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LeideTortura-EDITADA

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LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. 
Define os crimes de tortura e dá outras providências. 
 
SUMÁRIO – 
1. Contexto Histórico no Brasil; 
2. Base Constitucional; 
3. Contexto internacional; 
4. Vedação à tortura – natureza absoluta 
 
4.1. Tratados internacionais – 
4.2. Constituição Federal de 1988 – 
4.3. Teoria do cenário da bomba relógio – 
 
5. Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei de tortura; 
6. Estrutura da Lei de Tortura – 
 
6.1. Espécies de Tortura; 
6.2. Qualificadoras; 
6.3. Majorantes; 
6.4. Efeitos da condenação; 
6.5. Consequências; 
6.6. Regime Inicial fechado; 
6.7. Princípio da Extraterritorialidade; 
 
7. Classificação doutrinária do crime de tortura – 
 
8. Da análise dos crimes em espécie – 
 
 Art. 1º, I, “a” – Tortura confissão; Tortura Prova; Tortura probatória; 
 Art. 1º, I, “b” – Tortura Crime. 
 Art. 1º, I, “c” – Tortura discriminatória; Racial; 
 Art. 1º, II – Tortura castigo; 
 Art. 1º, §1º – Tortura pela tortura; ou tortura prova; 
 Art. 1º, §2º – Tortura omissiva; tortura imprópria. 
 Art. 1º, §3º – Qualificadoras; 
 Art. 1º, §4º – Majorantes; 
 Art. 1º, §5º – Efeitos da condenação; 
 Art. 1º, §6º – Consequências; 
 Art. 1º, §7º – Regime Inicial fechado; 
 Art. 2º – Princípio da Extraterritorialidade; 
 
 
 
 
 
 
01. CONTEXTO HISTÓRICO NO BRASIL – 
 
O repúdio à prática da tortura nasceu após a Segunda Guerra Mundial, com a aprovação de várias convenções e 
tratados internacionais. No entanto, o Brasil passou a proibir expressamente a prática da tortura com a 
Constituição Federal de 1988 (CF/88). Antes disso, o Brasil era signatário de alguns tratados internacionais que 
proibiam a prática da tortura, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH 1945) e a Convenção 
Americana De Direitos Humanos (1969), conhecido como “Pacto de San José DA Costa Rica.” 
 
02. BASE CONSTITUCIONAL – 
 
Dos Princípios Fundamentais 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
(...) 
II - prevalência dos direitos humanos; 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais – 
 
Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo 
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
03. CONTEXTO INTERNACIONAL – 
 
3.1. Tortura como crime próprio – 
 
Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes – 
Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984. 
 Decreto N. 40, de 15 de fevereiro de 1991 – Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros 
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. 
ARTIGO 1º 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou 
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela 
ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa 
tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou 
por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos 
são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou 
 
 
 
por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura 
as dores ou sofrimentos que sejam conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes 
a tais sanções ou delas decorram. 
 
3.2. Tortura como crime imprescritível – 
 
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional 
 
 Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002 – Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal 
Internacional. 
 
Artigo 5o 
Crimes da Competência do Tribunal – 
 
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a comunidade 
internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar 
os seguintes crimes: 
 
a) O crime de genocídio; 
b) Crimes contra a humanidade; 
c) Crimes de guerra; 
d) O crime de agressão. 
 
Artigo 7o 
Crimes contra a Humanidade 
1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime contra a humanidade", qualquer um dos atos 
seguintes, quando cometido no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer 
população civil, havendo conhecimento desse ataque: 
(....) 
f) Tortura; 
 
2. Para efeitos do parágrafo 1º: 
e) Por "tortura" entende-se o ato por meio do qual uma dor ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são 
intencionalmente causados a uma pessoa que esteja sob a custódia ou o controle do acusado; este termo 
não compreende a dor ou os sofrimentos resultantes unicamente de sanções legais, inerentes a essas 
sanções ou por elas ocasionadas; 
 
 
Artigo 29 
Imprescritibilidade 
Os crimes da competência do Tribunal não prescrevem. 
 
 
04. VEDAÇÃO À TORTURA – NATUREZA ABSOLUTA 
 
 
4.4. Tratados internacionais – A Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, 
desumanos ou degradantes, promulgado pelo Brasil através do Decreto 40 de 1991, em seu artigo 2, item 
2, traz a previsão que a proibição é absoluta. Vejamos: 
 
 
 
 
Artigo 1 
 
ITEM 2. Nenhuma circunstância excepcional, como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política 
interna ou qualquer outra emergência pública, poderá ser invocada como justificativa para a tortura. 
 
4.5. Constituição Federal de 1988 – 
 
Art. 5º (...) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
4.6. Teoria do cenário da bomba relógio – 
 
“A teoria da “ticking bomb scenario”; em tradução livre, “cenário da bomba relógio”, constantemente defendida por 
países de primeira escala, especialmente pelos Estados Unidos da América, busca relativizar a proibição da 
tortura, expressamente vedada pelo artigo 5º, III, da nossa carta magna, quando o embate de direitos atingir um 
bem jurídico maior.” (Paulo Mitsuru Shiokawa Neto; site Jusbrasi) 
 
“A presente teoria tem o escopo de relativizar a proibição da tortura (que, na nossa Constituição, está no artigo 5°, 
III). Segundo a teoria, se bombas relógio são instaladas em determinados locais, não havendo outros meios de se 
localizar as bombas ou desarmá-las, a tortura do terrorista responsável é justificável. Portanto, a aludida teoria 
tem a finalidade de justificar o uso da tortura em situações excepcionais, em que não existe outra maneira eficaz 
de conter uma atividade terrorista.” (por Flávia Teixeira Ortega; jusBrasil) 
 
05. TORTURA NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8069/90 - ECA) 
 
Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura: (Revogado pela 
Lei nº 9.455, de 7.4.1997) 
 
5.1. Lei de tortura – Tortura majorada – 
Art. 1º, §4º - Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 
(sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julhode 1990 - Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
06. ESTRUTURA DA LEI DE TORTURA 
 
6.1. Espécies de Tortura; 
 
 Art. 1º, I, “a” – Tortura confissão; Tortura Prova; Tortura probatória; 
 Art. 1º, I, “b” – Tortura Crime. 
 Art. 1º, I, “c” – Tortura discriminatória; Racial; 
 Art. 1º, II – Tortura castigo; 
 Art. 1º, §1º – Tortura pela tortura; ou tortura prova; 
 Art. 1º, §2º – Tortura omissiva; tortura imprópria. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm#art112
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm#233
 
 
 
6.2. Qualificadoras – Art. 1º, §3º 
6.3. Majorantes – Art. 1º, §4º 
6.4. Efeitos da condenação – Art. 1º, §5º 
6.5. Consequências – Art. 1º, §6º 
6.6. Regime Inicial fechado – Art. 1º, §7º 
6.7. Princípio da Extraterritorialidade; – Art. 2º 
 
 
07. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TORTURA – 
 
8.1. Bem jurídico protegido; 
8.2. Sujeito ativo do crime; 
 
O que é “crime jabuticaba”? 
Os Tratados Internacionais tratam o delito de tortura como crime próprio ou especial, ou seja, só podendo 
ser praticado por funcionário público, exigindo-se, portanto, a qualidade de representante estatal. Porém, 
no Brasil, o crime de tortura destoou da tortura dos Tratados Internacionais, tratando o delito como crime 
comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Desta forma, não se exige a qualidade de 
representante estatal. Trata-se, portanto, do chamado crime jabuticaba, pois só existe no Brasil. 
 
Caráter bifronte – Qualquer pessoa poderá praticar. 
 
8.3. Sujeito passivo do crime; 
8.4. Elemento subjetivo; 
8.5. Dolo Específico; 
8.6. Natureza hedionda; 
8.7. Crime de máximo potencial ofensivo – São aqueles que a constituição exigiu um tratamento 
diferenciado. São eles: Tráfico, Terrorismo, Tortura e os definidos como hediondos. Dessa forma, não se 
aplicam os institutos da Lei 9.099/95, como transação pena; suspensão condicional do processo; rito 
sumaríssimo. 
 
 
08. DA ANÁLISE DOS CRIMES EM ESPÉCIE – 
 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico 
ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
 
 
 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Classificação geral dos crimes 
1. Sujeito Ativo – 
2. Se praticado por funcionário publico – Aumento de Pena de um sexto até um terço. 
3. Núcleo do tipo – 
4. Meios de execução – 
5. Causando – 
6. Finalidade específica (Dolo Específico) – 
 
Estrutura básica de alguns crimes no Código Penal – 
Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver 
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a 
fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Extorsão 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para 
si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma 
coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
Art. 216-A . Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de 
emprego, cargo ou função." (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
§ 2 o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
 
 Dolo Específico – 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10224.htm#art216a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10224.htm#art216a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10224.htm#art216a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2001/Mv424-01.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10224.htm#art216a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
 
 
 
 Ausência do dolo específico – 
 
 Momento consumativo – 
 
 Crime formal – 
 
 Não obtenção do resultado pretendido – 
 
 Sujeito ativo – 
 
TORTURA CONFISSÃO – TORTURA PROVA – TORTURA PROBATÓRIA – 
Art. 1º, I, a – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou 
confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Classificação do crime 
 Sujeito ativo – 
 Não obtenção do resultado pretendido – 
 Natureza da informação. 
 Crime de abuso de autoridade – Lei N. 13.869 de 2019 – 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua 
capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; 
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: (Promulgação partes vetadas) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. 
TORTURA CRIME– 
Art. 1º, I, b – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de natureza 
criminosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 Diferença entre: Infração Penal; Crime e contravenção Penal 
Lei de introdução do Código Penal – 
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal 
a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou 
cumulativamente; 
Código Penal – 
Calúnia 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm#derrubadaveto
 
 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Denunciação caluniosa – 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de 
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Comunicação falsa de crime ou de contravenção – 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção 
que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Lei de Organização Criminosa – 
Art. 1º, § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo 
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações 
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.TORTURA RACIAL – 
Art. 1º, I, c – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para em razão de discriminação racial ou 
religiosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Classificação do crime 
 Rol taxativo – 
 Sujeito passivo – 
 
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS 
OU DEGRADANTES – 
 
ARTIGO 1º 
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos 
agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira 
pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja 
suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo 
baseado em discriminação de qualquer natureza 
 
TORTURA CASTIGO (Art. 1º, II) – 
 
 
 
Art. 1º, II – Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar 
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Classificação do crime 
1. Núcleo do tipo – 
2. Sujeito Ativo – 
3. Sujeito Passivo 
4. Meios de execução – 
5. Causando – 
6. Finalidade específica (Dolo Específico) – 
7. Diferença entre tortura castigo (Art. 1º, II) e Maus-tratos (Art. 136, CP) 
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de 
educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer 
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) 
anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) 
São várias as diferenças entre a Tortura castigo (Art. 1º, II) e Maus-tratos (Art. 136, CP). De início, podemos 
apontar as principais: “elemento subjetivo”, “meios de execução” e “intensidade do sofrimento da vítima”. 
Nesse mesmo sentido, temos a jurisprudência do STJ. 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – 
 
I. A figura do inc. II do artigo 1º, da Lei nº 9.455/97 implica na existência de vontade livre e consciente do 
detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a vítima de causar sofrimento de ordem física ou 
moral, como forma de castigo ou prevenção. 
 
II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa com a simples exposição a perigo a 
vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, em razão de excesso nos meios de 
correção ou disciplina. 
 
III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta é a repreensão de uma indisciplina, na 
tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima. 
 
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de tortura é indispensável a prova cabal da intenção 
deliberada de causar o sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de educação. 
V. Evidenciado ter o Tribunal a quo desclassificado a conduta de tortura para a de maus tratos por entender 
pela inexistência provas capazes a conduzir a certeza do propósito de causar sofrimento físico ou moral à 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art263
 
 
 
vítima, inviável a desconstituição da decisão pela via do recurso especial. (REsp 610.395/SC, Rel. Min. 
Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 25.05.2004, DJ 02.08.2004 p. 544). 
 
 
LEI 9.455/97 - 
Art. 1°, II - TORTURA – CASTIGO 
CÓDIGO PENAL - 
Art. 136 - MAUS TRATOS - 
 
Submeter alguém a intenso sofrimento físico ou 
mental. 
 
Expor a perigo a vida ou a saúde 
Pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade; Pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância. 
 
Com emprego de violência ou grave ameaça; Quer privando-a de alimentação ou cuidados 
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo 
ou inadequado; 
 
 
Com o fim de aplicar castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
Para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia; 
quer abusando de meios de correção ou disciplina. 
 
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E PUNIR A TORTURA – 
 ARTIGO 2 
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por tortura todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a 
uma pessoa penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de 
intimidação, como castigo pessoal, como medida preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Entender-se-á 
também como tortura a aplicação, sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, 
ou a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou angústia psíquica. 
 
TORTURA PELA TORTURA – TORTURA PRÓPRIA – (Art. 1º, §1º) – 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Classificação do crime 
 
1. Núcleo do tipo – 
2. Sujeito Ativo – 
3. Sujeito Passivo – 
4. Meios de execução – 
5. Causando – 
6. Finalidade específica (Dolo Específico) – 
Desnecessidade de finalidade específica – 
 
 
 
Aqui não há qualquer finalidade específica, ou seja, não é exigido para seu aperfeiçoamento o especial fim 
de agir por parte do agente, bastando, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita 
no tipo objetivo. Desta forma, a submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou mental a atos não 
previstos em lei não exige o dolo específico configura o crime em análise. Nesse sentido: 
 
STJ - (Informativo 433) – 
[...] Então, é inegável que a vítima, enquanto estava detida, foi submetida a intenso sofrimento físico por 
ato que não estava previsto em lei, nem resultava de medida legal, o que configurou a tortura prevista no 
art. 1º, § 1º, da Lei n. 9.455/1997. Essa modalidade de tortura, ao contrário das demais, não exige 
especial fim de agir por parte do agente para configurar-se, bastando o dolo de praticar a 
conduta descrita no tipo objetivo. [...] 
 
TORTURA OMISSIVA – TORTURA IMPRÓPRIA – (Art. 1º, §2º) – 
Art. 1º,§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
Classificação do crime 
1. Núcleo do tipo – 
2. Sujeito Ativo – 
3. Pena – 
4. Finalidade específica (Dolo Específico) – 
5. Natureza não hedionda – 
CF/88 – Art. 5º - XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, 
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
Prevaricação 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição 
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
TORTURA QUALIFICADA – (Art. 1º, §3º) – 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez 
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
Classificação do crime 
 
 
1. Tortura qualificada pela lesão grave – 
Código Penal – 
Lesão corporal 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 
 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta:I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incuravel; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
2. Tortura qualificada pela morte – Ocorre quando da tortura resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos. 
 
 
3. Homicídio qualificado pela tortura – 
CP – Art. 121, § 2°, III – Se o homicídio é cometido: com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Crime Progressivo – Crime progressivo é aquele realizado mediante um único ato ou atos que compõem 
único contexto. Em outras palavras, ocorre quando o agente, para alcançar um resultado mais grave, 
passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave. No crime progressivo o agente, desde o 
início, tem a intenção de praticar um crime mais grave, mas, para concretizá-lo, passa pelo menos grave. 
Nesse caso, o dolo continua o mesmo. 
4. Concurso material de crimes – Tortura e homicídio – 
 
 Tortura-Prova (Art. 1°, I, “a”) 
 Homicídio qualificado pela conexão consequencial (Art. 121, § 2º, V) – 
 CP – Art. 121, § 2°, V – Se o homicídio é cometido: para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime: 
 
 
 
 
Progressão criminosa – Na progressão criminosa o agente inicialmente queria o resultado menos 
grave, mas, no "meio do caminho" muda de idéia e passa a querer o resultado mais grave. 
A progressão criminosa é aquela realizada mediante dois atos, dois movimentos, ou seja, quando o 
agente inicia um comportamento que configura um crime menos grave, porém, ainda dentro do mesmo 
inter criminis, resolve praticar uma infração mais grave, que pressupõe a primeira. Nesse caso, o 
dolo progride, ou seja, o dolo muda durante a prática do crime. 
5. Consequências – Tortura qualificada pela morte e homicídio qualificado pela tortura – 
 
 Natureza Hedionda; 
 Tentativa; 
 Pena; 
 Competência; 
TORTURA MAJORADA (Art. 1º, §4º) – 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
 Motivação da majorante – 
 Bis in idem” - Tortura Praticada por Agente Público - Art. 1º, §2º (Segunda parte) – 
Consiste na repetição (bis) de uma sanção sobre mesmo fato (in idem). Para evitar o “Bis In Idem”, não se 
aplica na hipótese em que a condição de funcionário já é requisito da própria existência do tipo penal. 
Assim, nas hipóteses em que o tipo penal é próprio de funcionário público (art. 1º, §2º, segunda parte - 
verbo “apurar”), não incidirá esse aumento de pena. Nesse sentido, STJ. 
 
Vejamos: 
 
“A figura típica prevista no § 2.º, do art. 1.º, da Lei de Tortura, constitui-se em crime próprio, porquanto 
exige condição especial do sujeito. Ou seja, é um delito que somente pode ser praticado por pessoa que, ao 
presenciar tortura, omite-se, a despeito do "dever de evitá-las ou apurá-las" (como é o caso do carcereiro 
policial). Em tais casos, a incidência da circunstância agravante prevista no art. 61, inciso II, alínea g, do 
Código Penal, e da majorante de pena estabelecida no art. 1.º, § 4.º, inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 
("se o crime é cometido por agente público"), constitui evidente bis in idem na valoração da 
condição pessoal do sujeito ativo.” (HC 131.828 - 02/12/2013) 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 
60 (sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 Motivação da majorante – 
 Conceitos dos sujeitos passivos – 
ECA – Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, 
e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Estatuto do Idoso – Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados 
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) – 
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
III - se o crime é cometido mediante seqüestro. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm#art112
 
 
 
 Motivação da majorante – 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (Art. 1º, §5º) – 
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu 
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 
 Efeito automático da condenação – “A perda do cargo, função ou emprego público é efeito automático 
da condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessária fundamentação concreta para a sua 
aplicação" (AgRg no Ag 1388953/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 28/06/2013): 
 
 STJ: “Isso porque, conforme dispõe o § 5º do art. 1º deste diploma legal, a perda do cargo, função ou 
emprego público é efeito automático da condenação, sendo dispensável fundamentação concreta. (REsp 
1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2/10/2014.) 
 
 STJ: “Ao contrário do disposto no art. 92, I, do Código Penal, que exige sejam externados os motivos para 
a decretação da perda do cargo, função ou emprego público, a Lei n.º 9.455/97, em seu § 5º, do art. 1º, 
prevê como efeito extrapenal automático e obrigatório da sentença condenatória, a referida penalidade de 
perda do cargo, função ou emprego público. (HC Nº 92.247 - DF; MINISTRA LAURITA VAZ; 18 de 
dezembro de 2007) 
1. Lei de Combate ao Racismo – 
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor 
público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a 
três meses. 
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença. 
2. Lei de Organização Criminosa – 
Art. 2º, § 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do 
cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo 
público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
 
 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – 
 
STJ - A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de 
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. 
 
Além do mais, é injustificável pretender que os atos mais gravosos à dignidade da pessoa humana e aos 
direitos humanos, entre os quais a tortura, praticados por servidores públicos, mormente policiais 
armados, sejam punidos apenas no âmbito disciplinar, civil e penal, afastando-se a aplicação da Lei da 
Improbidade Administrativa. Essas práticas ofendem diretamente a Administração Pública, porque o 
Estado brasileiro tem a obrigação de garantir a integridade física, psíquica e moral de todos, sob pena de 
inúmeros reflexos jurídicos, inclusive na ordem internacional. Pondere-se que o agente público incumbido 
da missão de garantir o respeito à ordem pública, como é o caso do policial, ao descumprir com suas 
obrigações legais e constitucionais de forma frontal, mais que atentar apenas contra um indivíduo, atinge 
toda a coletividade e a própria corporação a que pertence de forma imediata. 
[...] Tanto é assim que essas condutas são tipificadas, entre outros estatutos, no art. 322 do CP, que integra 
o CapítuloI ("Dos Crimes Praticados por Funcionário Público contra a Administração Pública"), que por 
sua vez está inserido no Título XI ("Dos Crimes contra a Administração Pública"), e também nos arts. 3º e 
4º da Lei n. 4.898/1965, que trata do abuso de autoridade. Em síntese, atentado à vida e à liberdade 
individual de particulares, praticado por agentes públicos armados - incluindo tortura, prisão ilegal e 
"justiciamento" -, afora repercussões nas esferas penal, civil e disciplinar, pode configurar improbidade 
 
 
 
administrativa, porque, além de atingir a pessoa-vítima, alcança, simultaneamente, interesses caros à 
Administração em geral, às instituições de segurança pública em especial, e ao próprio Estado 
Democrático de Direito. Precedente citado: REsp 1.081.743-MG, Segunda Turma, julgado em 
24/3/2015. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015, DJe 
17/2/2016. 
 
 STJ – NÃO PRESCREVE A AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR CRIME DE TORTURA PRATICADO 
NO REGIME MILITAR – 
 
SÚMULA N. 647. São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes 
de atos de perseguição política com violação de direitos. 
 
“As ações de indenização por danos derivados de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar são 
imprescritíveis." 
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reiterou o entendimento já consolidado de que, 
em casos em que se busca a defesa de direitos fundamentais, indenização por danos morais decorrentes de 
atos de tortura por motivo político ou de qualquer outra espécie, não há que prevalecer a prescrição de 
cinco anos (qüinqüenal).” 
(REsp 1374376/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, 
DJe 23/05/2013) 
 
CONSEQUÊNCIAS (Art. 1º, §6º) – 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 Fiança e liberdade provisória – 
 
A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO DA 
PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE. 
– A natureza da infração penal não constitui, só por si, fundamento justificador da decretação da prisão 
cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo Estado. Precedentes. 
STF – Impende assinalar, por isso mesmo, que a gravidade em abstrato do crime, qualquer que 
seja, não basta para justificar, só por si, a privação cautelar da liberdade individual de 
qualquer paciente. 
 
O Supremo Tribunal Federal tem advertido que a natureza da infração penal não se revela circunstância 
apta, “per se”, a justificar a privação cautelar do “status libertatis” daquele que sofre a persecução 
criminal instaurada pelo Estado. Esse entendimento vem sendo observado em sucessivos julgamentos 
proferidos no âmbito desta Corte, ainda que o delito imputado ao réu seja classificado como crime 
hediondo ou constitua espécie delituosa a este legalmente equiparada (RTJ 172/184, Rel. Min. 
SEPÚLVEDA PERTENCE – RTJ 182/601-602, Red. p/ o acórdão Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – 
RHC 71.954/PA, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.): 
 
 INDULTO – 
Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1177910
 
 
 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – 
1. A concessão de indulto aos condenados a penas privativas de liberdade insere-se no exercício do poder 
discricionário do Presidente da República, limitado à vedação prevista no inciso XLIII do artigo 5º da Carta 
da República. A outorga do benefício, precedido das cautelas devidas, não pode ser obstado por hipotética 
alegação de ameaça à segurança social, que tem como parâmetro simplesmente o montante da pena aplicada. 
2. Revela-se inconstitucional a possibilidade de que o indulto seja concedido aos condenados por 
crimes hediondos, de tortura, terrorismo ou tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
independentemente do lapso temporal da condenação. Interpretação conforme a Constituição dada ao § 
2º do artigo 7º do Decreto 4495/02 para fixar os limites de sua aplicação, assegurando-se legitimidade à 
indulgencia principis. Referendada a cautelar deferida pelo Ministro Vice-Presidente no período de férias 
forenses. (medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade nº 2795, relatada pelo ministro Maurício 
Corrêa, Pleno, publicada no Diário de Justiça em 2 de junho de 2003). 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – 
(...) é constitucional o art. 2º, I, da Lei 8.072/1990, porque, nele, a menção ao indulto é meramente expletiva 
da proibição de graça aos condenados por crimes hediondos ditada pelo art. 5º, XLIII, da Constituição. Na 
Constituição, a graça individual e o indulto coletivo – que ambos, tanto podem ser totais ou parciais, 
substantivando, nessa última hipótese, a comutação de pena – são modalidades do poder de graça do 
presidente da República (art. 84, XII) – que, no entanto, sofre a restrição do art. 5º, XLIII, para excluir a 
possibilidade de sua concessão, quando se trata de condenação por crime hediondo. Proibida a comutação de 
pena, na hipótese do crime hediondo, pela Constituição, é irrelevante que a vedação tenha sido omitida no 
Decreto 3.226/1999. 
[HC 84.312, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 15-6-2004, 1ª T, DJ de 25-6-2004.] = HC 103.618, rel. min. Dias 
Toffoli, j. 24-8-2010, 1ª T, DJE de 8-11-2010 = HC 81.810, rel. min. Cezar Peluso, j. 16-4-2009, P, DJE de 7-8-
2009 Vide HC 95.830, rel. min. Ellen Gracie, j. 9-6-2009, 2ª T, DJE de 26-6-2009 
Vide RE 452.991, rel. min. Marco Aurélio, j. 7-4-2009, 1ª T, DJE de 21-8-2009 
REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DE PENA (Art. 1º, §7º) – 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da 
pena em regime fechado. 
DIVERGÊNCIA NO ÂMBITO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – 
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789 
Crime de tortura e regime inicial de cumprimento da pena – 
O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, nos 
termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei 9.455/1997 - Lei de Tortura. Com base nessa orientação, 
a Primeira Turma denegou pedido formulado em “habeas corpus”, no qual se pretendia o reconhecimento 
de constrangimento ilegal consubstanciado na fixação, em sentença penal transitada em julgado, do 
cumprimento das penas impostas aos pacientes em regime inicialmente fechado. Alegavam os impetrantes 
a ocorrência de violação ao princípio da individualização da pena, uma vez que desrespeitados os artigos 
33, § 3º, e 59 do CP. 
Apontavam a existência de similitude entre o disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei de Tortura e o previsto no 
art. 2º, § 1º, da Lei de Crimes Hediondos, dispositivo legal que já teria sido declarado inconstitucional 
 
 
 
pelo STF no julgamento do HC 111.840/ES (DJe de 17.12.2013). Salientavam, por fim, afronta ao 
Enunciado 719 da Súmula do STF. 
O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a ordem. Considerou que, no caso, a dosimetria e o 
regime inicial de cumprimento das penas fixadas atenderiam aos ditames legais. Asseverou 
não caber articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a regência específica (Lei 9.455/1997) 
prevê expressamente que o condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena 
em regime fechado, o que não se confundiria com a imposição de regime de cumprimento da 
pena integralmente fechado. Assinalou que o legislador ordinário, em consonância com a CF/1988, 
teriafeito uma opção válida, ao prever que, considerada a gravidade do crime de tortura, a execução da 
pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser cumprida inicialmente em regime fechado, sem 
prejuízo de posterior progressão. Os Ministros Roberto Barroso e Rosa Weber acompanharam o relator, 
com a ressalva de seus entendimentos pessoais no sentido do não conhecimento do “writ”. O Ministro Luiz 
Fux, não obstante entender que o presente “habeas corpus” faria as vezes de revisão criminal, ante o 
trânsito em julgado da decisão impugnada, acompanhou o relator. HC 123316/SE, rel. Min. Marco 
Aurélio, 9.6.2015. (HC-123316) 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE TORTURA. REGIME INICIAL 
FECHADO FIXADO EXCLUSIVAMENTE COM BASE NO ART. 1º, § 7º, DA LEI 9.455/97. 
INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE PELO 
TRIBUNAL DE ORIGEM. ALTERAÇÃO DO REGIME PARA O SEMIABERTO, COM FULCRO NO 
ART. 33 E PARÁGRAFOS DO CÓDIGO PENAL. 
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista na Lei do Crime de Tortura foi superada pela 
Suprema Corte, de modo que a mera natureza do crime não configura fundamentação idônea a justificar 
a fixação do regime mais gravoso para os condenados pela prática de crimes hediondos e equiparados. 
Para estabelecer o regime prisional, deve o magistrado avaliar o caso concreto, seguindo os parâmetros 
estabelecidos pelo artigo 33 e parágrafos do Código Penal. (RHC 76.642/RN, Rel. Ministra MARIA 
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 28/10/2016) 
HIPÓTESE DE EXTRATERRITORIALIDADE (Art. 2º) – 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
REVOGÇÃO DO ART. 233 DO ECA (Art. 4º) – 
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Nelson A. Jobim 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997 
* 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm#233

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