Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
117 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Unidade III 7 EXAME DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 7.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema circulatório, é responsável por bombear o sangue arterial (rico em oxigênio) proveniente dos pulmões para todo o corpo e direcionar o sangue venoso (desoxigenado) até o coração. Esse ciclo se refaz para garantir o bom funcionamento da circulação arterial e venosa. O sistema circulatório é composto por coração e vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e as suas funções são: transportar os gases resultantes da respiração e necessários para a respiração celular; transportar nutrientes e substâncias resultantes do metabolismo; transportar elementos do sistema imunitário. Observação O funcionamento adequado do sistema circulatório depende do sistema respiratório; logo, é fundamental o entendimento de tal interação. • Coração: órgão muscular oco, localizado na parte central da caixa torácica, que mede aproximadamente 12 centímetros de comprimento e 9 centímetros de largura, com peso médio 250 a 300 gramas no adulto. É formado por um músculo extremamente resistente, o miocárdio, e sua parte interna dividida em quatro câmaras cardíacas, sendo dois átrios e dois ventrículos. Entre cada átrio e ventrículo existem as válvulas (válvulas atrioventricular direita e esquerda), que impedem o refluxo do sangue de uma câmara para a outra. • Artérias: os vasos sanguíneos carregam o sangue a partir dos ventrículos do coração para todas as partes corpo, e durante esse trajeto as artérias vão ramificando e seus calibres se tornam cada vez mais finos à medida que vão adentrando nos órgãos. • Veias: vasos sanguíneos lisos, com paredes menos resistentes, cuja finalidade é levar o sangue de volta ao coração. Essas estruturas possuem válvulas que impedem o retorno do sangue, evitando que a circulação seja interrompida ou obstruída. 7.1.1 Exame periférico No exame físico da circulação periférica, é possível avaliar, inspecionar e palpar os tecidos periféricos e, com exames complementares (laboratoriais/imagem), analisar a integridade dos vasos sanguíneos. A seguir é descrito o procedimento: 118 Unidade III Inspeção A inspeção se dá pela comparação dos membros que estão sendo avaliados. Deve-se observar a presença de anormalidades na pele, assimetrias, alterações no tecido subcutâneo, camada muscular e coloração dos membros superiores e membros inferiores bilateralmente. Palpação • Temperatura: palpar cuidadosamente as extremidades das mãos e dos pés bilateralmente. Alterações da temperatura nessas extremidades podem indicar distúrbios circulatórios. • Edema: pressionar a região dos membros inferiores por cerca de 10 segundos e perceber se há: a presença de edema com cacifo, bem característico de sobrecarga de volume na circulação, por conta da retenção de líquidos; ou presença de edema sem cacifo, que se dá em casos de obstrução venosa local. • Avaliação da elasticidade da pele: pinçar com o polegar e o indicador uma prega da pele, incluindo o tecido subcutâneo. Em situações de normalidade a prega se desfaz rapidamente, mas se desfazer lentamente indica sinal de desidratação. • Enchimento capilar: comprimir a pele em uma área suspeita de acometimento vascular e, ao retirar a compressão, contar o tempo que a pele leva para recuperar a coloração normal. Esse retorno deve ocorrer em até 5 segundos. Palpação das artérias • Artéria carótida comum: palpar a artéria carótida comum na região anterior do músculo esternocleidomastóideo e pressionar na direção caudal. Realizar o procedimento bilateralmente para comparar frequência, ritmo, amplitude e regularidade dos pulsos. • Artéria subclávia: é palpável acima do terço médio da clavícula, com o examinador posicionado anteriormente ou posteriormente ao paciente/voluntário. • Artéria axilar: palpar o vértice da região axilar, com o ombro em abdução 90°. O pulso pode ser avaliado com os dedos no cavado axilar. • Artéria braquial: é palpada na direção da superfície medial do terço médio do braço entre o compartimento muscular anterior e posterior. • Artéria radial: é palpada no terço distal do antebraço anteriormente entre os tendões do músculo abdutor (lateralmente) longo do polegar e do músculo flexor ulnar do carpo (medialmente). • Artéria ulnar: é palpada no terço distal do antebraço anteriormente na altura do processo estiloide ulnar. 119 AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Artéria femoral: palpar ao nível do trígono femoral no ponto médio entre a sínfise púbica e a espinha ilíaca ântero-superior. • Artéria tibial posterior: palpar posteriormente ao maléolo medial. 7.1.2 Pressão arterial A mensuração dos níveis de pressão arterial (PA) é realizada por um método indireto com técnica auscultatória, muito confiável e utilizada na prática clínica no dia a dia para aferição da PA. Ela é resultante do funcionamento da bomba cardíaca ventricular esquerda bem como da resistência vascular periférica. É descrita como pressão arterial sistólica (PAS), que reflete a pressão arterial máxima de sangue durante a sístole ventricular e de pressão arterial diastólica (PAD), que reflete a pressão arterial mínima durante a diástole ventricular (enchimento dos ventrículos). Alguns dispositivos são necessários para que o procedimento técnico e manual seja realizado de maneira correta, entre eles o esfigmomanômetro e o estetoscópio, equipamentos essenciais e utilizáveis para o manejo adequado dos níveis de PA. Durante a mensuração da PA, um manguito, é aplicado e insuflado na parte superior do braço. Essa insuflação deve ser o suficiente para assegurar que a artéria braquial seja completamente ocluída e, em sequência, o diafragma do estetoscópio é colocado sobre a artéria braquial na altura da fossa cubital. Nesse ponto, ainda não devem ser auscultados ruídos durante a ausculta. Em seguida, a pressão do manguito deve ser reduzida gradualmente por meio de uma válvula de controle em que a pressão na artéria esteja apenas acima da pressão do manguito. Em seguida, uma pequena quantidade de sangue pode passar através do antebraço durante a sístole, caracterizando os ruídos pulsantes. Durante a desinsuflação do manguito diversos ruídos podem ser auscultados, os denominados sons de Korotkoff, determinantes e audíveis na PAS e na PAD, que são representativos das oscilações na parede arterial durante o impulso do sangue no ciclo cardíaco. Os respectivos sons de Korotkoff são compostos por fases: • Fase 1: os ruídos se assemelham a batimentos que começam gradualmente e aumentam de intensidade. Esses ruídos surgem como resultado das paredes dos vasos batendo umas contra as outras durante a diástole. O início dos ruídos dessa fase é equivalente à pressão máxima na artéria, ou seja, a pressão sanguínea sistólica. • Fase 2: os ruídos se tornam mais suaves e longos, sendo considerados como um som agudo devido à turbulência do fluxo sanguíneo. • Fase 3: os ruídos ficam mais claros e se tornam novamente firmes e altos. • Fase 4: os ruídos vão gradualmente silenciando, pois a pressão na artéria braquial tornou-se tão baixa que as paredes da artéria não se tocam mais durante a diástole. 120 Unidade III • Fase 5: os ruídos desaparecem logo que a artéria é menos comprimida do que a pressão mínima (diastólica) no vaso sanguíneo, caracterizado como fase de silêncio. 7.2 Frequência cardíaca A frequência cardíaca (FC) é descrita pelo número de contrações que o coração realiza por minuto, os batimentos cardíacos, que podem ser contados manualmente em qualquer lugar do corpo em que haja pulsação arterial, sendo as artérias radial e a carotídea as mais utilizadas para o manejo desse procedimento. 7.2.1 Medição no pulso radial Utilizar um cronômetro para monitorar os segundos/minutos durante a contagem da frequência radial e seguir os respectivos passos: • Palpar a artéria radial e procurar sentir o pulso. • Evitar usar o polegar, pois ele possui seu próprio pulso.• Contar o pulso radial durante 60 segundos (1 minuto completo). • Durante a contagem, observar a frequência de pulso que pode estar mais forte ou filiforme (fraca/anormal). • Após 60 segundos, anotar frequência, data, hora e ritmo da pulsação do membro onde foi avaliado. 7.2.2 Medição no pulso carotídeo Utilizar um cronômetro para monitorar os segundos/minutos durante a contagem do pulso carotídeo: • Com os dedos médios e indicador, palpar a artéria carotídea de um dos lados do pescoço. • Contar o pulso carotídeo durante 60 segundos (1 minuto completo). • Durante a contagem, observar a frequência de pulso, que pode estar mais forte ou filiforme (fraca/anormal). • Após 60 segundos, anotar frequência, data, hora e ritmo do pulso. 7.3 Aspectos gerais 7.3.1 Teste ergométrico O teste ergométrico é considerado um teste de esforço, como se denota pela própria etimologia da palavra, do grego ergon, trabalho, e metron, medida. 121 AVALIAÇÃO FUNCIONAL O teste consiste basicamente na realização de um protocolo de esforço que pode ocorrer na esteira rolante ou na bicicleta ergométrica, por exemplo, onde o paciente é monitorado o tempo todo. Durante a realização do teste, são avaliados elementos como pressão arterial, frequência cardíaca e eletrocardiograma. Além disso, é utilizada uma escala de esforço chamada de escala de Borg, baseada na resposta que o paciente fornece ao questionamento sobre seu estado de fadiga, sendo: 6, 7 e 8 Muito fácil 9 e 10 Fácil 19 e 20 Exaustivo 11 e 12 Relativamente fácil 17 e 18 Muito cansativo 13 e 14 Ligeiramente cansativo 15 e 16 Cansativo Figura 46 – Valores e relações da escala de Borg A escala pode ainda ser baseada em uma modificação que facilita a resposta do paciente, como a figura a seguir. 0 Nenhuma 0,5 Muito, muito leve 1 Muito leve 2 Leve 3 Moderada 4 Pouco intensa 5 Intensa 6 7 Muito intensa 8 9 Muito, muito intensa 10 Máxima Figura 47 – Escala de Borg modificada A primeira escala consiste em uma aproximação com os batimentos cardíacos esperados durante a atividade física, em que 6 representa o repouso em 60 bpm e 20, o esforço máximo em 200 bpm. Para que o teste ocorra de forma segura, é preciso seguir alguns protocolos, como: • Procedimentos pré-teste: — Anamnese. — Exame físico. 122 Unidade III — Preparo da pele. — Aplicação dos eletrodos. — Escolha do aparelho e do protocolo. • Procedimento durante o teste: — Adaptação do indivíduo ao ergômetro. — Observação contínua do traçado ECG. — Anotações da FC e PA. — Interrupção do teste/Parada do ergômetro. • Procedimento pós-teste: — Parada gradual. — Sinais e sintomas. — Registros da FC e PA. — Liberação do indivíduo. Ao analisar o ECG, é preciso entender alguns aspectos quanto ao traçado: Duração (fração de um segundo) Amplitude (milivolts) Figura 48 – Aspectos do traçado do ECG: duração, medida em fração de segundos; amplitude, medida em milivolts (mV) Para a interpretação do teste, os resultados devem ser comparados ao padrão para a idade e a condição do paciente, em que a interpretação do eletrocardiograma é fundamental, sendo: • Onda P: inicia com a primeira deflexão ascendente a partir da linha de base e termina com o retorno à linha de base. A medida normal da onda P é menor do que 0,11 segundos em extensão ou não passa de três quadrados. 123 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Figura 49 – Onda P notada por uma pequena alteração • Onda T: apresenta a onda de repolarização. Onda T Figura 50 – Onda T • Complexo QRS: o intervalo QRS é a medida da primeira deflexão do complexo QRS a partir da linha de base, se negativa ou positiva, para o retorno final do QRS à linha de base. O intervalo QRS deve ser menor do que 0,10 segundos ou dois quadrados e meio. Complexo QRS Figura 51 – Complexo QRS 124 Unidade III • Intervalo PR: é a medida da primeira deflexão ascendente da onda P até a primeira deflexão do complexo QRS a partir da linha de base, se negativa (Q) se positiva (R); é o intervalo entre o começo da contração atrial até o início da contração ventricular. O intervalo PR normal varia de 0,12 a 0,20 segundos, ou três a cinco quadrados. • Intervalo QT: é medido a partir do início do complexo QRS ao final da onda T até a linha de base. O intervalo QT dura de 0,30 a 0,44 segundos. • Segmento ST: inicia do retorno do QRS à linha de base até a primeira deflexão ascendente ou descendente da onda T. Enquanto a duração do segmento ST não contém, geralmente, significado clínico, é muito importante no ECG por causa do deslocamento para cima ou para baixo da linha de base. Intervalo QT Segmento ST Segmento PROnda P Onda T Complexo QRS Intervalo QRS Intervalo PR Figura 52 – Análise para memorização 8 AVALIAÇÃO POSTURAL A postura que adotamos durante o dia sempre foi objeto de muitos estudos e também responsável por diferentes condições patológicas no decorrer da vida. Com a evolução da tecnologia, diferentes métodos para a avaliação da postura vêm surgindo, facilitando cada vez mais para os profissionais da área da saúde realizarem as suas avaliações. Saber avaliar a postura é fundamental para todos os fisioterapeutas, no entanto, não basta saber os métodos clássicos ou tecnológicos, deve-se compreender em sua totalidade o que realmente é a postura e quais fatores a influenciam, para que a relação clínica e as avaliações sejam realizadas de forma correta. Para saber quais elementos influenciam a postura, é importante a auto-observação para levantar alguns questionamentos: • Por que nós conseguimos nos manter em pé? 125 AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Meu corpo se mantém firme? • Sinto fadiga ao me manter nesta posição? • Sinto alguma dor? • Por quanto tempo consigo me manter assim? Observação Antes de avaliar a postura, é fundamental que seja realizada a anamnese para entender os fatores que a influenciam. Antes de compreender quais são os métodos de avaliação da postura e como eles são realizados, é preciso levantar também outras questões: • O que é postura? • Quais elementos e sistemas compõem a postura? • Qual é a função da postura no corpo humano? • Qual é a função da postura no dia a dia? • A postura pode se alterar durante a vida? • Como ocorre o desenvolvimento da postura? • Existe relação entre a postura e determinadas condições patológicas? • Existe uma postura adequada? • Quais são as alterações posturais? • Quais são as limitações das avaliações estáticas? • Como é possível realizar a avaliação dinâmica e/ou funcional? Ao longo da evolução da humanidade, segundo alguns teóricos, a postura se transformou e acompanhou evolução do ser humano. De modo similar, podemos relacionar a postura também como o desenvolvimento do próprio ser humano, durante as diferentes fases da vida. Compreender cada aquisição postural é também de grande valia. 126 Unidade III Saiba mais Para saber mais sobre a postura e sua avaliação em todas as fases da vida, leia o artigo a seguir: BACK, C. M. Z. Fisioterapia na escola: avaliação postural. Fisioterapia Brasil, v. 10, n. 2, p. 72-77, 2017. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/ index.php/fisioterapiabrasil/article/view/1505/2615. Acesso em: 6 maio 2020. Postura é uma palavra de etimologia oriunda do latim, potura.ae, que significa posição, lugar. Logo, a postura pode ser entendida como o posicionamento que o corpo humano assume frente ao espaço. A postura pode variar, sendo: em pé (posição anatômica); sentada; deitada; em posição de gato (quatro apoios); ajoelhada; e posições esportivas, como em katas, em práticas de luta, postura da esgrima ou postura no tênis. A postura pode ser associada a condições que garantem segurança ao indivíduo, independentemente de ser padrão ou não. PosturaEnfrentar a gravidade Sustentar longos períodos Evitar sobrecargas Proteção articular Figura 53 – Definições para postura Assim, fica claro que, durante a avaliação do paciente, é preciso analisar qual postura seráavaliada, uma vez que esta pode influenciar em rendimentos de trabalho, prática esportiva ou vida cotidiana. De todo modo, todos os diferentes tipos de postura, além da sentada ou em pé, acabam por ser menos praticada durante o dia a dia. Assim, a primeira linha de estudo é a postura dos indivíduos em pé contra a gravidade. Entendemos, assim, que a postura está além da posição em pé. Podemos definir postura como manter-se em uma posição contra a gravidade, com proteção articular e menor gasto energético por um longo período de forma equilibrada. 127 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Embora seja possível permanecer em uma determinada postura de forma voluntária e consciente, durante o dia a dia é habitual que a postura seja organizada pelo controle motor, sem que nos atentemos aos pequenos detalhes. Assim como a marcha, a postura acaba sendo controlada de forma quase automática. 8.1 Sistemas e postura Muitos são os sistemas que influenciam na postura, como o ósseo, articular, muscular e neural. 8.1.1 Sistema ósseo No sistema ósseo, por exemplo, o tecido ósseo é fundamental, já que para toda e qualquer postura é necessário um arcabouço de sustentação íntegro. Além disso, durante o desenvolvimento da pessoa, desde infância até a vida adulta, diferentes tensões são impostas sobre o sistema ósseo, pincipalmente cargas compressivas e de tração, influenciando diretamente no crescimento. Segundo a lei de Wolff, o tecido ósseo se remodela frente aos estímulos e linhas de tensões, as cargas compressivas favorecem a osteogênese e as cargas de tração favorecem a reabsorção do tecido ósseo. É possível que estímulos incorretos influenciem diretamente em um crescimento inadequado, podendo ou não alterar a postura final. No caso de uma lesão grave, traumática ou não, o crescimento ósseo pode se comprometer e assim afetar a postura final do indivíduo. Em uma condição patológica, chamada de epifisiólise, caso o tratamento não seja realizado rapidamente, o crescimento final do fêmur e mesmo do acetábulo pode ser comprometido, fazendo com que um membro inferior se desenvolva menos que o outro. Em subluxações ou mesmo luxações graves na infância, o mesmo comprometimento pode ocorrer. Outra condição óssea que pode desenvolver comprometimentos para a postura é a má formação congênita, que pode, por exemplo, alterar a formação de algumas vértebras, aumentando ou reduzindo algumas curvaturas. A má formação durante o desenvolvimento, principalmente no corpo vertebral, pode também influenciar na postura final. Um exemplo dessa alteração é o desenvolvimento da doença de Scheuermann, também conhecida como a cifose do adolescente, uma necrose avascular do núcleo de crescimento da região anterior do corpo da vértebra, resultando em um dorso curvo juvenil, osteoartrite juvenil, dorso arredondado e proeminência abdominal, alterando as demais curvaturas. Sendo assim, a avaliação postural e a percepção topográfica dos acidentes ósseos, assim como a utilização de diagnósticos por imagem, devem certamente ser um complemento. São ainda funções do sistema ósseo a maturação de células sanguíneas, a regulação de íons de cálcio e a proteção dos órgãos vitais (crânio e caixa torácica). 128 Unidade III 8.1.2 Sistema articular A articulação é a junção de dois ou mais ossos, que permite ou não a movimentação. Funcionalmente, as articulações dividem-se em: sinartrose, anfiartrose e diartrose. Segundo o tecido, as articulações dividem-se em: fibrosa, fibrocartilaginosa e sinovial. As articulações que mais podem influenciar na alteração postural são as fibrocartilaginosas (disco intervertebral) e as sinoviais (membros superiores, inferiores, entre outras). A superfície óssea articular é a principal estrutura articular que permite os diferentes graus de liberdade de movimento em articulações sinoviais. É preciso que as articulações estejam com um alinhamento padrão e consideradas dentro da margem de normalidade para que seja possível manter uma postura adequada. Alterações patológicas, como uma osteoartrose de joelho unilateral, são capaz, de degenerar a articulação, causando deformações que influenciam diretamente na postura. Ligamento cruzado posterior Côndilo lateral do fêmur Ligamento cruzado anterior Ligamento colateral fibular Menisco lateral Côndilo lateral da tíbia Cabeça da fíbula Côndilo medial do fêmur Ligamento colateral tibial Menisco medial Côndilo medial da tíbia Ligamento transverso do joelho Tuberosidade da tíbia Figura 54 – Estruturas e alinhamento do joelho As alterações articulares podem ser congênitas ou mesmo adquiridas. A escoliose, por exemplo, é das patologias que afetam a articulação intervertebral e altera drasticamente a coluna vertebral. 8.1.3 Sistema muscular Os músculos complementam o sistema ósseo e articular, gerando o movimento. Durante o desenvolvimento, e mesmo durante o dia a dia, é possível que algumas alterações por retração muscular possam alterar de forma drástica a postura, mesmo sem alteração estrutural. Um grande exemplo disso é a postura escoliótica, que em uma análise visual demonstra as mesmas alterações da escoliose, porém sem nenhum comprometimento vertebral e costal subsequente, ou seja, não existe alteração disfuncional articular. 129 AVALIAÇÃO FUNCIONAL A contração inadequada de um músculo ou grupo muscular a longo prazo, seja por condição patológica central ou não, pode alterar a estrutura articular, gerando deformidades, assim como na escoliose por condição neurológica (sendo um fator complementar, e não único). O corpo humano necessita de um adequado equilíbrio biomecânico, no qual a contração muscular possui proporção entre: agonistas e antagonistas; estabilizadores; fixadores; grupos anteriores e posteriores; e grupos latero-laterais. Quando o equilíbrio é perdido, ocorre um comprometimento que pode alterar a postura de forma estática ou dinâmica. As alterações musculares, quando não por comprometimento neurológico grave, são condições mais fáceis de serem identificadas e tratadas. M. subescapular M. coracobraquial M. redondo maior M. latíssimo do dorso M. peitoral maior M. bíceps braquial M. deltoide M. bíceps braquial Cabeça longa Cabeça curta Figura 55 – Grupos musculares e topografia postural Saiba mais Para saber mais sobre a relação entre a ativação muscular e a alteração postural, leia o artigo a seguir: YI, L. C.; GUEDES, Z. C. F.; VIEIRA, M. M. Relação da postura corporal com a disfunção da articulação temporomandibular: hiperatividade dos músculos da mastigação. Fisioterapia Brasil, v. 4, n. 5, 2019. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/ viewFile/3048/4835. Acesso em: 7 maio 2020. 8.1.4 Sistema neural É provável que o maior dos vilões para as condições de alteração postural seja o sistema neural. Toda e qualquer contração que ocorra no corpo humano é oriunda de um desejo voluntário ou não do sistema nervoso central que viaja por impulso elétrico até o sistema nervoso periférico e alcança a junção neuromuscular. 130 Unidade III Para que ocorra a contração muscular, deve ocorrer o seguinte procedimento: • Desejo da contração. • Organização encefálica da contração. • Início do potencial elétrico nos motoneurônios primários. • Potencial de ação viaja pelos motoneurônios. • Potencial de ação chega à junção neuromuscular. • Botão pré-sináptico. • Liberação de acetilcolina. • Acetilcolina é recebida pelos receptores acetilcolinérgicos. • Abertura dos canais de sódio e potássio. • Início da despolarização. • Potencial de ação gerado. • Potencial de ação se propaga até o retículo endoplasmático. • Liberação de cálcio pelo retículo. • Cálcio chega ao complexo troponina-tropomiosina. • Complexo é movido e expõe o sítio de ligação entre a actina e a miosina. • Actina e miosina se ligam. • Encurtamento do sarcômero. • Chegada do ATP. • Hidrólise do ATP em ADP + P orgânico. • Liberação daactina e miosina. • Período refratário absoluto (não é possível outra despolarização). 131 AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Período refratário relativo (impulsos elevados podem levar à despolarização). • Hiperpolarização. • Repolarização. Sendo o sistema neural o responsável por orientar a ação muscular e o músculo capaz de alterar o posicionamento e as cargas articulares e ósseas, ele pode promover graves e drásticas alterações posturais. É importante notar que a grande maioria dos tecidos do corpo humano é constantemente moldada pelas linhas de tensão impostas sobre eles. O colágeno tem a função de fornecer flexibilidade de resistência a cargas mecânicas de tração, enquanto o cálcio, por outro lado, fornece ao tecido ósseo rigidez e capacidade de resistir a cargas mecânicas compressivas. Neste contexto se baseia a lei de Wolff, quando é entendido que um determinado tecido ósseo pode se modelar frente às tensões impostas sobre eles. Dessa forma, durante o desenvolvimento humano, tensões impostas de forma inadequada podem gerar prejuízos futuros. Portanto, a partir da fisioterapia, a realização de tensões corretas pode, a longo prazo, auxiliar no retorno ao estado de normalidade e na recuperação. Imagine que um fêmur que não exerce tensão contra o acetábulo durante a infância pode prejudicar o desenvolvimento de uma fossa profunda, por exemplo. Conclui-se, portanto, que a postura é uma grande interação entre os elementos e os sistemas do corpo humano. Mesmo que um desses elementos possa ser mais grave, todos eles estão relacionados entre si de forma indireta e devem receber atenção durante o tratamento e a avaliação. 8.2 Função da postura Movimentar-se é viver e, por muito tempo, foi o motivo pelo qual a espécie humana pôde sobreviver, pois era preciso se movimentar para comer, caçar, fugir, atravessar grandes distâncias e migrar de um lugar para outro. Subir em árvores era quase obrigatório para obter alimentos, assim como nadar e pescar. Para que seus objetivos fossem alcançados, o ser humano deveria poder andar, saltar, nadar e escalar. Todas essas ações foram e ainda são possíveis graças a posturas que nos permitam enfrentar a gravidade de forma única e organizada, ou seja, é preciso estar em pé, ereto e estável para realizar tais tarefas. A postura permite que o ser humano desenvolva tarefas livremente com os membros superiores e/ou inferiores. Hoje, a vida cotidiana é muito diferente daquela de séculos atrás. Passamos cada vez menos tempo em pé e executamos mais tarefas sentados, mesmo do ponto de vista profissional. Grande parte dos deslocamentos ocorrem por meio de veículos, então a postura sentada é a mais comum de se ver. Desde o desenvolvimento na fase embrionária até o processo de envelhecimento, a postura sofre diferentes alterações e adaptações. Durante a vida embrionária, a curvatura predominante no desenvolvimento da coluna vertebral é a cifose. 132 Unidade III Figura 56 – Postura do bebê no útero Assim que ocorre o nascimento, o bebê inicia uma dura batalha contra a gravidade, porém, simultaneamente, seu corpo ganha espaço para expansão. Agora os movimentos podem ser realizados de forma mais livre e logo a coluna é estimulada a um envolvimento de diferentes curvaturas. O controle da cervical estimula o movimento de ombros, que proporciona a possibilidade de controle da cintura escapular, incentivando os movimentos de tronco, quadril e, assim, dos membros inferiores. A posição sentada, desenvolvimento alcançado geralmente aos seis meses de idade, permite um enorme grau de liberdade para os movimentos com os membros superiores, pincipalmente a condição de enfrentar a ação da gravidade imposta sobre a coluna vertebral em uma carga compressiva axial. Esse fato desencadeia uma série de alterações na coluna vertebral, intensificado pelos padrões de engatinhar, ficar em pé e finalmente realizar a marcha. Ao adquirir a postura sentada, a constante carga compressiva que a gravidade exerce no corpo estimula mudanças na coluna vertebral (um dos principais elementos para a postura), originando as curvaturas fisiológicas. Se estaticamente a posição sentada possui tais benefícios, engatinhar, rolar e andar permitem que a postura seja desenvolvida de forma dinâmica. No desenvolvimento do controle motor, alguns sinais de evolução e amadurecimento são: • Pegar objetos com a mão oposta. • Pegar com o braço direito objetos à esquerda da linha mediana do corpo. • Pegar objetos acima da linha dos olhos. • Pegar objetos acima da linha dos olhos com o braço oposto. • Pegar objetos acima da linha dos olhos com o braço oposto e com o antebraço supinado. 133 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Para que todas essas evoluções possam ocorrer, o bebê deve estar sentado ou em pé para conseguir manter a postura ereta com o tronco fixo, permitindo movimentação livre das extremidades. Isso demonstra como a postura é estimulada desde o início da maturação do controle motor. Existem estudos que têm como foco entender como a postura da criança no dia a dia influencia em sua capacidade de exercer tarefas esportivas e recreativas, ou mesmo que mostram que manter o equilíbrio possui ligação direta com a cognição. Tais pesquisas visam compreender se alguma disfunção de equilíbrio e postura, assim como coordenação motora, pode ter relação direta com o desenvolvimento cognitivo. A essa área se dá o nome de psicomotricidade. Saiba mais O Brasil possui uma importante sociedade de psicomotricidade, a Associação Brasileira de Psicomotricidade. Para saber mais, acesse o site: www.psicomotricidade.com.br A linguagem corporal é um elemento que deve ser levado em consideração durante a avaliação da postura pelo profissional. Porém, não deve ser um fator decisivo único, mas sim acrescido aos diferentes exames, uma vez que a postura é uma somatória de elementos e que deve ser entendida em sua totalidade. Ao julgar, diagnosticar e tratar condições intelectuais, cognitivas e sentimentais com terapia corporal, é preciso adotar uma abordagem multidisciplinar. É importante lembrar que as pessoas têm diferentes personalidades, podem ser introspectivas, extrovertidas, tímidas, entre outras. Em muitos momentos, os sentimentos nos levam a adotar determinadas posturas. Os aspectos emocionais, cognitivos, psicomotores, psicológicos e sentimentais devem ser levados em consideração durante o estudo e a avaliação postural. Todos eles devem ser organizados segundo aspectos multiprofissionais, em que cada elemento que constitui a postura deve ter um peso específico dentro da avaliação. Lembrete No momento da avaliação, explorar os aspectos psicológicos pode ser de grande valia, já que a psicologia e a psiquiatria são aliadas da área da saúde. 134 Unidade III Saiba mais Para saber mais sobre como a linguagem corporal pode influenciar na postura, acesse o site a seguir: YOUR BODY language may shape who you are. TED por Amy Cuddy. [s.l.], 2012. 1 vídeo (21 min.). Disponível em: https://www.ted.com/talks/amy_ cuddy_your_body_language_may_shape_who_you_are?language=pt- BR. Acesso em: 11 maio 2020. Cada vez mais os estudiosos questionam o termo postura adequada ou postura padrão, o que coloca em dúvida os métodos, o tratamento e avaliação postural. Se existe uma postura correta, teoricamente todos que a possuem não terão prejuízos, ou ao menos terão uma grande redução nas probabilidades de desenvolverem lesões musculoesqueléticas. Se analisarmos que durante o dia a dia de cada indivíduo a postura adotada se relaciona com muitos fatores, inclusive com atividades laborais, buscar uma postura adequada deve levar em consideração todas as funções que a pessoa realiza, sejam elas esportivas, recreativas ou profissionais. Assim, é preciso realizar uma minuciosa avaliação em todos os sentidos da vida da pessoa, por meio de análises biomecânicas, para entender como se manter corretamente contra a gravidade sem obter prejuízos. A postura correta pode não ser um padrão paratodos, mas sim uma forma que cada corpo encontra para o momento que vive. A seguir estão alguns exemplos de diferentes posturas adquiridas nos mais diversos contextos. Figura 57 – Posturas adquiridas durante o trabalho As pessoas ficam constantemente apoiadas, sentadas em diferentes locais, como sofás, cadeiras de escritório ou cadeiras convencionais. Uma postura estática deve possuir musculatura para manter-se por um longo período na mesma posição. 135 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Figura 58 – Pessoas realizando trabalho de construção civil Os trabalhadores da figura anterior devem buscar uma postura correta, porém o dia a dia acaba estimulando uma prática diária de posturas que acaba gerando sobrecargas excessivas. O contexto, portanto, deve ser levado em consideração durante a avaliação. Figura 59 – Postura de uma dançarina A postura de uma bailarina ou de uma dançarina profissional de forma estática e padrão não contempla tudo o que ela deve executar durante horas de práticas no seu dia a dia. Portanto, é preciso levar em consideração esses elementos. 136 Unidade III 8.3 Alterações posturais Muitas são as alterações posturais existentes se a base de comparação for a de um indivíduo padrão, porém nem todas elas retratam uma condição de disfunção musculoesquelética grave ou que possa trazer prejuízo à vida do indivíduo. As alterações da curvatura fisiológica podem ocorrer por: aumento da curva (hipercifose e hiperlordose); redução da curva (hipocifose, hipolordose e retificação); desvio inadequado da curva (comum em casos de escoliose); e desvio lateral de uma curva que deveria ser apenas em um plano. Há casos também em que ocorrem alterações de topografia. Ao analisar as superfícies anatômicas, por exemplo, percebem-se alterações nas alturas, nos relevos e nas proeminências. Elas podem estar relacionadas a diversos fatores, como: • Tensão excessiva. • Alterações ósseas. • Lesões. • Alteração de pele. • Posicionamento. • Postura antálgica. Avaliar a postura é um procedimento fundamental para o profissional da área e deve ser realizado tanto de forma estática quanto de forma dinâmica. Houve uma grande evolução na avaliação da postura de forma estática, já que os recursos tecnológicos existentes antes favoreciam essa modalidade de avaliação. Tempos atrás era difícil realizar uma filmagem de boa qualidade, não apenas por conta da câmera, mas também dos aplicativos e softwares que devem realizar correlações entre marcadores na filmagem e padrões pré-estipulados. As avaliações estáticas são um pouco mais limitadas, uma vez que o indivíduo está diária e constantemente se movendo, mas isso não implica que ela não deve ser utilizada ou mesmo que não possua o seu valor. Ela permite que o profissional desenvolva um estudo inicial de como o corpo se posiciona frente à gravidade de forma constante, a fim de compreender se existem compensações que são mais comumente percebidas. Assim, ela pode ser posteriormente comparada às avaliações dinâmicas, fazendo com que ambas forneçam um diagnóstico mais preciso. É preciso avaliar o paciente de forma estática sempre que possível, porém essa deve ser mais uma das avaliações, somada às demais, que permitem um diagnóstico completo e assertivo em relação à condição cinético-funcional do indivíduo. 137 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Cabeça estendida e nivelada Ombros nivelados Quadris nivelados Pés levemente afastados Figura 60 – Aspectos da avaliação postural estática em vista posterior A) B) Figura 61 – Aspectos da avaliação postural estática com um dos membros elevados em vista anterior Saiba mais Para saber mais sobre a associação entre as alterações posturais e a idade, e como é possível utilizá-la na avaliação postural, leia o artigo a seguir: OLIVEIRA, N. Q. D.; OLIVEIRA, C. S.; MOTA, H. L. D. O. Associação entre alterações posturais estáticas e idade. Revista Ciência (In) Cena, v. 1, n. 6, 2018. Disponível em: http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/ cienciaincenabahia/article/view/3239/pdf32392. Acesso em: 7 maio 2020. Para que seja possível analisar e avaliar a postura de forma dinâmica, é necessário conhecer alguns testes ou investir em dispositivos tecnológicos que possam filmar e interpretar dados obtidos com as filmagens, como a cinemática 2-D e 3-D. 138 Unidade III Tais análises necessitam de uma câmera que possa realizar uma filmagem em alta qualidade, recurso que a maioria dos celulares hoje possui. A filmagem deve ser feita normalmente com a marcação de alguns pontos específicos, como os acidentes ósseos, por exemplo: • Maléolos. • Patela. • Trocânter femoral. • Espinha ilíaca anterior. • Espinha ilíaca posterior. • Processos espinhosos. • Ângulos da escápula. • Acrômio. • Mento. Após as filmagens, esses elementos podem ser compreendidos como: • Ângulos de movimentos. • Estabilidade. • Centralização. • Eixos. • Simetria durante o movimento. No entanto, é importante que esses elementos sejam analisados junto à função solicitada e que assim o profissional correlacione tais dados à análise estática, à queixa do paciente e aos demais testes antes de realizar a conclusão. Existem softwares gratuitos ou pagos, validados cientificamente ou não para esse tipo de avaliação. Dessa forma, é preciso que cada profissional entenda o funcionamento de cada um deles antes de escolher. Mesmo que o profissional não possa investir em recursos específicos, é importante que ele utilize a análise da postura dinâmica, o que pode muitas vezes ser realizada com alguns testes funcionais e assim auxiliar na complementação da avaliação estática. 139 AVALIAÇÃO FUNCIONAL 8.4 Postura e equilíbrio Relacionar postura e equilíbrio é fundamental, pois um indivíduo que possui um comprometimento grave de equilíbrio pode apresentar muita dificuldade em manter uma postura adequada por um longo período ou mesmo pelo período necessário para realizar as atividades diárias. Isso ocorre também em algumas condições de vestibulopatias. Segundo Michaelis (2015), equilíbrio pode ser definido como: • Estado de um corpo influenciado por duas ou mais forças que se anulam entre si. • Estado de um corpo que se mantém sem se inclinar para nenhum dos lados; aprumo, posição estável. • Estado daquilo que sofre ação de duas forças antagônicas iguais; igualdade entre forças opostas. Saiba mais Para saber mais sobre o equilíbrio corporal, leia o artigo a seguir: REBELATTO, J. R. et al. Equilíbrio estático e dinâmico em indivíduos senescentes e o índice de massa corporal. Fisioterapia em movimento, v. 21, n. 3, 2017. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/fisio/ article/view/19149/18489. Acesso em: 7 maio 2020. Há grande relação entre equilíbrio e postura, na medida em que o equilíbrio é responsável por manter a postura, tanto em posição estática quanto dinâmica. O equilíbrio estático pode ser avaliado utilizando os seguintes procedimentos: • Unir os pés. • Fechar os olhos e permanecer em pé. • Colocar um pé na frente do outro. • Apoio unipodálico. • Leves empurrões. • Esticar os braços. 140 Unidade III Já para o equilíbrio dinâmico: • Andar. • Saltar. • Correr. • Praticar esportes. São três os sistemas que influenciam no equilíbrio corporal, o somatossensorial, vestibular e visual. 8.4.1 Sistema somatossensorial Este sistema envolve a cinestesia e a propriocepção. A cinestesia é a capacidade de perceber o movimento do corpo. A propriocepção é a capacidade de perceber o próprio corpo e parte dele no espaço e a consciência da força aplicada pelos músculos nas articulações. Os proprioceptores são as estruturas responsáveis por captar a informação e enviá-la ao sistema nervoso central. Eles estão localizados nos: • Músculos, tendões, articulações, ligamentos, entre outros. • Fusos neuromusculares, onde monitoram o grau de estiramento: — Sensitivos ao alongamento. — Compostos por fibras intrafusais. — Fibras entrelaçadas com as fibras musculares. • Órgãos tendinososde Golgi, onde monitoram a força gerada pela contração muscular: — Captam informações quanto a cargas mecânicas de tração. — Extrafusais. • Receptores articulares, onde monitoram a deformação da cápsula articular e ligamentos. • Corpúsculos de Pacini: — Localizados em camadas profundas articulares e coxins adiposos. — Ativados em movimentos articulares de alta velocidade. — Inativados quando em repouso. 141 AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Corpúsculos de Ruffini: — Presentes nas cápsulas articulares. — Possuem adaptação lenta. — Ativados em mobilização passiva da articulação. • Nociceptores: — Localizados em diferentes locais do corpo. — Captam estímulos nocivos que causam um dano real ou que representam um possível dano ao tecido. 8.4.2 Sistema vestibular No sistema vestibular há relação entre a posição da cabeça no espaço. Ele também capta alterações bruscas de movimento e possui células ciliadas para realizar a transdução sensorial, ou seja, captar os sinais mecânicos e transformar em sinais elétricos. Esse sistema trabalha de forma inconsciente, está ativo mesmo durante o sono e possui conexão direta com o sistema muscular e reflexo. O sistema vestibular responde de forma extremamente ágil e, quando submetido a uma aceleração não habitual, responde com a cinetose. 8.4.3 Sistema visual O sistema visual é responsável pelo segundo par de nervo craniano, o nervo óptico, e estabelece relações importantes entre o ambiente externo percebido e o corpo humano. Ele analisa a distância entre objetos, sendo que a relação entre os dois olhos permite a noção de profundidade. 8.5 Métodos clássicos de avaliação postural A avaliação postural pelo método clássico vem sendo utilizada ao longo dos anos, e trata-se de uma forma simples, barata e capaz de fornecer dados clínicos importantes. Entre os dispositivos utilizados para a avaliação postural está o simetrógrafo, um dispositivo quadriculado com o tamanho maior que o de uma pessoa, onde ela pode posicionar-se atrás ou à frente, para que o avaliador tenha parâmetros para comparar simetrias, distância em relação ao solo, entre outros itens. Para realizar os métodos clássicos, é preciso utilizar: • Simetrógrafo. 142 Unidade III • Lápis demográfico. • Ficha de avaliação. • Conhecimentos anatômicos de base. Hoje, existem vários modelos de simetrógrafos, alguns mais simples, com a impressão de linhas quadriculadas em um plástico, que pode ser transportado facilmente; outros na forma de retângulo, formado por barras de metal, em que cordas elásticas esticadas permitem que o avaliador as aproxime ou as afaste. Além do uso do simetrógrafo, é importante que sejam feitas marcações na pele do paciente, normalmente realizadas em teste clínicos com o lápis demográfico, mais seguro e com menor risco de alergias, sendo facilmente removível. A avaliação postural clássica exige o conhecimento prévio da anatomia topográfica, isto é, a anatomia de superfície, importantes divisões do corpo humano. Segundo essa área de conhecimento, o corpo pode ser dividido em: • Regiões: — Região ântero-lateral da parede torácica. — Região abdominal. — Região inguinal. — Região femoral anterior. — Região crural anterior. — Região dorsal do pé. • Pontos específicos: — Incisura jugular. — Acrômio. — Ângulo infraesternal. — Arco costal. — Crista ilíaca. 143 AVALIAÇÃO FUNCIONAL — Espinha ilíaca ântero-superior. — Sínfise púbica. — Ponto médio do joelho. — Maléolo lateral. — Maléolo medial. — Base dos dedos. • Região do membro superior: — Região deltoidea. — Região braquial anterior. — Região antebraquial anterior. — Região da palma da mão. — Região braquial posterior. — Região antebraquial posterior. — Região do dorso da mão. • Pontos específicos dos membros superiores: — Terço lateral da clavícula. — Acrômio. — Tuberosidade para o M. deltoide do úmero. — Ponto médio do cotovelo. — Processo estiloide do rádio. — Processo estiloide da ulna. — Prega distal do punho. — Base dos dedos. 144 Unidade III • Regiões posteriores: — Região cervical posterior. — Região escapular. — Região infraescapular. — Região lombar. — Região glútea. — Períneo. — Região femoral posterior. — Região crural posterior. — Região plantar. A partir do conhecimento dessas regiões, é possível compreender alinhamentos e algumas análises de simetria. Assim, o método clássico de avaliação deve ocorrer da seguinte forma: • Posicionar o simetrógrafo. • Solicitar que o avaliado esteja com a maior parte do corpo desnudo. • Verificar se as vestimentas estão alinhadas (sunga, top ou biquíni). • Solicitar que permaneça descalço. • Posicionar o simetrógrafo à frente do avaliado. Pedir ao avaliado que caminhe alguns passos e pare com os pés alinhados. • Distanciar-se a fim de analisar o corpo como um todo. • Realizar as anotações necessárias sem alertar o avaliado. Caso seja percebida alguma alteração, é possível que de forma involuntária o avaliado realize pequenas correções. • Fotografar, se possível. • Solicitar alterações de posição para realizar avaliações nos planos frontal, lateral esquerdo, lateral direito e posterior. 145 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Para a avaliação frontal, os seguintes elementos devem ser analisados. Cabeça estendida e nivelada Ombros nivelados Quadris nivelados Dedos dos pés ligeiramente voltados lateralmente Figura 62 – Avaliação frontal • Analisar a linha média e perceber se ela está entre os seguintes pontos: — Mento. — Osso externo. — Incisura umbilical. — Espaço entre os joelhos. — Espaço entre os maléolos. — Espaço entre o hálux. Ao analisar os espaços, é preciso atentar se o avaliado está bem posicionado, a fim de não cometer enganos. • Analisar alinhamento horizontal: — Dados fundamentais para análise de rotação. — Linha mamilar: - Caso o paciente possua cicatriz cirúrgica, idade avançada ou alterações que possam desalinhar as mamas, a análise é feita levando em conta os aspectos diferenciais. - Distância entre cada maléolo e linha mediana. 146 Unidade III — Linha acromial: - Analisar a altura de ambos os acrômios. - Distância entre cada acrômio e a linha média. — Linha epicondilar: - Analisar o alinhamento horizontal entre os epicôndilos. — Linha entre as espinhas ilíacas ântero-superiores (Eias): - Verificar se existe inclinação pélvica ou mesmo suposta alteração entre membros. - Distância entre as Eias e a linha média. — Entre a base patelar: - Verificar se os joelhos estão rodados, podendo influenciar na análise. - Distância entre cada joelho e a linha média. - Distância entre o ápice da patela e as laterais do joelho para verificar alinhamento patelar. Deve-se complementar esse dado com exames por imagem. — Linha maleolar: - Analisar se os maléolos estão alinhados, comparando os pés e a altura dos dois maléolos do mesmo pé, analisando se a diferença entre estes é igual bilateralmente. - Lembrar que naturalmente o maléolo lateral é mais inferior que o medial. - Verificar o alinhamento dos maléolos com o centro do tornozelo. • Análise vertical: — Dados fundamentais para avaliar a inclinação. — Realizar algumas medidas com a fita métrica, a fim de facilitar a precisão da avaliação. — Verificar a altura dos acrômios em relação ao solo. — Verificar as distâncias entre o dedo médio e o solo. 147 AVALIAÇÃO FUNCIONAL — Analisar, em caso de diferença de medida, se elas seguem iguais. — Analisar a altura entre as espinhas ilíacas ântero-superiores e o solo. — Analisar a altura da base patelar até o solo. Figura 63 – Imaginar o indivíduo dessa maneira auxilia na análise 148 Unidade III • Avaliação em perfil: — Lados esquerdo e direito e compará-los. — Estruturas anatômicas possuem seu posicionamento à frente e anteriorizadas ou atrás e posteriorizadas, como ombros, cabeça e articulação temporomandibular. No caso dos ombros, não se deve confundir sua rotação interna ou externa. — Alteração de angulação nas curvaturas fisiológicas da colunavertebral. - Curvaturas fisiológicas: lordose (ângulo da curva aponta para direção anterior); e cifose (ângulo da curva aponta para direção posterior). - Cervical: pode apresentar lordose. - Torácica: pode apresentar cifose. - Lombar: pode apresentar lordose. - Curvaturas amplificadas (hiperlordose ou hipercifose); ou diminuídas (retificações). - Não pode ser feita a relação direta entre a análise visual das curvaturas da coluna vertebral e as alterações estruturais vertebrais, pois são necessários exames de imagem para traçar a angulação adequada. - Avaliações no plano frontal permitem a hipótese diagnóstica da escoliose, mas não a afirmação total de sua existência. - Tratar como atitude escoliótica ou atitude hiperlordótica. EIAS Sínfise púbica Inclinação posteriorInclinação anteriorPosição neutra Sínfise púbica Sínfise púbica EIAS EIAS Figura 64 – Alteração na postura e posicionamento da pelve. Postura se altera pela posição corporal, e não por uma alteração estrutural de vértebras 149 AVALIAÇÃO FUNCIONAL • Medidas especiais: — Triângulo para verificar tensão diferencial entre os trapézios: marcar um ponto na protuberância mentoniana e ambos os acrômios, imaginar um triângulo e avaliar os trapézios. — Triângulo de Tales: em casos de escoliose, é possível que o espaço entre a linha média articular do cotovelo e o corpo seja diferente entre ambos os lados, indicando uma possível rotação de vértebra que altera o ângulo das costelas e deforma o tronco. — Ângulo Q: pode ser traçado frente à localização de três diferentes pontos anatômicos: - Eias. - Patela. - Linha média maleolar. EIAS Linha de tração do músculo quadríceps femoral Ângulo Q Ponto médio da patela Tuberosidade da tíbia Figura 65 – Ângulo Q demonstrando o valgo fisiológico — Ângulo de carregamento: avalia o valgo de cotovelo, que varia entre 10° e 15°. Para marcá-lo, é preciso demarcar o acrômio, a linha média epicondilar e a linha média entre o punho. 150 Unidade III Figura 66 – Ângulo de carregamento do cotovelo O ângulo do joelho, ou ângulo Q, varo ou valgo, é um importante dado para ser levado em consideração, pois pode alterar a postura. Esse ângulo tende a ser mais elevado em valgo para o sexo feminino, entre os latino-americanos, uma vez que a pelve alargada favorece a entrada do fêmur para a linha medial. Por muito tempo o ângulo Q foi um importante dado por si só, porém, hoje, alguns testes podem complementá-lo, como o drop test ou teste do degrau. Lembrete O ângulo valgo ocorre quando o ângulo do vértice aponta para a linha mediana. Já o ângulo varo ocorre quando o ângulo do vértice aponta para a linha lateral. Para memorizar rapidamente, basta pensar: quem é valgo não cavalga; e quem é varo, vara a bola. 8.5.1 Drop test O drop test, ou teste do degrau, visa analisar o ângulo do valgo de forma dinâmica, entendendo que possíveis alterações de fraqueza no glúteo possam estar presentes. Quando o glúteo está fraco, há grandes chances de ele permitir a rotação interna do fêmur e assim a entrada do joelho para valgo. Alterações em quadrado lombar podem também influenciar nesse caso ou ainda fraqueza de quadríceps e alterações de equilíbrio. Para realizar esse teste, algumas questões devem ser levantadas, como a altura correta do degrau, o tamanho do fêmur e do membro inferior e a altura da pessoa. 151 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Figura 67 – Realização do teste chamado de step down em vista anterior Para esse teste ser realizado, deve-se seguir os seguintes passos: • Posicionar um degrau que seja firmemente preso ao solo. • Solicitar que o avaliado suba no degrau de bermuda curta. • Erguer a blusa do paciente, se possível. • Solicitar que as mãos permaneçam na cintura ou cruzadas sobre os ombros. • Realizar a tentativa de tocar o solo com o calcanhar e retornar à posição inicial à frente do degrau por três vezes. Analisar em vista lateral e frontal. • Realizar mais três tentativas, porém agora descendo lateralmente. Analisar em vista frontal e lateral. Saiba mais Para saber mais sobre a relação entre o quadril e o tornozelo durante a realização do teste, leia: RABIN, A.; PORTNOY, S.; KOZOL, Z. The association of ankle dorsiflexion range of motion with hip and knee kinematics during the lateral step-down test. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 46, n. 11, p. 1002-1009, 2016. Disponível em: https://www. jospt.org/doi/pdf/10.2519/jospt.2016.6621. Acesso em: 8 maio 2020. 152 Unidade III Cada profissional deve criar uma ficha própria de anamnese que comtemplará os principais aspectos posturais, como mostram os exemplos a seguir. O treinamento deve ser realizado com a ficha de avaliação postural detalhada. 8.5.2 Ficha de avaliação postural simplificada Atente-se aos detalhes desta ficha de avaliação postural, que é mais direta, e escreva cada um deles. Quadro 3 - Avaliação postural estática simplificada Vista anterior Direito Esquerdo Cabeça Ombro Cotovelo Punho Mão Ângulo de Tales Quadril Joelho Ângulo Q Tornozelo Pé Vista lateral (escrever o lado) Anterior Posterior Neutro Cabeça Ombro Cotovelo Punho Mão Quadril Joelho Tornozelo Pé Coluna cervical Coluna torácica Coluna lombar Vista posterior Cabeça Ombro 153 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Vista posterior Cotovelo Punho Mão Ângulo de Tales Quadril Joelho Ângulo Q Tornozelo Pé Alinhamento entre os processos espinhosos cervicais Alinhamento entre os processos espinhosos torácico Alinhamento entre os processos espinhosos lombares 8.5.3 Ficha de avaliação postural detalhada Quadro 4 Avaliação postural estática Nome do paciente: Vista anterior Marcar entre os ( ) qual é o seguimento analisado, sendo D para direito e E para esquerdo Vista anterior Cabeça ( ) Linha média ( ) Rodada p/ D ( ) Rodada p/ E ( ) Fletida p/ D ( ) Fletida p/ E Ombros Alinhado→ Elevação → Depressão → Clavículas Alinhamento → Verticalizada (>20°) Horizontalizada (<20°) Tórax Normal ( ) Peito excurvatum Peito curvinatum Braços Pronado ( ) Supinado ( ) Tales Igual em ambos os lados Lado direito Lado esquerdo 154 Unidade III Vista anterior Pelve ( ) Alinhada ( ) Rodada anterior ( ) Alinhadas Eias ( ) Elevada a D ( ) Elevada a E ( ) ( ) Simétrica Patelas ( ) ( ) Elevada ( ) ( ) Lateralizada ( ) ( ) Normal Joelhos ( ) ( ) Valgo ( ) ( ) Varo Hálux ( ) ( ) Valgo ( ) ( ) Varo Pés ( ) ( ) Normal ( ) ( ) Pronado ( ) ( ) Supinado ( ) ( ) Arco normal ( ) ( ) Arco cavo ( ) ( ) Arco plano ( ) ( ) Antepé valgo ( ) ( ) Antepé varo Vista lateral Seguimento D E Característica Observação Cabeça Alinhada Protrusa ( ) Retraída Cervical Normal Hiperlordose ( ) Retificada ( ) ( ) Normal Ombros ( ) ( ) Protuso ( ) ( ) Retruso Torácica Normal Hipercifose ( ) Retificada Normal Lombar Hiperlordose ( ) Retificada Neutro (30°) Pelve Anterversão Retroversão ( ) ( ) Normal Joelhos ( ) ( ) Hiperextensão ( ) ( ) Genuflexo 155 AVALIAÇÃO FUNCIONAL 8.5.4 Métodos fotográficos: Sapo Os avanços tecnológicos tornaram as fotografias e filmagens itens acessíveis e de baixo custo aos profissionais. Sendo assim, foi desenvolvido o Software para avaliação postural (Sapo), que foi baseado em uma tese de doutorado (FERREIRA, 2006): A seguir está o texto introdutório do manual de utilização do Sapo, software disponível para livre consulta. O Sapo é um projeto que visa disponibilizar uma ferramenta livre de código aberto para procedimentos científicos de análise postural. Além disso, o projeto Sapo tem como meta a criação de uma base de dados integrada, de âmbito nacional, de análises posturais da população brasileira. Isso o caracteriza como um projeto que deve operar em rede, e por simplicidade, utilizando a web como base. Entretanto, aplicativos puramente web rodam em navegadores,o que impõe limites para o acesso aos recursos locais. Dessa forma, escolhemos desenvolver um aplicativo instalável (desktop) para o usuário final e um aplicativo web para a integração dos dados (DUARTE et al., 2005, p. 2). Sobre sua licença: O Sapo (Software para avaliação postural) é um software de livre distribuição, que pode ser copiado e distribuído sob os termos da Licença Pública Geral GNU, conforme publicada pela Free Software Foundation, versão 2 da licença ou (a critério do autor) qualquer versão posterior. O Sapo é distribuído na expectativa de ser útil aos seus usuários, porém não tem nenhuma garantia, explícita ou implícita, comercial ou de atendimento a uma determinada finalidade. Veja o texto da licença de uso do Sapo em http://demotu.org/ sapo/ (DUARTE et al., 2005, p. 2). O Sapo pretende facilitar a análise postural estática, além de promover uma avaliação de qualidade com dados precisos. No início, sua utilização pode ser desafiadora, principalmente para aqueles que não estão acostumados ao uso de recursos tecnológicos, porém, com o uso logo ele se torna acessível. Benefícios da utilização do Sapo: • Análise por método quantitativo. • Análise por método validado. • Extração de dados em diferentes tipos de arquivos. 156 Unidade III • Impressão da ficha de avaliação. • De baixo custo, mas deve ser utilizado em conjunto com um computador, uma câmera etc. • De rápida utilização. A foto é tirada na avaliação e a programação pode ser feita pós-consulta. São também necessários alguns preparos no ambiente para a fotografia: • Fundo padronizado em uma cor. • Marcadores autoadesivos, preferencialmente refletores. • Colocação de um fio de prumo para facilitar a marcação no computador do eixo x e y. O fio permite tanto a marcação de 1 metro para ensinar ao computador as proporções da foto para a realidade, como também a correta marcação horizontal e vertical. • Câmera de 3 MP (atualmente, a maioria dos celulares possui uma câmera com maior poder de imagem). Segundo determinações do desenvolvedor, também é necessário: 1. Um computador com acesso à internet (para instalação do Sapo). O Sapo, por ser um aplicativo Java, pode ser instalado praticamente em qualquer sistema operacional (Microsoft Windows, Unix, Linux, Mac OS etc.). 2. Para um computador com Windows, os requisitos mínimos são: processador Pentium III ou equivalente, espaço em disco rígido de 50 MB (e mais espaço para os arquivos de fotos), memória RAM de 256 MB e algum modo de transferir as fotografias para o computador (com uma câmera digital esta transferência é feita facilmente com uma conexão USB). 3. Uma câmera fotográfica (é mais prático que esta câmera seja digital e com resolução mínima de 2 megapixels). 4. Um tripé. 5. Um fio de prumo pendurado no teto (o fio de prumo pode ser comprado em qualquer casa de materiais de construção). Sobre o fio de prumo devem ser colocadas duas marcas (por exemplo, duas bolas de isopor) a uma distância conhecida (sugerimos 1 metro e estas duas marcas devem poder ser vistas na foto) para realizar a calibração da imagem no Sapo. 6. Marcas para colocar sobre os pontos anatômicos no sujeito (pequenas bolas de isopor e fita dupla face são uma boa solução). 7. Um espaço mínimo com cerca de 4 x 1 m (para posicionamento do sujeito e espaço para enquadrar o sujeito na fotografia) (DUARTE et al., 2005, p. 19). 157 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Assim, para se utilizar o software, é necessário também: • Aprender a utilizar a interface. • Preparar o local. • Posicionar os marcadores como indicado pelo fabricante. • Tirar a foto com a qualidade e as determinações pré-estipuladas. • Realizar os ajustes da foto no software para a imagem. • Realizar as marcações. • Imprimir a avaliação. Assim que instalado o software, é necessário ler e concordar com os termos de utilização. Logo depois, inicia-se um novo projeto em que serão inseridas informações sobre o paciente. Em seguida, deve-se adicionar a foto do paciente, tendo demarcado corretamente os pontos. Não é necessário marcar todos os pontos determinados pelo aplicativo, apenas aqueles relevantes para a avaliação em questão, a não ser que o profissional queira realizar a avaliação completa. O software permite que seja marcada na figura um ponto específico, e na lista de pontos anatômicos, o ponto demarcado, por isso a necessidade de realizar as marcações corretas. Vista anterior: • 1. Glabela; 2. Trago direito; 3. Trago esquerdo; 4. Mento; 5. Acrômio direito; 6. Acrômio esquerdo; 7. Manúbrio do esterno; 8. Epicôndilo lateral direito; 9. Epicôndilo lateral esquerdo; 10. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita; 11. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna esquerda; 12. Espinha ilíaca ântero-superior direita; 13. Espinha ilíaca ântero-superior esquerda; 14. Trocânter maior do fêmur direito; 15. Trocânter maior do fêmur esquerdo; 16. Linha articular do joelho direito; 17. Ponto medial da patela direita; 18. Tuberosidade da tíbia direita; 19. Linha articular do joelho esquerdo; 20. Ponto medial da patela esquerda; 21. Tuberosidade da tíbia esquerda 22. Maléolo lateral direito; 23. Maléolo medial direito; 24. Ponto entre a cabeça do 2º e 3º metatarso direito; 25. Maléolo lateral esquerdo; 26. Maléolo medial esquerdo; 27. Ponto entre a cabeça do 2º e 3º metatarso esquerdo. 158 Unidade III Todos os pontos Protocolo Sapo 2 1 2 5 56 64 7 8 9 12 12 10 14 14 17 17 16 16 18 1821 21 23 23 22 22 24 26 26 25 25 27 20 20 19 19 15 15 11 13 13 3 3 Figura 68 – Marcações anteriores para o aplicativo Sapo Vista posterior: • 1. Trago direito; 2. Trago esquerdo; 3. Acrômio direito; 4. Acrômio esquerdo; 5. Intersecção entre a margem medial e a espinha da escápula direita; 6. Intersecção entre a margem medial e a espinha da escápula esquerda; 7. Ângulo inferior da escápula direito; 8. Ângulo inferior da escápula esquerdo; 9. Espinha ilíaca póstero-superior direita; 10. Espinha ilíaca póstero-superior esquerda; 11. Epicôndilo lateral direito; 12. Epicôndilo lateral esquerdo; 13. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita; 14. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna esquerda; 15. Processo espinhoso C7; 16. Processo espinhoso T1; 17. Processo espinhoso T3; 18. Processo espinhoso T5; 19. Processo espinhoso T7; 20. Processo espinhoso T9; 21. Processo espinhoso T11; 22. Processo espinhoso T12; 23. Processo espinhoso L1; 24. Processo espinhoso L3; 25. Processo espinhoso L4; 26. Processo espinhoso L5; 27. Processo espinhoso S1; 28. Trocânter maior do fêmur direito; 29. Trocânter maior do fêmur esquerdo; 30. Linha articular do joelho direito; 31. Linha articular do joelho esquerdo; 32. Ponto sobre a linha média da perna direita; 33. Ponto sobre a linha média da perna esquerda; 34. Maléolo lateral direito; 35. Ponto sobre o tendão do calcâneo direito na altura média dos dois maléolos; 36. Maléolo medial direito; 37. Calcâneo direito; 38. Maléolo lateral esquerdo; 39. Ponto sobre o tendão do calcâneo esquerdo na altura média dos dois maléolos; 40. Maléolo medial esquerdo; 41. Calcâneo esquerdo. 159 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Todos os pontos Protocolo Sapo 12 34 5 176 7 78 8 12 10 14 29 31 30 33 33 364039 39 38 41 4137 37 34 35 35 32 32 9 11 13 28 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Figura 69 – Vista posterior Vista de perfil (todos os pontos equivalem para ambos os lados): • 1. Glabela; 2. Trago direito; 3. Mento; 4. Manúbrio do esterno; 5. Acrômio direito; 6. Epicôndilo lateral direito; 7. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita; 8. Processo espinhoso C7; 9. Processo espinhoso T1; 10. Processo espinhoso T3; 11. Processo espinhoso T5; 12. Processo espinhoso T7; 13. Processo espinhoso T9; 14. Processo espinhoso T11; 15. Processo espinhoso T12; 16. Processo espinhoso L1; 17. Processo espinhoso L3; 18. Processo espinhoso L4; 19. Processo espinhoso L5; 20.Processo espinhoso S1; 21. Espinha ilíaca ântero-superior direita; 22. Espinha ilíaca póstero-superior direita; 23. Trocânter maior do fêmur direito; 24. Linha articular do joelho direito; 25. Ponto medial da patela direita; 26. Tuberosidade da tíbia; 27. Ponto sobre a linha média da perna direita; 28. Ponto sobre o tendão do calcâneo direito na altura média dos dois maléolos; 29. Calcâneo direito; 30. Maléolo lateral direito; 31. Ponto entre a cabeça do 2º e 3º metatarso direito. 160 Unidade III Todos os pontos Protocolo Sapo 22 55 4 3 1 2222 2121 6 7 2323 8 2424 25 26 27 28 29 3131 3030 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Figura 70 – Marcação para vista de perfil Por meio das marcações, o profissional pode selecionar a distância exata entre dois pontos, podendo então fazer análises, como: • Distância entre acrômio e o solo para identificar na vista anterior uma inclinação de ombro. • Distância entre orelhas e solo para inclinação de cabeça. • Distância entre orelhas e mento ou nariz para analisar rotação de face. • Ângulo Q com precisão para comparar ambos os lados. • Altura das espinhas ilíacas ântero-superiores para verificar inclinação pélvica. • Distância entre as espinhas ilíacas e a linha média para verificar rotação pélvica. • Alinhamento entre processos espinhosos específicos para identificar hipótese de escoliose e/ou rotações vertebrais. 161 AVALIAÇÃO FUNCIONAL Pode-se também obter um dado específico para projeção do centro de gravidades, sendo obtida uma imagem similar à da figura a seguir. Figura 71 – Imagem obtida pelo centro de gravidade Os métodos de avaliação por imagens podem ser utilizados para avaliar e reavaliar de forma fidedigna o paciente, com dados numéricos e de grande precisão, o que gera um excelente relatório final. Resumo O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema circulatório, é responsável por bombear o sangue arterial (rico em oxigênio) proveniente dos pulmões para todo o corpo, e direcionar o sangue venoso (sangue desoxigenado) até o coração. Esse ciclo se refaz para garantir o bom funcionamento da circulação arterial e venosa. O sistema circulatório é composto pelo coração e pelos vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares) e as suas funções são: transportar os gases resultantes da respiração e necessários para a respiração celular; transportar nutrientes e substâncias resultantes do metabolismo; transportar elementos do sistema imunitário. A avaliação cardiovascular faz parte da rotina do profissional da área, já que alterações nesse sistema podem levar a doenças graves e danos permanentes aos indivíduos. A avaliação cardiovascular pode trazer informações importantes sobre o estado geral do paciente e direcionar o tratamento para a reabilitação cardíaca realizada pelo profissional. A avaliação postural do paciente é o ponto-chave para que o diagnóstico ou a hipótese diagnóstica seja sugerida ou ainda propor o tratamento. Para avaliar um paciente, o profissional deve possuir grande habilidade 162 Unidade III em realizar testes específicos, funcionais, posturais, entre outros, de forma protocolada, uma vez que uma avaliação padronizada permite que o mesmo resultado encontrado por um avaliador em um dado momento do tempo possa também ser encontrado por outro avaliador; ou que o mesmo teste repetido mais de uma vez por um profissional gere resultados iguais ou estatisticamente similares. Se cada profissional realizasse sua avaliação da forma como ele acredita ser a melhor, ou se cada um chegasse a uma hipótese diagnóstica diferente, baseado na própria experiência clínica e visão diferenciada, ao invés de concluir a hipótese diagnóstica frente a uma resposta íntegra, os resultados encontrados não seriam tão fidedignos. No caso da avaliação postural, os avanços tecnológicos permitiram que as análises posturais se tornassem cada vez mais fiéis, uma vez que ocorre um registro fotográfico do momento do estudo. Além disso, são utilizados alguns aplicativos e softwares que atuam como ferramentas para realizar as medidas e as análises. Hoje, existem diferentes recursos e padrões que garantem uma hipótese diagnóstica precisa, que pode ser reavaliada em diferentes momentos, permitindo uma boa análise da melhora e da evolução do quadro do paciente. Exercícios Questão 1. (IBFC, 2019) A reabilitação cardíaca é considerada pela Organização Mundial da Saúde como um programa de atividade física capaz de garantir aos pacientes portadores de cardiopatias a melhora da condição física, mental e social. Dessa forma, analise as afirmativas a seguir. I – Observa-se que a atividade física regular associada ao paciente com hipertensão arterial sistêmica é capaz de reduzir os níveis pressóricos do mesmo. II – Exercícios capazes de reduzir a pressão arterial são observados em indivíduos treinados por pelo menos cinco meses com protocolo de reabilitação cardíaca em intensidades mais elevados. III – A prática de atividade física gera efeito hipotensor após uma única sessão de exercício dinâmico, podendo perdurar por 24 horas. Assinale a alternativa correta: A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. 163 AVALIAÇÃO FUNCIONAL C) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D) As afirmativas I, II e III estão corretas. E) Apenas III está correta. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a prática de atividades físicas regularmente é uma boa opção para controlar a pressão alta, pois favorece a circulação sanguínea, aumenta a força do coração e melhora a capacidade respiratória. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: não leva cinco meses necessariamente para perceber o controle da pressão arterial, pois essa percepção depende do indivíduo e da associação de outros fatores, como uma alimentação saudável. III – Afirmativa correta. Justificativa: programas de treinamento físico-aeróbicos associados aos de resistência (circuito com pesos) resultam em reduções significativas da pressão arterial média e da frequência cardíaca de repouso, corroborando as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. O efeito perdura por 24h, já que ocorre aumento do metabolismo basal. Questão 2. (Instituto Excelência 2016, adaptada) A avaliação postural, através da podoposturologia, é um meio de obter informações a respeito do sistema musculoesquelético e se existem normalidades e/ou disfunções que podem refletir em todo o organismo do indivíduo. Sobre esse assunto, analise as afirmativas a seguir: I – Para cada indivíduo, a melhor postura é aquela em que os seguimentos corporais estão equilibrados na posição de maior esforço e de mínima sustentação. II – Todos os tipos de posturas caracterizam-se principalmente por um aspecto essencial: o alinhamento correto da coluna cervical. III – Os pés representam a base para uma boa postura, suporte fundamental para a posição bípede humana e peça essencial para a marcha. Pés debilitados causam posturas defeituosas gerais e perturbam a ação adequada dos músculos. 164 Unidade III Assinale a alternativa correta: A) I, II e III estão corretas. B) Apenas III está correta. C) Apenas II e III estão corretas. D) Apenas I e II estão corretas. E) Apenas I e III estão corretas. Resposta correta: alternativa B. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: para cada indivíduo, a melhor postura é aquela em que os seguimentos corporais estão equilibrados na posição de menor esforço e de máxima sustentação. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: todos os tipos de posturas se caracterizam principalmente por um aspecto essencial: o alinhamento correto da coluna vertebral. III – Afirmativa correta. Justificativa: o pé e o tornozelo constituem a base de sustentação ou o alicerce do corpo humano. Proporcionam a estabilidade necessária para que possamos assumir a nossa posturaereta e singular. O pé está adaptado a fornecer a flexibilidade necessária em solos irregulares e a absorver o impacto. 165 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 GCS-ASSESSMENT-AID-ENGLISH.PDF?V=3. Disponível em: https://www.glasgowcomascale.org/ downloads/GCS-Assessment-Aid-English.pdf?v=3,. Acesso em: 29 abr. 2020. Figura 2 MENDES P. D. et al. Disorders of human consciousness – Part 2 of 3: The approach to the infirm in coma. Revista Neurociência, v. 20, n. 4, 2012. p. 582. Figura 3 MENDES P. D. et al. Disorders of human consciousness – Part 2 of 3: The approach to the infirm in coma. Revista Neurociência, v. 20, n. 4, 2012. p. 579. Figura 4 BROCA’S_AND_WERNICKE’S_AREAS.PNG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/8/8a/Broca%27s_and_Wernicke%27s_areas.png?uselang=pt-b. Acesso em: 29 abr. 2020. Figura 5 CARVALHO, R. J. et al. Avaliação de apraxias em pacientes com lesão cerebrovascular no hemisfério esquerdo. Psicologia: teoria e prática, v. 13, 2008. p. 214. Figura 6 TORTELLA, G. Teste de atenção por cancelamento: avaliação da atenção em estudantes do Ensino Fundamental. Avaliação Psicológica, v. 7, n. 2, ago. 2008. p. 265. Figura 7 O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2. ed. São Paulo: Manole, 1993. p. 123. Figura 8 26142752-1330633714-MINE-EXAME-DO-ESTADO-MENTAL-MEEM.PDF. Disponível em: https:// saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201701/26142752-1330633714-mine-exame-do-estado-mental- meem.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020. 166 Figura 9 MOCA-TEST-PORTUGUESE_BRAZIL.PDF. Disponível em: https://www.mocatest.org/wp-content/ uploads/2015/tests-instructions/MoCA-Test-Portuguese_Brazil.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020. Figura 10 BRAIN_HUMAN_NORMAL_INFERIOR_VIEW_WITH_LABELS_PT.SVG?USELANG=PT-BR. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/Brain_human_normal_inferior_view_ with_labels_pt.svg?uselang=pt-br. Acesso em: 29 abr. 2020. Figura 13 COHEN, H. Neurociência para fisioterapeutas: incluindo correlações clínicas. São Paulo: Manole, 2001. p. 47. Figura 24 SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 166. Figura 25 O’SULLIVAN, S. B; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 1993. p. 227. Figura 27 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 28 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 29 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 30 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 31 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). 167 Figura 32 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 33 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 34 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 35 ROSE, J.; GAMBLE, J. G. Marcha humana. 2. ed. São Paulo: Editorial Premier, 1998. p. 25. (Adaptada). Figura 36 800PX-GAIT_LABORATORY.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/ thumb/2/22/Gait_laboratory.jpg/800px-Gait_laboratory.jpg. Acesso em: 4 maio 2020. Figura 37 VILLARDI, A. Análise da marcha pós-artroplastia total do joelho com e sem preservação do ligamento cruzado posterior. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 40, 2005. p. 322. Figura 39 RESPIRATORY-SYSTEM-4869736_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/ photo/2020/02/22/07/36/respiratory-system-4869736_960_720.png. Acesso em: 4 maio 2020. Figura 44 800PX-ERKA_SPHYGMOMANOMETER.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/thumb/0/0c/Erka_sphygmomanometer.jpg/800px-Erka_sphygmomanometer. jpg. Acesso em: 5 maio 2020. Figura 48 THALER, M. S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 17. Figura 49 THALER, M. S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 20. 168 Figura 50 THALER, M. S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 27. Figura 51 THALER, M. S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 20. Figura 52 THALER, M. S. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 31. Figura 54 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 255. Figura 55 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 124. Figura 56 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 292. Figura 57 WORKPLACE-1245776_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/03/09/09/22/ workplace-1245776_960_720.jpg. Acesso em: 7 maio 2020. Figura 58 WORKERS-272213_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2014/02/22/18/43/ workers-272213_960_720.jpg. Acesso em: 7 maio 2020. Figura 59 WOMAN-1754895_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/10/20/08/36/ woman-1754895_960_720.jpg. Acesso em: 7 maio 2020. Figura 60 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 295. 169 Figura 61 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 242. Figura 62 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 295. Figura 63 MUSCLES-2277447_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/05/02/06/38/ muscles-2277447_960_720.png. Acesso em: 8 maio 2020. Figura 64 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 223. Figura 65 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 254. Figura 66 LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 131. Figura 68 DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo (Software para avaliação postural). [s.c.]: [s.e.], 2005. p. 16. Figura 69 DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo (Software para avaliação postural). [s.c.]: [s.e.], 2005. p. 15. Figura 70 DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo (Software para avaliação postural). [s.c.]: [s.e.], 2005. p. 15. Figura 71 DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo (Software para avaliação postural). [s.c.]: [s.e.], 2005. p. 19. 170 REFERÊNCIAS Textuais ALDRIDGE, D.; GUSTORFF, D., HANNICH, H. J. Where am I? Music therapy applied to coma patients. Journal of the Royal Society of Medicine, n. 83, v. 6, p. 345-6, 2012. ALVAREZ, S. E.; PETERSON, M.; LUNSFORD, B. R. Respiratory treatment of the adult patient with spinal cord injury. Physical Therapy, n. 61, v. 1737, 1981. ANDRADE, A. F. et al. Coma e outros estados de consciência. Revista de Medicina, v. 86, n. 3, p. 123- 131, 2007. AUSTRALIAN Institute of Health and Welfare (AIHW). ICF Australian User Guide. Version 1.0. Disability Series. Canberra: AIHW, 2003. BACK, C. M. Z. Fisioterapia na escola: avaliação postural. Fisioterapia Brasil, v. 10, n. 2, p. 72-77, 2017. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/1505/2615. Acesso em: 6 maio 2020. BARBIZET, J.; DUIZABO, P. Manual de neuropsicologia. São Paulo: Artes Médicas, 1985. BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neuroscience: exploring the brain. 3. ed. Filadélfia: Lippincott Willians and Wilkins, 2006. BERGER J. R. Clinical approach to stupor and coma. In: BRADLEY, W. et al. Neurology in clinical practice. Principles of diagnosis and management.
Compartilhar