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Lei de Tortura

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Lei de Tortura 
Lei nº 9.455/97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Lei de Tortura – Lei nº 9.455/97 ........................................................................................................................................................ 4 
Considerações iniciais....................................................................................................................................................................... 4 
Distinção entre Tortura Própria da Tortura Imprópria .................................................................................................................. 5 
Crimes em espécie ................................................................................................................................................................................. 6 
a) TORTURA PROVA (persecutória) .......................................................................................................................................... 7 
b) TORTURA CRIME: ................................................................................................................................................................... 8 
c) TORTURA RACISMO (preconceito ou discriminação): ..................................................................................................... 8 
Art. 1º, II – TORTURA CASTIGO ............................................................................................................................................. 9 
Art. 1º, § 1º – TORTURA AO PRESO...................................................................................................................................... 10 
Art. 1º, § 2º – TORTURA IMPRÓPRIA (anômala ou atípica) .............................................................................................. 11 
Qualificadoras, Causas de Aumento de Pena e Efeitos da Condenação .................................................................................... 12 
Art. 1º, § 3º – TORTURA QUALIFICADA ............................................................................................................................. 12 
Art. 1º, § 4º – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA: (+1/6 a 1/3) ................................................................................... 13 
Art. 1º, § 5º e § 6º – EFEITO DA CONDENAÇÃO ............................................................................................................. 13 
Art. 2º – EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL ............................................................................................... 14 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................................... 14 
COMPETÊNCIA .......................................................................................................................................................................... 14 
Exercícios ............................................................................................................................................................................................. 16 
Gabarito............................................................................................................................................................................................ 17 
Referências Bibliográficas .............................................................................................................................................................. 17 
 
 
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Lei de Tortura – Lei nº 9.455/97 
 
Considerações iniciais 
 
Constituição Federal de 1988 
A Constituição Federal de 1988 repudia a tortura e as penas degradantes, desumanas e 
cruéis. 
Vejamos os dispositivos constitucionais sobre o assunto. 
 
Art. 5º, III 
“Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante” 
Art. 5°, XLIII 
“A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem” 
 
Recentemente, no julgamento da ADI 5.874, julgada em 09/05/2019, o Min. Alexandre de 
Moraes ratificou esse entendimento de que a concessão do indulto é vedada ao crime de 
tortura. 
Mesmo após esse mandado expresso de criminalização da tortura decorrente do texto 
constitucional, não havia, entretanto, uma tipificação específica para os crimes de tortura. 
A lei 9.455 de 7 de abril de 1997, define os crimes de tortura e estabelece outras tantas 
disposições acerca das formas qualificadas, causas de aumento de pena, das sanções e demais 
consequências etc. Analisando o art. 5º, XLIII e XLIV da Constituição Federal: 
 
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a 
prática da TORTURA, o TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, o 
TERRORISMO e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem 
 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático 
 
 A Constituição Federal separa os Crimes Hediondos dos equiparados a hediondos. 
 Tortura, Tráfico de Drogas e Terrorismo são EQUIPARADOS A HEDIONDOS 
 Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os chamados delitos hediondos e os que lhe 
sejam equiparados e os crimes de natureza jurídica imprescritível, são chamados crimes 
de máximo potencial ofensivo. 
 Tortura prescreve! São imprescritíveis apenas os crimes de racismo e ações de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático. 
 Apesar de haver divergências doutrinárias, prevalece o entendimento de que o Direito de 
ão ser torturado tem caráter absoluto, não comportando exceções. (Norberto Bobbio, “A 
era dos direitos”, 9º Edição) 
 
 
 
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Distinção entre Tortura Própria da Tortura Imprópria 
 
Os crimes de tortura estão previstos no artigo 1º, inciso I e inciso II, e parágrafos 1º e 2º, 
da Lei 9.455, de 1997. 
Importante frisar que há, na doutrina e na jurisprudência, certa diferenciação ao 
tratamento dispensado entre as modalidades de tortura, as quais são classificadas como: 
 
a) Tortura Própria: Tem correspondência com as modalidades previstas nos incisos I e II, e no 
parágrafo 1º, do artigo 1º, da Lei 9.455/97, e tem sua conduta externada pelos verbos 
constranger e submeter, quem exigem uma conduta comissiva do sujeito ativo. 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
 
II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência 
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal.b) Tortura Imprópria: É aquela modalidade disposta no parágrafo 2º, do artigo 1º, onde há 
disposição acerca da punição aquele que resta omisso em face das condutas perpetradas nos 
tipos anteriores, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las. 
 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
 
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Crimes em espécie 
 
Tortura Própria 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos 
 
 Esse dispositivo contém três figuras caracterizadoras do crime de tortura, que se 
diferenciam apenas no que se refere à MOTIVAÇÃO do agente torturador. (Dolo 
específico) 
 Constranger: O verbo “constranger”, segundo o dicionário, significa obrigar pela força, 
compelir, levar contra a verdade. O constrangimento deve ser feito mediante violência ou 
grave ameaça. 
 Objetividade Jurídica: A incolumidade física e mental das pessoas 
 Meios de Execução: A lei estabelece como formas de execução a violência ou a grave 
ameaça. Violência consiste no emprego de qualquer desforço físico sobre a vítima, como 
socos, pontapés, choques elétricos, pauladas, chicotadas etc. 
 Grave ameaça consiste na promessa de mal grave, injusto e iminente, como ameaça de 
morte, de estupro, de lesões etc. 
 Elemento Subjetivo: DOLO + dolo específico. O que distingue a tortura de outros crimes 
semelhantes é justamente o dolo, a vontade livre e consciente de torturar. A ausência do 
DOLO ESPECÍFICO descaracteriza o crime de tortura, podendo caracterizar outro crime. 
 Sujeito Ativo: Crime Comum. Pode ser cometido por qualquer pessoa. 
O § 4º prevê que o crime terá sua pena aumentada de um sexto até um terço se for cometido 
por agente público. 
 Sujeito Passivo: A pessoa contra quem é empregada a violência ou a grave ameaça e, 
eventualmente, outras pessoas prejudicadas pela conduta (exemplo: tortura contra uma 
pessoa para obter confissão da outra) 
 Consumação: O crime de tortura para parte da doutrina consiste em um crime material, 
que se consuma com o sofrimento físico ou mental provocado na vítima. O sofrimento físico 
constitui-se na própria dor física e o mental, na angústia ou dor psíquica. Em outras 
palavras, para a maioria doutrina, o sofrimento constitui o resultado da prática da tortura. 
Há doutrinadores que definem a tortura como crime formal, se consumando quando há o 
emprego de violência ou grave ameaça com o fim específico, mesmo que o agente não 
consiga obter o resultado. 
 STJ: “Não é necessária a existência de sofrimento físico ou mental simultaneamente para a 
caracterização do crime de tortura, pois a caracterização do crime de tortura, por si só, já 
é suficiente para a comprovação da tortura psicológica” 
 
 
 
 
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 É obrigatório para a configuração do crime de tortura o exame de corpo de delito? 
Não! O sofrimento da vítima pode ser mental, não sendo obrigatório, dessa forma, o 
exame de corpo de delito. Há possibilidade de o crime de tortura ser do tipo transeunte 
(não deixa vestígios) 
HC 16142 RJ – A prática de tortura mediante grave ameaça não deixa vestígios, não se 
exigindo, para sua constatação, a realização do exame de corpo de delito (art. 158 do CPP). 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira 
pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 
Pena - reclusão, de dois a oito anos 
 
 O agente irá se valer de violência ou grave ameaça, provocando na vítima SOFRIMENTO 
FÍSICO ou MENTAL para uma FINALIDADE PREVISTA EM LEI. (DOLO ESPECÍFICO) 
 Critica-se o fato de o legislador ter colocado as finalidades da tortura na lei. Desse modo, 
não estão inseridas como tortura: 
✓ Tortura a título de mera vingança 
✓ Tortura mediante pagamento ou promessa 
 
a) TORTURA PROVA (persecutória) 
 
“Com o fim de OBTER INFORMAÇÃO, DECLARAÇÃO, ou CONFISSÃO da vítima ou 
terceira pessoa.” 
 
 Dolo específico: Obter informação, declaração ou confissão. 
 Violência aplicada contra a vítima: 
Exemplo: Esposa que tortura o marido para que ele confesse uma traição. 
 Violência aplicada contra terceira pessoa: 
Exemplo: Empregar a violência contra o filho para obter declaração dos pais. 
 Não importa a natureza da informação visada pelo agente: comercial, criminosa, pessoal 
etc. 
 STJ 2018: Tortura-prova dispensa comprovação de sofrimento intenso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) TORTURA CRIME: 
 
“Para provocar AÇÃO ou OMISSÃO de NATUREZA CRIMINOSA” 
 
 A violência ou grave ameaça infligida à vítima visar a provocação de um comportamento 
criminoso. 
 Estará consumada mesmo sem haver a ocorrência do crime pretendido pelo agente. 
 Caso a vítima comete o crime, o torturador responderá pelo crime de tortura em concurso 
material com o delito cometido pela vítima. A vítima não responderá pelo crime, uma vez 
que foi coagida para a praticá-lo. 
 Coação mediante violência e vítima comete o crime: Coação Física Irresistível. Exclui a 
tipicidade, pois exclui a conduta. 
 Coação mediante grave ameaça a vítima comete um crime: É a coação moral irresistível. 
Exclui culpabilidade 
 Esta modalidade de crime não abrange o emprego da violência ou grave ameaça para a 
provocação de uma contravenção penal. 
 Na Tortura para a prática de prime, qual é a diferença entre a Vis Corporalis e a Vis 
Compulsiva no que tange à exclusão do crime praticado pela vítima que está sendo 
torturada? 
 Vis Corporalis exclui a TIPICIDADE por coação FÍSICA irresistível 
 Vis Compulsiva exclui a CULPABILIDADE por coação MORAL irresistível. 
 
c) TORTURA RACISMO (preconceito ou discriminação): 
 
“Em razão de discriminação RACIAL ou RELIGIOSA” 
 
Perceba que diferentemente da tortura prova e da tortura crime, em que o agente age com 
uma finalidade específica, na Tortura Racismo o agente age com uma motivação específica. 
O agente não tem finalidade, tem motivação! A motivação é prévia. “Motivado por 
discriminação religiosa, o agente comete a conduta.“ 
Não entra discriminação POLÍTICA! 
 
MUITA ATENÇÃO 
Há uma divergência entre os professores e doutrinadores acerca da possibilidade da tortura praticada em 
razão de discriminação por orientação sexual ser tipificada como TORTURA RACISMO. 
Isso por que em recente decisão, o STF entendeu que a ORIENTAÇÃO SEXUAL DEVERIA SER INCLUÍDA NO 
CONCEITO DE “RAÇA”, razão pela qual a prática discriminatória em razão desse elemento caracterizaria o delito 
de racismo previsto na Lei 7.716/89 (julgamento conjunto da ADO 26 e do MI 4733, DJe 28/06/2019). 
Sob o argumento de que houve omissão legislativa, o Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 13 de junho de 
2019, equiparou as práticas de HOMOFOBIA e TRANSFOBIA ao crime de RACISMO. Então, é crime de racismo 
qualquer disciminaçao ou preconceito por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional e agora, também, por 
HOMOFOBIA e TRANSFOBIA. 
Alguns professores acreditam que isso vincula a Lei de Tortura. 
✓ Embora não haja previsão expressa no tipo penal, a discriminação em razão da 
orientação sexual da vítima também configura tortura preconceito. Pelas mesmas 
razões,portanto, a “discriminação racial” mencionada no dispositivo em estudo deve 
abranger o elemento “orientação sexual”, configurando o delito de tortura preconceito. 
“Em razão de discriminação RACIAL (orientação sexual) ou RELIGIOSA” 
✓ ANALOGIA IN MALAN PARTEM – O professor e Promotor de Justiça flávio 
Milhomem acredita que a TORTURA RACISMO não inclui a homofobia pois se trata de 
uma analogia in malam partem. 
 
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Art. 1º, II – TORTURA CASTIGO 
 
Art. 1, Inciso II 
Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida 
de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 Submeter é reduzir a capacidade de resistência 
 Sujeito ativo: Quem tem guarda, poder ou autoridade. 
Guarda significa o dever de vigilância atribuído a determinadas pessoas por meio de lei ou 
convenção particular, ainda que de maneira informal (Pais, professores, babás, tutores). 
Poder decorre de exercício de cargo ou função pública. 
Autoridade está ligada às relações privadas, como ocorre com o tutelado, curatelado, filhos 
etc. 
 
Informativo: 633 do STJ – Somente pode ser agente ativo do crime de tortura-castigo 
aquele que detiver outra pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade (crime próprio). 
No julgamento do REsp 1.738.264/DF (j. 23/08/2018), o STJ confirmou a necessidade 
de que o agente ostente a qualidade de garante para que cometa a tortura-
castigo. 
No caso julgado, dois indivíduos haviam sido condenados em primeira instância por 
terem submetido uma pessoa a intenso sofrimento físico para aplicar castigo pessoal e 
para constrangê-la a devolver determinada quantia em dinheiro a um dos agentes. A 
condenação foi mantida em sede de apelação, mas, nos embargos infringentes, o 
Tribunal de Justiça desclassificou a tortura para lesão corporal porque a conduta 
perpetrada não se subsumia a nenhum dos incisos do art. 1º da Lei 9.455/97: não havia, 
com efeito, as finalidades nem o motivo que caracterizam o inciso I, tampouco a 
qualidade especial dos sujeitos ativos necessária para a caracterização do inciso II, 
dispositivo no qual se baseara a condenação. 
 
 Sujeito Passivo: Aquele que está sob a guarda, poder ou autoridade do torturador 
 É um crime BIPRÓPRIO, pois exige qualidade especial do sujeito ativo e do sujeito passivo. 
 Meios de Execução: Crime de ação livre (omissivo ou comissivo) 
Ex: Privação de alimentos ou de cuidados indispensáveis, castigos excessivos ou pai que 
tortura o filho. 
 Elemento Subjetivo: DOLO de expor a vítima a intenso sofrimento como forma de aplicar 
castigo ou medida de caráter preventivo. Não há dolo específico, não se espera nada em 
troca da vítima. 
 Resultado: O sofrimento físico ou mental ocasionado deve ser INTENSO 
 Tortura Castigo X Crime de Maus Tratos (art. 136, CP) 
Na tortura castigo há a existência de vontade livre e consciente de causar sofrimento 
intenso como forma de castigo ou prevenção. 
PRESTE MUITA ATENÇÃO ao meio utilizado, ou seja, só existe tortura castigo se houver o 
emprego de violência ou grave ameaça. Portanto, se um Pai, com a intenção de aplicar um 
castigo pessoal, priva o seu filho de alimentos, causando-lhe intenso sofrimento físico e/ou 
mental, não resta caracterizado o delito de tortura-castigo, mas sim o de maus tratos (art. 
136 do CP). 
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 Art. 1º, § 1º – TORTURA AO PRESO 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal. 
 
 Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, embora, como regra, os agentes estejam em órbita 
da administração pública, pois somente o Estado tem o poder de prender alguém. Nada 
impede, entretanto, que o autor seja pessoa entranha aos quadros administrativos. 
 Sujeito passivo: O preso ou pessoa sujeita a medida de segurança. 
Pessoa presa é aquela que perdeu sua liberdade em razão de prisão em flagrante ou 
decorrente de ordem judicial. Pessoa sujeita a medida de segurança é a que se encontra 
internada em hospital de custódia ou tratamento psiquiátrico, ou, na falta destes, em outro 
estabelecimento adequado, ou, ainda, a que está sendo submetida a tratamento 
ambulatorial. 
 ATENÇÃO! Perceber que NÃO HÁ NECESSIDADE DE PRATICAR ATO COM VIOLÊNCIA 
OU GRAVE AMEAÇA! Basta praticar ato não previsto em lei ou ilegal e que cause 
sofrimento físico ou mental. 
 CUIDADO! Dizer que a violência não é necessária, não significa dizer que não pode haver 
violência. A tortura contra o preso pode ser praticada mediante violência, mas a violência 
não é o único meio possível. 
 Não prevê dolo específico e não prevê a necessidade de violência ou grave ameaça; 
 Ex: Colocar o preso o durante todo o dia pelado andado pelo presídio ou privá-lo de 
alimentação e água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tortura Imprópria 
 
Art. 1º, § 2º – TORTURA IMPRÓPRIA (anômala ou atípica) 
 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las 
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
 
 Omissão penalmente relevante 
 O sujeito que incorrer em tal tipificação não tem o dolo de torturar, não pratica 
efetivamente a tortura, mas de forma omissiva, permite que outro a realize. 
 A tortura imprópria é crime próprio, pois só poderá ser praticada por aquele que estiver 
na posição de garante, o que tinha o dever de evitar ou apurar o crime. Embora, em análise 
superficial, pareça que só o funcionário público pode ser sujeito ativo da primeira 
modalidade de omissão (de evitar), o tipo não restringe, nem explicita nem implicitamente, 
a prática do crime ao funcionário. 
 
 “Tinha o dever de evitar”: Funcionário Público e Garantidor – Assim, se o pai inflige 
intensos sofrimentos físicos ao filho e a mãe se omite, por ter dever legal de impedir o 
resultado, desde que fosse possível evitar, a mãe pratica o crime do § 2º. Observar que 
“fere” a CF/88 na medida que não pude como tortura aquele que, podendo evitar, se 
omitem. 
“A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
TORTURA(...), por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem; ” 
 
A própria CF/88 determina que devem responder por tortura, mas a lei da uma pena mais 
branda para os que se omitem. 
 
 “Tinha o dever de apurar”: O sujeito ativo somente pode ser o funcionário público, que 
tem o dever de apurar a conduta criminosa. 
 
 Essa omissão NÃO SE SUBMETE às disposições dos CRIMES HEDIONDOS e 
EQUIPARADOS. 
 
 A tortura omissiva será punida com pena de detenção de 1 a 4 anos, sendo cabível a 
concessão da suspensão condicional do processo, instituto previsto na Lei 9.099/95, em 
seu art. 89, para todos os delitos cuja pena mínima em abstrato não seja superior a 1 ano. 
 
 A condenação por crime de tortura omissiva, da mesma forma como ocorre nos crimes 
de tortura comissiva, acarreta a perda automática do cargo segundo entendimento do 
STJ sobre o tema (HC 47.846/MG – DJe 22/02/2010). 
 
 
 
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Qualificadoras, Causas de Aumento de Pena e Efeitos da 
Condenação 
 
Art. 1º, § 3º – TORTURA QUALIFICADA 
 
Lesão grave ou gravíssima: 
“§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 
quatro a dez anos. ” 
 
Morte: 
“Se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.” 
 
Essas figuras qualificadas são exclusivamente preterdolosas (preterintencional), ou seja, 
configuram-se somente quando existe dolo de torturar e culpa em relação ao resultado 
agravador (lesão grave ou morte). 
As lesões graves e gravíssimas que qualificam o crime de tortura são aquelas descritas no 
art. 129 §§ 1º e 2º do Código Penal. 
Não se confunde o crime de tortura qualificada pela morte com o homicídio qualificado 
pela tortura. 
Na tortura qualificada pela morte, o dolo do agente é de torturar e não de causar a morte. 
Acontece que, por excessos na execução do crime, o agente acaba causando culposamente a 
morte da vítima. 
No homicídio qualificado pela tortura, o agente quer a morte da vítima ou assume o risco 
de produzi-la. O dolo do agente é de matar e a tortura foi o meio empregado para realizar o feito. 
 
 Tortura qualificada pela morte 
Lei de Tortura. 
É crime equiparado a hediondo. 
Elemento subjetivo: É crime preterdoloso. Crime de competência do juízo comum. 
 
 Homicídio qualificado pela tortura (art. 121, § 2º, III – Código Penal) 
É crime hediondo 
Elemento subjetivo: É crime doloso. A tortura é meio de execução para produzir a morte. 
Crime de competência do tribunal do júri. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 1º, § 4º – CAUSAS DE AUMENTO DA PENA: (+1/6 a 1/3) 
 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
 
I - Se o crime for cometido por AGENTE PÚBLICO; 
 Qualidade do sujeito ativo 
 
II – Se o crime for cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente 
ou > 60 anos; 
 Qualidade do sujeito passivo 
 
III – Se o crime for cometido mediante sequestro. 
 É o meio de execução do crime. Privação de liberdade. 
 O sequestro aumenta a pena quando ele for meio para tortura, por exemplo, o agente 
sequestra alguém, pendura em pau de arara e tortura (neste caso a pena será aumentada). 
 Se o sequestro for elementar de um outro crime, por exemplo, “A” sequestra a vítima para 
pedir um resgate e no cativeiro a vítima é torturada (aqui teremos 2 crimes em concurso 
material – extorsão mediante sequestro em concurso material com o crime de tortura). 
 
Art. 1º, § 5º e § 6º – EFEITO DA CONDENAÇÃO 
 
§ 5º A condenação acarretará a PERDA DO CARGO, FUNÇÃO ou EMPREGO PÚBLICO e 
a interdição para seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada. ” 
 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
 Esse efeito da condenação é OBRIGATÓRIO e AUTOMÁTICO 
 Juiz não precisa motivar 
 
 
➢ A condenação criminal transitada em julgado não acarreta a cassação da aposentadoria 
automaticamente. O STJ não admitiu a interpretação extensiva do art. 1o, § 5º da Lei para 
alcançar a cassação de aposentadoria 
➢ O tribunal ressalvou a possibilidade de aplicação da penalidade de cassação da 
aposentadoria na esfera administrativa, por meio do devido processo administrativo 
disciplinar. 
(STJ – REsp 1.317.487/MT, DJe 22/08/2014). 
 
 
➢ A condenação por tortura omissiva gera a perda automática do cargo segundo 
entendimento do STJ 
(HC 47.846/MG – DJe 22/02/2010). 
 
 
 
 
 
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Art. 2º – EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL 
 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em 
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob 
jurisdição brasileira. 
 
O Brasil manifesta interesse punitivo ainda que o crime de tortura não seja cometido fora 
do território nacional, constituindo uma exceção ao princípio da territorialidade (art. 5º do 
código penal) 
A regra é a territorialidade. Extraterritorialidade é a aplicação da lei brasileira praticada 
no estrangeiro. 
Requisitos: 
 
 VÍTIMA BRASILEIRA 
Também chamada de Extraterritorialidade Incondicionada Princípio da Personalidade 
Passiva. 
 
 ENCONTRANDO-SE O AGENTE EM LOCAL DE JURISDIÇÃO BRASILEIRA 
Princípio do domicílio Aqui há uma polêmica: 
Para alguns, trata-se de extraterritorialidade incondicionada. (Nucci e Habib) 
Para outros, consiste em extraterritorialidade condicionada. (Capez e Marcelo Azeredo) 
 
AÇÃO PENAL 
 
A ação penal no crime de tortura será sempre pública incondicionada. 
 
COMPETÊNCIA 
Autoridade Militar: 
Antes do advento da lei 13.491/2017, a súmula 172 do STJ era que afirmava a competência 
da justiça comum para processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ou tortura, 
ainda que praticado em serviço. Após a Lei, a súmula perdeu seu objeto. 
O CÓDIGO PENAL MILITAR foi modificado e seu art. 9º foi expandido o rol de possibilidade 
de inclusão de crimes não militares como sendo militares. 
ANTES DA ALTERAÇÃO, o art. 9, II, do Código Penal Militar previa o seguinte: 
 
II - Os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei 
penal comum, quando praticados: 
 
APÓS A MENCIONADA LEI, PASSOU A PREVER QUE: 
 
II – Os crimes previstos neste Código E OS PREVISTOS NA LEGISLAÇÃO PENAL, quando 
praticados: 
 
Nota-se, portanto, que houve uma ampliação dos crimes de natureza militar, uma vez que 
qualquer crime existente no ordenamento jurídico brasileiro poderá se tornar crime militar, a 
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depender do preenchimento de uma das condições previstas no inciso II do art. 9º do Código 
Penal Militar. 
Antes, somente os crimes previstos no CPM eram crimes militares. 
Com a alteração legislativa, a previsão é de que “os crimes previstos neste Código” (Código 
Penal Militar) e os “previstos na legislação penal” (todas as leis penais do país) também são 
crimes militares, quando preenchida uma das hipóteses do inciso II do Código Penal Militar. 
 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
I - Os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal 
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; 
II – Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando 
praticados: 
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; 
 b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou 
CIVIL; 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza 
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar 
contra militar da reserva, ou reformado, ou CIVIL; 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, 
ou reformado, ou assemelhado, ou CIVIL; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a 
administração militar, ou a ordem administrativa militar; 
 
Nesse contexto todas as infrações penais tipificadas exclusivamente no Código Penal e na 
Legislação Penal Extravagante, quando praticadas no contexto do art. 9° do CPM, assumem a 
natureza de “crime militar” e, ao assumirem tal natureza, encontram na Justiça Militar a 
jurisdição competente para o processo e julgamento. 
Como exemplo, podemos citar: 
a) crime de disparo de arma de fogo praticado por militar em serviço; 
b)crime de tortura praticado por policial militar em serviço ou em razão da função: 
c) crime de abuso de autoridade praticado por militar em serviço; 
d) assédio sexual praticado por militar em serviço; 
e) crime de possuir imagens de crianças e adolescentes em situações pornográficas, quando os 
militares a obtiverem em razão do serviço e tenham essas imagens não com a finalidade de 
comunicarem a autoridade competente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios 
 
1. Lindomar é agente público e foi condenado à pena de reclusão de quatro anos pela prática de 
tortura. De acordo com a Lei federal nº 9.455/1997, que define os crimes de tortura e dá outras 
providências, a condenação de Lindomar acarretará a 
a) Suspensão do seu cargo, função ou emprego público por dois anos. 
b) Perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por quatro 
anos. 
c) Suspensão do seu cargo, função ou emprego público por quatro anos. 
d) Perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por oito anos. 
e) Perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício. 
 
2. Cinco guardas municipais em serviço foram desacatados por dois menores. Após breve 
perseguição, um dos menores evadiu-se, mas o outro foi apreendido. Dois dos guardas 
conduziram o menor apreendido para um local isolado, imobilizaram-no, espancaram-no e 
ameaçaram-no, além de submetê-lo a choques elétricos. Os outros três guardas deram cobertura. 
Nessa situação, os cinco guardas municipais responderão pelo crime de tortura, incorrendo 
todos nas mesmas penas. 
 
3. A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, 
pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. 
 
4. No que toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que para os crimes de tortura, além da 
perda do cargo, função ou emprego público, igualmente prevista a interdição de seu exercício 
por prazo determinado em lei. 
 
5. SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um servidor público federal, no exercício de atividade carcerária, 
colocou em perigo a saúde física de preso em virtude de excesso na imposição da disciplina, com 
a mera intenção de aplicar medida educativa, sem lhe causar sofrimento. ASSERTIVA: Nessa 
situação, o referido agente responderá pelo crime de tortura. 
 
6. O agente público que submeter pessoa presa a sofrimento físico ou mental, ainda que por 
intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de medida legal, praticará o crime de 
tortura. 
 
7. O agente carcerário X dirigiu-se ao escrivão de polícia Y para informar que, naquele instante, 
o agente carcerário Z estava cometendo crime de tortura contra um dos presos e que Z disse que 
só pararia com a tortura depois de obter a informação desejada. Nessa situação hipotética, se 
nada fizer, o escrivão Y responderá culposamente pelo crime de tortura. 
 
8. Um Agente Federal de Execução Penal determinou que José, preso sob sua custódia, 
permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, 
como forma de castigo, já que José havia cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. 
Nessa situação, esse agente cometeu crime de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência 
ou grave ameaça contra José. 
 
9. Para que um cidadão seja processado e julgado por crime de tortura, é prescindível que esse 
crime deixe vestígios de ordem física. 
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Gabarito 
1 - D 
2 - CERTO 
3 - ERRADO 
4 – CERTO 
5 – ERRADO 
6 – ERRADO 
7 – ERRADO 
8 – CERTO 
9 – CERTO 
 
Referências Bibliográficas 
 
GONÇALVES, Victor; Baltazar Júnior, José Paulo. Legislação Penal Especial Esquematizada, Ed. 
Saraiva, 2019. 
 
ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial, Ed. Saraiva, 2019. BRASILEIRO, Renato. 
Legislação Criminal Especial Comentada, Ed. Juspodivm, 2017 
AURY LOPES JR, “Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do júri”, 
disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-out-20/limite-penal-lei-134912017-fez- 
retirar-militares-tribunal-juri 
 
RODRIGO FOUREAUX, “A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar”, 
disponível em: https://jus.com.br/artigos/61251/a-lei-13-491-17-e-a-ampliacao-da- 
competencia-da-justica-militar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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