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Aula 5 2 Ementa Fase postulatória Defesas do réu

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Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
1/5 
Aula 3 – Ementa: Fase postulatória. Defesas do réu. PARTE 2 
 
1. Introdução. 
 
É com a citação válida que surgem os efeitos do art. 240, CPC/15, assim como aqueles 
oriundos da própria formação do processo, vinculando ao réu os efeitos da relação jurídica 
processual que se forma, art. 312, CPC/15. 
O ônus de oferecer contestação, por petição assinada (capacidade postulatória), no prazo de 
15 (quinze) dias úteis. Seu marco temporal depende das hipóteses do art. 335, incisos I a III do 
CPC/15, podendo o termo inicial ocorrer após o ato conciliatório infrutífero (REGRA GERAL), do 
protocolo da petição de desinteresse na audiência conciliatória ou mediação, ou de acordo com as 
regras específicas de contagem de prazos do art. 231, CPC/15. 
Vale anotar que devem ser respeitados os prazos diferenciados do MP, Fazenda Pública, 
Litisconsortes com advogados distintos em processo físico e Defensoria, respectivamente, arts. 180, 
183, 229, CPC/15 e art. 5°, §5°, Lei 1.060/50. 
A contestação é uma contraposição formal ao direito de ação do autor, estando para o réu na 
mesma medida de importância que a inicial tem para o autor. É na referida peça que se desempenha 
a defesa processual, podendo também o réu contra-atacar, formulando pedido contra na mesma lide, 
no bojo da contestação, no que se conhece como reconvenção. 
A defesa apresentada é classificada como processual e de mérito, a primeira abarcando 
questões puramente processuais, como é o caso das preliminares de mérito do art. 337, CPC/15, que 
têm o condão de impedir ou atrasar o julgamento do mérito, ao passo que a segunda se relaciona ao 
objeto da causa, buscando a improcedência do pleito autoral. 
Da mesma forma, a defesa pode ser classificada como direta e indireta, a primeira se limita a 
contestar os fatos constitutivos do direito autoral e não amplia o objeto litigioso, enquanto a 
segunda alega fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito autoral. Assim, chama-se 
defesa direta aquela que se refere a negação de fato constitutivo do direito do autor. Por sua vez, a 
defesa indireta de mérito se refere a alegação de fato extintivo (ex: prescrição), impeditivo (ex: 
incapacidade do agente) ou modificativo (ex: cumprimento parcial). 
 
 
 
 Dilatória 
 Processual 
 Peremptória 
ESPÉCIES DE DEFESA 
 Direta 
 Mérito 
 Indireta 
 
 
Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
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2. Conteúdo: 
 
Como já exposto, a contestação é o exercício do direito de defesa do réu, possuindo uma 
pretensão: a de que o pedido do autor não seja acolhido, isto é, a pretensão formulada pelo réu na 
contestação é sempre declaratória negativa1. 
Deve ser regida pelos princípios da eventualidade (ou concentração da defesa), como dispõe o 
art. 336, CPC/15 e ônus da impugnação específica, no que se pode observar pelo art. 341, CPC/15, 
em que o réu tem o ônus da impugnar de maneira específica os fatos constitutivos do direito do 
autor, sendo presumidos verdadeiros os não impugnados. 
A contestação deve obedecer 2 (duas) regras: 1) Concentração da defesa (eventualidade); 2) 
Ônus da impugnação especificada, sob pena de sofrer confissão acerca dos fatos não impugnados. 
Resumidamente, toda a matéria de fato e de direito deve ser alegada em sede de contestação, 
observando-se a eventualidade e impugnação específica da matéria. 
 
2.1. A concentração da defesa ou princípio da eventualidade: 
 
Significa que o réu deve formular toda a sua defesa na contestação, de uma só vez, sob pena 
de preclusão. Deve fazê-lo como medida de previsão ad eventum. Excetuam-se as matérias relativas a 
direito superveniente, questões que podem ser conhecidas de ofício pelo Magistrado e matérias que 
podem ser arguidas a qualquer grau de jurisdição por expressa autorização legal (Art. 342, I, II, III, 
CPC/15). 
Após oferecimento da contestação, o réu perde a oportunidade de aduzir novas alegações em 
juízo, ressalvadas as hipóteses do art. 342 do CPC/15. 
O réu pode acumular defesas, assim como pode o Autor cumular pedidos. Dessa maneira, a 
defesa será própria quando o réu apresentar várias defesas contra vários pedidos que lhe foram 
apresentados; será eventual quando requer que seja acolhida uma defesa e na eventualidade de não 
ser acolhida aquela que acolha a outra deduzida na peça. 
 
2.2 Ônus da impugnação especificada: 
 
Significa que o réu deve impugnar cada um dos fatos alegados pelo autor de maneira 
específica e precisa, sob pena de presumir-se (relativamente) verdadeiros os fatos não contestados. 
Por consequência, não se admite que o réu conteste genericamente a peça inicial (contestação por 
negativa geral), aduzindo apenas que os fatos autorais são inverídicos. 
Para o advogado convencional, contestar por negativa geral é o mesmo que não contestar. 
Todavia, o CPC/15 em seu art. 341 permite ao curador especial, advogado dativo ou defensor 
público tal manifestação genérica. 
 
1 RIOS GONÇALVES, Marcus Vinicius. Novo curso de direito processual civil. Vol.03. Saraiva. 9ª 
ed.. 2016, pg 422. 
Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
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2.2. Preliminares de mérito: 
 
Separa o CPC/15 a contestação em dois grupos: i) as defesas relativas ao plano do processo 
(ao exercício da ação) e as defesas relativas ao direito material2. A primeira se concentra nas 
“preliminares de mérito” e diz respeito a alguma imperfeição/irregularidade do processo ou ao 
exercício do direito de ação, culminando na extinção do feito sem sua análise de mérito (art. 485, I, 
IV a VII, CPC/15) quando acolhida pelo Juízo. 
O rol das preliminares está elencado nos incisos do art. 337 do CPC/15, valendo as seguintes 
considerações: Reputam-se conexas ações que forem comuns em seus pedidos ou causa de pedir, 
devendo ser reunidos em único processo para decisão conjunta, art. 55, CPC/15, não acarretando 
extinção do processo, mas prevenção do juízo. É um exemplo de defesa indireta e de natureza 
processual com efeito dilatório3. 
As preliminares de incompetência relativa e convenção de arbitragem são as únicas que não 
podem ser reconhecidas de ofício pelo juízo à luz do art. 337, §5°, CPC/15. 
Litispendência, que significa duas ou mais demandas com idênticas partes, causa de pedir e 
pedidos, no CPC/15 considera como marco temporal o registro ou distribuição da petição inicial 
para caracterização de prevenção do juízo, art. 59, CPC/15. 
A alegação de incompetência absoluta ou relativa implica na suspensão da audiência de 
conciliação ou mediação eventualmente designada, art. 340, §3°, CPC/15, que será novamente 
designada após definida a competência, art. 340, §4°, CPC/15. 
 
3. Defesas processuais: 
 
São aquelas que tem por objeto os requisitos de admissibilidade da causa (condições da ação e 
os pressupostos processuais). Portanto, se relacionam as questões puramente processuais. Assim, a 
formulação de defesa contra a admissibilidade da causa traz ao processo questão preliminar 
(preliminar de mérito – art. 337 do CPC/15), impondo a intimação do autor para apresentar réplica 
na forma do art. 350 do CPC. 
 
3.1. Defesa processual dilatória: É aquela que dilata no tempo o exercício de determinada 
pretensão. Assim, retarda o exame do mérito. Exemplos: nulidade de citação, conexão, 
incompetência relativa. 
 
 
2 SCARPINELA BUENO, Cassio. Manual de Direito Processual Civil. 3ªedição. Saraiva. 2017. pg 
330/331. 
3 GARCIA, GustavoFilipe Barbosa. Manual de Direito Processual Civil. 2ªed., Juspodium, 2020, pg 
472. 
Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
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3.2. Defesa processual peremptória: É aquela que objetiva colocar fim a pretensão do autor. 
Exemplos: coisa julgada, perempção. Segundo Didier a defesa dilatória e a defesa peremptória não 
são exclusivas da defesa processual, pois podem ser aplicadas na defesa de mérito. São exemplos: 
exceção do contrato não cumprido, direito de retenção, pagamento e etc. 
 
4. Defesa de Mérito: 
 
Voltada à defesa do direito material suscitado pelo autor na inicial, podendo ser direta ou 
indireta. Independente o tipo de defesa, certo é que ela sempre busca tornar controvertidos os fatos 
narrados pelo Autor, não devendo fazê-lo por negativa geral, permitida apenas aos defensores, 
curador especial e advogado dativo. 
 
5. Conclusão (ou Pedidos): 
 
O pedido do autor é de natureza substancial, ou seja, se faz no próprio mérito. Já o que pede o 
réu é exatamente o oposto, ou seja, o não acolhimento do pedido do autor, isto é, sua 
improcedência, ademais, o réu não pede, impede! 
Antes de atuar contra os pedidos do autor, deve o réu se manifestar sobre as preliminares 
(caso haja), nesse caso, deverá requerer o acolhimento das preliminares e a extinção do processo sem 
sua resolução. Depois sim, deverá requerer a improcedência dos pedidos autorais (quanto ao 
mérito). Pode, ainda, requerer a condenação do autor ao pagamento das custas e honorários 
sucumbenciais, requerer a produção de provas especificadas. 
 
6. Considerações sobre a peça: 
 
O CPC/15 unifica a defesa do réu, assim, deixou de existir a peça autônoma de impugnação 
ao valor da causa, alegação de incompetência relativa e impugnação a justiça gratuita. Todos estes 
pedidos agora deverão ser formulados dentro da contestação. Houve uma óbvia simplificação. 
A reconvenção será oferecida no bojo da contestação. Não há necessidade de peça separada. 
Nesse caso, será uma nova demanda, devendo trazer valor da causa e recolhimento de custas. 
O código deixa claro que cabe ao réu alegar existência de convenção de arbitragem. Se não 
alegar, é como se tivesse renunciado a convenção de arbitragem. O silencio do Réu é tratado como 
distrato. 
Sobre a alegação de ilegitimidade do Réu. Duas grandes novidades. Três regras novas: O 
código cria o direito de substituição do réu. 
 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o 
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em quinze 
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
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Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e 
honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e 
cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do 
art. 85, § 8º. 
 
O dispositivo substitui a nomeação à autoria. 
 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito 
passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob 
pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta da indicação. 
§ 1º Aceita a indicação pelo autor, este, no prazo de quinze dias, procederá à 
alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, 
o parágrafo único do art. 338. 
 
O dispositivo concede o direito ao autor de ampliar o polo passivo. 
 
§ 2º No prazo de quinze dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial 
para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
 
7. Reconvenção: 
 
A reconvenção é apresentada dentro da contestação (mesma peça). Nesta, o réu terá que 
diferenciar o que é reconvenção e o que é contestação. Uma peça com dois pedaços (um da 
contestação e uma da reconvenção). Esclarecimento de que contestação e reconvenção são 
independentes. Ou seja, que o sujeito pode contestar sem reconvir ou reconvir sem contestar. 
O código deixar claro que o réu pode ser juntar a um terceiro para reconvir contra o autor, ou 
seja, o polo ativo da reconvenção pode ser réu e terceiro e o polo passivo da reconvenção pode ser 
autor e um terceiro. Em outras palavras, tanto se admite o litisconsórcio ativo na reconvenção entre 
réu e um terceiro como se admite um litisconsórcio passivo na reconvenção entre autor e um 
terceiro. Não é possível, contudo, que o réu reconvenha somente contra um terceiro. Essa 
alteração/ampliação subjetiva que a reconvenção pode implicar só será admitida se este 
litisconsórcio, ou for unitário (sempre), ou sendo simples, houver conexão. 
Assim, a reconvenção, no novo CPC/15, viabiliza a intervenção de terceiros. Uma 
curiosidade, o antigo artigo 315, p.ú., CPC/73 agora corresponde ao artigo 343, § 5º, CPC/15. 
Nesse particular, ninguém entendia o sentido do dispositivo do CPC/73, sendo Barbosa Moreira à 
época o referencial, pois sua interpretação nos dizia que: aonde se lê: “quando este demandar em 
nome de outrem” deveria constar: “quando este se tratar de substituto processual”. Tal 
entendimento foi formalizado pelo CPC/15, possibilitando essa redação o desenvolvimento da 
reconvenção nas ações coletivas.

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