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PRIMEIROS SOCORROS - ANOTAÇÕES DAS AULAS COMPLETO

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PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
AULA 1: ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) E REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR (RPC)
APH
Prestação de suporte básico ou avançado de vida por profissional qualificado e habilitado
de acordo com a legislação vigente para avaliar, identificar e corrigir, no local da ocorrência,
os problemas que comprometem a vida de uma vítima acidentada ou por condições
clínicas, transportando-a com segurança ao recurso hospitalar (MARTINS; PRADO, 2003).
Chave do sucesso no socorro: Ter certeza que seu procedimento não irá piorar o problema:
- Checar o local
- Pedir ajuda
- Avaliar a vítima
- Cuidar da vítima
- Manter os sinais vitais
Antes da chegada da equipe ao local precisamos saber como são compostas:
1- Unidade de suporte avançado:
- Constitui-se de um médico, um enfermeiro e um condutor.
2- Unidade de suporte básico:
- Dois técnicos/ auxiliares de enfermagem e um condutor.
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
- Qualidade da circulação e oxigenação
- Curativo oclusivo
- Imobilização cervical
- Contenção de sangramento
- Imobilização em prancha longa
- Qualidade da intubação endotraqueal
- Toracocentese
- Periocardiocentese
- Drenagem torácica
PRINCÍPIOS DO APH
1. CENA
Quando uma equipe de atendimento pré-hospitalar é enviada para uma cena, se começa a
considerar vários fatores que podem desempenhar um papel no cuidado do paciente, bem
como garantir a sua segurança e a segurança do paciente. Estes fatores incluem dados
como mecanismos na lesão, de condições ambientais e riscos presentes na cena. Logo, os
aspectos identificados nesta avaliação devem ser considerados antes mesmo do início do
atendimento da vítima. Em algumas situações, como em desastres ou em situações táticas,
isto se torna ainda mais crítico e podem mudar a forma de atendimento destes pacientes.
2. SEGURANÇA
A segurança da cena consiste em garantir a segurança da equipe de resgate e das vítimas,
como a execução de isolamento da área através de cones, triângulos, faróis, pisca-alerta,
galhos de árvores, etc, afastando os "curiosos".
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
3. SITUAÇÃO
A avaliação da cena inclui a triagem das vítimas, de modo que os pacientes mais graves
sejam avaliados primeiro. Contudo, se a cena envolver mais de um paciente ou uma cena
de risco, a prioridade muda; em vez de dirigir os recursos para o paciente mais grave,
deve-se dirigi-los para salvar o maior número possível de vítimas.
ABORDAGEM DA VÍTIMA
O sucesso da situação da equipe de atendimento pré-hospitalar está diretamente
relacionada com a forma como realizam a abordagem à vítima. Esta deverá reger- se por
conhecimentos técnicos e competências de relacionamento interpessoal, de forma a
respeitar os direitos e necessidades das vítimas e satisfazer as expectativas de todos os
intervenientes.
- Identificar-se antes de falar com a vítima ou familiar
- Questionar se pode aproximar da vítima, iniciando o discurso
- Ter uma atitude calma, postura tranquila
- Evitar gesticulação rápida e excessiva
- Mostrar disponibilidade e empatia
- Utilizar o contato visual e o toque de forma ponderada
- Utilizar linguagem simples e clara
- Observar primeiro as vias aéreas
ANÁLISE PRIMÁRIA COMPLETA (A, B, C, D, E)
A (airway) - Permeabilização da via aérea com controle da coluna cervical
- Suspeitar sempre de lesão na medula espinhal para cada doente
- Estabilizar manualmente em posição neutra
- Imobilizar coluna cervical
B (breathing) - Ventilação e oxigenação
- Visualiza a expansibilidade torácica e/ou diafragmática
C (circulation) - Assegurar a circulação com controle da hemorragia
- Procurar sinais de hemorragias fazendo o controle com pressão manual direta sobre
o ferimento
- Verificar pulso do paciente
- Verificar o pulso radial ou carótida
D (disability) - Disfunção neurológica
- Avaliação do nível de consciência e o exame de pupilas (alterações: anisocoria,
midríase, miose, puntiforme e não reagentes a luz)
- Avaliar o nível de consciência usando o AVDI
- Alerta
- Resposta a estímulo verbal
- Resposta a estímulo doloroso
- Inconsciente
- Escala de coma de Glasgow
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Interpretação:
Escala 15: sem dano neurológico
Escala 13-14: lesão mínima
E (expose/ environment) - Exposição com controle de temperatura
- Maior cuidado com idosos (perde a capacidade de regulação térmica)
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
● Vias aéreas
- Inicialmente posicionar a vítima de decúbito dorsal
- O socorrista deverá estar posicionado na altura do ombro ao lado da vítima
- Será verificado a presença de corpos estranhos, fraturas faciais ou
mandibulares que venham a causar obstrução das vias aéreas
- Manobras: CHIN LIFT e JAW THRUST
AULA 2 - CHOQUE ANAFILÁTICO E AFOGAMENTO
- A prevalência das doenças alérgicas está crescendo
- Entre as doenças alérgicas se destaca a anafilaxia
ANAFILAXIA
Reação de hipersensibilidade tipo 1, potencialmente grave, mediada por imunoglobulinas E
e G, após exposição a antígeno em pessoas previamente sensibilizadas.
FATORES ETIOLÓGICOS
- Alimentos
- Medicamentos
- Venenos de insetos
- Imunoterapia
- 19 a 30% dos casos não há identificação etiológica
- O alérgeno envolvido difere conforme a idade.
- Fator epigenético
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Nas crianças, os principais fatores alérgicos são alimentação.
CHOQUE
Condição em que há falência do sistema circulatório caracterizada por queda abrupta na
pressão arterial (hipoperfusão)
Tipos de choque
- Cardiogênico
- Obstrutivo
- Hipovolêmico
- Séptico
- Neurogênico
- Anafilático
O choque anafilático resulta de uma reação antígeno-anticorpo
● Mastócitos e Basófilos
- Liberam citocinas(reação tardia) e aminas vasoativas
- Histaminas
- Proteases
- Fatores quimiotáticos
- Ácido araquidônico - prostaglandinas e leucotrienos (reação tardia)
A fase efetora da resposta imune mediada pela IgE ocorre em 3 padrões
● Alérgeno
● Intervalo entre a exposição e os sintomas
● Tipos celulares envolvidos
Reação aguda
- Segundos a minutos
- Mediadores pré-formados
Reação tardia ou bifásica
- Após horas das manifestações da fase aguda
- Leucócitos recrutados
Crônicas
- Exposição prolongada ao alérgeno
Manifestações clínicas
- Vermelhidão, coceira e inchaço na pele
- Coceira, inchaço, lacrimejamento e conjuntivite nos olhos
- Congestão nasal, espirros, rouquidão, estridor (chiado nas vias aéreas), edema de
garganta, tosse, falta de ar, parada respiratória
- Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, gases, sangue nas fezes
- Sistema cardiocirculatório: Taquicardia, pressão baixa, arritmias, infarto cardíaco,
parada cardíaca
- Sistema neurológico: Vertigem, fraqueza, desmaio, convulsões
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Resolução espontânea
● Epinefrina
● Angiotensina II
● Endotelina
Progressão grave
● Alérgeno (amendoim, nozes, picada de abelha)
● Idade avançada
● Comorbidades (asma, doença cardiovascular), uso de beta-bloqueadores e
inibidores de ECA
● O óbito usualmente resulta de asfixia devido a obstrução das vias aéreas
ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA
- Reconhecer o quadro de anafilaxia
- Remover o fator precipitante se possível
- Unidade de emergência
- Monitorização
- Oxigênio
- Acesso venoso
- Epinefrina
- Intubação
- Reposição volêmica - SF
Adrenalina
- Medicação de primeira escolha para tratamento de anafilaxia
- Efeito B1 adrenérgico - Aumenta a frequência e as contrações cardíacas
Broncodilatadores sintomáticos
- Elementos adjuvantes
- Cuidado ao valorizar outros elementos em detrimento à adrenalina
- Drogas usadas para tratar/ prevenir reações tardias ou ajudar nos sintomas
associados
- Podem ser administrados Broncodilatadores Beta 2 agonistas como albuterol, por
nebulização
- Se sintomatologia respiratória, broncoespasmo, obstrução baixa
Anti-histamínicos
- Sinais e sintomas cutâneos, urticária, prurido
- Não atuam em manifestações em vias aéreas, gastrointestinais e naevolução do
choque
- Não inibe a liberação de mediadores
- Anti-histamínico H2 em conjunto H1, determina bloqueio H1 mais eficaz
Corticóide
- Objetivo de evitar reações tardias
- Não atuam na fase aguda, efeito observado após horas
Glucagon
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Antagonista da insulina
- Pacientes refratários à epinefrina com hipotensão e bradicardia, como em pacientes
em uso de beta-bloqueadores
- Agente inotrópico e cronotrópico (aumenta a força e frequência das contrações
cardíacas) e exerce efeitos vasculares independentes dos receptores beta
adrenérgicos.
- Induz aumento de catecolaminas endógenas
- Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos e hiperglicemia
- 1-2 mg (20-30 mg/kg) intravenosa por 5 min, seguido de infusão contínua de 5-15
mg/min
Vasopressores
- Pacientes não responsivos a volume
- Dopamina e norepinefrina
- O suporte intensivo é monitoração devem acontecer de acordo com a necessidade
do paciente
AFOGAMENTO
Asfixia por imersão
Afogamento primário: Não apresenta nenhum fator desencadeante do acidente
Afogamento secundário: Patologia que pode resultar em afogamento
- Distúrbio respiratório é menos influenciado pela composição da água, e mais por sua
quantidade
- 1 a 3mL/kg produzem grandes alterações na troca de gases
- A aspiração de água doce ou salgada produz destruição de surfactante, alveolite e
edema pulmonar
- Leva em consideração o grau de insuficiência respiratória relacionada à quantidade
de líquido aspirado, determinando a gravidade do caso.
GRAU 1: Tosse por ingerir quantidade mínima de água, aumento da frequência
cardiorrespiratória
GRAU 2: BOCA E NARIZ COM ESPUMA, AUSCULTA COM CREPITAÇÕES; PACIENTE
LÚCIDO, AGITADO OU DESORIENTADO; frequência cardíaca aumentada por redução de
oxigênio no sangue; frequência respiratória aumenta pela falta de ar
GRAU 3: Aspiração de grande quantidade de água, grande dificuldade respiratória, grande
quantidade de espuma na boca e nariz, PULSO RADIAL PALPÁVEL, EDEMA AGUDO DE
PULMÃO.
GRAU 4: Grande quantidade de espuma na boca e nariz, sem pulso radial palpável, edema
agudo de pulmão, instabilidade hemodinâmica, MÁ PERFUSÃO TECIDUAL, CHOQUE.
GRAU 5: Grande quantidade de espuma na boca e nariz, sem pulso radial palpável, edema
agudo de pulmão, instabilidade hemodinâmica, má perfusão tecidual, choque. Vítima
Inconsciente com PARADA RESPIRATÓRIA ISOLADA.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
GRAU 6: PARADA RESPIRATÓRIA E CARDÍACA. Manobras de suporte de vida de
reanimação cardiopulmonar.
COMPLICAÇÕES
- SNC (Grau 6) - Convulsões, edema cerebral e encefalopatias anóxicas
- Aparelho respiratório (Grau 3-6) - Broncopneumonia, pneumonia, edema pulmonar
- Metabólico (Grau 2-6) - Ácidos metabólicos, alterações eletrolíticas
- Outras complicações - Necrose tubular aguda, hematúria, cardiomiopatia anóxica
EXAMES A SEREM SOLICITADOS
- Grau 1 - Nenhum
- Grau 2 - Gasometria arterial e Radiografia de tórax
- Grau 3 a 6 - Gasometria arterial, hemograma completo, eletrólitos, uréia, etc
Antibióticos
- Quando houver diagnóstico de pneumonia (após 48 horas)
- Quando a água aspirada tenha reconhecidamente um grande número de colônias.
Ex: esgoto, canal
- 1º opção: Clindamicina + aminoglicosídeo (gentamicina, amicacina)
- 2º opção: Ampicilina + sulbactam; amoxicilina + ácido clavulânico;
imipenem-cilastatina
AULA 3 - ANIMAIS PEÇONHENTOS
Classificação
- Ofidismo - cobras.
- Escorpionismo - escorpiões.
- Araneísmo - aranhas.
- Himenópteros - abelhas, vespas e formigas.
OFIDISMO
Acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e
gravidade. Padronização atualizada de condutas de diagnóstico e tratamento.
- Bothrops - Jararaca
- Crotalus - Cascavel - maior mortalidade
- Lachesis - Surucucu
- Micrurus - Coral
Importância da identificação do animal causador:
- Viabiliza o reconhecimento das espécies de importância médica em âmbito regional
- Fosseta loreal: órgão sensorial termorreceptor entre o olho e a narina. Identifica que
a serpente é peçonhenta - Bothrops, Crotalus e Lachesis.
- Serpentes venenosas tendem a ter presas grandes e articuláveis (móveis) situadas
na região anterior da maxila.
➢ Na cobra coral (gênero Micrurus), a fosseta loreal é ausente e as presas são
pequenas e fixas.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Tipos de cauda
- Cauda lisa (jararaca)
- Cauda em chocalho (cascavel)
- Cauda em escamas (surucucu)
BOTRÓPICO (JARARACA)
Dentre os acidentes ofídicos, é o mais frequente (cerca de 90% dos envenenamentos). O
envenenamento se dá pela ação do veneno (ação proteolítica, coagulante e hemorrágica)
➢ Ação proteolítica: Edema, bolhas e necrose devido a proteases, hialuronidases e
fosfolipases.
➢ Ação coagulante: Distúrbios de coagulação e plaquetopenia - Ativa fator X e
protrombina.
➢ Ação hemorrágica: Hemorragias que provocam lesões na membrana basal dos
capilares, associadas a plaquetopenia e alterações de coagulação.
Manifestações locais: Dor e edema precoces e progressivos, equimose e sangramento,
bolhas com ou sem necrose. Complicações locais:
- Abscesso - A ação proteolítica do veneno botrópico favorece o aparecimento de
infecções locais. Os germes patogênicos podem vir da boca do animal, da pele do
acidentado ou do uso de contaminantes sobre o ferimento.
- Necrose - É devida principalmente à ação proteolítica do veneno, associada a
isquemia local devido a trauma vascular e de outros fatores como infecção,
trombose arterial, etc. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos).
- Síndrome compartimental - Compressão do feixe vásculo-nervoso consequente ao
grande edema que se desenvolve no membro atingido, produzindo isquemia de
extremidades. As manifestações mais importantes são a dor intensa, a parestesia,
diminuição da temperatura do segmento distal, cianose e déficit motor.
Manifestações sistêmicas: Hemorragias à distância como gengivorragias, epistaxes,
hematêmese e hematúria, náuseas, vômito, sudorese, hipotensão arterial e mais raramente
choque. Complicações sistêmicas:
- Choque - Liberação de substâncias vasoativas, do sequestro de líquido na área do
edema e de perdas por hemorragias.
- Insuficiência Renal Aguda (IRA) - Ação direta do veneno sobre os rins, isquemia
renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares, desidratação ou
hipotensão arterial e choque.
Exames complementares em casos de acidentes com jararaca
- Tempo de coagulação
- Hemograma - Leucocitose com neutrofilia, desvio à esquerda, plaquetopenia
- Sumário de urina - Proteinúria, hematúria, leucocitúria
- Uréia/creatinina - Função renal
- Método imunodiagnóstico - Antígenos do veneno podem ser detectados pelo ELISA
Tratamento antibotrópico
- Soro antibotrópico (SAB) via endovenosa.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Ausência do SAB - associar antibotrópico-crotálica (SABC) ou
antibotrópico-laquética (SABL).
- Se o tempo de coagulação permanecer alterado após 24 horas, faz-se uma dose
adicional
- Manter segmento atingido elevado e estendido
- Analgésico
- Hidratação - diurese entre 30/40 mL/hr
- Antibioticoterapia - Cloranfenicol; Clinda + aminoglicosídeo
- Em casos de síndrome compartimental, faz-se fasciotomia (se necessário,
transfusão de sangue, plasma).
- Debridamento de áreas necróticas, drenagem de abscessos.
- Cirurgias reparadoras.
CROTÁLICO (CASCAVEL)
É menos frequente porém mais letal que os acidentes com jararaca, devido a frequência
com que evolui para IRA. O veneno da cascavel tem ação neurotóxica; coagulante e
miotóxica.
➢ Ação neurotóxica: Neurotoxina de ação pré-sináptica nas terminações nervosas
liberadoras de acetilcolina; principal fator pelo bloqueio neuromuscular do qual
decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos pacientes.
➢ Ação coagulante: Diferentemente do acidente de jararaca, o de cascavel não
apresenta grande plaquetopenia; as manifestações hemorrágicas, quando
presentes, são discretas.➢ Ação miotóxica: Lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com
liberações de enzima e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretados
para a urina.
Manifestações locais: Pouco importantes, não há dor, ou pode ser de pequena
intensidade; há parestesia local ou regional, que pode persistir por tempo variável, podendo
ser acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.
Manifestações sistêmicas: mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência
ou inquietação e secura na boca. Mioglobinúria.
Tratamento anticrotálico
- Soro anti-crotálico (SAC) via endovenosa.
- Na ausência do SAC, associar antibotrópico-crotálico (SABC)
- Hidratação - importante na IRA
- Induzir diurese com solução de Manitol, caso persista oligúria, fazer furosemida IV
- Manter urina alcalina para evitar precipitação intratubular de mioglobina, através da
administração de bicarbonato
ELAPÍDICO (CORAL)
Menos frequentes mas ainda mais letais do que os acidentes com cascavel. Ações do
veneno: neurotoxinas de ação pós-sináptica e pré-sináptica.
➢ Ação pré-sináptica: Bloqueiam a liberação de acetilcolina.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
➢ Ação pós-sináptica: Competem com a acetilcolina, ação semelhante ao curare -
baixo peso molecular, sendo rapidamente absorvidas.
Manifestações locais: Discreta dor local acompanhada de parestesias.
Manifestações sistêmicas: Vômitos, fraqueza muscular progressiva, ptose palpebral,
fácies miastênicas, mialgias, comprometimento da musculatura respiratória, evoluindo para
insuficiência respiratória aguda e apnéia.
Exames complementares: não há exames específicos.
Tratamento antielapídico
- Soro antielapídico (SAE) via endovenosa.
- Todos os casos com manifestações sistêmicas devem ser considerados graves.
- Em caso de manifestações de insuficiência respiratória aguda, deve-se manter
adequadamente ventilado, por máscara, intubação orotraqueal.
- Uso de anticolinesterásicos (neostigmina), para dar tempo de o paciente receber
melhor assistência respiratória em centros médicos.
- A atropina deve ser administrada antes.
- Neostigmina 0,05 mg/kg em crianças ou uma ampola em adulto, por via IV.
ESCORPIONISMO
O acidente com o escorpião depende de algumas características:
1. Espécie e tamanho do escorpião
2. Massa corporal do acidentado
3. Quantidade de veneno inoculado
4. Sensibilidade ao veneno
As picadas acometem mais os membros superiores, 65% das quais acometendo mão e
antebraço. A maioria dos casos tem curso benigno, tendo letalidade de apenas 0,58%. Os
óbitos têm sido associados mais frequentemente com acidentes causados por T. serrulatus
ocorrendo mais comumente em crianças menores de 14 anos.
Identificação dos escorpiões
- Possui um cefalotórax, uma cauda (contendo ferrão e a vesícula do veneno - telson),
porção ventral (abdominal) por onde sai as pernas e o pedipalpo.
Ação do veneno
- Sempre que houver manifestações respiratórias já vai ser considerado grave.
- Dor local e efeitos complexos nos canais de sódio (produzindo despolarização das
terminações nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e
acetilcolina). Essa liberação determina o aparecimento de manifestações orgânicas
decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos.
- Gerais: Hipo ou hipertermia e sudorese profusa.
- Digestivas: Náuseas, vômitos, sialorréia e, raramente, dor abdominal e diarréia.
- Cardiovasculares: Arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial,
insuficiência cardíaca congestiva e choque.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Respiratórias: Taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo.
- Neurológicas: Agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.
Acidentes
- Leves: Dor no local da picada e, às vezes, parestesia.
- Moderados: Dor intensa no local da picada e manifestações sistêmicas do tipo
sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, taquicardia, taquipnéia e
hipertensão leve.
- Graves: Além dos sinais e sintomas já mencionados, apresentam uma ou mais
manifestações como sudorese profusa, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema
pulmonar, choque, convulsões e coma. Os óbitos estão relacionados a complicações
como edema pulmonar agudo e choque.
Tratamento antiescorpiônico
- Alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor
- Analgesia
- Soro antiescorpiônico (SAEEs) - Neutraliza o veneno circulante
- Dor e vômito melhoram após soroterapia.
- Sintomas cardiovasculares não regridem prontamente (impede agravo)
- Observação continuada
- Sintomas cardíacos = Atropina
- Hipertensão arterial = Nifedipino sublingual
- Edema pulmonar = Ventilação mecânica
ARANEÍSMO
No Brasil, existem 3 gêneros de aranhas de importância médica:
● Phoneutria - Armadeiras
● Loxosceles - Aranhas marrons
● Latrodectus - Viúva negra
Os acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama) são frequentes e destituídos de
maior importância - aranhas caranguejeiras, muito temidas.
PHONEUTRIA (ARMADEIRAS)
- Dor imediata de intensidade variável, podendo se irradiar até a raiz do membro
acometido. Edema, eritema, parestesia e sudorese - 91% das alterações são leves.
Alterações sistêmicas: Taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação
psicomotora, visão “turva” e vômitos ocasionais.
Alterações graves: Sudorese profusa, sialorréia, vômitos frequentes, diarreia, priapismo,
hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema pulmonar agudo (0,5%).
Tratamento
- Sintomático: Infiltração anestésica, analgesia.
- Específico: Soroterapia tem sido formalmente indicada nos casos com
manifestações sistêmicas em crianças e em todos os acidentes graves.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Prognóstico bom - Observação por 6 horas.
LOXOSCELES (ARANHAS-MARRONS)
- A enzima esfingomielinase-D atua sobre constituintes da membrana celular,
principalmente endotélio vascular e hemácia.
- Processo inflamatório, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema,
hemorragia e necrose focal, hemólise intravascular observadas nas formas mais
graves de envenenamento.
Forma cutânea:
- Instalação lenta e progressiva (24-72 horas)
- Dor em queimação, lesões hemorrágicas focais mescladas com áreas pálidas de
isquemia (placa marmórea) e necrose
- Escara de difícil cicatrização
Forma cutânea-visceral (hemolítica):
- Hemólise intravascular (anemia, icterícia, hemoglobinúria), petéquias, equimose
- Os casos graves podem evoluir para insuficiência renal aguda, de etiologia
multifatorial (diminuição da perfusão renal, hemoglobinúria e CIVDL, principal causa
de óbito)
Tratamento
- Local: Analgesia, compressas frias, antiséptico e limpeza, antibiótico, tratar úlceras
cirurgicamente caso haja necessidade.
- Específico: Transfusão de sangue, manejo da insuficiência renal aguda.
- Prognóstico bom, exceto em casos de hemólise intravascular
- Manejo com escaras é importante
- Soro anti-aracnídico.
LATRODECTUS (VIÚVA-NEGRA)
A alpha-latrotoxina é o principal componente tóxico. Terminações nervosas sensitivas
provocando quadro doloroso no local da picada. Sua ação sobre o SN autônomo leva à
liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos.
Manifestações locais: Dor local, evoluindo para queimadura, sudorese, lesões
puntiformes, hiperestesia e placas urticariformes.
Manifestações sistêmicas: Tremores (26%), ansiedade (12%), excitabilidade (11%),
insônia, cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço, dor abdominal, ptose e edema
bipalpebral, náuseas e vômitos.
- Fácies latrodectísmica.
Tratamento
- O soro antilatrodectus (SALATR) é indicado nos casos graves, na dose de uma a
duas ampolas por via intramuscular.
- A melhora do paciente ocorre de 30 minutos a 3 horas após a soroterpaia.
- Tratamento sintomático
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
HIMENÓPTEROS (INSETOS COM FERRÕES VERDADEIROS)
Pertencem à ordem Himenópteros os únicos insetos que possuem ferrõesverdadeiros.
- Apidae (abelhas e mamangavas);
- Vespidae (vespa amarela, vespão e marimbondo ou caba)
- Formicidae (formigas).
ABELHAS
As reações desencadeadas pela picada de abelha são variáveis de acordo com o local e o
número de ferroadas, as características e o passado alérgico do indivíduo atingido.
Manifestações alérgicas
- Vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias.
- Edema flogístico evoluindo para endurecimento local que aumenta nas 24-48 horas,
diminuindo gradativamente nos dias subsequentes. Podem ser tão exuberantes a
ponto de limitarem a mobilidade do membro.
- Menos de 10% evoluem para reações sistêmicas.
Quando grave, causa:
- Anafilaxia, após 2-3 minutos da picada.
- Cefaléia, vertigens e calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica
e outros sintomas e sinais.
- Dispnéia, rouquidão, estridor e respiração asmatiforme, broncoespasmo.
- Edema dos lábios, língua, úvula e epiglote, disfagia.
- Hipotensão é o sinal maior, manifestando-se por tontura ou insuficiência postural até
colapso vascular total. Podem ocorrer palpitações e arritmias cardíacas.
Manifestações tóxicas
- Picadas múltiplas de abelhas (enxames) - síndrome do envenenamento
- Além de anafilaxia, hemólise intravascular + rabdomiólise, torpor e coma, hipotensão
arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal aguda.
Tratamento
- Remoção do ferrão
- Nos acidentes com uma abelha, recomenda-se a retirada do ferrão com pinça
- Nos acidentes com enxames, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por
raspagem
- Dor - analgesia
- Reação alérgica - adrenalina 0,5 ml ; anti-histamínico; corticóide ; broncodilatadores;
manejo das vias aéreas.
VESPAS
Comportamento parecido com as abelhas, porém sem deixar o ferrão no local da picada.
FORMIGAS
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
De interesse médico são as formigas da subfamília Myrmicinae, como as formigas-de-fogo
ou lava-pés.
- Produzem lesões em forma de pápulas urticariforme de 0,5 a 1 cm no local
- Dor
- Local torna-se pruriginoso
Tratamento
- Compressas frias
- Corticóide local
- Anti-histamínicos (VO)
- Analgesia
AULA 4: VIAS AÉREAS 1
A - Controle da via aérea - Colar cervical
- Abertura da via aérea
- Aspiração de secreções
- Estabilização cervical
- Colocação do colar cervical
B - Frequência e qualidade das respirações, fornecer oxigenação
- Iniciar reanimação se necessário
- Inspeção do tórax
C - Verificar pulso, perfusão, cor e temperatura - buscar sangramentos
- Avaliar necessidade de volume ou sangue
- Parar grandes sangramentos, desconsiderar pequenos
D - Avaliar consciência com escala de Glasgow- avaliar pupilas
- Graduar abertura ocular, resposta verbal e motora, reflexo e simetria pupilares
E - Exposição das zonas afetadas
- Despir completamente o paciente
- Buscar lesões
- Prevenir hipotermia
"O acesso das vias aéreas tem prioridade sobre todos os outros aspectos da reanimação
em quase todos os pacientes graves"
ANATOMIA DAS VIAS AÉREAS
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
PERMEAÇÃO DE VIA AÉREA
Manobras manuais
● Chin lift
● Jaw trust
● Abertura da boca
● Posição lateral de segurança
● Remoção de corpo estranho
CHIN LIFT
O socorrista coloca uma de suas mãos na fronte da vítima e a utiliza para inclinar a cabeça
para trás, os dedos da outra mão são colocados no queixo da vítima e utilizados para
deslocar a mandíbula para cima. Esta manobra não deve ser utilizada em suspeita de lesão
cervical.
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JAW TRUST
Indicada no caso de suspeita de lesão cervical (embora existam trabalhos mostrando ser
semelhante a manobra anterior). O socorrista se posiciona atrás da vítima ou ao seu lado,
mantendo a imobilização da cabeça/ pescoço, utiliza os 4º e 5º dedos de suas mãos para
deslocar a mandíbula para cima e com os polegares mantém a boca do paciente aberta.
ABERTURA DA BOCA
Somente em vítima inconsciente. Colocar o polegar nos incisivos superiores da vítima
e o indicador nos inferiores. Fazer um movimento de abertura em tesoura com estes
dois dedos.
POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA
Impede a queda da língua e permite que vômito, sangue e secreções saiam pela boca sem
obstruir as vias aéreas. Ajoelhe-se próximo à vítima do mesmo lado para o qual vai virá-la.
Estenda o braço do paciente perpendicular ao corpo. Pegue a mão contralateral do paciente
e coloque a palma de sua mão sob a dele, pressionando levemente o rosto. Segure pela
região posterior ao joelho com a outra mão e puxe para o seu lado.
OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)
Como reconhecer uma obstrução de vias aéreas por corpo estranho?
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- Início súbito de desconforto respiratório
- Tosse
- Restrição na fala
- Respiração ruidosa (estridor)
- Chiado
- Palidez
TIPOS DE OBSTRUÇÃO
Obstrução parcial ou leve
- Ainda há passagem de ar pela epiglote
- Paciente apresenta tosse com pequeno desconforto respiratório
- Consegue falar e pedir ajuda
Obstrução total ou grave
- Paciente não consegue mais nem tossir nem falar
- Aumento na dificuldade respiratória, podendo evoluir para uma parada
cardiorrespiratória rapidamente
- Presença do sinal universal do engasgo (levar as mãos ao pescoço)
PRIMEIROS SOCORROS NO OVACE / ENGASGO
1. Engasgo parcial
2. Tente acalmar a pessoa que está engasgando
3. Incentive e peça para ela tossir cada vez mais forte
4. Avalie se ela expeliu o objeto/alimento
5. Caso não, ela irá evoluir para um engasgo total, nessa hora você irá intervir
MANOBRA DE HEIMLICH
1. Posicione-se atrás da vítima, com suas pernas separadas para evitar possível queda
em caso de inconsciência.
2. Coloque seus braços ao redor da pessoa na altura do abdômen.
3. Espalme a mão acima da linha do umbigo.
4. Feche a mão.
5. Coloque o polegar da mão cerrada contra o abdômen.
6. Espalme uma mão sobre a outra e comprima o abdômen.
7. Realize o movimento rápido direcionado para trás e para cima (movimento em J)
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Compressões torácicas em gestantes e obesos: Nesses casos, a compressão deve ser
feita ao centro do tórax, na região do esterno.
Se a vítima desmaiar ou sofrer uma parada cardíaca?
- Solicite o serviço de emergência
- Posicione a vítima deitada em uma superfície rígida
- Inicie a reanimação cardiopulmonar
- A RPC só poderá ser interrompida com a chegada do serviço de emergência ou se a
vítima mostrar responsividade
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OVACE EM BEBÊ
- Caso o bebê não consiga chorar nem tossir, as vias aéreas podem estar obstruídas
- Um indicador de um bebê engasgado é ele emitir ruídos estranhos ou abrir a boca
sem emitir nenhum som
- A pele começa a ficar vermelha além do comum, azulada ou arroxeada
- A criança apresenta tosse quando o engasgamento não é total. A tosse é o método
mais eficaz para liberar as vias aéreas.
MANOBRA DE HEIMLICH NO BEBÊ
1. Com a palma da mão em concha, segure a cabeça do bebê.
2. Deite o bebê de costas em seu antebraço, mantenha a cabeça inferior ao tórax.
3. Abra a boca do bebê e observe se há objetos ou alimentos que o impeçam de
respirar.
4. Evite sempre colocar o dedo na boca do bebê. A única exceção será quando
visualizar algum objeto que possa ser retirado, tomando cuidado para não
empurrá-lo ainda mais.
5. Não havendo expansão torácica, passe o bebê para o braço, virando-o de bruços,
com a cabeça a mais baixa que o troco, e a face voltada para baixo.
6. Seguro firmemente a cabeça do bebê pela mandíbula, e com o dedo educador, abra
a sua boca.
7. Localize o centro entre os ombros do bebê.
8. Com a base da mão, efetue cinco palmadas.
9. No meio da linha imaginária dos mamilos, efetue 5 compressões com o dedo médio
e indicador.
10. Abra a boca do bebê novamente, visualize se há objetos retirandocom cuidado para
não empurrá-lo novamente.
RCP NO BEBÊ
- Se o bebê mostrar inconsciência inicie a RCP
- Deite-o sobre uma superfície rígida ou sobre seu antebraço
- Ao centro do tórax, na linha imaginária entre os mamilos, com dois dedos inicie as
compressões torácicas, em uma quantidade mínima de 100 movimentos por minuto
- Poderá haver a troca de quem realiza as compressões torácicas, porém o intervalo
para o reinício da manobra não pode exceder 10 segundos
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- Só interrompa com a chegada de ajuda ou se o bebê demonstrar responsividade
- Não há necessidade de realizar ventilações (boca a boca)
B - AVALIAÇÃO DA RESPIRAÇÃO
Mais importante do que detectar a respiração é avaliar sua eficácia, que pode ser avaliada
por meio da observação da oxigenação, ventilação e mecânica respiratória.
Avaliação da oxigenação
- Cor: A palidez cutânea é um sinal mais frequente e precoce do que a cianose.
- Nível de consciência: Quando normal, é um bom indicador de adequada oxigenação
cerebral.
- Agitação, confusão mental, prostração ou coma pode ocorrer por vários fatores,
incluindo a hipoxemia.
Avaliação da respiração
- O volume de cada respiração é clinicamente avaliado pela expansividade da caixa
torácica e pela ausculta dos sons pulmonares.
- A expansividade torácica deve ser simétrica durante a respiração espontânea e
facilmente perceptível durante a ventilação com pressão positiva.
- Os sons pulmonares devem ser simétricos, audíveis bilateralmente e sem ruídos
anormais.
Frequência respiratória
- Taquipneia é frequentemente o primeiro sinal de dificuldade respiratória.
- Bradipnéia ou respiração irregular são sinais de mau prognóstico.
- A frequência respiratória varia conforme a idade do paciente.
EQUIPAMENTOS BÁSICOS PARA A PERMEAÇÃO DAS VIAS AÉREAS
Sua utilização permite manter as vias aéreas permeáveis, reduz o trabalho do socorrista e
libera suas mãos para outras tarefas essenciais.
● Cânula orofaríngea / Cânula de Guedel
● Cânula nasofaríngea
● Cânula de aspiração
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CÂNULA OROFARÍNGEA / GUEDEL
- Só podem ser utilizados em pacientes inconscientes, pois estimulam vômitos e
náuseas.
- Dispõem de um conduto interno que possibilita a aspiração de secreções das vias
aéreas superiores.
- Variam de tamanho (4 a 10 cm) e podem se adaptar a várias faixas de idade.
- O tamanho da cânula pode ser estimado posicionando a mesma na lateral da face
do paciente, com a saliência circular na comissura labial e a outra extremidade no
ângulo da mandíbula
- Se a cânula for muito pequena, ela empurra a língua, obstruindo as vias aéreas. Se
for muito grande, pode obstruir a laringe e produzir traumatismos
- Introduza com o lado côncavo para cima e efetue a rotação de 180º quando a
extremidade distal atingir o palato mole
CÂNULA NASOFARÍNGEA
- Está indicada em pacientes com trismo
- O tamanho ideal deve ir do ângulo da mandíbula à narina
- Está contraindicado em pacientes com trauma facial ou no crânio
CÂNULA DE ASPIRAÇÃO
- Tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e
de outros materiais
- Os rígidos são mais úteis para aspiração de matéria
particulada sendo os melhores para urgências
AULA 5: INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Padrão ouro nas práticas de gerenciamento e controle das vias aéreas
Indicação
- Pacientes críticos com incapacidade de proteger as vias aéreas da aspiração de
conteúdo gástrico e sanguíneo provenientes do trauma
- Pacientes com falha em outros procedimentos de manutenção das vias aéreas
- Escala de coma de Glasgow menor ou igual a 8
- Pacientes com baixa oxigenação e parada cardiopulmonar
- Sinais evidentes de queimaduras em vias aéreas
- Sinais de insuficiência respiratória aguda
- Transportes de longa distância com necessidade de via aérea definitiva
É importante avaliar o nível de dificuldade
- A decisão para realizar a intubação endotraqueal deve ser tomada após a avaliação
da VA
- É importante reconhecer a VA é considerada difícil ou não para poder decidir sobre a
utilização desse acesso.
- A American Society of Anesthesiologists define uma intubação traqueal difícil como
aquela que requer múltiplas tentativas, na presença ou ausência de patologia
traqueal
Sinais de via aérea difícil
- Boca pequena ou com abertura limitada
- Incisivos proeminentes
- Macroglossia
- Pescoço curto ou com diminuição da mobilidade, mandíbula recuada (micrognatia)
- Obesidade mórbida
MÉTODO LEMON
- É preconizado para avaliação rápida da via aérea pelo curso Advanced Trauma Life
Supports (ATLS)
- L (look)
- E (evaluate)
- M (mallampati)
- O (obstruction)
- N (neck mobility)
L (LOOK)
- Olhar externamente procurando características externas que dificultem a intubação
ou ventilação
E (EVALUATE)
- Regra 3-3-2
- 3 dedos avaliam a abertura da cavidade oral
- 3 dedos para a distância entre o mento e o osso hióide (distância hiomentoniana)
- 2 dedos para a distância entre o osso hióide e a borda superior da cartilagem
tireóide
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- Caso não se atinja essas medidas, indicará uma exposição difícil à glote sob
laringoscopia direta
M (MALLAMPATI)
- Avalia a relação da língua com a orofaringe
- Classe 1: Pilares amigdalianos, úvula,
palato mole e palato duro
- Classe 2: Úvula, palato mole e palato duro
- Classe 3: Palato mole e palato duro
- Classe IV: Palato duro
O (OBSTRUCTION)
- Os pacientes são avaliados sobre qualquer condição que possa causar obstrução
das vias aéreas como corpos estranhos, tumores, abcessos, epiglote inflamada ou
hematoma em expansão.
N (NECK MOBILITY)
- Considerado um requisito vital para o sucesso da
intubação
- A avaliação se dá solicitando ao paciente que em
posição sentada que coloque o queixo sobre o peito e,
em seguida, estender o pescoço para que olhe para o
teto
- Não fazer em caso de suspeita de TRM
SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO (SRI)
Dentre os métodos de intubação utilizados em situações de emergência, a SRI representa
85% das escolhas.
Indicação
- Pacientes com insuficiência respiratória associada a risco de aspiração pulmonar de
conteúdo gástrico
- Pacientes sem jejum
- Obesos, grávidas e pacientes com doenças gastroesofágicas
- Como proteção de via aérea em pacientes sem condições de manter drive
respiratório adequado ou com reflexo de proteção de vias aéreas comprometidas
(escala de coma de Glasgow)
- Obtenção de via aérea definitiva em pacientes cuja intubação esteja dificultada e/ou
em pacientes não colaborativos (hipóxia, traumatismo craniano, hipotensão ou
intoxicação)
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Materiais
- Equipamento de proteção individual (EPI) obrigatória
- Seringa de 20 mL
- Lidocaína tópica
- Materiais para acesso venoso
Medicamentos
- Analgésicos: Fentanil
- Hipnóticos: Etomidato, midazolam ou cetamina
- Bloqueadores neuromusculares: Succinilcolina
Equipamentos
- Estetoscópio
- Equipamento de aspiração
- Cadarço de fixação ou outro dispositivo de fixação do tubo (caso disponível)
- Máscara com reservatório - máscara não reinalante
- Sistema de alto fluxo de oxigênio: Fornecem concentração do gás igual ou superior
ao fluxo inspiratório máximo do paciente
- O reservatório acoplado à máscara não permite que o ar expirado seja reutilizado
novamente na inalação, onde é sempre inalado mais oxigênio diretamente do
reservatório
- O material transparente da máscara é fundamental para que possa ser possível
visualizar caso o paciente venha a vomitar, permitindo uma reação rápido e evitando
a broncoaspiração de secreção
DISPOSITIVO BOLSA- VALVA- MÁSCARA AMBU
- Na ventilação com AMBU, uma bolsa autoinflável
(bolsa de reanimação) é conectada a uma válvula
não respiratória que conecta-se a uma máscara fácil
que adapta-se aos tecidos moles da face
- A extremidade oposta da bolsa é conectada a uma
fonte de oxigênio (100%de oxigênio) e geralmente
a um reservatório
- A máscara é mantida manualmente firme contra a face, e o ato de apertar a bolsa
ventila o paciente pelo nariz e pela boca
- Cânulas nasofaríngeas ou orofaríngeas podem ser utilizadas durante a ventilação
com AMBU para ajudar a manter a via respiratória pérvia
LARINGOSCÓPIO
- É um instrumento utilizado para o exame da laringe
- Existem diversos tamanhos e formatos que servem a propósitos
diferentes
- Na intubação endotraqueal o laringoscópio é utilizado para se
manter uma exposição adequada das cordas vocais facilitando a
introdução de um tubo orotraqueal para ventilar o paciente
TUBO ENDOTRAQUEAL
Conector universal de diâmetro externo de 15mm.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Marcadores de profundidade: Os centímetros são contados desde a ponta para monitorar a
profundidade e o deslocamento.
Linha radiopaca: Para identificar a posição adequada em uma radiografia torácica.
Olho de Murphy: Permite a passagem de gás e ventilação se caso houver obstrução da
ponta.
Balão de controle: Sensação tátil da pressão do balão.
Válvula unidirecional: Permite adaptar um dispositivo para monitorar a pressão.
Balão: Previne a passagem de fluidos e secreções da traqueia e o escape de gás com
pressão positiva.
Bisel: Melhora a visualização e facilita a sua passagem pelas cordas vocais.
OXIMETRIA
CAPTOMETRIA
- É a medida da pressão parcial de CO2 na mistura gasosa expirada.
CAPNOGRAFIA
- Representação gráfica da curva da pressão parcial de CO2 na mistura gasosa
expirada, em relação ao tempo.
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A eliminação de CO2 para o ambiente depende da eficácia da ventilação.
PROCEDIMENTO
1. Utilizar EPI
2. Explicar o procedimento ao paciente, na medida do possível
3. Instalar oximetria, capnografia e monitorização cardíaca, se possível
4. Realizar oxigenação prévia por 3 a 5 minutos com o AMBU ou máscara com
reservatório (com isso, consegue-se uma apneia de 3-5 min antes que a saturação
de oxigênio caia para <90%, sem ventilar o paciente)
5. Instalar acesso venoso periférico
6. Realizar abordagem medicamentosa
7. Realizar laringoscopia e identificar as cordas vocais. Considerar o uso da manobra
de Sellick (pressão sobre a cartilagem cricóide)
8. Inserir o tubo orotraqueal e visualizar sua passagem pelas cordas vocais
9. Insuflar o balonete do tubo traqueal conforme o número do tubo (geralmente 8 a 10
mL de ar no adulto)
10. Conectar o AMBU com reservatório e retomar a ventilação com 10 a 15 L/min de
oxigênio
11. Verificar o posicionamento do tubo por meio de:
- Ausculta do epigástrio, das bases pulmonares esquerda e direita e dos
ápices pulmonares e uso de capnografia, se disponível
- Observação dos movimentos torácicos durante a ventilação, embaçamento
(condensação de vapor) no tubo traqueal e oximetria
12. Fixar o tubo com a opção disponível no serviço
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Visão da laringoscopia
MEDICAMENTOS
Realizar analgesia (pré-indução)
● Fentanil - 1 a 5 micrograma/kg intravensoso; ampola com 50 microgramas/mL
- Atenção ao risco da rigidez torácica
- Atenção ao risco de apneia
- Evitar em paciente hemodinamicamente instável (pode levar a hipotensão e
bradicardia
Induzir hipnose
● Midazolam - 0,1 a 0,3 mg/kg intravenoso; ampola com 5 mg/mL
- Evitar em pacientes hemodinamicamente instáveis com falência da bomba
cardíaca, idosos ou com doença hepática
- Pode ser usado via intramuscular, na mesma dosagem, em pacientes sem
acesso venoso
● Cetamina - 2 a 3 mg/kg intravenoso; ampola com 50 mg/mL
- Evitar em pacientes hipertensos, com muita secreção oral
- Considerar uso em pacientes asmáticos ou hemodinamicamente instáveis
- Evitar em PIC elevado e iminência de herniação de tronco
- Uso favorável em pacientes com doença restritiva do pericárdio (pericardite,
tamponamento cardíaco)
● Etomidato - 0,2 a 0,3 mg/kg intravenso; ampola com 2 mg/mL
- Evitar em pacientes com choque séptico
- Considerar uso em pacientes hemodinamicamente instáveis
Induz bloqueio neuromuscular
● Succinilcolina - 1,0 a 1,5 mg/kg (peso real) intravenoso em bolus ou 3-4 mg/kg
intramuscular; frasco 100 mg
- Aguardar de 1 a 2 minutos após a infusão da droga hipnótica para realizar
sua infusão
- Evitar em pacientes com história familiar de hipertermia maligna, intubação
provavelmente difícil ou risco de hipercalemia (miopatia espástica/neuropatia
crônica - desnervação autonômica, esmagamento muscular há mais de 3
dias, queimadura grave há mais de 24 horas ou nefropatia dialítica
descompensada)
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- Em cerca de 30 segundos deve ocorrer a paralisia e o relaxamento,
considerar Sellick
INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL
Contraindicação: Suspeita de fratura de base de crânio ou trauma de face grave
- Em caso de trauma, manter o pescoço em posição neutra, com estabilização da
coluna cervical, durante a intubação
- Em caso de insucesso da intubação, reoxigenar a vítima com AMBU, em caso de
insucesso repetido, escolher outra técnica para obtenção de via aérea definitiva
INTUBAÇÃO SUBMENTONIANA
MÁSCARA LARÍNGEA
- A máscara laríngea é um dispositivo supraglótico das vias aéreas
dispensando o uso de laringoscópio.
- Corretamente posicionada, a face convexa posterior da máscara
laríngea estará em contato com a parede da faringe e a anterior
sobreposta às estruturas supraglóticas (laringe), de forma a permitir
a ventilação.
Indicações para o uso da máscara laríngea
- PCR
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- Apnéia e insuficiência respiratória
- Indicação de ventilação sob pressão positiva por poucas horas (cirurgias eletivas)
- No suporte básico de vida (BLS) em adultos, a máscara laríngea é recomendada
como uma alternativa ao sistema AMBU.
- Considerada a primeira escolha para assegurar via aérea para reanimadores que
não estão treinados para intubação traqueal.
ACESSO CIRÚRGICO DAS VIAS AÉREAS
Uma via aérea cirúrgica é indicada na presença de edema da glote, fratura da laringe,
hemorragia orofaríngea grave que obstrui a via aérea ou incapacidade de colocar um tubo
endotraqueal através das cordas vocais.
● Cricotireoidostomia
● Traqueostomia
CRICOTIREOIDOSTOMIA
- É contraindicada em crianças menores de 12 anos de idade pelos danos à
cartilagem cricóide.
- Para a realização do procedimento, é necessário a hiperextensão da cabeça do
paciente e realizar a palpação de pontos anatômicos importantes como a
proeminência tireóidea e a cartilagem cricóide, para identificação da membrana
cricotireóidea que se localiza na depressão entre esses pontos
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
TRAQUEOSTOMIA
Procedimento utilizado para criar uma via aérea cirúrgica segura
através da região anterior do pescoço. Geralmente é realizada entre
o segundo e o terceiro anel traqueal, pois incisões mais altas
aumentam o risco de lesão da laringe e incisões mais baixas
aumentam o risco de decanulação e lesão dos vasos da região.
Indicação
- Em situações de obstrução das vias aéreas superiores,
controle de secreções excessivas.
- Necessidade de ventilação prolongada e de proteção a longo prazo das vias aéreas
(prevenção de infecção respiratória)
AULA 6: EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
EMERGÊNCIA X URGÊNCIA
● Urgência - Situação mórbida que requer tratamento precoce
● Emergência - Situação mórbida que requer tratamento imediato, pois existe risco de
morte eminente
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FATORES QUE CONTRIBUEM
● Aumento da frequência em procedimentos cirúrgicos
- Aumento do estresse e ansiedade
- Grande variedade de drogas utilizadas no procedimento
- Procedimentos mais demorados - maior quantidade de anestésicos
● Idade do paciente
- Mais novos e mais velhos - risco
● Pacientes portadores de patologias sistêmicas
● Aumentodo arsenal terapêutico
MANEJO EM SITUAÇÕES DE URGÊNCIA / EMERGÊNCIA
Prevenção de situações de urgência e emergência
- Anamnese bem detalhada - conhecer bem o paciente -
antecedentes familiares, comorbidades, passado médico,
alergias, etc.
- Realização de exames complementares (exames
laboratoriais, ECG, exames de imagem)
- Solicitação de avaliação médica (quando indicada)
- Diminuição da ansiedade do paciente
ANSIEDADE
“Mais de 70% das emergências médicas no consultório odontológico
estão ligadas ao medo e ansiedade do paciente” (MALAMED)
Diminuição da ansiedade
- Ambiente tranquilo
- Música ambiente
- Passar mensagem positiva
- Cuidados com os comentários
- Dieta (alimentação) adequada
- Horário do procedimento (pacientes ansiosos devem ser atendidos primeiro)
- Benzodiazepínicos - ação ansiolítica, hipnótica, anticonvulsivante e relaxante
muscular
CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DO ESTADO FÍSICO (ASA 1 - 5)
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ASA 1
- Paciente saudável
- Nenhuma precaução especial
ASA 2
- Paciente com doença sistêmica leve
- Ex: paciente extremamente ansioso, >65 anos, obesidade moderada, gravidez,
tabagista, diabetes tipo 2 controlado, epilepsia, asma, disfunção da tireóide,
hipertensão 1
- Tratamento eletivo liberado, considerar modificações no atendimento
ASA 3
- Paciente com doença sistêmica grave que limita atividade, mas não é incapacitante
- Ex: Obesidade mórbida, 3/3 da gravidez, angina de peito estável, >6 meses IAM ou
AVC, diabetes tipo 1 controlado, epilepsia não controlada, asma após exercício,
DPOC, disfunção sintomática da tireóide, hipertensão 2, hemofilia, paciente sob
quimioterapia
- Tratamento eletivo liberado, modificações no tratamento
ASA 4
- Paciente com doença sistêmica incapacitante que é ameaça constante a vida
- Ex: Angina de peito instável, <6 meses IAM ou AVC, convulsões não controladas, PA
> 200/115 mmHg
- Tratamento eletivo contraindicado, apenas atendimento emergencial e em ambiente
hospitalar
ASA 5
- Paciente moribundo, sobrevida de 24 horas
- Ex: Câncer, doença infecciosa, doença cardiovascular e disfunção hepática em
estágios terminais
- Cuidados paliativos
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
● Distúrbios da consciência
● Distúrbios metabólicos
● Distúrbios do sistema nervoso
● Distúrbios do sistema cardiovascular
● Distúrbios do sistema respiratório
● Reações de hipersensibilidade
Recomendações básicas
- Manter a calma
- Saber quando e a quem pedir socorro
- Estar treinado para realizar manobras de SBV e RCP
- Saber lidar com equipamentos de emergência
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DISTÚRBIOS DA CONSCIÊNCIA
LIPOTÍMIA
- Mal estar passageiro sem perda total da consciência
O que observar
- Tontura, enjoo, mal estar gástrico, palidez, suores frios e escurecimento da visão
Como agir em casos de lipotímia
- A pessoa deve ser deitada em posição supina com elevação das pernas
- Cabeça elevada para trás
- Caso for necessário, pode recorrer ao uso do oxigênio 12/15 L/min, acompanhar
sinais vitais e acionar o SAMU se necessário
SÍNCOPE
- Perda repentina e momentânea da consciência
O que observar
- Paciente pálido, sonolento e com taquicardia
Como agir em casos de síncope / desmaio
- Colocar o paciente em posição supina e elevar os membros inferiores
- Cabeça deve ficar estendida para trás
- Aferir sinais vitais até o retorno da consciência
- Se necessário, administrar oxigênio 12/15 L/min e ligar para o SAMU (192)
Achados clínicos da lipotímia e da síncope
- Sensação iminente de desfalecimento
- Palidez e sudorese
- Zumbidos
- Visão turva
- Perda de consciência
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA / POSTURAL
- Redução acentuada da pressão arterial associada a sintomas de baixa perfusão
cerebral quando o paciente assume a posição ereta
- Sensação de perda rápida de consciência e tontura
- Vertigens ou até mesmo desmaios
- Pacientes que fazem o uso de anti-hipertensivos
- Redução da pressão sanguínea
- Perda da consciência
Conduta
- Avaliar o grau da consciência
- Colocar o paciente numa posição supina com os membros inferiores levemente
elevados
- Cabeça deve ficar estendida para trás
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Monitorar os sinais vitais até o retorno da consciência
- Administrar O2 3-4L/min
- Ligar para o SAMU (192) se necessário
Em caso de perda de consciência ou confusão mental, interrompa imediatamente o
tratamento, retire algodão ou outros materiais da boca do paciente, coloque-o na posição
supina e estimule-o com conversas para que ele continue respondendo.
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
HIPOGLICEMIA
- Distúrbio Metabólico
- Ocorre quando os níveis de glicose no sangue ficam abaixo de 60 mg/dL
Etiologia
- Pacientes diabéticos mal alimentados (tipo 1 - insulinodependentes) ou pacientes
normais em jejum prolongado, ansiedade, pânico, estresse, cansaço físico ou
mental.
Achados clínicos
- Sudorese intensa, pele fria
- Pulso rápido e fraco
- Bradipnéia
- Vertigem, confusão mental, perda da consciência
- Fome repentina, visão turva, cefaléia
- Palpitações, ansiedade
- Os sinais podem evoluir para convulsão ou perda da consciência
Conduta
- Interromper o tratamento
- Tranquilizar o paciente e posicioná-lo confortavelmente- posição semi inclinada
- Paciente consciente: Fornecer carboidratos de baixa absorção (refrigerantes, mel,
doces)
- Paciente inconsciente: Em caso de nao melhora, administrar 1 ampola com 10 mL
de glicose a 25% (via endovenosa) por 2-3 min ou glucagon 1 mg (via intramuscular)
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
DISTÚRBIOS DO SISTEMA NERVOSO
CONVULSÃO / CRISE EPILÉPTICA
- Reações físicas ou mudanças no comportamento, temporárias e reversíveis, que
ocorrem após um episódio de atividade elétrica anormal do cérebro
Etiologia
- 65% apresentam convulsão idiopática
- Hipoglicemia
- Paciente descompensado
- Iluminação ambiental exagerada
- Síndrome de abstinência
FASES CLÍNICAS DA CONVULSÃO
1. Fase pré-convulsiva
- Ansiedade aguda
- Depressão
2. Fase convulsiva
● Fase tônica
- Extensão rígida da musculatura
- Dificuldade respiratória
- Cianose (extremidades)
● Fase clônica
- Movimentos alternados de contração e
relaxamento muscular
- Respiração ruidosa
- Secreção bucal
3. Fase pós-convulsiva
- Recuperação da consciência
- Cefaléia
- Dores musculares
- Confusão mental
- Flacidez muscular
CONDUTA EM CASO DE CONVULSÕES
- Abaixar a cadeira odontológica o mais próximo do chão
- Remover objetos cortantes ou pontiagudos que estejam ao
redor
- Remover adornos que atrapalhem a respiração
- Girar cuidadosamente o paciente para o lado
esquerdo
- Não colocar nada entre as arcadas e não restringir
os movimentos da vítima
- Proteger a cabeça contra danos físicos
- Em casos de >3min ou de cianose, solicitar SAMU
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Em crises prolongadas e repetitivas: Midazolam 15 mg via oral, diazepam 10 mg
intramuscular ou intravenosa
- Cessada a convulsão, repouso e observação do paciente por 10-15 min + O2 6-8
L/min
- Avaliar nível de consciência
DISTÚRBIOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
CRISE HIPERTENSIVA
- Aumento súbito dos níveis pressóricos
ETIOLOGIA
- Dor, ansiedade, injeção intravascular de anestésico, hipertensão prévia sem
medicação
Achados clínicos: Dores de cabeça, tontura, mal estar, confusão mental
Conduta
- Interrupção do tratamento
- Colocar o paciente em posição confortável
- Aferir PA e FC
- Leve (<180/110 mmHg) - Encaminhar o paciente para avaliação médica
- Grave (>180/110 mmHg) - Contactar serviço móvel de urgência e solicitar avaliação
médica imediata
DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA:
ANGINA PECTORIS E INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Etiologia
- Aterosclerose
- Prática de exercícios físicos
- Situações de extremo estresse
ANGINA PECTORIS
- Diminuição temporária do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias
Achados clínicos
- Dor subesternal
- Propagação da dor para braçoesquerdo, pescoço, mandíbula e dentes
- Aumento da pressão arterial e frequência cardíaca
- Dispnéia, sudorese e palidez
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
- Necrose de parte do músculo cardíaco devido a insuficiência do suprimento
sanguíneo na região
Achados clínicos
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Dor subesternal mais intensa
- Palpitações e arritmias
- Cianose
- Parada cardiorrespiratória
CONDUTA NA DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA
- Interromper o tratamento
- Colocar o paciente em posição confortável
- Administrar vasodilatador coronariano (Isordil 5 mg via sublingual ou sprays de
nitroglicerina)
- Administrar oxigênio 3 a 4 L/min e monitorar os sinais vitais
- Após 10 min, se ainda persistir a dor, deve-se repetir o vasodilatador coronariano
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Alteração neurológica causada pela destruição de substância encefálica, em virtude da
interrupção do fluxo sanguíneo
TIPOS DE AVC
● AVC Hemorrágico
- 15-20%
- Malformações de vasos sanguíneos
- Aterosclerose
- Hipertensão arterial
● AVC isquêmico
- 80-85%
- Insuficiência vascular cerebral
- Trombose
- Embolia
Fatores de risco
- Hipertensão arterial persistente
- Diabetes
- Hipercolesterolemia
- Doenças que provocam aumento da coagulabilidade
- Uso de contraceptivos orais
- Tabagismo
Achados clínicos
- Cefaléia
- Dormência e formigamento das extremidades
- Náusea e vômito
- Perda da consciência
- Dispnéia
- Assimetria pupilar
Conduta em paciente consciente
- Interromper o tratamento
- Colocar o paciente na posição sentada
- Manter vias aéreas livres
- Monitorar os sinais vitais
Episódio isquêmico transitório
- Se no prazo de 5-10 min os sinais e sintomas clínicos desaparecerem
Persistência dos sinais e sintomas
- Solicitar um serviço de emergência
- Manter vias aéreas livres
- Monitorar os sinais vitais
- Não administrar O2 e nem alimentos
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Conduta em paciente inconsciente
- Solicitar um serviço de emergência
- Colocar o paciente deitado de costas com a cabeça mais elevada
- Manter vias aéreas livres
- Monitorar os sinais vitais
- Avaliar necessidade de RCP
DISTÚRBIOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CRISE ASMÁTICA
Etiologia
- Ansiedade
- Hipersensibilidade
- Mudanças bruscas de temperatura
- Interações medicamentosas
Achados clínicos
- Dispnéia em repouso
- Sibilo, dilatação do tórax
- Tosse com ou sem secreção
- Ansiedade, Angústia, pânico, taquipnéia
- Hipertensão leve, sensação de aperto no peito
Conduta
- Interromper o tratamento
- Tranquilizar o paciente
- Posição confortável para o paciente
- Administração do broncodilatador (salbutamol) em aerossol
- Administração de 0,5 mL intramuscular ou 0,3 mL subcutâneo de adrenalina 1:1000
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
EDEMA PULMONAR AGUDO
Alteração de acúmulo de líquido nos alvéolos e interstícios
pulmonares, afetando diretamente o processo de respiração.
- Extravasamento de água dos vasos para o tecido pulmonar
Fatores de risco
- Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
- Infarto agudo do miocárdio (IAM)
- Crise hipertensiva
- Doenças das válvulas cardíacas
- Insuficiência renal
- Infecções
- Altitudes elevadas
- Drogas e medicamentos
- Lesão neurológica
Achados clínicos
- Tosse
- Dispnéia
- Sensação de sufocamento e de extrema ansiedade
- Sudorese
- Cianose
- Salivação espumosa (cor rósea)
Conduta
- Interromper o tratamento
- Colocar o paciente na posição sentada com o tronco
ereto
- Solicitar um serviço de emergência
- Tranquilizar o paciente
- Em caso da não melhora, administrar Diazepam 5 mg
intramuscular
- Garrotear os MMSS de forma alternada por 5 minutos
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Administrar oxigênio 10 L/min e monitorar os sinais vitais
SÍNDROME DA HIPERVENTILAÇÃO
Ocasionada pelo excesso de ventilação, com entrada excessiva de ar nos alvéolos
pulmonares, gerando uma falta de CO2 no sangue associada à alcalose respiratória.
Etiologia
- Situações de medo, ansiedade, pânico e estresse
Achados clínicos
- Aumento da frequência respiratória (25 a 30 min)
- Sensação de sufocamento ou apertamento no peito
- Distúrbios visuais, tontura, vertigem
- Palpitação, taquicardia
- Dormência nas extremidades
Conduta
- Interromper o tratamento
- Tranquilizar o paciente
- Posição confortável para o paciente
- Paciente deve respirar ar enriquecido com CO2 (saco
de papel ou mãos em forma de concha)
- Em caso de não melhora, administrar diazepam 10 mg
via oral ou endovenosa lenta
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS (OVACE)
Achados clínicos
- Dispnéia
- Tosse forçada, face ruborizada, cianose
- >3 min - parada respiratória - parada cardíaca
Conduta
- Remoção do corpo estranho
- Inspeção com os dedos em pacientes
inconscientes ou com objetos acima da epiglote
- Manobra de Heimlich (golpes nas costas em
bebês e compressões torácicas em grávidas e obesos)
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
- Produzida por uma resposta exagerada do sistema imune do paciente
- As reações não são dose-dependentes
- Respostas leves e retardadas que ocorrem imediatamente ou até 48 horas após a
exposição ao alérgeno
Manifestações dermatológicas
- Eritema
- Urticária
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
- Angioedema
Manifestações no trato respiratório
- Broncoespasmo - Dispnéia ou cianose
- Angioedema de laringe - Obstrução total ou parcial de
vias aéreas - risco de morte
CONDUTA EM REAÇÕES BRANDAS
- Interromper o tratamento
- Posição confortável para o paciente
- Monitorar os sinais vitais
- Administrar 1 ampola de prometazina/fenergan 50 mg intramuscular
- Estabilizando o quadro, prescrever anti-histamínico via oral por 3 dias e solicitar
avaliação médica para determinar a causa
CONDUTA EM REAÇÕES GRAVES
- Interromper o tratamento e colocar o paciente
numa posição confortável
- Solicitar um serviço de emergência
- Administrar O2
- Administrar 0,3 mL de adrenalina 1:1000
subcutânea
- Administrar 1 ampola de prometazina 50 mg
intramuscular ou endovenosa + hidrocortisona 100
mg endovenosa
- Realizar manobra de SBV
- Considerar via aérea cirúrgica
Preparo para intercorrências
- Instrução adequada do cirurgião dentista
- Treinamento da equipe do consultório
- Sistema para encaminhamento do paciente ao
tratamento hospitalar
- Equipamentos e suprimentos de fácil acesso no consultório
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
AULA 7 - SITUAÇÕES DE PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
SISTEMA CARDIORESPIRATÓRIO E COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
A parada cardiorespiratória não é o fato do coração estar parado ou em movimento, e sim
sua incapacidade em bombear o sangue para perfundir os órgãos nobres.
● Ausência da atividade mecânica cardíaca
- Ausência de pulso detectável
- Ausência de responsividade
- Apneia ou respiração agônica
● Brasil - 200.000 casos de PCR ao ano
- 9,5% de taxa de sobrevida
- 40 a 50% permanecem com deficiências cognitivas
PRINCIPAIS CAUSAS
- Doenças cardiovasculares (principalmente as isquêmicas)
- Afogamento
- Choque elétrico
- Trauma craniano
● A cada 1 min que o paciente passa em para cardiorespiratória, diminui em 10% a
chance de sobreviva
● 4 min = isquemia dos órgãos nobres
RITMOS DE PARADA CARDÍACA
- Fibrilação ventricular
- Taquicardia ventricular
- Assistolia
- Atividade elétrica sem pulso
Fibrilação e taquicardia ventricular
estão mais associados à paradas
extra hospitalares.
Em ambientes hospitalares, os
principais ritmos cardíacos
encontrados são assistiria e atividade
elétrica sem pulso.
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
- Conjunto de medidas e procedimentos técnicos que abrange a desobstrução das
vias aéreas, ventilação 3 circulação artificial
- A finalidade principalé não agravar lesões já existentes ou gerar novas lesões
- Um rápido SBV
Aspectos fundamentais
- Reconhecimento imediato da RCP
- Contato com o SAMU
- Início da PCR de alta qualidade
- Uso do DEA, assim que disponível
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA DO
ADULTO
- Acionamento do serviço
médico de emergência
- RCP de alta qualidade
- Desfibrilação
- Ressuscitação avançada
- Cuidados pós RCP
- Recuperação
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
Sinais a serem investigados para constatação de PCR
● Deve demorar no máximo 10 segundos
- Nível de consciência/inconsciência
- Movimentos respiratórios ou ausência desses
- Sinais de circulação/pulso
- Cianose
SEQUÊNCIA DO ATENDIMENTO
- C (compressions)
- A (Airway)
- B (breathing)
- D (desfibrilação)
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
C - COMPRESSÕES
- Compressões torácicas fortes na região hipotenar, rápidas e com mínima interrupção
- Velocidade de 100 a 120 compressões por minuto (stayin alive)
- Rebaixar o tórax de 5 a 6 cm
- Permitir retorno completo do tórax a cada compressão
A - AIRWAY (VIAS AÉREAS)
- Abrir vias aéreas e inspecionar cavidade oral
- Retirar próteses soltas e/ou aspirar secreções e sangue em
excesso
- Utilizar técnicas para a manutenção da via aérea
B - BREATHING (RESPIRAÇÃO)
- Realizar 2 ventilações sequenciais após 30 compressões torácicas
- 1 segundo cada ventilação
- Observar elevação do tórax
- Hiperventilação é contraindicada pois aumenta a pressão
intratorácica e provoca hiperinsuflação gástrica
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
Materiais
- Pocket-mask
- AMBU
- Máscara para respiração boca a boca
Via aérea avançada
- 1 ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações/ min)
- 2 socorristas - não devem pausar as compressões para
aplicar as ventilações
Ventilação em vítima de parada respiratória
- Ausência de respiração ou respiração ineficaz (gasping), porém apresenta pulso
palpável
- Realizar 1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos (10 a 12 ventilações/ min)
- O pulso deve ser checado a cada 2 minutos - verificar se a parada respiratória
progrediu para uma parada cardiorespiratória (PCR)
D - DESFIBRILAÇÃO
- Indicado para as vítimas em FV e TV
- Utilização do desfibrilador manual ou do desfibrilador externo automático
(DEA)
- Consiste em administrar uma dose terapêutica de energia elétrica ao
coração por meio de um dispositivo - reversão de arritmias cardíacas.
- Aplicação do primeiro choque nos primeiros 3 a 5 minutos de PCR - taxa de
sobrevida em torno de 50 a 70%.
DESFIBRILADORES MONOFÁSICOS
- Aparelhos mais antigos do mercado
- Choque mais forte, mais perigoso e menos eficiente
- O sucesso de reversão é de 59% no primeiro choque
- FV prolongada - menor taxa de sucesso
- Paciente pode sofrer queimaduras devido à alta corrente aplicada
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
DESFIBRILADORES BIFÁSICOS
- Aparelhos mais modernos, seguros e eficientes
- Níveis mais controlados de energia nos choques
- O sucesso de reversão é de 96% no primeiro choque
- Menor ocorrencia de danos cerebrovasculares
DESFIBRILADOR
- Assim que está disponível, é prioridade na cena
- Interpreta o ritmo cardíaco
- Carrega automaticamente
- Seleciona o nível de energia
- Operador pressiona o botão de choque
- A cada 2 minutos o DEA analisa o ritmo novamente
Posicionamento das pás anterolateral
Posicionamento das pás anteroposterior
Equipamento obrigatório em:
- Locais com circulação de >2000 pessoas/dia
- Eventos com expectativa de >2000 pessoas
- Transportes com capacidade superior a 100 passageiros
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
- O DEA não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou
desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o caso
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
ALGORITMO DE ATENDIMENTO
- Verificar a segurança do local
- Avaliar a responsividade da vítima, chamando-a e tocando-a nos ombros
- Se a vítima não responder, chamar por ajuda. Ligue 192 e solicite um DEA
- Em ambiente intra hospitalar, solicitar ajuda e o carrinho de emergência
- Verificar a respiração e checar o pulso carotídeo simultaneamente (em 5 a 10 s)
➔ Se a vítima não respira (ou somente gasping) e pulso presente, realizar 1
ventilação a cada 5-6 segundos e checar pulso a cada 2 minutos. Se após 2
minutos a vítima não tiver pulso, iniciar RCP.
➔ Se a vítima não respira (ou somente gasping) e pulso ausente, iniciar ciclos
de 30 compressões e 2 ventilações
- Com a chegada do DEA, seguir os passos do DEA e analisar o ritmo cardíaco
● CHOCÁVEL
➢ Administrar o choque
➢ Reiniciar RCP, iniciando pelas compressões torácicas por 2 minutos
➢ A cada 2 minutos o DEA realizará nova análise de ritmo
➢ Seguir as instruções do DEA
➢ Trocar as funções dos socorristas a cada 2 minutos para manter a qualidade
do RCP
➢ Manter a RCP e do DEA até que o SAV assuma ou a vítima se movimente
➢ Manter o DEA ligado e as pás conectadas
● NÃO CHOCÁVEL
➢ Reiniciar RCP, iniciando pelas compressões torácicas por 2 minutos
● VIA AÉREA AVANÇADA
➢ Compressões contínuas e ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações/min)
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
● VASOPRESSORES
- Agentes farmacológicos que provocam vasoconstrição - Aumenta a RVP e
aumenta a PA
- Hipotensão persistente e hipoperfusão tecidual
Epinefrina
- Fármaco simpaticomimético (receptores alfa e
beta adrenérgicos)
- Medicamento vasopressor - aumenta RVP e
aumenta PA
- Dose: Epinefrina 1:1000 (via IV ou intraóssea)
- 1 mg a cada 3 a 5 minutos
- Ritmos chocáveis (FV e TV)
➢ Administrar depois das tentativas de
desfibrilação inicial falharam (após o 2º
choque)
- Ritmos não chocáveis (AESP e assistolia)
➢ Administrar assim que disponível
● ANTIARRÍTMICOS
- Drogas utilizadas na prevenção, inibição ou alívio de uma arritmia cardíaca
- Facilitar a desfibrilação e reduzir o risco de arritmias recorrentes (FV e TV) -
medicação coadjuvante
Amiodarona
- Fármaco antiarrítmico - reduzir o risco de
arritmias recorrentes - medicação coadjuvante
- Somente utilizada em ritmos chocáveis (FV e
TV) que não respondem à RCP, desfibrilação
e terapêutica vasopressora
- Dose: Amiodarona (IV ou intraóssea) - 1º
dose = 300 mg, 2º dose = 150 mg (intercalada
com o vasopressor)
Lidocaína
- Medicação alternativa à amiodarona - mesma
taxa de sobrevida em PCR
- Bloqueia os canais de sódio - deprime a
despolarização - encurta o potencial de ação
- Dose: Lidocaína a 2% (IV ou intraóssea) - 1º
dose = 1 a 1,5 mg/Kg, 2º dose = 0,5 a 0,75
mg/Kg
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA
- Velocidade de 100 a 120 compressões por minuto
- Crianças - compressões com uma mão
- Lactentes - Compressões com 2 dedos
- Pressionar ⅓ da profundidade do tórax
- Crianças maiores de 1 ano = pressionar 5 cm
- Lactentes = pressionar 4 cm
Procedimento
- Realizar 2 ventilações sequenciais após 15 compressões torácicas
➔ Com via aérea avançada = compressões contínuas e ventilação a cada 2 a 3
segundos (20-30 ventilações/min) com 1 segundo cada ventilação
Avaliar a utilização do DEA
- Crianças <25 kg - pás pediátricas e/ou atenuador de carga
- Tórax estreito: Uma pá na região anterior do tórax (sobre o esterno) e outra pá na
região posterior do tórax (entre as escápulas)
- 1º choque - 2 J/kg
- 2º choque - 4 J/kg
- 3º choque - maior que 4 J/kg
- Não ultrapassar 10 J/kg ou a dose para adulto
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO EM PEDIATRIA
- Epinefrina 1:1000 (IV ou intraóssea) - 0,1 mg/kg a cada 3 a 5 minutos
- Amiodarona (IV) - 1º dose = 5 mg/kg - repetir até 3x
- Lidocaína a 2% (IV ou intraóssea) - dose inicial de ataque = 1 mg/kg
PRIMEIROS SOCORROS - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
CUIDADOS PÓS-PCR
- A maioria das mortes após o RCE ocorrem nas primeiras 24hrs
- O manejo tem como objetivo identificar e tratar causas, minimizar as lesões nos
órgãos-alvo, otimizar a função cardiopulmonare garantir normalizar a perfusão de
órgãos vitais

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