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ANATOMIA E FISIOLOGIA DE PELE P ág in a2 Faculdade de Minas 11 Sumário NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................................... 4 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ........................................................................ 8 ESTRUTURA DA PELE ........................................................................................... 10 EPIDERME .............................................................................................................. 11 CONSTITUIÇÃO DA EPIDERME ............................................................................ 13 DIVISÃO DA EPIDERME ......................................................................................... 21 DERME SUBJACENTE ............................................................................................ 29 SISTEMA ENDÓCRINO ........................................................................................... 45 PELOS ..................................................................................................................... 46 UNHAS ..................................................................................................................... 52 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ....................................................................... 56 HIPODERME ........................................................................................................... 58 ESTRUTURAS ANEXAS ......................................................................................... 62 UNIDADE PILOSSEBÁCEA ..................................................................................... 63 GLÂNDULAS SEBÁCEAS ....................................................................................... 65 RECEPTORES SENSITIVOS DA PELE .................................................................. 73 EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO ........................................................................... 77 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 94 P ág in a3 Faculdade de Minas 11 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. P ág in a4 Faculdade de Minas 11 INTRODUÇÃO SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias. A pele é o maior órgão do corpo, sendo composta pela epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, unindo-a aos órgãos, há a hipoderme (ou fáscia subcutânea), de tecido conjuntivo frouxo e adiposo. A pele apresenta diferenças segundo a sua localização. A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias camadas celulares e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi denominado pele grossa (ou espessa). Não possui pelos e glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes (Figuras 1 e .2). P ág in a5 Faculdade de Minas 11 Figura 1: Corte de pele grossa, onde são observadas a epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, e parte da derme, de tecido conjuntivo. D - ducto da glândula sudorípara. HE. Objetiva de 10x (137x) Fonte: Montanari, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 3.ed. Porto Alegre: Ed. da autora, 2016. 229 p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/livrodehisto ISBN: 978-85-915646-3-7 P ág in a6 Faculdade de Minas 11 Figura 2: Corte de pele grossa, onde é possível observar os estratos basal (B), espinhoso (E), granuloso (G) e córneo (C) e a derme papilar, de tecido conjuntivo frouxo, com corpúsculos de Meissner ( ). HE. Objetiva de 20x (275x). Fonte: Montanari, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 3.ed. Porto Alegre: Ed. da autora, 2016. 229 p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/livrodehisto ISBN: 978-85-915646-3-7 A pele do restante do corpo tem uma epiderme com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada e foi designada pele fina (ou delgada) (Figura 3). A epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da pele fina, 0,07 a 0,12mm. P ág in a7 Faculdade de Minas 11 Figura 3: Corte de pele grossa, onde é possível observar os estratos basal (B), espinhoso (E), granuloso (G) e córneo (C) e a derme papilar, de tecido conjuntivo frouxo, com corpúsculos de Meissner ( ). HE. Objetiva de 20x (275x) Fonte: Montanari, T. Histologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 3.ed. Porto Alegre: Ed. da autora, 2016. 229 p. Disponível em: http://www.ufrgs.br/livrodehisto ISBN: 978-85-915646-3-7 P ág in a8 Faculdade de Minas 11 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE A pele é um órgão de composição complexa e estrutura própria, que se caracteriza por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas, distribuídos em camadas interdependentes. É o maior órgão do corpo humano, com área variando de 1,5 a 2 m2 no indivíduo adulto e peso de aproximadamente 15% do peso corporal. Tem aspecto, estrutura e funções variáveis, de acordo com a região do corpo. A pele é um órgão de defesa e de revestimento externo, com capacidade de se adaptar às variações do meio ambiente e às necessidades do organismo que protege, cobrindo-o em sua totalidade. É multifuncional, desempenhando funções essenciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas (químicas, físicas ou biológicas) e contra a perda de água e de proteínas para o meio externo. Recebe também estímulos do ambiente e colabora com mecanismos para regular sua temperatura. Anatomicamente, a pele está estratificada em três camadas distintas, mas que, no funcionamento, estão intimamente relacionadas: epiderme, derme e hipoderme A terminologia tecido é interpretada equivocadamente, como sinônimo de pele ou tegumento, com frequência. Tecido é o agrupamento de células semelhantes, que executam funções específicas e em comum,e podem ser divididos em tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Pele ou tegumento, por sua vez é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que funcionam em conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas tegumentares, além das estruturas anexas (unhas, pelos e glândulas), que auxiliam no exercício de suas funções. Estes componentes formam o sistema tegumentar (Figura 4). P ág in a9 Faculdade de Minas 11 Figura 4: Sistema Tegumentar Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> P ág in a1 0 Faculdade de Minas 11 O sistema tegumentar recobre o corpo, protegendo-o contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-organismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percepção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na secreção de lipídios protetores e de leite. A pele possui varias funções, entre elas: Proteção Barreira hídrica Regulação da temperatura corporal Excreção de sais Síntese de vitamina D Órgão sensorial Estrutura da pele A pele é um órgão dinâmico, constantemente variável. Consiste de três camadas principais: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada subcutânea). Cada uma delas é composta por várias subcamadas. Os apêndices da pele, tais como folículos pilosos e glândulas sebáceas e sudoríparas, também desempenham uma função global. P ág in a1 1 Faculdade de Minas 11 EPIDERME Aproximadamente 80% da epiderme é constituída de queratinócitos que são as células responsáveis pela formação do epitélio estratificado pavimentoso. Estas células possuem este nome devido a sua função essencial, que é a fabricação de queratina, uma proteína que preenche as células mais superficiais da epiderme para formar a camada córnea. A epiderme é avascular, formada por epitélio estratificado, disposto em quatro ou cinco camadas, que se ligam firmemente umas nas outras. Fina, porém resistente, sua espessura varia entre 0,007 a 0,12 mm. Com exceção das camadas mais profundas, é constituída por células mortas. As camadas são (Figura 5): Camada Basal (ou Germinativa): único estrato de células, em contato direto com a derme, que possui quatro diferentes espécies de células: queratinócitos produtores da queratina, proteína responsável pelo fortalecimento e impermeabilidade da pele; melanócitos, produtores de melanina, pigmento que ao ser fagocitado pelos queratinócitos atribuem cor à pele, além de proteger as células contra os raios solares; células táteis, que conferem a sensibilidade ao tegumento; e células de Langerhans, espécie de fagócitos que englobam bactérias e resíduos estranhos, sendo a primeira proteção contra patógenos. Com exceção das células de Langerhans, as células desta camada sofrem mitose constantemente, para repor as células mortas da epiderme. Camada Espinhosa: localizada acima da camada basal e formada por várias camadas, é composta por queratinócitos em formatos de poliedros, que se unem através de desmossomos, filamentos semelhantes a espinhos. No espaço entre as células, há o glicocálix, substância que serve de meio condutor de substâncias hidrossolúveis do meio externo para o interno. • Queratinócitos – formato poligonal, achatado e com núcleo ovoide. • Grânulos lamelares P ág in a1 2 Faculdade de Minas 11 • Importância: coesão das células da epiderme Camada Granulosa: composta por poucas camadas de células achatadas, que possuem grânulos contendo queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células, como prevenção à perda de água. Camada Córnea: composta por células com núcleos bem reduzidos ou anucleadas. Possui em torno de 30 estratos de células achatadas e mortas, semelhantes a escamas. A queratinização ou cornificação é o processo que transforma os queratinócitos em células córneas, achatadas e secas. Este processo é importante para a função protetora da pele. Em média, este processo dura de 26 a 28 dias, após, as células mortas se desprendem e esfoliam, para que células novas das camadas mais profundas as substituam. Assim, a pele encontra-se em constante renovação. Camada Lúcida: camada extra presente nas regiões palmoplanteres em que a pele é mais espessa e nos lábios, se situa entre a camada córnea e a granulosa. Esta camada possui células transparentes e achatadas. Figura 5: Camadas da epiderme Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. P ág in a1 3 Faculdade de Minas 11 Figura 6: Estratos da epiderme Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Constituição da epiderme A epiderme constitui-se em um epitélio escamoso estratificado queratinizado composto por queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. (Figura 7). Figura 7: a epiderme https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia-geral/pdf/anatomia-geral.pdf https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia-geral/pdf/anatomia-geral.pdf P ág in a1 4 Faculdade de Minas 11 Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Queratinócitos: também conhecidos como ceratinócitos, são células diferenciadas que compõem o tecido epitelial e invaginações da epiderme para a derme, como é o caso das unhas e cabelos, responsáveis pela produção de queratina. Estas são as células mais comumente encontradas na epiderme, representando 80% das células epidérmicas. Os queratinócitos compõem o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que é formado por cinco regiões ou estratos discretos. A primeira região, localizada mais internamente, recebe o nome de camada basal ou estrato basal, que sintetiza constantemente novas células para a epiderme, bem como conecta a epiderme na derme por meio da lâmina basal que ela origina e dos hemidesmossomas fixados a ela. A camada basal é formada por uma única camada de células-tronco, que pode apresentar formato colunar ou cuboide, e passa por mitose certas vezes com uma das células resultantes contribuindo para o estrato remanescente da epiderme. P ág in a1 5 Faculdade de Minas 11 Estas células estão envolvidas numa produção inicial de tonofilamentos, e alguns dos tonofilamentos estão ligados aos hemidesmossomas que fixam a base da epiderme na derme. Os tonofilamentos formados não estão apenas ligados aos diversos dermossomas que compõem a estrutura de fixação primária de uma célula na outra na epiderme, eles também originam corpos de pré-queratina ou placas que amadurecem na queratina das células de outros estratos. Os queratinócitos provenientes da camada basal ou germinativa formam a camada espinhosa, que apresenta de uma a três camadas de células espessas na pele pilosa e, certos casos, de quatro a cinco camadas de células espessas em peles desprovidas de pelo (pele glabra), mas podem ser proeminentes nas áreas onde a pele torna-se mais grossa. A principal característica morfológica dessa região é conferida pelos processos celulares espinhosos que estendem para todas as células adjacentes. Cada processo igualmente a um desmossomo deixa esta região da pele altamente resistente a efeitos mecânicos de estiramento e pressão. Os espaços presentes entre estes processos podem conferir conduto para substâncias que são secretadas ocasionalmente por queratinócitos ao passo que eles se aproximam do seu desenvolvimento total. Os corpos de Odlando, também conhecidos como pequenos grânulos e trata- se de estruturas encontradas fixadasà membrana lamelar e tornam-se mais evidentes nas camadas mais velhas e externas deste estrato. Com o aumento da quantidade de grânulos lamelares, os queratinócitos espinhosos transformam-se em células granulares e, deste modo, originam a terceira epiderme, denominada camada granulosa. Esta, por sua vez, caracteriza-se pela presença de grânulos ligados aos queratinócitos. Os grânulos preenchem o citoplasma, na maioria das vezes, por completo. Estas estruturas consistem em pró-filagrina, que é um precursor da filagrina. Esta última, é a proteína responsável pela associação de filamento de ceratina no processo de cornificação (formação da unha). Além disso, a formação no citoplasma do grânulo lamelar continua. Histologicamente, o núcleo não é claramente diferenciado devido à grande quantidade de grânulos, que contêm, em seu interior, P ág in a1 6 Faculdade de Minas 11 componentes lipídicos, bem como enzimas hidrolíticas e outras proteínas. Certas quantidades de lipídios e enzimas são liberadas no espaço intercelular, passando a ficar preenchidos com ceramidas, colesterol e ácidos graxos. Como consequência, a mistura intercelular lipídica gera uma proteção à prova d’água. As células mais antigas da camada granulosa passam por um processo necrobiótico que abrange a degeneração nuclear e de todo o aparelho metabólico relacionado, havendo liberação e posterior digestão por enzimas lisossômicas. A conciliação entre este evento com o empacotamento de grânulos e a liberação de lipídios, resulta no processo final da ceratinização. Cada queratinócito, que adota a forma escamosa, neste ponto encontrase isento de organelas, sendo preenchido com queratina e sua forma agregada, a queratoialina. Estas células ainda se encontram recobertas pela membrana celular rica em lipídios. As células que estão passando por este processo final, recebem o nome de camada lúcida e, histologicamente, pode ser observada somente na pele espessa. Quando o processo de queratinização encontra-se completo, as células se juntam com outras células que já passara, pelo processo anteriormente para dar origem à camada córnea, a mais externa da epiderme. Nesta, os filamentos de queratina de cada célula estão rearranjados paralelamente à superfície epitelial. No interior de suas camadas mais profundas, as células opostas adjacentes apresentam-se firmemente comprimidas umas às outras, juntamente com vários desmossomas e depósitos intercelulares, o que confere uma forte proteção à camada. Entre as células mais externas, a vedação não é tão forte, pois nesta estão presentes desmossomas e depósito intercelulares em menor quantidade. Com a ocorrência do processo de abrasão natural (descamação), estas células podem ser removidas. Esta camada superficial de células que está sendo constantemente removida é denominada camada disjunta. P ág in a1 7 Faculdade de Minas 11 Melanócito O melanócito é uma célula dendrítica, especializada na produção de melanina, um pigmento de coloração marrom-escura. Estas células encontram-se na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos da camada basal da epiderme, além de estarem presentes também na retina (Figura 8). Originam-se da crista neural embrionária, apresentando um citoplasma globoso, de onde partem prolongamentos que penetram em reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa, transferindo, deste modo, melanina para as células presentes nestas camadas. A melanina é uma proteína produzida com o auxílio da enzima tirosinase, pois através dela o aminoácido tirosina é transformado primeiro em 3,4- diidroxifenilalanina, agindo também sobre este composto, convertendo-a em melanina. Esta enzima é produzida nos polirribossomos, introduzidas nas cisternas do retículo endoplasmático rugoso e acumulada em vesículas produzidas pelo sistema de Golgi, que recebem o nome de melanossomos, onde é iniciada a produção da melanina. Quando o melanossomo está cheio de melanina, passa a receber o nome de grânulo de melanina. Este último migra pelos prolongamentos dos melanócitos e são depositados no citoplasma dos queratinócitos, que por sua vez, servem como depósito de melanina. Os grânulos de melanina irão se fundir com os lisossomos dos queratinócitos, sendo assim, as células mais superficiais da epiderme não possuem melanina. Nas células epiteliais os grânulos de melanina ficam em localização supernuclear, protegendo, deste modo o DNA contra os danos causados pelos raios solares. Existem alguns distúrbios que podem afetar os melanócitos, gerando doenças, como: vitiligo, melasma ou cloasma, hipercromias, nervos melanocíticos e melanoma. P ág in a1 8 Faculdade de Minas 11 Figura 8: Melanócito Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Células de Langerhans Também chamadas de células dendríticas (apresentadoras de antígeno), originam-se da medula óssea e estão localizadas no estrato espinhoso, onde seu número pode chegar a 800 por milímetro quadrado. Mostram um núcleo denso, citoplasma claro e prolongamentos citoplasmáticos longos que se irradiam do corpo celular para o espaço intercelular entre os queratinócitos. Localizadas na epiderme, têm forma de estrela e são responsáveis pela defesa imunológica. São capazes de se locomover através do tecido e funcionam como uma espécie de "sentinela" imunológica, alertando as outras células do sistema imunológico quanto à presença de um organismo invasor. (Figura 9) P ág in a1 9 Faculdade de Minas 11 A célula de Langerhans é capaz de fagocitar (englobar) partículas estranhas como vírus e bactérias. A exposição à radiação UV pode induzir a uma queda em sua função, diminuindo a atividade imunológica da pele. Figura 9: Macrófago Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Células de Merkel A célula de Merkel consiste em um não-queratinócito que faz parte da camada basal do epitélio bucal e epiderme e que é especializada na transdução sensorial. Contrariamente às outras células do mesmo tipo (não-queratinócitos), que são os melanócitos e as células de Langerhans, esta não constitui uma célula dendritica, apresentando, por sua vez, tonofilamentos de ceratina e desmossomos que as conectam a células adjacentes. Morfologicamente, esta célula apresenta formato oval a elíptico, com comprimento paralelo à superfície da epiderme. P ág in a2 0 Faculdade de Minas 11 Figura 10: Células de Merkel Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Habitualmente possui citoplasma claro quando observado histologicamente. O núcleo pode ser polimorfo ou profundamente recorta, encontra-se envolto por densos grânulos, que também são observados nos prolongamentos celulares que se estendem em direção à camada espinhosa. A função desses grânulos ainda não foi elucidada. É possível que cada célula de Merkel possua uma comunicação com uma terminação nervosa aferente desmielinizada, sendo eu esta última origina um complexo, conhecido como célula de Merkel-axônio, referido também como um disco tátil capilar. Existem hipóteses que sugerem que este complexo ou disco de junção atue como um receptor para o toque, pois trata-se de um mecanorreceptor de baixo ajuste. Pele espessa é aquela encontrada nas regiões de pele glabra. P ág in a2 1 Faculdade de Minas 11 Divisão da Epiderme Extrato córneo (superfície da pele): a camada mais externa da pele, denominada estrato córneo ou camada de queratina, contém muitas camadas de células achatadas mortas e atua como uma barreira para proteger os tecidos subjacentescontra lesões e infecções. Ao retardar a evaporação, os óleos presentes nessa camada da pele ajudam a manter a umidade das camadas mais profundas, mantendo a textura da pele suave e flexível. O estrato córneo é apenas uma parte da epiderme, a qual é uma fina camada de pele que recobre a maior parte do corpo. Em alguns locais, como as palmas das mãos e as plantas dos pés, a epiderme é naturalmente espessa e o estrato córneo provê uma proteção extra contra impactos e abrasões. A epiderme também pode ser espessa e dura em áreas excessivamente secas. Os distúrbios das camadas superficiais da pele envolvem o estrato córneo e as camadas mais profundas da epiderme e vão desde os que causam um desconforto temporário até aqueles que causam incapacidades crônicas. Extrato Lúcido: uma camada da epiderme, localizado imediatamente abaixo do córneo. Alguns autores também chamam essa camada brilhante ou camada de revestimento transparente. Ela representa a zona de transição entre o stratum granulosum e stratum corneum. Definição: formada por muitas camadas de queratinócitos mortos com contornos mal definidos. Ela representa a zona de transição entre o stratum granulosum e stratum corneum. Alguns autores também chamam essa camada brilhante ou camada de revestimento transparente. Os queratinócitos do estrato lúcido são diáfano e agrupados. Suas células contêm filamentos de queratina e eleidina. É constituída por uma única camada de células homogéneas e transparentes, e sem núcleo completamente infiltrado queratina, que pilhas secas e por este processo de envelhecimento para reduzir o estrato córneo. É uma camada de transição entre a camada granular e a córnea. A transição entre as células ainda vivas da camada granular e as células mortas do córneo ocorre muito rapidamente, sem núcleo degradado ou organelas P ág in a2 2 Faculdade de Minas 11 dissolvidas deixar qualquer vestígio. A perda de núcleos e organelas envolvidos mecanismos apoptóticos. Ela está presente apenas na espessura da pele das palmas das mãos e nas solas dos pés; e tem muito pouco histológica e significado histopatológico. Esta camada só existe em áreas de pele grossa, não fina da pele. Doenças e alterações histopatológicas Espongiose (Edema intercelular): Designa um status da rede esponjosa causada por edema intersticial, quando o edema aumenta, coleções de fluidos pode formar vesículas. Acantólise: é a perda de coesão entre as células, devido à dissolução de pontes intercelulares Malpigi a rede inferior. Cavitaria Leloir alteração (edema intracelular): Formação do fluido intracelular, visível através dos espaços claros nas células. Balonismo degeneração: bola Deformação células em forma com espaços claros dentro e esmagado e rejeitou núcleo. Microabscessos: vai apontar o Munro observada na psoríase e é composto por neutrófilos e células mononucleares contendo Pautrier e aparece em MF. Pústula das encefalopatias kojog: é um microabscesso multicelular contendo neutrófilos nas células epidérmicas inchados com um típico da encefalopatia aspecto psoríase pustulosa. P ág in a2 3 Faculdade de Minas 11 Extrato Granuloso (Figura 11) Figura 11: Visão do Extrato Granuloso Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Abaixo do estrato córneo, composto de queratinócitos não se multiplicam, idade e perdem o seu núcleo. Definição: o estrato granuloso, também chamada camada de queratohialina compreende uma ou mais camadas de células, granular grosseira achatada, não nas membranas mucosas, exceto em algumas condições, tais como leucoplasia que não queratinização. O cornificação gradual começa na camada granular. Dependendo na espessura que tem o estrato córneo, o estrato granuloso pode estender-se a três camadas de células planas, que podem ser observados grânulos densos (granulado) de hialina. Os grânulos contêm, entre outras substâncias, a proteína P ág in a2 4 Faculdade de Minas 11 precursora, o que é presumivelmente participar na formação de fibras de queratina no espaço intercelular. Nesta camada de células provenientes da camada de matriz basal: o citoplasma destas células é alterado e o seu núcleo atrofia desaparecer na camada mais externa do próprio estrato granuloso. No citoplasma destas células de grânulos de uma substância chamada queratina que aparecem. O citosol contém grânulos basofílicos chamados grânulos de queratohialina. O querato-hialina é uma substância precursora de queratina. Quando queratinócitos chegar à última camada dessa camada células epidérmicas morrer e morrem derramar seu conteúdo para o espaço intercelular. Doenças e alterações histopatológicas Leucoplasia: Esta é uma boca lesão relativamente comum em uma pequena proporção de casos, mas significativa, torna-se cancro. É uma condição na qual manchas brancas espessas e formar sobre as gengivas, faces internas, e, por vezes, a língua. Granulose: aumento do número de linhas de células na camada granular. Alteração das cavidades Leloir (edema intracelular): formação do fluido intracelular, visível por espaços claros nas células. Balonismo degeneração: bola Deformação células em forma com espaços claros dentro e esmagado e rejeitou núcleo. Microabcessos: munro irá apontar o observado na psoríase e é composta por neutrófilos e células mononucleares contendo Pautrier e aparece em micose fungóide. Pústula espongiforme de Kojog: um microabscesso multicelular contendo neutrófilos nas células epidérmicas inchados com um aspecto espongiforme típico de psoríase pustulosa. As alterações patológicas na derme são infinitas, mas dividir, a fim de facilitar o estudo de acordo com a natureza da infiltração celular em: Inflamações simples ou crônica; Granulomas. P ág in a2 5 Faculdade de Minas 11 Extrato Espinhoso (Figura 12) Figura 12: Visão do Extrato Espinhoso Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Apresenta células ligadas através de desmossomos, conferindo assim resistência ao tecido e um aspecto espinhoso. Extrato Germinativo Também chamado de camada basal, contém as células-tronco da epiderme e é a sua camada mais profunda. Esse estrato forma as células que darão origem a todas as camadas mais superiores. As células formadas nesse estrato vão sendo P ág in a2 6 Faculdade de Minas 11 “empurradas” para as camadas mais superiores, sofrendo modificações morfológicas e nucleares. Figura 13: Constituição do Extrato Germinativo Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> É nesse estrato que estão contidos os melanócitos, células responsáveis pela produção da melanina. A melanina é responsável pela diferença de cor entre as pessoas. Uma pessoa de pele negra possui mais melanócitos ativos que uma pessoa de pele branca. Pele Fina: possui 4 extratos celulares na epiderme: Já epiderme da pele fina é dividida em: Extrato córneo (superfície da pele). Composto por vários planos de queratinócitos mortos (corneócitos) achatadas, anucleados e com o citoplasma repleto de queratina. Protege o 23 organismo do meio externo e tem capacidade de retenção hídrica através da ação das ceramidas, principais componentes lipídicos intercelulares. P ág in a2 7 Faculdade de Minas 11 As células superficiais como resultado da abrasão perdem os desmossomas e descamam, estando este estrato em constante renovação. Espessura varia entre 0,075 e 0,15mm. Extrato Granuloso: o citoplasma das células contem grânulos de queratina- hialina, responsáveis pela síntese de queratina e consequente desintegraçãonuclear e degeneração dos filamentos que uniam estas células ao estrato espinhoso. Extrato Espinhoso: constituído por 4 a 6 camadas de queratinócitos com muita quantidade de desmossomas (estruturas que garantem a coesão celular entre as células) proporcionando elevada resistência mecânica. Unida à camada basal por tenofilamentos que lhe dão um aspecto espinhoso. Extrato Germinativo: o citoplasma das células contem grânulos de queratina-hialina, responsáveis pela síntese de queratina e consequente desintegração nuclear e degeneração dos filamentos que uniam estas células ao estrato espinhoso. Camada mais profunda da epiderme, constituída por uma única camada de células cuboides a colunares baixas, mitoticamente ativas, contendo um citoplasma basófilo e um grande núcleo. Apoia-se sobre uma membrana basal e assenta-se sobre a derme, formando uma interface irregular. As mitoses ocorrem principalmente durante a noite quando novas células são formadas, a camada anterior é empurrada para a superfície e une-se à próxima camada, o estrato espinhoso. A epiderme começa com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes, pois se tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas não se renovassem. Com a renovação do extrato germinativo, as células irão subir transformando-se no extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as células irão subir transformando-se no extrato granuloso, seguindo a seqüência transforma- se no extrato córneo (sem núcleo). Por isso que a pele escama (renovação da pele), pois a célula não vive muito tempo sem núcleo. As células da pele são labeis (tempo de vida curto, se reproduzem rapidamente) A vascularização P ág in a2 8 Faculdade de Minas 11 A epiderme não possui vasos sanguíneos, esta se encontra intimamente apoiada à derme através de uma lâmina basal sendo, portanto a derme responsável pelo suporte sanguíneo da epiderme. P ág in a2 9 Faculdade de Minas 11 DERME SUBJACENTE A derme está localizada sob a epiderme e apresenta espessura variável de 0,3 a 3 milímetros, de acordo com a região do corpo. É um tecido de sustentação da epiderme, formado por um denso estroma fibroelástico de tecido conectivo, em meio à substância fundamental, que serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas e anexos cutâneos que derivam da epiderme. Os principais componentes da derme incluem o colágeno (70% a 80%), que confere a resistência; a elastina (1% a 3%), que dá a elasticidade; e os proteoglicanos, que constituem a substância amorfa em torno das fibras colágenas e elásticas; além de fibras proteicas, fibras de reticulina, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, órgãos sensoriais, folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas. Todo esse conjunto está envolvido pela substância fundamental, que contém, ainda, vários tipos celulares como fibroblastos, macrófagos, melanófagos, mastóci- tos, leucócitos (como neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e plasmócitos), linfócitos T e células dendrí- ticas, envolvidas com a defesa imunológica da pele. As fibras e a substância fundamental são produzidas pelos fibroblastos, as principais células da derme. Principais funções da Derme: Sustentação Preenchimento Defesa Nutrição Transporte Reparação Entre a epiderme e a derme, há uma área de transição, denominada membrana basal, que as une firmemente. Os hemossideromas localizados P ág in a3 0 Faculdade de Minas 11 inferiormente nos queratinócitos e melanócitos permitem que a membrana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior se fixa à derme através das fibrilas de ancoragem da derme papilar. A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa é vascularizada, constituída principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presentes na composição da derme tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno são organizados em padrões definidos no interior da derme, de maneira a produzir linhas de tensão na pele, garantindo seu tônus. A derme se subdivide em duas camadas, uma mais superficial, a camada papilar e uma mais profunda, a camada reticular. A primeira ocupa cerca de um quinto da derme, e apresenta projeções, as papilas, que vão em direção à epiderme. A camada reticular, por sua vez, possui grande quantidade de fibras, que se dispõem de forma mais densa. Isto confere a capacidade de distensão à pele. Camada Papilar: Contato direto com a Epiderme Fibras colágenas Fibroblastos Fibras elasticas delgadas Camada Reticular: feixes espessos fibras colágenas e elásticas. Diferente da epiderme, a derme é vascularizada. Esta rede vascular supre a camada viva da epiderme, a camada basal que está em constante processo de mitose, e estruturas como os folículos pilosos e glândulas. Na derme também está presente a inervação da pele, composta por nervos e terminações nervosas, que conferem à pele a sensibilidade a pressão, temperatura, prurido, dor e tato. O sistema nervoso autônomo é responsável pela inervação P ág in a3 1 Faculdade de Minas 11 A derme é dividida estruturalmente em camadas: a derme papilar (superficial), a derme reticular (profunda) e a derme perianexial. LEMBRE-SE motora da derme, e age nos músculos eretores do pêlo e contraem as células do músculo liso dos vasos. Também, atua na manutenção e regulação da temperatura corporal e pressão arterial. Através da inervação da pele, ocorre a vasoconstricção, que impede a circulação do sangue nas arteríolas próximas à superfície, de forma a dificultar a perda de calor; ou a vasodilatação, que permite a livre circulação sanguínea na derme. Ainda com a finalidade de regular a temperatura, estruturas denominadas glomos, estão presentes nas pontas dos dedos, região central da face e orelhas. Estas estruturas são anastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraem para regular o fluxo periférico do sangue. P ág in a3 2 Faculdade de Minas 11 A Derme é dividida em: Vasos Sanguíneos: a pele é composta por uma vasta rede de vasos sanguíneos, que lhe proporcionam os elementos nutritivos, recolhem as substâncias residuais e contribuem, igualmente, para o controlo da temperatura do corpo, e por inúmeras artérias, que lhe transportam o sangue rico em oxigénio e nutrientes, que penetram pela hipoderme e permanecem adjacentes à superfície cutânea no limite com a derme. A partir daí surgem, verticalmente, pequenas arteríolas que, ao unir-se às papilas dérmicas, se transformam em finos capilares, que se encarregam das trocas entre o sangue e a pele. Estes capilares vão posteriormente unir-se e transformar- se em vénulas que se alastram a um plexo de veias dispostas em paralelo com a rede arterial. É importante referir que como os vasos sanguíneos 26 apenas chegam até à derme, as células da epiderme apenas podem manter as suas trocas com o sangue através da membrana basal que a separa da camada subjacente. Figura 14: representação da derme Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> P ág in a3 3 Faculdade de Minas 11 Glândulas Sudoríparas Também conhecidas como glândulas de suor, são células epiteliais presentes na pele dos mamíferos, inclusive dos seres humanos. Estas glândulas possuem a importante função de secretar o suor, possibilitando a regulação da temperatura corporal e a eliminação de substâncias tóxicas ao organismo. Tipos de glândulas sudoríparas dos seres humanos: Glândulas Écrinas: em maior quantidade no corpo humano do que as glândulas apócrinas, as écrinas estãopresentes em quase todas as partes da pele. Atuam, principalmente, no processo de regulação da temperatura do corpo através da evaporação. Isto acontece, pois com a evaporação do suor o corpo perde energia térmica. Figura 15: glândulas sudoríparas Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> P ág in a3 4 Faculdade de Minas 11 Elas são encontradas em maior quantidade na pele das palmas das mãos, plantas dos pés e fronte. Começam a funcionar logo após o nascimento da criança. A parte que excreta suor das glândulas écrinas encontra-se, principalmente, na derme profunda. O ducto excretor do suor passa pela derme, epiderme e termina nos poros da superfície da pele. O suor que é produzido por este tipo de glândula possui em sua composição, principalmente, água, ureia, íons, aminoácidos, amônia, ácido láctico e glicose. Glândulas Apócrinas: estão presentes, principalmente, nas axilas, aréolas das mamas e nas áreas do rosto onde nasce barba (nos homens). O ducto que conduz o suor deste tipo de glândula está presente na tela subcutânea, terminando nos folículos pilosos. O suor produzido por estas glândulas é composto por água, ions, amônia, aminoácidos, proteínas, lipídios, ureia, ácido láctico e glicose. Porém, este suor tem a consistência um pouco viscosa. Estas glândulas começam a produzir suor somente na fase da puberdade. Entram em ação, principalmente, nas relações sexuais e em momentos de estresse. Glândulas Sebáceas: as glândulas são estruturas formadas a partir de tecido epitelial que se caracterizam por sua capacidade de secretar substâncias. Essas estruturas podem ser divididas em dois grandes grupos: as exócrinas e as endócrinas. As glândulas endócrinas lançam sua secreção e nesse caso, também denominada de hormônio, diretamente na corrente sanguínea. Já as glândulas exócrinas liberam sua secreção na superfície do corpo ou na luz dos órgãos. Como exemplo desse último tipo, podemos citar as glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas estão localizadas na derme e são anexas aos pelos, formando unidades pilossebáceas. São glândulas do tipo acinosas, ou seja, apresentam porção secretora com formato arredondado, e holócrinas, uma vez que a secreção é eliminada levando juntamente toda a célula, ou seja, a própria célula constitui a secreção. As glândulas sebáceas produzem uma secreção, denominada de sebo, que é rica em lipídios, tais como os triglicerídeos, ácidos graxos e colesterol. É essa P ág in a3 5 Faculdade de Minas 11 substância que garante a lubrificação da pele, evita o ressecamento de pelos e impede a perda de água de maneira excessiva. Além disso, essa substância garante uma leve ação bactericida. O sebo não apresenta nenhum cheiro, entretanto, o desenvolvimento de bactérias nesse local pode levar à produção de odores. As glândulas sebáceas estão presentes em todo o corpo humano, não sendo encontradas apenas nas palmas das mãos e dos pés e no dorso dos pés. Os locais onde ocorrem com maior frequência são o rosto, as costas e o tórax. Até a puberdade as glândulas sebáceas produzem pouco sebo, entretanto, a partir dessa fase, os hormônios, principalmente a testosterona, começam a agir e inicia-se uma grande produção de secreção. Os hormônios atuam apenas na produção de sebo, não influenciando o número de glândulas, que permanece praticamente constante durante toda a vida. A síntese de sebo tende a diminuir em mulheres após a menopausa; em homens, no entanto, não ocorre nenhuma alteração significativa até os 80 anos de idade. A acne é um dos principais problemas que afetam a unidade pilossebácea e geralmente ocorre na puberdade, quando a glândula sebácea inicia sua maior produção. Esse problema caracteriza-se pelo acúmulo de queratinócitos, hiperprodução de secreção pelas glândulas sebáceas, colonização por bactérias e inflamação, que provoca o surgimento de uma lesão característica. A acne, além de provocar uma aparência ruim na pele, pode desencadear problemas emocionais nos acometidos, que se sentem envergonhados em razão das lesões. Entretanto, é importante destacar que não é somente a produção exagerada de sebo que pode desencadear aspecto ruim na pele. A pouca produção dessa secreção pode deixá-la opaca, desidratada e com pouca elasticidade, o que pode desencadear até mesmo o envelhecimento precoce. Além disso, os cabelos também se tornam mais opacos e quebradiços. Folículo Espinhoso: O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo, possui componente epitelial (matriz, bainha externa, bainha interna e haste) e componentes dérmicos (papila dérmica e bainha dérmica). Podemos dividi-lo em segmento superior e segmento inferior que são constituídos pelo: O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a P ág in a3 6 Faculdade de Minas 11 glândula sebácea. O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a superfície da pele, a saída o infundíbulo na superfície da pele é chamado de óstio folicular. Acrotríquio é a porção intraepidérmica do folículo. A glândula sebácea. Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém a matriz germinativa do pelo. Figura 15: Classificação dos folículos Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Vasos Linfáticos: Circulação da linfa, resto de liquido intersticial. Os vasos pequenos são muito pequenos e com parede muito fina, só são enxergados na histologia. Possuem válvulas, assim como as veias. O que leva a linfa das extremidades para o centro do corpo é a musculatura estriada esquelética (movimentação) e pela expansão do tórax. As válvulas não deixam a linfa voltar para as extremidades. Não está presente em todas as regiões: P ág in a3 7 Faculdade de Minas 11 sistema nervoso central, parênquima do fígado, parênquima do vaso, cartilagem hialina. Só nas meninges tem os vasos linfáticos, a massa mesmo encefálica não tem. Cordão umbilical, membranas embrionárias. Grandes vasos linfáticos: cisterna do quilo e ducto torácico. Quilo: após a digestão onde é absorvido muita gordura, dando uma coloração esbranquiçada a linfa. Ao lado da A. Aorta, direita, fica no abdome, quando entra no tórax ela vira ducto torácico. Todos os vasos linfáticos desembocam nesses dois, e vão desembocar na veia cava cranial. São pequenos vasos, com diâmetro inferior a 3 mm, encarregados de conduzir a linfa, líquido incolor composto de água e outros elementos, como proteínas e às vezes bactérias. Os vasos linfáticos fazem parte do sistema circulatório. As artérias distribuem o sangue que nutre as células e tecidos - nos capilares há a troca de nutrientes e o sangue que sai pobre em oxigênio, retorna pelas veias. Líquidos e substâncias que as veias não retiram dos tecidos formam a linfa. Esta é levada pelos linfáticos aos gânglios e, daí a linfáticos maiores que a devolvem a circulação na veia subclávia, localizada no tórax. Os linfáticos intestinais transportam uma linfa de cor leitosa, chamada quilo, que contém gorduras. Doenças envolvendo os vasos linfáticos: os linfáticos podem apresentar alterações em consequência de agressões físicas, químicas, infecciosas ou por radiações. Estas doenças se caracterizam principalmente pela inchação, ou edema. Pode também ocorrer febre, calafrios e aumento de volume dos gânglios, conhecidos popularmente como "ínguas". Os edemas (inchaço), mais frequentes nas pernas, às vezes nos braços, são denominados linfedemas - microorganismos podem causar uma infecção chamada linfangite. Existem ainda distúrbios de condução da linfa ou do quilo chamados de refluxos linfáticos ou quilosos. Doença mais frequente dos vasos linfáticos:é a linfangite aguda, habitualmente dos membros inferiores. Arranhões, frieiras, calos, rachaduras no calcanhar são as 'portas de entrada" para os germes causarem uma infecção P ág in a3 8 Faculdade de Minas 11 caracterizada por febre elevada (39º C), náuseas, vômitos, mal-estar geral, inchação, dor e vermelhidão na parte atingida. Os pacientes cuja safena foi retirada para cirurgia no coração (revascularização do miocárdio) também estão mais sujeitos a linfangites agudas. Linfangite aguda e erisipela: linfangite designa inflamação dos vasos linfáticos, sem qualquer preocupação com a causa. A erisipela é uma linfangite determinada por um tipo especifico de estreptococo. No momento do diagnóstico é difícil especificar o agente agressor, sendo melhor chamar de linfangite o processo inflamatório dos vasos linfáticos. No tratamento das linfangites pode haver complicações Habitualmente o tratamento é realizado em casa. Entretanto, pode estar indicada a internação hospitalar, pela intensidade do quadro clinico ou quando se observa a presença de vesículas, bolhas ou pequenas lesões de pele capazes de evoluir para danos teciduais extensos e graves. A forma mais grave é a linfangite gangrenante, em cujo tratamento é fundamental a assistência do cirurgião vascular. Cuidados a serem tomados depois de uma linfangite aguda: Sem exame especifico não se sabe a real situação dos vasos linfáticos do paciente. Às vezes, um único episódio de linfangite pode determinar uma sequela, o linfedema. Além disso, cada novo surto favorece a instalação do linfedema pós- inflamatório. É importante que o paciente que teve linfangite, ou seja, portador de linfedema evite a ocorrência de novos surtos. Manter a higiene rigorosa dos pés e mãos, evitar traumatismos e cortes, evitar a ocorrência de edema, manter os pés da cama elevados e evitar a permanência prolongada em pé, são cuidados importantes para a prevenção da doença. Quanto ao uso da meia elástica após um quadro de linfangite de membro inferior: após a fase aguda esta contenção é recomendável. Na forma gangrenante é imprescindível, pois sempre ocorre linfedema como sequela. As linfangites podem ser evitadas e na maioria dos casos, pois a penetração dos micro-organismos geralmente ocorre através de ferimentos, calos, frieiras ou P ág in a3 9 Faculdade de Minas 11 fissuras nos pés. Manter os pés secos, limpos, livres de micoses e bem cuidados são medidas essenciais para se evitar infecções. Melanócitos: para além das células epiteliais, a epiderme é constituída por outras células muito específicas com a missão de sintetizarem melanina, um pigmento escuro cuja concentração proporciona o fenómeno do bronzeado. Os melanócitos encontram-se localizados na profundidade da epiderme, intercalados entre as células da camada basal, e têm uma forma arredondada com inúmeros prolongamentos que se estendem até às células vizinhas, dandolhe o aspecto de uma estrela. Os melanócitos são constituídos por pequenos corpúsculos denominados melanossomas, que sob a influência de determinados fatores hormonais e dos raios ultravioleta do sol começam a fabricar melanina. A principal função da melanina consiste em absorver as radiações solares e em impedir a passagem destas para o interior do organismo, onde teriam efeitos nocivos, sendo por isso que a elaboração de melanina aumenta com a exposição ao sol. Todavia, tanto a quantidade de melanócitos como o seu grau de atividade dependem de fatores genéticos, o que explica a diferente coloração cutânea das pessoas de diferentes etnias e também a variabilidade entre os próprios indivíduos de uma mesma etnia. A derme possui muito colágeno e elastina que suporta a epiderme. A pele tem várias funções entre elas a permeabilidade seletiva H2O A permeabilidade seletiva é um processo fisiológico que ocorre através da membrana plasmática de todas as células e da parede celular de células vegetais que consiste na passagem seletiva de substâncias para o meio intra ou extracelular. Para compreendermos melhor o processo de permeabilidade seletiva é preciso relembrar a estrutura da membrana plasmática. A membrana plasmática é formada por uma bicamada lipídica, tendo como principal componente moléculas de fosfolipídios, essa composição faz com que a membrana sirva de barreira para a entrada e saída de substâncias, facilitando a passagem de produtos lipossolúveis ao mesmo tempo que dificulta a passagem de elementos não solúveis em lipídios, ou seja grande parte dos lipídios ou moléculas lipofílicas, assim como gases tais como o oxigênio e o gás carbônico atravessam a P ág in a4 0 Faculdade de Minas 11 membrana facilmente enquanto que moléculas hidrossolúveis não. Íons como o sódio, cloro, potássio e cálcio conseguem atravessar a membrana através de canais iônicos enquanto que moléculas maiores como a glicose e pequenas proteínas passam e um lado ao outro da membrana através de proteínas chamadas de proteínas carreadoras. A passagem seletiva de substâncias através da membrana ocorre de duas maneiras diferentes: o transporte ativo, quando envolve o uso de energia, e o transporte passivo quando não envolve a utilização de ATP. O transporte ativo é realizado por proteínas carreadoras e envolve o transporte de moléculas grandes através da membrana plasmática ou de íons contra um gradiente de concentração envolvendo gasto de energia sob a forma de ATP, ele pode ser classificado em transporte ativo primário, ou secundário. O transporte passivo, por sua vez, envolve a passagem de moléculas através da membrana celular sem o uso de energia e pode ser classificado em difusão simples, difusão facilitada e osmose. A pele e o rins são responsável pela regulação do líquido corporal. A queratina que se encontra no extrato córneo impede parcialmente que a água penetre na pele (absorvendo normalmente poucas quantidades de água, ou através de produtos químicos). A pele realiza seleção de substâncias que são absorvidas por ela, ou podemos induzir a pele a absorção de produtos através da Eletroterapia. P ág in a4 1 Faculdade de Minas 11 RAIOS UVB e UVA Figura 16: Raios UVB e UVA na pele Fonte: http://portaldaesteticista.com/tag/ filtro-solar/ UV é a sigla para ultravioleta, que é um tipo de radiação eletromagnética. Assim, UVA, UVB e UVC são diferentes tipos de raios ultravioleta e que são transmitidos a partir do Sol. A exposição prolongada aos raios ultravioletas é bastante prejudicial ao ser humano, podendo ser responsáveis por diversos males, entre eles o câncer de pele, por exemplo. Esses raios são invisíveis, mas estão presentes em todas as épocas do ano, seja no verão ou inverno (com maior incidência nas estações mais quentes). Temos em nosso corpo células chamadas de Melanócitos que produz melanina. P ág in a4 2 Faculdade de Minas 11 A pele ao receber raios solares UVB e UVA estimulam os Melanócitos 37 que produzem a melanina que é um protetor natural ( filtro ) da pele, possibilitando a forma seletiva e gradativa da radiação solar. Impacto mecânico: ajuda a amortecer os impactos externos do corpo. Sensorial: parte sensorial da pele recebe os sinais externos através dos sensores corporal que transformam este estímulo em P.A que irá pela medula espinhal até o SNC, que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar conforme o estímulo; Adaptando-se. Os sinais podem ser: Tato, Pressão, Vibração, Sensações Sexuais, Cócegas, Prurido (coceira), Dor, Frio, Calor, Cinestesia. Sistema imunológico: A pele conforme as demais partes do corpo também possuem seu sistema de defesa (Figura 17), tendo a função de combater os agentes patogênicos (micoses, alergias e etc.). Para combaterseus agentes patogênicos a pele recebe do sistema circulatório oxigênio e nutrientes para as células de defesa; podendo no local haver vasodilatação e rubor. Órgão excretor Glândulas Sudoríparas Suor Termorregulação Excreção de produtos químicos e de dietas Glândulas Sebáceas Sebo Protege contra agentes patogênicos Sofre menos agressão Protege de alterações climáticas Hipermeabilidade (água) P ág in a4 3 Faculdade de Minas 11 Figura 17: Processo do sistema de defesa da pele Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> A temperatura do corpo humano é geralmente de 36 a 37 graus. Quando a temperatura do ambiente é de 40 graus ou superior, e como sempre o processo é sempre do mais concentrado para o menos concentrado a pele serve como sensor, que ao aumento da temperatura envia um P.A para o SNC, que por sua vez envia um P.A que estimula as glândulas sudoríparas a secretar suor que irá resfriar a pele (sensorial setorial) conforme a temperatura normal do corpo. Além da termorregulação pelo suor, podemos controlar a temperatura através do centro vasomotor localizado no hipotálamo (núcleo de controle de temperatura). Ao estímulo do aumento da temperatura a pele manda um P.A para o hipotálamo que envia um sinal para o córtex parietal, que reenvia um outro sinal para o hipotálamo que envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatação nos vasos periféricos da pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo sanguíneo. P ág in a4 4 Faculdade de Minas 11 O hipotálamo possui um núcleo composto por neurônios que possuem seus axônios que servem como sensor regulador da temperatura (fazendo vasodilatação ou vasoconstrição). Excreção de produtos químicos: Dependendo de alguns produtos químicos e da necessidade corporal de absorver as substâncias, pode haver quantidade excessiva destes produtos no organismo que é secretado pelas glândulas sebáceas dependendo da afinidade com a substância, que vem pelo sistema venoso capilar; quando estas glândulas fazem a troca de CO2 e resíduos metabólicos para O2 e nutrientes, estes nutrientes além de sais minerais, proteínas trazem junto os produtos químicos em excesso que irá entrar em contato com os sebos e o suor, que serão eliminados conforme a secreção das glândulas. IMPORTANTE Vale lembrar que as regiões da pele que apresentam pelos possuem, nos folículos capilares, terminações nervosas específicas, cujos axônios envolvem o folículo piloso, captando as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Nessas regiões também encontram-se os receptores de Ruffini, também chamados de corpúsculo de Ruffini, que são estimulados quando a pele é distendida. A pele apresenta 3 (três) tipos de receptores:: os corpúsculos de Pacini ou de Vater-Pacini; os corpúsculos de Meissner e os discos de Merkel. (ver figura 18) Os corpúsculos de Pacini são especializados em captar estímulos vibráteis e táteis. Os corpúsculos de Meissner são encontrados nas regiões da pele que não apresentam pelos e são especializados em captar estímulos táteis. Os discos de Merkel são especializados na captação de estímulos táteis e também de pressão. Nas regiões em que são desprovidas de pelo existem os bulbos terminais de Krause, que são receptores térmicos de frio e são encontrados nas partes limítrofes da pele, como ao redor dos genitais e dos lábios. P ág in a4 5 Faculdade de Minas 11 Figura 18: Tipos de receptores da pele Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Sistema Endócrino Ao receber os raios solares a pele forma hormônios (vitamina D3) que irá atuar no intestino grosso através da corrente sanguínea, que ajuda o intestino na absorção de cálcio e fósforo dos alimentos que irão alimentar as células do corpo e depositar-se nos ossos. Outra função do sistema endócrino é o estrogênio na pele. P ág in a4 6 Faculdade de Minas 11 PELOS Os pelos são estruturas delgadas e filamentosas queratinizadas, que se projetam da superfície da epiderme da pele e crescem na maior parte do corpo. No corpo humano, há dois tipos de pelos, os pelos macios, delicados curtos e claros, denominados pelos velos, os pelos duros, grandes, grosseiros, longos e escuros, denominados pelos terminais. Os pelos humanos não dão um isolamento térmico como os pelos dos animais, em vez disso, os pelos funcionam recebendo sensações táteis. Estrutura do pelo: O corpo do ser humano encontra-se revestido por uma grande diversidade de formações pilosas: cabelos, pelo do corpo, sobrancelhas, pestanas, cílios, pelo púbico, pelo axilar, etc. Os pelos são excrescências filamentosas e flexíveis que sobressaem da epiderme, que embora tenham uma estrutura básica comum, podem apresentar espessura e consistência variáveis e um diferente comprimento de acordo com o seu tipo. Os pelos são compostos por dois tipos de elementos: a haste, a parte que sobressai da pele, e a raiz, a porção interna. Cada pelo encontra-se numa depressão da pele correspondente a uma invaginação de tecido epidérmico na derme, denominado folículo piloso, onde são produzidos. De fato, a raiz do pelo evidencia-se a partir de uma expansão arredondada do folículo denominada bulbo piloso, tendo na sua base uma concavidade, denominada papila folicular, à qual chegam os vasos sanguíneos que nutrem o folículo e também as fibras nervosas. A parte mais profunda do folículo piloso corresponde à matriz germinativa, constituída por células epidérmicas cuja multiplicação origina as células que formam o próprio folículo e também as que formam o pelo. Esta matriz germinativa é igualmente composta por vários melanócitos encarregues da produção dos pigmentos, cujo número e grau de atividade, geneticamente condicionados, determinam a cor dos cabelos de cada pessoa. A formação do pelo, propriamente dita, realiza-se no centro das várias camadas celulares concêntricas do folículo piloso. O pelo em si é formado por três P ág in a4 7 Faculdade de Minas 11 camadas diferentes, do exterior para o interior: a cutícula, a parte mais dura; o córtex, a mais espessa; e a medula, a estrutura do pelo. Crescimento do pelo: o pelo cresce no folículo piloso a partir de células da matriz germinativa que vão, progressivamente, enchendo-se de queratina (a proteína fibrosa que constitui a camada córnea da epiderme e que é também a principal componente do pelo) até morrerem, passando a constituir a haste do filamento que se desloca para o exterior e acaba por sobressair da pele. Este crescimento ocorre de forma cíclica, o que proporciona a alternação de períodos de crescimento com outros de repouso ao longo da vida. A fase de crescimento, ou anagênese, caracteriza-se por uma proliferação ativa das células da matriz generativa, durando aproximadamente cerca de três anos, embora com variações tanto individuais como relativas à localização do pelo. Nessa época é possível constatar um crescimento contínuo do pelo, embora a uma velocidade diferente consoante as várias pessoas e também as várias zonas do corpo. Por exemplo, o cabelo cresce a uma velocidade que oscila entre os 0,1 e 0,5 mm por dia, enquanto que o pelo da barba dos homens cresce, em média, cerca de 0,3 mm por dia, sempre com evidentes diferenças individuais. A fase de regressão, ou catagênese, sucessiva à anterior, caracteriza-se por uma paragem da atividade folicular durante aproximadamente três semanas. Nesta fase, as células da papila folicular atrofiam-se, o que provoca separação não imediata, já que ainda mantém a sua união com as bainhas do folículo piloso, da base do pelo com a papila, embora continue a deslocar-se até àsuperfície. A fase de repouso, ou telogênese, que acontece em seguida, tem a duração de cerca de três ou quatro meses. Nesta fase, a inatividade do folículo piloso é total. Após o referido período, o ciclo recomeça, através da formação de uma nova matriz generativa, que proporciona o crescimento do pelo, o que à medida que o faz "empurra" para o exterior o pelo que ocupa a parte mais superficial do folículo, até provocar a sua desunião e a emersão, pouco tempo depois, do novo pelo para a superfície. A renovação pilosa não ocorre uniformemente em todo o corpo, já que o ritmo de atividade de cada folículo é diferente. P ág in a4 8 Faculdade de Minas 11 Por exemplo, é possível, a qualquer momento, constatar que entre os folículos do couro cabeludo existem cerca de 85% em plena fase de atividade, enquanto que 1% se encontra em fase de regressão e cerca de 14% em repouso, sendo por isso que é absolutamente normal que caiam entre 100 a 150 cabelos por dia. Elementos do pelo O pelo é composto por dois elementos muito particulares: uma glândula sebácea e um músculo eretor. A glândula sebácea desagua diretamente no folículo piloso e arrasta para o seu interior matéria gorda de modo a lubrificar a superfície do pelo. O músculo eretor é formado por um conjunto de reduzidas fibras musculares que se encontram unidas à zona média do folículo através de uma extremidade, estando ancoradas a um ponto próximo da derme através da outra extremidade. A contração destas fibras, desencadeada, entre outros fatores, pelo frio e também por estímulos psicológicos como o medo, origina um fenómeno denominado "horripilação" caracterizado por um arrepiar dos pelos e uma depressão localizada da pele, que adopta o típico aspecto da "pele de galinha". P ág in a4 9 Faculdade de Minas 11 Figura 18: Estrutura do Pelo Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> Os cabelos brancos Embora existam vários fatores que interferem na cor do cabelo e dos pelos, esta depende, sobretudo do seu conteúdo em melanina e dos pigmentos elaborados pelos melanócitos presentes na matriz germinativa. No entanto, a cor do cabelo depende também, da disposição das próprias células que compõem o cabelo, já que consoante a sua obliquidade irá refletir mais ou menos luz, o que, consequentemente, dá ao cabelo um aspecto mais ou menos brilhante e também conforme o conteúdo de ar existente entre as células, que lhe dá um tom mais claro. Com o passar do tempo, os melanócitos das matrizes germinativas de alguns folículos pilosos estagnam e deixam de fabricar pigmentos, o que provoca os típicos cabelos brancos, embora estes possam surgir em qualquer idade e com diferentes graus consoante as pessoas. P ág in a5 0 Faculdade de Minas 11 Folículos pilosos O ser humano tem em torno de 5 milhões de folículos por todo o corpo, 120.000 deles no couro cabeludo. O folículo piloso ou unidade folicular é uma estrutura complexa composta por 1 fio de pelo ou cabelo, com seu respectivo bulbo, glândula sebácea e sudorípara, músculo piro-eretor e outros órgãos não menos importantes. O folículo pode se apresentar em número de um, minoria ou em conjuntos de 2 a 5 folículos, as famílias foliculares. Para ver estes folículos e as famílias foliculares basta olhar para os pelos do seu braço e notar que de alguns saem 1 pelo, de outros 2 ou 3 e, mais raramente, 4 ou 5 pelos. Estes folículos são a fábrica de cabelo, são deles que nascem o fio de cabelo ou pelo, estruturas sem vida e que perduram durante séculos. Os folículos pilosos, os órgãos nos quais os pelos se formam, também se originam da epiderme que invade a derme, a hipoderme ou ambas, estão envolvidos por acúmulos densos de tecido conjuntivo fibroso. O conjunto das células que compõem a raiz do pelo é denominado matriz, as camadas externas do epitélio do folículo formam a bainha externa da raiz, ela envolve várias camadas de células derivadas da epiderme, a bainha interna da raiz, constituída por três componentes, a camada de Henle, a camada de Huxley, e a cutícula interna da raiz. P ág in a5 1 Faculdade de Minas 11 Figura 19: Estrutura geral do Pelo Fonte: Anatomia Geral. Disponível em< https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia- geral/pdf/anatomia-geral.pdf> P ág in a5 2 Faculdade de Minas 11 UNHAS São placas córneas, constituídas por células epidérmicas queratinizadas, mortas e compactadas, localizadas no dorso das falanges distais dos quirodáctilos e pododáctilos (dedos e dos artelhos). As unhas originam-se de células da matriz da unha. A lúnula, um crescente branco, é observada na extremidade proximal da unha. A extremidade distal da placa ungueal não está presa ao leito ungueal, perto desta junção fica um acúmulo do estrato córneo denominado hiponíquio. A translucidez das unhas constitui uma indicação rápida da saúde de uma pessoa; o rosa indica um suprimento sanguíneo bem oxigenado. No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca na sua parte proximal, formando a lúnula. A matriz apresenta intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha. São compostas por quatro partes denominadas (Figura 20): 1. Matriz: parte proximal recoberta por prega de pele (prega ungueal proximal); 2. Lâmina ungueal: aderida sobre o leito ungueal; 3. Dobras laterais: cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal; 4. Borda: livre. P ág in a5 3 Faculdade de Minas 11 Figura 20: Partes da unha Fonte: Disponível em:<https://slideplayer.com.br/slide/18032968/> Funções: apesar de atualmente lhes ser atribuído um papel basicamente estético, já que têm sido desde a Antiguidade, muito cuidadas e enfeitadas, as unhas desempenham um papel essencial enquanto elementos funcionais da nossa vida quotidiana. De facto, para além de protegerem as pontas dos dedos de todo o tipo de golpes e agressões, as unhas servem para esfregar e arranhar, como meio instintivo de defesa perante uma situação de perigo e para apertar, separar, dobrar e muitas outras ações que necessitem de alguma precisão. De fato, embora as funções das unhas sejam muito importantes, costumam passar despercebidas, já que apenas quando, por algum motivo, as perdemos, é que ficamos, a saber, toda a sua importância, já que os dedos, sem as unhas, perdem grande parte da sua funcionalidade. Por outro lado, as unhas participam, igualmente, no sentido do tacto, constituindo uma espécie de amplificadores sensoriais, pois aumentam as percepções desse tipo na ponta dos dedos, já que o mínimo contato sobre a superfície do corpo da unha ou na sua extremidade livre proporciona a perfeita percepção do estímulo. P ág in a5 4 Faculdade de Minas 11 Estrutura e formação: as unhas têm uma estrutura muito semelhante à dos pelos, pois são essencialmente constituídas por queratina, a proteína fibrosa elaborada pelas células cutâneas, embora também sejam compostas por mucopolissacarídeos e determinados minerais. De fato, as unhas são, à semelhança dos pelos, produzidas pelas células da epiderme encarregues da produção de queratina. Ao longo da face dorsal da falange distal de cada dedo, a epiderme dobra-se sobre si própria, penetrando na derme, através de uma zona, denominada sulco ungueal, onde as duas camadas da epiderme se encontram face a face, uma virada para cima, denominada eponíquio, e outra para baixo, o hiponíquio ou leito ungueal, de modo a proporcionarem a formação da unha. A partir do exterior, não é possível observar toda a extensão do leito ungueal, já que existe uma parte, precisamente a que fabrica a unha, denominada matriz ungueal, que fica oculta por detrás do sulcoungueal. Embora a epiderme pertencente ao eponíquio se desenvolva normalmente e forme todas as camadas que lhe são próprias, a epiderme do leito ungueal, não costuma formar uma camada córnea normal, já que as suas células elaboram uma queratina muito mais dura que, posteriormente, sai do sulco ungueal e desliza sobre o leito ungueal, de modo a constituir a lâmina resistente que corresponde à unha propriamente dita. A unha é constituída por várias partes. A porção da unha que não é observável a olho nu, por se encontrar oculta pela dobra da epiderme, denomina-se raiz ungueal. A porção visível denomina-se corpo ou lâmina ungueal, sendo da sua extremidade livre que sobressai da ponta do dedo. A zona do corpo da unha próxima à raiz apresenta um sector, denominado lúnula, especialmente visível no dedo polegar e no primeiro dedo do pé, com a forma de meia-lua e com uma cor mais clara, correspondente a uma parte da matriz ungueal, sendo igualmente a parte onde a lâmina tem uma maior espessura e não deixa transluzir a cor rosada da derme subjacente. Em condições normais, o resto da unha é translúcida, deixando transparecer a cor do tecido subjacente, que lhe proporciona a cor rosada, já que apenas a lúnula e a extremidade livre que sobressai da ponta do dedo são brancas. Quando se P ág in a5 5 Faculdade de Minas 11 pressiona a unha, constata-se que esta fica mais clara, devido ao facto de a pressão dificultar a irrigação da derme, mas ao libertar-se imediatamente a pressão, a unha volta a ganhar a sua cor, sendo esta uma das técnicas utilizadas para avaliar o funcionamento da circulação. Relativamente às dobras existentes nas extremidades da unha, à exceção da extremidade livre, é possível distinguir as dobras ou valas laterais e a cutícula, que reveste parte da lúnula. (Figura 21) Figura 21: Partes da unha Fonte: Disponível em:<https://slideplayer.com.br/slide/18032968/> P ág in a5 6 Faculdade de Minas 11 Considerações importantes Roer as unhas: onicofagia Embora seja muito comum que as crianças roam as unhas, caso se mantenha este hábito, menos frequente entre os adolescentes e os adultos, ao longo dos anos, pode evoluir para uma doença denominada "onicofagia", que normalmente constitui uma forma de evidenciar um certo conflito psicológico e emocional. De fato, como nestes casos não se trata apenas de um "mau hábito", deve-se encontrar a causa do problema, pois pode corresponder uma via de escape perante qualquer situação de angústia, uma forma de expressar um sentimento de insegurança, de saudade e abandono ou de cólera reprimida, ou ser sinal de um estado de ansiedade. Embora existam inúmeros recursos e remédios caseiros para se proceder à eliminação deste "hábito" nas crianças, como por exemplo, pintar as unhas com um verniz de sabor desagradável ou ligar os dedos, aplicar uma série de castigos caso se efetue o gesto ou, por outro lado, promessas caso se deixe o hábito, os resultados positivos costumam ser fracos, já que não se procede à eliminação da principal causa, pois o tratamento deve passar pelos recursos externos, como a análise e correção das causas que levam a criança a roer as unhas. Por isso, o mais conveniente é analisar a situação específica de cada caso e proceder-se ao seu tratamento adequado, que muitas vezes necessita de psicoterapia individual ou familiar. Unhas deformadas ou descoloridas Existem inúmeros traumatismos e afecções que podem provocar deformações ou alterações na cor das unhas. Qualquer tipo de lesão ou irritação na matriz ungueal e o contato com produtos químicos agressivos podem originar um espessamento da unha ou a formação de estrias e fissuras. Para, além disso, existem algumas doenças, como a psoríase e as infecções provocadas por fungos, que também podem provocar o mesmo tipo de efeito. A anemia por carência de ferro e várias doenças cardiopulmonares que provoquem P ág in a5 7 Faculdade de Minas 11 um défice de oxigenação podem favorecer a produção de unhas em forma de colher. Existem igualmente inúmeras afecções que podem perturbar pontualmente o crescimento da unha e originar o aparecimento de uma estria transversal persistente que se irá deslocar à medida que a unha cresce até alcançar a extremidade livre da mesma. Existem várias causas que podem alterar a coloração das unhas. Um traumatismo pode provocar o aparecimento de uma ou mais zonas esbranquiçadas que se irão deslocar com a própria unha à medida que esta cresce, uma infecção bacteriana pode fazer com que a unha adopte uma cor esverdeada, uma infecção por fungos pode proporcionar uma descoloração, uma afecção hepática pode conferir uma coloração amarelada às unhas. Em suma, como existem inúmeras possíveis causas para as deformações e alterações da cor das unhas, umas banais e outras mais sérias, convêm que seja o médico a detectar a sua origem e a determinar, caso seja necessário, o tratamento mais adequado para cada caso. P ág in a5 8 Faculdade de Minas 11 HIPODERME A hipoderme (do grego hipo = abaixo; derma = pele), também denominada de tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, localizada abaixo da derme e unindo-a à fáscia muscular subjacente. Apesar de sua estreita relação funcional com a pele, não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Composta por células adiposas, age como isolante térmico, e reserva calórica. Em determinadas regiões do corpo, protege contra traumas, atuando como amortecedor. A quantidade de tecido adiposo na camada da hipoderme pode variar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo. Principais funções: Sustentar e proteger órgãos; Promover isolamento térmico; Depositar material lipídio energético nos adipócitos; Distribuir substâncias e nutrientes no organismo. É um tecido complexo constituído por adipócitos, as células especializadas no armazenamento de gordura. A hipoderme atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico. Está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. (Figura 22) P ág in a5 9 Faculdade de Minas 11 Figura 22: Hipoderme Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar Duas camadas podem ser detectadas: Camada areolar: é a mais superficial, caracterizada por adipócitos globulares e volumosos e numerosos e delicados vasos. Camada lamelar: mais profunda, apresentando aumento da espessura com ganho de peso (hiperplasia). Essas duas camadas são separadas pela lâmina fibrosa. Os vasos sanguíneos e linfáticos, os feixes nervosos e os folículos pilosos também atravessam a hipoderme. Abaixo do tecido subcutâneo encontra-se a fáscia muscular. As principais funções da hipoderme são: reservatório energético, isolante térmico, protetora contra choque mecânicos, modeladora da superfície corporal e fixadora dos órgãos. P ág in a6 0 Faculdade de Minas 11 Figura 23: sistema tegumentar nas partes do corpo Fonte: https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar Figura 24: as camadas da pele humana As camadas da pele humana 1 2 Epiderme • é a camada mais superficial da pele e protege o corpo das agressões externas • não possui vasos sanguíneos • dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pelos, glândulas sudo- ríparas e glândulas sebáceas Derme • localizada entre a epiderme e a hipoderme, é responsável pela resistência e pela elasticidade da pele • na derme estão localizados os vasos sanguíneos e vários tipos de sensores de estímulos 3 Hipoderme • é a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células de gordura
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