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AN02FREV001/REV 3.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 3.0 2 CURSO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 3.0 3 MÓDULO IV 23 INTRODUÇÃO O uso de sondas localizadas diretamente no tubo digestivo para nutrição humana é um procedimento antigo, pois há relatos de que os egípcios usavam enemas de alimentos por meio de sondas retais, mostrando claramente a preocupação em ofertar alimentação a pacientes incapazes de utilização da via oral (CUNHA et al., 2007). Atribui-se a John Hunter, em 1776, a primeira tentativa de administrar alimentos diretamente no estômago. Em 1837, Egeberg iniciou a alimentação via gastrostomia e, em 1885, Gould introduziu a jejunostomia (TEIXEIRA NETO, 2003). Nos últimos anos, o uso de nutrição enteral foi mais difundido, ao mesmo tempo em que houve grandes progressos tecnológicos na área. Tanto as sondas quanto as fórmulas comerciais, se desenvolveram para satisfazer os requisitos para uma recuperação adequada do estado nutricional de indivíduos enfermos. Os métodos de administração da nutrição enteral também mudaram, passando da administração com seringa (bolus) para o gotejamento lento e contínuo através de bombas de infusão. As novas fórmulas e os novos métodos de administração aumentaram a efetividade e diminuíram alguns dos problemas e complicações historicamente associados à alimentação por sonda. “A nutrição enteral é considerada hoje parte integrante obrigatória do tratamento global do paciente já desnutrido ou daquele que tem perspectiva de desnutrir-se a curto, médio ou longo prazo, se não for nutrido convenientemente.” (LONGO; NAVARRO, 2002). AN02FREV001/REV 3.0 4 24 DEFINIÇÕES 24.1 NUTRIÇÃO ENTERAL (NE) E TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL (TNE) Nutrição enteral é um conjunto de procedimentos usados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da administração de nutrientes pelo trato gastrointestinal, com ou sem artifício de sondas. Desta forma, engloba também todas as formas de alimentação, seja via oral adaptada com suplementos e/ou com uso de sondas. Isto se deve ao fato de que o termo enteral diz respeito a entérico, a trato digestivo; dessa forma, quando se usa o trato digestivo, seja via oral suplementada ou com uso de sondas no estômago ou intestino, considera-se nutrição enteral. Entretanto, na rotina clínica diária os profissionais da área de saúde, inclusive nutricionistas, usam o termo nutrição enteral, especificamente, quando querem se referir apenas à nutrição por sonda. De acordo com Vasconcelos (2002), a definição mais abrangente foi proposta na Resolução RDC nº 63 de 2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde (MS), e diz que nutrição enteral corresponde a: Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes desnutridos, ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. (RESOLUÇÃO RDC n° 63 de 2000, da ANVISA). Já o termo Terapia de Nutrição Enteral (TNE) representa o conjunto de procedimentos relacionados à administração de dieta enteral, via oral suplementada AN02FREV001/REV 3.0 5 ou por meio de sondas posicionadas no estômago ou intestino de pacientes incapazes ou impossibilitados de atingir suas necessidades nutricionais pela alimentação oral, ou daqueles que necessitam de formulações enterais específicas (CUNHA, et al., 2007). Para Baxter e Waitzberg (2007), terapia nutricional bem conduzida deve ser entendida como acompanhamento dietoterápico do paciente desde o período de sua admissão na instituição hospitalar, como paciente internado ou ambulatorial, nas fases pré e pós-operatórias, através de um trabalho em equipe multidisciplinar. A terapia nutricional não somente procura prevenir a deterioração do estado nutricional, como também é efetiva para minimizar as complicações devido ao jejum prolongado (CAMPANELLA, et al., 2008). DIFERENTES FORMAS DE TERAPIA NUTRICIONAL: VIA ORAL SUPLEMENTADA, NUTRIÇÃO ENTERAL E NUTRIÇÃO PARENTERAL FONTE: Waitzberg,2000., No Brasil, as recomendações oficiais do conjunto de regras para a execução da TNE foram elaboradas pelo Ministério da Saúde e ANVISA e estão publicadas na Portaria nº 63, de 6 de julho de 2000. Esta regulamentação deve sofrer revisões periódicas, adequando-se aos novos conhecimentos e avanços na área de nutrição enteral. AN02FREV001/REV 3.0 6 24.2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE TERAPIA NUTRICIONAL (EMTN) Devido à complexidade dos fatores envolvidos na monitoração do paciente hospitalizado e no tratamento da desnutrição, a formação de uma equipe multidisciplinar pode ser fundamental para assegurar atenção adequada a esses enfermos (LEITE; CARVALHO; MENESES, 2005). A mesma portaria que regulamenta a TNE define a EMTN como: Grupo formal de profissionais habilitados em ciências da saúde, possuidores de conhecimentos técnicos na área de nutrição e que tenham recebido treinamento específico para a prática de terapia nutricional enteral e obrigatoriamente ser constituída de, pelo menos, um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias. (PORTARIA nº 63, de 6 de julho de 2000, da ANVISA). O trabalho conjunto de especialistas com formações distintas permite integrar, harmonizar e complementar os conhecimentos e habilidades dos integrantes da equipe para cumprir o objetivo de identificar, intervir e acompanhar o tratamento de distúrbios nutricionais (PENIÉ, et al., 2000). Fazem parte das atribuições da EMTN: Definir metas de trabalho técnico-administrativas; Criar protocolos de atendimento; Realizar triagem e vigilância nutricional; Indicar terapia nutricional e metabólica; Assegurar condições ótimas de indicação, prescrição, preparação, armazenamento, transporte e administração da nutrição enteral; Educar e capacitar a equipe; Analisar o custo e o benefício e traçar metas operacionais da EMTN. Para Leite, Carvalho e Meneses (2005), na maioria dos hospitais brasileiros, a EMTN funciona como uma equipe de apoio, ou seja, a equipe assistencial conduz AN02FREV001/REV 3.0 7 o doente e a EMTN estabelece diretrizes gerais e protocolos de conduta nutricional, sendo que, em outros hospitais, a equipe tem atuação clínica, avaliando diretamente os doentes mediante solicitação da equipe assistencial. Para a atuação ser efetiva é necessário a convivência harmoniosa entre a EMTN e o corpo clínico assistencial, para que esta última não se sinta insatisfeita frente às mudanças na rotina de atendimento. O processo de implantação da EMTN deve ser gradual e as dificuldades deverão ser resolvidas pela informação e pela educação continuada em nutrição,pois, apesar de inúmeros estudos apontarem a necessidade e os benefícios desta equipe no cuidado nutricional de indivíduos hospitalizados, as dificuldades na implantação da EMTN são desencadeadas pela falta de informação sobre nutrição, poucos recursos disponíveis, questões de política hospitalar e a pouca aceitação por parte da equipe assistencial, além das próprias dificuldades relacionadas à gravidade de pacientes mais críticos. 24.3 ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA NA EMTN Neste contexto multidisciplinar ressalta-se a participação e ação do profissional nutricionista, através da apresentação, abaixo, das competências que lhe cabem como membro da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (BAXTER; DIAS; MACULEVICIUS, 2007): Realizar a avaliação do estado nutricional, inicial e periódico dos pacientes atendidos; Determinar as necessidades calóricas e nutricionais deste pacientes; Participar da seleção do pacientes candidatos à terapia nutricional; Opinar quanto à indicação do tipo de suporte nutricional e via de acesso; Orientar o paciente e/ou familiares sobre a terapia nutricional a ser adotada, desde a internação até a alta hospitalar, incluindo os casos de nutrição enteral domiciliar; AN02FREV001/REV 3.0 8 Formular a prescrição dietética de acordo com as necessidades nutricionais do paciente; Selecionar e/ou elaborar a formulação a ser utilizada; Participar da supervisão da administração das soluções nutritivas; Avaliar a tolerância das soluções e a eficácia do suporte nutricional escolhido; Realizar evolução dietoterápica; Participar da especificação do material, equipamento e matéria-prima usados para compor as soluções nutritivas; Supervisionar o preparo e/ou envase das dietas enterais; Participar das atividades didáticas e científicas da equipe; Realizar o treinamento e reciclagem de pessoal técnico e operativo envolvido com a equipe e o paciente; Participar de todas as atividades administrativas pertinentes a EMTN; Criar mecanismos de autoavaliação da atuação da própria equipe e sua própria participação. Destaca-se que os cursos de graduação em Nutrição fornecem noções básicas sobre terapia nutricional enteral e parenteral, mas, ao compor uma equipe de EMTN, o nutricionista deve buscar se especializar na área, pois já são oferecidos cursos em todo o Brasil e a própria Resolução nº 63 de 2000 endossa e estimula que todos os membros da equipe busquem esta titulação. 25 SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR VIA ORAL A alimentação via oral é o método preferível para fornecer as demandas requeridas pelo organismo nas situações catabólicas, pois favorece a fisiologia da digestão e absorção dos nutrientes, mantendo o trofismo intestinal e, assim, melhorando a situação nutricional e imunológica do indivíduo. Os suplementos nutricionais são fórmulas nutritivas feitas com um ou vários nutrientes, administrados pela via oral, na maioria das vezes, destinados a cobrir deficiências alimentares. AN02FREV001/REV 3.0 9 Quando não se consegue oferecer, via oral, uma quantidade suficiente de alimentos nas refeições, as calorias e os nutrientes, principalmente proteínas, podem ser suplementadas com produtos nutricionais específicos para este fim. Podem ter uma formulação de dieta completa (se contém em quantidade suficiente todos os nutrientes essenciais) ou de dieta incompleta. Alguns suplementos são concentrados e contém vitaminas e minerais adicionais. Os suplementos estão disponíveis em diferentes formas de apresentação (pó, líquido, etc), sabores (baunilha, morango, chocolate, etc) e composição. Convém destacar que os suplementos nutricionais são para adicionar calorias e/ou nutrientes à alimentação e não para substituir refeições (exceto os que são nutricionalmente completos), sendo utilizados, na maioria das vezes, para suplementar lanches intermediários às principais refeições. A prática clínica diária aponta que com o uso adequado de suplementos nutricionais se consegue: Ganho de peso; Melhoras na evolução de determinadas patologias; Incremento da capacidade funcional (melhora da força muscular, do crescimento, das atividades da vida diária, etc); Benefícios imunológicos; Redução na incidência de complicações em pós-operatórios. A alimentação via oral, e sua suplementação quando necessária, evita os problemas comumente associados ao uso de sondas para alimentação, mas exige maior dedicação e disponibilidade da equipe de saúde para a orientação do paciente, não devendo diminuir ou substituir a ingestão voluntária do alimento normal ou fortificado (DARDAI, 2008). 25.1 INDICAÇÕES DE USO AN02FREV001/REV 3.0 10 Os suplementos nutricionais estão indicados em qualquer situação clínica, na qual não se consegue atingir os requerimentos calóricos e nutricionais apenas com a alimentação “normal” via oral. Em muitas condições fisiopatológicas, ou durante algum tratamento, os suplementos nutricionais têm demonstrado serem úteis. Abaixo apresentaremos condições que sugerem indicação de suplementos nutricionais via oral: Anorexia ou dificuldades de ingesta consequente a uma patologia de base: caquexia cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer, Aids; Apetite insuficiente ou anorexia secundária, devido tratamento de quimioterapia, radioterapia ou efeito de medicamentos; Mudanças físicas da mastigação e/ou da deglutição: ausência, total ou parcial, dos dentes, disfagia; Transtornos digestivos e/ou absortivos: doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino curto, diarreias crônicas, pancreatites, gastrectomias, fibrose cística; Alterações psicológicas que afetem o consumo alimentar: Anorexia Nervosa, depressão, Doença de Alzheimer; Doenças neurológicas do tipo: acidente vascular encefálico, traumatismos crenioencefálicos, tumor cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou qualquer outra condição neurodegenerativa que afete a capacidade do indivíduo alimentar-se. 25.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SUPLEMENTOS ORAIS A escolha de um suplemento nutricional depende das necessidades nutricionais e tolerância do paciente, bem como do custo, composição, paladar, disponibilidade e do período de conservação do suplemento, assim como da equipe disponível para a preparação (MAHAN; ARLIN, 1995). Atualmente, se dispõe de AN02FREV001/REV 3.0 11 diversos suplementos nutricionais que podem ser adaptados a diferentes situações clínicas e condições nutricionais do indivíduo. Os suplementos mais usados se agrupam em duas grandes categorias: proteicos e energéticos. Os suplementos proteicos oferecem quantidades elevadas de proteínas, junto com calorias, vitaminas e minerais. Já os suplementos energéticos podem ser fórmulas equilibradas, com maior ou menor quantidade de proteínas, mas sempre com um elevado conteúdo calórico. Também existem suplementos específicos formulados para atender as necessidades nutricionais de diferentes patologias como diabetes mellitus, insuficiência renal, insuficiência pulmonar, doença hepática, Aids, etc. 26 NUTRIÇÃO ENTERAL A nutrição enteral consiste na administração de nutrientes, através de soluções nutritivas, com fórmulas quimicamente definidas, por infusão direta no estômago ou no intestino delgado, usando o artifício de sondas (BAXTER; WAITZBERG, 2007). O uso da nutrição enteral garante melhor desfecho, em relação à nutrição parenteral total, nos pacientes hospitalizados devido à preservação da saúde da mucosa intestinal (prevenção da atrofia intestinal) e estimula o tecido linfoide do trato gastrointestinal, melhorando a resposta imune (VASCONCELOS, 2002). 26.1 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA NUTRIÇÃO ENTERAL Está indicada para pacientes com as necessidades nutricionais,normais ou aumentadas, cuja ingestão, por via oral, está impedida ou é ineficaz, mas que tenham o restante do trato digestivo anatomofuncionalmente aproveitável (TEIXEIRA NETO, 2003). AN02FREV001/REV 3.0 12 Dudrick (1987) apud Cunha et al. (2007) simplificou as indicações para nutrição enteral quando afirmou que “a nutrição enteral deve ser indicada para quem não pode comer, não o deseja ou não se aconselha o uso do trato gastrointestinal”. Acrescenta-se a essa indicação as situações em que a via oral está sendo ineficiente em ofertar, pelo menos, 70% das necessidades nutricionais do indivíduo. As situações de maior indicação do uso de nutrição enteral são (AUGUSTO, 2002, VASCONCELOS, 2002): Situações gerais onde, por causas funcionais ou orgânicas, há ingestão oral deficiente ou dor e/ou desconforto no uso da via oral: carcinoma do trato digestivo, pancreatite, quimioterapia, radioterapia, disfagia grave. Situações neurológico-psiquiátricas que dificultem ou impossibilitem a via oral: acidente vascular encefálico (AVE), neoplasias, traumatismos cerebrais, depressão grave, inconsciência, Anorexia Nervosa, doenças desmielinizantes. Situações de ingestão oral insuficiente: trauma, septicemia, alcoolismo crônico, depressão grave, queimaduras. Situações de aumento das necessidades calóricas: trauma, politrauma, sepse, caquexia cardíaca, queimaduras neoplasias, pré e pós-operatórios. Disfunções do trato gastrointestinal (em alguns destes casos a nutrição parenteral pode ser a escolha): doença inflamatória intestinal, síndromes de má- absorção, fístulas digestivas de baixo débito (< 500mL/dia), síndrome do intestino curto, anomalias congênitas do trato digestivo, obstruções intestinais. Para Vasconcelos (2002), as contraindicações da nutrição enteral, em geral, são relativas ou temporárias, mais do que definitivamente absolutas, sendo as mais frequentes: Obstrução mecânica do trato gastrointestinal; Refluxo gastroesofágico intenso; Íleo paralítico; Hemorragia gastrointestinal severa; Vômitos e diarreia intensos; Fístula digestiva de alto débito (> 500mL/dia); Enterocolite grave; AN02FREV001/REV 3.0 13 Doença terminal; Expectativa de usar a nutrição enteral por um período inferior a 5-7 dias em pacientes desnutridos ou 7-9 dias em indivíduos eutróficos. 26.2 VIAS DE ACESSO E LOCALIZAÇÃO DA SONDA As vias de acesso em nutrição enteral podem ser: orais ou nasais. Acessos orais são mais utilizados no grupo pediátrico, principalmente para prematuros e recém-nascidos de baixo peso com dificuldades respiratórias. Na rotina diária o acesso nasal é o mais usado. A partir desses acessos, a sonda pode ser posicionada no estômago, duodeno ou jejuno, conforme as características clínicas do paciente. De uma forma mais didática temos: Acesso oral com localização no estômago (orogástrica), no duodeno (oroduodenal) e no jejuno (orojejunal). Acesso nasal com localização no estômago (nasogástrica), no duodeno (nasoduodenal) e no jejuno (nasojejunal). Na prática clínica, o termo nasoentérica refere-se, habitualmente, à localização intestinal da sonda. Acesso através de abertura cirúrgica (ostomia) com localização no estômago (gastrostomia) e no jejuno (jejunostomia). ACESSOS E LOCALIZAÇÕES DAS SONDAS PARA NUTRIÇÃO ENTERAL FONTE:www.nutritioncare.com.br.Acesso em 15 de setembro de 2009. AN02FREV001/REV 3.0 14 Para pacientes que necessitam de nutrição enteral por curto período (menos que seis semanas) a sonda nasogástrica é mais utilizada, pelo baixo custo e fácil colocação. Já as ostomias são indicadas quando o uso de nutrição enteral ultrapassa seis semanas. As vantagens e desvantagens de localização das sondas dependem das características clínicas do paciente e compreendem (VASCONCELOS, 2002; TEIXEIRA NETO, 2003): a) Vantagens da Localização Gástrica: - Maior tolerância a fórmulas variadas. - Aceita fórmulas hiperosmóticas (mais concentradas). - Progressão mais rápida para atingir o valor energético total. - Permite introdução de maiores volumes. - Fácil posicionamento da sonda. b) Desvantagens da Localização Gástrica: - Maior risco de aspiração pulmonar. - Maior favorecimento de saída acidental da sonda. c) Vantagens da Localização Duodenal/Jejunal: - Menor risco de aspiração pulmonar. - Maior dificuldade de saída acidental da sonda. - Permite a nutrição quando a alimentação gástrica é inconveniente ou inoportuna. d) Desvantagens da Localização Duodenal/Jejunal: - Maior risco de diarreia. - Requer dietas normo ou hipo-osmolares (menos concentradas). AN02FREV001/REV 3.0 15 26.2.1 As Sondas No século XV, usavam-se sondas fabricadas a partir de intestino de carneiro ou barbatana de baleia e, a partir do século XIX, houve maior empenho na fabricação de sondas que dessem maior conforto ao paciente, então utilizaram borracha e polietileno. Na década de 70, Dobbie e Hoffmeister conceberam uma sonda de menor calibre, mais fina, e com ogiva distal que pode ser posicionada além do piloro e permite infusão mais confortável e segura das dietas; essas sondas foram nomeadas de sondas de Dobbhoff (CUNHA, et al., 2007). Atualmente as sondas são feitas de poliuretano e silicone, materiais que não irritam a mucosa digestiva e não sofrem alteração física na presença de pH ácido, conservando, assim, sua flexibilidade e maleabilidade. Destaca-se que são sondas de pequeno calibre e, por isso, permitem o fechamento da cárdia e do piloro, são leves, flexíveis, macias, resistentes à ação das secreções digestivas e de alta tolerabilidade pelos pacientes. Todas elas possuem um fio-guia de aço inoxidável, flexível, que ajuda na passagem da sonda pelo trajeto nasogástrico, quando necessário, e que deve ser retirado após o posicionamento correto da sonda. Algumas delas têm, na extremidade distal, uma cápsula de mercúrio ou de tungstênio que, uma vez introduzida até o estômago, facilita a sua progressão até a porção inicial do duodeno, pela própria ação do peristaltismo digestivo normal. São também radiopacas, permitindo a visualização e verificação do seu posicionamento correto, através de uma simples radiografia não contrastada do abdômen, quando necessário (TEIXEIRA NETO, 2003). O comprimento das sondas varia de 50 a 91 cm para as sondas de crianças e de 91 a 110 cm para adultos. O calibre é medido em French (Fr) – onde 1 Fr = 0,33mm, e varia de 6 a 8 Fr nas sondas pediátricas e de 8 a 12 Fr para adultos (MARTINS; CARDOSO, 2000). As sondas disponíveis para gastrostomia e jejunostomia têm tamanhos especiais (comprimento e diâmetro). Para gastrostomia têm comprimento aproximado de 35 cm com diâmetro de 9 a 24 Fr, e para jejunostomia têm diâmetro de 9 a 15 Fr. Por serem mais resistentes podem permanecer no paciente por mais AN02FREV001/REV 3.0 16 tempo (4 a 12 meses), sendo recomendada sua troca em casos de rotura, obstrução ou funcionamento inadequado (CUNHA et al., 2007). SONDAS PARA PASSAGEM NASAL E OSTOMIA FONTE: www.nutritioncare.com.br.Acesso em 15 de setembro de 2009. Segundo Teixeira Neto (2003), as sondas nasogástricas convencionais, feitas de poliviniletileno (sondas tipo Levin), utilizadas frequentemente para aspiração de líquidos e gases (descompressão gástrica), são inadequadas para a nutrição enteral e devem ser evitadas para essa finalidade, pois causa uma série de complicações, como ulceração frequente da asa do nariz e da mucosa nasal, maior incidência de faringite, otite, sinusite e retenção das secreções brônquicas e maiores chances de infecção pulmonar. A partir da década de 90, as técnicas de colocação de sondas via percutânea, para gastrostomia e jejunostomia, foram bastante difundidas. 26.3 ADMINISTRAÇÃO DA NUTRIÇÃOENTERAL Os métodos de administração de dieta enteral dividem-se em administração tipo intermitente e contínua. As formas de administração da dieta enteral podem ser AN02FREV001/REV 3.0 17 feitas: por bolus, por gotejamento gravitacional ou por bomba de infusão contínua (BIC). De acordo com Baxter e Waitzberg (2007), o método intermitente é a oferta da dieta em períodos fracionados, simulando a alimentação convencional, sendo que nessa modalidade a administração pode ser feita por bolus (quando se utiliza uma seringa para administração da dieta em “um único bolo”) ou por gotejamento gravitacional (quando se emprega a força da gravidade para auxiliar na “descida” da dieta do frasco). Em geral, a modalidade intermitente é indicada quando a sonda está posicionada no estômago, por ser mais fisiológica. A administração contínua faz-se quando todo o volume da dieta daquelas 24 horas é infundido, continuamente, por 12 até 24 horas, utilizando-se bomba de infusão contínua, para maior segurança do gotejamento desde o início até o término da infusão. É mais indicado para sondas com posicionamento intestinal para maior adaptação do intestino com o gotejamento lento e contínuo, minimizando o risco de diarreia. 26.4 MONITORIZAÇÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL Para aumentar a eficácia da nutrição enteral torna-se necessário adotar alguns procedimentos na rotina diária, para monitorar a tolerância do paciente à dieta infundida e garantir, dessa forma, que as necessidades nutricionais do mesmo sejam atendidas. Assim, é indispensável avaliar a presença de: Resíduo Gástrico: aspirar e medir o teor gástrico residual e, caso o paciente apresente alto resíduo, fracione mais a dieta e reduza o volume infundido. - Alto teor residual em nasogástrica: 150-200 mL. - Alto teor residual em gastrostomia: 100 mL. Diarreia: mais de três episódios de fezes líquidas/dia. - Avalie: dieta, medicamentos, presença de Clostridium difficile, hipoalbuminemia. AN02FREV001/REV 3.0 18 Náuseas: pode ser necessário mudar a dieta para fórmula com maior densidade calórica. Vômitos: interrompa imediatamente a dieta se houver vômito durante a administração. - Avalie: esvaziamento gástrico, localização da sonda, alterações no TGI (íleo paralítico, obstrução, constipação), velocidade de infusão ou ajustar a fórmula. Distensão abdominal: verifique se há distensão em todos os plantões (medir da crista ilíaca a outra). - Aumento superior a 8 cm da medida basal deve ser reavaliada a alimentação com a equipe. 26.5 FÓRMULAS PARA NUTRIÇÃO ENTERAL A formulação da dieta enteral deve ser orientada por profissional competente capaz de adequá-la às necessidades nutricionais de indivíduos internados, em acompanhamento ambulatorial ou mesmo domiciliar (CUNHA et al., 2007). 26.5.1 Dietas Até a década de 80 era comum a indicação de preparados artesanais para uso enteral, feitos na própria cozinha hospitalar. Na década de 70 e 80 houve uma expansão no mercado de dietas enterais industrializadas, sendo que, no Brasil, o crescimento mais marcante se deu a partir de 1885 (BAXTER; CECCONELLO; PINOTTI, 1997). AN02FREV001/REV 3.0 19 Atualmente, tem-se disponível no mercado nacional um número expressivo de dietas enterais industrializadas, permitindo um melhor ajuste de fórmulas à situação clínica do paciente, como também garante maior segurança microbiológica e bromatológica das fórmulas enterais industrializadas usadas, quando se compara à uma orientação dietoterápica à base de formulações artesanais. São inúmeras as fórmulas para alimentação enteral, variando desde fórmulas-padrão, menos dispendiosas, até formulações mais específicas, mais caras. Além disso, a alimentação enteral pode ser preparada a partir de alimentos convencionais, alternativa mais barata em relação às fórmulas industrializadas, contudo, implica em riscos maiores de contaminação devido à excessiva manipulação de seus ingredientes. Os alimentos são facilmente contaminados com micro-organismos durante sua manipulação e processamento, favorecendo a ocorrência de toxi-infecções alimentares. O uso de alimentos tradicionais, na confecção de dietas enterais (dietas artesanais) deve ser limitado devido às características de maior viscosidade e aderência (propiciando obstrução das sondas), principalmente quando se usa amidos de cereais e gorduras saturadas de fontes animais. Para Medina, Nascimento e Oliveira (2008), a contaminação da nutrição enteral é favorecida pelo excelente meio de crescimento para diversas espécies de micro-organismos, de microbiota patogênica, ou não, e ocorre, habitualmente, pela falta de técnicas de higiene adequadas durante o trabalho de manipuladores, desinfecção dos locais de preparação e dos equipamentos utilizados, além do uso de aditivos não estéreis ou contaminados no preparo da dieta. Didaticamente, segundo Baxter e Waitzberg2 (2007), Teixeira Neto (2003), Longo e Navarro (2002) e Vasconcelos (2002), as dietas enterais podem ser subdivididas em cinco categorias para facilitar a escolha daquela que melhor se adapte à situação nutricional tratada; a saber: AN02FREV001/REV 3.0 20 26.5.1.1 Dietas Enterais Quanto à Forma de Preparo a) Caseiras ou Artesanais: dietas liquidificadas e preparadas artesanalmente, em cozinha doméstica ou hospitalar, à base de alimentos in natura ou a partir de misturas entre produtos naturais e módulos de nutrientes industrializados. A principal vantagem reside no fato de se poder individualizar a fórmula quanto à composição nutricional e ao volume, além de um custo, aparentemente, menor quando comparada à industrializada. As desvantagens superam as vantagens e vão desde os riscos microbiológicos (devido excessiva manipulação) até dificuldades de definição da composição nutricional real, pois o fornecimento de micronutrientes se mostra prejudicado, aliado ao fato de não se poder especificar este tipo de fórmula para atender, por exemplo, à necessidade de imunomodulação ou de fornecimento de nutrientes hidrolisados. b) Moduladas: as dietas modulares são confeccionadas a partir da combinação entre diferentes módulos de nutrientes (módulo é a apresentação exclusiva, ou quase exclusiva, de determinado nutriente). Os substratos modulares tanto podem compor uma dieta individualizada para uso por sonda enteral, como podem ser utilizadas para modificar e/ou aumentar o conteúdo de proteína, carboidrato ou lipídio de uma dieta oral ou mesmo industrializada. São formulações que requerem manuseio intensivo, aumentando, assim, o risco de contaminação microbiológica, mas são de fácil adaptação às necessidades nutricionais do paciente. Estas dietas exigem perícia do nutricionista para fazer combinações apropriadas sem que seja excluído nenhum nutriente. c) Industrializadas: são fórmulas preparadas industrialmente e apresentam-se em três versões: Dieta Enteral Industrializada em Pó para Reconstituição: são preparações acondicionadas em pacotes hermeticamente fechados ou em latas que necessitam de reconstituição em água ou outro veículo líquido. Permitem maior individualização da dieta com menor manipulação, além de terem armazenamento AN02FREV001/REV 3.0 21 mais fácil. Destaca-se que, apesar do manuseio reduzido, ainda há manipulação no preparo (dissolução) que pode comprometer a qualidade microbiológica da dieta e, também, podem ser mal diluídas, comprometendo a viscosidade da fórmula. Dieta Enteral Industrializada Líquida “Semipronta” para Uso: são dietas que já foram industrialmente reconstituídas, sendo apresentadas em latas ou frascos de vidro. Agregam todas as vantagens das dietas em pó somadas a uma menor manipulação, mas não favorecem individualização da fórmula, além de maior dificuldade para transportee armazenamento, pois requerem mais espaço e são mais pesadas que as dietas em pó. Dieta Enteral Industrializada Pronta para Uso: são dietas que excluem a manipulação direta da fórmula, pois foram preparadas, envasadas e acondicionadas industrialmente em frascos de vidro ou bolsas próprias para serem diretamente acopladas ao equipo. Em geral são preparações que exigem administração contínua por BIC. A grande vantagem é não trazer risco de contaminação microbiológica da fórmula, mas seu transporte e armazenamento são mais dispendiosos e as perdas de dieta são frequentes, por não haver infusão de toda a preparação (muitas vezes o volume apresentado é maior que a necessidade do paciente ou é menor, precisando que use apenas mais um pouco de outro frasco, desprezando-se todo o resto). Soma-se a isso a dificuldade de individualização da dieta, pois já está nutricionalmente definida. 26.5.1.2 Dietas Enterais Quanto aos Objetivos da Terapia Nutricional a) Dieta Enteral Padrão: fornece calorias e nutrientes apenas para manter a condição nutricional do indivíduo. b) Dieta Enteral Especializada: além de otimizar o estado nutricional, são “desenhadas” para atender às demandas específicas de determinadas patologias. AN02FREV001/REV 3.0 22 26.5.1.3 Dietas Enterais Quanto ao Suprimento de Calorias a) Dieta Enteral Nutricionalmente Completa: fornece a quantidade de calorias ajustadas às necessidades nutricionais do paciente, sem maior oferta de fluidos. b) Suplemento Nutricional: sozinho não atinge as necessidades nutricionais do indivíduo e é usado para complementar ou suplementar esses requerimentos. 26.5.1.4 Dietas Enterais Quanto à Complexidade de Nutrientes a) Dieta Enteral Polimérica ou Complexa: formulações em que os macronutrientes, principalmente proteínas, estão na sua forma intacta, necessitando de digestão. b) Dieta Enteral Oligomérica ou Parcialmente Hidrolisada ou Semielementar: dietas onde os macronutrientes, principalmente proteínas, estão parcialmente hidrolisados ou pré-digeridos. c) Dieta Enteral Monomérica, Hidrolisada ou Elementar: fórmulas em que os macronutrientes, especialmente proteínas, estão totalmente hidrolisados (digeridos). 26.5.1.4 Dietas Enterais Quanto à Presença ou Ausência de um Nutriente Específico Serão adaptadas às características clínicas e nutricionais de cada paciente, e podem ser: Dietas Enterais Lácteas ou Isentas de Lactose AN02FREV001/REV 3.0 23 Dietas Enterais à Base de Proteína Isolada da Soja Dietas Enterais com Fibras ou Isentas de Fibras Dietas Enterais com ou sem Sacarose Dietas Enterais com ou sem Glúten Dietas Enterais com Nutrientes Imunomoduladores Zadák e Kent-Smith (2008) classificam as fórmulas industrializadas para nutrição enteral em: a) Fórmulas-padrão: fornecem 1,0 kcal/mL de dieta e apresentam moderado teor de proteínas. b) Fórmulas hipercalóricas: variam entre 1,2 a 2,0 kcal/mL e são densamente ricas em calorias. c) Fórmulas hiperproteicas: fornecem de 15 a 25% do valor energético das fórmulas, sendo um conteúdo proteico de 30 a 80g/L com uma razão calórica não proteicas: nitrogênio entre 75:1 a 200:1 kcal/g N. d) Fórmulas com fibras: fornecem, em geral, 10 a 15g de fibra por litro de dieta pronta, sendo normalmente uma mistura de fibras solúveis e insolúveis. e) Fórmulas modulares: quando as necessidades nutricionais do paciente não podem ser atendidas com uma única fórmula, usam-se fórmulas modulares (apresentação exclusiva, ou quase exclusiva, de um único nutriente, como proteína, carboidrato ou lipídio) para complementar ou suplementar essas necessidades. f) Fórmulas elementares ou hidrolisadas: contém nutrientes parcial ou totalmente digeridos, tendendo a serem hipercalóricas (1,0 a 1,5kcal/mL) e hiperproteicas (até 17% de proteínas), incluindo proteínas na forma de aminoácidos ou aminoácidos com peptídeos. g) Fórmulas específicas ou especiais: ajustadas para atender às necessidades nutricionais de pacientes com problemas clínicos específicos, tais como: AN02FREV001/REV 3.0 24 Fórmulas para diabéticos: são mais eficazes em pacientes em tratamento intensivo prolongado e, normalmente, contêm fibras e quantidades relativamente mais baixas de carboidratos. Fórmulas para insuficientes renais: geralmente são hipercalóricas e diferem, quanto à proteína, se o paciente faz, ou não, tratamento dialítico. Para os que não fazem diálise a dieta é hipoproteica e requer pouco uso de água na sua diluição por ser bastante concentrada (quando em pó), e para pacientes em diálise a quantidade de proteína já é maior e há controle de sódio, fósforo e potássio. Fórmulas para indivíduos com problemas pulmonares: são hipercalóricas e apresentam baixo teor de carboidratos e altos níveis de lipídios (insaturados). Fórmulas para fortalecer o sistema imune (imunomoduladoras): contém nutrientes imunomoduladores como glutamina, arginina, ácidos graxos -3, ácidos nucleicos e até fibras. A seleção de uma dieta enteral deve considerar o estado nutricional do paciente, suas necessidades calóricas e nutricionais e escolher a dieta conforme a análise de sua densidade energética, osmolaridade e conteúdo de micronutrientes (CAMPANELLA, et al., 2008). Para Mahan e Arlin (1995), os principais fatores que devem ser priorizados na escolha de uma fórmula para alimentação enteral, são: Integridade do trato gastrointestinal do paciente; O tipo de proteína, gordura e carboidrato da fórmula em relação à capacidade digestiva e absortiva do paciente, ou seja, se estarão íntegros ainda, necessitando de digestão, ou se serão fornecidos já hidrolisados; Densidade calórica e proteica da fórmula, isto é, kcal/mL, g de proteína/mL e proporção kcal:nitrogênio; Presença ou não de fibra dietética e qual o tipo de fibra predominantemente fornecida; AN02FREV001/REV 3.0 25 Conteúdo de sódio, potássio e fósforo da fórmula, especialmente nas situações de problemas renais, cardíacos ou hepáticos; Viscosidade da fórmula com relação ao tipo de equipamento de alimentação por sonda; Custo da fórmula. No Brasil, o consumo de dietas industrializadas aumenta gradativamente por serem mais práticas, nutricionalmente completas e oferecerem maior segurança microbiológica e de composição centesimal. A questão, custo, é o que ainda impede maior uso destas dietas, quando comparadas à utilização das mesmas em países desenvolvidos. A estimativa é que 50% dos hospitais brasileiros não trabalhem com dietas industrializadas e, possivelmente, outros 20% as adquiram em situações específicas, não fazendo parte da rotina hospitalar; pois embora as fórmulas industrializadas estejam no mercado há mais de 20 anos, muitas instituições hospitalares preferem usar dietas enterais artesanais preparadas, in loco, por razões econômicas e culturais (ARAÚJO; MENEZES, 2006). 26.6 COMPOSIÇÃO DAS FÓRMULAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS Os componentes nutritivos, tanto proteicos quanto lipídicos ou glicídicos, poderão constituir as formulações industrializadas, em formas mais ou menos hidrolisadas. A seleção apropriada de uma fórmula enteral requer avaliação da capacidade digestiva e absortiva do paciente, como também conhecimento do profissional nutricionista acerca das fontes dos substratos nutritivos destas formulações. As fontes nutricionais das fórmulas enterais serão apresentadas a seguir (VASCONCELOS, 2002, AUGUSTO, 2002, LONGO; NAVARRO, 2002, BAXTER; WAITZBERG, 2007, ZADÁK; KENT-SMITH, 2008): AN02FREV001/REV 3.0 26 26.6.1 Proteína Uma dieta com boa qualidade proteica é obtida com, pelo menos, a presença de 40% de aminoácidos essenciais; Proteína intacta para dietas poliméricas é obtida, principalmente,a partir de ovos (albumina), leite e/ou soro do leite (isolado de caseína, caseinato de cálcio e sódio, lactoalbumina), e isolado proteico de soja; Proteína parcialmente hidrolisada é fornecida a partir de isolados proteicos do leite, soja ou clara de ovo, permitindo oferta de peptídeos; Para as dietas hidrolisadas a proteína estará na forma de aminoácidos livres. 26.6.2 Carboidratos Quanto maior for a hidrólise dos hidratos de carbono, maior será a osmolaridade da dieta. Nas dietas poliméricas a forma predominante de oferta de carboidratos é na forma de amido (amido de milho, amido de tapioca, amido de arroz); Para as dietas oligoméricas e, mesmo elementares, os glicídios são obtidos a partir de polímeros de glicose oriundos de oligossacarídeos de glicose, polissacarídeos de glicose, maltodextrina (esta é a forma mais utilizada) e xarope de milho; Também encontramos dietas com dissacarídeos (lactose, sacarose e maltose) e monossacarídeos (glicose e frutose). AN02FREV001/REV 3.0 27 26.6.3 Fibras Cada vez mais as fibras vêm integrando as formulações enterais. O conteúdo, médio, de fibras nas fórmulas enterais é de 5 a 15g/litro de dieta. As fontes de fibras mais usadas nas dietas são pectina, polissacarídeos de soja e goma guar. 26.6.4 Lípides As gorduras aumentam a palatabilidade e o sabor das dietas, além de não alterarem a osmolaridade. Os óleos vegetais são a fonte de lipídios das dietas enterais com uma variedade de tipos de ácidos graxos essenciais de acordo com o tipo de óleo escolhido. Os óleos vegetais mais utilizados são óleo de milho, de canola (colza), soja, açafrão e girassol, na composição de dietas poliméricas e oligoméricas. Para dietas modulares, a gordura de escolha é o triglicerídeo de cadeia média (TCM), obtido principalmente do óleo de coco, pois não requer emulsificação ou digestão enzimática, sendo prontamente absorvido pelo estômago e imediatamente destinado para fornecimento de energia. Destaca-se que se houver necessidade de uso prolongado de TCM já se dispõe atualmente de formulações industrializadas do mesmo, com acréscimo de ácidos graxos essenciais, visto que estes últimos estarão contidos apenas em gorduras de cadeia longa. 26.6.5 Micronutrientes Quando oferecidas em volumes adequados, as fórmulas enterais, que são nutricionalmente completas, atingem 100% das recomendações para vitaminas, minerais e oligoelementos. Mas em situações clínicas de necessidades aumentadas, perda de nutrientes específicos, uso de fórmulas nutricionalmente incompletas ou AN02FREV001/REV 3.0 28 fórmulas muito diluídas por tempo prolongado, deve ser levado em consideração o uso de suplementos vitamínico-minerais. 26.6.6 Água A densidade energética das fórmulas é determinada pelo teor de água, sendo que dietas que fornecem 1kcal/mL contêm, em média, 85% de água e dietas mais concentradas (2kcal/mL) fornecem apenas 70% de água. O quadro abaixo demonstra melhor o teor de água nas formulações enterais conforme a densidade energética. CONTEÚDO DE ÁGUA DAS FORMULAÇÕES ENTERAIS Densidade Calórica (kcal/mL) Conteúdo de Água (mL/L de fórmula) Conteúdo de Água (%) 0,9 – 1,2 800 - 860 80 – 86 1,5 760 - 780 76 – 78 2,0 690 - 710 69 - 71 FONTE: Baxter; Waitzberg, 2007. 26.7 COMPLICAÇÕES EM NUTRIÇÃO ENTERAL As complicações em uso de nutrição enteral variam de acordo com a experiência da equipe multiprofissional, da condição clínica do paciente, do método de infusão e da dieta prescrita. Tanto em uso de sondas nasogástricas, como em ostomias, as complicações encontradas são, basicamente, as mesmas (CUNHA et al., 2007). Conforme Bodoky e Kent-Smith (2008), Teixeira Neto (2003) e Martins e Cardoso (2000) as complicações em nutrição enteral são agrupadas em: AN02FREV001/REV 3.0 29 a) Complicações Mecânicas: relacionam-se à sonda. Podem ser: Erosão e necrose da mucosa nasal. Irritação nasofaríngea. Rouquidão. Otite, sinusite, faringite. Esofagite. Obstrução da sonda. Deslocamento e saída acidental da sonda. b) Complicações Gastrointestinais: relacionam-se às formulações e/ou forma de administração da dieta. Podem ser: Desconforto, distensão e cólica abdominal. Náuseas, vômitos e soluços. Diarreia. Infecção intestinal. c) Complicações Metabólicas: correlacionam-se, também, às fórmulas e são: Distúrbios hidroeletrolíticos. Hiperglicemia, glicosúria, poliúria osmótica. Síndrome de realimentação. d) Complicações Respiratórias: podem estar relacionadas ao posicionamento da sonda e, basicamente, consiste no risco aumentado de pneumonia aspirativa por broncoaspiração do conteúdo gástrico, devido ao refluxo gastroesofágico que é propiciado por sondas de posicionamento gástrico. e) Complicações Psicológicas: apesar dos avanços na área de terapia nutricional enteral, o uso de sondas pode desencadear alterações psicológicas que vão desde ansiedade até estados depressivos, além de dificuldades na aceitação das sondas nasais, pois ficam com a parte proximal exposta (afixada na face), deixando o paciente constrangido e/ou desconfortável em se relacionar com outras pessoas. Soma-se a essas alterações a presença constante da sonda, a sensação de sede, boca seca e até fome, desestimulando o paciente a continuar AN02FREV001/REV 3.0 30 com a alimentação enteral ou não confiar na sua recuperação nutricional. Torna- se necessária uma assistência psicológica para apoiar o paciente e os familiares para o enfrentamento da doença e do tratamento como um todo, inclusive nutricional. 27 NUTRIÇÃO PARENTERAL A nutrição parenteral (NP) consiste na administração de uma solução, por via endovenosa, que contém glicose, aminoácidos e emulsão lipídica, além de vitaminas e minerais, indispensáveis para atender a demanda nutricional de pacientes com necessidades normais ou aumentadas, cuja via digestiva não pode ser utilizada ou é ineficaz (TEIXEIRA NETO, 2003, CUNHA et al., 2007). Do ponto de vista legal a NP apoia-se, principalmente, na Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998, do Ministério da Saúde, que estabelece o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral, determinando a implantação da EMTN e a necessidade de um local (estrutura física) exclusivo para o preparo seguro das soluções de nutrição parenteral, além de exigir um profissional farmacêutico especializado para a manipulação da solução parenteral. Esta mesma portaria apresenta a definição mais completa para nutrição parenteral: “solução ou emulsão, composta basicamente de glicose, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril, apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos, ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”. Em março de 2005 foram publicadas novas legislações (Portarias 343, 131 e 135), que consideram a terapia nutricional um tipo de assistência de alta complexidade, estabelecendo novas formas de reembolso para as instituições que a tiverem e, dentro dessas novas exigências, os centros de referência devem estar aptos a assessorar a implantação de protocolos de triagem e avaliação nutricional e ter condições de fornecer consultoria em nutrição (CUNHA, et al., 2007). AN02FREV001/REV 3.0 31 - Indicações e Contraindicações: Sempre que houver incapacidade na absorção de nutrientes pelo trato digestivo, por causas anatômicas, infecciosas ou metabólicas, há indicação da nutrição parenteral. Assim, qualquer condição clínica onde o trato gastrointestinal não funciona, está obstruído ou inacessível éindicação da NP. As indicações são do tipo (MARCHINI et al., 1998, VASCONCELOS; TIRAPEGUI, 2002): - Impossibilidade de usar o trato gastrointestinal: Traumas do abdômen ou cabeça e pescoço; Ressecção intestinal ou cirurgias da região de cabeça e pescoço; Obstrução intestinal; “Íleo paralítico”; Doenças inflamatórias intestinais; Má absorção grave; Intolerância à nutrição enteral intratável. - Necessidade de repouso ao trato gastrointestinal: Fístula digestiva de alto débito (> 500mL/dia); Diarreia intratável; Hemorragia digestiva grave; Pancreatite grave. - Estados pré-operatórios ou complicações cirúrgicas pós-operatórias: Pacientes desnutridos (perda de 15% do peso) com doença obstrutiva no trato digestivo alto. Infecções peritoneais. - Insuficiências orgânicas: Insuficiência hepática e renal. AN02FREV001/REV 3.0 32 - Outros: distúrbios alimentares que levem à desnutrição grave (Anorexia Nervosa) e pacientes oncológicos com impedimento do trato digestivo por mais de uma semana. As contraindicações são relativas e incluem: trato gastrointestinal funcionante, intenção de uso da NP por, pelo menos, 5 dias e morte eminente pela doença de base. Não há indicação de NP nos casos onde o prognóstico da doença de base independe do estado nutricional (CUNHA et al., 2007). Também é contraindicada a NP para pacientes hemodinamicamente instáveis, como nas situações de hipovolemia, choque séptico, infarto agudo do miocárdio, edema agudo de pulmão, anúria sem diálise, disfunção hepática importante e graves distúrbios metabólicos e eletrolíticos (MONTE, 2002). Ressalta-se que o não uso da NP é sugerido em casos de alergia a ovo ou emulsões lipídicas intravenosas, presença de veias periféricas inadequadas, hipertrigliceridemia e limitação de fluidos. - Vias de Acesso As vias de acesso para nutrição parenteral determinam o tipo de suporte parenteral que será utilizado e devem considerar dois fatores importantes: o tempo de utilização do suporte parenteral e a osmolaridade da solução. Assim, a nutrição parenteral pode ser de dois tipos (PERTKIEWICZ; DUDRICK, 2008, SHOSHIMA; KFOURI FILHO, 2007): 27.1 NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA (NPP) É a administração de solução nutritiva em veia periférica (mão ou antebraço). É indicada para uso por períodos curtos (7-10 dias), em situações de baixa tolerância via oral ou enteral ou em situações de risco para desnutrição por dias consecutivos. É também utilizada para fazer a transição da nutrição parenteral para a nutrição enteral. Não atinge, para a maioria dos pacientes, as necessidades AN02FREV001/REV 3.0 33 nutricionais, pois fornece, em média, de 1.000-1.500 kcal/dia, devendo ser iniciada com seu aporte calórico completo. As soluções para infusão da NPP devem apresentar osmolaridade inferior a 700-900 mOsm/L para evitar flebite (inflamação da veia) e celulite (inflamação de tecido subcutâneo), minimizando-se esses eventos, também, com a troca do acesso venoso a cada 72 horas. Tem um custo menor quando comparada à NPT, de instalação mais simples e com menor risco de complicações. PRINCIPAIS ACESSOS VENOSOS PERIFÉRICOS PARA NUTRIÇÃO PARENTERAL FONTE: www.nutritioncare.com.br.Acesso em 15 de setembro de 2009. 27.2 NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL (NPT) Trata-se da administração de solução nutritiva em veia central (veia cava superior, subclávia, jugular interna, femoral ou axilar), indicada para uso por períodos superiores a 7-10 dias. Atinge os requerimentos energéticos e nutricionais dos pacientes com fórmulas de grande osmolaridade (mais que 1.000 mOsm/L). Na introdução e “desmame”, a formulação deve conter metade dos elementos prescritos AN02FREV001/REV 3.0 34 para correta adaptação metabólica. Devido a estas características, apresenta maior risco de infecções e complicações associadas à via de acesso. PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL FONTE: www.uftm.ed.br. Acesso em 15 de setembro de 2009 27.3 NUTRIÇÃO PARENTERAL VIA INTRADIALÍTICA Utilizada para pacientes renais crônicos que correm risco de desenvolver, ou já estão, desnutridos. Consiste na administração de uma solução de nutrição parenteral durante cada sessão de hemodiálise, ofertando-se cerca de 1.000 a 1.200 kcal/sessão. A alimentação normal, via oral, com ou sem uso de suplementos nutricionais orais, é mantida e espera-se resultados benéficos após 3 a 6 meses do início dessa modalidade de nutrição. - Administração da Nutrição Parenteral A infusão da nutrição parenteral deve ser, obrigatoriamente, realizada por bomba de infusão contínua (BIC), por períodos de até 24 horas. Este equipamento assegura a infusão correta do volume prescrito mediante um controle rigoroso do gotejamento e da velocidade de infusão. Inicia-se a administração da solução, em AN02FREV001/REV 3.0 35 média, com 25mL/hora e no período de manutenção da oferta do volume total, mantém-se entre 80-125mL/hora. - Monitorização da Nutrição Parenteral Segundo Marchini et al. (1998) e Monte (2002), a monitorização do paciente submetido à nutrição parenteral envolve quatro aspectos de acompanhamento: Monitorização Clínica: Presença de sintomas que sugerem sobrecarga ou deficiência de líquidos, de glicose ou de eletrólitos. Balanço hídrico. Avaliação da participação ativa do paciente no tratamento, através do nível de atividade física desenvolvida pelo indivíduo. Monitorização Infecciosa: Cuidados gerais no controle de infecções: presença de febre, verificação de hemocultura do cateter e inspeção diária do local de inserção do cateter. Monitorização Laboratorial: Dosagens de glicemia (primeiro dia, faz-se 2 a 3 vezes) e, nos dias subsequentes, realiza-se diariamente, até atingir uma monitorização semanal. Duas vezes/semana realizam-se dosagens séricas de sódio, potássio, cálcio, fósforo e magnésio. Monitorização Nutricional: Verificação da oferta de nutrientes. Se possível, avaliação do peso e dobras cutâneas. Dosagem de albumina sérica deve ser realizada semanalmente. AN02FREV001/REV 3.0 36 Pelo menos, uma dosagem de lipoproteínas séricas. Em pacientes descompensados, a monitorização deve ser realizada diariamente e nos pacientes compensados, estabilizados, a avaliação pode ser feita 1 a 2 vezes/semana. Destacam-se, neste item, os cuidados com a solução de nutrição parenteral, em que a mesma não deve ser violada, deve ser protegida da exposição à luz ou altas temperaturas, deve contar com via única de infusão, deve ser conservada a 2-8°C e nunca aquecida em forno de micro-ondas ou banho-maria antes da infusão, deve ser retirada da refrigeração e mantida em temperatura ambiente até a infusão, que não deve durar mais que 24 horas. - Características Nutricionais das Fórmulas Usadas em Nutrição Parenteral Basicamente, a solução parenteral para alimentação deve ser uma mistura totalmente homogênea (sem apresentar partículas ou corpos estranhos), estável, incolor (sem vitaminas) ou amarela (com vitaminas), podendo ser leitosa (com lipídios) ou translúcida (sem lipídios) e integralmente estéril (SHOSHIMA; KFOURI FILHO, 2007). As soluções usadas em nutrição parenteral são de dois tipos (TEIXEIRA NETO, 2003): Sistema Glicídico ou Solução 2:1: consiste na infusão diária, em acesso central ou periférico de uma solução contendo glicose e aminoácidos e, separadamente, é infundido em veia periférica (2 a 3 vezes/semana) a emulsão lipídica. Sistema Lipídico ou Solução 3:1: é a infusão diária, via central ou periférica, de uma formulação contendo glicose, aminoácidos e emulsão lipídica, estabilizados na mesma solução. Vitaminas, minerais e eletrólitos podem ser adicionadosà solução, ou administrados, separadamente, em acesso venoso periférico sob a forma de AN02FREV001/REV 3.0 37 medicamentos. Outros elementos, considerados aditivos, podem ser acrescidos à solução ou ser fornecidos de forma separada, são eles: insulina e heparina. - Complicações em Nutrição Parenteral Segundo Monte (2002), as complicações mais comuns em nutrição parenteral envolvem: Complicações Mecânicas: estão associadas à implantação do cateter e podem ser pneumotórax, hidrotórax, lesão vascular, perfuração cardíaca e embolia gasosa. Complicações Infecciosas: relacionam-se à contaminação da solução, dos equipos e do próprio cateter por micro-organismos. Complicações Metabólicas: dizem respeito à solução da parenteral, em si, e são representadas, principalmente, pela hiperglicemia, carência de ácidos graxos essenciais (AGE), colelitíase, disfunção hepática e síndrome de realimentação. Atrofia da Mucosa Intestinal: o desuso do trato gastrointestinal leva à hipotrofia ou à atrofia completa da mucosa intestinal, aumentando o risco de infecções, devido ao maior favorecimento de translocação bacteriana. ------------------FIM DO MÓDULO IV------------------- AN02FREV001/REV 3.0 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, E. M.; MENEZES, H. C. Formulações com alimentos convencionais para nutrição enteral ou oral. Ciências e Tecnologia de Alimentos, v. 3, n. 26, jul./set., 2006, p. 533-538. AUGUSTO, A. L. P. A dieta no hospital e no ambulatório. In: AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002. cap. 2. p. 13-20. AUGUSTO, A. L. P. Indicações do suporte nutricional: as bases da alimentação enteral. In: AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002. cap. 5, p. 38-53. AUGUSTO, A. L. P. Rotina para dietas de prova. In: AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002. cap. 36, p. 290-293. BARBOSA, M. F. P. et al. 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