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SUMÁRIO 1. Introdução .........................................................................................3 2. Neurotransmissão nos neurônios adrenérgicos ................3 3. Receptores adrenérgicos ............................................................5 4. Regulação de receptores ............................................................9 5. Características dos agonistas adrenérgicos ........................9 6. Agonistas não seletivos ...........................................................10 7. Agonistas alfa adrenérgicos ...................................................13 8. Agonistas beta adrenérgicos .................................................16 9. Agonistas adrenérgicos de ação indireta ..........................18 10. Agonistas adrenérgicos de ação mista ...........................20 Referências bibliográficas ...........................................................23 3AGONISTAS ADRENÉRGICOS 1. INTRODUÇÃO O sistema nervoso simpático é um regulador importante de quase todos os sistemas orgânicos. Sua estimula- ção ocorre por efeito de mediadores como a norepinefrina (noradrena- lina) e a epinefrina (adrenalina). A norepinefrina é liberada nos termi- nais nervosos onde ativa os recep- tores adrenérgicos (ou adrenocepto- res) em sítios pós-sinápticos, assim, atuando como um neurotransmissor. Já a epinefrina, liberada pela medula da suprarrenal em resposta a diver- sos estímulos, como o estresse, atua como um hormônio se deslocando pelo sangue até os tecidos-alvo. Os fármacos que ativam os adrenocep- tores são denominados simpaticomi- méticos. Alguns simpaticomiméticos ativam diretamente os receptores adrenérgicos (agonistas de ação di- reta), enquanto outros atuam indire- tamente, aumentando a liberação ou bloqueando a captação de norepine- frina (agonistas de ação indireta). 2. NEUROTRANSMISSÃO NOS NEURÔNIOS ADRENÉRGICOS Os neurônios adrenérgicos liberam norepinefrina como neurotransmis- sor primário. Eles são encontrados no sistema nervoso central (SNC) e no sistema nervoso simpático, onde ser- vem de ligação entre os gânglios e os órgãos efetores. A neurotransmissão nesses neurônios envolve as etapas de síntese, armazenamento, libera- ção e ligação da norepinefrina com o receptor, seguida de remoção do neurotransmissor da fenda sináptica. Na síntese, a tirosina é transportada para dentro do neurônio adrenérgico por um carreador, onde é hidroxila- da em di-hidroxifenilalanina (também denominada dopa) pela tirosina hi- droxilase. Em seguida, a dopa é des- carboxilada pela enzima descarbo- xilase de L-aminoácido aromático, formando a dopamina no neurônio pré-sináptico. A dopamina é, então, transportada para dentro de vesículas sinápticas por um sistema transportador de ami- nas e na sequência é hidroxilada pela enzima dopamina hidroxilase, resul- tando na formação de norepinefrina, que fica armazenada no interior das vesículas até a passagem de um po- tencial de ação. A liberação da norepinefrina ocorre com a chegada de um potencial de ação na junção neuromuscular. Esse evento propicia a entrada de íons de cálcio extracelulares para o interior do axoplasma (citoplasma do neurônio), o que promove a fusão das vesículas sinápticas com a membrana celular. O resultado é a exocitose do conteú- do das vesículas (norepinefrina) para fenda sináptica. Quando liberada das vesículas sináp- ticas, a norepinefrina se difunde para 4AGONISTAS ADRENÉRGICOS o espaço sináptico e se liga aos re- ceptores pós-sinápticos no órgão efe- tor ou aos receptores pré-sinápticos no terminal nervoso. Essa ligação ini- cia uma cascata de eventos no interior da célula, resultando na formação do segundo mensageiro celular, que atua como transdutor na comunicação en- tre o neurotransmissor e a ação gera- da no interior da célula efetora. Por fim, a norepinefrina é removida do espaço sináptico por meio de três mecanismos distintos. 1) ela pode ser metabolizada a metabólitos inativos pela enzima catecol-O-metil-trans- ferase (COMT) na fenda sináptica; 2) a norepinefrina pode sofrer captação de volta para o neurônio por meio de um transportador de norepinefrina dependente de sódio-cloreto (NET) e 3) a norepinefrina pode se difundir para fora do espaço sináptico e entrar na circulação sistêmica. Figura 1. Neurotransmissão da Noradrenalina. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. 5AGONISTAS ADRENÉRGICOS 3. RECEPTORES ADRENÉRGICOS Várias classes de adrenoceptores fo- ram identificadas no sistema nervo- so simpático. Eles são, tipicamente, receptores acoplados à proteína G e distinguem-se em duas principais fa- mílias de receptores designadas α e ẞ. Essa classificação é fundamenta- da com base nas respostas desses receptores a agonistas adrenérgicos como a epinefrina, a norepinefrina e o isoproterenol. Adrenoceptores α Os adrenoceptores α apresentam respostas fracas ao agonista sintéti- co isoproterenol, mas respondem às catecolaminas naturais epinefrina e norepinefrina. Para α-receptores a or- dem de afinidade consiste em epine- frina ≥ norepinefrina ≥ isoprotere- nol. Os adrenoceptores α ainda são subdivididos em dois grupos: α1 e α2. Clinicamente, alguns fármacos apre- sentam seletividade distinta em rela- ção a esses últimos. Os α1-receptores têm maior afinidade por fenilefrina do que os receptores α2, enquanto a clo- nidina possui maior seletividade aos receptores α2 e tem menor efeito nos receptores α1 por exemplo. Os receptores α1 são ativados por uma série de reações por meio da fos- folipase C ativada pela proteína G. Isso resulta na formação do segundo mensageiro: o inositol-1,4,5-trifos- fato (IP3) e o diacilglicerol (DAG). O IP3 inicia a liberação de Ca²+ do retí- culo endoplasmático para o citosol e o DAG ativa outras proteínas no inte- rior da célula. Esses receptores estão situados na membrana pós-sináptica dos órgãos efetores e intermedeiam vários efeitos clássicos envolvendo a contração de músculo liso. Nesse sentido, pode ser observado a vaso- constrição no leito vascular, o au- mento da pressão arterial, a con- tração do músculo dilatador radial da pupila na íris do olho (midríase), a contração na base da bexiga uri- nária e na próstata (promovendo continência urinária) e o aumento na força de contração cardíaca. 6AGONISTAS ADRENÉRGICOS Os receptores α2 são acoplados à proteína G inibitória e seus efeitos são mediados pela inibição da ade- nililciclase e pela redução nos níveis intracelulares de AMPc (monofosfato cíclico de adenosina). Esses recepto- res estão localizados primariamente nas terminações nervosas de nervos simpáticos pré-sinápticos e contro- lam a liberação de norepinefrina. Par- te da norepinefrina liberada na fenda sináptica durante a estimulação de um nervo simpático adrenérgico rea- ge com os receptores α2 na membra- na pré-sináptica. Isso promove uma retroalimentação inibitória, assim, inibindo a liberação adicional de no- repinefrina. Essa ação inibitória serve como mecanismo local para modular a saída de norepinefrina quando exis- te atividade simpática elevada. Re- ceptores α2 também são encontrados em neurônios pré-sinápticos paras- simpáticos. A norepinefrina liberada do neurônio simpático pré-sináptico pode se difundir entre esses recep- tores e interagir com eles, inibindo a liberação de acetilcolina (ACh). Os adipócitos humanos também contêm receptores α2 que inibem a lipólise por diminuição do AMPc intracelular, o que pode propiciar o ganho de peso. Figura 2. Efeito da ativação os receptores α1. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. 7AGONISTAS ADRENÉRGICOS Figura 3. Receptores α1 e α2. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Adrenoceptores ẞ As respostas dos receptores ẞ são caracterizadas por uma intensa res- posta ao isoproterenol, com pouca sensibilidade para epinefrina e nore- pinefrina. Para o ẞ-receptores a or- dem de potência é isoproterenol ≥ epinefrina ≥ norepinefrina.Os adre- noceptores ẞ são divididos em três principais subgrupos ẞ1, ẞ2 e ẞ3 com base nas suas afinidades por ago- nista e antagonistas adrenérgicos. A ativação de todos os três subtipos de receptor ẞ resulta em estimulação de adenililciclase e aumento da conver- são de ATP (trifosfato de adenosina) em AMPc. De maneira geral, a excitação dos re- ceptores ẞ1 causa estimulação car- díaca de modo que a frequência e a contratilidade do coração aumentam (cronotropismo positivo e inotro- pismo positivo, respectivamente). Já os receptores ẞ2 atuam produzindo vasodilatação no leito vascular es- quelético e relaxamento dos múscu- los lisos. Os receptores ẞ3, por sua vez, estão envolvidos na lipólise e também em efeitos no músculo de- trusor da bexiga. 8AGONISTAS ADRENÉRGICOS TIPO TECIDO AÇÕES α1 Maioria dos músculos lisos vasculares (inervados) Contração Músculo dilatador pupilar Contração Músculo liso pilomotor Eriça o pelo Próstata Contração Coração Aumento da força de contração α2 Neurônios pós-sinápticos do SNC Provavelmente múltiplas Plaquetas Agregação Terminais nervosos adrenérgicos e colinérgicos Inibição da liberação do transmissor Alguns músculos lisos vasculares Contração Células adiposas Inibe lipólise ẞ1 Coração, células justaglomerulares Aumento da força e frequência de contração; aumento da liberação de renina ẞ2 Músculos lisos respiratórios, uterinos e vasculares Promoção do relaxamento de músculos lisos Músculo esquelético Promoção de captação de potássio Fígado humano Ativação da glicogenólise ẞ3 Células adiposas Ativação da lipólise D1 Músculo liso Dilatação de vasos sanguíneos renais D2 Terminações nervosas Modulação da liberação do transmissor Tabela 1. Ações dos receptores adrenérgicos. Fonte: Adaptado de KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed. 9AGONISTAS ADRENÉRGICOS SE LIGA! Os Receptores de dopami- na desempenham ações principalmente centrais. No entanto, também estão as- sociados ao relaxamento de músculo liso induzido por receptor D1 devido ao acú- mulo de AMPc na musculatura lisa de leitos vasculares onde a dopamina é um vasodilatador. O receptor D1 está asso- ciado à estimulação da adenililciclase. Os receptores dopaminérgicos D2 ini- bem a atividade da adenililciclase, abrem canais de potássio e diminuem o influxo de cálcio. 4. REGULAÇÃO DE RECEPTORES O número e a função dos adreno- ceptores na superfície da célula e suas respostas são reguladas pelas próprias catecolaminas, por outros hormônios, por fármacos, pela idade e por inúmeros estados mórbidos. Essas alterações podem modificar o efeito da resposta fisiológica de um tecido às catecolaminas e ser clinica- mente importante durante o curso de um tratamento. A dessensibilização de adrenoceptores é um fenômeno que ocorre após exposição prolonga- da a catecolaminas e outros fármacos simpaticomiméticos. Tecidos expos- tos por determinado período de tem- po a um agonista tornam-se menos responsivos a estimulação adicional por determinado agente. Diversos mecanismos contribuem para a dessensibilização. Entre eles já pode ser observado o sequestro dos receptores que ficam indisponíveis para a interação com o ligante. O de- saparecimento do receptor por des- truição ou por diminuição de síntese ou ainda a incapacidade de acopla-se a proteína G por que o receptor foi fos- forilado também já foram relatados. Há duas categorias principais de des- sensibilização. A dessensibilização homóloga refere-se à perda de ca- pacidade de resposta exclusivamen- te dos receptores expostos à ativação repetida ou mantida por um agonis- ta. Já a dessensibilização heterólo- ga refere-se ao processo pelo qual a dessensibilização de um receptor por seu agonista também resulta em dessensibilização de outro receptor que não tem sido ativado diretamente pelo agonista em questão. 5. CARACTERÍSTICAS DOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS • A maioria dos fármacos adrenérgi- cos é derivada da ẞ-feniletilamina. • Substituições no anel benzênico ou na cadeia lateral etilamina pro- duzem uma variedade de compos- tos com diversas capacidades de diferenciar entre adrenoceptores α e ẞ e de entrar no SNC. • Dois aspectos estruturais impor- tantes desses fármacos são o nú- mero e a localização das substitui- ções nas OH no anel benzênico e a 10AGONISTAS ADRENÉRGICOS natureza dos substitutos no nitro- gênio amino. • As aminas simpaticomiméticas que contêm o grupo 3,4-di-hi- droxibenzeno, como a epinefrina, a norepinefrina, o isoproterenol e a dopamina, são denominadas catecolaminas. • As catecolaminas com grupos hi- droxila (OH) nas posições 3 e 4 do anel benzênico apresentam maior potência na ativação direta dos re- ceptores α e ẞ. • As catecolaminas são inativadas rapidamente pela COMT pós-si- napticamente e pela MAO (Mono- aminoxidase) intraneuronalmen- te, bem como pela COMT e pela MAO na parede intestinal e pela MAO no fígado. Por isso, as cate- colaminas são inativadas quando administradas por via oral. • As catecolaminas são polares e por isso não penetram facilmente no SNC. • Compostos que não têm os grupos hidroxicatecólicos são chamados de aminas não catecólicas. • As aminas não catecólicas não são inativadas pela COMT e por isso possuem meias-vidas mais lon- gas quando comparadas com as catecolaminas. • Exemplos de aminas não catecóli- cas incluem a fenilefrina, a efedrina e anfetamina. • A natureza do substituinte no ni- trogênio amínico é importante de- terminante na seletividade ẞ do agonista adrenérgico. A epinefrina, com um substituto –CH3 no nitro- gênio amínico, é mais potente nos receptores ẞ do que a norepinefri- na, que tem uma amina não subs- tituída por exemplo. • O isoproterenol, que tem um subs- tituto isopropila-CH(CH3)2 no ni- trogênio amínico, é um forte ẞ-a- gonista com pouca atividade α. 6. AGONISTAS NÃO SELETIVOS Epinefrina Na medula suprarrenal, a norepine- frina é metilada à epinefrina, que é armazenada nas células cromafins junto com norepinefrina. Sob esti- mulação, a medula suprarrenal libera cerca de 80% de epinefrina e 20% de norepinefrina diretamente na cir- culação. A epinefrina interage com os receptores α e ẞ. Em doses baixas, predominam os efeitos ẞ no leito vas- cular (vasodilatação). Em doses altas, os efeitos α (vasoconstrição) são mais importantes. No sistema cardiovascular, a epinefri- na reforça a contratilidade do miocár- dio e aumenta a frequência cardíaca 11AGONISTAS ADRENÉRGICOS (ambos efeitos decorrentes de esti- mulação ẞ1). A epinefrina também ativa os receptores ẞ1 nos rins e pro- move a liberação de renina (enzima envolvida na produção de angiotensi- na II). Além disso, a epinefrina contrai as arteríolas da pele, das mucosas e das vísceras (efeito α) e dilata os va- sos que vão ao fígado e aos múscu- los esqueléticos (efeito ẞ2). O efeito cumulativo é o aumento da pressão arterial sistólica, associado à ligeira redução na pressão diastólica devido à vasodilatação mediada pelos recep- tores ẞ2 no leito vascular dos múscu- los esqueléticos. A epinefrina ainda causa broncodi- latação no sistema respiratório (ação ẞ2), efeito hiperglicemiante devido aumentar a glicogenólise no fígado (efeito ẞ2) e lipólise por meio da ati- vidade agonista dos receptores ẞ do tecido adiposo. Usos terapêuticos • Broncoespasmo: a epinefrina pode ser usada no tratamento de emergência de condições respira- tórias quando a broncoconstrição compromete a ventilação. No en- tanto, atualmente ẞ2-agonistas seletivos, como o salbutamol, são melhor empregados devido sua duração mais longa e efeitos car- díacos mínimos. • Choque anafilático: a epinefrina é o fármaco de escolha para o trata- mento de reações de hipersensibi- lidade do tipo I. • Parada Cardíaca: pode ser em- pregada para restabelecer o ritmo cardíaco em pacientes com parada cardíaca independente da causa. • Anestesia: a epinefrina aumenta significativamente a duração da anestesia local, produzindova- soconstrição no local da injeção e permitindo que o anestésico per- maneça por mais tempo no sítio da injeção. Farmacocinética A epinefrina tem início rápido, mas ação de curta duração devido a rápi- da metabolização pela MAO e pela COMT. Seus metabólitos, a metane- frina e o ácido vanilmandélico, são excretados na urina. Pode ser admi- nistrada por via intramuscular (IM), in- travenosa (IV), subcutânea (SC), en- dotraqueal e por inalação. Efeitos adversos A epinefrina pode produzir efeitos adversos no SNC, como ansiedade, medo, tensão, cefaleia, arritmias car- díacas e tremores. 12AGONISTAS ADRENÉRGICOS Figura 4. Efeitos adversos epinefrina. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Norepinefrina A norepinefrina causa aumento da resistência periférica devido à intensa vasoconstrição de boa parte dos lei- tos vasculares, incluindo os rins (efeito α1). A pressão arterial sistólica e dias- tólica aumentam. Isso estimula os ba- rorreceptores, induzindo ao aumento na atividade vagal, sendo o resultado final a produção de bradicardia refle- xa, que é suficiente para neutralizar as ações locais na norepinefrina no coração. Usos terapêuticos A norepinefrina é usada no tratamen- to de choque devido aumentar a re- sistência vascular e, dessa forma, au- menta a pressão arterial. Farmacocinética A norepinefrina é administrada via IV para o início rápido de ação. Sua ação dura 1 a 2 minutos após o fim a in- fusão e é metabolizada rapidamente pela MAO e pela COMT. Os metabó- litos são excretados na urina. Efeitos adversos São similares aos da epinefrina. Ade- mais, podem causar palidez e des- camação na pele ao longo da veia injetada. Dopamina A dopamina está presente natural- mente no SNC nos gânglios basais, onde funciona como neurotransmis- sor, bem como na medula suprarre- nal. Ela exerce efeito estimulante nos receptores ẞ1 cardíacos com efeito inotrópico e cronotrópico positivos. Em concentrações muito elevadas, a dopamina ativa os receptores ẞ1 dos vasos, causando vasoconstrição. A dopamina ainda dilata as arteríolas renais e esplâncnicas, ativando os re- ceptores dopaminérgicos e aumen- tando, assim, o fluxo sanguíneo para os rins e para outras vísceras. 13AGONISTAS ADRENÉRGICOS Usos terapêuticos A dopamina é o fármaco de escolha para tratar o choque cardiogênico e séptico e é administrada por infusão contínua. Ela aumenta a pressão ar- terial, estimulando os receptores ẞ1 no coração a aumentar o débito car- díaco e os receptores ẞ1 nos vasos sanguíneos a aumentar a resistência periférica. Além disso, ela também aumenta a perfusão renal, o que con- tribui para maior velocidade de filtra- ção glomerular e diurese. Efeitos adversos Os principais efeitos adversos são náuseas, hipertensão e arritmias, que na maioria das vezes são de curta du- ração, pois a dopamina é rapidamen- te metabolizada pela MAO ou pela COMT. 7. AGONISTAS ALFA ADRENÉRGICOS Oximetazolina É um agonista adrenérgico sintético de ação direta que estimula os re- ceptores α1 e α2. Está presente em vários descongestionantes nasais de ação curta e venda livre, bem como em colírios para o alívio da vermelhi- dão dos olhos associada a resfriados ou lente de contatos. A oximetazolina estimula diretamente os receptores α nos vasos sanguíneos que suprem a mucosa nasal e a conjuntiva, as- sim, produz vasoconstrição e dimi- nui a congestão. Os efeitos adversos mais observados são cefaleia, sono agitado e congestão rebote no uso prolongado. Agonistas ALFA-1 Fenilefrina É um fármaco adrenérgico sintético de ação direta que se liga aos recep- tores ẞ primariamente. Ativa os re- ceptores α1 apenas quando presente em concentrações muito mais eleva- das. A fenilefrina é um vasoconstritor que aumenta as pressões sistólicas e diastólicas. Ele é utilizado como des- congestionante NASA e midriático. Também é usada no tratamento da hipotensão em pacientes hospitali- zados ou cirúrgicos. Doses elevadas podem causar cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas. Mefentermina É um fármaco simpaticomimético que atua direta e indiretamente. Após in- jeção intramuscular, o início de ação é imediato em 5 a 15 minutos e seus efeitos podem persistir por várias ho- ras. Como o fármaco libera norepine- frina, a contração cardíaca é intensa e ocorre aumento do débito cardíaco e das pressões sistólica e diastólica ha- bitualmente. A alteração na frequên- cia cardíaca é variável, dependendo 14AGONISTAS ADRENÉRGICOS do grau do tônus vagal. Os efeitos adversos estão relacionados com a estimulação do sistema nervoso central (SNC), elevação excessiva da pressão arterial e ocorrência de arrit- mias. A mefentermina é utilizada na prevenção da hipotensão, porém foi descontinuada no EUA. Metaraminol É um simpaticomimético com efei- tos diretos sobre os receptores α-a- drenérgicos vasculares. Atua indi- retamente também estimulando a liberação de norepinefrina. Tem sido utilizado no tratamento hipotensão ou no alívio de crises de taquicardia atrial paroxística, especialmente aquelas associadas a estados hipotensivos. Midodrina É um agonista dos receptores α1 eficaz por via oral. Esse fármaco é conver- tido em um metabólito denominado desglimidodrina, que ocasiona seus efeitos. Elevações da pressão arterial induzidas pela midodrina estão asso- ciadas a uma contração do músculo liso tanto arterial quanto venoso. Isso é vantajoso no tratamento de pacien- tes com insuficiência autônoma e hi- potensão postural. Nesses pacientes, é frequente que haja a hipertensão supina como principal complicação do uso da midodrina. Para minimizar esse efeito adverso o fármaco pode ser administrado em períodos em que o paciente permanecerá em pé. Deve-se evitar administra-lo 4 horas antes do paciente deitar. Agonistas ALFA-2 Clonidina Os principais efeitos farmacológicos da clonidina envolvem alterações da pressão arterial e da frequência car- díaca. A infusão venosa de clonidina provoca elevação aguda da pressão arterial devido à ativação dos recep- tores α2 pós-sinápticos no músculo liso vascular. Entretanto esse efeito vasoconstritor é transitório e seguido de uma resposta hipotensora prolon- gada, que resulta da diminuição do efluxo simpático do SNC. Nesse sen- tido, a clonidina tem aplicabilidade no tratamento da hipertensão, tendo efeito anti-hipertensivo. O mecanis- mo exato pelo qual ela reduz a pres- são arterial ainda não está totalmen- te elucidado. O efeito parece resultar, pelo menos em parte, da ativação dos receptores α1 na região inferior do tronco encefálico. Farmacocinética A clonidina é bem absorvida após ad- ministração oral. A concentração má- xima plasmática máxima e seu efeito hipotensor máximo ocorrem em 1 a 3 horas após uma dose oral. A meia- -vida de eliminação varia de 6 a 24 15AGONISTAS ADRENÉRGICOS horas, com média de 12 horas. Cerca de metade de uma dose administra- da pode ser recuperara em sua forma inalterada na urina, podendo haver aumento da meia vida do fármaco na presença de insuficiência renal. Usos terapêuticos O principal uso terapêutico da cloni- dina é no tratamento da hipertensão. Ela também pode ter utilidade na re- dução de diarreia em alguns pacientes diabéticos com neuropatia autonômi- ca, tendo em vista, que a estimulação dos receptores α2 no trato gastrintes- tinal pode aumentar a absorção de cloreto de sódio e de líquido e inibir a secreção de bicarbonato. Efeitos adversos Os principais efeitos adversos são ressecamento da boca e sedação, sendo observados em 50% dos pa- cientes. A intensidade desses efeitos pode diminuir depois de várias sema- nas de terapia. Outros colaterais são disfunção sexual e bradicardia pro- nunciada em alguns pacientes. Metildopa A metildopa é um agente anti-hiper- tensivo de ação central. Ela é meta- bolizada a α-metilnorepinefrina no cérebro, e acredita-se que esse com- posto seja capaz de ativar os recep- tores α2 centraise reduzir a pressão arterial semelhante ao mecanismo da clonidina. Apraclonidina A apraclonidina é agonista dos re- ceptores α2, relativamente seletivo, utilizada topicamente para reduzir a pressão intraocular. Pode reduzir a pressão intraocular tanto elevada quanto normal, seja ela acompanha- da ou não de glaucoma. A redução da pressão intraocular ocorre com mínimos ou nenhum efeito sobre os parâmetros cardiovasculares sistê- micos. Por isso, a apraclonidina tem maior utilidade para a terapia oftálmi- ca que a clonidina. É utilizada como terapia adjuvante de curto prazo em pacientes com glaucoma, cuja pres- são intraocular não é adequadamente controlada por outros agentes farma- cológicos, como antagonista dos re- ceptores ẞ, parassimpaticomiméticos ou inibidores da anidrase carbônica. SAIBA MAIS! A clonidina baixa a pressão arterial sistêmica, mesmo quando aplicada topicamente no olho. 16AGONISTAS ADRENÉRGICOS Brimonidina É um derivado da clonidina admi- nistrado ocularmente para reduzir a pressão intraocular em pacientes com hipertensão ocular ou glauco- ma de ângulo aberto. Esse fármaco é um agonista α2-seletivo, que reduz a pressão intraocular ao diminuir a pro- dução de humor aquoso e aumentar o seu efluxo. Ao contrário da apraclo- nidina, a brimonidina pode atravessar a barreira hematoencefálica e produ- zir hipotensão e sedação, embora es- ses efeitos sobre o SNC sejam discre- tos, em comparação com aqueles da clonidina. Guanfacina É um agonista dos receptores α2, que é mais seletivo que a clonidina. Con- segue diminuir a pressão arterial por meio da ativação dos receptores do troco encefálico, com consequente supressão da atividade simpática. É utilizado para o tratamento do trans- torno de déficit de atenção/hiperativi- dade em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Guanabenzo É uma a agonista α2 de ação central, que diminui a pressão arterial por meio de um mecanismo semelhante ao da clonidina e da guanfacina. Pos- sui meia-vida de 4-6 horas e sofre extenso metabolismo no fígado. Seus efeitos adversos assemelham-se aos observados com a clonidina. Tizanidina A tizanidina é um relaxante muscular utilizado no tratamento de espastici- dade associada a distúrbios cerebrais e medulares. É um agonista α2 com algumas propriedades semelhantes a clonidina. 8. AGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS Isoproterenol É uma catecolamina sintética de ação direta que estimula os receptores ẞ1 e ẞ2. Ele produz intensa estimulação cardíaca, aumentando a frequência, a contratilidade e o débito. O isoprote- renol também dilata as arteríolas dos músculos, diminuindo a resistência periférica. Devido sua falta de seleti- vidade é raramente usado terapeuti- camente. Porém ele pode ser útil no bloqueio atrioventricular ou ainda em pacientes com arritmia ventricular torsade de pointes. Os efeitos adver- sos do isoproterenol são similares aos da epinefrina. Agonista BETA-1 Dobutamina A dobutamina é uma catecolami- na sintética de ação direta que é um 17AGONISTAS ADRENÉRGICOS agonista de receptores ẞ1. Ela au- menta a frequência cardíaca e o dé- bito cardíaco com poucos efeitos vas- culares. Sua principal vantagem sobre outros fármacos simpaticomiméticos é o aumento do débito cardíaco sem elevação significativa da demanda de oxigênio pelo miocárdio. Usos terapêuticos A dobutamina é usada para aumen- tar o débito cardíaco na insuficiên- cia cardíaca aguda, bem como para dar apoio inotrópico após cirurgia cardíaca. Efeitos adversos Além do potencial desenvolvimento de tolerância com o uso prolongado, a dobutamina apresenta efeitos adver- sos semelhantes aos da epinefrina. Agonistas BETA-2 Salbutamol É um fármaco ẞ2-agonista de ação curta usado, principalmente, como broncodilatador. É empregado no ma- nejo dos sintomas agudos da asma. Pode ser administrado por inalação ou via oral para o alívio sintomático do broncoespasmo. Por inalação pro- duz broncodilatação significativa em 15 minutos e o efeito persiste por 3 a 4 horas. O salbutamol por via oral tem o potencial de retardar o parto prematuro. Um dos efeitos adversos mais comuns é o tremor, no entanto os pacientes tendem a desenvolver tolerância a ele. Outros efeitos in- cluem intranquilidade, apreensão e ansiedade. Terbutalina É um broncodilatador ẞ2 seletivo que pode ser administrado por inalação, via oral ou via parenteral. Por inala- ção Sua atividade pode durar 3 a 6 horas. Com o uso oral o início do efei- to pode retardar 1-2 horas. A terbu- talina é usada no tratamento de lon- ga duração da doença obstrutiva das vias respiratórias e no tratamento do broncoespasmo agudo. Salmeterol É um agonista ẞ2 seletivo de ação prolongada (> 12 horas). Não deve ser utilizado mais de 2x/dia, nem ser administrado para o tratamento dos sintomas agudos da asma, que de- vem ser tratados com um agonista ẞ2 de ação curta, como o salbutamol. Muitos pacientes com asma persis- tente moderada ou grave têm se be- neficiado do uso de salmeterol junta- mente com um corticoide inalatório. Também é usado em pacientes com DPOC, pois proporciona alívio sinto- mático e melhora da função pulmo- nar. O salmeterol é geralmente bem tolerado, porém, tende a aumentar a 18AGONISTAS ADRENÉRGICOS frequência cardíaca e a concentração plasmática de potássio através de seus efeitos sobre os receptores ẞ2 extrapulmonares. Formoterol É um agonista ẞ2 seletivo de ação prolongada. Ocorre broncodilatação significativa poucos minutos após inalação de dose terapêutica e pode persistir por até 12 horas. É um fárma- co altamente lipofílico. Por isso, pos- sui maior vantagem, em condições como a asma noturna, sobre os de- mais agonistas ẞ2 seletivos, pois sua difusão entre a bicamada lipídica da membrana plasmática estimula os re- ceptores ẞ2 de maneira prolongada. Ritodrina É um agonista ẞ2 seletivo desenvolvi- do especificamente para o uso como relaxante uterino. Pode ser adminis- trada por via intravenosa a pacientes selecionadas para interromper o tra- balho de parto prematuro. SAIBA MAIS: FENOLDOPAM O fenoldopam é um agonista dos D1-receptores periféricos da dopamina. É usado como va- sodilatador de ação rápida no tratamento de hipertensão grave em pacientes hospitalizados, atuando em artérias coronárias, arteríolas renais e mesentéricas. Os principais efeitos adver- sos são cefaleia, rubor, tonturas, náuseas, êmese e taquicardia. 9. AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA Anfetamina As ações da anfetamina são media- das primariamente pelo aumento da liberação não vesicular de catecola- minas como a dopamina e norepine- frina dos terminais nervos. Isso pode produzir um aumento significativo da pressão arterial por ação α1-agonista nos vasos, bem como por efeitos es- timulantes ẞ1 no coração. Tiramina Não é um fármaco útil clinicamente, mas possui importância devido ser encontrado em alimentos fermenta- dos. Normalmente, a tiramina é oxi- dada pela MAO no trato gastrointes- tinal, mas se o paciente está em uso de inibidores de monoaminoxidase podem acontecer episódios vaso- pressores graves. Cocaína A cocaína tem a propriedade de blo- quear o transportador de norepinefrina 19AGONISTAS ADRENÉRGICOS dependente de sódio-cloreto (NET) necessário para a captação celular de norepinefrina pelo neurônio adrenér- gico. Em consequência, a norepine- frina se acumula no espaço sináptico, resultando em aumento da atividade simpática e potenciação das ações da epinefrina e da norepinefrina. Por isso, pequenas doses de catecolami- nas produzem efeitos muito aumen- tados em indivíduos que usam coca- ína. De modo similar as anfetaminas, a cocaína pode aumentar a pressão arterial por ação α1-agonista e efeitos estimulantes ẞ. Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) Os IMAOs atenuam as ações da mo- noaminoxidase no neurônio e au- mentam o conteúdo de monoaminas. Existem duas formas de monoamino- xidase (MAO). A MAO- A é encon- trada nos neurônios dedopamina e de norepinefrina e ocorre principal- mente no cérebro, no intestino, na placenta e no fígado. Seus prin- cipais substratos são a nore- pinefrina, a epinefrina, e a sero- tonina. A MAO-B é encontrada sobretudo nos neurônios sero- toninérgicos e histaminérgicos e ocorre no cérebro, no fígado e nas plaquetas. A MAO-B atua, principalmente, sobre a tirami- na, feniletilamina e a benzilami- na. Os IMAOs atuais incluem os derivados da hidrazina, a fenelzina e a isocarboxazida, e as não hidrazinas, a tranilcipromina, a selegilina e a mo- clobemida. As hidrazinas e a tranilci- promina ligam-se de modo irreversí- vel e não seletivamente à MAO-A e MAO-B, enquanto outros IMAOs po- dem ter propriedades mais seletivas ou reversíveis. Alguns IMAOs, como a tranilcipromina, assemelham-se à anfetamina na sua estrutura química, enquanto outros IMAOs, como a sele- gilina, apresentam metabólitos seme- lhantes à anfetamina. Amitriptilina É um fármaco que pertence a classe dos antidepressivos tricíclicos. Esse medicamento inibe a recaptação de norepinefrina, agindo de modo indi- reto sobre o NET (transportador de norepinefrina dependente de sódio- -cloreto). Os efeitos colaterais mais comuns são boca seca e constipação intestinal. 20AGONISTAS ADRENÉRGICOS AFINIDADE α-Agonistas Fenilefrina α1> α2>>>>>ẞ Clonidina, metilnorepinefrina α2> α1>>>>>ẞ Agonistas mistos α e ẞ α1= α2; ẞ1>> ẞ2 Norepinefrina α1= α2; ẞ1= ẞ2 Epinefrina ẞ-Agonistas Dobutamina ẞ1> ẞ2>>>> α Isoproterenol ẞ1= ẞ2>>>> α Salbutamol, terbutalina, ritodrina ẞ2>> ẞ1>>>> α Agonistas da dopamina Dopamina D1=D2>> ẞ>> α Fenoldopam D1>>D2 Tabela 2. Afinidades relativas por receptores, Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed. 10. AGONISTAS ADRENÉRGICOS DE AÇÃO MISTA A efedrina e a pseudoefedrina são os adrenérgicos de ação mista. Elas não só liberam a norepinefrina arma- zenada nos terminais nervosos, como também estimulam diretamente os receptores α e ẞ. A efedrina aumenta a pressão arterial sistólica e diastólica por vasoconstrição e estimulação car- díaca e pode ser usada no tratamento da hipotensão. Ela produz broncodi- latação, mas é menos potente e mais lenta do que a epinefrina ou o isopro- terenol. A efedrina ainda produz leve estimulação do SNC, o que aumenta o estado de alerta, diminui a fadiga e previne o sono. A pseudoefedrina, por sua vez, é usada primariamente no tratamento da congestão nasal. 21AGONISTAS ADRENÉRGICOS SAIBA MAIS! Os agonistas adrenérgicos podem agir por meio de ação direta, indireta e mista. Os agonis- tas de ação direta atuam diretamente nos receptores α ou ẞ, produzindo efeitos similares aos resultantes da estimulação dos nervos simpáticos ou da liberação de epinefrina da medula suprarrenal. Já os agonistas de ação indireta podem bloquear a captação de norepinefrina ou promover sua liberação das reservas citoplasmáticas ou das vesículas dos neurônios adre- nérgicos. Os agonistas de ação mista, por sua vez, estimulam os adrenoceptores diretamente e liberam norepinefrina do neurônio adrenérgico. 22AGONISTAS ADRENÉRGICOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS Ação direta Ação mista Ação indireta Seletivos Não seletivos Agentes de liberação Inibidores da MAO Inibidor da captação Inibidores da COMT Efedrina (α1 α2 ẞ1 ẞ2 e agentes de liberação) α1-fenilefrina α2-clonidina ẞ1-dobutamina ẞ2-terbutalina Anfetamina Tiramina Cocaína Selegilina Entacapona α1 α2 - oximetazolina ẞ1 ẞ2 – isoproterenol α1 α2 ẞ1 ẞ2 – epinefrina α1 α2 ẞ1 – norepinefrina Fonte: Adaptado de GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. 23AGONISTAS ADRENÉRGICOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw- -Hill, 2012. KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. RANG, H. P. et al. Rang & Dale Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 24AGONISTAS ADRENÉRGICOS
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