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Mário Bittencourt - 2016 1 Fundição Docente: Mário Bittencourt Sumário 1. Introdução 2. Vantagens 3. Desvantagens 4. Molde 5. Aquecimento e Vazamento 6. Bibliografia Mário Bittencourt - 2016 2 Fundição é um processo no qual metal fundido flui pela força da gravidade, ou por ação de outra força, 1. Introdução num molde em que ele se solidifica com a forma da cavidade do molde. O termo fundido é aplicado ao componente ou peça obtido por esse processo. 1. Processos de Fundição O processo de fundição aplica-se a vários tipos de metais, tais como aços, ferros fundidos, alumínio, cobre, zinco, magnésio e respectivas ligas. Mário Bittencourt - 2016 3 1. Processos de Fundição Fonte: http://www.fundicaotaiuva.com.br/ 1. Processos de Fundição Fonte: http://www.fundicaotaiuva.com.br/ Mário Bittencourt - 2016 4 1. Processos de Fundição Fonte: http://www.fundicaotaiuva.com.br/ 1. Processos de Fundição Fonte: http://www.fundicaotaiuva.com.br/ Mário Bittencourt - 2016 5 O processo de fundição consiste em vazar (despejar) metal líquido num molde contendo uma cavidade na geometria desejada para a peça final. Os processos podem ser classificados pelo tipo de molde e modelo e/ou pela força ou pressão usada para preencher o molde com o metal líquido. 1. Processos de Fundição O processo de fundição permite obter, de modo econômico, peças de geometria complexa, sua principal vantagem em relação a outros processos. 1. Processos de Fundição Fonte: http://www.fundicaotaiuva.com.br/ Mário Bittencourt - 2016 6 Fundição é um dos processos de fabricação mais antigos, remontando seis mil anos. O princípio da fundição parece simples: fundir o metal > vertê-lo no molde > > deixá-lo resfriar > solidificar. No entanto, existem vários fatores e variáveis que devem ser considerados para resultar numa operação bem sucedida. 1. Introdução 1. Introdução Mário Bittencourt - 2016 7 1. Processos de Fundição 1. Processos de Fundição Mário Bittencourt - 2016 8 1. Processos de Fundição 1. Processos de Fundição Mário Bittencourt - 2016 9 A transformação da fase líquida para a fase sólida é governada pelo processo combinado de nucleação1 e crescimento; 1. NUCLEAÇÃO: “… do ponto de vista microestrutural, é o primeiro processo que acompanha uma transformação de fase. É a formação de partículas muito pequenas (às vezes submicroscópicas), ou núcleos, da nova fase, que são capazes de crescer.” Materials Science and Engineering an Introduction. William D. Callister, John Wiley & Sons Inc., New York,NY,1991. 2. Solidificação À medida que o metal é resfriado até seu ponto de solidificação, um pequeno agrupamento de átomos começa a se arranjar numa estrutura cristalina. 2. Solidificação Mário Bittencourt - 2016 10 Esses pequenos cristais espalhados no meio líquido encontram-se orientados em todas as direções. A medida que a solidificação prossegue, mais cristais se formam a partir do metal líquido circundante. 2. Solidificação Conforme a solidificação continua cada cristal individual cresce formando partículas sólidas denominadas GRÃOS. 2. Solidificação Mário Bittencourt - 2016 11 Cada grão tem alguma fonte de iniciação (núcleo), a partir do qual cresce. Pode ser a parede do molde/substrato (nucleação homogênea), ou a partir de uma partícula sólida em suspensão (nucleação heterogênea). 2. Solidificação NUCLEAÇÃO HOMOGÊNEA - crescimento dos cristais formando GRÃOS a partir da parede do molde. 2. Solidificação Mário Bittencourt - 2016 12 O tamanho, orientação e distribuição de grãos produzidos, podem influenciar: - nas propriedades mecânicas e - qualidade da estrutura solidificada. 3 Tamanho de Grão O tamanho de grão pode ter efeito na integridade da solda no sentido que grãos pequenos são mais resistentes e mais dúcteis que grãos grandes. Se surgir uma trinca, a tendência é que ela se inicie na área onde os grãos são maiores. 3 Tamanho de Grão Mário Bittencourt - 2016 13 Uma série de condições influenciam o TAMANHO DE GRÃO inicial. É importante saber que a taxa de resfriamento e a temperatura têm grande influência na estrutura de grãos recentemente solidificada e no tamanho de grão. 3 Tamanho de Grão O sólido compõe-se de GRÃOS, usualmente em orientações diferentes. O encontro dos cristais entre si é denominado CONTORNO DE GRÃO. 4 Contorno de Grão Mário Bittencourt - 2016 14 Muitos fenômenos singulares que afetam as propriedades mecânicas de uma liga a baixas e a altas temperaturas ocorrem em contornos de grão, onde o ordenamento dos átomos é irregular. 4 Contorno de Grão A difusão dos elementos (o movimento dos átomos individuais) através da rede cristalina do solvente geralmente acontece mais rapidamente nos contornos de grão que em seu interior. A desordem resultante torna mais fácil para átomos grandes segregarem nos contornos de grão. 4 Contorno de Grão Mário Bittencourt - 2016 15 Tais segregações levam frequentemente à formação de fases indesejáveis que afetam adversamente as propriedades do metal como: - redução da ductilidade, - aumento da susceptibilidade à fissuração durante a soldagem ou tratamento térmico. 4 Contorno de Grão Existem muitos vazios ou átomos ausentes nos contornos de grão. Os espaços entre os átomos podem ser maiores que o normal, permitindo que átomos individuais se desloquem com relativa facilidade. Uma das influências do contorno de grão é na resistência dos materiais. 4 Contorno de Grão Mário Bittencourt - 2016 16 Deve ser compreendido que todos os metais se compõem de cristais (grãos). A forma e as características dos cristais são determinadas pelo arranjo de seus átomos e O arranjo atômico de um elemento pode mudar a diferentes temperaturas, sendo que esse arranjo atômico ou a microestrutura determina as PROPRIEDADES DOS METAIS. 5 Estrutura dos Metais 5 Estrutura dos Metais Mário Bittencourt - 2016 17 2. Vantagens A fundição pode ser usada para criar peças com geometrias complexas, incluindo formas externas e internas; 2. Vantagens Alguns processos de fundição são capazes de produzir peças com a forma final: nenhuma operação de manufatura é necessária pra se atingir a geometria e dimensões requeridas pela peça. Mário Bittencourt - 2016 18 Outros processos de fundição alcançam geometrias próximas à final, pra os quais alguma etapa de processamento adicional é requerida (usualmente usinagem) de forma a atingir dimensões e detalhes de exatidão; A fundição pode ser usada para produzir peças de grande porte, como, por exemplo, fundidos com peso superior a 100 t; 2. Vantagens O processo de fundição pode ser aplicado a qualquer metal que possa ser aquecido até o estado líquido; Alguns métodos de fundição são particularmente adequados à produção seriada. 2. Vantagens Mário Bittencourt - 2016 19 Existem diferentes desvantagens para diferentes métodos de fundição. Limitações em propriedades mecânicas (variação do tamanho de grão), Ocorrência de porosidades e microporosidades, Baixa precisão dimensional, Acabamento superficial ruim, Riscos à segurança durante o processamento de metais líquidos quentes e Problemas ambientais. 3. Desvantagens 4. Molde A fundição se inicia pelo molde. O molde contém a cavidade cuja geometria determina a forma da peça fundida. Mário Bittencourt - 2016 20 4. Molde O tamanho e a forma reais da cavidade devem ser ligeiramente maiores, de modo a permitir a contração que ocorre no metal durante a solidificação e resfriamento. Moldes são feitos de uma variedade de materiais, incluindo areia, gesso, cerâmica e metal. Os diversos processos de fundição são geralmente classificados deacordo com esses tipos de moldes. 4. Molde Para efetuar uma operação de fundição, o metal é primeiro aquecido a uma temperatura elevada o suficiente para convertê-lo totalmente ao estado líquido. Ele é então vazado, ou de outra forma direcionado, à cavidade do molde para solidificação. Mário Bittencourt - 2016 21 4. Molde MOLDE ABERTO: é meramente um contêiner com a forma da peça desejada. 4. Molde MOLDE FECHADO: a geometria do molde é mais complexa e requer um sistema de alimentação (caminho) para que o metal preencha a cavidade. Mário Bittencourt - 2016 22 4. Molde Tão logo o metal fundido atinge o molde, ele começa a resfriar. Quando a temperatura cai o suficiente, a solidificação que envolve mudança de fase do metal, tem início. Para completar a mudança de fase, tempo é necessário e calor considerável é removido no processo. É durante essa etapa do processo que o metal assume a forma sólida da cavidade do molde e que muitas das propriedades e características do fundido são estabelecidas. Mário Bittencourt - 2016 23 4. Molde Uma vez que o fundido se resfriou suficientemente, ele é removido do molde. Dependendo do método de fundição e metal empregados, pode ser necessário processamento posterior tais como: - remoção de excesso de metal da peça fundida (rebarbação), - limpeza da superfície, - usinagem, etc Operação de acabamento. 4. Molde Mário Bittencourt - 2016 24 5. Aquecimento do Metal Fornos de aquecimento de diversos tipos são usados para aquecer um metal a uma temperatura suficiente para a fundição. A energia térmica requerida é a soma do calor para aumentar a temperatura até a temperatura de fusão, o calor de fusão para convertê-lo do estado sólido ao líquido, e o calor para que o metal líquido atinja a temperatura adequada ao vazamento. 5.1 Vazamento do Metal Fundido Após a etapa de aquecimento e fusão, o metal está pronto para o vazamento. A introdução do metal fundido no molde, incluindo o seu fluxo por meio do sistema de canais e na cavidade do molde, é uma etapa crítica do processo de fundição. Para que essa etapa seja bem-sucedida, o metal deve atingir todas as regiões do molde antes da solidificação. Mário Bittencourt - 2016 25 5.1 Vazamento do Metal Fundido Fatores que afetam a operação de vazamento incluem temperatura de vazamento, velocidade de vazamento e turbulência. Temperatura de vazamento: É a temperatura do metal fundido no momento em que é introduzido no molde. O que importa aqui é a diferença entre a temperatura no vazamento e a temperatura na qual a solidificação tem início ( a temperatura de fusão para um metal puro ou a temperatura liquidus para uma liga). 5.1 Vazamento do Metal Fundido Temperatura de vazamento: (continuação) Essa diferença de temperatura é algumas vezes referida como o superaquecimento. Esse termo é também empregado para a quantidade de calor que deve ser removida do metal fundido entre o vazamento e o início da solidificação. Mário Bittencourt - 2016 26 5.1 Vazamento do Metal Fundido Taxa de vazamento: Se refere à vazão na qual o metal fundido é vertido no molde. Se a taxa for muito lenta, o metal resfria e para de fluir antes de encher a cavidade. Se a taxa de vazamento for excessiva, turbulência pode se tornar um sério problema. 5.1 Vazamento do Metal Fundido Turbulência: Turbulência em escoamento de fluidos é caracterizada por variações erráticas na magnitude e direção da velocidade do fluido. O fluxo é agitado e irregular ao invés de suave e contido, como no fluxo laminar. Mário Bittencourt - 2016 27 5.1 Vazamento do Metal Fundido Turbulência: Fluxo turbulento deve ser evitado durante o vazamento pois ele tende a acelerar a formação de óxidos metálicos que podem ficar aprisionados durante a solidificação, degradando, assim, a qualidade do fundido. Turbulência também agrava a erosão do molde, o desgaste gradual das superfícies do molde devido ao impacto do fluxo do metal fundido, afetando a geometria da peça fundida. 6) Bibliografia BALDAM, R. L. ; VIEIRA, E. A., Fundição: processos e tecnologias correlatas, 2 ed., São Paulo, SP, Editora Érica, 2015. GROOVER, M. P., Introdução aos processos de fabricação, 1 ed., Rio de Janeiro, RJ, LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 2014. CHIAVERINI, V., Tecnologia mecânica, v.2, 2 ed., São Paulo, SP, Pearson, 1995. CIMM - Centro de Informação Metal Mecânica. Fundição. Disponível em: http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/3675#.V_Ul- I8rLI. Acesso em: 10 de outubro de 2016.
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