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JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 1 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA AGONISTAS ADRENÉRGICOS # O NEURÔNIO ADRENÉRGICO • Neurotransmissor primário = NOREPINEFRINA / Onde são encontrados? → SNC e SNS (ligação entre gânglios e órgão efetor). • NEURÔNIOS adrenérgicos + RECEPTORES pré e pós sinápticos = locais de ação dos fármacos adrenérgicos, ➔ NEUROTRANSMISSÃO NOS NEURÔNIOS ADRENÉRGICOS O processo envolve 5 etapas = Síntese → Armazenamento → Liberação → Ligação → Remoção. 1. Síntese de Norepinefrina (NE) → TIROSINA entra no axoplasma do neurônio por um transportador ligado à Na+ → hidroxilada a DI-HIDROXIFENILALANINA (DOPA) pela tirosina hidroxilase → descarboxilada pela dopadescarboxilase = DOPAMINA. 2. Armazenamento de NE em vesículas → DOPAMINA entra em vesículas por um sistema transportador de aminas → hidroxilada pela hidroxilase = NOREPINEFRINA. • Na suprarrenal → norepinefrina é metilada à EPINEFRINA e armazenada nas células cromafins junto com norepinefrina. Sob estimulação libera ~80% de epinefrina e ~20% de norepinefrina diretamente na circulação. 3. Liberação de NE → POTENCIAL DE AÇÃO na junção neuromuscular inicia a entrada de íons Ca2+ do líquido extracelular para o axoplasma = fusão das vesículas com a membrana celular = liberação de seu conteúdo na sinapse. 4. Ligação aos Receptores → pós-sinápticos → inicia uma cascata de eventos no interior da célula = formação do segundo mensageiro intracelular que atua como intermediário na comunicação entre o neurotransmissor e a ação gerada no interior da célula efetora / pré-sinápticos → modulam a liberação do neurotransmissor. 5. Remoção da NE → a NE pode → 1) difundir-se para fora da fenda sináptica e entrar na circulação geral; 2) ser metabolizada a derivados O-metilados pela catecol-O-metiltransferase associada à membrana pós-sináptica na fenda sináptica; ou 3) ser capturada por um sistema de transporte que a bombeia de volta para o neurônio. 6. Possíveis destinos da NE captada → retornar a vesículas para futura liberação ou permanecer no citoplasma em um pool protegido; ou ser oxidada pela MAO presente na mitocôndria neuronal. Os produtos inativos do metabolismo da NE são excretados na URINA, como ácido vanililmandélico, metanefrina e normetanefrina. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 2 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA ➔ RECEPTORES ADRENÉRGICOS (ADRENORRECEPTORES) Duas famílias de receptores, designadas α e β, foram inicialmente identificadas com base na resposta aos agonistas adrenérgicos epinefrina, norepinefrina e isoproterenol. Receptores α → ordem de potência → epinefrina ≥ norepinefrina >> isoproterenol. Subdivididos em α1 e α2, com base nas suas afinidades por agonistas e bloqueadores α. • Receptores α1 → presentes na membrana PÓS-SINÁPTICA dos órgãos efetores; intermedeiam vários dos efeitos clássicos envolvendo CONTRAÇÃO DE MÚSCULO LISO. • Receptores α2 → localizados primariamente nas terminações nervosas PRÉ- SINÁPTICAS e em OUTRAS CÉLULAS (célula do pâncreas e certas células musculares lisas vasculares); controlam respectivamente a liberação do neuromediador adrenérgico (autorreceptores inibitórios) e da insulina. o Obs.: também são encontrados na pré-sinapse dos neurônios parassimpáticos → a NE liberada de um neurônio pré-sináptico simpático pode difundir-se e interagir com esses receptores, inibindo a liberação de acetilcolina. Neste caso, tais receptores atuam como heterorreceptores inibitórios). • Subdivisões adicionais → receptores α1 e α2 são subdivididos em α1A, α1B, α1C e α1D e em α2A, α2B, α2C e α2D. Essa classificação estendida é necessária para entender a seletividade de alguns fármacos → ex.: TANSULOSINA é um antagonista seletivo α1A e é usada para o tratamento da HBP, pois atua sobre os receptores α1A encontrados primariamente no trato urinário e na próstata. Receptores β → ordem de potência → isoproterenol > epinefrina > norepinefrina. Subdivididos em 3 grupos principais, β1, β2 e β3, com base nas afinidades pelos agonistas e antagonistas, embora muitos outros tenham sido identificados por clonagem gênica. • Ligação de um neurotransmissor a algum dos três receptores β = ativação de adenililciclase = ↑ [AMPc] no interior da célula. Distribuição dos receptores → órgãos e tecidos inervados adrenergicamente tendem a ter predominância de um tipo de receptor. • Ex.: vasos dos músculos esqueléticos têm os receptores α1 e β2, mas os β2 predominam. Coração contém predominantemente receptores β1. Respostas características mediadas pelos adrenorreceptores → como generalização, a estimulação de receptores α1 caracteristicamente provoca vasoconstrição (particularmente na pele e nas vísceras abdominais), ↑ resistência periférica total e ↑ PA. A estimulação dos receptores β1 causa estimulação cardíaca característica, ao passo que a estimulação dos receptores β2 produz vasodilatação (no leito vascular esquelético) e relaxamento bronquial. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 3 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA Dessensibilização de receptores → a exposição prolongada às catecolaminas ↓ sensibilidade desses receptores por 3 prováveis mecanismos → 1) SEQUESTRO DOS RECEPTORES de forma que ficam indisponíveis para interação com o ligante; 2) REGULAÇÃO PARA BAIXO (down-regulation) = desaparecimento do receptor por destruição ou por diminuição de síntese; e 3) INCAPACIDADE DE ACOPLAR-SE À PROTEÍNA G, pois o receptor foi fosforilado no lado citoplasmático por uma das proteínas quinases do receptor α- ou β-adrenérgico. # CARACTERÍSTICAS DOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS ➔ CATECOLAMINAS São aminas simpaticomiméticas que contêm o grupo 3,4-di-hidroxibenzeno (como epinefrina, norepinefrina, isoproterenol e dopamina). Apresentam em comum: • Alta potência → fármacos que são derivados catecol (grupos -OH nas posições 3 e 4 do anel benzênico) mostram a maior potência na ativação direta dos receptores α e β. • Inativação rápida → biotransformadas pela COMT pós-sinapticamente e pela MAO intraneuronal = curto período de ação quando administradas parenteralmente. COMT na parede intestinal + MAO, no fígado e na parede intestinal = ineficácia quando administradas por VIA ORAL, pois são inativadas. • Escassa penetração no SNC → POLARES e, por isso, não penetram facilmente no SNC. Apesar disso, a maioria desses fármacos tem alguns efeitos clínicos (ansiedade, tremores e cefaleias) que são atribuídos à ação sobre o SNC. ➔ AMINAS NÃO CATECÓLICAS • Compostos que não têm os grupos hidroxicatecólicos têm meias-vidas mais longas, pois não são inativados pela COMT → fenilefrina, efedrina e anfetamina. • São maus substratos para a MAO = ação prolongada. • Maior lipossolubilidade permite maior acesso ao SNC. Obs.: efedrina e anfetamina podem atuar indiretamente por liberação de catecolaminas armazenadas. ➔ SUBSTITUIÇÕES NO NITROGÊNIO AMÍNICO A natureza e o volume do substituto no nitrogênio amínico são importantes na determinação da seletividade β do agonista adrenérgico. • Epinefrina → um substituto -CH3 no nitrogênio amínico = mais potente nos receptores do que a norepinefrina (amina não substituída); • Isoproterenol → um substituto isopropila -CH(CH3)2 no nitrogênio amínico = forte β-agonista com pouca atividade α. ➔ MECANISMO DE AÇÃO DOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS Agonistas de ação direta → atuam diretamente nos receptores α ou β sem interagir com o neurônio pré-sináptico, produzindo efeitos similares aos resultantes da estimulação dos nervos simpáticos ou da liberação do hormônio epinefrina da suprarrenal. O receptor ativado inicia a síntese do segundo mensageiro e dos sinais intracelulares subsequentes. • Incluem: epinefrina, norepinefrina, isoproterenol, fenilefrina e dobutamina. Agonistas de ação indireta → podem bloquear a captação de NE ou seremcaptados pelo neurônio pré-sináptico e causar a liberação de NE do pool citoplasmático ou das vesículas do neurônio adrenérgico. • Incluem: anfetamina, cocaína e tiramina. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 4 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA Agonistas de ação mista → capacidade de estimular os adrenorreceptores pós-sinápticos diretamente e de liberar NE do neurônio adrenérgico pré-sináptico. • Incluem: efedrina e seu estereoisômero pseudoefedrina. # AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA ➔ EPINEFRINA • É uma das 4 catecolaminas (epinefrina, norepinefrina, dopamina e dobutamina) comumente usadas em tratamento. As 3 primeiras ocorrem naturalmente no organismo como neurotransmissores, e a última é um composto sintético. • É sintetizada da tirosina na SUPRARRENAL e é liberada junto com pequenas quantidades de norepinefrina na corrente sanguínea. • Em doses baixas, os efeitos β (vasodilatação) no leito vascular predominam, e em altas doses, os efeitos α (vasoconstrição) são mais intensos. Ações a. Cardiovascular → ação β1 no = inotropismo e cronotropismo positivos = ↑ DC / ação β1 nos rins = liberação de renina → angiotensina II = vasoconstrição / efeito α = contrai as arteríolas da pele, mucosas e vísceras / efeito β2 = dilata os vasos que vão ao fígado e músculos esqueléticos / ↓ fluxo de sangue para os rins / efeito cumulativo = ↑ PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA, associado à ligeira ↓ PRESSÃO DIASTÓLICA. b. Respiratória → ação β2 = poderosa BRONCODILATAÇÃO por ação direta na musculatura lisa bronquial → alivia todas as broncoconstrições alérgicas ou induzidas por histamina; em caso de choque anafilático, isso pode salvar a vida; em indivíduos sofrendo de ataque agudo de asma, rapidamente alivia a dispneia e ↑ volume de gases inspirado e expirado. Inibe a liberação de mediadores da alergia, como a histamina dos mastócitos. c. Hiperglicemia → efeito β2 = ↑ glicogenólise no fígado e ↑ liberação de glucagônio / efeito α2 = ↓ liberação de insulina. d. Lipólise → estimulação β do tecido adiposo = ativação da adenililciclase = ↑ AMPc = estimulação de uma lipase hormênio-sensível = hidrólise de triacilgliceróis a ÁCIDOS GRAXOS LIVRES e GLICEROL. Biotransformação → MAO e COMT → urina. Usos terapêuticos a. Broncoespasmo → usado no tratamento de emergência de qualquer condição do trato respiratório quando a broncoconstrição compromete a troca respiratória → ASMA AGUDA e CHOQUE ANAFILÁTICO. o Obs.: agonistas β2 seletivos, como o ALBUTEROL, são favorecidos no tratamento crônico da asma devido à duração de ação mais longa e aos efeitos cardíacos mínimos. b. Choque anafilático → fármaco de escolha para o tratamento das REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO 1 em resposta a alérgenos. c. Parada cardíaca → pode ser empregada para restabelecer o ritmo cardíaco. d. Anestésicos → soluções de anestésicos locais em geral contêm 1:100.000 partes de epinefrina = ↑ duração da anestesia local, devido vasoconstrição no local de injeção, provocando a persistência do anestésico no local de injeção antes de ser absorvido e biotransformado. Farmacocinética → início rápido, mas curta duração de ação (devido à rápida degradação) / VA preferida = IM, devido à rápida absorção / emergência → IV = início mais rápido de ação / pode ser administrada por via SC, endotraqueal, por inalação ou topicamente no olho / VO é ineficaz. Efeitos adversos a. Distúrbios do SNC → ansiedade, medo, tensão, cefaleia e tremores. b. Hemorragia → hemorragia cerebral como resultado do aumento acentuado da pressão arterial. c. Arritmias cardíacas → particularmente se o paciente está recebendo digoxina. d. Edema pulmonar. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 5 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA Interações de fármacos a. Hipertireoidismo → parece haver produção aumentada de receptores adrenérgicos nos vasos do indivíduo hipertireóideo = respostas hipersensíveis (efeito cardiovascular aumentado). Se necessário, ↓ dose. b. Cocaína → ações cardiovasculares exageradas, pois cocaína impede recaptação das catecolaminas. c. Diabetes → dosagens de insulina devem ser ↑, pois epinefrina ↑ liberação das reservas endógenas de glicose. d. β-bloqueadores → impedem os efeitos da epinefrina nos receptores β, deixando a estimulação α sem oposição = ↑ resistência periférica e ↑ pressão arterial. e. Anestésicos inalatórios → sensibilizam o coração aos efeitos da epinefrina = taquicardia. ➔ NOREPINEFRINA Na prática, quando o fármaco é administrado em doses terapêuticas em humanos, o receptor α-adrenérgico é o que mais responde. Ações cardiovasculares a. Vasoconstrição → na maior parte dos leitos vasculares, incluindo os rins (efeito α1) / ↑ resistência periférica = ↑ PA sistólica e diastólica. o Obs.: vasoconstrição da norepinefrina > epinefrina pois não causa vasodilatação compensatória pelos receptores β2 dos vasos sanguíneos que suprem os músculos esqueléticos, etc. / a fraca atividade β2 também explica a razão pela qual ela não é eficaz no tratamento da asma. b. Reflexo barorreceptor → ↑ PA → ↑ reflexo na atividade vagal pela estimulação dos barorreceptores = BRADICARDIA reflexa suficiente para neutralizar as ações locais da norepinefrina no / a compensação reflexa não afeta os efeitos inotrópicos positivos do fármaco. c. Efeito do pré-tratamento com atropina → atropina bloqueia os efeitos da transmissão vagal → se administrada antes da NE = TAQUICARDIA. Usos terapêuticos → CHOQUE, pois ↑ resistência vascular = ↑ PA / NUNCA é usada contra asma ou em associação com os anestésicos locais / é um vasoconstritor potente e causa extravasamento ao longo do local da injeção, o comprometimento da circulação por NE pode ser tratado com o antagonista α fentolamina. Farmacocinética → via IV para início de ação rápido / efeito dura 1 a 2 min após o fim da infusão / pouco absorvida por via SC e destruída no intestino se administrada por VO. Efeitos adversos → similares aos da epinefrina + palidez e necrose da pele ao longo da veia injetada (devido à extrema vasoconstrição). ➔ ISOPROTERENOL Catecolamina sintética que estimula predominantemente os adrenorreceptores β1 e β2 / ação em receptores α é insignificante / Desvantagem = falta de seletividade → raras vezes usados terapeuticamente. Ações a. Cardiovascular → ↑ FC e ↑ força de contração = ↑ DC / efeito β2 = dilata arteríolas dos músculos esqueléticos = ↓ RP / efeito cumulativo = ↑ PA SISTÓLICA, mas ↓(muito) PA DIASTÓLICA e PAM. b. Pulmonar → uso por inalação não está mais disponível nos EUA. c. Outros efeitos → ações β1 = ↑ glicemia e da lipólise [não são clinicamente significativas]. Usos terapêuticos → estimular o em situações de emergência = bloqueio atrioventricular ou parada cardíaca. Farmacocinética → substrato marginal para a COMT e é resistente à ação da MAO. Efeitos adversos → similares aos da epinefrina. ➔ DOPAMINA É o metabólito precursor imediato da NE / ocorre naturalmente no SNC nos gânglios basais, onde funciona como neurotransmissor, bem como na suprarrenal / os receptores dopaminérgicos D1 e D2 se diferenciam dos receptores α e β-adrenérgicos e ocorrem no mesentérico periférico e nos leitos vasculares renais, onde a ligação da dopamina JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 6 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA produz VASODILATAÇÃO / receptores D2 também são encontrados nos neurônios adrenérgicos pré-sinápticos, onde sua ativação interfere com a liberação de norepinefrina. Ações a. Cardiovasculares → doses menores = estimula receptores β1 cardíacos com efeito INOTRÓPICO e CRONOTRÓPICO = ↑ PA / doses mais elevadas = ativa receptores α1 dos vasos = VASOCONSTRIÇÃO = ↑ RP. b. Renal e visceral → dilatação das arteríolas renais e esplâncnicas = ↑ fluxo sanguíneo para os rins e outras vísceras.o Obs.: receptores dopaminérgicos não são afetados por fármacos bloqueadores α ou β. Por isso, a dopamina é clinicamente útil no tratamento do choque, no qual uma intensa atividade simpática pode comprometer a função renal. Usos terapêuticos → fármaco de escolha contra o CHOQUE CARDIOGÊNICO E SÉPTICO / dopamina (DA) é muito superior à NE → NE = ↓ suprimento de sangue aos rins e pode causar colapso renal; DA = ↑ fluxo sanguíneo renal = ↑ velocidade de filtração glomerular = diurese sódica / usada para tratar HIPOTENSÃO e INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA GRAVE, primariamente em pcts com RVP normal ou baixa e em pcts sob oligúria. Efeitos adversos → dose excessiva produz os mesmos efeitos da estimulação simpática / rapidamente biotransformada a ácido homovanílico pela MAO ou COMT = efeitos adversos (náuseas, hipertensão e arritmias) de CURTA DURAÇÃO. ➔ FENOLDOPAM • Agonista dos receptores de dopamina situados na periferia e tem afinidade moderada pelos receptores α2. • Vasodilatador de ação rápida no tratamento da HIPERTENSÃO GRAVE em pacientes hospitalizados, atuando nas artérias coronárias, arteríolas renais e artérias mesentéricas. • Sofre extensa biotransformação de 1ª passagem e tem meia-vida de eliminação de 10 min após infusão IV. • Efeitos adversos → cefaleia, rubor, tonturas, náuseas, êmese e taquicardia (devido à vasodilatação) ➔ DOBUTAMINA Ações → atua como agonista de receptor β1 = ↑ FC e DC com poucos efeitos vasculares. Usos terapêuticos → ↑ DC na INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA e causar efeito inotrópico após CIRURGIA CARDÍACA. • Obs.: ↑ DC e não eleva significativamente a demanda de oxigênio pelo miocárdio = principal vantagem sobre os outros fármacos simpaticomiméticos. Efeitos adversos → deve ser usada com cautela na fibrilação atrial, pois aumenta a condução AV / outros efeitos adversos são os mesmos da epinefrina / pode-se desenvolver tolerância no uso prolongado. ➔ OXIMETAZOLINA • É agonista adrenérgico sintético de ação direta que estimula os receptores adrenérgicos α1 e α2. • Usada localmente no OLHO ou nas NARINAS como vasoconstritor → descongestionantes nasais de ação curta e colírios para alívio da vermelhidão dos olhos associada com natação, resfriados ou lentes de contato. • Absorvida independente da via de administração e pode causar nervosismo, cefaleia e sono agitado. • Observa-se congestão rebote no uso prolongado. ➔ FENILEFRINA • É um fármaco adrenérgico sintético de ação direta que se liga primariamente aos receptores α1 → VASOCONSTRITOR = ↑ pressões sistólica e diastólica. • Não é um derivado catecol e, por isso, não é substrato da COMT. • Não tem efeito direto no , mas induz BRADICARDIA reflexa quando administrada por via parenteral → usada para terminar episódios de taquicardia supraventricular. • Usada topicamente na mucosa nasal como descongestionante e em soluções oftálmicas para obter midríase. • Doses elevadas podem causar cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 7 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA ➔ CLONIDINA • É um agonista α2 usado na hipertensão essencial para ↓ PA por sua ação no SNC → atua centralmente produzindo inibição dos centros vasomotores simpáticos = ↓ estimulação simpática para a periferia. • Pode ser usada para minimizar os sintomas que acompanham a retirada dos opiáceos, do cigarro ou das benzodiazepinas. • Efeitos adversos → letargia, sedação, constipação e xerostomia. Obs.: a interrupção abrupta da medicação deve ser evitada, a fim de prevenir a hipertensão de rebote. ➔ METAPROTERENOL • Embora quimicamente similar ao isoproterenol, não é uma catecolamina = resistente à metilação pela COMT. • Seu emprego diminuiu devido à disponibilidade de outros agonistas β2 mais seletivos e de longa ação. ➔ ALBUTEROL E TERBUTALINA • São fármacos agonistas β2 de ação curta usados primariamente como BRONCODILATADORES e administrados em um dispositivo inalador de dosagem controlada. ➔ SALMETEROL E FORMOTEROL • Broncodilatadores β2 adrenérgicos seletivos e de longa ação. • Ao contrário do formoterol, o salmeterol tem um início de ação lento. • Não são recomendados como monoterápicos e são muito eficazes associados com um corticosteroide. • Fármacos de escolha para tratar a ASMA NOTURNA em pacientes sintomáticos que usam outra medicação contra asma. • Não devem ser usados em excesso → foram registradas MORTES devidas ao uso excessivo. # AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA ➔ ANFETAMINA • Além da acentuada ação estimulante central, pode ↑ significativamente a PA por ação agonista α1 nos vasos, bem como por efeitos estimulantes β no coração. • Sua ação periférica é mediada primariamente pelo bloqueio da captação de norepinefrina e a liberação das catecolaminas armazenadas. ➔ TIRAMINA • Não é um fármaco clinicamente útil, mas é importante porque é encontrada em alimentos fermentados, como alguns queijos e vinhos. • Oxidada pela MAO no TGI, mas, se o pct está recebendo IMAO, podem acontecer episódios vasopressores graves. • Entra no terminal nervoso e desloca a norepinefrina armazenada. ➔ COCAÍNA • Bloqueia a ATPase ativada por Na+/K+ (necessária para a captação neuronal da NE) na membrana celular dos neurônios adrenérgicos = NE acumula-se na fenda sináptica = ↑ atividade simpática. • Semelhante às anfetaminas, pode ↑ PA por ação agonista α1 e efeitos estimulantes β. # AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO MISTA ➔ EFEDRINA E PSEUDOEFEDRINA • Produzem vários efeitos adrenérgicos que são similares aos da epinefrina, embora menos potentes. • Não são catecóis = maus substratos para MAO e COMT = ação longa. • Excelente absorção por via oral e penetram no SNC; contudo, a pseudoefedrina tem efeitos menores no SNC. JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 8 Farmacologia Fármacos que afetam o SNA • EFEDRINA → vasoconstrição e estimulação cardíaca = ↑ PA sistólica e diastólica / broncodilatação menos potente e mais lenta do que a epinefrina e o isoproterenol / produz leve estimulação do SNC = ↑ estado de alerta, ↓ fadiga e dificultando o sono / melhora o desempenho atlético. o Obs.: uso clínico em declínio devido fármacos mais potentes e que causam menos efeitos adversos. • PSEUDOEFEDRINA → usada primariamente no tratamento da congestão nasal e sinusal e congestão das trompas de Eustáquio, por via oral.
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