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Brasília-DF. ConCeitos, RequalifiCação e DemogRafia De sítios HistóRiCos Elaboração Jackson Moreira Souza Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I SÍTIOS HISTÓRICOS ................................................................................................................................ 9 CAPÍTULO 1 CONCEITO .............................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 IDENTIFICAÇÃO DE TESTEMUNHOS HISTÓRICOS ...................................................................... 14 CAPÍTULO 3 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO ESPAÇO URBANO ..................................................... 18 UNIDADE II REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO ...................................................................................................... 22 CAPÍTULO 1 REABILITAÇÃO URBANA: GESTÃO, REQUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS, RECUPERAÇÃO DOS EDIFÍCIOS .............................................................................................. 22 CAPÍTULO 2 RESTROIT OU RENOVAÇÃO ..................................................................................................... 29 CAPÍTULO 3 PLANEJAMENTO DA REQUALIFICAÇÃO ................................................................................... 34 UNIDADE III PROJETO ............................................................................................................................................. 40 CAPÍTULO 1 CONCEITO FORMA, VOLUMETRIA, TRAÇADO, PARCELAMENTO E RELAÇÕES MORFOLÓGICAS ENTRE OS ESPAÇOS CONSTRUÍDOS, ABERTOS E VERDES .......................................................... 40 CAPÍTULO 2 INSERÇÃO DE NOVAS EDIFICAÇÕES EM SÍTIOS HISTÓRICOS – IDENTIFICAÇÃO DO TRAÇADO E PARCELAMENTO, INTERVENÇÃO EM RUÍNAS E O PREENCHIMENTO DOS VAZIOS DO CONJUNTO ............................................................................................................................ 48 CAPÍTULO 3 PROTEÇÃO DO ENTORNO – REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O CONCEITO, A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA ..................................................................................................... 58 CAPÍTULO 4 TURISMO, SUSTENTABILIDADE E MONITORAMENTO-POTENCIALIDADES E VOCAÇÕES ADQUIRIDAS ....................................................................................................... 62 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 89 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Este material didático consiste em trazer uma abordagem a respeito dos conceitos de Sítios Históricos, e compreender como ocorre a formação do espaço urbano. Para tanto, faz importante o conhecimento dos Sítios Históricos, sendo estes uma área histórica de um país, ou ainda um sítio histórico nacional, dessa forma sua definição está atrelada a sua importância para a história de sua nação. Contudo, é conveniente destacar também a importância do estudo dos testemunhos históricos e as características do espaço urbanizado, não obstante será analisado o processo de reabilitação e requalificação de uma cidade, permitindo fazer a análise de como esses procedimentos podem impactar na área urbana, e a importância de se ter um planejamento adequado e bem estruturado. E, por fim, serão apresentadas as etapas de elaboração para a realização de um projeto urbano envolvendo novas edificações em áreas de sítios históricos, ressaltando a sua importância nacional, a fim de ter consciência e entender os conceitos da morfologia urbana, referida como uma configuração, obtida da junção de diversos elementos que formam as áreas ocupadas, ou livres, com vegetação, ou então, pavimentação, com volumetrias, materiais e cores variadas. Objetivos » Compreender os conceitos e o processo morfológico do espaço urbano. » Conceituar e analisar como se dá a reabilitação urbana. » Identificar a inserção de novas edificações em sítios históricos e os seus impactos no entorno. 9 UNIDADE ISÍTIOS HISTÓRICOS CAPÍTULO 1 Conceito Pode-se compreender os sítios históricos, como uma área histórica de um país, ou ainda, um sítio histórico nacional, dessa forma sua definição está atrelada à sua importância para a história de sua nação. As definições são um aviso de que o que aconteceu historicamente em um determinado local é valioso para a memória das pessoas, de todo um povo, e esses ambientes são muitas vezes conservados pelas autoridades nacionais, o que merece ser lembrado e comemorado. Vale explanar que isso acontece desde os tempos remotos, em que as cidades sãotidas como o produto das civilizações, ocorrendo em um processo intermitente e atemporal. É percebido, as cidades, desde a formação das pequenas civilizações urbanas da antiguidade comparada às grandes cidades na atualidade, as quais polarizam as mais importantes funções, desde as sociais como as patrimoniais e cívicas, formando um legado das civilizações antepassadas, sendo assim, um meio transitório por excelência. As funções sociais, econômicas, cívicas, habitacionais e patrimoniais formam um conjunto de atividades que são o motor propulsor da vida urbana, as quais têm o centro gravitacional nos centros históricos. De acordo com Teresa Barata Salgueiro (2005, p. 259), os centros históricos além de serem “as partes mais antigas da cidade”, são formados de uma “sucessão de testemunhos de várias épocas, monumento que nos traz vivo tempos outrora, nos dando a dimensão temporal com a sequência dos fatos que estruturam as identidades”. Todavia, é inegável dizer que o centro histórico de uma cidade é por definição um lugar que corresponde a uma área central comparada às demais áreas construídas, o que se percebe por seu poderio de atrair os habitantes e também turistas, sendo dessa maneira, um polarizador da vida econômica e social. 10 UNIDADE I │ SÍTIOS HISTÓRICOS De fato, considera-se que em uma cidade, independentemente de seu tamanho, existe sempre um espaço mais sensível e que melhor representará o próprio valor dessa cidade, com isso, se permite ressaltar que um centro histórico, é uma área em que acontecem as funções que se sobrepõem, e acima disso é o lugar que há o movimento das atividades observadas como essenciais, e que se situam em um nível hierárquico elevado, além disso, é um lugar de importância simbólica, que abarca a história afetiva da coletividade. Os simbolismos desses ambientes históricos podem ser justificados através dos sinais de identificações dos lugares e referências da imaginação da coletividade, mas também pelo aglomerado dos bens culturais que constituem uma cidade. Nesse ínterim, o sítio arqueológico, também chamado de local arqueológico, ou de estação arqueológica, é um espaço ou aglomerado de locais, cujas zonas e demarcações nem sempre se podem definir com exatidão, que ficaram conservados os testemunhos, e as evidências das atividades ocorridas no passado histórico, seja, esse pré-histórico ou não. Destaca-se aqui a expressão ‘sítio arqueológico’ ao local onde estão ou estiveram conservados os artigos, construções ou outras evidências que aconteceram as atividades exercidas pelos homens, ocorridos num passado não muito longínquo, ou até mesmo distante, por ora remoto. Os sítios arqueológicos mais conhecidos se referem, por exemplo, a cidades, templos, cemitérios e túmulos antigos soterrados em diversas partes do planeta. Exemplifica-se no Brasil, com os locais protegidos por lei, sendo crime destruí-los. Para expandir o conceito abordado, pode-se ver facilmente recordações relativas à importância do centro das cidades, tido como uma área que centraliza a história. Com marca de efeito, o que se nota nessas regiões é uma gama de serviços: lojas, teatros e cinemas, por exemplo, o que fomenta a centralidade regional, social e econômica para essa área urbana, a qual fica ocupada, e em uma posição central, servindo de entreposto para as populações, ou até mesmo em função das acessibilidades, o que assume uma posição geográfica estratégica relativamente ao que o rodeia. De fato, no que concerne à centralidade social do núcleo histórico das cidades, esta “vem do fato de ser o principal lugar de encontro, de intercâmbio e de informação” (BARATA SALGUEIRO; 2005, p. 354), bem como do convívio, da criação de sociabilidades, recreio, lazer, concentrando importantes movimentos 11 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I de pessoas. Visto que em outros tempos já se verificava esta importante função cívica do centro histórico das cidades, pois sempre foi “o sítio a frequentar para passeio, para ver vitrines, para ver gente e encontrar os amigos, para fazer compras e para assistir a espetáculos” (BARATA SALGUEIRO; 2005, p. 354) e, um lugar privilegiado para viver. Sendo assim, é relevante discorrer a distinção da tendência do historiador e do arquiteto quando se trata de um bem edificado. Para o arquiteto, preservar tem o significado de restaurar um patrimônio arquitetônico, já para o historiador os imóveis devem ser conservados não por suas qualidades arquitetônicas, tampouco por se inserir na grande história, mas pelo que nos revelam de outras experiências, outras formas de ser que nos precederam, que eclodiram com a alteração do tempo e mantém os modos de vivência social no território. Visto que, o historiador pensa o bem como lugar de recordação, conceito que se traduz na complexidade de um lugar, que envolve conhecimento e sentimentos, um lugar de reconhecimento, de troca de emoções e saberes. Não obstante, para entender o patrimônio como um bem a ser preservado no mero estudo acadêmico, o historiador o vê pela inteligibilidade histórica que ele pode oferecer seja para ele, historiador, seja para a sociedade. Em outros termos, destaca seu papel na produção de recordações e na criação de ligações da identidade, uma função que remete afeto simbólico. Logo, um bem patrimonial, não esboça apenas uma memória, mas graus de memória, podendo ser diversos, e estar em oposição. É conveniente dizer que nos atuais debates sobre os rumos da política de preservação no Brasil e na Europa, percebe-se uma tendência a dissociar os conceitos de patrimônio e de nação. A conjuntura desta postura é evidente quando se trata de contestar o papel do Estado como único agente ordenador da sociedade e legitimador de sua identidade. A responsabilidade de valor a um monumento não pode ser de domínio do Estado, mas deve contemplar a multiplicidade de significações e valores que lhe são atribuídos, em um mesmo momento e contexto, a um mesmo bem, por grupos econômico, social e culturalmente distintos. São exemplos de sítios arqueológicos as figuras (1 e 2). A figura 1 representa o famoso não apenas na América Latina, mas em todo o mundo, o sítio arqueológico localizado na região hoje conhecida como Cusco 12 UNIDADE I │ SÍTIOS HISTÓRICOS pode ter sido criado no século XV. É o principal símbolo do império Inca, é um monumento histórico valioso da genialidade deste povo que vivia em uma sociedade muito bem organizada, facilmente visível na disposição dos prédios que hoje contam muito sobre os costumes incas. Figura 1. Sítio Arqueológico, Cusco. Fonte: https://www.skyscanner.com.br/noticias/7-sitios-arqueologicos-dos-mais-bonitos-do-mundo. De acordo os estudiosos, Tikal (Figura 2) foi um dos grandes centros populacionais e culturais criados pela civilização maia. Acredita-se que foi no século IV a.C. sua estrutura original já tivesse sido construída, contudo, com o tempo, parcialmente destruída e, por isso, o que se vê hoje são construções datadas entre os anos de 200 e 850 d.C. Figura 2. Sítio Arqueológico, Guatemala. Fonte: https://www.skyscanner.com.br/noticias/7-sitios-arqueologicos-dos-mais-bonitos-do-mundo. https://www.skyscanner.com.br/noticias/7- https://www.skyscanner.com.br/noticias/7- 13 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I Assista ao vídeo “Mobilidade e acessibilidade em Sítios Históricos”, da Folha de Pernanbuco, disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=rfUMqgGvkzw. Faça uma síntese sobre a importância da acessibilidade aos sítios históricos. 14 CAPÍTULO 2 Identificação de testemunhos históricos Desde tempos longínquos que as cidades são produto das civilizações que fisicamente as construíram e socialmente as edificaram, em um processo constante e atemporal. De fato, as cidades sempre atraíram importantes funções sociais, culturais, patrimoniais e históricas, sendo uma herança das sociedades passadas e uma mais-valia paraas sociedades que surgiriam. Por isso, todas as atividades exercidas na cidade formam o motor propulsor da vida urbana. Dessa maneira, é recorrente falar que os sítios históricos urbanos nacionais e os conjuntos urbanos de monumentos nacionais são espaços privilegiados que repousam experiências coletivas e princípios de identidade. Para tanto, os monumentos são sinais que perduram os testemunhos das sociedades passadas das possibilidades perdidas, assim como, dos processos autores de nossa realidade presente. Esses lugares de memórias devem ser analisados no sentido de sua representatividade ou de sua aproximação ao processo histórico de formação da nacionalidade. Sabe-se, então, que com o Decreto-Lei no 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteção do patrimônio artístico e histórico no Brasil, estabelece, no seu artigo primeiro, que interessa a preservação daqueles bens móveis ou imóveis existentes no Brasil, ‘quer pela sua ligação aos fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico’. Destaque-se aqui o estado de Goiás por ter se mantido excepcionalmente autêntico diante aos efeitos do moderno crescimento socioeconômico brasileiro e regional, que foram absorvidos sem descaracterizações relevantes de seu patrimônio cultural, material e imaterial. Com uma trajetória que remete ao início do século XVIII, preservando testemunhos materiais de 274 anos, Vila Boa de Goiás identifica-se na vida urbana tradicional, mas que se revigora e interage com o conjunto arquitetônico e ambiente natural protegidos. É singular, por um lado, mas justamente por preservar as marcas da trajetória histórica, como em poucos lugares, ali é notória a leitura da marcha harmônica do tempo. A escala urbana acha-se fascinantemente mantida, mesmo nos espaços não protegidos. Em termos de arquitetura e urbanismo brasileiros, forma-se um verdadeiro milagre de preservação. 15 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I Está inscrito no Livro do Tombo histórico, o qual permanece como um espaço de referência histórica pelos testemunhos da ruína, sendo exemplificado pelo casarão do antigo Palácio de Governo, por meio do traçado urbano remanescente e, principalmente, pela cultura social que relutou e ainda permanece. Já a identificação de sítios a céu aberto na área arqueológica do Seridó, no estado do Rio Grande do Norte/Brasil, mais especificamente na área do Vale do Rio da Cobra e outros tributários do Rio Seridó, tem contribuído para o estudo das áreas habitacionais dos grupos pré-históricos que ocuparam a região. Esses sítios, de acordo com as cronologias definidas até o momento, sugerem a possibilidade de relação desses a dois períodos cronoculturais distintos: aos grupos caçadores-coletores que produziram os grafismos rupestres identificados na região, ou ao surgimento das primeiras cerâmicas regionais no interior da América do Sul (BORGES, 2010). É necessário saber que a utilização das fontes históricas não trata de apenas buscar as origens ou a verdade de tal acontecimento, trata-se de entender enquanto registro de testemunhos dos atos históricos. É um alicerce do conhecimento histórico, é nela que se apoia o conhecimento que se produz acerca da história. Elas apontam a base e o ponto de apoio, o repositório dos elementos que definem os fenômenos, em cujas características se busca o entendimento (SAVIANI, 2006, p.30). Dessa forma, quando o historiador trabalha com as fontes históricas, esse, como se pode analisar, tece determinadas interpretações, influenciado pelo seu presente. No entanto, o historiador, a partir de outros documentos e elementos diversos inscritos em uma historicidade específica, contextualizada, procura a compreensão do significado de tal fonte, busca qual representação de mundo está inserida no grupo que a idealizou. Com isso, as fontes são nesse sentido, artigos culturalmente construídos e repletos de intencionalidade pelos grupos que a originaram. Assim segundo Bloch: “Tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica tudo o que toca pode e deve informar sobre ele” (BLOCH, 2001, p. 79.). Então, vale creditar, dessa maneira, serem as bases históricas, se utilizadas de uma forma que considere o desenvolvimento cognitivo envolvido na relação de ensino/aprendizagem em história, capazes de tornarem-se instrumentos no sentido vasto que essa pode alcançar, auxiliando o entendimento do presente através do passado. 16 UNIDADE I │ SÍTIOS HISTÓRICOS A figura 3 ilustra o Palácio Conde dos Arcos, que é um casarão com 36 cômodos, construído em 1756. Era a antiga sede do governo do estado na cidade de Goiás, hoje é um centro cultural. Figura 3. Palácio Conde dos Arcos, Goiás. Fonte: http://preexistencias.blogspot.com/2012/11/goias-velho-patrimonio-historico-da.html. As figuras 4, 5 e 6 ilustram a Vila Boa, que surgiu com a chegada de algumas famílias à região, à procura de solos férteis. O povoado passou a ser distrito da cidade de Formosa. Vila Boa tornou-se cidade em 1992. Em virtude da sua localização, Vila Boa é o ponto certo de parada para quem está a caminho do nordeste goiano ou rumo ao nordeste do país. O turista que desejar passear por Vila Boa fará gozo de lindíssimas paisagens naturais. Vila Boa está situada no Planalto Central, na região nordeste do Estado de Goiás. Figura 4. Antiga Vila Boa de Goiás. Fonte: http://www.vilaboadegoias.com.br/album_fotos/fotos_antigas/page/image59.html. http://preexistencias.blogspot.com/2012/11/ http://www.vilaboadegoias.com.br/album_fotos/fotos_antigas/page/image59.html 17 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I Figura 5. Casa da Câmara e Cadeia de Vila Boa, Goiás. Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Foto-da-Casa-da-Camara-e-Cadeia-de-Vila-Boa-de-Goias-Fonte-Acervo- Particular_fig2_326134854. Figura 6. Vila Boa de Goiás. Fonte: https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/GO/409/vila-boa. Para refletir acerca do que foi estudado no capítulo 2, disserte sobre a preservação arquitetônica e a importância dos testemunhos históricos. https://www.researchgate.net/figure/Figura-2- 18 CAPÍTULO 3 Características morfológicas do espaço urbano Entende-se por forma urbana os principais elementos físicos que compõem e moldam a cidade, constituindo-se, assim, os tecidos urbanos que são: as ruas, as parcelas urbanas (ou lotes), as edificações, dentre outros. Sendo assim, pode-se dizer que a análise estática da morfologia urbana, a representação de um estudo das formas urbanas e dos agentes e processos responsáveis pela sua transformação. Destarte, requer a habilidade de detectar um vasto sistema de sinais estruturais que permitam, dinamicamente, ler, compreender um organismo urbano em todas as suas escalas (MARETTO, 2014). É pertinente ressalvar a Escola Inglesa (Conzeniana) acerca do estudo morfológico no espaço urbano, a qual desenvolveu a abordagem que focaliza na análise da evolução urbana, demostrando ênfase fundamental na paisagem urbana e no tempo. Conzen desenvolveu seu método a partir das investigações a respeito de assentamentos urbanos no Nordeste da Inglaterra, entre os anos 1950 e 1960, depois de imigrar para a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. É importante trazer os conceitos para caracterizar a abordagem desse tema, dentre as quais: » Análise Morfológica da Paisagem Urbana − refere-se ao estudo da estrutura física e espacial das cidades que permita sua leitura e análise consoante aos processos de formação e transformação. » Historicidade − é a expressividade histórica. Atributo da paisagem capaz de refletir materialmente as permanências de vários períodos, ou seja, a acumulação das formas ao longo do tempo. (LAP, 2013) » Permanência x Dinâmica da Transformação − é a necessidade de eleger o que deve ser conservado. A tendência à transformação é inerente a qualquer paisagem urbana. » Elementos Fundamentais de Estudo da Forma Urbana − forma: sítio e suageomorfologia, sistema viário, padrão de parcelamento 19 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I das quadras e dos lotes, edifícios e espaços abertos correlatos às formas construídas; resolução (escala): o edifício e seu lote; a rua e o quarteirão, a cidade e a região; tempo: períodos morfológicos (períodos históricos mais os períodos evolutivos): fatos históricos e inovações materializadas. » Hierarquia da Forma na Paisagem Urbana (Visão Tripartite) − Plano urbano: composto pelo sistema viário e o padrão de parcelamento do solo compartilhado; tecido urbano: quadras e lotes com as tipologias de edilícios semelhantes; uso e ocupação do solo: o lote, o edifício e o uso mútuo. Sendo assim, o Plano Urbano pode ser compreendido como a lógica de ocupação do território, sendo a organização do espaço em relação à topografia e às características naturais do sítio, que se expressa através de uma ideologia de ocupação do território refletida no sistema viário, por exemplo. Outra característica a ser abordada é acerca dos agrupamentos de edificações, os quais podem possuir características semelhantes, formando manchas que configuram os tecidos urbanos. Constituindo-se em tecidos homogêneos ou heterogêneos (figuras 7 e 8). A figura 7 ilustra a verticalização das cidades, que é realmente um fator relevante que questiona a inclusão social nesse tipo de construção, e que também avalia em que medida esse processo de verticalização implica nas transformações do tecido urbano e de suas práticas socioespaciais. Figura 7. Verticalização na cidade de São Paulo. Fonte: http://www.saocarlos.usp.br/construir-mais-predios-realmente-torna-as-cidades-mais-inclusivas/. 20 UNIDADE I │ SÍTIOS HISTÓRICOS Figura 8. Edificações em comunidade na cidade de São Paulo. Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/policia-amplia-ocupacao-de-favelas-em-sao-paulo-6667829. Vale assim destacar aqui, que o uso determina a forma da edificação e suas dimensões. As edificações produzem evidências materiais que permitem determinar a época em que foram construídos por estarem imbuídas pelos aspectos culturais de sua sociedade. Susceptíveis às transformações, portanto, efêmeros. É conveniente explanar sobre o processo de modificação da forma urbana que se dá entre a historicidade e o palimpsesto, ou seja, as primeiras modificações se dão no uso, que demandam alterações no tipo edilício, fachadas e ocupações no lote, transformando o desenho das quadras e o tecido urbano. Vale ainda salientar que os elementos do plano urbano, expressos no sistema viário, por exemplo, tendem a maior permanência no tempo. E, para uma melhor compreensão do método de organização temporal, pode-se dividir esse processo de mudança urbanística da seguinte maneira: » Os períodos históricos − sendo demarcados pelos fatos, nos quais é possível a delimitação de datas. » Os períodos de evolução − baseando-se nos aperfeiçoamentos formais que são introduzidos na paisagem urbana. Esses traduzem características econômicas, sociais, políticas e culturais. » Os períodos morfológicos − nesses, há a necessidade de ajustar a delimitação de datas de um período morfológico, adotando seu início e fim. 21 SÍTIOS HISTÓRICOS │ UNIDADE I Nota-se também que a Escola Italiana traz uma abordagem tipológica de projetar, a qual baseia-se na continuidade com a cultura das edificações locais, ou seja, o projeto arquitetônico é utilizado para as reinterpretações das influências culturais. Muratori foi quem desenvolveu as abordagens da Escola Italiana, entre os anos de 1933 e 1973, trazendo um olhar mais cuidadoso com a expansão dos ideais modernistas na Europa. É recorrente, ainda, pontuar a respeito de dois conhecimentos: » Consciência espontânea: atitude que um sujeito decide ao incorporar à sua obra a herança cultural do lugar em que vive sem pensar mais de uma vez. » Consciência crítica: é o agir com entendimento de sua própria herança, passando a dominar essa bagagem cultural, sabendo decidir como agir consoante ao meio em que pertence. Por fim, vale frisar que cada período morfológico representa, em suma, os fatos históricos e as renovações concretizadas na paisagem urbana, determinando características formais. A aplicabilidade do método da visão tripartite, em cada período da morfologia urbana, conduz ao entendimento da evolução da paisagem urbana. Ao realizar a leitura do capítulo 3, faça uma reflexão acerca do processo de formação do espaço urbano e discorra de forma suscita os motivos de se ter um Plano Diretor nas cidades. 22 UNIDADE IIREABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO CAPÍTULO 1 Reabilitação urbana: gestão, requalificação dos espaços urbanos, recuperação dos edifícios De acordo com o Ministério das Cidades, a área central das grandes cidades pode ser definida, como um bairro ou um conjunto de bairros consolidados, articulados ou não em torno do núcleo original da cidade, que possui forte poder de concentração de atividades e pessoas, favorecido de infraestrutura urbana, equipamentos públicos, serviços, oportunidades de trabalho e acervo edificado (PROGRAMA NACIONAL DE REABILITAÇÃO DE ÁREAS URBANAS CENTRAIS, 2003). Debate-se muito a respeito das áreas urbanas centrais que passaram por processos de esvaziamento de contingente populacional, da degradação e perda de sua dinâmica socioeconômica e das movimentações de intervenções para a recuperação dessas áreas, sendo isso, uma abordagem importante para tratar-se sobre a reabilitação urbana nas cidades. Contudo, mesmo com vários atrativos, essas áreas passaram de referências de desenvolvimento urbano a áreas degradadas e subutilizadas, devido ao processo de esvaziamento provocado pelas políticas urbanas de expansão das cidades, que visavam ao alívio do ‘gargalo’ dos grandes centros, estimulando a ocupação periférica. Para recuperar essas áreas e reinseri-las dentro do atual contexto urbano, é preciso que sejam realizadas tais intervenções. Sendo assim, serão expostos conceitos acerca do desenvolvimento das cidades que resultaram nos processos de desocupação e degradação dos centros urbanos e concepções e termos que definem os tipos de intervenção que tem sido realizada nessas áreas. Pode-se exemplificar, aqui, algumas capitais brasileiras, onde se 23 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II observa a sua expansão, todavia, o centro não perdeu a sua real função, que é a de polarizar os serviços. É na região das cidades onde se tem a maior oferta de empregos, é uma área comum a todos os habitantes e usuários, sendo ainda muito procurada por apresentar diversas atividades de lazer e cultura. Logo, revitalizar uma determinada área da cidade requer a reversão do processo de abandono e induz a vitalidade da área ao seu entorno. Assim, para realizar a análise do processo de esvaziamento da área central de uma cidade, por exemplo, é importante embasar teoricamente o projeto de reabilitação de um trecho delimitado com o intuito de reverter o processo de abandono e induzir a vitalidade da área e de seu entorno. Deve-se, dessa forma, apresentar aspectos gerais que envolvam o surgimento, a evolução e a conceituação de intervenções em centros urbanos com o objetivo de reabilitar essas áreas, tratando sobre os aspectos positivos e negativos dessas intervenções urbanas locais e globais, para desenvolver uma proposta que se adeque à realidade de uma cidade. É importante, dessa forma, realizar uma alusão histórica, já que, por exemplo, a revolução das comunicações, produto desta época, permitiu a difusão da informação e gerou uma modificação na relação das atividades econômicas com o território, o que as tornou mais independentes do espaço físico e ao mesmo tempo destacou o território (VARGAS, 1992). Essa maior capacidade de comunicação fez com que o território deixasse de ser prioritariamente o local de produção para ser o local de consumo. Vargas e Castilho (2009) ainda destacam que foram poucas as inovaçõesdesse período em relação às estratégias de intervenção nas áreas centrais. A grande diferença, segundo as autoras, está na dimensão dos projetos, no foco da intervenção, na maneira de gestão e no aumento da divulgação, que conduziu a um grande surgimento de grupos e associações que passaram a se envolver nessas intervenções. As autoras ainda ressaltam que as intervenções passaram a abranger outras áreas degradadas da cidade, como as estruturas industriais e portuárias subutilizadas e as orlas ferroviárias abandonadas. Enquanto se mantém a questão da conservação nas áreas centrais, nas demais áreas ocorrem a busca pelo novo. A figura 9, abaixo, ilustra o moderno Porto Madero, em Buenos Aires, na Argentina. 24 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Figura 9. Porto Madero, Buenos Aires – Argentina. Fonte: https://turismo.buenosaires.gob.ar/br/atractivo/bares-e-restaurantes-em-puerto-madero. Diante o exposto, vale destacar a Carta de Veneza, de 1964, a qual estendeu a definição de monumento histórico a todo conjunto representativo, mesmo modesto, que fosse considerado o testemunho das evoluções, acontecimentos históricos ou civilizações. A continuação do tecido urbano também passa a ser considerada e reconhecida. ‘O período das demolições’ foi aos poucos sendo trocado por ações integradas e concomitantes que visavam à retomada de atividades econômicas recuperando os imóveis fisicamente e fixando a população de origem no seu habitat. A atitude de reconhecimento das preexistências trouxe um novo conceito para as intervenções, e surgiram diversos termos com significados similares como valorização, revitalização e reabilitação, os quais devem ser conceituados. A reabilitação, no sentido de origem, significa o restabelecimento dos direitos. Na jurisprudência, é “a ação de recuperar a estima e a consideração” (VARGAS; CASTILHO, 2009). Já para Choay, reabilitação é uma operação mais avançada e não simples melhorias no habitat (VASCONCELLOS; MELLO, 2009). Surge a Carta de Lisboa, de 1995, com o intuito de nomear tipos de intervenção e já direcionada para os temas urbanos. Com isso, os conceitos renovação, reabilitação e revitalização urbanas foram assim definidos: » Renovação urbana – é a intervenção urbana para ser aplicada nas malhas urbanas degradadas, com a demolição de estruturas morfológicas e tipológicas e a substituição dessas por tipologias arquitetônicas modernas. » Reabilitação urbana – pode ser entendida como uma estratégia de gestão urbana que busca requalificar a cidade já existente por meio de intervenções múltiplas destinadas a valorizar as competências 25 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II sociais, econômicas e funcionais, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das populações residentes. Isso requer o desenvolvimento das condições físicas do parque construído pela sua reabilitação e instalação de equipamentos, infraestrutura, espaços públicos, mantendo a identidade e as características da área da cidade a que dizem respeito. » Revitalização urbana – essa reúne as operações destinadas a resgatar a vida econômica e social de uma parte da cidade em declínio. Aplicando-se a todas as zonas da cidade, com ou sem identidade e características marcantes. Logo, pode-se afirmar que a diferença na definição dos termos reabilitação e revitalização está na razão de que o primeiro exige a manutenção da identidade e das suas características, e o segundo permite que esse mesmo procedimento possa ser adotado em zonas com ou sem identidade. Todavia, em nenhum momento parece existir uma preocupação em definir a importância de identidade (VASCONCELLOS; MELLO, 2009). Por outro lado, as terminologias mais utilizadas para definir os projetos de intervenção urbana em áreas deterioradas são a requalificação e a reabilitação. Segundo Blascovi (2006), a requalificação, ou a nova funcionalização urbana, integra processos de alteração de uma área urbana com o fim de conferir a essa área novas funções, diferentes daquelas que já existem. Fica assim, evidente que uma ação de gestão territorial pode, ao mesmo tempo, ter um caráter de renovação e de requalificação. Já a reabilitação constitui um processo integrado de recuperação de uma zona urbana que se pretende salvaguardar, implicando o restauro de edifícios e a reestruturação do tecido econômico e social, no sentido de tornar a área atrativa e dinâmica, com boas condições de habitabilidade. Blascovi (2006) evidencia, ainda, que através desse conjunto de possíveis intervenções em áreas degradadas, pode resultar um outro processo, conhecido como gentrificação ou gentrification (o termo gentrificação foi usado pela primeira vez pela socióloga inglesa Ruth Glass, a partir de seus estudos sobre Londres, descritos em seu livro Introduction to London: aspects of change, de 1963. Sob o mesmo ponto de vista, a autora usou o vocábulo para denominar o processo de expulsão da população de baixa renda de certos bairros centrais da cidade, com sua substituição por moradores de classe média e a inovação das moradias, modificando 26 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO por completo a forma e o conteúdo social desses ambientes urbanos (BIDOU- ZACHARIASEN, 2003). É conveniente destacar, ainda, acerca de algumas definições e conceitos do art. 1o da Reabilitação Urbana, a qual utiliza técnicas variadas, sendo assim, a definição e o objeto de análise são aceitos pelos dois países, consoante ao que segue: » Reabilitação de um edifício – as obras têm por finalidade a recuperação e beneficiação de uma construção, solucionando as anomalias construtivas, funcionais, higiênicas e de segurança acumuladas ao longo dos anos, procedendo a uma modernização que melhore o seu desempenho até próximo dos atuais níveis de exigência. » Restauro de um edifício − as obras especializadas, têm por finalidade a preservação e a consolidação de uma construção, assim como a conservação ou reposição da totalidade ou de parte da sua concepção original ou correspondente aos momentos mais importantes da sua história. » Reconstrução de um edifício − qualquer obra que versa em realizar novamente, total ou parcialmente, uma instalação que já existe, no local de implantação ocupado por esta e mantendo, nos principais aspectos a traça original. » Renovação de um edifício − é qualquer construção que consista em executar de novo e totalmente um edifício em um local anteriormente construído. » Conservação de um edifício − é o conjunto de medidas destinadas a salvaguardar e a prevenir a deterioração de uma edificação, que inserem a realização das obras de manutenção necessárias ao correto funcionamento de todas as partes e elementos de um edifício. » Manutenção de um edifício − é a série de atividades que visam mitigar os ritmos de degradação da vida de um edifício e são desenvolvidas sobre as diversas partes e elementos da sua construção, assim como sobre as suas instalações e equipamentos, sendo geralmente obras programadas e efetuadas em ciclos regulares. A figura 10 ilustra o último trecho do High Line Park, completando uma das transformações urbanas mais distintivas da população de Nova York: observa-se que trilhos elevados abandonados foram transformados em um oásis linear de flores, gramas e árvores no charmoso bairro Chelsea, no lado oeste de Manhattan. 27 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II Figura 10. Jardim suspenso do High Line. Fonte: http://www.mainline.com.br/o-jardim-suspenso-do-high-line/. A figura 11 traz uma abordagem acerca da sustentabilidade na reabilitação urbana, destacando a importância do novo paradigma do mercado da construção, focando nos desafios emergentes, nas novas abordagens, soluções tecnológicas e prioridades políticas, que permitirão aos diversos inconvenientes do mercado da construção e da engenharia civil enfrentar o presente contexto ambiental, sociocultural, micro e macroeconômico. Figura 11. Sustentabilidadena reabilitação urbana. Fonte: www.engenhariacivil.com/sustentabilidade-reabilitacao-urbana. https://www.engenhariacivil.com/ 28 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Conheça mais sobre os espaços urbanos que passaram pelo processo de requalificação urbana. Acesse o link: https://www.frazillioferroni.com.br/revitalizacao-de-espacos/. Faça uma síntese dos conceitos Requalificação e Reabilitação do espaço urbano. 29 CAPÍTULO 2 Restroit ou renovação Observa-se que os termos ‘revitalização’, ‘recuperação’, ‘renovação’, ‘reconversão’, ‘reciclagem’, ‘restauro breve’ entre outros, muitas vezes são utilizados de forma descompromissada e inconsequente, sem o devido cuidado com o rigor conceitual que qualquer tipo de intervenção em bens de valor cultural exige (RUFINONI, 2009). Destarte, colocando a marca de ‘Renovação Urbana’, alguns projetos executados nos dias de hoje, em áreas históricas, não respeitam as recomendações presentes nas Cartas Patrimoniais e em toda a teoria do restauro e da conservação desenvolvida e amadurecida ao longo de décadas em que foram debatidas. Todavia, com o marketing de trazer a renovação e a nova vida ao centro das cidades, esses projetos, na realidade, não consideram aspectos primordiais do lugar, como a história, o patrimônio construído e a paisagem. Para entender a melhor configuração atual dos centros urbanos, seu dinamismo, assim como os seus usos e funções que se encontram em permanente processo de definição e redefinição, é de elevada importância conhecer os fatores que propiciaram para sua formação e modificação ao longo dos anos. Destaca-se, ainda, que esse novo modelo dos processos de produção e dos centros das cidades surtiram em diversos problemas, como o trânsito intenso e o enfraquecimento das formas de gestão tradicionais. Origina-se, assim, a necessidade de renovação do ambiente construído. Os centros urbanos passaram, a partir de então, por um constante processo de definição e redefinição, que foi direcionado pela disputa de interesses dos agentes sociais. Referindo-se a esse aspecto, Corrêa (2003) afirma que a área central das cidades é um produto da ação dos proprietários dos meios de produção. Diante disso, é recorrente dizer que as práticas de renovação, requalificação, revitalização e reabilitação urbana são acionadas para favorecer a resolução de uma variedade de problemas urbanos. A priori, é preciso distinguir os termos que são muitas vezes usados como sinônimos, mas não têm exatamente o mesmo significado. Ressalta-se aqui, brevemente: revitalização trata-se da recuperação do espaço ou construção; já a renovação refere-se à substituição, e a reconstrução, portanto, pode alterar o uso; logo requalificar dá uma nova função enquanto melhora o aspecto; e a reabilitação cuida do restauro, mas sem mudar a funcionalidade. Sendo assim, cada um desses processos obtém, portanto, resultados diferentes para a área urbana. 30 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Nota-se que todas eles, entretanto, estão ligados à mesma ideia: modificar e regenerar espaços, zonas ou áreas urbanas com intuito de rejuvenescê-las por meio da reconstrução de edificações ou de espaços públicos. Esses processos originam-se da necessidade de resolver problemas econômicos, sociais ou ambientais. Para que, dessa forma, a população possa gozar e ser impactada de forma positiva pela área modificada, vale ressaltar que o planejamento deve apoiar-se na participação da comunidade. Na maioria das vezes liderados por governos em parcerias público-privadas, esses projetos precisam da participação da sociedade para que atendam às suas necessidades e não acabem distanciando a comunidade local. Essa é uma das críticas mais comuns a esse tipo de intervenção, nas quais muitas vezes grandes empreendimentos são construídos sem qualquer ligação com a realidade da população local. Para tanto, novos modelos de transformações urbanas devem fazer o reconhecimento de que a mudança não pode mais ser responsabilidade de um único agente, organização, instituição ou setor. A transformação necessita de coalizões e movimentos de múltiplos atores, tanto do lado da demanda quanto da oferta, da inovação e da intervenção. Figura 12. Espaços públicos: a transformação urbana com a participação da população. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/875364/espacos-publicos-a-transformacao-urbana-com-a-participacao-da-populacao. http://thecityfixbrasil.com/2017/06/21/espacos-publicos-a-participacao-como-ferramenta-para-construir-cidades-mais-democraticas/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br 31 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II A figura 13 ilustra o Superkilen, que é um parque situado na cidade de Copenhague, na Dinamarca. Figura 13. Espaços públicos: Parque Superkilen. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/875364/espacos-publicos-a-transformacao-urbana-com-a-participacao-da-populacao. Contudo, observa-se um processo muito extenso de renovação urbana, vale dizer que os primeiros objetivos de um projeto podem sofrer modificações ao longo do tempo. Dessa forma, uma visão de longo prazo deve ser garantida. Um comprometimento com o interesse da população e com os valores compartilhados precisa de uma abordagem inclusiva, e etapas futuras do crescimento do processo devem ter uma flexibilidade que permita ajustes que se adequem às mudanças sociais e interesses mercadológicos. As figuras 14 e 15 ilustram a renovação de espaços públicos como modeladores de espaço urbano das cidades de Nova York, nos Estados Unidos, e em São Paulo, no Brasil, respectivamente. https://www.archdaily.com.br/br/875364/espacos-publicos-a-transformacao-urbana-com-a-participacao-da-populacao 32 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Figura 14. Espaços públicos: jardim suspenso, Nova York. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/875364/espacos-publicos-a-transformacao-urbana-com-a-participacao-da-populacao. Figura 15. Espaços públicos: urbanização do cantinho do céu, São Paulo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/875364/espacos-publicos-a-transformacao-urbana-com-a-participacao-da-populacao. Por tanto, a proposta da Reabilitação Urbana visa devolver e promover a ocupação de uma área dotada de infraestrutura urbana, retomando sua dinâmica e agregando novos usos e atividades, fazendo-o ser novamente um ambiente onde as pessoas queiram viver e contribuir com a sua conservação, podendo, dessa maneira, fazer uma reflexão em áreas próximas que também estão atualmente degradas e/ou mal utilizadas. Com isso, obter um espaço comum a todos. 33 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II Conheça mais sobre o conceito ‘revitalização’ Acesse o link: http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/assista/tv/7671- revitaliza%C3%A7%C3%A3o-urbana. Faça uma síntese fazendo uma associação entre a necessidade de preservação do meio ambiente com a renovação dos espaços urbanos. 34 CAPÍTULO 3 Planejamento da requalificação Ao realizar o estudo de planejamento para executar uma requalificação urbanística, é necessário que haja um Plano de ação, o qual irá procurar estruturar dentro de uma visão amplificada a questão urbana, tendo uma visão das características de projeto, como também da logística necessária à instalação de um empreendimento. Para tanto, o Plano de Requalificação Urbana tem por pressuposto geral a cooperação entre as três esferas de governo (municipal, estadual e federal) e também a iniciativa privada, no caso, o empreendedor responsável pela implantação de uma obra, por exemplo, concomitante em atendimento ao estabelecido pelo Estatuto da Cidade (Lei no 10.257/2001). Pode-se sublinhar como objetivos gerais de um projeto de requalificação: » compatibilizar os diversos projetos de intervenção e com a estruturação urbana existente; » definir ações de responsabilidade do empreendedor, especificamente com relação ao que será executado; » contribuir para a revisão do PlanoDiretor e seu detalhamento. E, como objetivo específico, tem-se a indicação das principais ações a serem desenvolvidas no âmbito urbano e as respectivas responsabilidades. Diante desse processo de requalificação urbana é importante, e necessário, que se faça uma abordagem sobre os aspectos de relevância sustentável, que de acordo com Rogers (2001), uma cidade compacta é densa e socialmente diversificada, as atividades econômicas e sociais se sobrepõem. Dessa forma, quanto mais compacta for a cidade, maiores possibilidades ela terá de ser uma cidade de atividades sobrepostas, igualitária, ecológica, aberta e bela, na qual a arte, a arquitetura e a paisagem possam emocionar e satisfazer o espírito das pessoas. Ou seja, pode-se dizer, então, que em uma cidade compacta, os lugares se tornam multifuncionais, diferente dos espaços ‘monofuncionais’ das cidades amplificadas. Para Rogers (2001), trazer de volta os moradores ao centro da cidade é objetivo 35 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II essencial de um planejamento sustentável; desde que as estratégias habitacionais sejam sustentadas por políticas que melhorem a qualidade do ar, a segurança nas ruas, a educação e a mobilidade urbana. Nota-se, assim, que com a visão da sustentabilidade urbana, as áreas centrais não devem ser diluídas e, sim, agrupadas para se conter a expansão urbana. A requalificação urbana, conforme já mencionado anteriormente, prevê segundo o Plano Diretor, melhorias na qualidade dos espaços públicos e do meio ambiente; o estímulo das atividades de comércio e serviço; a preservação e a reabilitação do patrimônio arquitetônico. Logo, nesse contexto de urbanização e planejamento, pode-se notar que a revitalização, a reabilitação ou, mais recentemente, requalificação, que são termos que se referem aos processos de reconversão dos espaços urbanos abandonados, mal utilizados ou destruídos mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) usos e atributos urbanísticos ou naturais. É importante entender que a expressão requalificação urbana tem a sua difusão a partir do final da década de 1980. Sendo assim, a requalificação urbana é inerente à melhoria da qualidade de vida nas cidades, promovendo sustentabilidade ambiental, aumento da coesão social, dentre outros aspectos. O nível de complexidade dessas intervenções pode variar. Em qualquer situação, costuma-se recorrer ao planejamento integrado, para compatibilizar os distintos interesses e demandas de utilizações − atividades produtivas, habitação, lazer, circulação e assim sucessivamente - dos espaços ditos ‘renovados’ ou ‘requalificados’. São exemplos de áreas requalificadas, as ilustrações das figuras 16 a 20. A figura 16 representa a zona portuária do Rio de Janeiro, a qual tem o interesse da gestão pública na requalificação da região, ocorrendo na medida em que se consideram suas relevâncias históricas e culturais para a cidade e para o Brasil. Desenvolvida a partir de áreas de aterros sobre a Baía de Guanabara, a região abrange o marco zero do porto carioca, assim como as primeiras ruas da cidade, em 1567. https://pt.wikipedia.org/wiki/Uso_do_solo 36 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Figura 16. Requalificação da região portuária, cidade do Rio de Janeiro. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. A requalificação da zona portuária procura promover a melhoria da qualidade de vida, com o intuito de atrair desenvolvimento econômico e novos moradores para essa região. A figura 17 ilustra a zona portuária do Rio de Janeiro, com a proposta de requalificação da área portuária. Figura 17. Proposta de requalificação da área portuária do Rio de Janeiro. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. 37 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II Além de todas as modificações propostas, também pode-se prever as alterações no setor imobiliário, a fim de ampliar o potencial construtivo dos terrenos, incluindo benefícios fiscais. A figura 18 exemplifica a região do cais José Estelita, na cidade do Recife. Figura 18. Vista aérea do Cais José Estelita em Recife. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. De acordo com Sousa (2014), o interesse pelo Cais José Estelita, no bairro São José, pode ser justificado pelo fato de a área ser considerada de interesse cultural, um local bastante tradicional da cidade do Recife. A figura 19 remete à origem do cais que, remonta ao século XVII, época em que os holandeses se fixaram na ilha, urbanizando-a por meio do estabelecimento do traçado viário inicial e pela construção de ponte, aterro e do Forte das Cinco Pontas. Em seguida, a economia baseada na produção da produção do açúcar que favoreceu o adensamento local, enriquecendo o espaço urbano com importantes edificações, dada a necessária conexão entre o porto e os engenhos. A estrada de ferro, em 1856, também passou a fortalecer os câmbios comerciais, unindo a capital ao Rio São Francisco. 38 UNIDADE II │ REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO Figura 19. Área portuária na cidade do Recife. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. No ano de 2003, procurando valorizar o patrimônio histórico cultural das cidades tanto de Olinda como de Recife, propostas de requalificação foram lançadas para o Cais José Estelita e para o Cais de Santa Rita. Contudo, não tenham sido realizadas, despertaram o interesse dos investidores por essa área do centro histórico, próxima de diversos equipamentos urbanos e com vista privilegiada para o Rio Capibaribe e para o mar (SOUSA, 2014). A figura 20 ilustra o projeto de intervenção divulgado em 2011, que buscou explorar a ausência de um zoneamento restritivo na área portuária. Figura 20. Projeto para a zona portuária de Recife. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. 39 REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO │ UNIDADE II Sousa (2014) ainda destaca que a intenção do consórcio Novo Recife, ao propor a inclusão de torres verticais próximas à orla, distantes 50 metros em relação ao sítio tombado, deu-se em virtude da necessidade de ser incentivada a mescla de usos, incluindo moradia e prestação de serviços na região. Entretanto, desde 2012 a proposta vem recebendo inúmeras críticas no que se refere à falta de inclusão social, à verticalização, ao rompimento da paisagem urbana existente, marcada pelas edificações históricas (Figura 21) e à ausência de estímulo à vitalidade urbana, uma vez que os pavimentos térreos dos edifícios não possuiriam boas relações com o passeio público, apresentando-se murados ou sem atividades convidativas. Figura 21. Rompimento da paisagem urbana existente. Fonte: https://journals.openedition.org/cidades/561. Acerca do que foi abordado neste capítulo, disserte como é elaborado um planejamento da requalificação urbana de forma eficaz, e exemplifique isso de forma prática. 40 UNIDADE IIIPROJETO CAPÍTULO 1 Conceito, forma, volumetria, traçado, parcelamento e relações morfológicas entre os espaços construídos, abertos e verdes Compreende-se por tipologia construtiva e morfológica urbana uma relação dialética, onde a forma urbana é interdependente do seu formato construtivo, sendo assim, trabalhar a forma urbana é determinar as tipologias. A cidade é o princípio ordenador no qual se desenvolvem e se estruturam os tipos construtivos que integrarão a forma urbana. Fazendo-se necessário, portanto, o estudo dos tipos construtivos e da morfologia urbana para a compreensão da paisagem urbana. É importante entender conceitos a respeito da morfologia urbana, essa frequentemente referida como uma estrutura ou configuração urbana, obtida da junção de diversos elementos que constituem as áreas ocupadas, ou livres, com vegetação, ou então, pavimentação, com volumetrias, materiais e cores diversas. Em uma abordagem amplificada, a morfologia urbana influi diretamente nos sistemas de transporte e circulação, ou seja, na mobilidadeurbana e no projeto de edifícios. Contudo, é necessária a percepção a respeito da vivência da forma urbana, as quais dependem da apreensão do Sistema de Espaço Livre criado, esse constituído por espaços públicos e privativos, sendo responsável por auxiliar a vida urbana diariamente, e está em constante modificação. Tal mudança é posta em curso por vários agentes, dentre os quais, o poder público, que assume o papel de regulador. 41 PROJETO │ UNIDADE III Salienta-se, que na pesquisa de legislação urbanística com influência sobre a forma urbana das cidades, é importante que haja um levantamento da legislação do município, estadual e federal, esses referentes aos seguintes critérios: » zoneamento por função; » uso e ocupação do solo; » parcelamento do solo; » preservação ambiental. Com isso, se faz o entendimento do caráter da transformação, através da compreensão da relação estabelecida entre a área transformada e a área anteriormente urbanizada. Logo, essa relação pode ocorrer de três formas: » Áreas de transformação por adição: configuram-se em áreas de modificação de uma porção de espaço não urbano do município em espaço urbanizado. » Áreas de transformação por consolidação: constituem-se nas áreas de modificação que se caracterizam pela ocupação de áreas vazias incorporadas ao espaço urbano, ou ainda, no sentido de estabelecer a continuação do espaço urbano entre dois núcleos urbanizados descontínuos. » Áreas de transformação por sobreposição: são configuradas em áreas com variação da volumetria construída e da ocupação de uma área previamente urbana já ocupada por outra volumetria construído. Nota-se assim, que a volumetria construída é definida pelo modo que a percebemos, ainda assim, certas tipologias morfológicas podem ser constituídas ao buscar uma simplificação da realidade, a fim de destacar aspectos de caráter geral na forma como eles se distribuem pelo espaço urbanizado. Para tanto, existem oito principais categorias de espaços livres constituindo o sistema de espaços livres urbano, são eles: 1. Conservação ambiental: encostas, matas nativas, dunas, manguezais, corpos d’água e suas margens, bosques e florestas na área urbanizada, entre outros. 42 UNIDADE III │ PROJETO 2. Recreação e encontros: podem ser nas praças, parques, calçadões, praias urbanas, piscinões, piscinas públicas, quadras esportivas, dentre outros. 3. Circulação de veículos e pedestres: transitados nas ruas, avenidas, alamedas, vielas, escadarias, becos, estacionamentos, parque, vias expressas, estradas, ciclovias, calçadões. 4. Espaços associados ao sistema de circulação: são exemplos canteiros centrais, canteiros laterais, rotatórias, dentre outros. 5. Espaços associados à infraestrutura urbana: margens de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, linhas de transmissão de energia, linhas de adutoras, aterros e vielas sanitárias, bacias de retenção, reservatórios, entre outros. 6. Espaços associados a edifícios e entidades públicas: são os campi universitários, aeroportos, pátios de escolas, hospitais, centros administrativos, esportivos e recreativos, jardins e pátios de museus, áreas de treinamento de Forças Armadas, entre outros. 7. Espaços privados de uso coletivo: os parques, praças e jardins corporativos, clubes esportivos e de campo, pátios, jardins e estacionamentos de shopping centers, dentre outros. 8. Espaços privados de uso restrito: jardins, pátios, bosques urbanos, quintais, viveiros, pesqueiros, hortas, haras, parques, campos de polo e golfe, entre outros. Desta forma, percebe-se que a partir do sistema de espaços livres que se vê a materialidade da paisagem. Os volumes vazios permitem a observação dos volumes cheios e os perpassam, estruturando e organizando a forma da paisagem urbana. Tal estrutura e organização de elementos materiais é percebida por meio de uma configuração, assim, “paisagem significa configuração, expressa por formas” (MACEDO, 2014). Além disso, a paisagem das cidades brasileiras, como reflexo da sociedade, se materializa em vários territórios ocupados pelas mais diversas atividades públicas e privadas. Sua estrutura fundiária se estrutura a partir de tais atividades. Nesse cenário, os espaços urbanos podem ser divididos entre espaços de propriedade pública, 43 PROJETO │ UNIDADE III destinados a atividades, como, por exemplo: circulação, lazer, administração ou ensino, entre outras; e espaços de propriedade privada, com atividades residenciais, industriais, comerciais, de serviço, entre outras. As áreas de transformação por adição consistem em áreas de transformação de uma porção de espaço não urbano em espaço urbano, isto é, no parcelamento do solo feito mediante loteamento visando à criação de novas áreas urbanas e sua consecutiva ocupação. Formas de propriedade do solo e de parcelamento do solo: condicionam a ocupação e implantação de edifícios no solo urbano, tanto a partir da estrutura fundiária quanto a partir da regulação edilícia. Para tanto, a regulamentação do parcelamento do solo ocorre nas três esferas: (municipal, estadual e federal); e de acordo com a Lei Federal no 6.766, de 1979, que dispõe sobre o assunto, consiste que o parcelamento do solo pode ser feito mediante loteamento ou desmembramento. Ambos são ‘subdivisões de glebas em lotes destinados à edificação’. O loteamento, entretanto, é o único que está associado à criação de novas vias e logradouros públicos ou prolongamento dos que já existem, e, portanto, o único que dispõe sobre a adição de novas áreas urbanas. Entretanto, o desmembramento está ligado às vias e logradouros públicos já existentes. Novos loteamentos expandem a estrutura que condiciona a instalação de edificações nas cidades brasileiras e se concentram nas bordas da mancha urbana, provocando também uma expansão de sua área. Existem ainda ações informais sobre áreas de adição, como a construção de favelas ou processos ilegais de loteamento, seja por meio de autoconstrução ou fechamentos. Diante do explanado, nota-se que, segundo a historiografia, foi a partir da entrada dos colonizadores em nosso território e a consequente demarcação das capitanias hereditárias no início do século XVI. Com isso, o traçado territorial brasileiro começa a ser subdividido de tal maneira que dá procedência para o surgimento das primeiras vilas e, consequentemente, das cidades propriamente ditas. Pelo fato de estarem ocupando áreas em que os ataques inimigos eram passíveis de acontecer, os portugueses buscavam agrupar-se de tal forma que a defesa fosse um dos fatores primordiais. Encontramos, dessa forma, uma disposição de prédios, pórticos e muros que delimitam e fortificam tais regiões. É recorrente destacar, que no período colonial brasileiro, o urbanismo das cidades seguiu a um traçado que era marcado pela disposição dos principais prédios 44 UNIDADE III │ PROJETO públicos e religiosos, bem como os grandes casarões, sem deixar de levar em conta as características próprias de cada região no que diz respeito à sua constituição de relevo. Ainda que os conceitos de traçado de cidades existentes na Europa não fossem seguidos na íntegra, podemos observar que a planta urbanística apresentava certo ritmo e uma geografia bem distribuída. Com o passar do tempo, fica evidente o traçado ‘quadriculado’ das cidades, os lotes possuíam uma testada de cerca de 10 metros e eram ocupados em sua totalidade. As ruas não possuíam calçamento e passeio público e a vegetação era totalmente suprimida. Logo, com o passar dos anos e o crescimento das cidades, o traçado urbano foi enriquecido e ajustado às novas funções urbanas. Sendo assim, no século XVIII, com o advento militar e a própria evolução da colonização, muitas regiões foram concebidas com traçado planificado e uma disposição dos prédios estrategicamente bem localizados. Nota-se, ainda, que em pleno século XXI, é percebida a importância da necessidadede ter um planejamento do espaço físico urbano; todavia, percebe-se que existe apenas a preocupação centralizada nas características socioeconômicas de quem executa tal planejamento, esquecendo a dependência dos elementos naturais. É conveniente dizer que, ao longo do processo dos espaços edificados pela sociedade, não se tem observado a real atenção à qualidade, onde as questões ambientais, assim como as sociais, são ignoradas ao esquecimento. Sendo assim, é importante frisar que a qualidade de vida urbana está intrinsecamente relacionada a diversos fatores que estão reunidos na infraestrutura, no desenvolvimento econômico-social e àqueles ligados à questão ambiental. Não obstante, vale dizer que em relação ao espaço, destacam-se as áreas verdes públicas, as quais constituem elementos essenciais para o bem-estar da população, pois influencia diretamente a saúde mental e física das pessoas. O que fica notório são os ambientes construídos à luz de uma arquitetura. Recentemente, se tem a percepção do espaço, o qual ganha destaque e passa a ser materializado na construção de praças e parques públicos nas áreas centrais da zona urbana, a fim de trazer melhorias para a qualidade de vida, pela recreação, preservação ambiental e de áreas de preservação dos recursos hídricos, e à própria sociabilidade, já que essas áreas tornam-se atenuantes da paisagem urbana. É conveniente, ainda, discorrer que a sociedade, em constante transformação, tem conferido feições diversas às áreas verdes urbanas de uso público ao longo do tempo. Dentre as várias vantagens das áreas verdes, Guzzo (1999, pp. 1 - 2) considera três principais: a ecológica, a estética e a social. 45 PROJETO │ UNIDADE III A figura 22 está ilustrando uma zona urbana com uma vegetação representativa, sendo assim, pode-se dirimir que as áreas verdes urbanas são notadas por serem ambientes físicos com o intuito de prevalecer o verde e a vegetação arbórea comumente com o concreto. Dessa forma, melhora a qualidade de vida das pessoas que vivem no local, ou nas redondezas, visto que a qualidade do ar passa por mudanças positivas em escalas significativas. Parques, praças, casas sustentáveis e jardins públicos, por exemplo, entram na concepção. Figura 22. Área verde em zona urbana. Fonte: https://meioambiente.culturamix.com/natureza/areas-verdes-urbanas-caracteristicas-gerais. Para tanto, é necessário destacar e conhecer algumas características generalizadas, como também os problemas que os ambientes verdes podem provocar. Sendo assim, as contribuições ecológicas acontecem ao passo que os elementos naturais que constituem o meio ambiente mitigam tais impactos oriundos da industrialização. Também se percebe que a função estética está correlacionada, a priori, ao papel de integrar os espaços edificados e os destinados à locomoção. Com isso, nota-se a função social ligada diretamente à oferta de espaços para o lazer da população. A figura 23 está representando o espaço verde integrado ao meio urbano, ao fundo se ver o espaço edificado, com a construção de prédios. 46 UNIDADE III │ PROJETO Figura 23. Área verde em zona urbana. Fonte: https://meioambiente.culturamix.com/natureza/areas-verdes-urbanas-caracteristicas-gerais. Lamas (1993, p. 106) destaca a vegetação no meio urbano, ponderando que: do canteiro à árvore, ao jardim de bairro ou grande parque urbano, as estruturas verdes constituem também elementos identificáveis na estrutura urbana; caracterizam a imagem da cidade; têm a individualidade própria; desempenham funções precisas; são elementos de composição e do desenho urbano; servem para organizar, definir e conter espaços. Sitte (1992, p. 167) ainda destaca a importância dos espaços livres na grande massa de edifícios, pois são cruciais para a saúde, mas não muito menos importantes para a êxtase do espírito, que encontra repouso nessas paisagens naturais espalhadas no meio da cidade. Então, é recorrente dizer que as áreas verdes desempenham um papel crucial no aglomerado urbano, porque compõem um espaço encravado no sistema urbano cujas condições ecológicas mais se assemelham das condições normais da natureza. Portanto, quando se tem os espaços que integram o sistema de áreas verdes de uma cidade, exercendo, em função do seu volume, distribuição, densidade e tamanho, são inúmeros os benefícios ao seu redor. É conveniente, então, salientar que com ênfase ao meio urbano, essas áreas propiciam a melhoria da qualidade de vida pelo fato de manterem as áreas destinadas ao lazer, paisagismo e preservação ambiental. 47 PROJETO │ UNIDADE III Com isso, pode-se afirmar que as áreas verdes urbanas são de grande importância para a qualidade da vida urbana. Elas atuam concomitantemente sobre o lado físico e mental do Homem, adquirindo ruídos, suavizando o calor do sol; no plano psicológico, além de minimizar o sentimento de opressão do Homem com relação às grandes edificações; constitui-se em eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribui para a formação e o aprimoramento do senso estético, entre tantos outros benefícios. Logo, para desempenhar plenamente seu papel, a arborização urbana necessita ser reinventada a partir de um melhor planejamento. Neste capítulo relatou-se a respeito da estrutura morfológica urbana e da sua relação dialética, onde a forma urbana é interdependente do seu formato construtivo. Sendo assim, construa um resumo fazendo uma relação entre os espaços urbanos construídos, abertos e verdes. 48 CAPÍTULO 2 Inserção de novas edificações em sítios históricos – identificação do traçado e parcelamento, intervenção em ruínas e o preenchimento dos vazios do conjunto No tocante à inserção de novas edificações em sítios históricos, salientam-se as várias formas de mudança urbana. Com isso, pode-se perceber que isso se dá com a construção dos novos edifícios em sítios de grande importância patrimonial. A inserção dessas construções é vista, por exemplo, por meio do aspecto externo dos imóveis, pois o que está sendo analisado é a desconfiguração dos volumes, que são: fachadas, cobertura e esquadrias. As novas construções são projetadas para acolher um uso de interesse específico, não se tratando, nessas situações, de reprodução dos espaços interiores semelhantes aos das antigas edificações. Contudo, é recorrente destacar que, nos casos de restauração ou de reabilitação dos antigos prédios para a instalação de usos modernos, é preciso levar em conta o aspecto interior, já que a manutenção, em formas gerais dos compartimentos da edificação e das regiões abertas internas, como quadras e quintais, é de equânime importância para a total conservação urbana. Dessa maneira, ao introduzir um elemento moderno no tecido urbano pré-existente, pode-se demonstrar que a modificação urbana e arquitetônica da cidade é um fenômeno natural quando observado pela ótica de fidelidade à história, autenticidade estética, tectônica e urbana que não rebusca à repetição de linguagens arquitetônicas nem postulados urbanos passados. A cidade é vista como um organismo que se modifica, portanto, não estático, rende-se e incorpora o desafio do novo para dar origem à exploração das potencialidades construtivas que os novos materiais, técnicas e tecnologias permitem. Sendo assim, a contemporaneidade expressa tectonicamente nos sistemas construtivos e sintaxes estéticas que refletem o tempo moderno. Brendle e Vieira (2009) defendem a introdução da arquitetura moderna em áreas de interesse patrimonial com contrastes explícitos, com a preexistência em função da legibilidade e autenticidade da substância arquitetônica da cidade. 49 PROJETO │ UNIDADE III Sendo assim, rejeitam a reprodução de objetos arquitetônicos representativos de um tempo anterior e assumem uma postura anti-histórica, que, de acordo Tafuri (1979, p. 39), tem Brunelleschi como protagonista da primeira vanguarda artística no sentido moderno.Isso não significa necessariamente a colisão com a forma da cidade tradicional, como argumenta Cesare Brandi (1963), por meio da defesa da preservação da dupla polaridade histórica e estética, descartando tanto a falsidade histórica quanto a ofensa estética. Ao se averiguar estudos já realizados, fica notória a percepção de que a teoria moderna de restauro, a qual traz uma abordagem de que preservação e modernidade são complementares e que a cidade contemporânea, é resultado do somatório de várias épocas históricas, incluindo o presente. Afinal, desde o ano de 1933 que a Carta de Atenas fala: “Copiar servilmente o passado é condenar-se à mentira, é erigir o falso como princípio”. Diante o que está sendo discutido, é pertinente abordar acerca da construção urbana, como também da situação urbana dos vazios. Para tanto, em linhas gerais, pode-se comentar que, ao se analisar a legitimidade, é permitido entender, a partir de alguns aspectos históricos urbanos, a formação do processo e concentração das áreas de vazio em um determinado espaço que foi estudado. Com isso, é pertinente descrever alguns elementos que se depreendem, com sua maior permanência no processo de expansão urbana, desempenhando um importante papel de estruturação, sendo assim, destacam-se entre eles, como exemplos: o sistema montanhoso, a passagem de um rio, os eixos viários, centro histórico, aeroporto e as zonas das indústrias. É necessário saber que, por meio de uma síntese amplificada, percebe-se que com a verificação do sítio físico, do traçado, do parcelamento e do conjunto edificado, pode-se determinar a estrutura morfológica de uma cidade. Essa estrutura pode ser caracterizada, principalmente, pelo sítio físico, percebendo-se, por exemplo, que um sistema de montanhas e a rede hidrográfica funcionam como elementos condicionantes da paisagem e do processo de ocupação de um território. A importância do sítio físico se confirma com o traçado urbano. Nesse ínterim, elementos naturais de uma cidade podem constituir eixos estruturados de ligações entre cidades, por exemplo. Com isso, vários eixos viários se articulam entre si e consoante aos demais elementos do traçado, formando um sistema de ligações urbanas. 50 UNIDADE III │ PROJETO Todavia, a marcante direção dos elementos condicionantes de um sítio físico e de um traçado urbano pode dificultar a construção transversal desse sistema, o que gera desequilíbrios espaciais entre as áreas de planície e de elevação. O desequilíbrio morfológico se torna mais evidente com a verificação do parcelamento urbano e do conjunto edificado. Em Medelín, na Colômbia, em virtude do cenário local, é necessário saber que, por meio da verificação de um conjunto edificado, as áreas planas e centrais do vale, por exemplo, podem se caracterizar por estarem ocupadas com edificações horizontais e com áreas de vazio industrial. Entretanto, essa situação tem acelerado processos de adensamento urbano em áreas que, segundo suas características, localização e topográfica, apresentam alta complexidade geológica e alta vulnerabilidade frente a desastres naturais. Adicionalmente, o desequilíbrio morfológico está condicionado à inserção do aeroporto que limita a altura das edificações, impactando a forma urbana. Alguns autores, como Moudon (1997), levam em consideração que a forma urbana também pode ser compreendida historicamente, quando os elemento que a constituem sofrem uma constante transformação e substituição. Contudo, nessa pesquisa, a história urbana se constitui em variável fundamental para a análise da legitimidade e, portanto, não se considera na análise do sistema morfológico. Dessa forma, verifica-se que a análise morfológica se baseia nas variáveis mais refratarias da forma urbana: o sítio físico, o traçado e o parcelamento, considerando-se também o conjunto edificado, os quais são definidos a seguir. » Sítio físico – está relacionado com o espaço geográfico. O sítio é o espaço que será implantado a cidade. Essa variável averigua a forma do contexto paisagístico, relevo, hidrografia, vegetação, entre outros, no tocante a inferir suas características na configuração do espaço urbano. » Traçado – pode ser definido como sendo um espaço aberto demarcado pelos eixos dos canais usados como superfícies de tráfego de qualquer tipo. A disposição desses espaços abertos, adjacentes e interdependentes dentro da malha urbana tem sido analisada geralmente “em suas características funcionais, como base do sistema de deslocamento e comunicação do tecido urbano” (KOHLSDORF, 1996, p. 143). A análise dessa variação mostra as áreas da cidade mais e menos conectadas e acessíveis, permitindo, desse modo, a compreensão dos processos de expansão urbana. 51 PROJETO │ UNIDADE III » Parcelamento – pode ser entendido por meio da existência de duas instâncias para a observação e para a análise dessa variável (KOHLSDORF, 1996): as quadras (macroparcelas) e as parcelas no interior das quadras (microparcelas). Sendo assim, a análise de uma quadra, onde pode ser vista a sua capacidade para compor tecidos urbanos, os mais decisivos para as relações urbanas e os processos de apropriação da cidade. » Conjunto edificado – já essa variável analisa os elementos construídos que marcam a forma urbana por seu grau de permanência, quando associados ao domínio público, ou por representar delimitações importantes no espaço urbano. Isso pode ser exemplificado pelos centros históricos das cidades, pelos espaços e equipamentos públicos e coletivos representativos como parques, mercados, universidades; as barreiras ou fronteiras espaciais como grandes infraestruturas de portos e aeroportos ou as vastas áreas homogêneas, como os vazios urbanos. A imagem a seguir está ilustrando um modelo de intervenção contemporânea em cenários históricos, a qual representa um contraste na arquitetura. Pode-se notar a Pirâmide do Louvre (Figura 25) ou a estrutura metálica incrustada no Royal Ontario Museum, de Toronto (Figura 24). Figura 24. Intervenção da arquitetura moderna: Royal Ontario Museum. Fonte: grouptourmagazine.com/royal-ontario-museum. 52 UNIDADE III │ PROJETO A figura 25 é a imagem da Pirâmide do Louvre, sendo ela composta por uma estrutura de forma piramidal, construída em vidro e metal, rodeada por três pirâmides menores, no pátio principal do Palácio do Louvre, em Paris, na França. A Grande Pirâmide serve de entrada principal ao Museu do Louvre. Figura 25. Intervenção da arquitetura moderna: Museu do Louvre. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/920695/10-intervencoes-contemporaneas-em-museus-historicos/5d1f1c4f284dd15c3d0 0023f-10-historical-museum-buildings-with-contemporary-interventions-photo?next_project=no. Convém destacar que, mesmo que você entre apenas por acaso em algum museu, você sempre sairá de lá aprendendo uma coisa nova. Seja sobre história, cultura, arte, curiosidades, o museu tem essa magia de unir conceitos ou um conhecimento novo na bagagem da sua vida. Dessa forma, não imagine que somente vale a pena visitar os grandes e famosos museus espalhados pelo mundo afora, como, por exemplo, o Louvre, o Hermitage ou o Metropolitan. A figura 26 é a imagem do Instituto Ricardo Brennand, o qual combina arquitetura contemporânea com estilo Tudor. O complexo engloba três prédios: o Museu Castelo São João, a Pinacoteca, a Galeria e a Capela Nossa Senhora das Graças. O museu é referência por ter a maior coleção e documentação iconográfica da ocupação holandesa no Nordeste do Brasil. Figura 26. Intervenção da arquitetura moderna: Museu Ricardo Brennand, Recife-PE. Fonte: https://www.unitur.com.br/top-10-melhores-museus-do-brasil/. https://www.archdaily.com.br/br/920695/10-intervencoes-contemporaneas-em-museus-historicos/5d1f1c4f284dd15c3d00023f-10-historical-museum-buildings-with-contemporary-interventions-photo?next_project=no https://www.archdaily.com.br/br/920695/10-intervencoes-contemporaneas-em-museus-historicos/5d1f1c4f284dd15c3d00023f-10-historical-museum-buildings-with-contemporary-interventions-photo?next_project=no
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