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Lei de tortura

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(
LEI DE TORTURA
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Na legislação internacional a tortura é crime próprio e imprescritível, porém no Brasil a tortura é crime próprio/ comum e é prescritível.
Atenção: O crime de tortura como crime comum só existe no Brasil e, em virtude disso é conhecido como crime jabuticaba. 
O crime de tortura tem caráter biproprio, isso se dá em virtude da possibilidade de ser praticado por qualquer pessoa (crime comum) e por autoridade pública (crime próprio). 
Antes da CRFB/88 o Brasil não tinha legislação interna punindo a tortura, porém já era signatário de tratados internacionais, como DUDH 1945 e pacto de San Jose da costa rica/1969 
Na CRFB o Brasil não apenas proíbe a tortura (art. 5°,III, CRFB) como também estabelece mandado constitucional de criminalização (art. 5°, XLIII, CRFB) 
A tortura recebe tratamento de crime equiparado a hediondo, sendo inafiançável, insuscetível de graça, anistia e indulto, porém é prescritível. 
A CRFB proíbe a tortura, mas não definiu tortura, sendo apenas definido pela lei de tortura em 1997.
A lei de tortura revogou o art. 233 do ECA, que dispunha sobre a tortura de criança/ adolescente. 
A Lei n° 9.455/97 define 06 tipos de tortura, sendo estas:
1. Prova (A)
2. Crime (B)
3. Racial (C)
4. Castigo (D)
5. Própria/Pela tortura (E)
6. Omissiva (F)
A tortura é definida como “constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental”
A tortura psicológica por si só é suficiente para a condenação por crime de tortura – STJ AgRg no AREsp 466067/SP
É dispensável a realização de exame pericial nos casos de tortura psicológica – STJ AgRg 466067/SP
É dispensável a realização de exame pericial nos casos de tortura psicológica – Enunciado 83, STJ 
A – a tortura prova/ confissão/ probatória é quando a finalidade da tortura é obter informação/ declaração/ confissão da vitima ou de terceiros. 
B – A tortura crime/criminosa é quando a finalidade é provocar ação/omissão de natureza criminosa. 
C – A tortura racial pe chamada de tortura discriminatória, havendo o delo especifico. 
Atenção: A ausência de dolo especifico descaracteriza o crime de tortura. 
Os crimes das alíneas “a”, “b” e “c” se praticados por agentes públicos terão a pena aumentada de 1/6 até 1/3.
A vitima nos casos da alínea “b” é isenta de pena, uma vez que é submetido à coação moral irresistível. 
Em todas as alíneas o crime é comum e formal. 
D - A tortura castigo tem dolo especifico de castigo pessoal ou medida de caráter repressivo – tem caráter biproprio.
Atenção: A grande diferença entre a tortura do inciso II e o crime de maus tratos é a intensidade e o dolo do agente 
O STJ define que a figura do inciso II do art. 1° da lei n°9.455/97 implica na existência de vontade livre e consciente do detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a vítima de causar sofrimento de ordem física ou moral, como forma de castigo ou prevenção – Resp 610.395/SC 
Outra diferença entre a tortura do inciso II e o crime de maus tratos são os meios de execução que, nos maus tratos pode ser: privando a alimentação, privando cuidados, abusando de meios de correção/disciplina, etc. 
E – A tortura própria é aquela pela própria tortura. 
A doutrina diverge quanto ao sujeito ativo do crime, alguns interpretando como crime comum e outros como crime próprio. 
O dolo aqui é genérico, sem finalidade específica – informativo 433, STJ 
Atenção: NÃO se confunde com abuso de autoridade, pois neste não há violência/ grave ameaça, nem mesmo sofrimento físico/mental. 
F – a tortura omissiva também é conhecida por tortura anômala/ imprópria/ atípica. 
A pena aqui é mais branda, sendo de 01 a 04 anos. Neste caso as condutas são: evitar e apurar. Ao não evitar fere-se a CRFB, tratando-se de crime omissivo impróprio, já ao não apurar o crime é omissivo próprio. 
Neste o dolo também é genérico, se diferenciando então do crime de prevaricação.
No crime de tortura omissiva não há caráter de hediondez.
A tortura qualificada é aquela prevista no §3° do art. 1°, já a majorada é a do §4°.
Atenção: Não confundir homicídio qualificado por tortura com tortura com resultado em morte.

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