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PROF. EDSON MEDEIROS (CACHORRÃO DE AÇO) – NOÇÕES DE DIREITO PENAL LEI Nº 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997 – LEI DE TORTURA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL TORTURA ASPECTOS INICIAIS NOÇÕES HISTÓRICAS Ao final da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um movimento de proteção da dignidade da pessoa humana, direito esse que passou a ocupar status de valor constitucional supremo. Isso se deu principalmente em razão dos atos desumanos praticados tanto na Segunda Guerra Mundial, quanto na Primeira Guerra Mundial. Após esses episódios históricos, a sociedade passou a demandar que aqueles atos cruéis praticados nunca mais se fossem repetidos, o que ensejou o surgimento de diversas normas internacionais que visavam à proteção e prevalência da dignidade da pessoa humana, bem como a coibição da tortura, atos cruéis e desumanos. A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura em seu texto, conforme ensina a doutrina. Leiam-se algumas normas internas de vedação à tortura: » Constituição Federal de 1988 – art. 5º, III e XLIII. » Art. 233, Lei nº 8.069/90 – já revogado. » Lei nº 9.455/97. Observe-se o que diz o art. 5º da CF: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Ressalta-se que a CF/88 foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura, mas ela não tipifica o ato, haja vista que essa não é a função dela. A sua previsão se trata de um mandado constitucional voltado ao legislador ordinário para que ele tipifique determinadas condutas, o que foi feito primeiramente com o art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente (já revogado): Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura: Pena – reclusão de um a cinco anos. § 1º Se resultar lesão corporal grave: Pena – reclusão de dois a oito anos. § 2º Se resultar lesão corporal gravíssima: Pena – reclusão de quatro a doze anos. § 3º Se resultar morte: Pena – reclusão de quinze a trinta anos. Tratava-se da tipificação da conduta de tortura, mas somente quando praticada contra criança ou adolescente. Sendo assim, não cumpria exatamente com o mandado constitucional por não abranger a todo tipo de pessoa. Em seguida, houve a edição da Lei nº 9.455/97 – a atual Lei de Tortura no Brasil, a qual cumpriu de forma ampla e satisfatória o mandado constitucional e, ainda, revogou expressamente o art. 233 do ECA. Quanto ao tema, podemos pensar em duas possíveis questões de prova: É certo dizer que a CF trouxe o crime de tortura, tipificando-o? ERRADO! Não é papel da Constituição tipificar condutas. Ela trouxe um mandado constitucional de criminalização direcionado ao legislador ordinário. É certo que o art. 233 do ECA continua em vigor, mas apenas quando a vítima for criança ou adolescente. ERRADO! O art. 233 do ECA foi revogado expressamente no ano de 1997, com o advento da Lei nº 9.455/97. ESQUEMATIZAÇÃO Os artigos da Lei de Tortura que todo aluno deve conhecer são os arts. 1º e 2º, sobre os quais será apresentado um panorama geral, a seguir: Portanto, o art. 1º – incisos I, II, §1° e §2° – da Lei nº 9.455/97 prevê as seguintes condutas criminosas: a) TORTURA PROVA: Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. b) TORTURA CRIME: Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. c) TORTURA DISCRIMINATÓRIA: Em razão de discriminação racial ou religiosa. d) TORTURA CASTIGO: Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. e) TORTURA POR EQUIPARAÇÃO: Submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. f) TORTURA OMISSÃO: Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las. CARACTERÍSTICAS BEM JURÍDICO E COMPETÊNCIA O bem jurídico nada mais é do que o valor fundamental que a norma buscou proteger ao criminalizar determinadas condutas. Diante disso, qual foi o valor que a Lei nº 9.455/97 visou tutelar? A dignidade da pessoa humana, mais especificamente em sua integridade física e psíquica. Veremos que todos os delitos comissivos previstos admitem tanto sofrimento físico quanto mental. Com relação à competência, temos que a Justiça Estadual será aquela competente para processar e julgar os crimes de tortura (em regra). No entanto, existe a possibilidade de a Justiça Federal processar e julgar crimes dessa natureza, quando estiverem configurados os requisitos do art. 109, inciso IV da Constituição Federal: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; Ainda existe a possibilidade de a Justiça Militar ser a competente para processar e julgar os crimes da Lei de Tortura. Para a melhor compreensão desse tema, é necessário analisar alguns aspectos da Lei nº 13.491/2017. Lembre-se de que a Justiça Militar é a competente para julgar crimes militares. Posto isso, antes da Lei nº 13.491/2017, os crimes militares eram aqueles previstos somente no Código Penal Militar, e os crimes de tortura não estão previstos neste código. Com o advento da lei mencionada, foram estendidas as hipóteses de crimes militares, incluindo- se os crimes previstos no Código Penal ou em Legislações Penais Extravagantes. Contudo nessas hipóteses o delito apenas será militar se cometido na forma do art. 9º, inciso II do CPM (militar em serviço ou no exercício de sua função). Vejamos o seguinte exemplo: Um militar, após o advento da Lei nº 13.491/2017, comete um crime contido na Lei de Tortura (ou seja, um crime previsto em legislação especial) enquanto estava em serviço. Nessa situação existe um crime militar, o qual será processado e julgado pela Justiça Militar. PRESCRITIBILIDADE Os crimes contidos na Lei de Tortura são prescritíveis (podem prescrever), aplicando-se os prazos prescricionais previstos no Código Penal. Lembrando que os únicos crimes imprescritíveis no ordenamento brasileiro são: ➢ RACISMO ➢ AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS CIVIS OU MILITARES CONTRA A ORDEM CONSTITUCIONAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO. ATENÇÃO! QUANDO ÀS AÇÕES DE REPARAÇÃO (ÂMBITO CÍVEL) DECORRENTES DE ATOS DE TORTURA PRATICADOS DURANTE O REGIME MILITAR, ELAS SÃO IMPRESCRITÍVEIS, CONFORME FIRMADO ENTENDIMENTO DO STJ. HEDIONDEZ A doutrina entende que os crimes de tortura não são hediondos propriamente ditos, mas sim equiparados/assemelhados a hediondo. Na prática não existe diferença, pois esses crimes sofrerão as mesmas consequências rígidas dispensadas aos delitos hediondos. Apesar disso, existe a exceção do art. 1º, § 2º, da Lei nº 9.455/97 (tortura por omissão), o qual não é considerado crime equiparado a hediondo (e nem mesmo hediondo). Portanto, é correto afirmar que apenas oscrimes de tortura comissivos são assemelhados a hediondo, aplicando-se a disciplina da Lei nº 8.072/90. PROVA DA TORTURA De início, a tortura é um crime que pode ou não deixar vestígios. Para melhor condução dos estudos, faremos uma subdivisão. Crime transeunte é aquele que não deixa vestígios. Uma dica para memorização é perceber que o crime transeunte é aquele cujos vestígios transitam, ou seja, eles não permanecem. Sendo assim, a tortura pode ser um crime transeunte (que não deixa vestígios), principalmente naqueles casos em que ela causa um sofrimento mental no indivíduo. Ou seja, tais sofrimentos permanecem apenas na psique da vítima, e não no mundo material. Nessas situações, como esse delito poderá ser provado? Utilizando-se das ferramentas trazidas pelo Código de Processo Penal, o delito de tortura pode ser provado por meio de qualquer meio de prova admitido – prova testemunhal, prova documental, entre outras. Por outro lado, existem os delitos caracterizados como não transeuntes, ou seja, aqueles que deixam vestígios. Nesse caso, os vestígios não transitam, mas permanecem. É o caso, por exemplo, da tortura física em que o autor constrange alguém fisicamente mediante violência para que um indivíduo confesse a prática de um crime (configuração do crime previsto no art. 1º, inciso I, alínea “a” da Lei nº 9.455/97). Em tais situações, quando o crime de tortura deixa vestígios, a prova é obrigatoriamente obtida por meio do exame de corpo de delito, nos termos do art. 158 do Código de Processo Penal. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Nota-se que o CPP expressamente determina que a confissão do acusado não pode substituir o exame de corpo de delito quando o crime deixa vestígios, sendo ele obrigatório nesses casos. Agora, vamos pensar na seguinte situação: A vítima de tortura registra o boletim de ocorrência somente 20 dias após o crime, sendo que os vestígios dele desapareceram nesse lapso temporal. Ainda é possível que ela faça o registro do boletim de ocorrência? Sim! Nada impede que a vítima proceda com o registro, mesmo considerando o espaço temporal. Nessas situações e em outras similares, aplica-se o teor do art. 167 do CPP. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Veja que a prova testemunhal é a adequada para suprir o exame de corpo de delito no caso de desaparecimento dos vestígios. TEORIA DA BOMBA RELÓGIO Trata-se de uma teoria de origem norte-americana, sendo aplicada no contexto de práticas terroristas. No Brasil, no âmbito do Direito Constitucional, estudamos que não há direito absoluto, nem mesmo o direito à vida – na hipótese de guerra declarada, a Constituição autoriza a pena de morte. Por outro lado, existe doutrina que entende que o direito a não ser torturado seria umexemplo de direito absoluto, pois não haveria qualquer situação em que se poderia pensar em autorizar a prática de tortura. A Teoria da Bomba Relógio vem justamente refletir entre os pontos acima mencionados. Para melhor compreensão da teoria, imaginemos a seguinte situação hipotética: Um perigoso terrorista instala uma bomba-relógio na Estação da Sé, em São Paulo. O terrorista instala a bomba na estação às 17h e o timer do artefato é de 1 hora (explodindo, portanto, às 18h). A polícia toma conhecimento do fato, mas não sabe onde está o explosivo. Às 17h30, a polícia apreende o criminoso, passando a indagá-lo sobre a localização da bomba, sendo que ele se nega a revelar o local. Em tal situação extrema, a Teoria da Bomba Relógio entende que é possível sacrificar o direito à integridade física do terrorista, prevalecendo o bem jurídico vida das várias pessoas que estão correndo risco dentro da estação. Sendo assim, é possível que os agentes públicos submetam o terrorista à tortura, objetivando que ele revele a localização do explosivo e a vida de pessoas inocentes seja preservada. Ou seja, trata-se do emprego da tortura de forma legítima pelos agentes do Estado, autorizada em situações extremas, principalmente no contexto de atos terroristas. Vários doutrinadores rechaçam a Teoria da Bomba Relógio, pois entendem que é inaceitável a prática da “tortura institucionalizada” por parte do Estado, mesmo frente a situações extremas. Além disso, o emprego de tortura seria uma regressão quanto à tutela da dignidade da pessoa humana, conquistada a duras penas ao longo da história. No contexto brasileiro, como não há recorrência da prática de atos terroristas, não existe a prevalência de um ou de outro entendimento. Sendo assim, para as provas de concursos basta saber o conceito da teoria e, também, que vários juristas a rechaçam por completo. OBSERVAÇÕES AÇÃO PENAL Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é a PÚBLICA INCONDICIONADA. Sendo assim, quando o Delegado de Polícia toma conhecimento da prática de tortura, ele imediatamente dá início às diligências e à instauração de inquérito policial (se for o caso). CONDUTA E ELEMENTO SUBJETIVO Quanto à conduta, os crimes de tortura podem ser cometidos por AÇÃO (COMISSIVO) ou OMISSÃO (OMISSIVOS). Quanto ao elemento subjetivo, nos crimes de tortura é o dolo. Ou seja, não existe a forma culposa para a prática de tortura, sendo dolosos todos os crimes previstos na Lei nº 9.455/97. Destaca-se que ALGUNS DELITOS EXIGEM O DOLO ESPECÍFICO, como é o caso daqueles previstos no art. 1º, incisos I (a, b, c) e II da Lei nº 9.455/97. Ou seja, todos os crimes previstos na Lei de Tortura requerem o dolo (genérico), mas alguns deles exigem um dolo específico (finalidade específica) do agente. Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Os delitos de tortura por equiparação (art. 1°, § 1°) e tortura omissão (art. 1°, § 2°) não exigem dolo específico. Portanto, se uma questão de prova afirma: todos os crimes previstos da Lei de Tortura exigem o dolo específico, isso está errado. SUJEITO ATIVO Para a compreensão do tema de sujeito ativo nos crimes de tortura, cabe relembrar os conceitos de crime comum e crime próprio. CRIME COMUM: aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa e que não exige qualquer qualidade especial do sujeito ativo. Na Lei de Tortura, tais crimes estão previstos no art. 1º, I, alíneas “a”, “b” e “c” (tortura prova, tortura crime e tortura discriminatória). CRIME PRÓPRIO: aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo e que não podem ser cometidos por qualquer pessoa. Na Lei de Tortura estão previstos no art. 1º, II e §§ 1º e 2º. Ademais, a Lei de Tortura, quando traz os delitos do art. 1º, inciso I (crimes comuns), destoa de vários documentos internacionais, bem como de normas internas de outros países. Isso porque, na maioria dos documentos internacionais e nas normas de outros países, só pode cometer o crime de tortura o sujeito ativo que seja agente público – ou seja, crimes próprios. Nota-se que a lei pátria trouxe uma ampliação no espectro de proteção às vítimas. Por essa razão, alguns doutrinadores a denominam de “lei jabuticaba”, tendo em vista que o fruto jabuticaba é próprio do Brasil, assim como a lei em estudo, que,quanto ao sujeito ativo, tem previsões praticamente exclusivas do Brasil. ART. 1º, INCISO I No que diz respeito ao inciso I, faz-se necessário estabelecer uma linha de raciocínio para, posteriormente, avançarmos para os delitos previstos nas alíneas. Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: (...). ART. 1º, INCISO I Art. 1º Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: A primeira observação importante é que as bancas cobram muito a literalidade da Lei de Tortura, sendo essencial que o aluno memorize o que traz os artigos da lei para realizar as provas, em todas as suas fases, inclusive a fase oral. O inciso I reflete o denominado dolo genérico. Quanto a isso pode-se questionar: o indivíduo que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça e causa sofrimento físico ou mental à vítima comete crime da Lei de Tortura? Não necessariamente. Nota-se que a disposição do inciso I traz somente o dolo genérico (ou somente dolo) e as alíneas, além do dolo genérico exigem o cumprimento de um dolo específico pelo agente para a caracterização do delito. Art. 1º (…) a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; ALÍNEA “A”: TORTURA PROVA. ALÍNEA “B”: TORTURA CRIME. ALÍNEA “C”: TORTURA DISCRIMINATÓRIA OU PRECONCEITO. Ou seja, para configurar um crime da Lei de Tortura é necessário que o sujeito ativo pratique o dolo genérico (descrito no inciso I), bem como alguma das alíneas do inciso, onde estão descritas as finalidades específicas (dolo específico). Além disso, destaca-se que não é necessário que o agente alcance efetivamente alguma das finalidades previstas nas alíneas, basta que ele dirija a sua conduta para alcançá-las, ou seja, é necessário que o agente dê início à conduta visando a consubstanciação de alguma das finalidades descritas nas alíneas do inciso I do art. 1º. ALÍNEA “A” – TORTURA PROVA OU TORTURA CONFISSÃO A tortura prova, além dessa denominação, também pode ser chamada de tortura confissão, tortura inquisitorial, institucional, persecutória ou acusatória. Continuando, para se caracterizar o crime descrito na alínea “a” do inciso I, do art. 1º, é necessário que o agente constranja alguém com a finalidade de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa – esta é a finalidade específica para este crime. Vejamos o seguinte exemplo: Imagine que um credor, o qual não possui documento de confissão de dívida, possui um devedor que não lhe paga. Um certo dia, o credor apreende o seu devedor, amarrando-o em uma cadeira e dá-lhe choques elétricos, causando ao devedor um sofrimento físico para que ele assine o documento de confissão de dívida e assim possa executá-lo em juízo. Nessa situação, o credor cometeu o crime previsto na alínea “a”. Tal crime se consuma no momento em que o agente constrange alguém mediante o emprego de violência ou grave ameaça e causa o sofrimento físico ou mental na vítima. Pouco importa se ele efetivamente conseguiu ou não a confissão, bastando que desde o início o agente esteja com essa pretensão (crime formal). Imagine que o sujeito ativo comece a desferir socos na vítima, com o intuito de obter a confissão de um delito, ou seja, já está constrangendo a vítima e lhe causando sofrimento. Ocorre que a vítima ainda não confessou e nesse momento a polícia chega no local e prende o agente em flagrante. Nessa situação, o crime está consumado? SIM! Perceba que o agente estava constrangendo a vítima, mediante violência e causando sofrimento físico, com a pretensão de que ela confessasse um crime. Sendo assim, quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento do crime, ou seja, isso influenciará na dosagem da pena, mas não diretamente na consumação do delito. Uma observação importante diz respeito às provas obtidas mediante tortura. Quando estudamos o Direito Processual Penal, temos que as provas ilícitas são inadmissíveis e devem ser desentranhadas do processo, conforme preleciona o art. 157 do CPP. Aprofundando um pouco mais, a doutrina e jurisprudência admitem a chamada prova ilícita pro reo. Ou seja, a prova que for ilícita, mas que for útil para provar a inocência do réu ou para algum fato importante à sua defesa, pode ser utilizada e mantida no processo, aplicando-se o princípio da proporcionalidade. Por exemplo: uma interceptação telefônica ilegal pode excepcionalmente ser utilizada no processo? PODE! Se essa prova em específico servir para provar a inocência do réu, ela poderá ser utilizada, caracterizando uma exceção à regra da inadmissibilidade das provas ilícitas. No entanto dentro das provas ilícitas pro reo existe outra exceção (um meio de prova que nunca poderá ser admitido). Trata-se da prova obtida mediante tortura para provar a inocência do réu; ou seja, quando o réu, para provar a sua inocência se utiliza da tortura para que alguém forneça determinada declaração. Este meio de prova jamais será aceito no processo penal, conforme ensinam os doutrinadores Renato Brasileiro e Norberto Avena, por se tratar de uma regressão na proteção dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana. ALÍNEA “B” – TORTURA CRIME Neste crime, a finalidade é provocar ação ou omissão de natureza criminosa. Para a melhor compreensão, vamos analisar o exemplo abaixo. Marcelo possui um antigo amigo, João, que costumava ser seu companheiro nas aulas de tiro. Atualmente, não são mais amigos, mas antigamente praticavam tiro esportivo juntos. Certo dia, Marcelo liga para João dizendo que ele está com sua esposa e filho na mira de um fuzil e que sabe que ambos estão em determinado parque, sendo que João tinha o conhecimento de que naquele dia e horário, sua esposa e filho estavam naquele parque. Marcelo encaminha uma foto dos familiares de João sob a mira do fuzil, dizendo que ele deverá matar a pessoa de Roberto dentro de 15 minutos e, caso contrário, sua esposa e filhos serão mortos. Ademais, João sabe que Marcelo é um exímio atirador e que sofre de problemas psicológicos, ou seja, não tem dúvidas de que Marcelo poderá fazer o que promete. Sendo assim, João não vê outra alternativa a não ser tirar a vida de Roberto. Portanto, nessa situação hipotética, Marcelo cometeu o crime previsto na alínea “b”. Novamente, estamos diante de um delito formal, que admite a tentativa. A consumação da tortura crime também ocorre com o sofrimento causado mediante constrangimento praticado com violência ou grave ameaça. Sendo assim, no exemplo apresentado, apenas com o sofrimento mental causado a João por Marcelo já configura o crime de tortura previsto na alínea “b”, não importando se João matou ou não Roberto. Por fim, resta-nos estudar a hipótese de o delito para o qual a vítima foi constrangida a cometer (ação ou omissão) ter sido efetivamente praticado. No exemplo, a hipótese de João ter matado Roberto, conforme determinou Marcelo mediante grave ameaça. Diante disso, devemos analisar primeiramente se existe a culpabilidade da vítima da tortura (João). Não existe, visto que a vítima de tortura não será responsabilizada pelo crime praticado, pois nesta ocasião ele agiu sob coação moral irresistível – prevista no art. 22 do Código Penal, a qual isenta o agente de pena. Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. O raciocínio que deve ser feito é que não era exigívelde João que ele adotasse conduta diversa daquela que foi perpetrada por ele, pois era muito provável que ele sacrificasse a sua família caso não cumprisse a ordem de Marcelo. Lembre-se que a exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade. Então, quando não se pode exigir outra conduta do agente, exclui-se a própria culpabilidade, não podendo ser aplicada pena a ele. Por sua vez, o torturador responderá tanto pela tortura quanto pelo crime cometido pela vítima da tortura, a mando de si mesmo. Ou seja, no exemplo citado, Marcelo responderá pelo crime de tortura praticado contra a pessoa de João em concurso com a conduta praticada por João (homicídio). Quanto à tortura, será considerado autor imediato, enquanto pela conduta criminosa de João, Marcelo será considerado autor mediato. Outra observação importante é que para a configuração do delito previsto na alínea “b”, exige-se que a ação ou omissão seja para a prática de um crime, não podendo ser uma contravenção penal. No caso de cometimento de uma contravenção penal estaríamos diante do crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146 do Código Penal. Note que na alínea “b” está descrito expressamente a finalidade de praticar a ação ou omissão de natureza criminosa. Ressalta-se que esse tema também já foi abordado em questões de prova. ALÍNEA “C” – TORTURA DISCRIMINATÓRIA Esse delito também pode receber as denominações de “tortura preconceito” ou “tortura racismo”. Nele, a prática de tortura ocorre em razão de discriminação racial ou religiosa. Vejamos o seguinte exemplo: Determinado sujeito que é adepto das ideologias nazistas avista um judeu e começa a espancá-lo, causando-lhe sofrimento físico, em razão de sua raça e religião. Neste caso está caracterizada a tortura prevista na alínea “c”. De forma majoritária, classifica-se o crime de tortura discriminatória como um crime formal e que admite tentativa. A observação que se faz importante quanto à alínea “c” é que esse delito não admite analogia. Ou seja, a motivação/finalidade do crime deve ser racial ou religiosa, de modo que não são admitidas outras formas de discriminação para a sua caracterização, sob pena de analogia in malam partem (vedada pelo Código Penal). Sendo assim, não é possível a caracterização da tortura discriminatória quando a motivação é a discriminação pela idade ou pelo sexo (admite-se somente a discriminação pela raça ou religião). Quanto a isso, pode surgir a dúvida com relação à decisão do STF na ADO 26/DF e no MI 4733, que entendeu ser possível a discriminação em relação à orientação sexual como apta a configurar crimes da Lei de Preconceito de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89). O STF entendeu que condutas consideradas homofóbicas ou transfóbicas podem caracterizar os crimes da Lei de Preconceito, bem como que o Congresso Nacional não abrangeu a proteção desses indivíduos. Destaca-se que esse entendimento não é aplicado à Lei de Tortura, mas apenas na Lei de Preconceito. Ou seja, não se aplica o mesmo entendimento jurisprudencial para a configuração do crime de tortura discriminatória, que só pode ocorrer em razão da raça ou religião. Ainda, tal entendimento é defendido pelo Professor Filipe Ávila e a professora Claudia Barros, no livro de Legislação Criminal, e ainda pelo professor Renato Brasileiro e Guilherme de Souza Nucci, embora esse último não discorra muito sobre essa questão. Sendo assim, pelo menos por enquanto, esse é o posicionamento mais adequado para o nosso concurso. TORTURA CASTIGO (ART. 1º, II) A tortura castigo também recebe o nome de punitiva, intimidatória, vingativa ou tortura pena. Qualquer dessas denominações poderão ser cobradas em prova. Art. 1º Constitui crime de tortura: (…) II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Cuidado com o advérbio “intenso”, pois no inciso I do mesmo artigo não é mencionado intenso sofrimento físico ou mental, mas apenas sofrimento físico ou mental. O “intenso” foi acrescentado somente na tortura castigo, demonstrando que existe um sofrimento além da média. Observe que na prática é difícil diferençar sofrimento de intenso sofrimento, contudo, como a norma traz essa diferenciação, é importante saber que o intenso apenas se aplica ao inciso II. A nossa impressão é que o legislador almejou diferenciar esse delito do de maus tratos, previsto no art. 136 do Código Penal. Atente-se também à parte gravada em vermelho no texto da lei: “(…) como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.”. Aqui, como nas alíneas do inciso I, há a existência do dolo específico, que estará preenchido com a presença de algumas dessas finalidades. Visualize o seguinte exemplo: “João tem um filho de 9 anos de idade que é muito ativo, brincalhão. Certo dia, essa criança chega suja em casa. João, ao visualizar essa cena, fica muito irritado, coloca seu filho em uma cadeira, pega uma bituca de cigarro acesa e começa a pressionar contra a pele da criança, causando-lhe, mediante violência, intenso sofrimento físico, como forma de aplicar um castigo”. Esse exemplo se encaixa perfeitamente no inciso II. João cometeu o crime de tortura castigo. TORTURA CASTIGO X MAUS TRATOS (ART. 136, CP) É importante saber a diferenciação entre o delito de tortura castigo e o de maus tratos, previsto no art. 136 do Código Penal. No delito de maus tratos, há uma intenção de disciplina, entretanto ocorreu um excesso no uso dos meios de correção. Já na tortura castigo, existe a intenção de torturar, e ocorre o intenso sofrimento físico e mental. São condutas distintas, que possuem intensões igualmente distintas. O crime de tortura castigo é muito mais grave, pois ocorre o intenso sofrimento físico ou mental. Já para os maus tratos há um excesso nos meios de correção. Maus-tratos Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Veja agora um exemplo prático que ajudará a visualizar com clareza a distinção entre os dois delitos. Certo dia, em uma Delegacia especializada em combater crimes sexuais contra crianças e adolescentes, uma mãe realizou um Boletim de Ocorrência, informando que sua filha de 13 anos de idade estava mantendo relações sexuais com um adolescente de 18 anos da região. Em decorrência disso foi instaurado um inquérito. Realizou- se exame de corpo de delito na menor, ficando constado a existência de marcas/lesões em sua perna. Em certo ponto foi necessário realizar a oitiva da mãe da menor, tendo sido questionado qual era a causa das marcas constatadas na perna da filha. Ela relatou que quando soube que a filha estava mantendo relações sexuais, ficou muito nervosa e agrediu a sua filha com um cabo de telefone. Afirmou ainda que tinha ciência que havia se excedido nos meios de correção, contudo a sua intensão era disciplinar a filha. Observe que esse contexto fático nos leva a concluir que aquela mãe praticou o crime de maus tratos do art. 136 do Código Penal. SUJEITOS DO CRIME Com relação ao sujeito ativo, não é qualquer pessoa que poderá cometer esse delito. Esse é um crime próprio, que exige uma condição especial do agente. Essa condição é possuir a guarda, poder ou autoridade sobre a vítima. Atente-se ao fato de que, embora esse crime seja próprio, não é cometido necessariamente por agente público, podendo ser realizado por um particular. Com relação ao sujeito passivo, a vítima também nãopoderá ser qualquer pessoa. Só poderá ser vítima desse delito quem está sujeito à guarda, ao poder ou à autoridade do sujeito ativo. Ficou claro que esse crime é próprio. Alguns doutrinadores, entretanto, vão além e o classificam como bipróprio, pois ele é próprio tanto em relação ao sujeito ativo quando ao passivo. ATENÇÃO! SE A SUA PROVA TROUXER QUE O CRIME DO INCISO II É UM CRIME PRÓPRIO, ESTÁ CORRETO. MAS SE O EXAMINADOR RESOLVER APROFUNDAR O TEMA, E INFORMAR QUE ESSE CRIME É BIPRÓPRIO, TAMBÉM ESTARÁ CORRETO. Há um julgado importante sobre esse tema, que diz respeito à desnecessidade de vinculo duradouro entre o sujeito ativo e o passivo para caracterização do crime de tortura castigo: (…) O policial militar que auxilia a polícia civil na contenção de rebelião em estabelecimento prisional, durante a operação, detém, legitimamente, guarda, poder e autoridade sobre osdetentos, podendo, nessa condição, ainda que momentânea, responder, em tese, pelo crime de tortura preconizado no art. 1º, inciso II da Lei nº 9.455/97 (…). 6ª Turma STJ. REsp 1738264/ DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/08/2018, inf. 533). Portanto, a guarda, o poder e a autoridade poderão ser exercidos de maneira momentânea para caracterização do delito, não necessitando ser um vínculo que demonstre ser duradouro ou permanente. Devemos ainda apontar que esse crime é material, ou seja, deve existir o resultado naturalístico para consumação do delito, sendo possível a tentativa. Para Guilherme de Souza Nucci e Cláudia Barros, esse delito é material, pois ao ocasionar um intenso sofrimento físico ou mental, fatalmente já se atingiu a finalidade de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. TORTURA POR EQUIPARAÇÃO (ART. 1º, § 1º) A tortura por equiparação é denominada por Renato Brasileiro como “tortura pela tortura”. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Esse delito é denominado de tortura por equiparação pois vai receber a mesma pena dos incisos I e II. Além disso, perceba que não há aqui a menção da violência ou grave ameaça. Também não se exige a presença de dolo específico, sendo necessário apenas o dolo genérico. Veja o seguinte exemplo: Um sujeito está preso na delegacia de polícia, e durante toda a madrugada ele grita e se debate dentro da cela. O policial então perde a paciência e começa a espancar aquele sujeito. Nesse caso o policial cometeu o crime de tortura por equiparação. SUJEITOS DO CRIME Quanto ao sujeito ativo, aquele que comete o crime, trata-se, para a maioria da doutrina, de crime próprio. Aqui a condição especial do sujeito ativo é aquele que tem a disponibilidade da pessoa presa ou sujeita à medida de segurança. Geralmente o sujeito ativo é o agente público encarregado dos encarcerados. A professora Claudia Barros entende que aqui há um delito necessariamente funcional, ou seja, apenas um funcionário público/agente público poderá cometer esse delito. Nesse ponto há certa divergência, pois alguns doutrinadores vão entender que em relação ao sujeito ativo se trata de um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O professor Rogério Sanches se filia a essa corrente. Em relação ao sujeito passivo, igualmente não é qualquer pessoa que poderá ser vítima desse delito, apenas quem estiver preso ou sujeito a medida de segurança. Assim, aqui também cabe dizer que é um crime biprópio. Atente-se ao fato de que quando o tipo penal fala em “preso”, ele está se referindo ao preso em virtude de sentença condenatória transitada em julgado, prisão em flagrante, prisão preventiva, temporária, administrativa e até mesmo a civil. Portanto a expressão “preso” é muito ampla. De igual maneira, quando a norma fala em “medida de segurança” se refere àquele submetido à internação ou tratamento ambulatorial. Esse crime é material, exigindo-se a produção do resultado naturalístico para consumação do delito, cabendo também a tentativa. TORTURA OMISSIVA (ART. 1º, § 2º) Nessa hipótese nós temos um ato de tortura seguido de uma omissão. Entretanto não é qualquer omissão, mas de quem tem o dever de evitar o ato de tortura que está acontecendo ou de quem tem o dever de apurar um ato de tortura que aconteceu no passado: § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Quando falamos em “ato de tortura” estamos nos referindo a qualquer uma das hipóteses de crime de tortura praticados por ação (I, II ou §1º), já estudados. Portanto, esse tipo prevê a omissão de quem tem o dever de evitar ou de apurar tais atos, ou seja, um crime de tortura por ação que está acontecendo ou que aconteceu no passado. ATENÇÃO! Esse é o ÚNICO CRIME OMISSIVO DA LEI DE TORTURA. Além disso, esse é o único crime punido com detenção. Outro ponto é que esse crime NÃO É CRIME HEDIONDO NEM EQUIPARADO A HEDIONDO. Por fim, ressaltamos que esse tipo NÃO EXIGE A OCORRÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO, bastando apenas o dolo genérico, assim como acontece na tortura por equiparação. Passaremos dois exemplos para ajudar a visualizar com mais clareza esse tipo: João tem um filho de 9 anos de idade que é muito ativo, brincalhão. Certo dia, essa criança chega suja em casa. João, ao visualizar essa cena, fica muito irritado, coloca seu filho em uma cadeira, pega uma bituca de cigarro acesa, e começa a pressionar contra a pele da criança, causando-lhe, mediante violência, intenso sofrimento físico, como forma de aplicar um castigo. Nesse cenário, João está cometendo o crime do art. 1º, II – tortura castigo. Imagine ainda que nesse momento em que o pai está aplicando o castigo em seu filho, a mãe da criança chega em casa e presencia o ato. Apesar de não concordar com isso, a progenitora entende que como a educação do seu filho cabe ao pai, ela nada faz para impedir que o castigo continue. Observe, portanto, que a mãe nada faz quando ela podia e devia agir para evitar esse ato de tortura. Ela não responderá por tortura castigo, mas pelo crime específico de tortura omissiva, do art. 1º, § 2º (pois tinha o dever de evitar o ato). Imagine que um delegado ao chegar para iniciar o seu plantão, encontra um encarcerado todo ensanguentado na cela. Ao analisar as filmagens das câmeras de segurança, ele descobre que no dia anterior agentes de polícia daquela delegacia adentraram na cela e espancaram o preso. Aqueles agentes, em tese, cometeram o crime de tortura por equiparação (art. 1º, § 1º). O delegado, visando não criar animosidade na delegacia, se omite, não realizando a apuração do ato de tortura que aconteceu no dia anterior. Nesse caso, esse delegado deverá responder pelo crime de tortura por omissão, pois diante de um ato de tortura que aconteceu no passado ele se omitiu, quando tinha o dever de apurar essa conduta. É um crime próprio quanto ao sujeito ativo. Não é qualquer pessoa que poderá cometer esse delito. Ou seja, não é qualquer pessoa que se omite diante de um ato de tortura que vai responder pelo § 2º. Apenas responderá quem tem o dever de evitar ou de apurar esse ilícito. Quanto ao dever de apurar, a doutrina ensina que há um delito funcional, ou seja, apenas poderá ser cometido por um agente público. Isso porque somente os agentes públicos é que possuem o dever de apurar os delitos. Quanto ao sujeito passivo, qualquer pessoa poderá ser vítima desse crime. Crime formal, não sendo possível a figura da tentativa. Existe divergência nesse ponto, vez que alguns doutrinadores entendem que esse crime é de mera conduta e outros que é crime material. Entretanto, o doutrinador Guilherme de Souza Nucci posiciona-se nosentido de que esse crime de fato é formal. QUALIFICADORAS E CASAS DE AUMENTO DE PENA (ART. 1º, §§ 3º E 4º) QUALIFICADORAS (§3º) A qualificadora do crime de tortura se encontra no §3º do art. 1º: § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Observações: Se a lesão corporal resultante da tortura for de natureza leve, ela será absorvida. A lesão que qualificará a tortura é apenas a grave ou a gravíssima. Para que exista a qualificadora do § 3º, é necessária a presença de um crime de tortura, que resulte ou em lesão corporal grave/gravíssima ou em morte. Muito cuidado, pois com relação à tortura há a necessidade da presença de dolo, pois não há crime de tortura culposo. Contudo quanto ao resultado agravador (lesão corporal grave/gravíssima ou morte), deve necessariamente ocorrer a título de culpa, caso contrário não haverá essa qualificadora. Portanto, concluímos que estamos diante de um delito preterdoloso, que exigirá um dolo no antecedente (tortura) e culpa no consequente (resultado agravador). Veja um exemplo que não caracterizará a qualificadora: um sujeito quer cometer um homicídio contra um desafeto. Para que atinja esse resultado, ele se utiliza da tortura como instrumento para chegar ao homicídio. Nesse caso ele tinha o dolo de produzir o resultado morte, portanto ele não responderá por nenhum crime da lei de tortura, mas pelo delito do art. 121, § 2º, III, do Código Penal, homicídio qualificado pela tortura. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§ 4º) As causas de aumento de pena dispostas no § 4º podem ser aplicadas a todos os delitos da lei de tortura, seja por ação ou por omissão. Prevalece na doutrina que essas causas poderão ser aplicadas, inclusive, às hipóteses de qualificadoras do § 3º. § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I – se o crime é cometido por agente público; II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; III – se o crime é cometido mediante seqüestro. 1. INCISO I: “SE O CRIME É COMETIDO POR AGENTE PÚBLICO” O primeiro inciso trata do agente público. Incidirá essa causa de aumento de pena se o crime for cometido por um agente público no exercício da função ou em razão dela. O conceito de agente público para a maior parte da doutrina está no art. 327 do Código Penal: Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. O professor Renato Brasileiro, por sua vez, ensina que a partir da vigência da nova lei de abuso de autoridade (Lei nº 13.869/19), o conceito de agente público deve ser extraído do art. 2º dessa norma: Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a: I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II – membros do Poder Legislativo; III – membros do Poder Executivo; IV – membros do Poder Judiciário; V – membros do Ministério Público; VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas. Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo. 2. INCISO II: “SE O CRIME É COMETIDO CONTRA CRIANÇA, GESTANTE, PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, ADOLESCENTE OU MAIOR DE 60 (SESSENTA) ANOS” É necessário memorizar todas essas hipóteses. Atente-se que o inciso falar em maior de 60 anos, e não igual a 60 anos. Só incidirá essa causa de aumento de pena caso alguma dessas condições ingresse no dolo do agente. Se o autor não souber que a vítima que ele está torturando está gestante, por exemplo, não incidirá a causa de aumento de pena. 3. INCISO III: “SE O CRIME É COMETIDO MEDIANTE SEQUESTRO.” Embora esse tipo penal apenas mencione o sequestro, aqui também é incluído o cárcere privado. Para que ocorra a imputação dessa causa de aumento, o sujeito sequestrará a vítima a fim de ter maior disponibilidade para torturá-la. Observe que aqui não incidirá o crime de sequestro do art. 148 do Código Penal. ATENÇÃO! Uma situação diferente é a do sujeito que comete o crime de sequestro ou cárcere privado do art. 148 do CP, e em razão desse delito em si, ele acaba ocasionando um grave sofrimento físico ou moral na vítima. Observe que o sofrimento físico ou moral não advém de atos de tortura, mas do próprio sequestro. Nesse caso, incidirá a qualificadora do §2º do art. 148 do CP: “§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus- tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:” CONSEQUÊNCIAS (ART. 1ª, §§ 5º, 6º, 7º) EFEITOS DA CONDENAÇÃO (§ 5º) A condenação por delito da lei de tortura, irá ocasionar a perda do cargo, emprego ou função pública. Além disso, acarretará também uma interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada na condenação. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Se a condenação pelo crime de tortura foi de 10 anos, a interdição para o exercício de cargo, emprego ou função pública será por 20 anos. Esse feito da condenação é automático: mesmo se o juiz não mencioná-lo na decisão, será automaticamente aplicado. VEDAÇÕES (§ 6º) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, conforme determina o §6º: § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Observe que nem o § 6º da lei de tortura, nem a Constituição Federal em seu art. 5º, XLIII, vedam a concessão de indulto ao crime de tortura. Entretanto, a Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) traz, além da vedação à graça e a anistia, a proibição da concessão de indulto para os crimes hediondos e equiparados. A tortura é um crime equiparado a hediondo, com exceção da omissão. Portanto, para a maioria da doutrina, também é vedada a concessão de indulto nos crimes comissivos de tortura. Parte minoritária da doutrina entende em sentido contrário, admitindo a possibilidade de concessão do indulto para tais delitos. A liberdade provisória é possível nos crimes de tortura, mas sempre sem fiança, já que se trata de crime inafiançável. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA (§ 7º) Nas hipóteses do sujeito condenado por tortura comissiva, o regime inicial de cumprimento de pena é o fechado: § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Na lei de crimes hediondos, no art. 2º, § 1º, há uma disposição similar, de regime inicial fechado para aqueles que forem condenados por crime hediondo ou equiparado. A tortura praticada por ação é um crime equiparado a hediondo. O problema é que esse dispositivo da lei de crimes hediondos foi declarado inconstitucional pelo STF. Na visão do STF, não cabe ao legislador, de antemão, definir o regime inicial de cumprimento da pena adequado, sob pena de ferir o princípio da individualização da pena. Essa é uma tarefa que cabe ao juiz na análise do caso concreto.Acontece que o próprio Supremo Tribunal Federal, no ano de 2015, julgou constitucional o § 7º da lei de tortura, decisão que foi publicada por meio do informativo 789: O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, nos termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei 9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa orientação, a Primeira Turma denegou pedido formulado em “habeas corpus”, no qual se pretendia o reconhecimento de constrangimento ilegal consubstanciado na fixação, em sentença penal transitada em julgado, do cumprimento das penas impostas aos pacientes em regime inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes a ocorrência de violação ao princípio da individualização da pena, uma vez que desrespeitados os artigos 33, § 3º, e 59 do CP. Apontavam a existência de similitude entre o disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o previsto no art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes Hediondos, dispositivo legal que já teria sido declarado inconstitucional pelo STF (...) O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o regime inicial de cumprimento das penas fixadas atenderiam aos ditames legais. Asseverou não caber articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a regência específica (Lei nº 9.455/1997) prevê expressamente que o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, o que não se confundiria com a imposição de regime de cumprimento da pena integralmente fechado. Assinalou que o legislador ordinário, em consonância com a CF/1988, teria feito uma opção válida, ao prever que, considerada a gravidade do crime de tortura, a execução da pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser cumprida inicialmente em regime fechado, sem prejuízo de posterior progressão (...). (1ª Turma-STF. HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, 09/06/2015 - inf. 789). Já no STJ, há julgado do ano de 2016, ou seja, posterior à decisão retromencionada, que considerou o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 inconstitucional, de forma incidental. Esse julgado do STJ buscou seu fundamento no primeiro julgado do STF que declarou inconstitucional o art. 2º, §1º da lei de crimes hediondos: 1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista na Lei do Crime de Tortura foi superada pela Suprema Corte, de modo que a mera natureza do crime não configura fundamentação idônea a justificar a fixação do regime mais gravoso para os condenados pela prática de crimes hediondos e equiparados. Para estabelecer o regime prisional, deve o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e parágrafos do Código Penal. 2. O regime inicial fechado foi fixado pelo Magistrado de primeiro grau com base, exclusivamente, no disposto pelo art. 1°, § 7°, da Lei n° 9.455/97, em manifesta contrariedade ao hodierno entendimento dos Tribunais Superiores. (...). (6ª Turma-STJ. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 11/10/2016). Perceba que o ideal seria que essa temática não fosse cobrada em prova objetiva (embora, em certas ocasiões essa temática já tenha sido abordada pelas bancas da carreira policial). EXTRATERRITORIALIDADE (ART. 2º) A extraterritorialidade é uma exceção ao princípio da territorialidade, que ensina que a lei penal deve ser aplicada dentro dos limites do nosso território nacional. A extraterritorialidade, por sua vez, leciona pela possibilidade de aplicação da lei brasileira a crimes cometidos no exterior. Isso é o que dispõe o art. 2º: Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Duas situações ensejam a extraterritorialidade: a) Quando a vítima for brasileira. OU b) Quando o sujeito ativo estiver em local sob a jurisdição brasileira. Válido apontar ainda que para boa parte da doutrina o art. 2º trata de uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada. Esse é o entendimento do professor Guilherme de Souza Nucci. 1. Analise a hipótese a seguir. Ao final da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um movimento de proteção da dignidade da pessoa humana, direito esse que passou a ocupar status de valor constitucional supremo. Isso se deu principalmente em razão dos atos desumanos praticados tanto na Segunda Guerra Mundial, quanto na Primeira Guerra Mundial. Certo ( ) Errado ( ) 2. Analise a hipótese a seguir. Após episódios como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, a sociedade passou a demandar que aqueles atos cruéis praticados nunca mais fossem repetidos, o que ensejou o surgimento de diversas normas internacionais que visavam à proteção e prevalência da dignidade da pessoa humana, bem como a coibição da tortura, atos cruéis e desumanos. Certo ( ) Errado ( ) 3. Analise a hipótese a seguir. A Constituição Federal de 1988 não foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura em seu texto, já que outras normas já traziam essa previsão. Certo ( ) Errado ( ) 4. Analise a hipótese a seguir. A Constituição Federal de 1988 prevê que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Certo ( ) Errado ( ) 5. Analise a hipótese a seguir. A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime suscetível de fiança. Certo ( ) Errado ( ) 6. Analise a hipótese a seguir. A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime suscetível de graça e anistia. Certo ( ) Errado ( ) 7. Analise a hipótese a seguir. A Lei de Tortura, 9.455/1997 revogou expressamente o artigo 233 do ECA. Certo ( ) Errado ( ) 8. Analise a hipótese a seguir. A Constituição Federal de 1988 trouxe o crime de tortura, tipificando-o. Certo ( ) Errado ( ) 9. Analise a hipótese a seguir. Quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal incorre na mesma pena do crime de tortura. Certo ( ) Errado ( ) 10. Analise a hipótese abaixo: Aquele que se omite em face das condutas associadas ao crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Certo ( ) Errado ( ) 11. Aquele que se omite em face das condutas associadas ao crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de: a) reclusão de 2 a 4 anos. b) detenção de 1 a 4 anos. c) detenção de 2 a 4 anos. d) reclusão de 1 a 4 anos. e) é uma conduta não tipificada 12. Considere as situações a seguir. I. se o crime é cometido por agente público. II. se o crime é cometido contra criança. III. se o crime é cometido contra gestante. Quais delas são circunstâncias que aumentam a pena no crime de tortura de um sexto a um terço? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 13. Considere as situações abaixo. I. O condenado ao crime de tortura cumprirá a pena em regime inicialmente fechado. II. Se o crime de tortura é cometido mediante sequestro, a pena é aumentada. III. Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada. Quais delas estão corretas em relação ao crime de tráfico internacional de arma de fogo? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 14. Assinale a alternativa correta em relação ao crime de tortura. a) Constitui crime de tortura mesmo quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. b) É suscetívelde fiança. c) É suscetível de anistia. d) É suscetível de graça. e) Nenhuma está correta. 15. De acordo com o Estatuto do desarmamento, o crime de tortura é punido com: a) reclusão, de 6 a 12 anos. b) detenção, de 2 a 8 anos. c) reclusão, de 2 a 8 anos. d) detenção, de 4 a 8 anos. e) reclusão, de 8 a 16 anos. 16. Considere as seguintes condutas: I. A Constituição Federal de 1988 prevê que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. II. A Lei de Tortura, 9.455/1997 revogou expressamente o artigo 233 do ECA. III. A Constituição Federal de 1988 trouxe o crime de tortura, tipificando-o. Quais estão corretas em relação à tortura? a) Apenas I. b) Apenas II e III. c) Apenas I e III. d) Apenas I e II. e) Apenas II. 17. Considere as seguintes afirmativas em relação à tortura: I. A Constituição Federal de 1988 não foi a primeira a prever expressamente a prática de tortura em seu texto, já que outras normas já traziam essa previsão. II. A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime suscetível de graça e anistia. III. A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime inafiançável. Quais delas estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) Apenas III. e) Apenas II. 18. De acordo com o a Lei nº 9.455/1997, Lei de Tortura, se do crime de tortura resultar morte, a pena será: a) reclusão, de 6 a 12 anos. b) detenção, de 8 a 12 anos. c) reclusão, de 8 a 12 anos. d) reclusão, de 8 a 16 anos. e) detenção, de 8 a 16 anos. 19. A condenação ao crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por quanto tempo? a) O mesmo tempo da pena aplicada. b) O dobro da pena aplicada. c) 5 anos. d) 10 anos. e) Não acarretará interdição para o seu exercício. 21. Julgue o item que se segue: A Constituição Federal de 1988 prevê que ninguém será submetido a tortura, mas não faz qualquer referência a tratamento desumano ou degradante. Certo ( ) Errado ( ) 22. Julgue o item que se segue: A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime inafiançável. Certo ( ) Errado ( ) 23. Julgue o item que se segue: A Constituição Federal de 1988 prevê a tortura como crime insuscetível de graça e anistia. Certo ( ) Errado ( ) 24. Julgue o item que se segue: O art. 233 do ECA, referente à tortura continua em vigor, mas apenas quando a vítima for criança ou adolescente. Certo ( ) Errado ( ) 25. Julgue o item que se segue: A Constituição não tipificou a tortura, mas trouxe um mandado constitucional de criminalização direcionado ao legislador ordinário. Certo ( ) Errado ( ) 26. Julgue o item que se segue: A Lei de Tortura, 9.455/1997 revogou tacitamente o artigo 233 do ECA. Certo ( ) Errado ( ) 27. Julgue o item que se segue: Aquele que se omite em face das condutas associadas ao crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de dois a oito anos. Certo ( ) Errado ( ) 28. Julgue o item que se segue: Se o crime de tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Certo ( ) Errado ( ) 29. Julgue o item que se segue: A condenação ao crime de tortura acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Certo ( ) Errado ( ) 30. Julgue o item que se segue: O condenado por crime previsto na lei de tortura, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado sempre. Certo ( ) Errado ( ) 31. Analise a hipótese abaixo: A tortura é um crime que pode ou não deixar vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 32. Analise a hipótese abaixo: Crime transeunte é aquele que não deixa vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 33. Analise a hipótese abaixo: A tortura não pode ser um crime transeunte. Certo ( ) Errado ( ) 34. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura pode ser provado por meio de qualquer meio de prova admitido, prova testemunhal, prova documental etc. Certo ( ) Errado ( ) 35. Analise a hipótese abaixo: A prova testemunhal não é a adequada para suprir o exame de corpo de delito no caso de desaparecimento dos vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 36. Analise a hipótese abaixo: O CPP expressamente determina que a confissão do acusado pode substituir o exame de corpo de delito quando o crime deixa vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 37. Analise a hipótese abaixo: Os delitos caracterizados como não transeuntes são aqueles que deixam vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 38. Analise a hipótese abaixo: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto apenas, não se admitindo o indireto. Certo ( ) Errado ( ) 39. Analise a hipótese abaixo: Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é a pública incondicionada. Certo ( ) Errado ( ) 40. Analise a hipótese abaixo: Quanto à conduta, os crimes de tortura podem ser cometidos por ação (comissivo) ou omissão (omissivos). Certo ( ) Errado ( ) 41. Utilizando-se das ferramentas trazidas pelo Código de Processo Penal, o delito de tortura pode ser provado por meio de: a) Somente prova pericial. b) Qualquer meio de prova admitido. c) Somente corpo de delito. d) Somente por prova testemunhal. e) Somente por confissão 42. Considere as situações abaixo a respeito da tortura: I. a tortura é um crime que pode ou não deixar vestígios. II. Crime transeunte é aquele que não deixa vestígios. III. a tortura pode ser um crime transeunte. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 43. Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é: a) pública incondicionada. b) pública condicionada a requerimento. c) pública condicionada a representação. d) privada. e) privada subsidiária da pública. 44. Considere as situações abaixo a respeito da tortura: I. ação penal cabível é a pública incondicionada. II. os crimes de tortura podem ser cometidos por ação (comissivo) ou omissão (omissivos). III. o elemento subjetivo nos crimes de tortura é o dolo. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 45. Assinale a alternativa correta em relação ao crime de tortura: a) os crimes de tortura podem ser cometidos por ação (comissivo) ou omissão (omissivos). b) os crimes de tortura podem ser cometidos somente por ação (comissivo). c) os crimes de tortura podem ser cometidos somente por omissão (omissivos). d) o elemento subjetivo nos crimes de tortura é o dolo genérico sempre. e) Nenhuma está correta. 46. Assinale a alternativa incorreta de acordo com o crime de tortura e a teoria da bomba relógio: a) A teoria da bomba relógio é uma teoria de origem norte-americana. b) A teoria da bomba relógio é aplicada no contexto de práticas terroristas. c) No Brasil, existem direitos absolutos. d) Vários doutrinadores rechaçam a Teoria da Bomba Relógio, pois entendem que é inaceitável a prática da “tortura institucionalizada” por parte do Estado. e) o emprego de tortura seria uma regressão quanto à tutela da dignidade da pessoa humana, conquistada a duras penas ao longo da história. 47. Considere as seguintes condutas: I. A teoria da bomba relógio é uma teoria de origem norte-americana. II. No Brasil, existem direitos absolutos. III. A teoria da bomba relógio é aplicada no contexto de práticasterroristas. Quais estão corretas em relação à tortura? a) Apenas I. b) Apenas II e III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) Apenas II. 48. Considere as seguintes afirmativas em relação à tortura e a teoria dos crimes: I. Crime comum: aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa e que não exige qualquer qualidade especial do sujeito ativo. II. Crime próprio: aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo e que não podem ser cometidos por qualquer pessoa. III. A Lei de Tortura, quando traz os delitos do art. 1º, inciso I (crimes comuns), destoa de vários documentos internacionais, bem como de normas internas de outros países. Quais delas estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) Apenas III. e) Todas estão corretas. 49. Em relação à tortura assinale V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: ( ) O crime transeunte é aquele cujos vestígios transitam, ou seja, eles não permanecem. ( ) A tortura pode ser um crime transeunte. ( ) Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é a pública incondicionada. Qual alternativa preenche corretamente as lacunas? a) F – F – F. b) F – V – F. c) F – F – V. d) V – V – V. e) V – F – V. 50. Em relação à tortura assinale V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: ( ) O delito de tortura pode ser provado por meio de qualquer meio de prova admitido. ( ) Os crimes de tortura não podem ser cometidos por omissão (omissivos). ( ) Alguns delitos relacionados à tortura exigem o dolo específico, mas não todos. Qual alternativa preenche corretamente as lacunas? a) F – F – F. b) V – F – V. c) F – F – V. d) V – V – V. e) V – F – F. 51. Julgue o item que se segue: Quanto à conduta, os crimes de tortura podem ser cometidos por ação (comissivo) apenas. Certo ( ) Errado ( ) 52. Julgue o item que se segue: Para os crimes de tortura, a ação penal cabível é a pública condicionada a representação. Certo ( ) Errado ( ) 53. Julgue o item que se segue: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. Certo ( ) Errado ( ) 54. Julgue o item que se segue: Os delitos caracterizados como não transeuntes são aqueles que não deixam vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 55. Julgue o item que se segue: O CPP expressamente determina que a confissão do acusado não pode substituir o exame de corpo de delito quando o crime deixa vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 56. Julgue o item que se segue: A prova testemunhal é a adequada para suprir o exame de corpo de delito no caso de desaparecimento dos vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 57. Julgue o item que se segue: O delito de tortura não pode ser provado por meio de qualquer meio de prova admitido, sendo limitadas as possibilidades. Certo ( ) Errado ( ) 58. Julgue o item que se segue: A tortura pode ser um crime transeunte. Certo ( ) Errado ( ) 59. Julgue o item que se segue: Crime transeunte é aquele que deixa vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 60. Julgue o item que se segue: A tortura é um crime que sempre deixa vestígios. Certo ( ) Errado ( ) 61. Analise a hipótese abaixo: Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental reflete o denominado dolo genérico do crime de tortura. Certo ( ) Errado ( ) 62. Analise a hipótese abaixo: Para configurar um crime da Lei de Tortura é necessário que o sujeito ativo pratique o dolo genérico, bem como alguma das alíneas do inciso, onde estão descritas as finalidades específicas (dolo específico). Certo ( ) Errado ( ) 63. Analise a hipótese abaixo: O indivíduo que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça e causa sofrimento físico ou mental à vítima comete crime da Lei de Tortura sempre. Certo ( ) Errado ( ) 64. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa se trata da chamada tortura prova. Certo ( ) Errado ( ) 65. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura para provocar ação ou omissão de natureza criminosa se trata da chamada tortura discriminatória. Certo ( ) Errado ( ) 66. Analise a hipótese abaixo: O delito de tortura em razão de discriminação racial ou religiosa se trata da chamada tortura crime. Certo ( ) Errado ( ) 67. Analise a hipótese abaixo: A tortura prova, além dessa denominação, também pode ser chamada de tortura confissão, tortura inquisitorial, institucional, persecutória ou acusatória. Certo ( ) Errado ( ) 68. Analise a hipótese abaixo: A tortura prova se consuma no momento em que o agente constrange alguém mediante o emprego de violência ou grave ameaça independente de causar o sofrimento físico ou mental na vítima. Certo ( ) Errado ( ) 69. Analise a hipótese abaixo: Quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento do crime, ou seja, isso influenciará na dosagem da pena, mas não diretamente na consumação do delito. Certo ( ) Errado ( ) 70. Analise a hipótese abaixo: A doutrina e jurisprudência admitem a chamada prova ilícita pro reo. Certo ( ) Errado ( ) 71. A respeito da tortura prova, assinale a alternativa incorreta: a) para se caracterizar a tortura prova é necessário que o agente constranja alguém com a finalidade de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. b) Se consuma no momento que o agente finaliza a agressão. c) quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento do crime. d) A tortura prova, além dessa denominação, também pode ser chamada de tortura confissão. e) A tortura prova, além dessa denominação, também pode ser chamada de tortura inquisitorial, institucional, persecutória ou acusatória 72. Considere as situações abaixo a respeito da tortura prova: I. para se caracterizar a tortura prova é necessário que o agente constranja alguém com a finalidade de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. II. quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento do crime. III. Se consuma no momento que o agente constrange alguém mediante o emprego de violência ou grave ameaça e causa o sofrimento físico ou mental na vítima. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 73. Quando o agente pratica o crime de tortura para provocar ação ou omissão de natureza criminosa ele está incorrendo no delito de: a) Tortura crime. b) Tortura prova. c) Tortura discriminatória. d) Tortura preconceito e) Nenhuma das anteriores. 74. Considere as situações abaixo a respeito da tortura crime: I. é um delito formal. II. admite a tentativa. III. A consumação da tortura crime também ocorre com o sofrimento causado mediante constrangimento praticado com violência ou grave ameaça. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 75. Quando o agente pratica o crime de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa ele está incorrendo no delito de: a) Tortura crime. b) Tortura prova. c) Tortura discriminatória. d) Tortura preconceito e) Nenhuma das anteriores. 76. Quando o agente pratica o crime de tortura em razão de discriminação racial ou religiosa ele está incorrendo no delito de: a) Tortura crime. b) Tortura prova. c) Tortura discriminatória.d) Tortura genérica e) Nenhuma das anteriores. 77. Considere as situações abaixo a respeito da tortura crime: I. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. II. a exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade. III. o torturador responderá tanto pela tortura quanto pelo crime cometido pela vítima da tortura, a mando de si mesmo. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II e III. c) Apenas I e II. d) Apenas I, II e III. e) Apenas II. 78. Considere as seguintes afirmativas em relação à tortura: I. Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental reflete o denominado dolo genérico do crime de tortura. II. Para configurar um crime da Lei de Tortura é necessário que o sujeito ativo pratique o dolo genérico, bem como alguma das alíneas do inciso, onde estão descritas as finalidades específicas (dolo específico). III. O delito de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa se trata da chamada tortura prova. Quais delas estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) Apenas III. e) Todas estão corretas. 79. Em relação à tortura discriminatória, assinale V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: ( ) Esse delito também pode receber as denominações de “tortura preconceito” ou “tortura racismo”. ( ) Nele, a prática de tortura ocorre em razão de discriminação racial ou religiosa. ( ) De forma majoritária, classifica-se o crime de tortura discriminatória como um crime formal. Qual alternativa preenche corretamente as lacunas? a) F – F – F b) F – V – F c) F – F – V d) V – V – V e) V – F – V 80. Em relação à tortura discriminatória assinale V para verdadeiro e F para falso nas assertivas a seguir: ( ) De forma majoritária, define-se que o crime de tortura discriminatória admite tentativa ( ) A motivação/finalidade do crime deve ser racial ou religiosa, de modo que não são admitidas outras formas de discriminação para a sua caracterização ( ) É possível a caracterização da tortura discriminatória quando a motivação é a discriminação pela idade ou pelo sexo. Qual alternativa preenche corretamente as lacunas? a) F – F – F b) V – V - F c) F – F – V d) V – V – V e) V – F – F 81. Julgue o item que se segue: A doutrina e jurisprudência não admitem a chamada prova ilícita pro reo. Certo ( ) Errado ( ) 82. Julgue o item que se segue: Quando o sujeito ativo atinge a finalidade pretendida, trata-se de mero exaurimento do crime, ou seja, isso influenciará na dosagem da pena e diretamente na consumação do delito. Certo ( ) Errado ( ) 83. Julgue o item que se segue: A tortura crime se consuma no momento em que o agente constrange alguém mediante o emprego de violência ou grave ameaça independente de causar o sofrimento físico ou mental na vítima. Certo ( ) Errado ( ) 84. Julgue o item que se segue: A tortura discriminatória, além dessa denominação, também pode ser chamada de tortura confissão, tortura inquisitorial, institucional, persecutória ou acusatória. Certo ( ) Errado ( ) 85. Julgue o item que se segue: O delito de tortura em razão de discriminação racial ou religiosa se trata da chamada tortura preconceito. Certo ( ) Errado ( ) 86. Julgue o item que se segue: O delito de tortura para provocar ação ou omissão de natureza criminosa se trata da chamada tortura crime. Certo ( ) Errado ( ) 87. Julgue o item que se segue: O delito de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa se trata da chamada tortura crime. Certo ( ) Errado ( ) 88. Julgue o item que se segue: O indivíduo que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça e causa sofrimento físico ou mental à vítima nem sempre comete crime da Lei de Tortura. Certo ( ) Errado ( ) 89. Julgue o item que se segue: Para configurar um crime da Lei de Tortura é necessário que o sujeito ativo pratique o dolo genérico apenas. Certo ( ) Errado ( ) 90. Julgue o item que se segue: Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental reflete o denominado dolo específico do crime de tortura. Certo ( ) Errado ( ) 91. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo também recebe o nome de punitiva. Certo ( ) Errado ( ) 92. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo também recebe o nome de tortura pena. Certo ( ) Errado ( ) 93. Analise a hipótese abaixo: Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, configura o crime de tortura crime. Certo ( ) Errado ( ) 94. Analise a hipótese abaixo: No delito de maus tratos, há uma intenção de disciplina, entretanto ocorreu um excesso no uso dos meios de correção. Certo ( ) Errado ( ) 95. Analise a hipótese abaixo: Na tortura castigo, não existe a intenção de torturar, mas ocorre o intenso sofrimento físico e mental. Certo ( ) Errado ( ) 96. Analise a hipótese abaixo: O crime de tortura castigo é muito mais brando do que o de maus tratos, pois ocorre o excesso nos meios de correção. Já para os maus tratos há intenso sofrimento físico ou mental. Certo ( ) Errado ( ) 97. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo é um crime próprio, que exige uma condição especial do agente. Certo ( ) Errado ( ) 98. Analise a hipótese abaixo: Com relação ao sujeito passivo do crime de tortura castigo, pode- se se dizer que não existe especialidade, podendo recair sobre qualquer pessoa. Certo ( ) Errado ( ) 99. Analise a hipótese abaixo: A tortura castigo é crime material, pois, ao ocasionar um intenso sofrimento físico ou mental, fatalmente já se atingiu a finalidade de castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Certo ( ) Errado ( ) 100. Analise a hipótese abaixo: A tortura por equiparação não exige a presença de dolo específico. Certo ( ) Errado ( ) 101. Quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal, incorre no crime de: a) tortura por equiparação. b) tortura prova. c) tortura discriminatória. d) tortura castigo e) nenhuma das anteriores. 102. Considere as situações abaixo a respeito da tortura castigo e dos maus tratos: I. No delito de maus tratos, há uma intenção de disciplina, entretanto ocorreu um excesso no uso dos meios de correção. II. Na tortura castigo, existe a intenção de torturar, e ocorre o intenso sofrimento físico e mental. III. Nos maus tratos, há um excesso nos meios de correção. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e III. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) Todas. 103. Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo incorre no delito de: a) tortura crime. b) tortura castigo. c) tortura discriminatória. d) tortura por equiparação e) nenhuma das anteriores. 104. Quando o agente expõe a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
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