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avaliação fisíco-funcional e imaginologica

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Indaial – 2019
AvAliAção 
Físico-FuncionAl e 
imAginologiA
Prof.ª Fernanda Vicenzi Pavan
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Fernanda Vicenzi Pavan
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P337a
 Pavan, Fernanda Vicenzi
Avaliação físico-funcional e imaginologia. / Fernanda Vicenzi Pavan. 
– Indaial: UNIASSELVI, 2019.
214 p.; il.
ISBN 978-85-515-0428-4
1. Avaliações físico-funcionais. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 612
III
ApresentAção
Olá, caro acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Avaliação Físico-
Funcional e Imaginologia, que tem por objetivo deixá-lo apto a realizar 
avaliações físico-funcionais dos sistemas osteoarticular, muscular, sistema 
nervoso e respiratório, além de analisar e interpretar exames complementares. 
Talvez você ainda não saiba, mas uma boa avaliação é o segredo do 
tratamento fisioterapêutico efetivo e os exames complementares se fazem 
necessários para auxiliar no diagnóstico cinético-funcional, na definição dos 
objetivos e na tomada de decisão do plano terapêutico.
À medida em que você for estudando o conteúdo deste livro, que está 
dividido em três unidades, você se sentirá mais confiante na arte de avaliar. 
Lembre-se de que, para tudo, são necessários o treino e a reflexão dos fazeres, 
portanto, não hesite em treinar com seus colegas, amigos e familiares.
Desejo a você uma caminhada de verdadeiras descobertas e grande 
aprendizado!
Prof.ª Fernanda Vicenzi Pavan
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR 
 E MUSCULOESQUELÉTICO ......................................................................................1
TÓPICO 1 – PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES 
 DA COLUNA .......................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR? ....................................................................3
3 AVALIAÇÕES DA COLUNA .............................................................................................................10
3.1 COLUNA LOMBAR ........................................................................................................................11
3.2 COLUNA CERVICAL .....................................................................................................................17
4 IMAGINOLOGIA .................................................................................................................................20
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................25
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................26
TÓPICO 2 – AVALIAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS ............................................27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................27
2 A ARTICULAÇÃO DO OMBRO .......................................................................................................27
3 A ARTICULAÇÃO DO COTOVELO ...............................................................................................33
4 A ARTICULAÇÃO DO PUNHO E MÃO .........................................................................................36
5 A ARTICULAÇÃO DO QUADRIL ...................................................................................................39
6 A ARTICULAÇÃO DO JOELHO .......................................................................................................47
7 A ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO E O PÉ ...............................................................................50
8 IMAGINOLOGIA .................................................................................................................................53
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................58
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................59
TÓPICO 3 – FICHAS DE ANAMNESE: INSTRUMENTOS PARA AVALIAR 
 A FUNÇÃO FÍSICA ..........................................................................................................61
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................61
2 MODELO DE FICHA DE ANAMNESE ...........................................................................................61
3 ÍNDICE OU ESCALA DE BARTHEL ...............................................................................................66
4 ÍNDICE DE KATZ DE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA ..........................................................67
5 ESCALA DE TINETTI..........................................................................................................................68
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................75
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................76
UNIDADE 2 – AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO .......................77
TÓPICO1 – ANÁLISE DA POSTURA, DO MOVIMENTO, DO TÔNUS MUSCULAR 
 E DA SENSIBILIDADE ...................................................................................................79
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................79
2 ANÁLISE DA POSTURA E DO MOVIMENTO ............................................................................79
3 ANÁLISE DO TÔNUS MUSCULAR ................................................................................................94
sumário
VIII
4 AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE .................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................101
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................102
TÓPICO 2 – ESCALAS DE AVALIAÇÃO EM NEUROLOGIA ....................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 ESCALA ASIA .....................................................................................................................................103
3 GOAL ATTAINMENT SCALE (GAS)/ESCALA DE OBJETIVOS ATINGIDOS ...................106
4 MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL (MIF) ..............................................................108
5 ÍNDICE DO RISCO DE QUEDAS ..................................................................................................111
6 ESCALA DE AVALIAÇÃO POSTURAL PARA PACIENTES APÓS ACIDENTE 
 VASCULAR ENCEFÁLICO (EAPA) ................................................................................................113
7 TESTE DE HABILIDADE MOTORA DO MEMBRO SUPERIOR (THMMS) .......................116
8 ESCALAS DE AVALIAÇÃO USADAS NA DOENÇA DE PARKINSON ...............................117
8.1 ESCALA DE HOEHN E YAHR MODIFICADA .......................................................................118
8.2 ESCALA UNIFICADA DE AVALIAÇÃO DA DOENÇA DE PARKINSON (UPDRS) .......119
8.3 QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA DA DOENÇA 
 DE PARKINSON (PDQL) ..............................................................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................121
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122
TÓPICO 3 – GROSS MOTOR FUNCTION CLASSIFICATION SYSTEM (GMFCS)/ 
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR (CRIANÇAS) .....................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 GROSS MOTOR FUNCTION CLASSIFICATION SYSTEM (GMFCS) .................................123
3 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR (CRIANÇAS) .........................................127
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................141
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................142
UNIDADE 3 – AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ..........143
TÓPICO 1 – OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DO PACIENTE, MECÂNICA RESPIRATÓRIA, 
INSPEÇÃO ESTÁTICA E INSPEÇÃO DINÂMICA ...............................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 OBTENÇÃO DO HISTÓRICO DE SAÚDE DO PACIENTE .....................................................145
3 MECÂNICA RESPIRATÓRIA .........................................................................................................147
4 INSPEÇÃO ESTÁTICA .....................................................................................................................150
5 INSPEÇÃO DINÂMICA ...................................................................................................................157
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 2 –PALPAÇÃO DE TÓRAX E TRAQUEIA, PERCUSSÃO E AUSCULTA 
 PULMONAR .....................................................................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 PALPAÇÃO DO TÓRAX E TRAQUEIA ........................................................................................163
3 PERCUSSÃO .......................................................................................................................................166
4 AUSCULTA PULMONAR .................................................................................................................168
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................172
IX
TÓPICO 3 – MANOVACUOMETRIA, VENTILOMETRIA, PICO DE FLUXO 
 EXPIRATÓRIO, ESPIROMETRIA E IMAGINOLOGIA .......................................173
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................173
2 MANOVACUOMETRIA ...................................................................................................................173
3 VENTILOMETRIA ............................................................................................................................176
4 PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE) .........................................................................................177
5 ESPIROMETRIA .................................................................................................................................180
6 IMAGINOLOGIA DE TÓRAX ........................................................................................................183
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................190
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................199
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................201
X
1
UNIDADE 1
AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL 
DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E 
MUSCULOESQUELÉTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• saber como, quando e por que avaliar;
• descrever os componentes de uma avaliação físico-funcional da 
coluna, ombro, quadril, joelho, tornozelo e pé;
• saber como realizar uma avaliação físico-funcional da coluna, 
ombro, quadril, joelho, tornozelo e pé;
• compreender a importância da imaginologia como meio auxiliar 
na avaliação.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidadevocê 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: 
AVALIAÇÕES DA COLUNA
TÓPICO 2 – AVALIAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS
TÓPICO 3 – FICHAS DE ANAMNESE E INSTRUMENTOS PARA 
AVALIAR A FUNÇÃO FÍSICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: 
AVALIAÇÕES DA COLUNA
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1, abordaremos sobre o propósito da avaliação físico-funcional, 
o modo de avaliar e o que avaliar. Além disso, introduziremos alguns princípios 
importantes da avaliação musculoesquelética e osteoarticular da coluna. 
É comum, na prática clínica do fisioterapeuta, solicitar e analisar exames 
complementares para auxiliar no diagnóstico cinético-funcional, na definição 
dos objetivos e na tomada de decisão do plano terapêutico. Por esse motivo, 
abordaremos a Imaginologia como meio auxiliar nas avaliações da coluna.
2 PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR?
Os acadêmicos de fisioterapia com frequência ficam admirados com 
fisioterapeutas qualificados que avaliam e tomam decisões complexas baseadas 
em raciocínio clínico. Tornar-se competente na arte de avaliar o paciente 
demanda treino de habilidade, prática e reflexão do seu fazer diário. A avaliação 
musculoesquelética e osteoarticular contribuem para estabelecer o diagnóstico 
cinético-funcional, o prognóstico, o objetivo do plano terapêutico e os resultados 
desejados.
Segundo O’Sullivan e Schmitz (2004) e Porter (2005), os objetivos de se 
realizar uma avaliação musculoesquelética e osteoarticular são:
• Determinar a presença ou ausência do comprometimento envolvendo 
músculos, ossos e articulações.
• Identificar os tecidos específicos que estão causando o comprometimento.
• Identificar os fatores que predispuseram ou emergiram a partir da desordem.
• Ajudar a formular objetivos do plano terapêutico, resultados desejados e 
intervenções fisioterapêuticas apropriados.
• Determinar adaptações e indicar, quando necessário, equipamentos de órtese 
e prótese para melhorar a habilidade funcional nas atividades cotidianas, 
ocupacionais e recreativas.
• Verificar a efetividade do tratamento fisioterapêutico.
Você deve estar se perguntando: quando o fisioterapeuta deve avaliar o 
paciente? Porter (2005) sugere:
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
4
• No primeiro contato com o paciente: é de extrema importância realizar uma 
avaliação inicial para determinar os problemas do paciente e estabelecer um 
plano de tratamento.
• Durante o tratamento: é muito apropriado realizar a avaliação enquanto se 
realiza o tratamento, para certificar-se de qualquer melhora ou declínio nas 
condições do paciente e perceber o momento que ela ocorre.
• Antes de cada tratamento: o paciente deve ser reavaliado utilizando-se marcadores 
objetivos e subjetivos de forma a perceber a eficácia da intervenção fisioterapêutica.
• No início de cada novo tratamento: para determinar a duração dos efeitos do 
tratamento ou dos efeitos que outras atividades possam ter sobre os sinais e 
sintomas do paciente.
Uma boa avaliação é o segredo do tratamento fisioterapêutico efetivo, sem 
ela, os sucessos e fracassos perdem todo o seu valor como experiências de aprendizagem.
IMPORTANT
E
Antes de começar um exame físico, é imprescindível obter o máximo de 
informação possível sobre a condição atual e pregressa do paciente. É importante 
salientar que ter uma escuta qualificada e empática, ou seja, conduzir de forma 
que seja compreensível para pacientes de qualquer idade e escolaridade, se faz 
necessário para o sucesso da sua avaliação. Com as informações obtidas é possível 
desenvolver um raciocínio clínico e direcionar o exame a uma área/sistema 
do corpo. A informação sobre os sintomas e a habilidade funcional ajudará a 
estabelecer um direcionamento do tratamento e a julgar a eficácia desse.
Porter (2005) sugere incluir na entrevista o nome, a data de nascimento, 
o endereço e o número de telefone do paciente. O nome do profissional de saúde 
encaminhador também deve ser registrado para contato. 
Para o fisioterapeuta, é muito importante obter detalhes do emprego do 
paciente. Ele está trabalhando? Caso não esteja, anote as razões. Será por que o 
paciente é incapaz de lidar com as demandas físicas do trabalho?
O paciente é capaz de participar de atividades de lazer? Quais são seus 
interesses? Tem convívio social? Possui uma rede de apoio (família, amigos, 
vizinhos)? Todos esses questionamentos são apropriados para fazer parte de uma 
entrevista.
Outras informações como idade, gênero sexual, raça, estado civil e religião 
são pertinentes porque algumas patologias ou disfunções têm predisposição em 
determinados grupos, como exemplos: os idosos têm mais probabilidade de 
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
5
apresentar artroses; os jovens, desvios posturais e encurtamentos devido ao uso 
de computadores e/ou celulares; nas mulheres que gestaram, questionar qual o 
tipo e quantidade de partos nos levam a buscar por disfunções na musculatura 
do abdômen ou na região intima. Na ficha de avaliação deverá contemplar o 
diagnóstico clínico do paciente, para corroborar com seu diagnóstico cinético-
funcional. A história familiar é importante para saber se existe alguma relação 
de hereditariedade. Além disso, você deve anotar os medicamentos em uso pelo 
paciente para pesquisar possíveis efeitos colaterais e também questionar se fez 
algum exame complementar (Raio X, ressonância magnética...).
O’Sullivan e Schmitz (2004) sugerem uma sequência de entrevista, 
chamada de anamnese: a entrevista deve começar com uma pergunta geral, como: 
“o que trouxe você à fisioterapia hoje (queixa principal)? O paciente deve ter a 
oportunidade de apresentar a história. A partir de então, o fisioterapeuta pode 
perguntar sobre os sintomas, por exemplo: “como sua dor/edema/limitação/
problema começou?”. O fisioterapeuta precisa saber se o surgimento foi súbito 
(causado por trauma, acidente etc.) ou insidioso (provável que exista uma 
condição crônica ou sistêmica). Com a pergunta do tipo “onde está doendo?” ou 
“você pode mostrar onde dói?” ajudará a documentar o local dos sintomas. A 
Figura 1 pode contribuir para melhor localizar os sintomas do paciente. Quando 
houver mudança nos sintomas relacionados a atividades laborais, de vida diária 
ou a mudança de posição do corpo, por exemplo, essa deve ser anotada.
FIGURA 1 – DESENHO DO CORPO PARA AJUDAR NA LOCALIZAÇÃO DOS SINTOMAS DO PACIENTE
FONTE: O’sullivan e Schmitz (2004, p. 105)
Como o fisioterapeuta é um profissional de saúde de primeiro contato é 
importante que no momento da avaliação ele investigue a presença de red flags 
(bandeiras vermelhas). 
As red flags são sinais ou sintomas que sugerem a presença de acometimentos 
do sistema do corpo que podem ser a causa dos problemas relatados pelo paciente. 
As diretrizes recomendam a identificação das red flags como forma de excluir 
patologias específicas e visualizar se há presença de fatores de riscos associados, 
como infecções, câncer ou fraturas (HENSCHKE; MAHER; REFSHAUGE, 2008). 
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
6
Importante prestar atenção em pacientes depressivos, geralmente vão apresentar 
muitas dores (pacientes com fibromialgia, por exemplo) e muitas vezes um 
acompanhamento psicológico se faz necessário para tratamento de fatores 
emocionais que podem estar relacionados às dores.
De acordo com a Associação Internacional do Estudo da Dor (IASP), a dor 
é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual 
real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano. É classificada conforme a 
duração em forma aguda: apresenta curtaduração, serve também como um sinal 
de alerta para o corpo; crônica: apresenta a dor mais prolongada, com duração 
igual ou superior a três meses (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Quanto ao tipo, é 
dividida em: dor nociceptiva e não nociceptiva. A dor nociceptiva surge a estímulos 
sensíveis a temperatura e vibração, que é dividida em dor visceral (origem nos 
órgãos internos, pode indicar uma infecção, inflamação, neoplasias, é descrita 
como uma dor profunda, subjetiva e pode causar náuseas, aumento da pressão 
arterial e palidez) e a dor somática (origem na pele, músculos, articulações, ossos 
ou ligamentos, pode indicar uma queimadura na pele, fratura óssea, ruptura 
de tendões). Já a dor não nociceptiva não está associada a estímulos sensíveis, 
é produzida por disfunções nas células nervosas, dividida em dor neuropática 
(difícil diagnóstico, devido a uma etiologia múltipla e variada. Indivíduo pode 
ter sensações de dor em queimadura, formigamento, dormência, causando 
alterações nos movimentos, insônia, depressão) e dor simpática (causada pela 
hiperatividade da parte simpática do sistema nervoso que controla o fluxo 
sanguíneo nos tecidos, frequente após fratura ou lesão muscular, com sensação 
de dor ao redor do local e perifericamente aos membros, com temperatura local 
aumentada) (JANEIRO, 2017).
É importante avaliar também a qualidade dos sintomas, por exemplo: 
“qual a intensidade de sua dor?” E você pode ajudá-lo a decifrar de que maneira é 
essa dor: “é uma dor latejante? Você consegue mostrar o local exato da sua dor?”. 
Maneira bastante simples do paciente expressar a intensidade da dor é usando a 
escala visual analógica da dor (EVA). É uma escala numérica de 0 a 10, sendo que 
0 corresponde a nenhuma dor e 10 corresponde a pior dor que já passou (Figura 
2). Outra opção é o Questionário de dor McGill (Figura 3), separados em grupos 
de AaT, sendo o grupo A que sugere distúrbios vasculares; grupos B a H sugerem 
distúrbios neurogênicos; grupo I sugere distúrbios musculoesqueléticos e grupos 
J a T sugerem transtornos emocionais. A pontuação é a soma dos sintomas que 
o paciente preenche: 4 a 8 = normal; 8 a 10 = foco excessivo na dor; 10 a 16 = um 
psicólogo pode ajudar; >16 = provavelmente não tem condições de responder aos 
procedimentos terapêuticos (DUTTON, 2010).
FIGURA 2 – ESCALA VISUAL ANALÓGICA
FONTE: Tagliolatto e Mitsuushi (2018, p. 54)
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
7
FIGURA 3 – QUESTIONÁRIO DE DOR MCGILL
A.Vibração
 Tremor
 Pulsante
 Latejante
 Como batida
 Como 
pancada
B. Pontada
 Choque
 Tiro
C. Perfurante
 Maçante
 Brocante
 Penetrante
D. Fina
 Cortante
 Lacerante
E. Beliscão
 Aperto
 Mordida
 Cólica
 Esmagamento
F. Fisgada
 Puxão
 Torção
G. Calor
 Ardor
 Fervente
 Em brasa
H. Formigamento
 Coceira
 Ardor
 Ferroada
I. Indistinta
 Sensibilidade
 dolorosa
 Dolorida
 Intensa
 Pesada
J. Sensível
 Esticada
 Irritante
 Fendida
K. Cansativa
 Exaustiva
L. Enjoada
 Sufocante
M. Temível
 Apavorante
 Aterrorizante
N. Castigante
 Atormentadora
 Cruel
 Maldita
 Mortal
O. Miserável
 Enlouquecedora
P. Chata
 Incômoda
 Desgastante
 Insuportável
Q. Espalhada
 Irradiada
 Penetrante
 Atravessada
R. Aperta
 Adormece
 Repuxa
 Espreme
 Rasga
S. Fria
 Gelada
 Congelante
T. Aborrecida
 Nauseante
 Agonizante
 Pavorosa
 Torturante
FONTE: Dutton (2010, p. 204) 
Com certeza você já passou por alguma experiência de dor em sua vida. 
Tente lembrar se ela piorava ou melhorava em alguma posição, em repouso ou 
quando em atividade. Isso também é muito importante esclarecer na hora da 
avaliação, pois lhe dará indícios de diagnóstico. A dor advinda de síndromes 
por uso excessivo, por exemplo, tenderá a diminuir no repouso. Enquanto isso, a 
rigidez articular observada em uma osteoartrite pode aumentar após o repouso. 
Você está percebendo o quanto é importante uma avaliação para promover um 
bom diagnóstico cinético-funcional?
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
8
Você já leu em parágrafos anteriores quando se deve avaliar, certo? E deve 
se lembrar que a avaliação é contínua, ela é realizada antes, durante e depois de 
cada tratamento. Pois bem, precisamos avaliar o comportamento dos sintomas 
nas últimas 48 horas e não apenas na ocasião da entrevista. Mas, por quê? Para se 
obter um quadro mais preciso da situação! “Os seus sintomas estão melhorando, 
piorando ou permanecem iguais?” A resposta a essa pergunta ajudará o 
fisioterapeuta a julgar a eficácia do tratamento que já está sendo realizado ou 
do tratamento futuro. Vamos lá: se a dor do paciente estivesse piorando nas 
últimas 48 horas e o tratamento estabilizasse essa dor, poderíamos concluir que o 
tratamento está sendo eficaz. 
Não se pode esquecer de perguntar sobre os tratamentos anteriores: o que 
já foi tentado, qual/quais profissionais já trataram o problema, o que o paciente 
faz para aliviar os sintomas. As respostas a essas questões ajudam o fisioterapeuta 
a decidir se são necessários encaminhamentos adicionais. 
Tipo, frequência, dose e efeitos dos medicamentos usados pelo paciente devem 
ser registrados! O fisioterapeuta deve saber que o uso de analgésicos e anti-inflamatórios 
podem reduzir o nível dos sintomas durante a avaliação!
IMPORTANT
E
Questões como: “que tipo de trabalho você realiza? Você realiza tarefas 
domésticas? Como seu problema referido afeta a habilidade de desempenhar 
sua profissão? Você precisa de alguma ajuda para se vestir? Banhar? Consegue 
participar de atividades recreativas, de lazer?” podem ajudar você a quantificar 
ou qualificar os efeitos do problema sobre a funcionalidade do paciente. Perguntar 
se ele vive sozinho ou com alguém ajudará a determinar se existem outras 
pessoas disponíveis para ajudar (rede de apoio) nos exercícios recomendados, 
deambulação, transferências. Essas questões levam a classificar a capacidade 
funcional e as atividades de vida diária (AVD). Algumas escalas podem ser 
utilizadas para complementar sua avaliação, como, por exemplo a Escala/Índice 
de Barthel e Índice de Katz. Você encontrará essas escalas mais à frente no Tópico 
3 sobre avaliações.
 
Talvez uma das perguntas mais importantes que você deve fazer em uma 
entrevista seja: “que resultados você espera com a fisioterapia?” Isso possibilita 
ao fisioterapeuta e ao paciente discutir e acordar os objetivos de tratamento. Pense 
em uma situação de uma senhora idosa que sofreu fratura de quadril em um dia 
e no outro encontra-se hospitalizada. Ela espera receber alta do hospital assim 
que conseguir deambular independentemente, em uma semana. Com certeza 
será necessário discutir com essa senhora os objetivos mais realistas, levando em 
consideração as práticas de segurança do paciente.
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
9
Um bom profissional fisioterapeuta nunca deve presumir que sabe quais 
questões são importantes para o paciente. Saber o que ele espera com o tratamento, 
quando pretende voltar ao trabalho, o quanto deseja retornar ao futebol, por exemplo, são 
questões que devem marcar.
IMPORTANT
E
Depois que você souber de todas as informações anteriores, ainda restará 
uma última pergunta: “tem algo a mais que você queira me dizer?”. Muitas vezes 
o paciente aproveita essa oportunidade para esclarecer algo que possa ter passado 
despercebido ou compartilhar um acontecimento, uma preocupação que está se 
somando ao que já foi relatado.
Ao exame físico você deve inicialmente colher os sinais vitais, como 
frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e 
temperatura (T). A inspeção da pele torna-se importante para pesquisar presença 
de edema, calor, rubor, alguma ulceração.
Além disso, uma série de itens importantes devem entrar em sua ficha 
de avaliação. Através da palpação, que consiste em usar as pontas dos dedos 
ou palmas das mãos para examinar o corpo, você investigará pontos álgicos, 
retraçõescicatriciais, tensionamentos.
Através de um instrumento chamado goniômetro, você poderá realizar a 
goniometria, que é a medição dos ângulos articulares encontrados no corpo humano. 
Com essas medidas você pode determinar, por exemplo, a presença de disfunções, 
quantificar as limitações encontradas e comparar com avaliações anteriores.
O teste de força muscular deve estar presente em toda avaliação cinético-
funcional, é através dele que se avalia a capacidade de um músculo desenvolver 
tensão contra uma resistência. Mais à frente você conhecerá a escala que mede os 
graus de força muscular.
A avaliação postural se faz importante para que possamos observar 
alinhamentos, simetrias, através de vista anterior, posterior, lateral esquerda e direita.
A avaliação das atividades de vida diária deve entrar em sua avaliação. Essas 
habilidades dizem respeito às tarefas do dia a dia realizadas para o autocuidado, 
que compreendem: se alimentar, vestir, banhar, caminhar, ir ao banheiro.
Após realizados os procedimentos citados, você será capaz de realizar 
o diagnóstico cinético-funcional, diagnóstico realizado pelo profissional 
fisioterapeuta. O diagnóstico compreende a condição de saúde funcional do 
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
10
paciente, que é diferente do diagnóstico clínico (nesse caso é descrita a doença 
do paciente, por exemplo: asma brônquica, paralisia cerebral, tendinite...), 
portanto, o fisioterapeuta irá avaliar os sinais e sintomas referentes às disfunções 
que encontra na sua avaliação funcional e traçar um tratamento que possa ser 
específico para aquele paciente (COFFITO, 2012).
A partir do diagnóstico fisioterapêutico, é possível descrever os objetivos 
com esse paciente, que serão seus guias para posteriormente montar seu plano 
terapêutico. Para escrever os objetivos iniciamos com um verbo, por exemplo: 
preservar, restaurar, melhorar e então complementamos com a função a ser 
trabalhada. Baseado nos objetivos descritos, você irá descrever as condutas do seu 
plano terapêutico (o que será feito com esse paciente, por exemplo: alongamentos, 
fortalecimentos, manipulações...) e também estabelecer o prognóstico a partir de 
sua avaliação e das intervenções fisioterapêuticas que você realizará, ou seja, uma 
estimativa de tempo para sua evolução dentro do quadro funcional. Lembre-
se que os objetivos e condutas mudam de acordo com a evolução do paciente, 
podendo alterá-las caso não apresente melhoras ou então avançando conforme o 
tratamento (COFFITO, 2012).
Vamos a um exemplo para que seja mais fácil de visualizar: 
Homem, 25 anos, tem como queixa principal dor na região lombar há 
cerca de dois anos e há seis meses ficaram mais intensas. Foi a consulta 
médica e após exames de imagem, seu diagnóstico clínico foi lombalgia. 
Não faz uso de medicamentos e não estava realizando nenhum outro 
tipo de tratamento. Na observação, percebeu pequena cicatriz na 
região lombar e dor a palpação. Na escala de força muscular, grau cinco 
nos músculos quadrado lombar, reto do abdômen, oblíquo externo e 
interno do abdômen, glúteos e isquiotibiais. Realiza os movimentos de 
forma ativa sem compensação. Teste específico de Laségue negativo. 
Na escala visual analógica (EVA) relata grau oito de dor. Na avaliação 
postural observado cabeça anteriorizada, hipercifose torácica, leve 
aumento da curvatura lombar, anteversão pélvica, joelhos em rotação 
externa e pés cavos. A partir disso, o diagnóstico fisioterapêutico foi: 
dor na região lombar, limitando os movimentos de hiperextensão do 
tronco e flexão de quadril. Os objetivos foram: diminuir a dor, aumentar 
a flexibilidade, melhorar qualidade de vida e das funções do dia a 
dia. As condutas realizadas foram: alongamento ativo de piriforme, 
quadrado lombar, paravertebrais eisquiotibiais; exercícios ativos de 
rotação, flexão e extensão de tronco e flexão de quadril; exercícios de 
ponte; fortalecimento dos músculos do abdômen e tronco; liberação 
miofascial da região dorsal; exercícios de relaxamento com enfoque 
na respiração e utilizado aplicação de eletroterapia para alívio da dor 
(ALVES; LIMA; GUIMARÃES, 2014, p. 2).
3 AVALIAÇÕES DA COLUNA
As informações obtidas com as perguntas que você viu no anteriormente 
agora precisarão ser complementadas com perguntas/avaliações adicionais baseadas 
na região específica do corpo que está sendo examinada (neste caso, a coluna).
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
11
Para continuar a avaliação funcional e também para que a coluna seja 
inspecionada, o paciente precisa estar vestido adequadamente. A observação da 
coluna irá requerer que homens tirem a camisa e que mulheres usem apenas sutiã 
(O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2004). Você pode utilizar um fio de prumo ou um 
instrumento chamado posturógrafo ou simetrógrafo (quadro formado por linhas 
verticais e horizontais) e solicitar para que o paciente fique numa postura natural, 
olhando para frente. Esse instrumento facilita para uma melhor visualização das 
disfunções posturais. Tradicionalmente, a avaliação inicia com a observação do corpo 
três planos: frontal (anterior e posterior), perfil (sagital) e horizontal (transversal).
3.1 COLUNA LOMBAR
Com frequência é realizada uma avaliação postural para ajudar a verificar 
o alinhamento. A avaliação postural é importante para que possamos verificar 
os desequilíbrios e adequar a postura de cada indivíduo, favorecendo uma 
menor sobrecarga nas articulações, harmonia no sistema musculoesquelético 
e prevenindo o aparecimento de alterações na postura ou então informando o 
paciente sobre suas alterações posturais e como melhorá-las (VERDÉRI, 2003).
Na coluna lombar é muito comum encontrarmos alterações como 
hiperlordose e curvatura de escoliose, que são queixas comuns de dor. A coluna 
lombar é composta por cinco vertebras, apresentadas como curvatura normal a 
lordose. Realiza movimentos de flexão, extensão, rotação e inclinação lateral. É 
uma região que realiza grandes movimentos, em consequência é a mais acometida 
com disfunções. A região sacral une a coluna vertebral à cintura pélvica, é 
constituída por cinco vértebras que se fundem no adulto em um único osso e tem 
como articulação a sacroilíaca. O cóccix possui forma de cunha e função no suporte 
do assolho pélvico (NATOUR, 2004). Quando uma articulação do corpo tem seu 
movimento diminuído ou cessado, vamos colocar, como exemplo, a articulação 
do quadril, é comum afetar as regiões próximas, como a articulação sacroilíaca, 
as vértebras lombares, as articulações dos joelhos, pois são formas de compensar 
um movimento que está comprometido (HAMMOUD et al., 2014). Lembre-se, o 
corpo é interligado, por isso é importante uma boa avaliação postural e visualizar 
o paciente com um todo, não somente no local da queixa.
De acordo com estudos epidemiológicos, de 65% a 90% de adultos poderão 
ter um episódio de lombalgia durante a vida, sintoma que apresenta elevado índice 
de incapacidade (NATOUR, 2004). Outra patologia comum da coluna lombar é a 
hérnia discal e a estimativa é de que 2% a 3% da população possa ser afetada, sendo 
considerada um problema de saúde mundial (VIALLE et al., 2010). 
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
12
Ao avaliar a coluna, na vista anterior e posterior o ponto de referência fixo 
fica entre os calcanhares e na vista lateral levemente anterior ao maléolo lateral. O 
paciente permanece numa postura natural, sem tensões e precisamos nos atentar 
se não irá adotar uma postura “ideal”, ou seja, tenta organizar seu corpo para deixar 
o mais alinhado possível, porém não é o seu natural, prejudicando nossa avaliação. 
Devemos nos atentar às seguintes situações: a coluna deve estar 
na vertical e não deve haver rotação, flexão lateral, escoliose (curvatura 
lateral) ou deslocamento (desvio lateral). Anteriormente, as espinhas ilíacas 
anterossuperiores devem estar alinhadashorizontalmente e, posteriormente, os 
ombros, pregas da cintura, espinhas ilíacas póstero-superiores, pregas glúteas e 
pregas do joelho devem estar alinhadas na horizontal. Lateralmente, você deve 
observar uma lordose normal na coluna lombar (PORTER, 2005).
Por meio da Figura 4 devemos nos atentar para o que será observado 
em uma avaliação postural/exame da coluna. Para observar a posição lateral, 
devemos estar atentos à posição da linha de gravidade. Isso pode ser facilmente 
visualizado com um fio de prumo.
FIGURA 4 – EXAME DA COLUNA: (a) vista posterior e (b) vista lateral
Nível das orelhas Através do lobo da orelha
Através da articulação do 
ombro
Através do trocânter maior
Anterior à articulação do 
joelho
Anterior ao maléolo lateral
Posição da linha da 
gravidade
Nível dos ombros
Posição dos braços em 
relação ao corpo
Nível da posição das 
cristais iliacas
Nível da prega glútea
Dobra dos joelhos 
simétricas
Tendão do calcâneo reto
Posição da coluna ereta
Linhas do pescoço simétricas
 A B
FONTE: Adaptado de Santos (2005, p. 393) e Porter (2005, p. 31)
Na Figura 5, observaremos as curvaturas posturais da coluna vistas do 
perfil lateral. A primeira imagem mostra uma retificação da coluna vertebral, 
ou seja, ausência ou diminuição da curvatura fisiológica. A segunda imagem 
representa uma cifose acentuada, acarretando um aumento da lordose lombar 
e rotação anterior da pelve. A terceira imagem representa uma anteroversão 
pélvica (hiperextensão dos quadris, inclinação pélvica anterior e deslocamento 
anterior da pelve). Na quarta imagem, conseguimos observar uma hipercifose 
torácica, que é o aumento dessa curvatura (PORTER, 2005). Já na quinta e sexta 
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
13
imagem é possível observar a escoliose – desvios laterais associados a inclinação 
lateral e rotação de vertebras – sendo a primeira imagem uma representação da 
escoliose em “C” da região torácica e a segunda da lombar, podendo também ser 
uma escoliose em “S”, nas duas regiões ocorre o aparecimento da escoliose. 
FIGURA 5 - CURVAS POSTURAIS DA COLUNA
FONTE: <https://blogpilates.com.br/wp-content/uploads/2017/03/Desvios-Posturais-1.png>. 
Acesso em: 12 nov. 2019.
Um outro procedimento muito utilizado em uma avaliação é a palpação. 
A palpação consiste em um exame realizado com os dedos ou a mão para explorar 
clinicamente estruturas do corpo. Tem por objetivos avaliar a sensibilidade e 
flexibilidade dos tecidos, localizar com precisão os pontos álgicos e pontos de 
espasmos musculares (trigger point ou ponto gatilho), verificar presença de 
edema e temperatura da pele. Deve ser realizada de forma sutil, para não causar 
desconfortos e aumentar a tensão no paciente. 
O’Sullivan e Schmitz (2004) sugerem que a palpação venha logo após 
a observação. Para que você possa obter um resultado fidedigno da palpação é 
imprescindível que você tenha um conhecimento vasto de anatomia e faça uma 
abordagem sistemática. Todas as estruturas de uma superfície corpórea devem 
ser palpadas antes de se palpar outra superfície. O lado não envolvido deve ser 
examinado primeiro para servir de modelo normativo para comparação. A avaliação 
deve ser consistente e minuciosa. Você deve estar se perguntando: “mas, o que 
devo palpar?”, você deve palpar ossos, tecidos moles e pele, alterando a pressão 
tátil conforme estruturas a serem palpadas. Por exemplo, você usará de pressão 
leve para palpar a pele, porém, usará de pressão mais forte para palpar ossos. Em 
geral, são usadas as pontas dos dedos para palpação, mas para palpar estruturas 
maiores ou mais profundas, é melhor você utilizar toda a superfície da mão.
Para verificar a mobilidade miofascial, você deverá deslocar a pele e os 
tecidos moles com as pontas dos dedos. Para verificar a temperatura da pele, é 
recomendado que você utilize o dorso da mão. É importante que, para passar de 
uma área para outra do corpo, sua mão deve permanecer em contato firme com 
a pele. Durante a palpação esteja atento ao feedback do paciente, que lhe dará 
“dicas” de áreas dolorosas, por exemplo.
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
14
Após a realização da avaliação postural estática e da palpação, outro ponto 
a ser avaliado são os movimentos da coluna lombar, que são: flexão, extensão, flexão 
lateral e rotação. Chamamos de amplitude de movimento (ADM) a quantidade 
de movimentação de uma articulação. Para avaliar a ADM de uma articulação, 
utilizamos um método denominado goniometria, que, segundo Marques (2014), 
refere-se à medida de ângulos articulares presentes nas articulações dos seres 
humanos. As medidas goniométricas são usadas pelos fisioterapeutas para 
quantificar a limitação dos ângulos articulares, decidir a intervenção terapêutica 
mais apropriada e, ainda, documentar a eficácia dessa intervenção. O instrumento 
mais utilizado para medição é o goniômetro universal, que possui um corpo e 
dois braços: um móvel e outro fixo. No corpo do goniômetro estão as escalas, um 
círculo completo (0-360 graus) e um meio círculo (0-180 graus). É uma importante 
parte da avaliação das articulações e dos tecidos moles que as envolvem.
Para avaliar a ADM da coluna lombar, alguns métodos são utilizados, 
tais como goniometria, mensuração com fita métrica, sendo esta a mais utilizada 
por sem simples e de fácil acesso, inclinômetro e análise radiográfica, sendo a 
última considerada padrão-ouro. Há uma grande dificuldade em se obter uma 
medida ideal da coluna lombar pois é uma região com estruturas ósseas difíceis 
de palpar, tem variação das curvaturas normais da coluna em cada indivíduo, 
além da presença do movimento do quadril, que pode confundir sua mensuração 
(MACEDO et al., 2009). A seguir, vamos apresentar essas formas de avaliação da 
amplitude de movimento da coluna, para que você tenha conhecimento acerca 
dessas medições.
A medição da coluna lombar com o uso da fita métrica tem como objetivo 
calcular a amplitude de flexão da coluna lombar. É conhecido também como 
teste de Schöber e foi descrito mais a frente, o qual vamos explicar sobre testes 
específicos da coluna lombar. É a maneira mais simples e prática na área clínica 
para mensurar a ADM da coluna lombar.
O inclinômetro é um tipo de goniômetro que possui um transferidor de 
360° que se orienta através da ação da gravidade. Possui uma faixa autoadesiva 
que pode ser fixada na articulação, um no processo espinhoso de T12 e outro no 
sacro e então o paciente faz a flexão do tronco para frente e para obter o resultado, 
deve-se subtrair a inclinação da T12 da sacral e os valores normais variam de 44 a 
66° (GANZALEZ et al., 2014).
O uso da radiografia como método de mensurar a amplitude de 
movimento da coluna lombar é padrão-ouro, porém não é um método simples 
e de fácil acesso. Para realizar a medição numa radiografia você vai traçar uma 
linha paralela à borda superior da 1° vertebra sacral (A); outra linha paralela à 
borda superior da 1° vértebra lombar (B); traçar uma linha perpendicular à linha 
A e outra linha perpendicular à linha B. O valor da ADM da coluna lombar se dá 
através do ângulo formado pela interseção das linhas C e D (TOUSIGNANT et al., 
2005). Para melhor visualização do método, observe a imagem a seguir:
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
15
FIGURA 6 – RADIOGRAFIA COM AS MENSURAÇÕES DA COLUNA LOMBAR
FONTE: Tousignant et al. (2005, p. 556)
Apresentaremos agora um outro procedimento de avaliação muito 
utilizado em uma avaliação musculoesquelética, o teste de força muscular. 
Para avaliar o desempenho muscular, utilizamos alguns parâmetros, como 
força, resistência e energia. A força é definida como a quantidade de energia 
exercida por um indivíduo em uma contração muscular máxima contra uma 
resistência específica ou a capacidade de produzir torque em uma articulação. 
Resistência é a capacidade de um ou grupo de músculosmanter ou executar 
contrações sem fadiga, estimulando o corpo a trabalhar de forma aeróbica. Já a 
potência é a quantidade máxima de força que o indivíduo consegue realizar em 
uma quantidade de tempo. É o produto da força muscular e da velocidade de 
encurtamento muscular (DUTTON, 2010).
Métodos clínicos para avaliar a força muscular incluem: o teste muscular 
manual (TMM) e dinamômetro. O teste TMM utiliza o arco do movimento, a 
gravidade e a resistência aplicada manualmente pelo fisioterapeuta para testar e 
determinar os graus musculares. De acordo com Dutton (2010), o dinamômetro 
é um aparelho que mede força de forma mais objetiva do que no teste TMM. 
Podemos utilizar o dinamômetro de mão, que é usado para avaliar a força de 
preensão do paciente ou medir força do grupo muscular quando o paciente exerce 
força máxima; isométrico mede a força estática do músculo através de instruções 
verbais; isocinético mede força de um grupo muscular durante movimento com 
velocidade constante.
O teste TMM é comumente utilizado na nossa prática clínica por ser de 
fácil acesso e sem custos. Para realizá-lo, é preciso posicionar o paciente de modo 
que o músculo ou grupo muscular que está sendo testadose sustente ou se mova 
contra a resistência da gravidade e passar as instruções para a realização do teste. 
Por exemplo, para testar a força muscular dos músculos extensores da coluna 
lombar, é recomendado que você posicione o paciente em decúbito ventral sobre 
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
16
uma maca, estabilizando seus membros inferiores. O paciente tenta manter o 
tronco suspenso em posição horizontal pela ação dos músculos extensores da 
coluna lombar. Se isso for bem tolerado pelo paciente, você ainda pode aplicar 
uma resistência gradual na parte distal da coluna e em uma direção oposta 
ao torque produzido pelo músculo/grupo muscular testado. Lembrando que 
na avaliação de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), o 
lado contralateral também deve ser avaliado como comparativose um membro 
apresenta maior grau de força do que o outro (DUTTON, 2010). 
O’Sullivan e Schmitz (2004) sugerem uma escala de 0 a 5 para medir o 
grau de força muscular. 
QUADRO 1 – GRADUAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR
GRAUS CRITÉRIOS
5 Amplitude de movimento (ADM) possível completa, contra a gravidade, forte resistência manual.
4 ADM possível completa, contra gravidade, resistência manual moderada.
3 ADM possível completa, contra gravidade, sem resistência.
2 ADM possível completa, gravidade minimizada, sem resistência.
1 Sem movimento observável, contração muscular palpável, sem resistência.
0 Sem contração muscular observável ou palpável.
FONTE: Adaptado de O’sullivan e Schmitz (2004)
É importante desenvolver um raciocínio entre os achados na avaliação 
postural e no teste de força muscular, pois através deles é possível identificar 
se uma alteração postural está causando um enfraquecimento de algum 
músculo, seu encurtamento ou se possui alguma tensão. Como complemento do 
exame físico, podemos realizar avaliação funcional verificando a incapacidade 
funcional através do Índice de Incapacidade de Oswestry (ODI), Questionário de 
Incapacidade de Roland Morris (RMDQ) e também com os testes específicos como 
oteste deSchöber e o teste do 3° dedo ao chão. 
O ODI é uma ferramenta que avalia a incapacidade gerada pela dor 
lombar nas atividades de vida diária, inclui dez questões referentes às atividades 
diárias (cuidados pessoais, sentar, ficar em pé, vida sexual e social) que podem 
ser prejudicadas ou interrompidas pela dor lombar. São pontuadas de 0 a 5 e a 
interpretação dos pontos é feita da seguinte maneira: de 0% a 20% = incapacidade 
mínima; 21% a 40% = incapacidade moderada; 41% a 60% = incapacidade severa; 
61% a 80% = incapacidade muito severa e 81% a 100% = incapacidade total 
(VIGATTO et al., 2007).
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
17
O RMDQ avalia o grau de incapacidade dos doentes com lombalgia. O 
questionário é constituído por 24 perguntas (resposta sim ou não) e o resultado 
corresponde a soma das respostas sim. Para interpretar o resultado, quanto mais 
próximo a zero significa que a pessoa está sem queixas e mais próximo a 24 um 
doente com limitações graves (MONTEIRO et al., 2010).
O teste de Schöber (Figura 7) é uma técnica para medir a ADM da coluna 
lombar e consiste em estender a fita métrica 5 cm abaixo e 10 cm acima da 
articulação lombossacral, com o indivíduo em posição neutra da pelve. Quando 
realiza a flexão anterior do tronco, o aumento da distância entre as marcas fornece 
uma estimativa da amplitude da flexão da coluna lombar (MACEDO et al., 2009).
O teste do 3° dedo ao chão solicita ao paciente que fique na posição ortostática, 
joelhos estendidos, braços e cabeça relaxados e realize a flexão de tronco em direção 
ao chão. No momento final da flexão, com auxílio de fita métrica, é realizado 
a mensuração do 3° dedo até o chão. Quanto mais próximo do chão, melhor é 
considerado a flexibilidade do indivíduo (CARREGARO; SILVA; GIL, 2007).
FIGURA 7 – TESTE DE SCHÖBER
FONTE: Briganó e Macedo (2005, p. 75)
3.2 COLUNA CERVICAL
A coluna cervical é composta por sete vertebras e constituída por duas partes 
anatômicas: a coluna suboccipital (parte superior), composta por duas vertebras 
sendo a primeira atlas e a segunda áxis, unidas entre si no osso occipital e a coluna 
cervical inferior que se estende do platô inferior do áxis até o platô superior da 
primeira vertebra torácica. As duas primeiras vértebras são diferentes comparadas 
as outras vértebras, mas funcionalmente se completam e realizam movimentos de 
rotação, inclinação, flexão e extensão da cabeça (KAPANDJI, 2000).
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
18
A cervicalgia (dor na região cervical) é uma lesão comum, que afeta a 
qualidade de vida do indivíduo podendo levar a quadros depressivos, dependência 
medicamentosa e prejuízo nas suas atividades diárias, sendo o sexo feminino 
o mais afetado (SILVA, 2017). Algumas evidências relacionam às cervicalgias 
com posturas fixas e prolongadas, curvatura aumentada do tronco, má postura 
em atividades por períodos longos e ergonomia inadequada (NAUTOR, 2004). 
Estudos recentes sobre associação do uso de celulares e cervicalgia demonstram 
que não há achados compatíveis com a crença de que a postura inadequada do 
pescoço e o uso de celulares seja a causa principal da crescente prevalência de 
dores no pescoço (DAMASCENO et al., 2018; CORREIA et al., 2019). 
Acadêmico, você já deve presumir que os mesmos procedimentos 
utilizados para avaliar a coluna lombar deverão ser utilizados para a coluna 
cervical. Você fará uma observação da postura e realizará a palpação, conforme 
já descrito. Sugerimos que, para você ganhar confiança, treine os procedimentos 
descritos aqui com um familiar ou alguma pessoa próxima do seu convívio social.
No exame de observação da coluna cervical, você deverá observar se ela 
mantém uma curvatura adequada, se há hiperlordose, retificação ou se há algum 
desvio lateral. O queixo deve estar a 90 graus do aspecto anterior do pescoço. Uma 
redução da lordose (retificação) predispõe os discos e corpos vertebrais a sustentar 
mais peso. Já um aumento da lordose (hiperlordose) aumenta as cargas compressivas 
nas facetas e elementos posteriores (PORTER, 2005). Observe a Figura 8:
FIGURA 8 – EXAME DA COLUNA CERVICAL: (a) alinhamento ideal; (b) postura citófica-lordótica; 
(c) postura com o dorso plano; (d) postura com deslocamento posterior do dorso.
FONTE: Kendall et al. (2007)
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
19
Bem, para avaliar a ADM da coluna cervical, primeiramente você deve 
saber quais movimentos são realizados por ela. Quais são eles? Da mesma forma 
como a coluna lombar, a coluna cervical também realiza os movimentos de 
extensão, flexão,flexão lateral e rotação. As amplitudes de movimentos normais 
da coluna cervical são as seguintes:
TABELA 1 – GONIOMETRIA COLUNA CERVICAL
MOVIMENTO COLUNA CERVICAL (GRAUS)
Flexão 0 a 90
Extensão 0 a 70
Flexão lateral 0 a 45
Rotação 0 a 90
FONTE: Magee (2010, p. 147)
Na Figura 9, você visualizará como realizar a goniometria de flexão da 
coluna cervical. O paciente deverá estar sentado ou em pé, de costas para você. 
Braço fixo do goniômetro: no nível do acrômio e paralelo ao solo, no mesmo plano 
transversal do processo espinhoso da sétima vértebra cervical. Braço móvel: ao 
final do movimento de flexão da coluna cervical, colocá-lo dirigido para o lóbulo 
da orelha (MARQUES, 2014).
FIGURA 9 – COLOCAÇÃO DO GONIÔMETRO PARA MEDIR A FLEXÃO CERVICAL
FONTE: Marques (2014, p. 64)
Para medir a extensão cervical, o paciente fica sentado, o braço fixo do 
goniômetro se posicionará no nível do acrômio e paralelo ao solo no mesmo plano 
transverso do processo espinhoso da sétima vértebra cervical. O braço móvel ao 
final do movimento se dirige ao lóbulo da orelha (MARQUES, 2014).
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
20
Para medir a flexão lateral da coluna cervical, o braço fixo do goniômetro 
ficará paralelo ao solo. O braço móvel deverá ser colocado na linha média da 
coluna cervical, dirigido para a protuberância occipital externa, ao final do 
movimento de inclinação lateral (MARQUES, 2014).
O teste de força muscular da coluna cervical, claro, seguirá a mesma 
graduação descrita no Quadro 1. Os testes são realizados com o paciente sentado 
e o movimento é sempre na direção oposta ao que o músculo exerce. Por exemplo, 
para avaliar a flexão da cervical (musculatura de esternocleidomastóideos, 
escalenos e pré-vertebrais) vamos estabilizar com uma mão a região do osso 
esterno e com a outra mão, encaixamos na testa do paciente, região que será 
realizada a resistência por parte do examinador. Em seguida, é solicitado ao 
paciente que realize a flexão de cervical. Para avaliar a musculatura extensora da 
cervical, estabiliza a parte posterior superior do tórax e escápulas, a outra mão 
sobre a região occipital do crânio onde é realizada a resistência pelo examinador 
e em seguida, o paciente realiza a extensão do pescoço (HOPPENFELD, 2016). 
Além do teste de força muscular, você pode utilizar escalas e testes 
para auxiliar na avaliação funcional. O Índice de Incapacidade Cervical (NDI) 
é utilizado para avaliar a capacidade funcional da cervical. É composto por dez 
questões referentes a atividades gerais e dor, seus itens estão organizados pelo tipo 
de atividade e seguidos por seis diferentes afirmações, expressando progressivos 
níveis de capacidade funcional. São pontuados de 0 a 5 e a interpretação dos 
pontos é feita da seguinte maneira: de 0% a 10% = sem incapacidade; 11% a 
29% = incapacidade mínima; 30% a 49% = incapacidade moderada; 50% a 70% = 
incapacidade severa e acima de 70% incapacidade total (COOK et al., 2006).
Como testes específicos, podemos citar o Teste de Compressão de Spurling, 
para avaliar dor e compressão de raiz nervosa, em que o paciente senta em uma 
postura cervical neutra e é instruído a flexionar lateralmente sua cabeça para o 
lado dos sintomas. Se houver dor, o teste é positivo. Caso não houver sintomas, 
pode então ser aplicado uma força de compressão e se nesse caso houver dor, o 
teste é positivo. Outro teste é o Teste de distração cervical, em que o paciente fica 
em decúbito dorsal e antes do início, os sintomas são avaliados. O examinador 
coloca uma mão no queixo e outra na projeção do occipital na parte posterior do 
pescoço. É aplicado uma força de tração e os sintomas são reavaliados. É realizado 
o mesmo padrão de movimento a dor, além da dor e ao movimento repetido. O 
teste é positivo quando há redução dos sintomas durante a tração. Serve para 
avaliar dor e compressão de raiz nervosa (COOK et al., 2015).
4 IMAGINOLOGIA
Imaginologia é um termo que se refere ao método que usa imagens como 
meios de diagnóstico. Os exames por imagem são utilizados em combinação 
com o exame físico para determinar um diagnóstico. Nunca os utilizar de forma 
isolada, pois seus achados devem ser relacionados aos sinais clínicos para 
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
21
descartar indicações falso-positivas ou alterações relacionadas a idade (MAGEE, 
2010). Aqui vamos falar de alguns exames comuns na prática fisioterapêuticas, 
tais como: Radiografia Simples (RX), Ressonância Magnética (RM), Tomografia 
Computadorizada (TC), Ultrassonografia (US), Densitometria Óssea (DMO). 
Saibt (2011) afirma que a interpretação de exames complementares na prática 
clínica do fisioterapeuta auxilia na indicação do tratamento e avaliação de seus 
pacientes. Apesar dos exames de imagem terem um valor inestimável para os 
profissionais da saúde, inclusive fisioterapeutas, nada substitui as mãos e o olhar 
apurado de um profissional capacitado.
Neste tópico, você conhecerá alguns pontos importantes a serem 
observados em alguns exames complementares da coluna. Será necessário que 
você revisite o conteúdo de Anatomia Humana do seu curso de graduação.
O exame de RX é um dos métodos mais utilizados pelo baixo custo e 
facilidade de realização. Através dele é possível visualizar estruturas ósseas, 
luxação/subluxação de articulações, fraturas ósseas, processos degenerativos, 
patologias respiratórias (pneumonia, derrame pleural), alterações posturais 
(escoliose, hipercifose torácica) (SAIBT, 2011). A US é um método bastante 
rápido, relativamente de baixo custo e com grande aplicação no estudo das 
doenças em partes moles, tendões musculares, porém tem limitação no estudo 
ósseo. A TC oferece excelente detalhamento da anatomia óssea e articular. A 
RM é padrão-ouro, muito solicitada para o estudo de patologias osteoarticulares 
e mais específica do que a TC para o estudo das partes moles (DOMINGUES; 
DOMINGUES; BRANDÃO, 2001). 
A DMO é um exame que mede a densidade mineral óssea comparados com 
padrões de idade e sexo dos indivíduos. Serve para identificar doenças ósseas, como, 
por exemplo a osteoporose. Para quantificar a presença de osteoporose, é utilizado 
como medidas o Conteúdo Mineral Ósseo (BMC) e Densidade Mineral Óssea (BMD). 
Os valores da medida de BMD são expressos em porcentagem ou desvio padrão, 
usando os índices T-score (compara a BMD do indivíduo com a população jovem 
normal) e Z-score (compara a BMD do indivíduo com a BMD média da população 
de mesma idade, sexo e etnia). Os critérios de diagnóstico de osteoporose no índice 
de T-score propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são: até -1 normal; 
entre -1,1 e -2,5 osteopenia; abaixo de -2,5 osteoporose; abaixo de -2,5 na presença de 
fratura, osteoporose estabelecida (BRANDÃO et al., 2009).
A seguir, vamos demonstrar exemplos de imagens de diferentes exames 
para que seja possível observar as alterações citadas anteriores. Na Figura 10, 
observe as estruturas em destaque:
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
22
FIGURA 10 – RAIO-X DE COLUNA
FONTE: Chew, Mulcahy e Há (2016, p. 168)
A marcação de número 1 corresponde ao aumento da cifose torácica. O 
número 2 corresponde a costela; número 3 corresponde ao pedículo; número 4 
corresponde ao processo transverso da vértebra. 
O que devemos observar numa imagem de coluna torácica? Se a simetria 
das costelas está normal, se o coração e pulmões estão mal posicionados, se há 
escoliose, aumento ou retificação da curvatura normal da coluna, se os espaços 
discais estão normais, se tem presença de osteófitos (indicam a presença de 
degeneração) e se há nódulos de Schmorl (indicando hérnia de disco intervertebral). 
A TC é fundamental para avaliação da coluna óssea, dos tecidos moles e medula 
espinal. Numa RM é possível demonstrar o aspecto de uma hérnia discal, lesões 
intrínsecas da medula espinal e do tecidoósseo, além de fraturas, cicatrizes e 
hastes metálicas (MAGEE, 2010).
Na figura a seguir, você observará duas radiografias em perfil de coluna cervical. 
Na Figura A, você observará uma hiperextensão e na Figura B, uma hiperflexão.
FIGURA 11 – RAIO-X PERFIL DE COLUNA CERVICAL
FONTE: Souza e Delfino (2005, p. 40)
TÓPICO 1 | PARA QUÊ, QUANDO, COMO E O QUE AVALIAR: AVALIAÇÕES DA COLUNA
23
O que é importante avaliar numa imagem de RX de perfil de coluna 
cervical? Primeiramente, conte as vértebras e veja se a C7 ou T1 estão aparecendo, 
pois em algumas radiografias não demonstram e elas são essenciais. Depois 
avalie se a curvatura está normal (lembrando que a lordose cervical normal é de 
30 a 40°), graus menores indicam uma retificação da coluna cervical, enquanto 
graus maiores uma hiperlordose. Observar a forma geral das vértebras, se existe 
algum acunhamento, colapso, se estão alinhadas entre si, se o espaço distal é 
normal ou estreito (o estreitamento pode indicar espondilose cervical), se tem 
presença de osteófitos (indicam degeneração ou instabilidade), alguma fratura ou 
subluxação. A TC é útil para observar fragmentos ósseos no canal medular após 
uma fratura ou então delinear a anatomia óssea e de tecidos moles, que no RX não 
é tão específico. Uma RM consegue diferenciar o núcleo pulposo do anel fibroso, 
observando protrusões discais, hérnias de disco, visualização de raízes nervosas, 
medula espinal e cicatrizes pós-operatórias (MAGEE, 2010).
Na Figura 12, você acompanhará uma RM de coluna lombossacral. Você 
poderá identificar uma hérnia discal em L4 com extrusão (quando o núcleo 
pulposo sai do disco) com um fragmento localizado acima, comprimindo raiz 
nervosa direita de L4 (CHEW; MULCAHY; HÁ, 2016). No RX, o examinador deve 
observar o formato das vértebras, os espaços discais (diminuição de altura pode 
indicar espondilose), se a curvatura da coluna lombar está normal ou aumentada 
(hiperlordose), se apresenta osteófitos, como está o alinhamento da vértebra e se 
apresenta “escorregamento” da vértebra (como nos casos de espondilolistese). 
A TC pode ser utilizada para demonstrar uma fratura, tumor, protrusão discal e 
avaliar uma estenose do canal medular. A RM tem mais especificidade para delinear 
tecidos moles que a TC, sendo que para visualizar as patologias discais (hérnia de 
disco e protrusão discal) é melhor quando comparada com a TC (MAGEE, 2010).
FIGURA 12– RM DE COLUNA LOMBOSSACRA
FONTE: Chew, Mulcahy e Há (2016, p. 192)
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
24
Na Figura 13, está representada o exame de Densitometria Óssea. É possível 
observar que foi realizado na coluna lombar e no fêmur. Os resultados aparecem 
através de gráficos (como esses da imagem), identificando se está com a densidade 
óssea normal, osteopenia (baixa massa óssea) ou osteoporose. É necessário a 
combinação de dados da história clínica, exame físico e os exames de imagem, 
para avaliar o risco de osteoporose, principalmente em mulheres pós-menopausa. 
Fatores de risco precisam ser identificados na anamnese, tais como sexo feminino, 
idade, baixo peso, baixo índice de massa corporal, histórico familiar, menopausa 
antes dos 45 anos e história prévia de fratura (RADOMINSKI et al., 2004) e, a 
partir disso, delinear seu exame físico e, se for necessário, a recomendação para 
que o paciente realize exames de imagens para complementar seu diagnóstico. 
FIGURA 13– EXAME DE DENSITOMETRIA ÓSSEA
FONTE: <https://uploads-ssl.webflow.
com/59b8ac7b7fdf9700017d60cf/5ce6eb58a2a5c37be23b5244_Screen%20Shot%202019-05-
23%20at%2015.48.56.jpg>. Acesso em: 13 nov. 2019.
Indicamos a leitura de um artigo que aborda sobre avaliação postural em 
escolares e descreve outros testes específicos que podem ser utilizados para 
complementar a avaliação. Disponível em: <http://www.portalatlanticaeditora.com.br/index.
php/fisioterapiabrasil/article/view/1982/3120>.
Indicamos, ainda, um outro artigo que cita as formas de tratamentos para dor lombar com base 
em evidências sobre os tratamentos medicamentosos e conservadores, disponível em: <https://
www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1537-dor-
lombar-como-tratar-7&category_slug=serie-uso-racional-medicamentos-284&Itemid=965>.
DICAS
25
Neste tópico, você aprendeu que:
• O exame físico envolve vários procedimentos, são eles: palpação, inspeção, 
goniometria, teste de força muscular e testes específicos. 
• Através da avaliação fisioterapêutica é possível determinar o diagnóstico 
cinético-funcional (dado pelo fisioterapeuta), objetivos, condutas e estabelecer 
o prognóstico do tratamento.
• A interpretação de exames complementares na prática clínica do fisioterapeuta 
auxilia na indicação do tratamento e avaliação de seus pacientes, porém, nada 
substitui as mãos de uma profissional capacitado.
RESUMO DO TÓPICO 1
26
1 A imaginologia é um termo que se refere ao método que usa imagens como 
meios de diagnóstico. Serve como opção para orientação de medidas e 
opções terapêuticas para o fisioterapeuta. Explique por que o exame de RX 
é um dos métodos mais utilizados como meio diagnóstico complementar e 
quais estruturas são possíveis de serem observadas.
2 A avaliação musculoesquelética e osteoarticular contribuem para estabelecer 
o diagnóstico cinético-funcional, o prognóstico, o objetivo do plano 
terapêutico e os resultados desejados. Uma boa avaliação é o segredo do 
tratamento fisioterapêutico efetivo, sem a qual sucessos e fracassos perdem 
todo seu valor como experiências de aprendizagem. Sobre o exposto, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
( ) Antes de começar qualquer exame físico, é necessário obter o máximo de 
informação possível sobre a condição atual e pregressa do paciente, pois 
ajudarão a direcionar o exame a uma área/sistema do corpo.
( ) É importante investigar se o paciente tem uma rede de apoio para ajudá-lo 
nos cuidados necessários, exercícios recomendados. 
( ) Para avaliar a postura do paciente, não é necessário que tire suas roupas. 
Uma observação da coluna, por exemplo, pode ser feita com o paciente 
vestindo camiseta.
( ) Um procedimento muito utilizado em uma avaliação é a palpação. Nela, 
você deve palpar ossos, tecidos moles e pele.
( ) O teste muscular manual utiliza o arco do movimento, a gravidade e 
a resistência aplicada manualmente pelo fisioterapeuta para testar e 
determinar os graus musculares.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 2
AVALIAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 A ARTICULAÇÃO DO OMBRO
Neste tópico, introduziremos alguns princípios importantes da avaliação 
musculoesquelética e osteoarticular do ombro, cotovelo, punho, mão, quadril, 
joelho, tornozelo e pé. Falaremos sobre avaliação postural, goniometria, testes 
de força muscular e testes específicos. Como forma de auxiliar no diagnóstico 
cinético-funcional, a solicitação de exames complementares se torna fundamental 
para corroborar com o que foi avaliado no exame físico.
A articulação do ombro é uma das mais complexas, pois permite um 
grau maior de movimento. É composta por três ossos: a escápula, a clavícula e 
o úmero, além de músculos e tendões. Para que o ombro funcione de maneira 
ideal, é imprescindível que a musculatura denominada manguito rotador 
(supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e redondo menor) estejam em 
boa conexão (MAGEE, 2010). É muito comum o aparecimento de tendinites e 
bursites nos membros superiores devido a esforços repetitivos, principalmente 
no ambiente de trabalho, por conta das mudanças tecnológicas e organizacionais 
no mundo (FILHO et al., 2015).
Para iniciar a avaliação postural, o paciente deve estar adequadamente 
despido para visualizaçãoda articulação do ombro. As posturas da coluna e o 
complexo do ombro devem ser observados com o paciente em pé e sentado. 
Você conseguirá observar se o paciente apresenta escoliose, hipercifose ou 
postura de prostraçãodo queixo, alterações que podem afetar a mecânica do 
ombro (PORTER, 2005).
Em uma avaliação postural em vista posterior, os ombros devem estar 
igualmente nivelados. Se você encontrar uma elevação da cintura escapular, 
isso pode ser devido à rigidez ou hiperatividade no músculo elevador da 
escápula ou das fibras superiores do trapézio, e fraqueza nas fibras inferiores 
do trapézio (PORTER, 2005).
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
28
Observe a simetria das escápulas, que devem repousar sobre a parede torácica. 
Suas margens mediais devem repousar aproximadamente 50 a 75 mm laterais à coluna. 
Chama-se de escápula alada aquela que é observada quando todo o comprimento da 
margem medial da escápula é deslocado lateralmente e posteriormente da parede do 
tórax. Os processos dos acrômios devem estar horizontalizados ou levemente mais 
elevados que o ponto da raiz da escápula (DUTTON, 2010).
Na vista anterior, verifique quaisquer irregularidades da clavícula e 
articulações esternoclavicular e acromioclavicular resultantes de fraturas prévias 
ou deslocamentos (PORTER, 2005). Observe os contornos dos tecidos moles no 
que se refere a simetria, principalmente nos músculos deltoide, trapézio superior 
e esternocleidomastóideo.
Na vista lateral, você deve observar a posição da cabeça do úmero. A 
posição não deve passar de um terço anterior ao processo do acrômio. O excesso 
de translação anterior pode resultar de encurtamento dos peitorais. Os braços do 
paciente devem repousar confortavelmente ao lado do corpo com os polegares 
apontando quase para frente (PORTER, 2005). 
Como você já aprendeu no tópico anterior, a observação da articulação 
deve ser seguida pela palpação. A palpação é um processo dinâmico e deve ser 
executada junto com outros aspectos da avaliação. A palpação deve ser realizada 
de maneira sistemática e focalizada em estruturas anatômicas específicas, 
conforme você pode verificar na Figura 14.
FIGURA 14 – PONTOS DE PALPAÇÃO NO OMBRO
FONTE: Dutton (2010, p. 511)
De acordo com Dutton (2010), você pode começar apalpação pela 
clavícula. Identifique a porção lateral da clavícula, palpe em sentido inferior e 
siga até localizar o processo coracoide, situado medialmente a cabeça do úmero. 
TÓPICO 2 | AVALIAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS
29
Com o braço pendendo ao lado do corpo e a palma da mão virada para frente, 
siga em sentido inferior sobre a região proximal do úmero e você irá palpar uma 
proeminência óssea, o tubérculo maior. Palpando o tubérculo maior, faça uma 
rotação lateral passiva do ombro do paciente e você encontrará uma pequena 
proeminência, o tubérculo menor. O tubérculo maior se localiza diretamente 
anterior ao acrômio, enquanto o ombro é rodado internamente. Para palpar a 
escápula, identifique a espinha da escápula e palpe toda a região superior, medial, 
lateral e inferior. 
Para Porter (2005), é importante palpar e sentir a temperatura da pele nesta 
região, notando qualquer aumento sugestivo de inflamação. Palpando os tendões 
do supraespinhoso e infraespinhoso, em caso de dor, podemos suspeitar de 
tendinite, calcificação ou estiramento. Nesses casos, os exames complementares 
são fundamentais para auxiliar no processo de identificação de patologias. 
Também é importante palpar a musculatura do trapézio superior e elevador da 
escápula, são locais muito propensos a tensões musculares, provavelmente irá 
encontrar dores ou presença de pontos-gatilho.
Bem, para avaliar a ADM do ombro, primeiramente você deve saber quais 
movimentos são realizados por ela. Quais são eles? Flexão, extensão, adução, 
abdução, rotação medial e rotação lateral. As amplitudes de movimentos normais 
do ombro são as seguintes:
MOVIMENTO GRAUS DE MOVIMENTO
Flexão 0 a 180
Extensão 0 a 45
Adução 0 a 40
Abdução 0 a 180
Rotação Medial 0 a 90
Rotação Lateral 0 a 90
TABELA 2 – GONIOMETRIA DO OMBRO
FONTE: Marques (2014, p. 17)
Acadêmico, na próxima figura, você conseguirá visualizar como realizar 
a goniometria de flexão do ombro. O paciente deve estar sentado, em pé ou em 
decúbito dorsal e o movimento deve ser realizado levando o braço para a frente, 
com a palma da mão voltada medialmente. O braço fixo do goniômetro deve 
estar ao longo da linha axilar média do tronco, apontando para o trocânter maior 
do fêmur. O braço móvel deve estar sobre a superfície lateral do corpo do úmero 
voltado para o epicôndilo lateral. O eixo do goniômetro deve estar próximo ao 
acrômio (MARQUES, 2014).
UNIDADE 1 | AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DO SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULOESQUELÉTICO
30
FIGURA 15 – COLOCAÇÃO DO GONIÔMETRO PARA MEDIR A FLEXÃO DO OMBRO
FONTE: Marques (2014, p. 18)
No movimento de extensão do ombro, a palma da mão deve ficar voltada 
medialmente, paralela ao plano sagital, e o braço para trás. O paciente deve estar 
sentado, em pé ou em decúbito ventral, mantendo os braços ao longo do corpo. 
O braço fixo do goniômetro deve estar ao longo da linha axilar média do tronco, 
apontando para o trocânter maior do fêmur. O braço móvel deve estar sobre a 
superfície lateral do corpo do úmero voltado para o epicôndilo lateral. O eixo 
do goniômetro deve ficar sobre o eixo laterolateral da articulação glenoumeral, 
próximo ao acrômio (MARQUES, 2014).
No movimento de abdução, o braço deve elevar lateralmente em 
relação ao tronco. O paciente deve estar sentado ou de pé, de costas para você. 
A palma da mão fica voltada anteriormente, paralela ao plano frontal. O Braço 
fixo do goniômetro permanece sobre a linha axilar posterior do tronco. O braço 
móvel do goniômetro está sobre a superfície posterior do braço do indivíduo, 
voltado para a região dorsal da mão. O eixo está próximo ao acrômio, porém, 
não se deve ajustar o goniômetro para fazer coincidir seu eixo sobre este ponto 
anatômico (MARQUES, 2014).
Caro acadêmico, é interessante que você treine estas medidas de goniometria 
e palpação com algum familiar ou amigo. Lembre-se que você precisa treinar para 
desenvolver uma boa habilidade de avaliação!
NOTA
TÓPICO 2 | AVALIAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES PERIFÉRICAS
31
Ao realizar as medidas, observar se o paciente não realiza nenhum movimento 
de compensação, porque dessa forma altera o resultado final.
IMPORTANT
E
Seguimos para o movimento de adução do ombro. Paciente sentado ou 
em pé, punho e dedos estendidos, ombro com flexão a 90 graus, de frente para 
você. O braço fixo do goniômetro está paralelo à linha mediana anterior, o braço 
móvel sobre a superfície lateral do úmero. O eixo do goniômetro está sobre o eixo 
anteroposterior da articulação glenoumeral (MARQUES, 2014).
Bastante atenção para a medida de rotação medial do braço: o paciente 
deve estar deitado em decúbito dorsal, ombro em abdução de 90 graus, cotovelo 
em flexão de 90 graus e antebraço em supino. A palma da mão fica voltada 
medialmente, paralela ao plano sagital e o antebraço fica perpendicular à mesa. 
O úmero descansa sobre o apoio e apenas o cotovelo deve sobressair-se da borda. 
O braço fixo do goniômetro deve estar paralelo ao solo. Braço móvel: quando o 
movimento estiver completo, você deverá ajustá-lo sobre a região posterior do 
antebraço dirigido para o terceiro dedo da mão. O eixo do goniômetro deve estar 
no olecrano (MARQUES, 2014). 
Para medir a rotação lateral do braço, o paciente deve estar posicionado da 
mesma forma quando se mede a rotação medial. Posições do goniômetro também 
igualmente como na rotação medial. Apenas o movimento será de rotação lateral, 
contrária à rotação medial (MARQUES, 2014).
Caro acadêmico, para os testes de força muscular, você deverá revisitar o 
Quadro 1 de graduação do teste muscular manual, apresentado no Tópico 1. Para testar a 
força muscular, o paciente deve ser posicionado de modo que o músculo ou grupo muscular 
que está sendo testado precise se sustentar ou se mover contra a resistência da gravidade.
IMPORTANT
E
Vamos a um exemplo para que você possa visualizar melhor. Para avaliar

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