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TEORIA GERAL DO PROCESSO AULA 2 Prof. Cristiani Fontanela Resumo (Fases) Antes do Estado conquistar para si a função jurisdicional (o poder de declarar qual o direito no caso concreto e promover a realização prática),houve três fases distintas: Autotutela; Arbitragem facultativa; Arbitragem obrigatória. A autocomposição, é tão antiga quanto a autotutela; O processo surgiu com a arbitragem obrigatória. Jurisdição é a atividade estatal em que se busca a justa composição da lide. A atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos dá-se o nome de jurisdição; Pela jurisdição os juízes agem em substituição às partes, que não podem fazer justiça com as próprias mãos. As partes não podem mais agir, restando a possibilidade de fazer agir, provocando o exercício da função jurisdicional; A jurisdição se exerce através do processo. Podemos conceituar o processo “como instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca da solução”. Função estatal pacificadora (jurisdição) O Estado moderno exerce o seu poder para a solução dos conflitos interindividuais; PODER: capacidade de dirimir os conflitos, decidindo sobre as pretensões apresentadas e impondo as decisões; Estado tem a finalidade pacificadora, que é o escopo magno da jurisdição, eliminando conflitos que afligem as pessoas. Busca do bem comum, a pacificação com justiça. O fortalecimento do Estado se aliou a consciência de sua essencial função pacificadora, conduzindo à afirmação da quase absoluta exclusividade estatal no exercício dela. A autotutela é definida como crime, seja quando praticada pelo particular (exercício arbitrário das próprias razões- Art. 345 CP), seja pelo próprio Estado (exercício arbitrário ou abuso de poder, art. 350). A própria autocomposição não vinha sendo muito estimulada pelo Estado. Em determinados casos excepcionais a lei abre exceções à vedação da Autotutela. São exemplos de autotutela autorizados pela legislação: a retenção (CC, art. 578, 644, 1219, 1433, II, 1434) o “desforço imediato” (CC, art. 1210, § 1º ) o direito de cortar raízes e ramos de árvores limítrofes que ultrapassem a extrema do prédio confinante (CC. art. 1283), a auto-executoriedade das decisões administrativas. (Aqui sobreleva o interesse público representado pela Administração Pública). Casos de legítima defesa e estado de necessidade (CP, arts. 24-25; CC, 188, 929 e 930). As razões pelas quais são legitimadas essas excepcionais condutas unilaterais, invasoras da esfera de liberdade alheia, são de duas ordens: a) impossibilidade física do Estado-juiz estar presente sempre que um direito esteja sendo violado ou prestes a sê-lo; b) ausência de confiança de cada um no altruísmo alheio, inspirador de uma possível autocomposição. Percebe-se que o Estado tem falhado muito na sua missão pacificadora, que ele tenta realizar através mediante o exercício da jurisdição. Por que? Processo formal- tempo- inimigo da efetividade da função pacificadora. Ideal: pronta solução dos conflitos, tão logo apresentados ao Juiz. Custo: o processo é um instrumento caro (custas, preparos, honorários advocatícios, perícias). Acaba concorrendo para o estreitamento do canal de acesso à justiça através do processo. Essas e outras dificuldades têm conduzido à novas tendências e meios para a solução de conflitos. Trata-se dos meios não adversariais, representados particularmente pela conciliação, mediação e pelo arbitramento. Meios não adversariais de solução de conflitos A arbitragem, embora muito praticada no exterior é praticamente desconhecida no Brasil, quando se trata entre conflitos entre nacionais; Atualmente buscam-se formas não jurisdicionais para a solução dos conflitos (meios não adversariais de pacificação social). O que importa é a pacificação, tornando-se irrelevante que a mesma venha por obra do Estado. Características das vertentes não adversariais 1- Ruptura com o formalismo processual: constitui um fator de celeridade; 2- Gratuidade: preocupação social de levar a justiça a todos; 3- Delegalização: nem sempre as normas legais são capazes de fazer justiça em todos os casos concretos. (margem de liberdade nas soluções não jurisdicionais- juízes de equidade). A equidade adapta a regra a um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Conciliação Visa induzir as próprias pessoas em conflito a ditar uma solução para a sua pendência. O conciliador procura obter uma: Transação entre as partes (mútuas concessões); Submissão de uma à pretensão do outro; Renúncia: desistência da pretensão; Desistência da ação (extinção sem julgamento do mérito. Nas causas em que se tratar de direitos disponíveis, é imprescindível a tentativa de conciliação. Trabalhista: Duas tentativas (CLT, arts. 847 e 850) Código de Processo Civil: atribui ao Juiz o dever de “tentar a qualquer tempo conciliar a partes”(Art. 125, inc. IV). Temos a audiência preliminar- conciliatória; Início da audiência de instrução e julgamento- tentativa; A Conciliação no Novo CPC Art. 319 Inciso VII – Opção pela audiência de conciliação ou mediação. De acordo com o novo CPC, o réu não é mais citado para responder a ação, ele agora é citado para comparecer a uma audiência de conciliação e/ou mediação. Essa audiência só não acontecerá se aquele direito não admitir acordo ou se ambas as partes demonstrarem desinteresse. Assim, agora é requisito deixar claro o interesse ou não pela audiência. A audiência não necessariamente será feita pelo juíz, poderá ser realizada por um conciliador ou mediador. Resposta do Réu O prazo para resposta do réu é de 15 dias. Se houver audiência conciliatória, os 15 dias serão contados à partir do término da audiência. Se não houver audiência conciliatória, os 15 dias serão contados à partir do protocolo do réu pedindo para não ter audiência. Lei dos Juizados Especiais A Lei 9.099/95 é particularmente voltada à conciliação como meio de solução de conflitos. Matéria Criminal: menor potencial ofensivo; São admitidas, a conciliação e a transação penal, para a maior efetividade da pacificação também em matéria penal; Conciliação Pode ser: Extraprocessual (vedada em matéria criminal); Endoprocessual; Estímulo do Conselho Nacional de Justiça: O Estado promoverá sempre que possível a solução consensual de conflitos. Dia Nacional da Conciliação- 8 de dezembro. Atividade final Está disponível no material de apoio texto sobre mediação que deverá ser lido para posterior debate em sala de aula.
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