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Técnica Anestésica |1 Injeção Supraperiosteal Indicações ↪ Anestesia pulpar dos dentes superiores, quando o tratamento é limitado a um ou dois dentes ↪ Anestesia dos tecidos moles, quando indicada para procedimentos cirúrgicos em área circunscrita Contraindicações ↪ Osso denso recobrindo os ápices dentários (só pode ser determinado por tentativa e erro; mais provável sobre o primeiro molar superior permanente) ↪ Anestesia pulpar insatisfatoria Técnica É recomendada agulha de calibre 27. ↪ Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do ápice do dente a ser anestesiado ↪ Área-alvo: região apical do dente a ser anestesiadoAplicar anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto; Na maioria dos casos, a profundidade da penetração será de apenas alguns milímetros. Como a agulha está no tecido mole (não tocando o osso), não deve haver resistência ao seu avanço nem deve haver qualquer desconforto para o paciente com esta injeção. Caso a aspiração seja negativa, injetar aproximadamente 0,6 ml (um terço de um tubete) Bloqueio do Nervo Alveolar Superoposterior Áreas Anestesiadas ↪ Polpas do terceiro, segundo e primeiro molares superiores (A raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não é consistentemente inervada pelo nervo ASP) ↪ Tecido periodontal vestibular e osso sobrejacente a estes dentes Indicações ↪ Tratamento de dois ou mais molares superiores ↪ Quando a injeção supraperiosteal está contraindicada (p. ex., na presença de infecção ou inflamação aguda) ↪ Quando a injeção supraperiosteal foi ineficaz Desvantagens É necessária uma segunda injeção para o tratamento do primeiro molar (raiz mesiovestibular) em 28% dos pacientes Técnica Uma agulha curta de calibre 27 é recomendada Área de introdução: altura da prega mucovestibular acima do segundo molar superior Técnica Anestésica |2 ↪ Área-alvo: nervo ASP — posterior, superior e medial à borda posterior da maxila Orientação do bisel: voltado para o osso durante a injeção. Caso o osso seja tocado acidentalmente, a sensação será menos desagradável. Procedimento 1. Secar com gaze estéril. 2. Aplicar um antisséptico tópico (opcional) 3. Retrair a bochecha do paciente com seu dedo (para melhorar a visibilidade). 4. Tensionar os tecidos no local da injeção. 5. Introduzir a agulha na altura alta da prega mucovestibular sobre o segundo molar . 6. Avançar a agulha lentamente para cima, para dentro e para trás em um só movimento (não em três movimentos). (1) Para cima: superiormente em um ângulo de 45 graus com o plano oclusal (2) Para dentro: medialmente em direção à linha média em um ângulo de 45 graus com o plano oclusal (3) Para trás: posteriormente em um ângulo de 45 graus com o eixo longitudinal do segundo molar. 7. Avançar lentamente através dos tecidos moles 8. Não deve haver resistência e, portanto, nenhum desconforto para o paciente. Caso seja encontrada alguma resistência (osso), o ângulo da agulha em direção à linha média está muito grande. Retirar ligeiramente a agulha (mas não removê-la totalmente dos tecidos) e aproximar o cilindro da seringa do plano oclusal. Avançar a agulha até a profundidade desejada ↪ No adulto de tamanho normal, a penetração até uma profundidade de 16 mm colocará a ponta da agulha muito próxima do forame através do qual o nervo ASP entra na face posterior da maxila. Quando uma agulha longa é usada (comprimento médio de 32 mm), ela é introduzida até a metade de seu comprimento no tecido. Caso seja usada uma agulha curta (comprimento médio de 20 mm), aproximadamente 4 mm devem permanecer visíveis. ↪ Em adultos menores e crianças, é prudente interromper o avanço da agulha curta antes de alcançar a profundidade de penetração habitual, para evitar possível hematoma causado por penetração excessiva. A penetração até uma profundidade de 10 a 14mm coloca a extremidade da agulha na área-alvo na maioria dos pacientes de crânio pequeno. Técnica Anestésica |3 Técnica Anestésica |4 Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior ↪ Em raras ocasiões pode ser necessária uma injeção (infiltração) supraperiosteal na região dos incisivos inferiores para corrigir a anestesia parcial causada pela superposição das fibras sensoriais do lado contralateral. ↪ Uma injeção no ligamento periodontal (LPD) pode ser necessária em casos em que partes isoladas dos dentes mandibulares (geralmente a raiz mesial de um primeiro molar mandibular) permanecem sensíveis depois de um bloqueio do nervo alveolar inferior bem-sucedido sob todos os demais aspectos. ↪ A anestesia intraóssea (IO) é uma técnica suplementar empregada, geralmente em molares, quando o BNAI se mostrou ineficaz, principalmente quando o dente apresenta um envolvimento pulpar. Áreas Anestesiadas 1. Dentes mandibulares até a linha média 2. Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula 3. Mucoperiósteo bucal, membrana mucosa anteriormente ao forame mentual (nervo mentual) 4. Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual) 5. Periósteo e tecidos moles linguais (n. lingual) Indicações 1. Procedimentos em múltiplos dentes mandibulares num quadrante 2. Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles bucais 3. Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles linguais Alternativas 1. Bloqueio do nervo mentual, para a anestesia dos tecidos moles bucais anteriormente ao primeiro molar 2. Bloqueio do nervo incisivo, para a anestesia dos tecidos moles pulpares e bucais de dentes anteriores ao forame mentual (geralmente do segundo pré-molar ao incisivo central) 3. Injeção supraperiosteal, para a anestesia pulpar dos incisivos centrais e laterais e por vezes dos pré-molares 4. Injeção intrasseptal para a anestesia pulpar e dos tecidos moles de qualquer dente mandibular. Técnica 1. Uma agulha dentária longa é recomendada em pacientes adultos. Dá-se preferência a uma agulha longa de calibre 25; uma agulha longa de calibre 27 é aceitável. 2. Área de inserção: membrana mucosa do lado medial (lingual) do ramo da mandíbula, na interseção de duas linhas — uma horizontal, representando a altura de inserção da agulha, e a outra vertical, representando o plano anteroposterior de injeção 3. Área-alvo: nervo alveolar inferior ao descer em direção ao forame mandibular, porém antes de ele entrar no forame 4. Marcos a. Incisura coronoide (concavidade maior na borda anterior do ramo da mandíbula) b. Rafe pterigomandibular (parte vertical) c. Plano oclusal dos dentes mandibulares post. Técnica Anestésica |5 5. Orientação do bisel da agulha: importância menor do que em outros bloqueios nervosos, porque a agulha se aproxima do nervo alveolar inferior aproximadamente em ângulo reto Procedimento a. Assumir a posição correta. Para um BNAI direito, um administrador destro deve se sentar na posição de 8 horas de frente para o paciente. Para um BNAI esquerdo, um administrador destro deve se sentar na posição de 10 horas voltado para a mesma direção do paciente. b) Localizar o ponto de penetração da agulha (injeção). (1) Altura da injeção: colocar o dedo indicador ou o polegar de sua mão esquerda na incisura coronoide. (a) Uma linha imaginária se estende posteriormente da ponta do dedo na incisura coronoide até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular (no ponto em que esta se volta verticalmente para cima em direção à maxila), determinando a altura da injeção. Essa linha imaginária deve ser paralela ao plano oclusal dos dentes molares mandibulares. Em muitos pacientes, ela está de 6 a 10 mm acima do plano oclusal. (b) O dedo na incisura coronoide é usado para puxar lateralmente os tecidos, distendendo-os sobre o local de injeção e esticando-os, possibilitando que a inserção da agulha seja menos traumática e também proporcionandomelhorvisibilidade. (c) O ponto de inserção da agulha se situa a três quartos da distância anteroposterior da incisura coronoide de volta até a parte mais profunda da rafe pterigomandibular (Fig. 14-5). Nota: A linha deve se iniciar no ponto médio da incisura e terminar na parte mais profunda (mais posterior) da rafe pterigomandibular, no ponto em que esta se curva verticalmente para cima em direção ao palato. (d) A borda posterior do ramo da mandíbula pode ser aproximada intraoralmente usando-se a rafe pterigomandibular no ponto em que ela se curva verticalmente para cima em direção à maxila* (Fig. 14-3). (e) Um método alternativo para se obter uma aproximação do comprimento do ramo da mandíbula consiste em colocar seu polegar sobre a incisura coronoide e seu dedo indicador extraoralmente sobre a borda posterior do ramo da mandíbula e estimar a distância entre esses pontos. No entanto, muitos profissionais (incluindo o autor) têm dificuldade em estimar a largura do ramo da mandíbula dessa maneira. (f) Preparar o tedido no local da injeção: (1) Secar com gaze estéril. (2) Aplicar um antisséptico tópico (opcional). Colocar o corpo da seringa no canto da boca do lado contralateral Técnica Anestésica |6 (3) Profundidade de penetração: no terceiro parâmetro do BNAI, deve haver o contato com o osso. Avançar a agulha devagar até poder sentir que ela encontra uma resistência óssea. (a) Em muitos pacientes não é necessário injetar nada da solução anestésica local ao se penetrar o tecido mole. (b) Em pacientes ansiosos ou sensíveis pode ser aconselhável depositar pequenos volumes enquanto se avança a agulha. Soluções AL tamponadas diminuem a sensibilidade do paciente durante o avanço da agulha. (c) A profundidade média de penetração até o contato com o osso vai ser de 20 a 25 mm, aproximadamente de dois terços a três quartos do comprimento de uma agulha dentária longa (d) A ponta da agulha deve estar localizada agora num ponto ligeiramente superior ao forame mandibular (em que o nervo alveolar inferior penetra [desaparece] no osso). O forame não pode ser visto nem palpado clinicamente. (e) Caso se faça contato com o osso cedo demais (menos da metade do comprimento de uma agulha dentária longa), a ponta da agulha está geralmente localizada demasiado anteriormente (lateralmente) no ramo da mandíbula Para corrigir: (i) Retrair a agulha ligeiramente, mas não retirá-la do tecido. (ii) Trazer o corpo da seringa mais para a frente da boca, sobre o canino ou o incisivo lateral do lado contralateral. (iii) Redirecionar a agulha até que seja obtida uma profundidade de inserção mais apropriada. A ponta da agulha está localizada agora mais posteriormente no sulco mandibular. (f) Se não houver o contato com o osso, a ponta da agulha está localizada demasiado posteriormente (medialmente) Para corrigir: Técnica Anestésica |7 (i) Retirá-la ligeiramente (deixando aproximadamente um quarto de seu comprimento no tecido) e reposicionar o corpo da seringa mais posteriormente (sobre os molares mandibulares). (ii) Continuar a inserção da agulha até fazer contato com o osso a uma profundidade apropriada (20 a 25 mm). d. Introduzir a agulha. Ao fazer contato com o osso, retrair aproximadamente 1 mm para evitar a injeção subperiosteal. e. Aspirar em dois planos. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 1,5 ml de anestésico num período mínimo de 60 segundos. (Devido à elevada incidência de aspiração positiva e à tendência natural a se depositar a solução demasiado rapidamente, a sequência de injeção lenta, nova aspiração, injeção lenta e nova aspiração é fortemente recomendada.) f. Retirar lentamente a seringa e aspirar novamente quando aproximadamente metade de seu comprimento permanecer nos tecidos. Caso a aspiração seja negativa, depositar parte da solução restante (0,2 ml) para anestesiar o nervo lingual. (1) Em muitos pacientes essa injeção deliberada para a anestesia do nervo lingual não é necessária, porque o anestésico local do BNAI anestesia o nervo lingual. g. Retirar a seringa lentamente e tornar a agulha segura. h. Depois de aproximadamente 20 segundos, fazer o paciente retornar à posição ereta ou semiereta. i. Aguardar de 3 a 5 minutos antes de testar quanto à anestesia pulpar. Incisivos Inferiores Isso se deve com frequência à superposição de fibras do nervo alveolar inferior contralateral, embora possa ocorrer também (em raras ocasiões) por inervação pelo nervo milo-hióideo. Para corrigir: (a) Infiltrar 0,9 ml supraperiosteamente na prega mucobucal baixo do ápice do dente em questão, seguido imediatamente da injeção de 0,9 ml no aspecto lingual do mesmo dente O anestésico local cloridrato de articaína parece ter o maior sucesso. (b) É recomendada uma agulha curta de calibre 27. (c) Direcionar a ponta da agulha para a região apical do dente em questão. Não há necessidade de anestesia tópica se a anestesia do nervo mentual estiver presente. (d) Aspirar. (e) Caso a aspiração seja negativa, depositar 0,9 ml de solução anestésica local em aproximadamente 30 segundos. (f) Administrar 0,9 ml no aspecto lingual do mesmo dente. (g) Aguardar cerca de 5 minutos antes de iniciar o procedimento dentário. Bloqueio do Nervo Bucal Aplicada nos casos em que se considera a manipulação dos tecidos (p. ex., em raspagens ou curetagens, na colocação de um dispositivo compressivo em dique de borracha sobre os tecidos moles, na remoção de cáries subgengivais, na preparação subgengival do dente, na colocação de um cordão para retração gengival ou na colocação de faixas matriz). Técnica Anestésica |8 Técnica 1. É recomendada uma agulha longa de calibre 25 ou 27. Isso é usado mais frequentemente porque o bloqueio do nervo bucal é administrado em geral imediatamente após um BNAI. A agulha longa é recomendada devido ao local de depósito posterior, e não à profundidade de inserção tecidual (que é mínima). 2. Área de inserção: membrana mucosa distal e bucal em relação ao dente molar mais distal no arco. 3. Área-alvo: nervo bucal ao passar sobre a borda anterior do ramo da mandíbula 4. Marcos: molares mandibulares, prega mucobucal 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção Procedimento: a. Assuma a posição correta: b) Preparar os tecidos para a penetração num ponto distal e bucal ao molar mais posterior. (1) Secar com gaze estéril. (2) Aplicar um antisséptico tópico (opcional). (3) Aplicar o anestésico tópico por 1 a 2 minutos. d. Com seu dedo indicador esquerdo (caso destro), puxar lateralmente os tecidos moles bucais na área de injeção, para melhorar a visibilidade. Tecidos esticados permitem uma penetração atraumática da agulha. e. Dirigir a seringa para o local de injeção com o bisel com a face para baixo em direção ao osso e a seringa alinhada paralelamente ao plano oclusal do lado da injeção, porém em posição bucal em relação aos dentes f. Penetrar a membrana mucosa no local de injeção, em posição distal e bucal relativamente ao último molar g. Avançar a agulha devagar até fazer contato de leve com o mucoperiósteo. (1) Para evitar a dor ao contato da agulha com o mucoperiósteo, depositar algumas gotas de anestésico local imediatamente antes do contato. (2) A profundidade de penetração raramente é de mais de 2 a 4 mm e geralmente de apenas 1 ou 2 mm. h. Aspirar. i. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 0,3 ml (aproximadamente um oitavo de um cartucho) em 10 segundos. Bloqueio do Nervo Mentual O nervo mentual é um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Saindo do forame mentual no ápice dos pré-molares mandibulares ou próximo disso, ele proporciona inervação sensorial aos tecidos moles bucais situados anteriormente ao Técnica Anestésica |9 forame e aos tecidos moles do lábioinferior e do queixo do lado da injeção. Técnica 1. É recomendada uma agulha curta de calibre 25 ou 27. 2. Área de inserção: prega mucobucal no forame mentual ou imediatamente anterior ao mesmo 3. Área-alvo: nervo mentual à saída do forame mentual (geralmente localizado entre o ápice do primeiro pré-molar e o do segundo) 4. Marcos: pré-molares mandibulares e prega mucobucal 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção Procedimento a. Assumir a posição correta. (1) Para um bloqueio do nervo mentual direito ou esquerdo, um administrador destro deve se sentar confortavelmente em frente ao paciente, de modo que a seringa possa ser colocada na boca abaixo da linha de visão do paciente c. Localizar o forame mentual. (1) Colocar seu dedo indicador na prega mucobucal e fazer pressão contra o corpo da mandíbula na área do primeiro molar. (2) Mover seu dedo devagar em sentido anterior até que o osso sob seu dedo tenha uma aparência irregular e algo côncava (a) O osso posterior e anterior ao forame mentual é liso; o osso imediatamente em torno do forame, porém, é mais áspero ao tato. (b) O forame mentual é encontrado habitualmente em torno do ápice do segundo pré- molar. Contudo, ele pode ser encontrado anterior ou posteriormente a esse local. (c) O paciente pode comentar que a pressão do dedo nessa área produz irritação, por ser o nervo mentual comprimido contra o osso. (3) Caso se disponha de radiografias, o nervo mentual pode ser localizado com facilidade d. Preparar o tecido no local da penetração. (1) Secar com gaze estéril. (2) Aplicar um antisséptico tópico (opcional). (3) Aplicar o anestésico tópico por um período mínimo de 1 minuto. e. Com seu dedo indicador esquerdo, puxar lateralmente o lábio inferior e os tecidos moles bucais. (1) A visibilidade melhora. (2) Tecidos bem esticados permitem uma penetração atraumática. Técnica Anestésica |10 f. Orientar a seringa com o bisel dirigido ao osso. g. Penetrar a membrana mucosa no local de injeção, no canino ou no primeiro pré-molar, dirigindo a seringa ao forame mentual. h. Avançar a agulha bem devagar até chegar ao forame. A profundidade de penetração é de 5 a 6 mm. Para o bloqueio do nervo mentual ser bem- sucedido, não há nenhuma necessidade de entrar no forame mentual ou de fazer contato com o osso. i. Aspirar em dois planos. j. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 0,6 ml (aproximadamente um terço do cartucho) em 20 segundos. Se o tecido no local da injeção inflar como um balão (ficar tumefeito ao se injetar o anestésico), interromper o depósito e remover a seringa. k. Retirar a seringa e tornar a agulha segura imediatamente. (1) Aguardar de 2 a 3 minutos antes de iniciar o procedimento. Bloqueio do Nervo Incisivo O nervo incisivo é um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Originando-se como uma continuação direta do nervo alveolar inferior no forame mentual, o nervo incisivo segue anteriormente pelo canal incisivo, fornecendo inervação sensorial àqueles dentes localizados anteriormente ao forame mentual (O segundo pré- molar pode não ser anestesiado por essa técnica se o forame mentual se situar sob o primeiro pré- molar). Os tecidos moles linguais não são anestesiados com o uso desse bloqueio. Caso seja necessário anestesiar os tecidos moles linguais em áreas muito isoladas, a infiltração local pode ser efetuada com presteza avançando-se uma agulha curta de calibre 27 através da papila interdental sobre os aspectos tanto mesiais como distais do dente que estiver sendo tratado Outro método para se obter a anestesia lingual após o bloqueio do nervo incisivo é administrar-se um bloqueio parcial do nervo lingual. Utilizando uma agulha longa de calibre 25, depositar de 0,3 a 0,6 ml de anestésico local sob a mucosa lingual imediatamente distal ao último dente sendo tratado. Isso proporciona uma anestesia adequada dos tecidos moles linguais para qualquer procedimento dentário nessa área. O perigo desse procedimento é que pode haver o contato da agulha com o nervo Técnica Anestésica |11 lingual, provocando uma sensação de “choque elétrico” ou graus variáveis de parestesias. Não é necessário que a agulha entre no forame mentual para que o bloqueio do nervo incisivo seja bem-sucedido. Técnica 1. É recomendada uma agulha curta de calibre 27. 2. Área de inserção: prega mucobucal no forame mentual ou imediatamente anterior a ele 3. Área-alvo: forame mentual, através do qual o nervo mentual sai e no interior do qual o nervo incisivo está localizado 4. Marcos: pré-molares mandibulares e prega mucobucal 5. Orientação do bisel: em direção ao osso durante a injeção Procedimento a. Assumir a posição correta. (1) Para um bloqueio do nervo incisivo direito ou esquerdo, sente-se confortavelmente de frente para o paciente, de modo que a seringa possa ser colocada na boca abaixo da linha de visão do paciente. b. Posicionar o paciente. (1) O decúbito dorsal é recomendado, mas o semidecúbito é aceitável. (2) Solicitar que o paciente feche parcialmente a boca; isso possibilita o acesso mais fácil ao local de injeção. c. Localizar o forame mentual. (1) Colocar seu polegar ou seu dedo indicador na prega mucobucal contra o corpo da mandíbula na área do primeiro molar. (2) Movê-lo anteriormente bem devagar, até que você sinta o osso se tornar irregular e algo côncavo. (a) O osso posterior e anterior ao forame mentual é liso; todavia, o osso imediatamente em volta do forame parece mais áspero ao tato. (b) O forame mentual é geralmente encontrado no ápice do segundo pré- molar. Ele pode ser encontrado, porém, anterior ou posteriormente a esse local. (c) O paciente pode comentar que a pressão do dedo nessa área produz irritação, pois o nervo mentual é comprimido contra o osso. (3) Caso se disponha de radiografias, o forame mentual pode ser localizado com facilidade. d. Preparar os tecidos no local da penetração. (1) Secar com gaze estéril. (2) Aplicar um antisséptico tópico (opcional). (3) Aplicar o anestésico tópico por um período mínimo de 1 minuto. e. Com seu dedo indicador esquerdo, puxar lateralmente o lábio inferior e os tecidos moles bucais (1) A visibilidade melhora. (2) Tecidos bem esticados permitem uma penetração atraumática. f. Orientar a seringa com o bisel voltado para o osso. g. Penetrar a membrana mucosa no canino ou no primeiro pré-molar, dirigindo a agulha ao forame mentual. h. Avançar a agulha bem devagar até chegar ao forame mentual. A profundidade de penetração é de 5 a 6 mm. Não há nenhuma necessidade de se entrar no forame mentual para que o bloqueio do nervo incisivo seja bem-sucedido. i. Aspirar em dois planos. j. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 0,6 ml (aproximadamente um terço de um cartucho) em 20 segundos. (1) Durante a injeção, manter uma pressão leve do dedo diretamente sobre o local de injeção para aumentar o volume de solução Técnica Anestésica |12 entrando no forame mentual. Isso pode ser feito com uma pressão intra ou extraoral. (2) Os tecidos no local da injeção devem inflar como um balão, porém muito ligeiramente. Retirar a seringa e tornar a agulha segura imediatamente. l. Continuar a aplicar pressão no local de injeção por 2 minutos. m. Aguardar de 3 a 5 minutos antes de iniciar o procedimento dentário. (1) A anestesia do nervo mentual (lábio inferior, tecidos moles bucais) é observada dentro de segundos do depósito. (2) A anestesia do nervo incisivo requer um tempo adicional.
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