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LEI N 9 455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 - TORTURA

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PROF. EDSON MEDEIROS (CACHORRÃO DE AÇO) – NOÇÕES DE DIREITO PENAL LEI Nº 9.455, DE 07 DE 
ABRIL DE 1997 – LEI DE TORTURA 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
TORTURA ASPECTOS INICIAIS 
NOÇÕES HISTÓRICAS 
Ao final da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um 
movimento de proteção da dignidade da pessoa humana, 
direito esse que passou a ocupar status de valor 
constitucional supremo. Isso se deu principalmente em 
razão dos atos desumanos praticados tanto na Segunda 
Guerra Mundial, quanto na Primeira Guerra Mundial. 
Após esses episódios históricos, a sociedade passou 
a demandar que aqueles atos cruéis praticados nunca mais 
se fossem repetidos, o que ensejou o surgimento de diversas normas internacionais que visavam à 
proteção e prevalência da dignidade da pessoa humana, bem como a coibição da tortura, atos cruéis e 
desumanos. 
A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura em seu 
texto, conforme ensina a doutrina. Leiam-se algumas normas internas de vedação à tortura: 
» Constituição Federal de 1988 – art. 5º, III e XLIII. 
» Art. 233, Lei nº 8.069/90 – já revogado. 
» Lei nº 9.455/97. 
 
Observe-se o que diz o art. 5º da CF: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, 
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante; 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Ressalta-se que a CF/88 foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura, mas ela não 
 
 
tipifica o ato, haja vista que essa não é a função dela. A sua previsão se trata de um mandado 
constitucional voltado ao legislador ordinário para que ele tipifique determinadas condutas, o que foi 
feito primeiramente com o art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente (já revogado): 
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância a tortura: Pena – reclusão de um a cinco 
anos. 
§ 1º Se resultar lesão corporal grave: Pena – reclusão de dois a 
oito anos. 
§ 2º Se resultar lesão corporal gravíssima: Pena – reclusão de 
quatro a doze anos. 
§ 3º Se resultar morte: Pena – reclusão de quinze a trinta anos. 
Tratava-se da tipificação da conduta de tortura, mas somente quando praticada contra criança 
ou adolescente. Sendo assim, não cumpria exatamente com o mandado constitucional por não abranger 
a todo tipo de pessoa. 
Em seguida, houve a edição da Lei nº 9.455/97 – a atual Lei de Tortura no Brasil, a qual cumpriu 
de forma ampla e satisfatória o mandado constitucional e, ainda, revogou expressamente o art. 233 do 
ECA. 
Quanto ao tema, podemos pensar em duas possíveis questões de prova: 
É certo dizer que a CF trouxe o crime de tortura, tipificando-o? 
ERRADO! 
Não é papel da Constituição tipificar condutas. Ela trouxe um mandado constitucional 
de criminalização direcionado ao legislador ordinário. 
É certo que o art. 233 do ECA continua em vigor, mas apenas quando a vítima for 
criança ou adolescente. 
ERRADO! 
O art. 233 do ECA foi revogado expressamente no ano de 1997, com o advento da Lei nº 
9.455/97. 
 
 
 
ESQUEMATIZAÇÃO 
Os artigos da Lei de Tortura que todo 
aluno deve conhecer são os arts. 1º e 2º, 
sobre os quais será apresentado um 
panorama geral, a seguir: 
 
 
 
Portanto, o art. 1º – incisos I, II, §1° e 
§2° – da Lei nº 9.455/97 prevê as seguintes condutas criminosas: 
a) TORTURA PROVA: Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima 
ou de terceira pessoa. 
b) TORTURA CRIME: Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. 
c) TORTURA DISCRIMINATÓRIA: Em razão de discriminação racial ou religiosa. 
d) TORTURA CASTIGO: Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como 
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
e) TORTURA POR EQUIPARAÇÃO: Submeter pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal. 
f) TORTURA OMISSÃO: Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o 
dever de evitá-las ou apurá-las. 
 
CARACTERÍSTICAS 
BEM JURÍDICO E COMPETÊNCIA 
O bem jurídico nada mais é do que o valor 
fundamental que a norma buscou proteger ao 
criminalizar determinadas condutas. Diante disso, qual foi 
o valor que a Lei nº 9.455/97 visou tutelar? A dignidade 
da pessoa humana, mais especificamente em sua 
integridade física e psíquica. Veremos que todos os 
delitos comissivos previstos admitem tanto sofrimento 
físico quanto mental. 
Com relação à competência, temos que a Justiça Estadual será aquela competente para processar 
e julgar os crimes de tortura (em regra). No entanto, existe a possibilidade de a Justiça Federal processar 
e julgar crimes dessa natureza, quando estiverem configurados os requisitos do art. 109, inciso IV da 
Constituição Federal: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 
 
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da 
Justiça Eleitoral; 
Ainda existe a possibilidade de a Justiça Militar ser a competente para processar e julgar os crimes 
da Lei de Tortura. Para a melhor compreensão desse tema, é necessário analisar alguns aspectos da Lei 
nº 13.491/2017. 
Lembre-se de que a Justiça Militar é a competente para julgar crimes militares. Posto isso, antes 
da Lei nº 13.491/2017, os crimes militares eram aqueles previstos somente no Código Penal Militar, e os 
crimes de tortura não estão previstos neste código. 
Com o advento da lei mencionada, foram estendidas as hipóteses de crimes militares, incluindo-
se os crimes previstos no Código Penal ou em Legislações Penais Extravagantes. Contudo nessas hipóteses 
o delito apenas será militar se cometido na forma do art. 9º, inciso II do CPM (militar em serviço ou no 
exercício de sua função). 
Vejamos o seguinte exemplo: 
Um militar, após o advento da Lei nº 13.491/2017, comete um crime contido 
na Lei de Tortura (ou seja, um crime previsto em legislação especial) enquanto estava 
em serviço. 
Nessa situação existe um crime militar, o qual será processado e julgado pela 
Justiça Militar. 
 
PRESCRITIBILIDADE 
Os crimes contidos na Lei de Tortura são prescritíveis (podem prescrever), aplicando-se os prazos 
prescricionais previstos no Código Penal. 
Lembrando que os únicos crimes imprescritíveis no ordenamento brasileiro são: 
➢ RACISMO 
➢ AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS CIVIS OU MILITARES CONTRA A 
ORDEM CONSTITUCIONAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO. 
 
ATENÇÃO! 
QUANDO ÀS AÇÕES DE REPARAÇÃO (ÂMBITO CÍVEL) DECORRENTES DE ATOS DE TORTURA 
PRATICADOS DURANTE O REGIME MILITAR, ELAS SÃO IMPRESCRITÍVEIS, CONFORME FIRMADO 
ENTENDIMENTO DO STJ. 
 
HEDIONDEZ 
 
 
A doutrina entende que os crimes de tortura não são 
hediondos propriamente ditos, mas sim 
equiparados/assemelhados a hediondo. Na prática não existe 
diferença, pois esses crimes sofrerão as mesmas consequências 
rígidas dispensadas aos delitos hediondos. 
Apesar disso, existe a exceção do art. 1º, § 2º, da Lei nº 
9.455/97 (tortura por omissão), o qual não é considerado crime 
equiparado a hediondo (e nem mesmo hediondo). 
Portanto, é correto afirmar que apenas oscrimes de tortura 
comissivos são assemelhados a hediondo, aplicando-se a disciplina 
da Lei nº 8.072/90. 
PROVA DA TORTURA 
De início, a tortura é um crime que pode ou não deixar 
vestígios. Para melhor condução dos estudos, faremos uma 
subdivisão. Crime transeunte é aquele que não deixa vestígios. 
Uma dica para memorização é perceber que o crime 
transeunte é aquele cujos vestígios transitam, ou seja, eles não 
permanecem. 
Sendo assim, a tortura pode ser um crime transeunte 
(que não deixa vestígios), principalmente naqueles casos em 
que ela causa um sofrimento mental no indivíduo. Ou seja, tais 
sofrimentos permanecem apenas na psique da vítima, e não 
no mundo material. Nessas situações, como esse delito poderá 
ser provado? 
Utilizando-se das ferramentas trazidas pelo Código de Processo Penal, o delito de tortura pode ser 
provado por meio de qualquer meio de prova admitido – prova testemunhal, prova documental, entre 
outras. 
Por outro lado, existem os delitos caracterizados como não transeuntes, ou seja, aqueles que 
deixam vestígios. Nesse caso, os vestígios não transitam, mas permanecem. É o caso, por exemplo, da 
tortura física em que o autor constrange alguém fisicamente mediante violência para que um indivíduo 
confesse a prática de um crime (configuração do crime previsto no art. 1º, inciso I, alínea “a” da Lei nº 
9.455/97). 
Em tais situações, quando o crime de tortura deixa vestígios, a prova é obrigatoriamente obtida 
por meio do exame de corpo de delito, nos termos do art. 158 do Código de Processo Penal. 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo 
supri-lo a confissão do acusado. 
Nota-se que o CPP expressamente determina que a confissão do acusado não pode substituir o 
exame de corpo de delito quando o crime deixa vestígios, sendo ele obrigatório nesses casos. 
Agora, vamos pensar na seguinte situação: 
 
 
A vítima de tortura registra o boletim de ocorrência somente 20 dias após o crime, sendo 
que os vestígios dele desapareceram nesse lapso temporal. Ainda é possível que ela faça 
o registro do boletim de ocorrência? 
Sim! Nada impede que a vítima proceda com o registro, mesmo considerando o espaço 
temporal. Nessas situações e em outras similares, aplica-se o teor do art. 167 do CPP. 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta. 
Veja que a prova testemunhal é a adequada para suprir o exame de corpo de delito no caso de 
desaparecimento dos vestígios. 
 
TEORIA DA BOMBA RELÓGIO 
Trata-se de uma teoria de origem norte-americana, sendo aplicada no contexto de práticas 
terroristas. No Brasil, no âmbito do Direito Constitucional, estudamos que não há direito absoluto, nem 
mesmo o direito à vida – na hipótese de guerra declarada, a Constituição autoriza a pena de morte. Por 
outro lado, existe doutrina que entende que o direito a não ser torturado seria umexemplo de direito 
absoluto, pois não haveria qualquer situação em que se poderia pensar em autorizar a prática de tortura. 
A Teoria da Bomba Relógio vem justamente refletir entre os pontos acima 
mencionados. Para melhor compreensão da teoria, imaginemos a seguinte situação 
hipotética: 
Um perigoso terrorista instala 
uma bomba-relógio na Estação da Sé, em 
São Paulo. O terrorista instala a bomba na 
estação às 17h e o timer do artefato é de 
1 hora (explodindo, portanto, às 18h). A 
polícia toma conhecimento do fato, mas 
não sabe onde está o explosivo. Às 17h30, 
a polícia apreende o criminoso, passando 
a indagá-lo sobre a localização da bomba, sendo que ele se nega a revelar o local. 
Em tal situação extrema, a Teoria da Bomba Relógio entende que é possível 
sacrificar o direito à integridade física do terrorista, prevalecendo o bem jurídico vida das 
várias pessoas que estão correndo risco dentro da estação. Sendo assim, é possível que 
os agentes públicos submetam o terrorista à tortura, objetivando que ele revele a 
localização do explosivo e a vida de pessoas inocentes seja preservada. 
Ou seja, trata-se do emprego da tortura de forma legítima pelos agentes do 
Estado, autorizada em situações extremas, principalmente no contexto de atos 
terroristas. 
Vários doutrinadores rechaçam a Teoria da Bomba Relógio, pois entendem que é inaceitável a 
prática da “tortura institucionalizada” por parte do Estado, mesmo frente a situações extremas. Além 
disso, o emprego de tortura seria uma regressão quanto à tutela da dignidade da pessoa humana, 
conquistada a duras penas ao longo da história. 
 
 
No contexto brasileiro, como não há recorrência da prática de atos terroristas, não existe a 
prevalência de um ou de outro entendimento. Sendo assim, para as provas de concursos basta saber o 
conceito da teoria e, também, que vários juristas a rechaçam por completo. 
 
OBSERVAÇÕES 
AÇÃO PENAL 
Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é a PÚBLICA INCONDICIONADA. Sendo assim, 
quando o Delegado de Polícia toma conhecimento da prática de tortura, ele imediatamente dá início às 
diligências e à instauração de inquérito policial (se for o caso). 
 
 
CONDUTA E ELEMENTO SUBJETIVO 
Quanto à conduta, os crimes de tortura podem ser cometidos por AÇÃO (COMISSIVO) ou 
OMISSÃO (OMISSIVOS). Quanto ao elemento subjetivo, nos crimes de tortura é o dolo. Ou seja, não existe 
a forma culposa para a prática de tortura, sendo dolosos todos os crimes previstos na Lei nº 9.455/97. 
Destaca-se que ALGUNS DELITOS EXIGEM O DOLO ESPECÍFICO, como é o caso daqueles previstos 
no art. 1º, incisos I (a, b, c) e II da Lei nº 9.455/97. Ou seja, todos os crimes previstos na Lei de Tortura 
requerem o dolo (genérico), mas alguns deles exigem um dolo específico (finalidade específica) do agente. 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
 
Os delitos de tortura por equiparação (art. 1°, § 1°) e tortura omissão (art. 1°, § 2°) não exigem 
dolo específico. Portanto, se uma questão de prova afirma: todos os crimes previstos da Lei de Tortura 
exigem o dolo específico, isso está errado. 
 
SUJEITO ATIVO 
 
 
Para a compreensão do tema de sujeito ativo nos crimes de tortura, cabe relembrar os conceitos 
de crime comum e crime próprio. 
CRIME COMUM: aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa e que não exige 
qualquer qualidade especial do sujeito ativo. Na Lei de Tortura, tais crimes estão 
previstos no art. 1º, I, alíneas “a”, “b” e “c” (tortura prova, tortura crime e tortura 
discriminatória). 
CRIME PRÓPRIO: aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo e que não 
podem ser cometidos por qualquer pessoa. Na Lei de Tortura estão previstos no art. 1º, 
II e §§ 1º e 2º. 
 
Ademais, a Lei de Tortura, quando traz os delitos do art. 1º, inciso I (crimes comuns), destoa de 
vários documentos internacionais, bem como de normas internas de outros países. Isso porque, na 
maioria dos documentos internacionais e nas normas de outros países, só pode cometer o crime de 
tortura o sujeito ativo que seja agente público – ou seja, crimes próprios. 
Nota-se que a lei pátria trouxe uma ampliação no espectro de proteção às vítimas. Por essa razão, 
alguns doutrinadores a denominam de “lei jabuticaba”, tendo em vista que o fruto jabuticaba é próprio 
do Brasil, assim como a lei em estudo, que,quanto ao sujeito ativo, tem previsões praticamente exclusivas 
do Brasil. 
ART. 1º, INCISO I No que diz respeito ao inciso I, faz-se necessário estabelecer uma linha de 
raciocínio para, posteriormente, avançarmos para os delitos previstos nas alíneas. 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: (...). 
 
ART. 1º, INCISO I 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
A primeira observação importante é que as bancas cobram muito a literalidade da Lei de Tortura, 
sendo essencial que o aluno memorize o que traz os artigos da lei para realizar as provas, em todas as 
suas fases, inclusive a fase oral. 
O inciso I reflete o denominado dolo genérico. Quanto a isso pode-se questionar: o indivíduo que 
constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça e causa sofrimento físico ou mental à 
vítima comete crime da Lei de Tortura? Não necessariamente. Nota-se que a disposição do inciso I traz 
somente o dolo genérico (ou somente dolo) e as alíneas, além do dolo genérico exigem o cumprimento 
de um dolo específico pelo agente para a caracterização do delito. 
Art. 1º (…) 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
 
 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
ALÍNEA “A”: TORTURA PROVA. 
ALÍNEA “B”: TORTURA CRIME. 
ALÍNEA “C”: TORTURA DISCRIMINATÓRIA OU PRECONCEITO. 
 
Ou seja, para configurar um crime da Lei de Tortura é necessário que o sujeito ativo pratique o 
dolo genérico (descrito no inciso I), bem como alguma das alíneas do inciso, onde estão descritas as 
finalidades específicas (dolo específico). 
Além disso, destaca-se que não é necessário que o agente alcance efetivamente alguma das 
finalidades previstas nas alíneas, basta que ele dirija a sua conduta para alcançá-las, ou seja, é necessário 
que o agente dê início à conduta visando a consubstanciação de alguma das finalidades descritas nas 
alíneas do inciso I do art. 1º. 
 
ALÍNEA “A” – TORTURA PROVA OU TORTURA CONFISSÃO 
A tortura prova, além dessa denominação, também pode ser chamada 
de tortura confissão, tortura inquisitorial, institucional, persecutória ou 
acusatória. 
Continuando, para se caracterizar o crime descrito na alínea “a” do 
inciso I, do art. 1º, é necessário que o agente constranja alguém com a 
finalidade de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de 
terceira pessoa – esta é a finalidade específica para este crime. Vejamos o 
seguinte exemplo: 
Imagine que um credor, o qual não possui documento 
de confissão de dívida, possui um devedor que não lhe paga. 
Um certo dia, o credor apreende o seu devedor, amarrando-o em uma cadeira e dá-lhe 
choques elétricos, causando ao devedor um sofrimento físico para que ele assine o 
documento de confissão de dívida e assim possa executá-lo em juízo. Nessa situação, o 
credor cometeu o crime previsto na alínea “a”. 
Tal crime se consuma no momento em que o agente constrange alguém mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça e causa o sofrimento físico ou mental na vítima. Pouco importa se ele 
efetivamente conseguiu ou não a confissão, bastando que desde o início o agente esteja com essa 
pretensão (crime formal). 
Imagine que o sujeito ativo comece a desferir socos na vítima, com o intuito de 
obter a confissão de um delito, ou seja, já está constrangendo a vítima e lhe causando 
sofrimento. Ocorre que a vítima ainda não confessou e nesse momento a polícia chega 
no local e prende o agente em flagrante. Nessa situação, o crime está consumado? SIM! 
Perceba que o agente estava constrangendo a vítima, mediante violência e causando 
sofrimento físico, com a pretensão de que ela confessasse um crime. 
 
 
Sendo assim, quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento 
do crime, ou seja, isso influenciará na dosagem da pena, mas não diretamente na consumação do delito. 
Uma observação importante diz respeito às provas obtidas mediante tortura. Quando estudamos 
o Direito Processual Penal, temos que as provas ilícitas são inadmissíveis e devem ser desentranhadas do 
processo, conforme preleciona o art. 157 do CPP. 
Aprofundando um pouco mais, a doutrina e jurisprudência admitem a chamada prova ilícita pro 
reo. Ou seja, a prova que for ilícita, mas que for útil para provar a inocência do réu ou para algum fato 
importante à sua defesa, pode ser utilizada e mantida no processo, aplicando-se o princípio da 
proporcionalidade. 
 
Por exemplo: uma interceptação telefônica ilegal pode excepcionalmente ser utilizada 
no processo? 
PODE! Se essa prova em específico servir para provar a inocência do réu, ela poderá ser 
utilizada, caracterizando uma exceção à regra da inadmissibilidade das provas ilícitas. 
No entanto dentro das provas ilícitas pro reo existe outra exceção (um meio de prova que nunca 
poderá ser admitido). Trata-se da prova obtida mediante tortura para provar a inocência do réu; ou seja, 
quando o réu, para provar a sua inocência se utiliza da tortura para que alguém forneça determinada 
declaração. Este meio de prova jamais será aceito no processo penal, conforme ensinam os doutrinadores 
Renato Brasileiro e Norberto Avena, por se tratar de uma regressão na proteção dos direitos fundamentais 
e da dignidade da pessoa humana. 
 
ALÍNEA “B” – TORTURA CRIME 
Neste crime, a finalidade é provocar ação ou omissão de natureza criminosa. Para a melhor 
compreensão, vamos analisar o exemplo abaixo. 
Marcelo possui um antigo amigo, João, que costumava ser seu companheiro nas aulas 
de tiro. Atualmente, não são mais amigos, mas antigamente praticavam tiro esportivo 
juntos. 
Certo dia, Marcelo liga para João dizendo que ele está com sua esposa e filho na mira de 
um fuzil e que sabe que ambos estão em determinado parque, sendo que João tinha o 
conhecimento de que naquele dia e horário, sua esposa e filho estavam naquele parque. 
Marcelo encaminha uma foto dos familiares de João sob a mira do fuzil, dizendo que ele 
deverá matar a pessoa de Roberto dentro de 15 minutos e, caso contrário, sua esposa e 
filhos serão mortos. Ademais, João sabe que Marcelo é um exímio atirador e que sofre 
de problemas psicológicos, ou seja, não tem dúvidas de que Marcelo poderá fazer o que 
promete. 
Sendo assim, João não vê outra alternativa a não ser tirar a vida de Roberto. Portanto, 
nessa situação hipotética, Marcelo cometeu o crime previsto na alínea “b”. 
 
 
Novamente, estamos diante de um delito formal, que 
admite a tentativa. 
A consumação da tortura crime também ocorre com o 
sofrimento causado mediante constrangimento praticado com 
violência ou grave ameaça. Sendo assim, no exemplo 
apresentado, apenas com o sofrimento mental causado a João 
por Marcelo já configura o crime de tortura previsto na alínea 
“b”, não importando se João matou ou não Roberto. 
Por fim, resta-nos estudar a hipótese de o delito para o 
qual a vítima foi constrangida a cometer (ação ou omissão) ter 
sido efetivamente praticado. No exemplo, a hipótese de João ter 
matado Roberto, conforme determinou Marcelo mediante grave 
ameaça. 
Diante disso, devemos analisar primeiramente se existe a culpabilidade da vítima da tortura (João). 
Não existe, visto que a vítima de tortura não será responsabilizada pelo crime praticado, pois nesta 
ocasião ele agiu sob coação moral irresistível – prevista no art. 22 do Código Penal, a qual isenta o agente 
de pena. 
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita 
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
O raciocínio que deve ser feito é que não era exigívelde João que ele adotasse conduta diversa 
daquela que foi perpetrada por ele, pois era muito provável que ele sacrificasse a sua família caso não 
cumprisse a ordem de Marcelo. 
Lembre-se que a exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade. Então, 
quando não se pode exigir outra conduta do agente, exclui-se a própria culpabilidade, não podendo ser 
aplicada pena a ele. 
Por sua vez, o torturador responderá tanto pela tortura quanto pelo crime cometido pela vítima 
da tortura, a mando de si mesmo. Ou seja, no exemplo citado, Marcelo responderá pelo crime de tortura 
praticado contra a pessoa de João em concurso com a conduta praticada por João (homicídio). Quanto à 
tortura, será considerado autor imediato, enquanto pela conduta criminosa de João, Marcelo será 
considerado autor mediato. 
Outra observação importante é que para a configuração do delito previsto na alínea “b”, exige-se 
que a ação ou omissão seja para a prática de um crime, não podendo ser uma contravenção penal. No 
caso de cometimento de uma contravenção penal estaríamos diante do crime de constrangimento ilegal, 
previsto no art. 146 do Código Penal. 
Note que na alínea “b” está descrito expressamente a finalidade de praticar a ação ou omissão de 
natureza criminosa. Ressalta-se que esse tema também já foi abordado em questões de prova. 
 
ALÍNEA “C” – TORTURA DISCRIMINATÓRIA 
 
 
Esse delito também pode receber as denominações de “tortura preconceito” ou “tortura racismo”. 
Nele, a prática de tortura ocorre em razão de discriminação racial ou religiosa. Vejamos o seguinte 
exemplo: 
Determinado sujeito que é adepto das ideologias 
nazistas avista um judeu e começa a espancá-lo, causando-lhe 
sofrimento físico, em razão de sua raça e religião. Neste caso 
está caracterizada a tortura prevista na alínea “c”. 
De forma majoritária, classifica-se o crime de tortura 
discriminatória como um crime formal e que admite tentativa. 
A observação que se faz importante quanto à alínea “c” 
é que esse delito não admite analogia. Ou seja, a 
motivação/finalidade do crime deve ser racial ou religiosa, de 
modo que não são admitidas outras formas de discriminação 
para a sua caracterização, sob pena de analogia in malam 
partem (vedada pelo Código Penal). 
Sendo assim, não é possível a caracterização da tortura discriminatória quando a motivação é a 
discriminação pela idade ou pelo sexo (admite-se somente a discriminação pela raça ou religião). 
Quanto a isso, pode surgir a dúvida com relação à decisão do STF na ADO 26/DF e no MI 4733, que 
entendeu ser possível a discriminação em relação à orientação sexual como apta a configurar crimes da 
Lei de Preconceito de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89). 
O STF entendeu que condutas consideradas homofóbicas ou transfóbicas 
podem caracterizar os crimes da Lei de Preconceito, bem como que o Congresso 
Nacional não abrangeu a proteção desses indivíduos. 
Destaca-se que esse entendimento não é aplicado à Lei de Tortura, mas apenas na Lei de 
Preconceito. Ou seja, não se aplica o mesmo entendimento jurisprudencial para a configuração do crime 
de tortura discriminatória, que só pode ocorrer em razão da raça ou religião. 
Ainda, tal entendimento é defendido pelo Professor Filipe Ávila e a professora Claudia Barros, no 
livro de Legislação Criminal, e ainda pelo professor Renato Brasileiro e Guilherme de Souza Nucci, embora 
esse último não discorra muito sobre essa questão. Sendo assim, pelo menos por enquanto, esse é o 
posicionamento mais adequado para o nosso concurso. 
 
 
TORTURA CASTIGO (ART. 1º, II) 
A tortura castigo também recebe o nome de punitiva, intimidatória, vingativa ou tortura pena. 
Qualquer dessas denominações poderão ser cobradas em prova. 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
(…) 
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento 
 
 
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo. 
Cuidado com o advérbio “intenso”, pois no inciso I do 
mesmo artigo não é mencionado intenso sofrimento físico 
ou mental, mas apenas sofrimento físico ou mental. O 
“intenso” foi acrescentado somente na tortura castigo, 
demonstrando que existe um sofrimento além da média. 
Observe que na prática é difícil diferençar sofrimento 
de intenso sofrimento, contudo, como a norma traz essa 
diferenciação, é importante saber que o intenso apenas se 
aplica ao inciso II. A nossa impressão é que o legislador 
almejou diferenciar esse delito do de maus tratos, previsto no art. 136 do Código Penal. 
Atente-se também à parte gravada em vermelho no texto da lei: “(…) como forma de aplicar 
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.”. Aqui, como nas alíneas do inciso I, há a existência do 
dolo específico, que estará preenchido com a presença de algumas dessas finalidades. 
Visualize o seguinte exemplo: “João tem um filho de 9 anos de idade que é muito ativo, brincalhão. 
Certo dia, essa criança chega suja em casa. João, ao visualizar essa cena, fica muito irritado, coloca seu 
filho em uma cadeira, pega uma bituca de cigarro acesa e começa a pressionar contra a pele da criança, 
causando-lhe, mediante violência, intenso sofrimento físico, como forma de aplicar um castigo”. 
Esse exemplo se encaixa perfeitamente no inciso II. João cometeu o crime de tortura castigo. 
 
TORTURA CASTIGO X MAUS TRATOS (ART. 136, CP) 
 
É importante saber a diferenciação entre o delito de tortura castigo e o de maus tratos, previsto 
no art. 136 do Código Penal. 
No delito de maus tratos, há uma intenção de disciplina, entretanto ocorreu um excesso no uso 
dos meios de correção. Já na tortura castigo, existe a intenção de torturar, e ocorre o intenso sofrimento 
físico e mental. São condutas distintas, que possuem intensões igualmente distintas. 
O crime de tortura castigo é muito mais grave, pois ocorre o intenso sofrimento físico ou mental. 
Já para os maus tratos há um excesso nos meios de correção. 
Maus-tratos 
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua 
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, 
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou 
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo 
ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou 
disciplina: 
 
 
 
 
Veja agora um exemplo prático que ajudará a 
visualizar com clareza a distinção entre os dois delitos. 
Certo dia, em uma Delegacia especializada em combater 
crimes sexuais contra crianças e adolescentes, uma mãe 
realizou um Boletim de Ocorrência, informando que sua 
filha de 13 anos de idade estava mantendo relações 
sexuais com um adolescente de 18 anos da região. Em 
decorrência disso foi instaurado um inquérito. Realizou-
se exame de corpo de delito na menor, ficando constado 
a existência de marcas/lesões em sua perna. Em certo ponto foi necessário realizar a oitiva da mãe da 
menor, tendo sido questionado qual era a causa das marcas constatadas na perna da filha. Ela relatou que 
quando soube que a filha estava mantendo relações sexuais, ficou muito nervosa e agrediu a sua filha 
com um cabo de telefone. Afirmou ainda que tinha ciência que havia se excedido nos meios de correção, 
contudo a sua intensão era disciplinar a filha. 
Observe que esse contexto fático nos leva a concluir que aquela mãe praticou o crime de maus 
tratos do art. 136 do Código Penal. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
Com relação ao sujeito ativo, não é qualquer pessoa que poderá cometer esse delito. Esse é um 
crime próprio, que exige uma condição especial do agente. Essa condição é possuir a guarda, poder ou 
autoridade sobre a vítima. 
Atente-se ao fato de que, embora esse crime seja próprio, não é cometido necessariamente por 
agente público, podendo ser realizado por um particular. 
Com relação ao sujeito passivo, a vítima também nãopoderá ser qualquer pessoa. Só poderá ser 
vítima desse delito quem está sujeito à guarda, ao poder ou à autoridade do sujeito ativo. 
Ficou claro que esse crime é próprio. Alguns doutrinadores, entretanto, vão além e o classificam 
como bipróprio, pois ele é próprio tanto em relação ao sujeito ativo quando ao passivo. 
 
 
 
ATENÇÃO! 
SE A SUA PROVA TROUXER QUE O CRIME DO INCISO II É UM CRIME PRÓPRIO, ESTÁ CORRETO. MAS SE 
O EXAMINADOR RESOLVER APROFUNDAR O TEMA, E INFORMAR QUE ESSE CRIME É BIPRÓPRIO, 
TAMBÉM ESTARÁ CORRETO. 
 
Há um julgado importante sobre esse tema, que diz respeito à desnecessidade de vinculo 
duradouro entre o sujeito ativo e o passivo para caracterização do crime de tortura castigo: 
(…) O policial militar que auxilia a polícia civil na contenção de rebelião em 
estabelecimento prisional, durante a operação, detém, legitimamente, guarda, poder e 
autoridade sobre osdetentos, podendo, nessa condição, ainda que momentânea, 
responder, em tese, pelo crime de tortura preconizado no art. 1º, inciso II da Lei nº 
9.455/97 (…). 6ª Turma STJ. REsp 1738264/ DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 
em 23/08/2018, inf. 533). 
Portanto, a guarda, o poder e a autoridade poderão ser exercidos de maneira momentânea para 
caracterização do delito, não necessitando ser um vínculo que demonstre ser duradouro ou permanente. 
Devemos ainda apontar que esse crime é material, ou seja, deve existir o resultado naturalístico 
para consumação do delito, sendo possível a tentativa. 
Para Guilherme de Souza Nucci e Cláudia Barros, esse delito é material, pois ao ocasionar um 
intenso sofrimento físico ou mental, fatalmente já se atingiu a finalidade de castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
 
TORTURA POR EQUIPARAÇÃO (ART. 1º, § 1º) 
A tortura por equiparação é denominada por Renato Brasileiro como “tortura pela tortura”. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou 
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por 
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal. 
Esse delito é denominado de tortura por equiparação pois vai receber a mesma pena dos incisos I 
e II. Além disso, perceba que não há aqui a menção da violência ou grave ameaça. 
Também não se exige a presença de dolo específico, sendo necessário apenas o dolo genérico. 
Veja o seguinte exemplo: 
Um sujeito está preso na delegacia de polícia, e durante toda a madrugada ele grita e se 
debate dentro da cela. O policial então perde a paciência e começa a espancar aquele 
sujeito. Nesse caso o policial cometeu o crime de tortura por equiparação. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
 
 
Quanto ao sujeito ativo, aquele que 
comete o crime, trata-se, para a maioria da 
doutrina, de crime próprio. Aqui a condição 
especial do sujeito ativo é aquele que tem a 
disponibilidade da pessoa presa ou sujeita à 
medida de segurança. 
Geralmente o sujeito ativo é o 
agente público encarregado dos 
encarcerados. A professora Claudia Barros 
entende que aqui há um delito 
necessariamente funcional, ou seja, apenas um funcionário público/agente público poderá cometer esse 
delito. 
Nesse ponto há certa divergência, pois alguns doutrinadores vão entender que em relação ao 
sujeito ativo se trata de um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O professor 
Rogério Sanches se filia a essa corrente. 
Em relação ao sujeito passivo, igualmente não é qualquer pessoa que poderá ser vítima desse 
delito, apenas quem estiver preso ou sujeito a medida de segurança. Assim, aqui também cabe dizer que 
é um crime biprópio. 
Atente-se ao fato de que quando o tipo penal fala em “preso”, ele está se referindo ao preso em 
virtude de sentença condenatória transitada em julgado, prisão em flagrante, prisão preventiva, 
temporária, administrativa e até mesmo a civil. Portanto a expressão “preso” é muito ampla. 
De igual maneira, quando a norma fala em “medida de segurança” se refere àquele submetido à 
internação ou tratamento ambulatorial. 
Esse crime é material, exigindo-se a produção do resultado naturalístico para consumação do 
delito, cabendo também a tentativa. 
 
TORTURA OMISSIVA (ART. 1º, § 2º) 
Nessa hipótese nós temos um ato de tortura seguido de uma omissão. Entretanto não é qualquer 
omissão, mas de quem tem o dever de evitar o ato de tortura que está acontecendo ou de quem tem o 
dever de apurar um ato de tortura que aconteceu no passado: 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha 
o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção 
de um a quatro anos. 
Quando falamos em “ato de tortura” estamos nos referindo a qualquer uma das hipóteses de 
crime de tortura praticados por ação (I, II ou §1º), já estudados. 
Portanto, esse tipo prevê a omissão de quem tem o dever de evitar ou de apurar tais atos, ou seja, 
um crime de tortura por ação que está acontecendo ou que aconteceu no passado. 
ATENÇÃO! 
 
 
Esse é o ÚNICO CRIME OMISSIVO DA LEI DE TORTURA. Além disso, esse é o único crime punido 
com detenção. 
Outro ponto é que esse crime NÃO É CRIME HEDIONDO NEM EQUIPARADO A HEDIONDO. 
Por fim, ressaltamos que esse tipo NÃO EXIGE A OCORRÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO, bastando 
apenas o dolo genérico, assim como acontece na tortura por equiparação. 
Passaremos dois exemplos para ajudar a visualizar com mais clareza esse tipo: 
João tem um filho de 9 anos de idade que é muito ativo, brincalhão. Certo dia, essa 
criança chega suja em casa. João, ao visualizar essa cena, fica muito irritado, coloca seu 
filho em uma cadeira, pega uma bituca de cigarro acesa, e começa a pressionar contra 
a pele da criança, causando-lhe, mediante violência, intenso sofrimento físico, como 
forma de aplicar um castigo. Nesse cenário, João está cometendo o crime do art. 1º, II – 
tortura castigo. Imagine ainda que nesse momento em que o pai está aplicando o castigo 
em seu filho, a mãe da criança chega em casa e presencia o ato. Apesar de não concordar 
com isso, a progenitora entende que como a educação do seu filho cabe ao pai, ela nada 
faz para impedir que o castigo continue. Observe, portanto, que a mãe nada faz quando 
ela podia e devia agir para evitar esse ato de tortura. Ela não responderá por tortura 
castigo, mas pelo crime específico de tortura omissiva, do art. 1º, § 2º (pois tinha o dever 
de evitar o ato). 
Imagine que um delegado ao chegar para iniciar o seu plantão, encontra um 
encarcerado todo ensanguentado na cela. Ao analisar as filmagens das câmeras de 
segurança, ele descobre que no dia anterior agentes de polícia daquela delegacia 
adentraram na cela e espancaram o preso. Aqueles agentes, em tese, cometeram o 
crime de tortura por equiparação (art. 1º, § 1º). O delegado, visando não criar 
animosidade na delegacia, se omite, não realizando a apuração do ato de tortura que 
aconteceu no dia anterior. Nesse caso, esse delegado deverá responder pelo crime de 
tortura por omissão, pois diante de um ato de tortura que aconteceu no passado ele se 
omitiu, quando tinha o dever de apurar essa conduta. 
É um crime próprio quanto ao sujeito ativo. Não é qualquer pessoa que poderá cometer esse 
delito. Ou seja, não é qualquer pessoa que se omite diante de um ato de tortura que vai responder pelo 
§ 2º. Apenas responderá quem tem o dever de evitar ou de apurar esse ilícito. 
Quanto ao dever de apurar, a doutrina ensina que há um delito funcional, ou seja, apenas poderá 
ser cometido por um agente público. Isso porque somente os agentes públicos é que possuem o dever de 
apurar os delitos. 
Quanto ao sujeito passivo, qualquer pessoa poderá ser vítima desse crime. 
Crime formal, não sendo possível a figura da tentativa. Existe divergência nesse ponto, vez que 
alguns doutrinadores entendem que esse crime é de mera conduta e outros que é crime material. 
Entretanto, o doutrinador Guilherme de Souza Nucci posiciona-se nosentido de que esse crime de fato é 
formal. 
 
QUALIFICADORAS E CASAS DE AUMENTO DE PENA (ART. 1º, §§ 3º E 4º) 
 
 
 
QUALIFICADORAS (§3º) 
A qualificadora do crime de tortura se encontra no §3º do art. 1º: 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a 
pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a 
reclusão é de oito a dezesseis anos. 
Observações: 
Se a lesão corporal resultante da tortura for de natureza leve, ela será absorvida. A lesão que 
qualificará a tortura é apenas a grave ou a gravíssima. 
Para que exista a qualificadora do § 3º, é necessária a presença de um crime de tortura, que resulte 
ou em lesão corporal grave/gravíssima ou em morte. 
Muito cuidado, pois com relação à tortura há a necessidade da presença de dolo, pois não há crime 
de tortura culposo. Contudo quanto ao resultado agravador (lesão corporal grave/gravíssima ou morte), 
deve necessariamente ocorrer a título de culpa, caso contrário não haverá essa qualificadora. 
Portanto, concluímos que 
estamos diante de um delito 
preterdoloso, que exigirá um dolo no 
antecedente (tortura) e culpa no 
consequente (resultado agravador). 
Veja um exemplo que não 
caracterizará a qualificadora: um sujeito 
quer cometer um homicídio contra um 
desafeto. Para que atinja esse resultado, 
ele se utiliza da tortura como 
instrumento para chegar ao homicídio. 
Nesse caso ele tinha o dolo de produzir 
o resultado morte, portanto ele não 
responderá por nenhum crime da lei de tortura, mas pelo delito do art. 121, § 2º, III, do Código Penal, 
homicídio qualificado pela tortura. 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§ 4º) 
As causas de aumento de pena dispostas no § 4º podem ser aplicadas a todos os delitos da lei de 
tortura, seja por ação ou por omissão. Prevalece na doutrina que essas causas poderão ser aplicadas, 
inclusive, às hipóteses de qualificadoras do § 3º. 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
I – se o crime é cometido por agente público; 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
 
III – se o crime é cometido mediante seqüestro. 
 
1. INCISO I: “SE O CRIME É COMETIDO POR AGENTE PÚBLICO” 
O primeiro inciso trata do agente público. Incidirá essa causa de aumento de pena se o crime for 
cometido por um agente público no exercício da função ou em razão dela. 
O conceito de agente público para a maior parte da doutrina está no art. 327 do Código Penal: 
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, 
exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, 
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha 
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
O professor Renato Brasileiro, por sua vez, ensina que a partir da vigência da nova lei de abuso de 
autoridade (Lei nº 13.869/19), o conceito de agente público deve ser extraído do art. 2º dessa norma: 
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 
agente público, servidor ou não, da administração direta, 
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, 
compreendendo, mas não se limitando a: 
I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; 
II – membros do Poder Legislativo; 
III – membros do Poder Executivo; 
IV – membros do Poder Judiciário; 
V – membros do Ministério Público; 
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas. 
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta 
Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos 
pelo caput deste artigo. 
 
2. INCISO II: “SE O CRIME É COMETIDO CONTRA CRIANÇA, GESTANTE, PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, 
ADOLESCENTE OU MAIOR DE 60 (SESSENTA) ANOS” 
É necessário memorizar todas essas hipóteses. Atente-se que o inciso falar em maior de 60 anos, 
e não igual a 60 anos. 
 
 
Só incidirá essa causa de aumento de pena caso alguma dessas condições ingresse no dolo do 
agente. Se o autor não souber que a vítima que ele está torturando está gestante, por exemplo, não 
incidirá a causa de aumento de pena. 
 
3. INCISO III: “SE O CRIME É COMETIDO MEDIANTE SEQUESTRO.” 
Embora esse tipo penal apenas mencione o sequestro, aqui também é incluído o cárcere privado. 
Para que ocorra a imputação dessa causa de aumento, o sujeito sequestrará a vítima a fim de ter 
maior disponibilidade para torturá-la. Observe que aqui não incidirá o crime de sequestro do art. 148 do 
Código Penal. 
ATENÇÃO! 
Uma situação diferente é a do sujeito que comete o crime de sequestro ou cárcere 
privado do art. 148 do CP, e em razão desse delito em si, ele acaba ocasionando um 
grave sofrimento físico ou moral na vítima. Observe que o sofrimento físico ou moral 
não advém de atos de tortura, mas do próprio sequestro. Nesse caso, incidirá a 
qualificadora do §2º do art. 148 do CP: “§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-
tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:” 
 
CONSEQUÊNCIAS (ART. 1ª, §§ 5º, 6º, 7º) 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (§ 5º) 
A condenação por delito da lei de tortura, irá ocasionar a perda do cargo, emprego ou função 
pública. Além disso, acarretará também uma interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada na condenação. 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou 
emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do 
prazo da pena aplicada. 
Se a condenação pelo crime de tortura foi de 10 anos, a interdição para o exercício de cargo, 
emprego ou função pública será por 20 anos. Esse feito da condenação é automático: mesmo se o juiz 
não mencioná-lo na decisão, será automaticamente aplicado. 
 
VEDAÇÕES (§ 6º) 
O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, conforme determina o §6º: 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia. 
Observe que nem o § 6º da lei de tortura, nem a Constituição Federal em seu art. 5º, XLIII, vedam 
a concessão de indulto ao crime de tortura. 
 
 
Entretanto, a Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) traz, além da vedação à graça e a anistia, 
a proibição da concessão de indulto para os crimes hediondos e equiparados. A tortura é um crime 
equiparado a hediondo, com exceção da omissão. 
Portanto, para a maioria da doutrina, também é vedada a concessão de indulto nos crimes 
comissivos de tortura. Parte minoritária da doutrina entende em sentido contrário, admitindo a 
possibilidade de concessão do indulto para tais delitos. 
A liberdade provisória é possível nos crimes de tortura, mas sempre sem fiança, já que se trata de 
crime inafiançável. 
 
REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA (§ 7º) 
Nas hipóteses do sujeito condenado por tortura comissiva, o regime inicial de cumprimento de 
pena é o fechado: 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese 
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. 
Na lei de crimes hediondos, no art. 2º, § 1º, há uma disposição similar, de regime inicial fechado 
para aqueles que forem condenados por crime hediondo ou equiparado. A tortura praticada por ação é 
um crime equiparado a hediondo. O problema é que esse dispositivo da lei de crimes hediondos foi 
declarado inconstitucional pelo STF. 
Na visão do STF, não cabe ao legislador, de antemão, definir o regime inicial de cumprimento da 
pena adequado, sob pena de ferir o princípio da individualização da pena. Essa é uma tarefa que cabe ao 
juiz na análise do caso concreto.Acontece que o próprio Supremo Tribunal Federal, no ano de 2015, julgou constitucional o § 7º da 
lei de tortura, decisão que foi publicada por meio do informativo 789: 
O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado, nos termos do disposto no § 7º do art. 
1º da Lei 9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa 
orientação, a Primeira Turma denegou pedido formulado em 
“habeas corpus”, no qual se pretendia o reconhecimento de 
constrangimento ilegal consubstanciado na fixação, em 
sentença penal transitada em julgado, do cumprimento das 
penas impostas aos pacientes em regime inicialmente fechado. 
Alegavam os impetrantes a ocorrência de violação ao princípio 
da individualização da pena, uma vez que desrespeitados os 
artigos 33, § 3º, e 59 do CP. Apontavam a existência de similitude 
entre o disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o previsto 
no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes Hediondos, dispositivo legal que 
já teria sido declarado inconstitucional pelo STF (...) O Ministro 
Marco Aurélio (relator) denegou a ordem. Considerou que, no 
caso, a dosimetria e o regime inicial de cumprimento das penas 
fixadas atenderiam aos ditames legais. Asseverou não caber 
articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a regência 
específica (Lei nº 9.455/1997) prevê expressamente que o 
 
 
condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena 
em regime fechado, o que não se confundiria com a imposição 
de regime de cumprimento da pena integralmente fechado. 
Assinalou que o legislador ordinário, em consonância com a 
CF/1988, teria feito uma opção válida, ao prever que, 
considerada a gravidade do crime de tortura, a execução da 
pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser cumprida 
inicialmente em regime fechado, sem prejuízo de posterior 
progressão (...). (1ª Turma-STF. HC 123316/SE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, 09/06/2015 - inf. 789). 
Já no STJ, há julgado do ano de 2016, ou seja, posterior à decisão retromencionada, que considerou 
o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 inconstitucional, de forma incidental. Esse julgado do STJ buscou seu 
fundamento no primeiro julgado do STF que declarou inconstitucional o art. 2º, §1º da lei de crimes 
hediondos: 
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista na Lei do Crime de Tortura foi superada pela 
Suprema Corte, de modo que a mera natureza do crime não 
configura fundamentação idônea a justificar a fixação do regime 
mais gravoso para os condenados pela prática de crimes 
hediondos e equiparados. Para estabelecer o regime prisional, 
deve o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo os 
parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e parágrafos do Código 
Penal. 2. O regime inicial fechado foi fixado pelo Magistrado de 
primeiro grau com base, exclusivamente, no disposto pelo art. 1°, 
§ 7°, da Lei n° 9.455/97, em manifesta contrariedade ao hodierno 
entendimento dos Tribunais Superiores. (...). (6ª Turma-STJ. RHC 
76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
11/10/2016). 
Perceba que o ideal seria que essa temática não fosse cobrada em prova objetiva (embora, em 
certas ocasiões essa temática já tenha sido abordada pelas bancas da carreira policial). 
 
EXTRATERRITORIALIDADE (ART. 2º) 
A extraterritorialidade é uma exceção ao princípio da territorialidade, que ensina que a lei penal 
deve ser aplicada dentro dos limites do nosso território nacional. A extraterritorialidade, por sua vez, 
leciona pela possibilidade de aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no exterior. Isso é o que dispõe 
o art. 2º: 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não 
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima 
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição 
brasileira. 
Duas situações ensejam a extraterritorialidade: 
a) Quando a vítima for brasileira. 
OU 
 
 
b) Quando o sujeito ativo estiver em local sob a jurisdição brasileira. 
 
Válido apontar ainda que para boa parte da doutrina o art. 2º trata de uma hipótese de 
extraterritorialidade incondicionada. Esse é o entendimento do professor Guilherme de Souza Nucci. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Analise a hipótese a seguir. Ao final da 
Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um 
movimento de proteção da dignidade da pessoa 
humana, direito esse que passou a ocupar status 
de valor constitucional supremo. Isso se deu 
principalmente em razão dos atos desumanos 
praticados tanto na Segunda Guerra Mundial, 
quanto na Primeira Guerra Mundial. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
2. Analise a hipótese a seguir. Após episódios 
como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, 
a sociedade passou a demandar que aqueles atos 
cruéis praticados nunca mais fossem repetidos, o 
que ensejou o surgimento de diversas normas 
internacionais que visavam à proteção e 
prevalência da dignidade da pessoa humana, 
bem como a coibição da tortura, atos cruéis e 
desumanos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
3. Analise a hipótese a seguir. A Constituição 
Federal de 1988 não foi a primeira a prever 
expressamente a prática de tortura em seu texto, 
já que outras normas já traziam essa previsão. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
4. Analise a hipótese a seguir. A Constituição 
Federal de 1988 prevê que ninguém será 
submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
5. Analise a hipótese a seguir. A Constituição 
Federal de 1988 prevê a tortura como crime 
suscetível de fiança. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
6. Analise a hipótese a seguir. A Constituição 
Federal de 1988 prevê a tortura como crime 
suscetível de graça e anistia. 
 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
7. Analise a hipótese a seguir. A Lei de Tortura, 
9.455/1997 revogou expressamente o artigo 233 
do ECA. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
8. Analise a hipótese a seguir. A Constituição 
Federal de 1988 trouxe o crime de tortura, 
tipificando-o. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
9. Analise a hipótese a seguir. Quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da 
prática de ato não previsto em lei ou não 
resultante de medida legal incorre na mesma 
pena do crime de tortura. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
10. Analise a hipótese abaixo: Aquele que se 
omite em face das condutas associadas ao crime 
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a 
quatro anos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
11. Aquele que se omite em face das condutas 
associadas ao crime de tortura, quando tinha o 
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena 
de: 
a) reclusão de 2 a 4 anos. 
b) detenção de 1 a 4 anos. 
c) detenção de 2 a 4 anos. 
d) reclusão de 1 a 4 anos. 
e) é uma conduta não tipificada 
 
12. Considere as situações a seguir. 
I. se o crime é cometido por agente público. 
II. se o crime é cometido contra criança. 
III. se o crime é cometido contra gestante. Quais 
delas são circunstâncias que aumentam a pena 
no crime de tortura de um sexto a um terço? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
13. Considere as situações abaixo. 
I. O condenado ao crime de tortura cumprirá a 
pena em regime inicialmente fechado. 
II. Se o crime de tortura é cometido mediante 
sequestro, a pena é aumentada. 
III. Se o crime de tortura é cometido por agente 
público, a pena é aumentada. Quais delas estão 
corretas em relação ao crime de tráfico 
internacional de arma de fogo? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
14. Assinale a alternativa correta em relação ao 
crime de tortura. 
a) Constitui crime de tortura mesmo quando o 
crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou 
encontrando-se o agente em local sob jurisdição 
brasileira. 
b) É suscetívelde fiança. 
 
 
c) É suscetível de anistia. 
d) É suscetível de graça. 
e) Nenhuma está correta. 
 
15. De acordo com o Estatuto do desarmamento, 
o crime de tortura é punido com: 
a) reclusão, de 6 a 12 anos. 
b) detenção, de 2 a 8 anos. 
c) reclusão, de 2 a 8 anos. 
d) detenção, de 4 a 8 anos. 
e) reclusão, de 8 a 16 anos. 
 
16. Considere as seguintes condutas: 
I. A Constituição Federal de 1988 prevê que 
ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante. 
II. A Lei de Tortura, 9.455/1997 revogou 
expressamente o artigo 233 do ECA. 
III. A Constituição Federal de 1988 trouxe o crime 
de tortura, tipificando-o. Quais estão corretas 
em relação à tortura? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas I e III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas II. 
 
17. Considere as seguintes afirmativas em 
relação à tortura: 
I. A Constituição Federal de 1988 não foi a 
primeira a prever expressamente a prática de 
tortura em seu texto, já que outras normas já 
traziam essa previsão. 
II. A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura 
como crime suscetível de graça e anistia. 
III. A Constituição Federal de 1988 prevê a 
tortura como crime inafiançável. 
Quais delas estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas II e III. 
d) Apenas III. 
e) Apenas II. 
 
18. De acordo com o a Lei nº 9.455/1997, Lei de 
Tortura, se do crime de tortura resultar morte, a 
pena será: 
a) reclusão, de 6 a 12 anos. 
b) detenção, de 8 a 12 anos. 
c) reclusão, de 8 a 12 anos. 
d) reclusão, de 8 a 16 anos. 
e) detenção, de 8 a 16 anos. 
 
19. A condenação ao crime de tortura acarretará 
a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício por quanto tempo? 
a) O mesmo tempo da pena aplicada. 
b) O dobro da pena aplicada. 
c) 5 anos. d) 10 anos. 
e) Não acarretará interdição para o seu exercício. 
 
21. Julgue o item que se segue: A Constituição 
Federal de 1988 prevê que ninguém será 
submetido a tortura, mas não faz qualquer 
referência a tratamento desumano ou 
degradante. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
22. Julgue o item que se segue: A Constituição 
Federal de 1988 prevê a tortura como crime 
inafiançável. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
23. Julgue o item que se segue: A Constituição 
Federal de 1988 prevê a tortura como crime 
insuscetível de graça e anistia. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
24. Julgue o item que se segue: O art. 233 do 
ECA, referente à tortura continua em vigor, mas 
apenas quando a vítima for criança ou 
adolescente. 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
25. Julgue o item que se segue: A Constituição 
não tipificou a tortura, mas trouxe um mandado 
constitucional de criminalização direcionado ao 
legislador ordinário. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
26. Julgue o item que se segue: A Lei de Tortura, 
9.455/1997 revogou tacitamente o artigo 233 do 
ECA. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
27. Julgue o item que se segue: Aquele que se 
omite em face das condutas associadas ao crime 
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de dois a 
oito anos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
28. Julgue o item que se segue: Se o crime de 
tortura resulta lesão corporal de natureza grave 
ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a 
dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
29. Julgue o item que se segue: A condenação ao 
crime de tortura acarretará a perda do cargo, 
função ou emprego público e a interdição para 
seu exercício pelo dobro do prazo da pena 
aplicada. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
30. Julgue o item que se segue: O condenado por 
crime previsto na lei de tortura, iniciará o 
cumprimento da pena em regime fechado 
sempre. Certo ( ) Errado ( ) 
 
31. Analise a hipótese abaixo: A tortura é um 
crime que pode ou não deixar vestígios. Certo ( ) 
Errado ( ) 
 
32. Analise a hipótese abaixo: Crime transeunte 
é aquele que não deixa vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
33. Analise a hipótese abaixo: A tortura não pode 
ser um crime transeunte. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
34. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura 
pode ser provado por meio de qualquer meio de 
prova admitido, prova testemunhal, prova 
documental etc. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
35. Analise a hipótese abaixo: A prova 
testemunhal não é a adequada para suprir o 
exame de corpo de delito no caso de 
desaparecimento dos vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
36. Analise a hipótese abaixo: O CPP 
expressamente determina que a confissão do 
acusado pode substituir o exame de corpo de 
delito quando o crime deixa vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
37. Analise a hipótese abaixo: Os delitos 
caracterizados como não transeuntes são 
aqueles que deixam vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
38. Analise a hipótese abaixo: Quando a infração 
deixar vestígios, será indispensável o exame de 
corpo de delito, direto apenas, não se admitindo 
o indireto. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
39. Analise a hipótese abaixo: Para os crimes de 
tortura, a ação penal cabível é a pública 
incondicionada. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
40. Analise a hipótese abaixo: Quanto à conduta, 
os crimes de tortura podem ser cometidos por 
ação (comissivo) ou omissão (omissivos). 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
41. Utilizando-se das ferramentas trazidas pelo 
Código de Processo Penal, o delito de tortura 
pode ser provado por meio de: 
a) Somente prova pericial. 
b) Qualquer meio de prova admitido. 
c) Somente corpo de delito. 
d) Somente por prova testemunhal. 
e) Somente por confissão 
 
42. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura: 
I. a tortura é um crime que pode ou não deixar 
vestígios. 
II. Crime transeunte é aquele que não deixa 
vestígios. 
III. a tortura pode ser um crime transeunte. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
43. Para os crimes de tortura, a ação penal 
cabível é: 
a) pública incondicionada. 
b) pública condicionada a requerimento. 
c) pública condicionada a representação. 
d) privada. e) privada subsidiária da pública. 
 
44. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura: 
I. ação penal cabível é a pública incondicionada. 
II. os crimes de tortura podem ser cometidos por 
ação (comissivo) ou omissão (omissivos). 
III. o elemento subjetivo nos crimes de tortura é 
o dolo. 
 
 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
45. Assinale a alternativa correta em relação ao 
crime de tortura: 
a) os crimes de tortura podem ser cometidos por 
ação (comissivo) ou omissão (omissivos). 
b) os crimes de tortura podem ser cometidos 
somente por ação (comissivo). 
c) os crimes de tortura podem ser cometidos 
somente por omissão (omissivos). 
d) o elemento subjetivo nos crimes de tortura é 
o dolo genérico sempre. 
e) Nenhuma está correta. 
 
46. Assinale a alternativa incorreta de acordo 
com o crime de tortura e a teoria da bomba 
relógio: 
a) A teoria da bomba relógio é uma teoria de 
origem norte-americana. 
b) A teoria da bomba relógio é aplicada no 
contexto de práticas terroristas. 
c) No Brasil, existem direitos absolutos. 
d) Vários doutrinadores rechaçam a Teoria da 
Bomba Relógio, pois entendem que é inaceitável 
a prática da “tortura institucionalizada” por parte 
do Estado. 
e) o emprego de tortura seria uma regressão 
quanto à tutela da dignidade da pessoa humana, 
conquistada a duras penas ao longo da história. 
 
 
 
47. Considere as seguintes condutas: 
I. A teoria da bomba relógio é uma teoria de 
origem norte-americana. 
II. No Brasil, existem direitos absolutos. 
III. A teoria da bomba relógio é aplicada no 
contexto de práticasterroristas. 
Quais estão corretas em relação à tortura? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) Apenas II. 
 
48. Considere as seguintes afirmativas em 
relação à tortura e a teoria dos crimes: 
I. Crime comum: aquele que pode ser cometido 
por qualquer pessoa e que não exige qualquer 
qualidade especial do sujeito ativo. 
II. Crime próprio: aquele que exige uma 
qualidade especial do sujeito ativo e que não 
podem ser cometidos por qualquer pessoa. 
III. A Lei de Tortura, quando traz os delitos do art. 
1º, inciso I (crimes comuns), destoa de vários 
documentos internacionais, bem como de 
normas internas de outros países. 
Quais delas estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas II e III. 
d) Apenas III. 
e) Todas estão corretas. 
 
49. Em relação à tortura assinale V para 
verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: 
 
 
( ) O crime transeunte é aquele cujos vestígios 
transitam, ou seja, eles não permanecem. 
( ) A tortura pode ser um crime transeunte. 
( ) Para os crimes de tortura, a ação penal cabível 
é a pública incondicionada. 
Qual alternativa preenche corretamente as 
lacunas? 
a) F – F – F. 
b) F – V – F. 
c) F – F – V. 
d) V – V – V. 
e) V – F – V. 
 
50. Em relação à tortura assinale V para 
verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: 
( ) O delito de tortura pode ser provado por meio 
de qualquer meio de prova admitido. 
 ( ) Os crimes de tortura não podem ser 
cometidos por omissão (omissivos). 
( ) Alguns delitos relacionados à tortura exigem o 
dolo específico, mas não todos. 
Qual alternativa preenche corretamente as 
lacunas? 
a) F – F – F. 
b) V – F – V. 
c) F – F – V. 
d) V – V – V. 
e) V – F – F. 
 
51. Julgue o item que se segue: Quanto à 
conduta, os crimes de tortura podem ser 
cometidos por ação (comissivo) apenas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
52. Julgue o item que se segue: Para os crimes 
de tortura, a ação penal cabível é a pública 
condicionada a representação. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
53. Julgue o item que se segue: Quando a 
infração deixar vestígios, será indispensável o 
exame de corpo de delito, direto ou indireto. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
54. Julgue o item que se segue: Os delitos 
caracterizados como não transeuntes são 
aqueles que não deixam vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
55. Julgue o item que se segue: O CPP 
expressamente determina que a confissão do 
acusado não pode substituir o exame de corpo 
de delito quando o crime deixa vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
56. Julgue o item que se segue: A prova 
testemunhal é a adequada para suprir o exame 
de corpo de delito no caso de desaparecimento 
dos vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
57. Julgue o item que se segue: O delito de 
tortura não pode ser provado por meio de 
qualquer meio de prova admitido, sendo 
limitadas as possibilidades. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
58. Julgue o item que se segue: A tortura pode 
ser um crime transeunte. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
59. Julgue o item que se segue: Crime transeunte 
é aquele que deixa vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
60. Julgue o item que se segue: A tortura é um 
crime que sempre deixa vestígios. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
61. Analise a hipótese abaixo: Constranger 
alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou 
mental reflete o denominado dolo genérico do 
crime de tortura. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
62. Analise a hipótese abaixo: Para configurar 
um crime da Lei de Tortura é necessário que o 
sujeito ativo pratique o dolo genérico, bem como 
alguma das alíneas do inciso, onde estão 
descritas as finalidades específicas (dolo 
específico). 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
63. Analise a hipótese abaixo: O indivíduo que 
constrange alguém com emprego de violência ou 
grave ameaça e causa sofrimento físico ou 
mental à vítima comete crime da Lei de Tortura 
sempre. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
64. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura 
com o fim de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa se trata 
da chamada tortura prova. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
65. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura 
para provocar ação ou omissão de natureza 
criminosa se trata da chamada tortura 
discriminatória. 
Certo ( ) Errado ( ) 
66. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura 
em razão de discriminação racial ou religiosa se 
trata da chamada tortura crime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
67. Analise a hipótese abaixo: A tortura prova, 
além dessa denominação, também pode ser 
chamada de tortura confissão, tortura 
inquisitorial, institucional, persecutória ou 
acusatória. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
68. Analise a hipótese abaixo: A tortura prova se 
consuma no momento em que o agente 
constrange alguém mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça independente de 
causar o sofrimento físico ou mental na vítima. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
69. Analise a hipótese abaixo: Quando o sujeito 
ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de 
mero exaurimento do crime, ou seja, isso 
influenciará na dosagem da pena, mas não 
diretamente na consumação do delito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
70. Analise a hipótese abaixo: A doutrina e 
jurisprudência admitem a chamada prova ilícita 
pro reo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
 
71. A respeito da tortura prova, assinale a 
alternativa incorreta: 
a) para se caracterizar a tortura prova é 
necessário que o agente constranja alguém com 
a finalidade de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
b) Se consuma no momento que o agente finaliza 
a agressão. 
c) quando o sujeito ativo atinge a finalidade 
pretendida, trata-se de mero exaurimento do 
crime. 
d) A tortura prova, além dessa denominação, 
também pode ser chamada de tortura confissão. 
e) A tortura prova, além dessa denominação, 
também pode ser chamada de tortura 
inquisitorial, institucional, persecutória ou 
acusatória 
 
72. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura prova: 
I. para se caracterizar a tortura prova é 
necessário que o agente constranja alguém com 
a finalidade de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
II. quando o sujeito ativo atinge a finalidade 
pretendida, trata-se de mero exaurimento do 
crime. 
III. Se consuma no momento que o agente 
constrange alguém mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça e causa o sofrimento 
físico ou mental na vítima. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
73. Quando o agente pratica o crime de tortura 
para provocar ação ou omissão de natureza 
criminosa ele está incorrendo no delito de: 
a) Tortura crime. 
b) Tortura prova. 
c) Tortura discriminatória. 
d) Tortura preconceito 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
74. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura crime: 
I. é um delito formal. 
II. admite a tentativa. 
III. A consumação da tortura crime também 
ocorre com o sofrimento causado mediante 
constrangimento praticado com violência ou 
grave ameaça. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
75. Quando o agente pratica o crime de tortura 
com o fim de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa ele está 
incorrendo no delito de: 
a) Tortura crime. 
b) Tortura prova. 
c) Tortura discriminatória. 
d) Tortura preconceito 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
 
 
76. Quando o agente pratica o crime de tortura 
em razão de discriminação racial ou religiosa ele 
está incorrendo no delito de: 
a) Tortura crime. 
b) Tortura prova. 
c) Tortura discriminatória.d) Tortura genérica 
e) Nenhuma das anteriores. 
 
77. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura crime: 
I. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou 
em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, 
só é punível o autor da coação ou da ordem. 
II. a exigibilidade de conduta diversa é um dos 
elementos da culpabilidade. 
III. o torturador responderá tanto pela tortura 
quanto pelo crime cometido pela vítima da 
tortura, a mando de si mesmo. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I, II e III. 
e) Apenas II. 
 
78. Considere as seguintes afirmativas em 
relação à tortura: 
I. Constranger alguém com emprego de violência 
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico 
ou mental reflete o denominado dolo genérico 
do crime de tortura. 
II. Para configurar um crime da Lei de Tortura é 
necessário que o sujeito ativo pratique o dolo 
genérico, bem como alguma das alíneas do 
inciso, onde estão descritas as finalidades 
específicas (dolo específico). 
III. O delito de tortura com o fim de obter 
informação, declaração ou confissão da vítima ou 
de terceira pessoa se trata da chamada tortura 
prova. Quais delas estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas II e III. 
d) Apenas III. 
e) Todas estão corretas. 
 
79. Em relação à tortura discriminatória, assinale 
V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a 
seguir: 
( ) Esse delito também pode receber as 
denominações de “tortura preconceito” ou 
“tortura racismo”. 
( ) Nele, a prática de tortura ocorre em razão de 
discriminação racial ou religiosa. 
( ) De forma majoritária, classifica-se o crime de 
tortura discriminatória como um crime formal. 
Qual alternativa preenche corretamente as 
lacunas? 
a) F – F – F 
b) F – V – F 
c) F – F – V 
d) V – V – V 
e) V – F – V 
 
80. Em relação à tortura discriminatória assinale 
V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a 
seguir: 
( ) De forma majoritária, define-se que o crime de 
tortura discriminatória admite tentativa 
 
 
( ) A motivação/finalidade do crime deve ser 
racial ou religiosa, de modo que não são 
admitidas outras formas de discriminação para a 
sua caracterização 
( ) É possível a caracterização da tortura 
discriminatória quando a motivação é a 
discriminação pela idade ou pelo sexo. 
Qual alternativa preenche corretamente as 
lacunas? 
a) F – F – F 
b) V – V - F 
c) F – F – V 
d) V – V – V 
e) V – F – F 
 
81. Julgue o item que se segue: A doutrina e 
jurisprudência não admitem a chamada prova 
ilícita pro reo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
82. Julgue o item que se segue: Quando o sujeito 
ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de 
mero exaurimento do crime, ou seja, isso 
influenciará na dosagem da pena e diretamente 
na consumação do delito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
83. Julgue o item que se segue: A tortura crime 
se consuma no momento em que o agente 
constrange alguém mediante o emprego de 
violência ou grave ameaça independente de 
causar o sofrimento físico ou mental na vítima. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
84. Julgue o item que se segue: A tortura 
discriminatória, além dessa denominação, 
também pode ser chamada de tortura confissão, 
tortura inquisitorial, institucional, persecutória 
ou acusatória. 
Certo ( ) Errado ( ) 
85. Julgue o item que se segue: O delito de 
tortura em razão de discriminação racial ou 
religiosa se trata da chamada tortura 
preconceito. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
86. Julgue o item que se segue: O delito de 
tortura para provocar ação ou omissão de 
natureza criminosa se trata da chamada tortura 
crime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
87. Julgue o item que se segue: O delito de 
tortura com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa se trata da chamada tortura crime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
88. Julgue o item que se segue: O indivíduo que 
constrange alguém com emprego de violência ou 
grave ameaça e causa sofrimento físico ou 
mental à vítima nem sempre comete crime da Lei 
de Tortura. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
89. Julgue o item que se segue: Para configurar 
um crime da Lei de Tortura é necessário que o 
sujeito ativo pratique o dolo genérico apenas. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
90. Julgue o item que se segue: Constranger 
alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou 
mental reflete o denominado dolo específico do 
crime de tortura. 
 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
91. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo 
também recebe o nome de punitiva. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
92. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo 
também recebe o nome de tortura pena. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
93. Analise a hipótese abaixo: Submeter alguém, 
sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso 
sofrimento físico ou mental, como forma de 
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter 
preventivo, configura o crime de tortura crime. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
94. Analise a hipótese abaixo: No delito de maus 
tratos, há uma intenção de disciplina, entretanto 
ocorreu um excesso no uso dos meios de 
correção. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
95. Analise a hipótese abaixo: Na tortura castigo, 
não existe a intenção de torturar, mas ocorre o 
intenso sofrimento físico e mental. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
96. Analise a hipótese abaixo: O crime de tortura 
castigo é muito mais brando do que o de maus 
tratos, pois ocorre o excesso nos meios de 
correção. Já para os maus tratos há intenso 
sofrimento físico ou mental. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
97. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo é 
um crime próprio, que exige uma condição 
especial do agente. 
Certo ( ) Errado ( ) 
98. Analise a hipótese abaixo: Com relação ao 
sujeito passivo do crime de tortura castigo, pode-
se se dizer que não existe especialidade, 
podendo recair sobre qualquer pessoa. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
99. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo é 
crime material, pois, ao ocasionar um intenso 
sofrimento físico ou mental, fatalmente já se 
atingiu a finalidade de castigo pessoal ou medida 
de caráter preventivo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
100. Analise a hipótese abaixo: A tortura por 
equiparação não exige a presença de dolo 
específico. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
101. Quem submete pessoa presa ou sujeita a 
medida de segurança a sofrimento físico ou 
mental, por intermédio da prática de ato não 
previsto em lei ou não resultante de medida 
legal, incorre no crime de: 
a) tortura por equiparação. 
b) tortura prova. 
c) tortura discriminatória. 
d) tortura castigo 
e) nenhuma das anteriores. 
 
102. Considere as situações abaixo a respeito da 
tortura castigo e dos maus tratos: 
 
 
I. No delito de maus tratos, há uma intenção de 
disciplina, entretanto ocorreu um excesso no uso 
dos meios de correção. 
II. Na tortura castigo, existe a intenção de 
torturar, e ocorre o intenso sofrimento físico e 
mental. 
III. Nos maus tratos, há um excesso nos meios de 
correção. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas II e III. 
e) Todas. 
 
103. Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou 
autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, 
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida 
de caráter preventivo incorre no delito de: 
a) tortura crime. 
b) tortura castigo. 
c) tortura discriminatória. 
d) tortura por equiparação 
e) nenhuma das anteriores. 
 
104. Quando o agente expõe a perigo a vida ou 
a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância, para fim de educação, ensino, 
tratamento ou custódia, quer privando-a de 
alimentação ou cuidados

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