérgicas) que imitam as ações e 
os efeitos da ACh são denominados colinomiméticos ou parassimpaticomiméticos ou 
parassimpatomiméticos. Podem ser classificados em: 
 Diretos – atuam diretamente em receptores nicotínicos ou muscarínicos 
ativando-os; 
 Indiretos – exercem efeitos primários ao inibir a ação das 
colinesterases, aumentando a concentração de ACh na fenda sináptica: 
anticolinesterásicos reversíveis ou irreversíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
10 
a. Agonistas dos Receptores Nicotínicos 
 
Estimulam a abertura do canal do receptor nicotínico de ACh e produzem 
despolarização da membrana celular. Atuam nos receptores nicotínicos ganglionares 
e da placa motora. 
 
 NICOTINA (Nicotiana tabacum) – afeta principalmente os gânglios 
autonômicos; 
 SUCCINILCOLINA (=SUXAMETÔNIO) – agente bloqueador 
despolarizante utilizado para induzir paralisia durante cirurgias. Age diretamente nos 
receptores nicotínicos e produzem bloqueio por persistir na junção neuromuscular e 
ativar continuamente os canais dos receptores nicotínicos. Proporciona breve 
período de excitação com fasciculações nas células musculares, seguida de 
paralisia flácida (receptores nicotínicos abertos mantendo a membrana celular 
despolarizada, inativando os canais de sódio regulados por voltagem); 
 DEXAMETÔNIO – mecanismo despolarizante semelhante à 
succinilcolina; sendo a duração da ação mais prolongada. 
Esses agentes têm como efeitos indesejáveis: bradicardia (evitada com 
administração intravenosa de atropina); hipocalemia (perda de potássio pelo 
músculo) que resulta em disrritmia ventricular ou parada cardíaca; aumento da 
pressão intraocular; paralisia prolongada; hipertermia maligna*; depressão 
respiratória; mialgia e rabdomiólise. 
 
b. Agonistas dos Receptores Muscarínicos 
 
Fármacos que mimetizam os efeitos da ACh quando ligada aos receptores 
muscarínicos. Os agentes do tipo éster de colina, semelhantes à ACh atuam tanto 
nos receptores nicotínicos quanto muscarínicos, sendo que nesse último atuam de 
forma mais potente. 
___________________________________________________________________ 
*Hipertermia maligna - elevação da temperatura corporal e espasmos musculares em indivíduos sob 
administração de certos fármacos, como suxametônio e halotano. A reversão deste quadro se faz 
com a administração de DANTROLENE, que inibe a contração muscular ao impedir a liberação de 
cálcio do retículo sarcoplasmático. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
11 
Os agentes parassimpatomiméticos de ação direta são: 
 
 MUSCARINA – alcaloide isolado do cogumelo Amanita muscaria; 
 METACOLINA – éster de colina, atualmente obsoleto, todavia foi muito 
utilizado no diagnóstico da asma. Efeitos adversos comuns: dispneia, tonteira, 
irritação da garganta e prurido; 
 CARBACOL – éster de colina, possui maior ação nicotínica do que 
muscarínica frente a outros ésteres de colina. Não podem ser utilizados por vista 
sistêmica, devido seus efeitos sobre os gânglios autônomos. Uso no glaucoma, sua 
aplicação tópica resulta em miose e diminuição da pressão intraocular; 
 BETANECOL - estável à hidrólise e seletivo para receptor muscarínico, 
apresenta maior resistência à degradação pela acetilcolinesterase, utilizado 
clinicamente na retenção urinária; 
 PILOCARPINA - agonista dos receptores muscarínicos subtipo M1 e 
M3; utilizada clinicamente para o tratamento da xerostomia (síndrome de Sjögren). 
 
Os agonistas muscarínicos são contraindicados no glaucoma de ângulo 
estreito (fechamento de ângulo); úlcera péptica e asma. 
 
c. Anticolinesterásicos 
 
Agentes que atuam inibindo a atividade da acetilcolinesterase, levando ao 
aumento da disponibilidade de ACh na fenda sináptica. 
Os anticolinesterásicos podem ser divididos em reversíveis e irreversíveis. 
 
 
I) Anticolinesterásicos reversíveis 
 
Os anticolinesterásicos reversíveis são ainda classificados e utilizados na 
prática clínica de acordo com sua duração de ação: 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
12 
Anticolinesterásicos de Ação Curta 
EDROFÔNIO = composto amônio quaternário que se liga reversivelmente 
ao sítio aniônico da enzima. Usado no diagnóstico da miastenia gravis*. 
 
Anticolinesterásico de Ação Intermediária 
NEOSTIGMINA / FISOSTIGMINA (=ESERINA) = ésteres de carbamato que 
sofrem hidrólise em duas etapas: transferência do grupo carbamil para o sítio 
esterático, a enzima carbamilada sofre hidrólise mais lentamente. 
A neostigmina é utilizada por via intravenosa para reversão de bloqueio 
neuromuscular competitivo e por via oral para tratamento da miastenia gravis e em 
casos de retenção urinária. A fisostigmina é indicada na forma de colírio no 
tratamento do glaucoma. 
 
II) Anticolinesterásicos irreversíveis 
 
Os anticolinesterásicos irreversíveis, por sua vez são compostos 
pentavalentes de fósforo, capazes de fosforilar a enzima, tornando-a inativa por 
meio da formação de um complexo fósforo/enzima bastante estável e de hidrólise 
lenta. A recuperação enzimática é lenta e depende da síntese de novas moléculas 
da enzima. Compostos organofosforados como DIFLOS e PARATION apresentam 
elevada lipossolubilidade, sendo rapidamente absorvidos pela pele e pelas mucosas 
apresentando como efeitos: potencialização da transmissão colinérgica nas sinapses 
autônomas colinérgicas e na junção neuromuscular, sinais clínicos como 
bradicardia, hipotensão, aumento das secreções, broncoconstrição, hipermotilidade 
do trato gastrointestinal e redução da pressão intraocular; fasciculações musculares 
e neurotoxicidade por desmielinização dos nervos periféricos, resultando em gradual 
fraqueza e perda sensitiva. Em casos de intoxicação por organosfosforados, o 
fármaco utilizado para regenerar a enzima acetilcolinesterase é a PRALIDOXIMA. 
 
 
*Miastenia gravis - patologia autoimune em que há destruição dos receptores nicotínicos da placa 
motora, o paciente apresenta fraqueza intensa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
13 
Os agentes anticolinesterásicos também podem ser utilizados no tratamento 
dos sintomas da doença de Alzheimer e outras afecções que provocam disfunção 
cognitiva e demência. Exemplos de fármacos anticolinesterásicos utilizados nessas 
situações clínicas são: GALANTAMINA e RIVASTIGMINA (considerado um inibidor 
“pseudoirreversível” por formar uma ligação covalente temporária com 
acetilcolinesterase, inativando-a até a quebra desta ligação). Os efeitos adversos 
destes fármacos são: diarreia, náusea, vômitos, cólicas, anorexia e sonhos. 
Os agentes anticolinérgicos são aqueles que antagonizam as ações da ACh 
por meio da competição pelos receptores colinérgicos. 
 
d. Antagonistas dos Receptores Nicotínicos 
 
Esses agentes impedem seletivamente a ligação da ACh endógena nos 
receptores nicotínicos, antagonizando a despolarização das células musculares 
caracterizado como bloqueio não despolarizante. Muitos destes fármacos são 
utilizados como agentes adjuvantes da anestesia, associados com ventilação 
artificial, como TUBOCURARINA, PANCURÔNIO, VECURÔNIO, ATRACÚRIO, 
MIVACÚRIO e GALAMINA, que levam a paralisia motora. Os efeitos indesejáveismais comuns são hipertensão, taquicardia, apneia, broncoespasmo, insuficiência 
respiratória, salivação e rubor. Tais efeitos podem ser revertidos pela administração 
de anticolinesterásicos. 
Fármacos como galamina e pancurônio podem também bloquear o receptor 
muscarínico no coração levando a taquicardia. 
Os agentes bloqueadores ganglionares TRIMETAFAN e MECAMILAMINA 
são utilizados na clínica por via intravenosa na crise hipertensiva em pacientes com 
dissecção aórtica aguda, reduzindo a pressão arterial por meio da atenuação dos 
reflexos simpáticos. A utilização desses agentes pode proporcionar como efeitos 
indesejáveis ileoparalítico, parada respiratória, retenção urinária, hipotensão 
ortostática e sedação. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
14 
e. Antagonistas dos Receptores Muscarínicos 
 
Esses agentes antagonizam seletivamente as ações da ACh nos receptores 
muscarínicos. 
Os antagonistas muscarínicos de origem natural são: 
 
 ATROPINA (=hiosciamina) – alcaloide tropânico isolado da espécie 
Atropa belladona (beladona) e Datura stramonium (estramômio). Usada na clínica 
como adjuvante em anestesia; na intoxicação por anticolinesterásicos; na 
bradicardia; como antiespasmódico e no excesso de salivação. A administração da 
atropina leva a marcantes efeitos, como inibição das secreções, ressecamento da 
boca e da pele; taquicardia; bradicardia paradoxal; midríase; fotofobia; cicloplegia 
(perda de acomodação visual); redução da motilidade gástrica; relaxamento da 
musculatura brônquica, biliar e urinária; ligeira inquietação (dose baixa); ação 
estimulante (alta dose); aumento da pressão intraocular; aumento do ritmo cardíaco 
e da condução pelo nodo atrioventricular. 
Os tecidos mais sensíveis a ação da atropina são as glândulas salivares, 
brônquicas e sudoríparas, resultando em elevação da temperatura corporal devido à 
supressão da sudorese termorreguladora, quadro conhecido como febre atropínica. 
 
 ESCOPOLAMINA (= hioscina) – alcaloide da Hyoscyamus niger 
(meimendro). Usado clinicamente na cinetose, náusea e vômitos. Efeitos 
indesejáveis: visão embaraçada, constipação, aumento da pressão intraocular, 
depressão respiratória, arritmia cardíaca e coma. 
 
Antagonistas muscarínicos sintéticos: 
 
 PIRENZEPINA – antagonista seletivo dos receptores muscarínicos 
subtipo M1 capaz de reduzir a produção de suco gástrico, sendo por muito tempo 
utilizado na prática clínica na doença ulcerosa péptica e também na bradicardia 
induzida cirurgicamente ou pelo nervo vago; 
 IPATRÓPIO/ TIOTRÓPIO – ação broncodilatadora; utilizados na asma 
e na doença pulmonar obstrutiva crônica; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
15 
 OXIBUTINA/ PROPANTELINA – antagonistas não seletivos usados na 
bexiga hiper-reflexia e hiperativa, na incontinência urinária. O tratamento é 
acompanhado de efeitos indesejáveis, como ressecamento da boca, visão 
embaraçada e constipação; 
 TOLTERODINA – antagonista seletivo dos receptores muscarínicos 
subtipo M3 utilizado na incontinência urinária; causa menos ressecamento da boca e 
constipação; 
 CICLOPENTOLATO/ TROPICAMIDA – utilizados como agentes 
midriáticos utilizados na oftalmologia na forma de colírios. 
 
Os antagonistas muscarínicos devem ser administrados com cautela em 
pacientes com glaucoma de ângulo estreito ou fechados; lesões cerebrais, 
xerostomia, hipertensão e hipertireoidismo. 
 
f. Inibidores da Síntese, do Armazenamento e da Liberação de 
Acetilcolina 
Esses agentes atuam nível pré-sináptico (Figura 2). 
 
Hemicolínio/ Trietilcolina = impede o transporte de colina para a 
terminação nervosa, inibindo a síntese de ACh. Não apresenta aplicação clínica; 
 
Vesamicol = impede o transporte de ACh no interior das vesículas 
sinápticas; 
 
Neomicina/ Estretomicina = são agentes antimicrobianos do tipo 
aminoglicosídios que impedem a entrada de cálcio impedindo a liberação de ACh; 
 
Toxina botulínica/ -Burgarotoxina = componentes peptidases que clivam 
as proteínas específicas de fusão, impedindo a liberação de ACh. Essa toxina 
provoca paralisia motora e redução progressiva da atividade parassimpática, com 
ressecamento da boca, visão turva, dificuldade da deglutição e paralisia respiratória. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
16 
 
 
1.2.2 Farmacologia Adrenérgica 
 
 
Na transmissão adrenérgica, as catecolaminas (norepinefrina, epinefrina, 
dopamina) são os neurotransmissores que atuam no controle da função cardíaca, da 
força de contração cardíaca, na resistência dos vasos sanguíneos e nos 
bronquíolos, na liberação de insulina e na degradação de gordura. 
As catecolaminas são sintetizadas a partir da tirosina. Essa síntese ocorre 
nas terminações nervosas simpáticas e em menor extensão nos corpos celulares 
neuronais. A síntese de epinefrina predomina na glândula suprarrenal, enquanto os 
neurônios adrenérgicos produzem em sua maioria norepinefrina (Figura 3). 
A tirosina, precursora das catecolaminas é transportada para dentro dos 
neurônios por meio de um transportador de aminoácidos aromáticos por intermédio 
da membrana neuronal. 
 Tirosina hidroxilase 
TIROSINA ➩ DIIDROXIFENILALANINA (L-DOPA) ➩ DOPAMINA 
 Descarboxilase L- aminoácidos aromáticos 
 
Em seguida, a dopamina é transportada em vesículas sinápticas por um 
transportador de monoaminas vesicular. Nesta vesícula a dopamina é convertida em 
norepinefrina por meio de uma reação de hidroxilação, catalisada pela dopamina -
hidroxilase. 
Após sua liberação a molécula de catecolamina exerce seu efeito em um 
receptor adrenérgico pós-sináptico, a resposta é levada ao seu término por três 
mecanismos: recaptação de catecolaminas no neurônio pré-sináptico; metabolismo 
das catecolaminas até um metabólito inativo e/ou difusão das catecolaminas a partir 
da fenda sináptica. Os dois primeiros mecanismos dependem de proteínas de 
transporte ou enzimas, sendo um importante alvo para intervenção farmacológica. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
17 
FIGURA 3 – TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA DO SISTEMA NERVOSO 
AUTÔNOMO 
 
FONTE: Katzung, 2003. 
Alteração de autorreceptor. 
 
 
A recaptação de catecolaminas é mediada por um transportador seletivo de 
norepinefrina, processo que permite reciclar o transmissor para uma liberação 
subsequente. No interior do citoplasma neuronal as catecolaminas podem ainda ser 
novamente concentradas em vesículas. 
O metabolismo das catecolaminas envolve duas enzimas, a 
monoaminaoxidase (MAO) presente na mitocôndria, existente em duas isoformas – 
MAO-A, seletiva para serotonina, norepinefrina e epinefrina e MAO-B, seletiva para 
dopamina; e a catecol-O-metiltransferase (COMT), enzima citosólica expressa 
primariamente no fígado. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
18 
Os neurotransmissores norepinefrina e epinefrina se ligam aos receptores 
adrenérgicos. Esses são divididos em duas classes: alfa e beta receptores que 
pertencem à superfamília de receptores acoplados à proteína G. 
 
Os receptores alfa-adrenérgicos são divididos em: 
 
Alfa-1 adrenérgico - acoplado a uma proteína G quinase sua estimulação 
leva a ativação da fosfolipase C e produção de mensageiros intracelulares (IP3 e 
DAG) e influxo de cálcio. Sua estimulação leva a vasoconstrição, contração do 
músculo liso geniturinário, relaxamento do músculo liso do trato gastrintestinal, 
secreção salivar, broncoconstrição, glicogenólise e gliconeogênese. 
Alfa-2 adrenérgico – acoplado a proteína G inibitória sua estimulação leva a 
inibição da enzima adenilato ciclase e redução do nível intracelular de AMPc; 
abertura dos canais de K+ e fechamento dos canais de Ca2+. Atua inibindo a 
liberação de neurotransmissores, inibe a agregação plaquetária, inibe a liberação de 
insulina, no relaxamento do músculo liso do trato gastrintestinal. 
 
Os receptores beta-adrenérgicos, por sua vez, estão acoplados à proteína G 
estimulatória e quando estimuladoslevam a ativação da enzima adenilato ciclase e 
aumento do nível intracelular de AMPc. 
 
Beta-1 adrenérgico – estimulação da enzima glicogênio fosforilase 
hepática; no coração aumenta a frequência cardíaca e a velocidade de condução do 
nodo atrioventricular; no sistema renal induz a liberação de renina; 
Beta-2 adrenérgico – presente na musculatura lisa, no fígado e no 
musculoesquelético, sua estimulação resulta em broncodilatação, vasodilatação, 
relaxamento do músculo liso visceral, catabolismo do glicogênio e glicogenólise 
(aumento do nível glicêmico); 
Beta-3 adrenérgico – presente no tecido adiposo envolvido no aumento da 
lipólise. 
 
Os agentes farmacológicos adrenérgicos são classificados de acordo com 
sua atuação na transmissão adrenérgica, podendo atuar na síntese de 
 
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catecolaminas, na etapa de armazenamento ou na recaptação, na biotransformação 
dos neurotransmissores e diretamente sobre os receptores adrenérgicos. 
 
a. Inibidores da Síntese das Catecolaminas 
A enzima tirosina hidroxilase atuante na síntese das catecolaminas pode ser 
inibida pela ALFA-METILTIROSINA. Aplicada na terapêutica no tratamento da 
hipertensão associada à feocromocitoma*. Os efeitos adversos consistem em 
quadro de hipotensão ortostática e sedação. 
 
b. Inibidores do Armazenamento de Catecolaminas 
Inibem o armazenamento das catecolaminas nas vesículas, resultando em 
aumento em curto prazo, na liberação de catecolaminas das terminações sinápticas, 
porém, com depleção em longo prazo do reservatório disponível de catecolaminas. 
 
 RESERPINA – interage com proteínas do transportador vesicular, 
impedindo o armazenamento de norepinefrina e de dopamina. Antigamente utilizado 
na terapêutica para tratamento da hipertensão, tornou-se obsoleto devido aos efeitos 
adversos marcantes, como: arritmias cardíacas, hemorragia gastrintestinal e 
depressão psicótica; 
 
 GUANETIDINA/ GUANADREL = concentram-se nas vesículas 
transmissoras e desloca a norepinefrina, resultando em depleção gradual. Esse 
efeito provoca redução do débito cardíaco; a redução da resposta simpática leva à 
ocorrência de hipotensão sintomática. A aplicação terapêutica na hipertensão 
tornou-se obsoleta em decorrência dos efeitos indesejáveis: doença renal, apneia, 
hipotensão ortostática, retenção hídrica, visão embaraçada e impotência; 
 ANFETAMINA/ METILFENIDATO = semelhantes estruturalmente com 
a norepinefrina, sendo transportadas nas terminações pelo processo de recaptação. 
 
___________________________________________________________________ 
*Feocromocitoma – tumor na glândula suprarrenal com intensa produção de epinefrina. 
 
 
 
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c. Inibidores da Recaptação de Catecolaminas 
Inibem a recaptação de catecolaminas mediada pelo transportador de 
norepinefrina, potencializando a ação das catecolaminas. Nesse grupo encontram-
se os antidepressivos tricíclicos, como imipramina que serão detalhados mais 
adiante. 
A cocaína, uma droga de abuso, é um potente inibidor do transporte de 
catecolaminas. O quadro de intoxicação por essa droga reflete a exacerbação dos 
efeitos simpáticos. 
 
d. Inibidores do Metabolismo das Catecolaminas 
A IPRONIAZIDA, TRANILCIPROMINA (seletiva para MAO-A), 
MOCLOBEMIDA e SELEGILINA (seletivo MAO-B) são inibidores da MAO. A inibição 
enzimática por esses fármacos resulta no aumento dos níveis de catecolaminas. A 
TRANILCIPROMINA é utilizada clinicamente no tratamento de alguns tipos 
depressão. A SELEGILINA é classificada como agente antiparkinsoniano, 
aumentando o nível de dopamina, neurotransmissor deficiente na Doença de 
Parkinson. 
 
e. Agonistas dos Receptores Alfa-adrenérgicos 
Os fármacos agonistas dos receptores alfa-1 adrenérgicos ativam 
seletivamente esses receptores, levando a um aumento da resistência vascular 
periférica, hipertensão e hipertrofia cardíaca: 
 
 METOXAMINA = uso limitado no tratamento do choque tendo como 
efeitos adversos: bradicardia reflexa, cefaleia e ansiedade; 
 FENILEFRINA = utilizada como descongestionante nasal e midriático 
em várias formulações nasais e oftálmicas; a infusão intravenosa para o tratamento 
do choque cardiogênico leva a acentuada vasoconstrição arterial; 
 OXIMETAZOLINA/ TETRAIDRAZOLINA/ NAFAZOLINA = utilizados no 
alívio da congestão nasal e hiperemia oftálmica; o uso abusivo leva a ocorrência de 
efeito rebote dos sintomas. 
 
 
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Os agonistas dos receptores alfa-2 adrenérgicos ativam seletivamente os 
autorreceptores alfa-2 adrenérgicos centrais e, portanto, inibem a descarga 
simpática do sistema nervoso central. 
 
 CLONIDINA – a principal utilização clínica é no tratamento da 
hipertensão arterial; também se mostra útil no tratamento e na preparação de 
dependentes para a suspensão de narcóticos, álcool e tabaco, reduzindo nesses 
pacientes o desejo pelo fármaco. Pode ser utilizada associada com agentes 
anestésicos, reduzindo a necessidade de anestésico, promovendo sedação e ação 
ansiolítica. Na suspeita de feocromocitoma, a clonidina é administrada para 
diagnóstico dessa patologia. Dentre os efeitos indesejáveis estão relacionados 
bradicardia, insuficiência cardíaca, hipotensão, constipação, xerostomia, sedação e 
tontura; 
 ALFA-METILDOPA - metabolizada no cérebro a alfa-metilnorepinefrina, 
um anti-hipertensivo de ação central. Após ser liberado das terminações nervosas 
adrenérgicas, passa a atuar como falso neurotransmissor ativando os receptores 
alfa-2 adrenérgicos, reduzindo a pressão arterial semelhante à clonidina. Utilizada 
na hipertensão arterial durante a gravidez. Efeitos indesejáveis: hepatotoxicidade e 
anemia hemolítica autoimune. 
 
f. Agonistas dos Receptores Beta-adrenérgicos 
Os agonistas dos receptores beta-adrenérgicos foram utilizados em muitas 
situações clínicas. Atualmente, são agentes importantes no tratamento da 
broncoconstrição em pacientes asmáticos e na doença pulmonar obstrutiva crônica. 
A epinefrina foi pela primeira vez utilizada como broncodilatador no início do 
século XX. Entretanto, os pacientes apresentavam sinais da atividade alfa-
adrenérgica, como aumento da pressão arterial. Na década de 1940então foi 
desenvolvido o ISOPROTERENOL, um agonista seletivo dos receptores beta 
adrenérgicos para tratamento da asma que carecia de atividade alfa-adrenérgica. O 
desenvolvimento de agonistas beta-2 seletivos forneceu fármacos com maior 
biodisponibilidade oral, ausência de atividade alfa-adrenérgica e menor incidência de 
efeitos cardiovasculares indesejáveis. 
 
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A DOBUTAMINA é considerada um agonista beta-1 relativamente seletivo, 
mas por ser administrada como mistura racêmica tem seus efeitos como reflexos 
das interações em receptores tanto alfa quanto beta-adrenérgicos. Indicada para 
tratamento em curto prazo da descompensação cardíaca que pode ocorrer após 
cirurgia cardíaca ou em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva ou infarto 
agudo do miocárdio. A dobutamina aumenta o débito cardíaco e o volume sistólico. 
A infusão de dobutamina para aumentar o débito cardíaco situa-se entre 2,5 e 10 
g/kg/min respeitando as respostas hemodinâmicas e clínicas do paciente, tendo em 
vista que a alta velocidade de infusão reflete efeitos alfa-adrenérgicos da 
dobutamina. 
Os agonistas beta-2 seletivos são resultados de modificações estruturais a 
partir da molécula de isoproterenol tornando a molécula mais volumosa. Muitos 
desses agentes terapêuticos são utilizados em pequenas doses por via inalatória, na 
forma de aerossol; permitindo a ativação eficaz de receptores beta-2 nos 
bronquíolos, com concentrações sistêmicas extremamente baixas. 
 
 SALBUTAMOL – também conhecido como albuterol é administrado por 
inalação ou por via oral para alívio sintomático do broncoespasmo. Quando inalado, 
causa broncodilatação significativa em 15 minutos e os efeitos persistem durante 3-4 
h; 
 TERBUTALINA – rápido efeito broncodilatador após inalação ou 
administração parenteral, após inalação o efeito persiste por 3-6 h quando 
administrado por via oral o efeito demora de 1 a 2h. É utilizada no tratamento em 
longo prazo das doenças obstrutivas das vias respiratórias e no broncoespasmo 
agudo. Além de ser uma ferramenta farmacológica na crise asmática emergencial; 
 SALMETEROL – possui duração de ação prolongada de 
aproximadamente 12h, entretanto seu início de ação é relativamente lento após 
inalação, sendo inapropriado para alívio imediato das crises inesperadas de 
broncoespasmo. 
Os principais efeitos adversos dos agonistas beta-adrenérgicos são 
resultantes da ativação excessiva dos receptores beta-adrenérgicos. O tremor 
muscular constitui um efeito adverso comum. O desenvolvimento de tolerância é 
observado com a terapia em longo prazo com esses agentes, refletindo uma 
 
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24 
dessensibilização dos receptores beta-2 adrenérgicos. Para minimizar esse efeito, 
deve-se iniciar a terapia oral com dose baixa, e progressivamente aumentando à 
medida que surgir o tremor. A sensação de inquietação, apreensão e ansiedade são 
sintomas apresentados pelos pacientes tratados por via oral ou parenteral. A 
taquicardia é um efeito adverso comum dos agonistas beta-adrenérgicos quando 
administrados por via sistêmica. A estimulação da frequência cardíaca ocorre via 
receptor beta-1 adrenérgico. 
 
g. Antagonista dos Receptores Alfa-Adrenérgicos 
Bloqueiam a ligação das catecolaminas endógenas aos receptores alfa-1 e 
alfa-2 adrenérgicos promovendo vasodilatação, redução da pressão arterial e 
redução da resistência periférica. Observa-se ativação dos barorreceptores a fim de 
compensar a diminuição da pressão arterial, resultando em aumento dos reflexos da 
frequência cardíaca e do débito cardíaco. 
A FENOXIBENZAMINA e FENTOLAMINA bloqueiam irreversivelmente e 
reversivelmente, respectivamente os receptores alfa-1 e alfa-2 adrenérgico. Dessa 
forma, a fentolamina apresenta duração de ação curta, é utilizada na hipertensão e 
sudorese associadas ao feocromocitoma. 
Os antagonistas dos receptores alfa-1 seletivos são: 
 
 PRAZOSIN - relaxa o músculo liso arterial e venoso, produzindo 
diminuição na resistência vascular periférica. Esse efeito não leva ao aumento da 
frequência cardíaca como se observa com outros agentes vasodilatadores. O 
prazosin também é um potente inibidor das fosfodiesterase e nucleotídeos. O 
tratamento inicia-se com uma dose de 1 mg, 2-3x/dia, geralmente administrada ao 
deitar, o paciente deve permanecer deitado por um bom tempo a fim de reduzir os 
riscos de hipotensão postural grave relacionada a primeira dose. O prazosin é 
utilizado no tratamento da hiperplasia prostática benigna nas doses de 1-5 mg 
2x/dia; 
 TERAZOSIN/ DOXAZOSIN - são análogos estruturais da prazosina 
que apresentam maior biodisponibilidade por via oral, sendo indicados para o 
tratamento da hiperplasia prostática benigna, nas doses de 10 mg/dia e 1 mg/dia, 
respectivamente. Esses agentes também podem levar a hipotensão postural grave; 
 
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 TANSULOSIN – antagonista alfa-1A-seletivo, predominante no 
músculo liso do trato geniturinário; biodisponibilidade muito alta; tempo de meia-vida 
de 9-15h; metabolizada extensamente no fígado; indicada terapeuticamente para 
hiperplasia prostática benigna na dose inicial de 0,4 mg/dia sem acarretar efeitos 
significativos sobre a pressão arterial; a ejaculação anormal consiste em um efeito 
adverso nestes pacientes. 
 
A IOIMBINA, alcaloide encontrado na casca da árvore Pausinystalia 
yohimbe, atua como antagonista competitivo seletivo para os receptores alfa-2 
adrenérgicos. Por penetrar facilmente no sistema nervoso central, atua aumentando 
a pressão arterial e a frequência cardíaca. A atividade motora é intensificada 
provocando tremores. Antigamente, a ioimbina era muito utilizada no tratamento da 
disfunção sexual masculina. 
 
h. Antagonistas dos Receptores Beta-Adrenérgicos 
Os fármacos desta classe recebem muita atenção clínica devido a sua 
eficácia na terapêutica da hipertensão, da cardiopatia isquêmica, da insuficiência 
cardíaca congestiva e certos casos de arritmias. 
O mecanismo de ação dos antagonistas beta-adrenérgicos consiste no 
bloqueio dos receptores beta-adrenérgicos. Podem ser divididos em: agentes 
seletivos ou não seletivos para os receptores beta-1 adrenérgico. 
Os antagonistas não seletivos são PROPRANOLOL (dose 40-480 mg/dia), 
NADOLOL (dose 40-80 mg/dia) e TIMOLOL (dose 10-40 mg/dia). O tratamento com 
tais agentes podem ocasionar os seguintes efeitos adversos: broncoespasmo, 
bradiarritmias, sedação, mascarar os sintomas de hipoglicemia, depressão, dispneia 
e sibilos. Dessa forma, são contraindicados na asma brônquica e doença pulmonar 
obstrutiva crônica, choque cardiogênico e insuficiência cardíaca não compensada. 
Os agentes antagonistas beta-1 seletivos (cardiosseletivos) como 
METOPROLOL (dose 100-400 mg/dia), ATENOLOL (dose 25-100 mg/dia), 
ACEBUTOLOL (dose 400-1.200 mg/dia), BISOPROLOL (dose 2,5-10 mg/dia) são 
indicados para tratamento de pacientes hipertensos ou cardiopatas com asma ou 
diabetes. Estes fármacos são mais potentes no bloqueio dos receptores cardíacos 
 
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(beta-1 adrenérgicos) do que os receptores beta-2. Todavia, a seletividade é relativa, 
quando utilizados em altas doses, a seletividade é perdida. 
Alguns agentes podem ainda exibir atividade dual, ou seja, são capazes de 
bloquear os receptores beta-1, beta-2 e alfa-1 adrenérgicos, como LABETALOL 
(dose 300-600 mg/dia) e CARVEDILOL (dose 3,125-25 mg/dia) utilizados na angina 
e hipertensão. O SOTALOL (dose 160-480 mg/dia) é um antagonista beta não 
seletivo com propriedade adicional de bloqueio dos canais de potássio e com 
propriedades antiarrítmicas classe III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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