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AN02FREV001/REV 4.0 37 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS EM FERIDAS E CURATIVOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 38 CURSO DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS EM FERIDAS E CURATIVOS MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 39 MÓDULO II 4 CUIDANDO DE PESSOAS COM FERIDAS: CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS TÉCNICAS, CIENTÍFICAS E HUMANAS De acordo com Brandão e Souza (2006), o organismo, ao sofrer uma lesão, lança mão de mecanismos que buscam defender o meio interno e reparar danos teciduais, processo chamado de cicatrização. Historicamente, pode-se perceber que a equipe de saúde utilizou por muito tempo técnicas que destruíam ou acabavam por prejudicar o trabalho realizado de forma fisiológica pelo organismo. A grande evolução e os conhecimentos atuais em relação aos mecanismos envolvidos no processo de reparação tecidual e cicatrização das feridas revelam que muitos procedimentos realizados pelos profissionais de enfermagem, como, por exemplo, o uso de curativos secos e aderentes, a aplicação de soluções antissépticas e uma série de outros que comentaremos mais adiante, agem de forma negativa, retardando o processo de cicatrização, levando ao surgimento de processos de cronificação e sequelas, tanto físicas, como psicológicas (DEALEY, 2001). Como afirmam Mandelbaum e Di Santis (2004), a cicatrização de feridas é um mecanismo extremamente complexo e dinâmico, que pode ser classificado didaticamente em diferentes fases, conforme descritas adiante, nas quais estão envolvidas inúmeras estruturas que são interdependentes e inter-relacionadas. Esta sequência de fases não pode ser compreendida de maneira estanque, mas deve ser considerada como processos concomitantes, que podem estar presentes ao mesmo tempo num mesmo paciente, em diferentes feridas, e numa mesma ferida em suas diferentes estruturas. Além disso, tais fases não podem ser interpretadas de forma linear, como uma sucessão de acontecimentos, pois pode haver alternância entre tais fases, em AN02FREV001/REV 4.0 40 decorrência de fatores relacionados à própria ferida, ao paciente e ao meio ambiente. Compreender de forma correta estas diferentes fases é de fundamental importância para que se possa identificar o estágio de cicatrização das feridas, suas características normais e patológicas, permitindo, desta forma, que se faça uma correta avaliação das necessidades locais e gerais para o seu tratamento, bem como se possa planejar e implementar os cuidados necessários à sua efetiva resolutividade. Outro aspecto importante é que o reconhecimento adequado das diversas fases e estágios de evolução do processo cicatricial dos diferentes tipos de feridas permitem estabelecer um prognóstico que inclui, entre outros elementos: o tempo estimado para sua cicatrização; custos previstos; recursos humanos e materiais necessários; sequelas potenciais e riscos de recidivas e cronificação. 5 FASES E ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO DO PROCESSO CICATRICIAL 5.1 FASE DE HEMOSTASIA Na ocorrência de uma lesão tecidual ocorre também a ruptura de vasos sanguíneos. Neste momento há uma vasoconstrição temporária para evitar grandes perdas sanguíneas, além do contato entre as plaquetas e o colágeno, o que favorece a agregação plaquetária e a oclusão dos vasos sanguíneos lesados. 5.2 FASE DE INFLAMAÇÃO Posteriormente, ocorre a liberação de quimioatraentes e histamina, provocando a vasodilatação na região lesada e consequentemente a chegada de células de defesa que vão fazer a limpeza e defender esta região lesada. AN02FREV001/REV 4.0 41 Funções: Ativar o sistema de coagulação, promover o desbridamento e defender contra microrganismos. Essa fase pode durar de quatro a cinco dias e requer recursos energéticos e nutricionais. 5.3 FASE PROLIFERATIVA Nesta fase as plaquetas e os macrófagos liberam fatores de crescimento e citocinas, que são responsáveis pela proliferação de fibroblastos e células endoteliais. Os fibroblastos sintetizam colágeno e favorecem a contração da ferida por meio dos miofibroblastos. As células endoteliais formam novos arcos capilares, que fornecem oxigênio e nutrientes, processo chamado de angiogênese. Funções: Proliferação de vasos sanguíneos e colágeno, formação do tecido de granulação. O tempo de duração depende do tipo e tamanho da lesão. 5.4 FASE DE EPITELIZAÇÃO Nesta etapa a lesão é coberta por células epiteliais que só se movimentam sobre tecidos viáveis (sadios), como o tecido de granulação, e requerem um ambiente úmido para sua proliferação. A duração dessa fase é muito variável. AN02FREV001/REV 4.0 42 5.5 FASE DE MATURAÇÃO A ferida torna-se menos vascularizada e as fibras de colágeno são reorganizadas, formando ângulos com a margem da lesão, processo que busca fortalecimento da região. Nas lesões fechadas, essa fase leva aproximadamente um ano, e nas lesões abertas requer um tempo ainda maior, dependendo do estado clínico do paciente. 6 FATORES ADVERSOS AO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO E RESPONSABILIDADES DA ENFERMAGEM Conforme Hipócrates, o organismo possui inúmeros mecanismos dos quais lança mão para reparar uma ferida, mas uma série de fatores, tanto relacionados ao próprio paciente (fatores intrínsecos), como fatores externos e ambientais, podem agir de forma negativa sobre este processo, retardando-o ou impedindo-o. A enfermagem tem grande responsabilidade no sentido de conhecer e identificar tais fatores, para que possa atuar de forma preventiva, evitando e minimizando ao máximo seu efeito, buscando desta forma criar um ambiente propício para que os processos acima referidos possam se desenvolver de forma harmônica e fisiológica. Além disso, muitos desses fatores podem interferir de forma tão severa sobre o processo cicatricial que podem comprometê-lo de forma permanente, levando a complicações como infecções, cronificação da ferida ou mesmo a sequelas graves como perda de órgãos e membros, o que em última análise comprometerá de maneira significativa o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas. Dentre os fatores que podem prejudicar e comprometer a cicatrização das feridas destacam-se: AN02FREV001/REV 4.0 43 Fatores Locais: • Infecção da ferida; • Isquemia e alterações na perfusão dos tecidos; • Presença de tecidos desvitalizados ou necrosados; • Corpos estranhos; • Ressecamento (desidratação) ou excesso de umidade (maceração); • Agentes tóxicos; • Extensão ou profundidade da lesão. Fatores Sistêmicos: • Deficiências no estado nutricional: desnutrição ou obesidade, déficit proteico, hipovitaminoses; • Doenças crônicas: diabetes, hipertensão; • Idade avançada; • Depressão imunológica e uso de medicamentos imunossupressores; • Neoplasia maligna; • Terapia medicamentosa com anticoagulantes e outras drogas; • Imobilidade ou redução na movimentação. Fatores Externos: - Agentes físicos • Radiação; • Temperatura ambiente; • Postura; • Radioterapia. - Agentes químicos • Antissépticos; • Alergenos; • Quimioterapia. AN02FREV001/REV 4.0 44 7 COMPETÊNCIA HUMANA E ÉTICO-LEGAL NA AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS As recentespublicações alertam cada vez mais para a importância do trabalho interdisciplinar para o adequado atendimento às crescentes demandas gerencias e assistenciais relacionadas aos cuidados preventivos e ao tratamento de feridas, considerado como um grave problema de saúde pública, como abordado anteriormente. A avaliação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de feridas, a instituição de medidas preventivas e o monitoramento contínuo, acompanhado de técnicas adequadas e recursos efetivos, representam, nesse contexto, melhorias em todos os níveis, ou seja, no âmbito institucional, profissional, econômico e social. Verifica-se que mesmo com poucos recursos humanos e materiais é possível fazer a diferença ao operacionalizar melhorias contínuas e permanentes, principalmente, no sentido de inovar práticas assistenciais e gerencias de qualidade e humanismo. A credibilidade dos serviços de saúde parece, então, apontar para as pequenas, mas sistematizadas operações de melhoria que, por sua vez, necessitam ser continuamente avaliadas, reavaliadas e atualizadas para atender às exigências do mercado competitivo (BORGES, 2006). Empreender na qualidade e humanização da assistência significa, desse modo, desenvolver uma lógica disciplinar voltada para a integração dos diferentes saberes a fim de alcançar um novo conhecimento, ou seja, um conhecimento específico e sistematizado de melhorias contínuas. As novas tecnologias disponíveis atualmente no mercado não representam, em si, avanços e/ou resultados na melhoria do cuidado. O sucesso, entretanto, traduz o esforço e a capacidade empreendedora de profissionais imbuídos na lógica do mercado competitivo, no sentido de garantir a qualidade e credibilidade dos pequenos e/ou grandes eventos assistenciais e organizacionais. Assim, a utilização adequada das tecnologias exige dos profissionais de enfermagem um contínuo aperfeiçoamento para que sejam selecionadas as AN02FREV001/REV 4.0 45 melhores opções em cada situação específica, com base em acurado conhecimento clínico e atualizada informação sobre as melhores evidências científicas. Nesse processo o empreendimento enquanto qualificação do cuidado de feridas/curativos requer não apenas competência técnica, mas, sobretudo, competência humana para visualizar novas demandas e espaços de sucesso. Mesmo que possa parecer insignificante frente ao contingente assistência geral, o cuidado de feridas/curativos determina e contribui significativamente no desenvolvimento gerencial e institucional por sua representatividade em custos/benefícios, minimização de efeitos adversos de uma hospitalização e a garantia de um cuidado com qualidade e competência profissional, como comprovam os dados divulgados por organizações nacionais e internacionais (WOUNDS, 2008). Sendo assim, o cuidado de feridas com qualidade e competência profissional associado à utilização de recursos tecnológicos avançados, isto é, de coberturas modernas, representa uma importante conquista para a equipe multiprofissional de saúde, pacientes, instituição e fontes pagadoras. Para a equipe multiprofissional, representa a qualificação e humanização da assistência e, ainda, a desmistificação de crenças sociais e culturais perpetuadas historicamente. Para as instituições de saúde e fontes pagadoras, o reconhecimento e a redução de custos com o tratamento. Para o paciente, a diminuição significativa da dor, pela capacidade, que estes possuem de manter a ferida úmida e reduzir as trocas frequentes dos curativos, além de acelerar o processo de cicatrização e, consequentemente, reduzir o tempo de hospitalização. O tratamento aprimorado, isto é, qualificado e humanizado de feridas agudas e crônicas constitui no cenário atual uma ação emergente e uma importante estratégia para a minimização de custos hospitalares e a redução do período de tratamento para os pacientes. A consolidação desta prática, principalmente, em pessoas idosas portadoras de úlceras, nas suas mais variadas formas, vem ao encontro, portanto, das necessidades da população, uma vez que estudos da Organização Mundial de Saúde apontam para um aumento da expectativa de vida dos indivíduos e, por conseguinte, o envelhecimento da população buscando, ainda, recuperar o lugar das AN02FREV001/REV 4.0 46 várias dimensões discursivas dos sujeitos que atuam ou recorrem às instituições de saúde. O tratamento qualificado de feridas, estimulado pelo aprimoramento contínuo de tecnologias e práticas inovadoras para a realização dos curativos, no contexto multiprofissional, ocasionou no decorrer dos últimos anos inúmeros questionamentos em relação à eficácia/eficiência dos produtos e/ou coberturas modernas utilizadas. Com base nestas considerações existem hoje diversos programas de capacitação específicos para os profissionais de enfermagem, além da formação de grupos de estudos e grupos de Curativos/Feridas, compostos por diversos integrantes dentre estes: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, médicos, nutricionistas e farmacêuticos, com o propósito de avaliar, monitorar e humanizar o tratamento das feridas a fim de suprir uma necessidade emergente em nível social. O grupo, enquanto espaço de trocas de conhecimentos e estratégia de mobilização de processos auxilia, também, na validação e padronização de produtos, redução de custos, resultando em benefícios para a instituição, pacientes e fontes pagadoras. Com uma prática consolidada e fundamentada cientificamente é possível assegurar que o uso seguro de novas tecnologias no tratamento de feridas, a previsão adequada da periodicidade das trocas dos curativos, a padronização de técnicas atualizadas para a realização e o acompanhamento das feridas por profissionais habilitados e qualificados de forma técnico-científica e humana contribuem na construção de práticas inovadoras socialmente responsáveis, principalmente no que se refere à redução de custos e desperdício de materiais e medicamentos, assim como na diminuição do tempo dispensado pelos profissionais para a realização dos curativos. Nesse sentido, a humanização da assistência envolve essencialmente o trabalho conjunto destes diferentes profissionais que, por meio do trabalho multiprofissional, podem favorecer a uma multiplicidade de enfoques e alternativas para uma compreensão de aspectos que estão envolvidos no atendimento ao paciente. Neste processo, a humanização começa com o conceito de saúde como bem-estar do indivíduo, da pessoa doente, que é promovida em todas as dimensões seja física, mental, social e/ou espiritual. AN02FREV001/REV 4.0 47 A humanização, no que se refere ao tratamento de feridas, requer comprometimento e envolvimento por parte de todos os profissionais da equipe. A transformação do modo assistencial, portanto, somente é possível, a partir de uma sensibilização dos trabalhadores quanto às atitudes e comportamentos que envolvem a prática profissional (SILVA, 2000; MARTINS, 2003). A humanização no atual momento de transformação do sistema de saúde brasileiro significa a melhoria da qualidade do atendimento aos usuários ou, em última análise, tratar o semelhante de maneira humana permitindo reatar a experiência da hospitalização ao ciclo da vida e transformá-la em uma oportunidade de desenvolvimento humano, ou seja, o profissional passa a manter uma relação humana, solidária e personalizada a cada paciente atendido além de oferecer um bom desempenho técnico-científico. O atendimento humanizado e competente de enfermagem, na prevenção e tratamento de feridas visa desenvolver um conjunto de práticas inovadoras e socialmente responsáveis na área da saúde, relacionadas ao cuidado qualificado e humanizado, que atenda às necessidades das pessoas em seus aspectos biológicos, psicossociais e estético-funcionais, de formaa respeitar sua individualidade e incentivar a promoção do autocuidado e da busca de emancipação e libertação das pessoas portadores de feridas crônicas e/ou agudas, pois como afirma Brandão (2006), os problemas de pele ocasionam não só dificuldades de ordem física, mas afetam as pessoas em sua vida psíquica, emocional, relacional e social. Para atender a tais necessidades, os programas e protocolos precisam ser desenvolvidos de forma a: Disponibilizar um amplo e efetivo arsenal de recursos/tecnologias em curativos capazes de atender à complexidade dos novos casos emergentes; Oferecer estrutura física específica para a realização dos curativos, compatível com a demanda e complexidade dos casos emergentes (consultório de enfermagem e nutrição, salas de curativos, sala de espera, acesso com rampa); Criar uma estrutura operacional e funcional para a orientação e educação dos pacientes e familiares (folders, cartazes informativos, treinamento do familiar cuidador), além de suporte nutricional ao paciente; AN02FREV001/REV 4.0 48 Promover socialmente a integração e o saber interdisciplinar dos profissionais da saúde por meio de práticas empreendedoras; Disponibilizar material didático, máquina fotográfica digital e computador para o registro, acompanhamento e evolução dos curativos/feridas de forma sistematizada e informatizada; Criar um programa de Educação Permanente com o quadro funcional interno e externo sobre o cuidado qualificado e humanizado de feridas; Oferecer aos pacientes e familiares terapias ocupacionais individuais e grupais; Promover jornadas, cursos, consultorias e palestras para a comunidade como um dos compromissos sociais dos profissionais; Promover ações que valorizem as práticas saudáveis, promovam a saúde e a busca precoce de atendimento; Integrar esforços na elaboração de políticas públicas que permitam o acesso da população aos recursos e tecnologias modernas, hoje existentes para o tratamento de feridas; Desenvolver protocolos que levem em consideração a integralidade dos processos e ações, evitando ações fragmentadas, considerando o aspecto holístico do cuidado de feridas e sua complexa etiologia e natureza. 8 MODELO DE FLUXO DE ATENDIMENTO E ALGUNS RESULTADOS OBTIDOS 1º Todos os pacientes, ao serem admitidos para internação, são avaliados quanto ao grau de risco para desenvolvimento de úlceras por pressão ou problemas na cicatrização de feridas. O médico assistente do paciente solicita o acompanhamento do Grupo de Curativos da Instituição, por escrito. 2º A equipe de curativos realiza a avaliação geral do paciente e da pele, sugerindo o tratamento de escolha para prevenir infecções e complicações na cicatrização; identifica e registra lesões já existentes. 3º Os profissionais integrantes do grupo realizam uma tabela de custos com previsão e periodicidade das trocas dos curativos e do tratamento global. AN02FREV001/REV 4.0 49 4º Um dos integrantes da equipe avalia e monitora o tratamento da ferida pelo tempo integral, observando a autorização do termo de consentimento, o registro fotográfico e a evolução do processo de cicatrização, bem como a avaliação do estado clínico do paciente. 5º O grupo mantém contato permanente com o médico assistente do paciente e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, a fim de assegurar um tratamento clínico integral e efetivo. 6º Realizam-se orientações para a alta hospitalar, com instruções para troca de curativos no domicílio, se necessário, e agenda-se retorno para reavaliação ambulatorial. São realizadas Reuniões semanais para a discussão dos casos de pacientes acompanhados pelo Grupo Multiprofissional de Curativos, com contribuição de cada profissional dentro de sua área, para melhorar o processo de recuperação da ferida e do paciente. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a documentação e registro de todos os dados deve ser uma preocupação e uma meta a ser atingida pela equipe. A implementação da SAE em todas as suas etapas assegura continuidade de cuidados aos pacientes e segurança e proteção legal aos profissionais de enfermagem, pois por meio dela estão documentados: - Histórico de Enfermagem (entrevista / exame físico); - Diagnóstico de enfermagem; - Intervenções (prescrição de enfermagem); - Evolução de enfermagem. A implementação da SAE tem se revelado como uma estratégia altamente positiva no tratamento de feridas, como relatado por diversos autores, como Backes (2006). Diminuição dos casos de reinternação hospitalar de pacientes portadores de feridas crônicas; AN02FREV001/REV 4.0 50 Redução do número de amputação de membros; Minimização da dor e do desconforto do paciente pela redução da periodicidade das trocas dos curativos; Aceleração do processo de cicatrização da ferida tendo como vantagem a redução do tempo de tratamento; Redução dos índices de infecção hospitalar; Orientação aos pacientes e familiares, garantindo a continuidade do tratamento prestado; Redução do custo global do tratamento para a instituição e fontes pagadoras; Integração e fortalecimento do compromisso e/ou responsabilidade social instituição/comunidade local e regional; Integração e fortalecimento das relações e parcerias entre os profissionais e prestadores de serviço; Assessoria técnica e acompanhamento de pacientes com feridas crônicas ou com dificuldades de cicatrização em outras instituições; Atendimento domiciliar a pacientes impossibilitados de serem atendidos em nível ambulatorial e/ou hospitalar; Terapia ocupacional individual e grupal com os pacientes e familiares, a fim de minimizar a dor e o estresse e, consequentemente, promover a integração das pessoas e desenvolvimento do voluntariado nas instituições; Humanização da assistência aos pacientes e familiares por meio de atividades científicas interativas – mesas de debate – e comemorações festivas. Exemplo: Comemoração do dia do aniversário dos pacientes internados; Participação dos integrantes do Grupo de Curativo em Congressos regionais e/ou nacionais; Participação do Grupo de Curativos em pesquisas para a validação de produtos e agentes cicatrizantes no tratamento inovador de feridas; Processo de Educação Permanente, por meio da realização de treinamentos e eventos científicos para o público interno e externo. AN02FREV001/REV 4.0 51 9 RECURSOS PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS E IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE INFECÇÕES Como já referimos, a etapa inicial do tratamento de uma ferida deve ser sua adequada avaliação, que implica na avaliação geral da pessoa e na avaliação focal da lesão em si. Após a avaliação, o profissional estará em condições de planejar as diversas etapas dos cuidados de enfermagem, que propiciarão as necessárias e adequadas condições para que o processo de reparação e cicatrização dos tecidos possa evoluir. 9.1 LIMPEZA A limpeza da ferida reduz a carga microbiana, remove corpos estranhos, minimiza o odor, preserva tecidos viáveis e favorece a cicatrização (RODEHEAVER, 1999). Com o avanço tecnológico contamos com o advento de inúmeras substâncias disponíveis no mercado atualmente, incluindo em sua formulação antissépticos em baixa dosagem, surfactantes e ou tensoativos com o intuito de auxiliar na remoção de contaminantes da ferida, sem, contudo, provocar agressão aos delicados e frágeis tecidos fundamentais ao processo de reparo (RODEHEAVER, 2001). A região da pele íntegra que margeia a ferida (denominada região perilesional) abriga microrganismos que podem ser fonte de contaminação. Dessa forma, a limpeza tem o intuito de remover patógenos e ajudar a fixação da cobertura. O agente de limpeza é determinado pela sujidade e integridade da pele. Recomenda-se,portanto, a utilização de soluções degermantes e enxágue suficiente para remoção dos resíduos ou uso de soluções antissépticas, preferencialmente clorexidina aquosa. AN02FREV001/REV 4.0 52 Todas estas considerações não diminuem a responsabilidade e o compromisso do profissional de preservar e proteger o paciente de contaminações oriundas de técnicas inadequadas e produtos contaminados (YAMADA, 2003). Algumas recomendações devem ser seguidas para o adequado processo de limpeza das feridas: - Limpeza de ferida cirúrgica aguda (incisões/excisões) - recomendamos o “toque suave” da gaze umedecida em SF 0.9%, a 37° C, em movimentos únicos, da área menos contaminada para a mais contaminada; - Limpeza da ferida aberta (causa cirúrgica: deiscência / causas não cirúrgicas: feridas agudas, abrasões; feridas crônicas como pé diabético; úlcera por pressão; úlcera venosa, entre outras) - recomenda a utilização da solução fisiológica (SF 0.9%), a 37° C, sob pressão, utilizando seringa de 20 mL e agulha 40 X 12 (4- 15PSI). Na presença de cavidade, remover o excesso de soro. 9.2 MÉTODOS DE DESBRIDAMENTO O desbridamento é um processo fisiológico que acontece na fase inflamatória em que macrófagos e neutrófilos digerem e removem plaquetas aproveitadas na hemostasia, debris celulares e tecidos avascularizados. Entretanto, com o acúmulo destes elementos, este processo fisiológico torna-se difícil e pode ser insuficiente, exigindo, assim, medidas que complementem o desbridamento natural (BRYANT, 2000). Diferentes métodos de desbridamento podem ser utilizados, levando em consideração as características da ferida, aspecto do tecido inviável, etiologia e condições clínicas da pessoa. São classificados como seletivos (remoção do tecido inviável) ou não seletivos (remoção dos tecidos viável e inviável). São divididos de acordo com o mecanismo de ação: autolítico, mecânico, enzimático, biológico e cirúrgico. A escolha do método de desbridamento leva em consideração aspectos como: infecção, tempo para remoção do tecido desvitalizado, tipo de ferida e de AN02FREV001/REV 4.0 53 exsudato, quantidade e tipo de tecido inviável, problemas potenciais como trauma no leito da lesão e maceração, ou de outra maneira, urgência da necessidade do desbridamento, nível de cuidado e disponibilidade de recursos tanto humanos como materiais (AYELLO, 2003). 9.2.1 Desbridamento Autolítico É indolor e não invasivo. Utiliza enzimas endógenas presentes na fase inflamatória, para remoção do tecido desvitalizado, sendo um método seletivo. A autólise, processo fisiológico, ocorre na presença de ambiente úmido com boa vascularização, adequado número de leucócitos e neutrófilos e estado nutricional. Indicação: Feridas que apresentem tecido necrótico. 9.2.2 Desbridamento Mecânico É um método não seletivo, em desuso e que pode ocasionar dor. Neste método estão a técnica da gaze seca, a hidroterapia e a irrigação do leito. A técnica de irrigação do leito é a mais aceita atualmente e eficaz na remoção de debris, matéria particulada e bactérias, sem causar trauma ao tecido vivo, desde que respeitada a pressão recomendada entre 4-15PSI. Recomendamos apenas a utilização de SF 0,9% a 370C, sob pressão, utilizando-se seringa de 20 ml e agulha 40 X 12. 9.2.3 Desbridamento Cirúrgico É realizado por médico cirurgião utilizando laser ou instrumental de corte, preferencialmente em ambiente cirúrgico. AN02FREV001/REV 4.0 54 9.2.4 Desbridamento com Instrumental Conservador É realizado somente por enfermeiros especialistas, que tenham atingido a competência e habilidade para realizá-lo, utilizando instrumental de corte. Indicação: Escara, Esfacelos e Corpos estranhos / partículas inorgânicas. 9.2.5 Desbridamento Enzimático É realizado por meio da aplicação tópica de enzimas exógenas (fibrinolisina, colagenase, papaína) que degradam o tecido necrótico por meio da degradação proteica, liquefazendo-o, o que permite seu desprendimento do tecido viável. Pode ser associado a outros métodos em lesos com grandes áreas necróticas com o intuito de obtenção de resultados mais rápidos. Neste tipo de desbridamento pode-se utilizar colagenase, que degrada o colágeno do tecido necrótico; a fibrinolisina, que degrada a fibrina do colágeno e exsudato ou a papaína, que degradam as moléculas de proteína de tecido inviável seletivamente, em razão da ação da α1-antitripsina, globulina humana que inativa a ação das proteases (MONETTA, 1995; MONETTA, 1998; MONETTA, 2003; SANTOS, 2000). As duas primeiras enzimas são encontradas no mercado em forma de gel e a papaína pode ser utilizada apenas em forma de gel e solução, sendo contraindicado o uso do pó e pomada (MONETTA, 1998; MONETTA, 2003). Recente publicação do FDA adverte para os riscos com utilização de formulações não aprovadas, citando entre outros, o risco de toxicidade para diversos tecidos (FDA, 2008). AN02FREV001/REV 4.0 55 9.2.6 Desbridamento Biológico É um desbridamento considerado químico, biológico ou biocirúrgico com aplicação de larvas de moscas esterilizadas que secretam enzimas proteolíticas sobre o leito das feridas, com o intuito de remoção do tecido necrótico. Sua aplicação tem crescido consideravelmente a partir da década de 90 em inúmeros centros dos Estados Unidos. No entanto, a prática ainda é pouco difundida no Brasil (MARTINI, 2003). 10 PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS Após assegurar-se de que a ferida encontra-se livre de agentes físicos, químicos e biológicos que possam prejudicar a evolução do processo cicatricial, devem-se proteger os tecidos viáveis e assegurar que a região perilesional e o leito da lesão sejam mantidos em condições adequadas para que as fases do processo possam desencadear-se de forma harmoniosa. Segundo Turner (1982), as técnicas para realização de curativos devem assegurar as condições adequadas para a reparação tecidual: Manter o meio úmido na interface curativo/ferida; Oferecer proteção mecânica contra traumas, atrito, fricção; Ser seguro (não ser tóxico, ser hipoalergênico); Remover o excesso de exsudato; Permitir a troca gasosa; Fornecer isolamento térmico; Ser impermeável a bactérias; Ser isento de partículas; Permitir a retirada sem traumas; Ser adaptável a diferentes regiões corporais; AN02FREV001/REV 4.0 56 Ser agradável e reduzir a dor; Estar disponível em diferentes formatos e tamanhos; Não requerer trocas frequentes; Ter boa relação custo-benefício. Dentre os produtos disponíveis, relacionaremos a seguir aqueles que demonstram maiores evidências de eficácia e podem beneficiar o processo de reparação tecidual e contribuir para a cicatrização das feridas. Entretanto, como refere Mandelbaum (2004), a escolha destes diversos recursos deve se basear em três pontos fundamentais: - As características e necessidades da ferida, no momento em que se realiza a avaliação da ferida e a troca do curativo; - As necessidades do paciente, em função de suas condições gerais de saúde, suas condições econômicas de adquirir os produtos ou ter acesso a eles, e sua facilidade de uso; - O custo-benefício e custo-efetividade, pois algumas destas coberturas e produtos têm custo financeiro elevado e devem ser reservadas para situações especiais, em que não seja possível a utilização de um produto de menor custo. 10.1 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS Composição: óleo vegetal composto por ácido linoleico, caprílico, cáprico, vitamina A, vitamina E e lecitina de soja. Ação: hidratação (pele integra) mantém umidade, promove a quimiotaxia e angiogênese (lesões). Indicação: prevenção e tratamento de lesões com ou sem infecção. Modo de usar: aplicar naferida ou embeber a gaze, proteger com secundário e fixar. Troca diária. Pode ser associado a outras coberturas. AN02FREV001/REV 4.0 57 10.2 ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO Os alginatos são sais do polímero natural de ácido algínico derivado das algas marinhas marrons. Estes curativos são comercializados em embalagens individuais e estéreis e são especialmente indicados para feridas cavitárias altamente exsudativas, em razão de seu elevado poder de absorção e eficiente estímulo à granulação tecidual (DANTAS, 2003). Podem também ser utilizados em feridas sangrantes, com ou sem infecção, até a redução do exsudato. Em feridas infectadas trocar, no máximo, a cada 24 horas e em feridas limpas com sangramento a cada 48 horas ou quando saturado. Com a diminuição do exsudato, as trocas poderão ser efetuadas a cada três ou quatro dias. Composição: íons de cálcio (80%), íons de sódio (20%), ácidos gulurônico e manurômico (derivados de algas marinhas). Ação: a troca iônica promove a formação de gel (umidade), desbridamento autolítico, hemostasia e grande absorção de exsudato. Indicação: feridas sangrantes com exsudação abundante, cavitárias com ou sem infecção. Troca do curativo: trocar a cobertura secundária sempre que saturar. Nas feridas infectadas a cada 24 horas e nas feridas limpas entre dois e cinco dias. 10.3 BOTA DE UNNA Composição: bandagem contendo óxido de zinco, glicerina, gelatina em pó e água. O produto comercializado é acrescido de glicerina, acácia, óleo de castor e petrolato branco para evitar o endurecimento. Mecanismo de Ação: facilita o retorno venoso e auxilia na cicatrização. Evita o edema nos membros inferiores. Indicação: úlceras de estase venosa. AN02FREV001/REV 4.0 58 Contraindicação: úlceras arteriais e presença de infecção ou inflamação. Modo de Usar: limpeza do local com gaze e soro fisiológico (jatos). Aplicar a bandagem na perna totalmente desinchada pela manhã. Iniciar pela base do pé, envolvendo a perna sem deixar enrugá-la até a altura do joelho. Colocar uma bandagem elástica para a compressão. Troca do curativo: Semanalmente. Observações: Devem ser observados sinais de infecção local ou sistêmica durante a utilização da bota. FIGURA 8 – CONFECÇÃO DA BOTA DE UNNA FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 10.4 CARVÃO ATIVADO E PRATA O Carvão Ativado e Prata é uma cobertura primária, composta de um tecido carbonizado em uma atmosfera desprovida de oxigênio e impregnada com nitrato de prata a 0,15% envolto por uma camada de não tecido, selado em toda a sua extensão indicada, mais especificamente, no tratamento de feridas com média a moderada quantidade de exsudato. É preciso ressaltar, no entanto, que a cobertura de Carvão Ativado e Prata não deve ser violada, tendo em vista a possibilidade de liberar fragmentos tóxicos no leito da ferida. AN02FREV001/REV 4.0 59 A prata, por sua vez, é um potente microbicida que age sobre o crescimento e resistência bacteriana. A ação do Carvão Ativado, por meio da força magnética, exerce, portanto, a função de absorção dos microbianos e exsudato presente no leito da ferida. O processo, em síntese, favorece a aderência das bactérias ao Carvão Ativado e Prata a fim de deixar o leito da ferida livre de toxicidade e propício à cicatrização (DANTAS, 2003; MULDER, 1996). Além da ação bactericida e desodorizante, a cobertura tem a vantagem de não aderir ao tecido neocicatricial, preservando-o de traumas no ato da retirada e, com isso, eliminando significativamente a dor local. Sendo assim, possui indicação para o tratamento de feridas infectadas exsudativas, úlceras de pressão, úlceras varicosas, incisões cirúrgicas, entre outros. O curativo de Carvão Ativado com Prata, enquanto curativo primário, necessita de curativo secundário, devendo este ser trocado em intervalos menores de tempo. Nas primeiras trocas, a cobertura de carvão deve ser trocada diariamente, podendo aumentar gradativamente, até sete dias, conforme a redução da quantidade de exsudato. Com a diminuição do número de trocas e redução da agressão ao tecido neoformado tem-se, consequentemente, a minimização da dor ao paciente e do investimento de tempo pelos profissionais de enfermagem na realização do curativo (DEALEY, 2001; CÂNDIDO, 2004). Em última análise, a cobertura de Carvão Ativado e Prata pode assemelhar- se a um curativo ideal, por evitar a mudança frequente da temperatura e do pH do leito da ferida, permitindo, desse modo, um processo de cicatrização ainda mais intenso. Composição: carvão ativado impregnado com prata a 1,5% e envolto por tecido de nylon. Ação: absorve exsudato, filtra odor, bactericida. Indicação: feridas infectadas e exsudativas. Observações: não pode ser cortado, não pode ser utilizado nos casos de exposição óssea. Troca do curativo: trocar cobertura secundária; troca do carvão: entre dois e cinco dias. AN02FREV001/REV 4.0 60 10.5 CLOREXIDINA Germicida por destruição da membrana citoplasmática bacteriana, que se mantém na presença de matéria orgânica. Ação: é citotóxico e reduz a força tensil tecidual. Indicação: antissepsia da pele e pericatéteres (profilaxia em procedimentos invasivos e prevenção de colonização). 10.6 COLAGENASE Composição: enzima proteolítica. Ação: desbridamento suave, não invasivo em razão da degradação de colágeno. Indicação: ferida com tecido desvitalizado. Modo de usar: aplicar fina camada, colocar gaze úmida, aplicar o curativo secundário e fixar. Troca diária. 10.7 COBERTURA NÃO ADERENTE ESTÉRIL Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de petrolatum, hidrossolúvel. Ação: proporciona a não aderência da ferida. Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações. AN02FREV001/REV 4.0 61 10.8 FILME TRANSPARENTE SEMIPERMEÁVEL Composição: poliuretano, hipoalergeno, aderente, transparente e elástico e semipermeável. Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos. Indicação: fixação de cateteres, proteção de pele íntegra, na prevenção de úlceras por pressão em pacientes acamados e imobilizados. Observações: pode ser usado como curativo secundário. Troca: pode ser mantido por até sete dias, dependendo das condições da pele, umidade, do atrito e da fricção. Avaliar diariamente. FIGURA 9 - FILME TRANSPARENTE SEMIPERMEÁVEL FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 10.9 HIDROCOLOIDE São curativos comercializados com a finalidade de tratamento de feridas limpas e prevenção de úlceras de pressão. A camada externa destes curativos, formada por espuma de poliuretano, serve como barreira térmica microbiana e mecânica a gases e líquidos. AN02FREV001/REV 4.0 62 A camada interna, composta por gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica tem as propriedades de absorção de exsudato, manutenção do pH ácido e manutenção de ambiente úmido, estimulando a angiogênese e o desbridamento autolítico. Alivia a dor por meio da proteção das terminações nervosas e não aderência ao leito da ferida e é autoaderente, dispensando a utilização de curativos secundários. A placa de hidrocoloide deve ser trocada sempre que o gel extravasar ou o curativo descolar ou no máximo a cada sete dias (MANDELBAUM et al., 1998). Composição: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e espuma de poliuretano. Ação: estimula angiogênese e o desbridamento autolítico, acelera o processo de granulação. Indicações: ferida não infectada, com leve a moderada exsudação. Prevenção de úlcera de pressão. Observações: odor desagradável na retirada. Troca: pode durar até sete dias, dependendo do volume de exsudato. Deve ser avaliado diariamente. FIGURA 10 - HIDROCOLOIDE FONTE: Arquivo Pessoaldo Autor. AN02FREV001/REV 4.0 63 10.10 HIDROGEL: AMORFO OU EM PLACA Composição: água (77,7%), propilenoglicol (20%) e carboximetilcelulose (2,3%). Ação: amolece e remove tecido desvitalizado por meio de desbridamento autolítico. Indicação: feridas abertas com crostas e tecidos desvitalizados. Observações: necessita de cobertura secundária. Troca de 24 a 72 horas. FIGURA 11 - HIDROGEL FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 10.11 HIDROPOLÍMERO Composição: almofada de espuma composta de camadas de não tecido, revestida por filme de poliuretano. Ação: mantém a umidade, absorve pouco exsudato, preenchendo a cavidade. Indicação: feridas não infectadas com baixa ou moderada exsudação. Observação: troca sempre que saturar, podendo ficar até cinco dias. AN02FREV001/REV 4.0 64 10.12 PAPAÍNA Consiste num complexo de enzimas proteolíticas, retirado do látex do mamão papaia (Carica Papaya). Este complexo provoca dissociação das moléculas de proteína, resultando em desbridamento químico. É bactericida e bacteriostático, além de estimular a força tênsil das cicatrizes e acelerar o processo cicatricial. Está indicado para o tratamento de feridas abertas, limpas ou infectadas e para o desbridamento de tecidos desvitalizados. A periodicidade da troca é, no máximo, a cada 24 horas ou de acordo com a saturação do curativo secundário (DEALEY, 2001; DANTAS, 2003). Composição: enzimas proteolíticas, retiradas do látex do mamão papaia. Ação: desbridante, anti-inflamatória e bactericida. Indicação: feridas abertas, infectadas e com tecido necrótico. Modo de usar: lavar a lesão com jatos de solução com concentrações dependentes da característica da lesão. Cobrir com gaze embebida em soro fisiológico a 0,9% e curativo secundário. Fixar. Troca diária. Advertência e cuidados especiais: em alerta emitido pelas entidades SOBENDE e SOBEST (www.sobende.org.br e www.sobest.org.br), tendo como base publicação do FDA, “as pessoas alérgicas ao látex podem desenvolver alergia cruzada quando utilizam enzimas como a papaína e algumas outras enzimas”. Neste sentido, é importante investigar este tipo de alergia, pois as reações podem ser leves, graves e até mesmo gravíssimas, levando à morte por anafilaxia. Com o crescente uso de luvas de procedimentos, camisinha, e derivados do látex, é cada vez maior o número de pessoas alérgicas a este produto, o que exige cautela por parte dos profissionais ao utilizar esta enzima. Nos Estados Unidos o FDA proibiu a utilização de cremes contendo papaína, desde 25 de setembro de 2008, em função deste risco. No Brasil, até o momento a ANVISA não se manifestou a respeito. AN02FREV001/REV 4.0 65 10.13 PROTETORES CUTÂNEOS PARA ESTOMAS São compostos comercializados na forma de pó, pasta ou placa, com a função de proteger e regenerar a epiderme de lesões de pele provocadas por esparadrapagem, fixação de bolsas coletoras, extravasamentos de drenos, estomas e fístulas. Em sua composição tem-se: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e poli-isobutileno. A gelatina faz a hidrólise parcial do colágeno e é um agente hemostático e absorvente. A pectina é uma substância mucilaginosa com poder de absorção de água formando soluções coloidais viscosas e opalescentes (gel) com propriedades protetoras sobre as mucosas. A carboximetilcelulose sódica proporciona viscosidade e estabilidade à emulsão. O poli-isobutileno, por sua vez, é um elastômero resistente aos ácidos drenados pelo organismo. Estes protetores devem ser trocados somente quando houver perda de sua aderência (CARNEIRO et al., 1998). 10.14 SULFADIAZINA DE PRATA A 1% Composição: sulfadiazina de prata a 1%. Ação: bactericida e bacteriostática residual. Indicação: queimaduras, principalmente nas primeiras 24 horas. Observação: retirar excesso remanescente a cada troca de curativo. Em áreas extensas, monitorar sulfa sérica e função renal. AN02FREV001/REV 4.0 66 11 OXIGÊNIO HIPERBÁRICO A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é uma modalidade terapêutica que consiste na oferta de oxigênio puro (FiO2 = 100%) em um ambiente pressurizado a um nível acima da pressão atmosférica, habitualmente entre duas e três atmosferas. A OHB pode ser aplicada em câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente ou monoplace) ou para diversos pacientes (câmara multipaciente ou multiplace). A oxigenoterapia hiperbárica é reconhecida como uma modalidade terapêutica que deve ser aplicada por um médico. No Brasil, as indicações foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina, mediante resolução CFM 1457/95. As indicações para a realização da terapia hiperbárica são as seguintes: Embolia gasosa; Doença descompressiva; Embolia traumática pelo ar; Gangrena gasosa; Síndrome de Fournier; Outras infecções necrotizantes de partes moles: celulites, fasceítes e miosites; Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos); Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de mucosas; Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea; Isquemias traumáticas agudas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplante de extremidade amputada e outros; Queimaduras térmicas ou elétricas; Lesões refratárias: úlceras de pele, pé diabético, escaras de decúbito, úlceras por vasculites autoimunes, deiscências de sutura; AN02FREV001/REV 4.0 67 Osteomielite; Retalhos ou enxertos comprometidos. Os efeitos colaterais da OHB são os seguintes: Toxicidade pulmonar: tosse seca, dor retrosternal, hemoptoicos e edema pulmonar; Toxicidade neurológica: parestesias e convulsão (1:10.000 tratamentos); Desconforto e barotrauma auditivos; Desconforto nos seios da face; Alterações visuais transitórias. 12 ATRIBUIÇÕES DOS DIFERENTES PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS A enfermagem é uma profissão composta por diferentes categorias, sendo necessária a definição das competências de cada integrante da equipe. A Legislação do Exercício Profissional (Lei 7468) prevê diferentes atribuições, responsabilidades, deveres e direitos, os quais devem nortear as ações dos profissionais para que atuem como uma equipe, com cooperação, respeito mútuo e complementariedade de ações, para que a assistência de enfermagem possa ser contínua, integral, individualizada e qualificada. O “Fórum de especialistas em enfermagem em dermatologia e estomaterapia” delineou as seguintes atribuições dos profissionais de enfermagem no tratamento de feridas: Enfermeiro Generalista: Capacitar recursos humanos; Realizar pesquisas; Elaborar protocolos; AN02FREV001/REV 4.0 68 Emitir parecer técnico; Indicar a utilização de superfícies dinâmicas e estáticas; Realizar desbridamento autolítico e enzimático; Solicitar parecer ao enfermeiro especialista em casos complexos (pés diabéticos, feridas oncológicas, úlceras com envolvimento de estrutura tendínea e ou óssea, lesões provenientes de patologia autoimune, lesões tuneilizadas em pacientes imunoincompetentes) e sempre que julgar necessário; Implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE; Realizar anotações de enfermagem. Enfermeiro Especialista: Capacitar recursos humanos; Realizar pesquisas; Elaborar e validar protocolos; Emitir parecer técnico; Prescrever coberturas; Indicar a utilização de superfícies dinâmicas e estáticas; Realizar previsão do tempo de tratamento das feridas e estimativa de custos; Realizar desbridamento autolítico, enzimático e com instrumental conservador; Assumirresponsabilidade técnica em consultórios especializados e em grupos de referência para o tratamento de pessoas com feridas, seja no atendimento hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à promoção da integridade da pele, prevenção, tratamento e reabilitação; Implementar a SAE; Coordenar a equipe de enfermagem; Realizar anotações de enfermagem; Realizar auditoria; Coordenar cursos de pós-graduação na área; AN02FREV001/REV 4.0 69 Atuar como responsável e consultor técnico junto a empresas que atuam no seguimento de produtos para os cuidados com a pele e tratamento de feridas. Técnico de Enfermagem: Realizar ações de promoção da integridade da pele e prevenção de feridas, sob orientação e prescrição do enfermeiro; Realizar curativos de menor complexidade mediante a prescrição e supervisão do enfermeiro; Realizar anotações de enfermagem. Auxiliar de Enfermagem: Realizar ações de promoção da integridade da pele e prevenção de feridas, sob orientação e prescrição do enfermeiro; Auxiliar o enfermeiro e/ou técnico na realização de curativos; Realizar anotações de enfermagem. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, E.A.; BRANDÃO, E.S.; DAVIDSON, E. Manual para realização de curativos. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2003. ANVISA. Resolução RDC nº 45, de 12 de março de 2003. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais em Serviço de Saúde. São Paulo. Disponível em: <www.anvisa.org.br>. Acesso em: 07 nov. 2012. ARNOLD JUNIOR, H. L.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da Pele de Andrews – Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. AYELLO, E.; FRANZ, R. Pressure ulcer prevent and treatment: competency-based nursing curricula. Dermatology Nursing. Local, v.15, n.1, p.44-65, feb. 2003. AZULAY, D. R. Dermatologia. 4. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BARANOSKI, S.; AYELLO, E.A. Wound Care Essentials practice principles. New York: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. BOFF, L. Saber Cuidar: ética do humano-compaixão pela terra. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999. BORGES, E.L.S.S. et al. Feridas: como tratar. Belo Horizonte: Coopmed, 2001. BRYANT, R.A. Acute and Chronic Wounds-Nursing Management. 2. ed. St. Louis: Mosby, 2000, p. 157. CANDIDO, L. C. Curativos e coberturas. Disponível em:<http://www.feridologo.com.br/curcarvaoativado.htm>. Acesso em: 07 nov. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 71 CRUZ, D.A.L.M.; PIMENTA, C.A.M. Avaliação do doente com dor crônica em consulta de enfermagem: proposta de instrumento segundo diagnósticos de enfermagem. Revista latino-americana de Enfermagem. Ribeirão Preto, v.7, n.3, p.49-62, jul 1999. CUCÉ, L.C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990. DANTAS, S. R. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas. São Paulo: Atheneu, 2003. DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 2001. GAMBA, M.A.; MANDELBAUM, M.H.S.; PINTO, M.D.F. Agravos dermatológicos: um problema de saúde pública. Cadernos de Enfermagem em Dermatologia e Cuidados com a Pele, v. 1, p. 13-26, jan.fev.mar. 2008. GARCIA, D.M., GOTO, S. Avaliação da dor. In: VI Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor. 2003, São Paulo, Anais... São Paulo: Lemos Editorial e Gráficos, 2003, p. 55-57. MANDELBAUM, M.H.S. A utilização de evidências científicas no tratamento de feridas por enfermeiros especialistas e não especialistas. In: II Congresso Brasileiro de Enfermagem em Dermatologia da SOBENDE, São Paulo, 2007 (no prelo). MANDELBAUM, M.H.S. Nursing Competencies in dermatology and aestehetic medicine:an emerging area for nurses. In: 21st World Congress of Dermatology, Buenos Aires/Argentina, 30 sept- 5 oct 2007. MANDELBAUM, S. H.; SANTIS, E. P. di; MANDELBAUM, M. H. S. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares. In: Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, v. 78, n. 5, 2003. MANDELBAUM, S.H.; DI SANTIS, E.P.; MANDELBAUM, M.H. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares. Parte 2: recursos auxiliares e critérios para sua indicação. In: Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, v. 78, n. 3 e 4, p. 393-408, jul.ag. 2003. AN02FREV001/REV 4.0 72 MANUAL MERCK. Seção 18. Distúrbios da Pele - Biologia da Pele. Disponível em: <http://www.manualmerck.net>. Acesso em 12 jan. 2008. MARTINI, R.K. ; SHERMAN, R.A. Terapia de Desbridamento com Larvas Maggot. J. bras. Méd.,v. 85, n.4,p. 82-85, out. 2003. MELZACK, R. The McGill pain questionnaire: major properties and scoring methods. 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Histórico: - Doença de base: ________________________________________________________ - Feridas existentes: ______________________________________________________ - Número e tipo de feridas: _________________________________________________ - Tempo de evolução das feridas: ___________________________________________ - Antecedente familiar: ___________________________________________ - Cirurgias realizadas: __________________________________________ - Desbridamento cirúrgico: _________________________________________________- Câmara hiperbárica: ____________________________________________________ - Alergias: _____________________________________________ - Curativos anteriores: ____________________________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 76 - Data da Primeira avaliação da Ferida: _______________________________________ 2. Medicamentos em uso: Antibióticos Anti-hipertensivos Anticoagulantes Suplemento Vitamínico Imunossupressor Hipoglicemiantes orais e Insulina Corticoides Outros: Quais? ___________________________________. 3. Fatores que afetam a cicatrização e dados relacionados à patologia de base: Idade Vasculopatias Estado Nutricional (deficit proteico, calórico e de vitaminas) Imunossupressão IRC Distúrbio de coagulação Álcool Glicocorticoide Diabetes Hipertensão Insônia Dor Stress e ansiedade Imobilidade Infecção Tricotomia Irradiação Obesidade Incontinência AN02FREV001/REV 4.0 77 Doença Cardiovascular (oxigenação) Fumo 4. Exames Hemograma Coagulograma:_______________________________________ Glicemia Leucócitos:__________________________________________ Cultura: Data: ____/____/_________ Resultado: ____________________________________ ____ 5. Classificação da Ferida Crônica: ( ) Úlcera Venosa ( ) Úlcera por Pressão ( ) Úlcera Diabética, neuropática ( Pé diabético) ( ) Úlcera de Perna ( trauma, bactérias e picadas) Aguda: ( ) Queimaduras, lacerações, abrasões Cirúrgica: ( ) Incisão Cirúrgica ( ) Deiscência ( ) Infecção Sítio Cirúrgico 6. Tipos de Cicatrização: Primeira Intenção Segunda Intenção Terceira Intenção 7. Mensuração: Desenho (decalque) Swab (comp.) ______________________________________________ Dimensionamento (comp. x larg.)__________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 78 Fotografia Volume ml (instilar S.F 0,9%) ____________________________________ 8. Espaço morto: Descolamento Sinus ou Túnel Fístula 9. Avaliação do Estado da Ferida: Estruturas Envolvidas Estadiamento Epiderme (eritema da pele intacta que não embranquece após a pressão). Estágio I Epiderme e Derme (Perda parcial da pele); é superficial. Apresenta-se como uma abrasão ou crateras rasas. Estágio II Epiderme, Derme e Tecido Subcutâneo Perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode aprofundar, não chega a fascia. Apresenta-se como uma cratera profunda. Estágio III Epiderme, derme, tecido subcutâneo, músculo, tendão e osso. Extensa destruição, necrose dos tecidos ou danos aos músculos, ossos e estruturas de suporte. Estágio IV Estadiamento: _____________________________ AN02FREV001/REV 4.0 79 10. Localização Anatômica da Ferida (descrever a primeira avaliação): ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 11. Tipos de tecido no leito da ferida: Granulação Necrose Esfacelos AN02FREV001/REV 4.0 80 12. Cor da ferida: Granulação vermelha saudável Granulação pálida 13. Característica do exsudato da ferida: Seroso Purulento Sanguinolento Ausente Pouco Moderado Acentuado 14. Borda da ferida: Epitelização Necrose Isquemia 15. Pele ao redor da ferida: Macerada Eritema Queratinosa Edemaciada Endurecida Lipodermatosclerose 16. Presença de Infecção: Com odor característico Inflamação pronunciada ao redor AN02FREV001/REV 4.0 81 17. Coberturas (Curativos): Obs.: Realizar a prescrição de Enfermagem no Prontuário do paciente, do curativo e cobertura indicada, bem como os cuidados de prevenção com a aplicação e troca. Obs.: Realizar a prescrição de Enfermagem no Prontuário do paciente dos materiais de Superfície de Suporte e alívio da carga mecânica. Malha de Carvão Ativado Alginato de Cálcio e Sódio Intrasite Gel amorfo Adaptic AGE (Dersani) Hidrocoloide com Alginato de Sódio (Safigel) Hidrocoloide Placa Papaína Colagenase Iruxol Filme transparente (tegaderme) Melolin Sulfadiazina de Prata 1% Gazes Zobec Outros 18. Prescrição do curativo: Primeira Ferida em qual membro?___________________________________ Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morna. Aplicar o curativo_________________________________________ que deverá permanecer por _________ horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por _______ horas. Trocar se saturar. AN02FREV001/REV 4.0 82 Prescrição do curativo: Segunda: Ferida em qual membro? _________________________________ Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morno. Aplicar o curativo_________________________________________ que deverá permanecer por _________ horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por _______ horas. Trocar se saturar. Prescrição do curativo: Terceira Ferida em qual membro? _________________________________ Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morno. Aplicar o curativo ______________________________________ que deverá permanecer por _________ horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por _______ horas. Trocar se saturar. Passo o plantão do curativo para Enfermeira ou Técnica de Enfermagem: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 19. Data da próxima avaliação: ______________________________________________ 20. Nome da Enfermeira que realizou a avaliação ______________________________________________ 21. Classificação do risco de desenvolver úlcera por pressão AN02FREV001/REV 4.0 83 Escala de Braden Obs: Quanto mais baixa for a pontuação, maior será o potencial para desenvolver uma úlcera de pressão *Escore 15 a 16: brando * Escore de 12 a 14: moderado *Escore menor ou igual 11: acentuado. O escore deste paciente: ______________________________________ Percepção Sensorial: responde à pressão, relacionada ao desconforto. 1-Completamente limitado: Não responde aos estímulos dolorosos. 2-Muito limitado: Responde somente aos estímulos dolorosos. 3-Levemente limitado: Responde aos comandos verbais. Nem sempre consegue comunicar. 4-Nenhuma limitação: Responde aos comandos verbais. Umidade: Grau ao qual a pele está exposta à umidade. 1-Constantemente úmida. 2-Muito úmida. 3-Ocasionalmente úmida. 4-Raramente úmida. Atividade: grau de atividade física. 1-Acamado. 2-Restrito à cadeira. 3-Caminhaocasionalmente. 4-Caminha frequentemente. Mobilidade: habilidade de mudar e controlar as posições corporais. 1-Completamente imobilizado. 2-Muito limitado. 3-Levemente limitado. 4-Nenhuma limitação. Nutrição: padrão usual de ingestão de alimento. 1-Muito Pobre: está em jejum ou em hidratação EV. 2-Provavelmente inadequada: Raramente faz uma refeição completa. Alimentação por SNE. 3-Adequada: Come mais da metade da maior parte das refeições. Geralmente recusa uma refeição. 4-Excelente. Fricção e Forças de deslizamento. 1-Problema: Necessita de assistência para mover-se. 2-Potencial para o problema: Movimenta-se livremente ou necessita de uma assistência mínima. 3-Nenhum problema aparente. AN02FREV001/REV 4.0 84 22. Materiais e Equipamentos para prevenir Úlcera de Pressão: Uso de Superfície de suporte e alívio da carga mecânica (assinalar o que faz uso) Usa colchonete “caixa de ovo” ou colchão de ar como alívio de pressão alternada? Usa protetor de espuma para calcanhar e tornozelo (ciente que não deve usar luva d’água?) Usou superfície / colchonete com redistribuição de pressão sobre a mesa cirúrgica? Usa travesseiro, almofada e coxim no leito e cadeira (na cadeira reposiciona a cada uma hora?) Usa fralda e coletor (limpa a pele a cada eliminação?) Usa forro móvel (reposiciona a cada duas horas?) Mantém em posição de 30 graus a cabeceira do leito e quando está na lateral? Faz uso de hidratantes evitando massagem sobre proeminências ósseas? Faz uso de Filme transparente e Hidrocoloide para proteção da pele? Troca do curativo Protocolo de Avaliação Primeira troca do curativo Segunda troca do curativo Terceira troca do curativo Quarta troca do curativo Quinta troca do curativo Data Localização Anatômica da Ferida Nome do Curativo Indicado Tipo da Cobertura Indicada Nome do Enfermeiro ou Técnico de Enfermagem responsável pela troca Tipo de tecido no leito da ferida e cor: granulação vermelha ou pálida, AN02FREV001/REV 4.0 85 necrose, esfacelos. Pele ao redor da ferida: macerada, eritema, queratina, edema, endurecida, lipodermatosclerose. Borda da ferida: epitelização, necrose, isquemia. Presença de exsudato: seroso, purulento, sanguinolento, ausente, pouco, moderado, acentuado. Presença de infecção: mau cheiro, inflamação ao redor. Foi ministrado antibiótico: Sim, não, qual? Presença de dor: na troca do curativo, sempre, esporadicamente, à noite. Quantos dias o curativo permaneceu aplicado? Mensuração: (após segunda semana) boa evolução ou retardo. Existe vazamento de exsudato pelas bordas do curativo: sim, não. Tempo despendido com a troca do curativo Observação: rubrica e carimbo. FIM DO CURSO!
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