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E-Handbook LAOT 2020 (5) (2)

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HANDBOOK
L I G A A C A D Ê M I C A D E
O R T O P E D I A E T R A U M A T O L O G I A
Autores: 
Thales Felipe Lucas Sena (Presidente)
Israel Cardoso Silva (Vice-presidente)
Lorraine Ribeiro Gonçalves (Secretária)
André Antunes Magalhães (Diretoria de Comunicação)
Ramon Sampaio Souza Santos (Diretoria de Pesquisa)
Clarice de Abreu Silva (Diretoria de Pesquisa)
Victor Vasconcelos Figueiredo Lima (Diretoria de Extensão)
Henrique Rocha da Mota (Diretoria de Ensino)
Gabriel Oliveira Almeida (Diretoria de Ensino)
Guilherme Teixeira Leite de Queiroz (Diretoria de Materiais)
Patrícia Santos Reis
Wesley Santos de Almeida
João Martins da Fonseca
Carlos Henrique de C.T. Ribeiro
Davi Amorim Meira
Cássio C.S. Santos
Lucas de Menezes Figueredo
Raul Pereira de Brito
Diego Nagib Francisco (Membro Sênior)
Thiago Rhangel Gomes Teixeira (Membro Sênior)
Gustavo Ganem (Membro Sênior)
Orientação:
Dr. Gildásio de Cerqueira Daltro
Dr. Thiago Batista Faleiro
Dr. Bruno Adelmo
 
 Copyright © 2020
Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal da
Bahia
HandBook LAOT: 
A Ortopedia Como Você Nunca Viu
A criação do E-Handbook tem como finalidade
suplementar os conhecimentos adquiridos pelos
participantes-ouvintes do "Da Emergência a
Clínica: A Ortopedia Como Você Nunca Viu", não
possuindo finalidade lucrativa. 
O livro consiste de 3 módulos que abordam de
maneira sucinta e incisiva os temas tratados no
evento, afim de fornecer uma forma de consulta
rápida acerca dos conhecimentos transmitidos.
A LAOT-Liga Acadêmica de Ortopedia e
Traumatologia da Bahia deixa seu agradecimento
áqueles que tornaram possível a realização deste
evento, desde os professores orientadores e
palestrantes, até os espectadores e alunos.
 
“Ver pacientes sem ler livros é como navegar sem mapa, 
mas ler livros sem ver pacientes é a mesma coisa que não navegar” 
 -William Osler
 Salvador - 2020
HandBook LAOT: 
A Ortopedia Como Você Nunca Viu
Emergência Ortopédica ........................................................... 5
Fraturas Expostas ..................................................................... 6
Trauma do Quadril ................................................................... 12
Trauma Raquimedular.............................................................. 21
Luxação do Ombro ................................................................... 28
Clínica Ortopédica .................................................................... 35
Dor no Quadril ........................................................................... 36
Dor no Ombro ............................................................................ 
Ortopedia Pediátrica .................................................................
Joelho ...........................................................................................
Lombalgia ....................................................................................
Ciência Ortopédica .....................................................................
Ortopedia Regenerativa ............................................................
Medicina do Esporte ...................................................................
Tumores Ortopédicos .................................................................
Dor Crônica ...................................................................................
Referências ...................................................................................
 Salvador - 2020
Sumário
Módulo 1:
Emergênc
ia
 Ortopédi
ca 
A O R T O P E D I A C O M O V O C Ê
N U N C A V I U
Fraturas
Expostas
Condição de ruptura da pele e tecidos moles subjacentes permitindo
a comunicação óssea direta ou de seu hematoma com o ambiente. 
(SIZÍNIO 5ª Ed)
 6
Panorama:
Classificação:
 
 Traumas de alta energia, paciente normalmente politraumatizado.
Acarreta grandes danos físicos e psicológicos nos pacientes e
financeiros no sistema de saúde. 
 Não existe uma epidemiologia bem traçada para o acidente de alta
energia gerador de fraturas expostas, dependendo da região e da
atividade causadora, embora seja notado que ocorre mais comumente
entre jovens adultos do sexo masculino. Geralmente ocorre em ossos
longos (tíbia e fibular, depois fêmur).
 As classificações de Fraturas têm a importante função de orientar o
cirurgião quanto ao prognóstico e nortear o curso da conduta,
prevenindo erros. Eis as mais comumente utilizadas na prática e em
estudos científicos: 
 7
Gustillo-Anderson Tscherne
Atendimento Inicial e Hospitalar
 Tem como objetivo a preservação da vida, o controle de infecções e a
consolidação da fratura, buscando o melhor resultado funcional possível.
 Inicialmente, no local do trauma, deve ser feita a contenção inicial de
hemorragias e a estabilização da integridade da coluna. 
 Realizar uma cobertura estéril da ferida com o material à disposição
afim de contornar uma possível infecção e estabilizar provisoriamente a
fratura, para evitar maior dano de partes moles têm efeitos positivos.
NÃO tentar reduzir a fratura e NÃO realizar lavagem ou irrigação da
ferida.
 
 
 
 
 
 8
Grupo AO
 
 Em um segundo momento, na transição para o hospital ou na sala
de emergência, colher a história detalhada do local e mecanismo da
injúria, a palpação de pulsos distais à lesão, o exame neurológico do
paciente e a descrição minuciosa da ferida (o ortopedista pode remover a
proteção provisória apenas uma vez para analisar a injúria, não devendo
explorá-la fora do Centro Cirúrgico). 
 É de crucial importância a realização da profilaxia contra o tétano
associada à penicilina e que se inicie a antibioticoprofilaxia venosa
contra gram-positivo e negativo, normalmente com Cefalosporinas de
1ªGeração, podendo ser associada ao uso de aminoglicosídeos por ao
menos 24-48h.
 Caso o paciente se encontre hemodinamicamente estável, antes de
prosseguir para o Centro Cirúrgico deve ser feita a radiografia do local em
AO MENOS duas incidências para avaliar a lesão e buscar injúrias
concomitantes.
Obs 1: A realização de cultura bacteriana não é usual, devendo ser reservada para
casos de maior risco infeccioso como em fraturas ocorridas no campo ou suspeita de
contaminação intra-hospitalar
 
Cor
Consistência
Contratilidade
Circulação
 Na fase operatória é realizado o controle hemorrágico com uso de
torniquetes, são realizadas as ligaduras arteriais e nervosas com uso de
fio monofilamentado e é feito o debridamento e irrigação da ferida. A
finalidade é de eliminar tecido desvitalizado e infectado criando uma
ferida limpa. A exploração por tecido desvitalizado obedece os "4C's":
 
Fratura diafisária da tíbia e fíbula em incidências AP e perfil
respectivamente. Disponível em: Revista Brasileira de Ortopedia Vol. 51,
Issue 5. 2016 
9
 Chegado o momento de estabilizar afratura, restituindo alinhamento
e função do local afetado, restaurando tensão e possibilitando futura
mobilização precoce afim de iniciar a consolidação correta do hematoma
fraturário. 
 A escolha do método depende do cirurgião, do mecanismo de injúria,
do local ósseo de fragmentação, do paciente e do material disponível. Eis
alguns dos métodos mais comuns e suas características:
Estabilização e fixação
10
Fixação de fratura diafisária umeral com placa minimamente invasiva.
Encontrado em https://ortopediaeombro.com.br/funcao-do-ombro-apos-o-
tratamento-de-fraturas-com-desvio-da-diafise-do-umero-um-estudo-
randomizado-comparativo-entre-haste-intramedular-anterograda-e-
osteossintese-com-placa-minimamente-invasiva/
Fraturas Metafisárias
Diafisárias com boa cobertura
Técnica operatória complicada
Sem contato com meio externo
Geralmente definitiva
Fixação com Placa
Fixação Definitiva
Método mais utilizado
Haste de titânio no canal
medular do osso
Pior para fraturas cominutas
Associado com outros tipos de
fixação
Baixa infecção
Haste Intramedular Bloqueada
Fixação de fratura umeral com haste intramedular. Disponível em: Acta ortop.
bras. v.13 n.3 São Paulo 2005
11
Geralmente provisório
Bom para fraturas cominutas
Possibilidade de preservação
do canal medular
Possível para fraturas intra-
articulares
Consolidação retardada
Contato com o meio externo
Fixador Externo
Fixação de fratura do pé com fixador externo. Disponível em: Rev. Port. Ortop.
Traum. vol.25 no.4 Lisboa dez. 2017
Obs 2: A ferida normalmente não será fechada primariamente, apenas em alguns
casos de pouco trauma de partes moles e alto grau de limpeza, devendo ser mantida
aberta para posterior avaliação do cirurgião.
Obs 3: A mobilização precoce do membro é essencial para a consolidação adequada,
devendo ser iniciada logo que a estabilização e as partes moles permitam.
Fluxograma
TRAUMA DO
QUADRIL
12
Introdução:
Fratura de colo de fêmur:
Epidemiologia:
Anatomia e complicações clínicas:
Classificação:
A crescente nos acidentes automotivos e automobilísticos assim como
a expectativa de vida favoreceram um aumento na incidência de
fraturas de fêmur proximal. Essas por sua vez podem ser classificadas
em intracapsulares (subdividida em subcapital, transcervical e baso-
cervical) dependendo se acometeram o colo ou a cabeça femoral e
extracapsulares (subdivididas em intertrocantéricas e subtrocanté-
ricas). Considerando que a fratura do fêmur proximal pode ocorrer em
diferentes áreas do mesmo, existirá, portanto, distintas características,
classificações e tratamentos diferentes para cada.
A alta frequência dessas fraturas que chegam em prontos-socorros,
exige do ortopedista geral um conhecimento relevante sobre o assunto.
O grupo mais afetado por esse tipo de fratura é o de mulheres
relacionado a osteoporose pós-menopausa e indivíduos idosos que já
passaram da sétima década de vida.
Com a fratura proximal do fêmur a sua cabeça normalmente sofre com
a interrupção da circulação sanguínea (durante ou após o trauma), esse
problema normalmente ocasiona a necrose avascular da região
supracitada. A necrose torna-se mais prevalente quanto maior for o
tempo entre a fratura e sua estabilização sendo, portanto, a
osteossíntese uma urgência para todos os acometidos. Em todos os
grupos de pacientes existe uma alta incidência de trombose venosa
profunda que pode culminar em tromboembolismo pulmonar e em
idosos, pneumonia. Embora exista uma menor frequência, a embolia
gordurosa também preocupa. 
Com o intuito de favorecer o tratamento, diferentes classificações são
utilizadas, tais como:
 
 14
Classificação de Garden:
Propedêutica:
Radiografias: 
.
Mais citada na literatura mundial pois avalia o desvio e o prognóstico
da fratura. Essa classificação não foi destinada para utilização em
jovens e sim no grupo de maior prevalência.
 Fonte: retirada do site Ortopediaonline.med
 Os pacientes acometidos costumeiramente apresentam um
encurtamento e rotação externa do membro afetado que repercute
com dor inguinal. Caso a fratura seja impactada em valgo ou forem
incompletas, pode causar pouca dor e o paciente pode até deambular na
vigência da fratura. Os idosos acometidos, podem cursar com quadros
de desidratação e confusão mental aguda. 
Para diagnosticar fraturas são utilizadas
radiografias no plano AP de bacia e quadril
inicialmente, uma rotação de 15 graus da
perna afetada posiciona o trocânter menor 
em posição posterior, assim, o colo femoral
é visto com maior clareza. Existe uma relação
entre a fratura do colo com a fratura ipsilateral
da diáfise femoral (em grande maioria nos 
pacientes jovens acometidos em acidentes
de grande energia) portanto, torna-se 
necessário realizar a radiografia do quadril 
ipsilateral nas fraturas da diáfise femoral. 
 Radiografia AP do Quadril. Fonte: Artigo
Fratura no colo do fêmur em idosos: relato de caso
Classificação radiográfica de Pawels. Fonte: Revista Brasileira de Ortopedia. 
Tratamento: 
 Repreende-se o uso de radiografia de 
perfil do quadril, uma vez que sua
 utilização pode reverberar numa
 complicação da fratura.
Radiografia Perfil da Bacia. Fonte: Medicinanet.com.br
 
 
Com o intuito que o tratamento cirúrgico siga sem nenhuma
complicação, algumas medidas são tomadas tais como fazer um
acompanhamento clínico rigoroso no pré o pós-operatório, além disso,
realizar a tração cutânea impedirá o movimento no foco de fratura e
também atua evitando a dor assim como alinhando o membro. 
Apenas em casos excepcionais (onde o tratamento cirúrgico apresenta
mais riscos) se procederá com o tratamento conservador, pois o
tratamento padrão ouro para esse tipo de fratura sempre será o
cirúrgico, mesmo aquelas que se enquadrem em Garden I e II (com
pouco ou nenhum desvio) são operadas pois ainda existe uma chance
de progressão da lesão, com consequente piora no quadro clínico
aumentando a morbidade e mortalidade, assim, a recomendação é que
nas 48 horas seguintes ocorra a cirurgia, onde se deve escolher entre
artroplastia e a osteossíntese. Em ambas as técnicas supracitadas é
importante que o cirurgião esteja familiarizado com as mesmas para
fazer a melhor escolha, para tanto, é necessário observar alguns pontos
como, a idade do paciente, caso idoso, é necessário compreender seu
perfil se ele é ativo ou sedentário.
 
Fraturas Transtrocantéricas:
Epidemiologia e Complicações clínicas:
 
 
 Jovens: O que se preconiza é o uso de parafusos
canulados DHS (dynamic hip screw) juntamente
com um parafuso anti-rotacional com placa
lâmina ou hastes intramedulares com bloqueio
para o colo femoral. A osteossíntese é utilizada
de maneira abrangente, entretanto se existir
falha no tratamento, a artroplastia total de
quadril será utilizada, assim como quando 
em casos que houver sequela de fratura do
colo, como a necrose avascular da cabeça
femoral e artrose. 
 
 Idosos: Para um correto atendimento devemos avaliar qual o tipo da
fratura, a qualidade do osso do paciente, 
patologias associadas e atividade de vida
 diária. Se houver Garden I ou II com boa 
qualidade óssea e o paciente for ativo, 
deve-se optarpela osteossíntese, caso a
 fratura seja Garden III ou IV com elevado risco
de necrose da cabeça femoral, opta-se pela
artroplastia. Caso o idoso seja um deambulador
comunitário (ativo) ou que apresentam artrose
do quadril, são indicados para realizar uma prótese total. Já aqueles que
são mais inativos, baixa atividade diária e baixa expectativa de vida
além de baixa expectativa de vida são indicados para a prótese parcial.
O traço fraturário desta está localizado entre o trocânter maior e o
trocânter menor região essa localizada extracapsularmente. Essa
região em que ocorre a fratura é composta por osso esponjoso, dessa
forma, apresenta um excelente potencial de consolidação.
 O público mais acometido por esse tipo de fratura é semelhante ao de
colo do fêmur, idosos (8ª década de vida) principalmente as mulheres
por conta da osteoporose. Assim como o grupo afetado é semelhante as
complicações clínicas também são sendo elas a interrupção sanguínea
da cabeça do fêmur com subsequente necrose avascular.
 
Fonte: Quadrilcirurgia.com.br
Fonte: Medicinadoquadril.com.br
Classificações:
Propedêutica:
Radiografia:
 
 
 
 Para classificar esse tipo de fratura é necessário
 considerar a estabilidade dos fragmentos
 fraturados, assim como a falta de estabilidade
 póstero-lateral do fêmur proximal após
a redução da fratura. Baseando-se nisso,
 diferentes classificações são utilizadas,
 como: AO, Tronzo, Evans e Boyd e Griff.
 Os pacientes acometidos por esse tipo de fratura além de
apresentarem dor na região inguinal e equimose na face lateral do
quadril apresentam um maior grau de encurtamento de rotação
externa do membro afetado quando comparado aos pacientes com
fratura de colo femoral. 
Para diagnostico são realizadas radiografias de AP de bacia e AP de
quadril.
 
Classificação radiológica de Tronzo. Fonte:
Artigo Reprodutibilidade das classificações de
Tronzo e AO para fraturas transtrocanterianas 
Classificação radiológica AO ( e suas subdivisões). Fonte: Artigo
Reprodutibilidade das classificações de Tronzo e AO para fraturas
transtrocanterianas 
Fonte:Quadrilcirur
gia.com.br
Tratamento:
 Para o alívio da dor, assim como na fratura do
colo femoral, a tração cutânea (até 1,5kg) é
realizado e o acompanhamento clínico pré e
pós-operatório também são importantíssimos. 
Nesse tipo de fratura o padrão ouro para o
tratamento é o método cirúrgico (com
algumas raras exceções), também não se
existe a preocupação com necrose avascular
da cabeça do fêmur entretanto se preocupa
com o período que o indivíduo fica restrito ao
leito.
Estudos referem uma piora no quadro clínico
do paciente, com o passar do tempo em que o
acidentado não é operado, dessa forma, é
imprescindível que o atendimento cirúrgico
ocorra nas primeiras 48 horas. Esse 
 tratamento utiliza dois métodos efetivos
sendo a haste intramedular com bloqueio para
o colo femoral e o DHS. Embora se discuta qual
o método mais eficiente, ambos obtém
excelentes resultados quando bem
executados, embora técnicas minimamente
invasivas para a inserção do DHS estão sendo
realizadas.
Fonte:Quadrilcirurgia.com.br
Fonte:Medicinadoquadril.com
Fraturas subtrocantéricas:
Incidência:
Complicações Clínicas:
Classificação:
Propedêutica:
Radiografias:
Essas fraturas ocorrem abaixo da linha do trocânter maior e menor,
região essa pouquíssimo vascularizada e com baixo potencial de
consolidação.
Os jovens e adultos são os públicos mais afetados, pois geralmente essa
fratura ocorre em traumas de alta energia como nos acidentes
automobilísticos.
Embolia gordurosa, trombose venosa profunda e tromboembolismo
pulmonar.
Para esse tipo de fratura destaca-se a classificação de AO, Fielding e
Sensheimer.
É observado dor e encurtamento do membro, equimose também pode
estar presente.
Solicita-se radiografias em AP de bacia, AP e perfil do fêmur e Ap e perfil
do joelho ipsilateral.
Classificação radiográfica de Sensheimer. Fonte: 
 Slideshow Fraturas subtrocantéricas atípicas.
OBS: Tipo I: Sem desvio (menor que 2mm) Classificação radiográfica de AO. Fonte: 
 Slideshow Fraturas subtrocantéricas atípicas.
Tratamento:
 Os métodos mais utilizados para
esse tipo de fratura são o uso de
hastes intramedulares bloqueadas.
O DCS também é um método para a
osteossíntese de estabilidade
absoluta ou relativa. Observa-se
que a deformidade fraturária e a
pobre vascularização da região
dificultam o manejo dessas
fraturas. A redução (direta ou
indireta) adequada, aumenta a
possibilidade de consolidação,
reduzindo a falha do material de
síntese.
Radiografia em AP e Perfil do Quadril. Fonte: Slideshow
Fraturas subtrocantéricas atípicas
Fonte: Medicinadoquadril.com.br
TRAUMA
raquimedu
lar
13
Definição
Epidemiologia
Fisiopatologia 
Trauma raquimedular é a lesão da medula espinhal que provoca
alterações, temporárias ou permanentes, na função motora,
sensibilidade ou função autonômica. Frequente-mente está associado a
trauma cranioencefálico ou politrauma.
- A lesão da medula espinal ocorre em cerca de 15 a 20% das fraturas da
coluna vertebral, e a incidência desse tipo de lesão apresenta variações
nos diferentes países.
- No Brasil, cerca de 40 casos novos por milhão de habitantes,
perfazendo o total de 6 a 8 mil casos por ano. 
- Maior frequência no sexo masculino, na proporção de 4:1, na faixa
etária entre 15 e 40 anos.
- Entre as principais causas estão os acidentes automobilísticos quedas
de alturas, acidentes por mergulho em água rasa e ferimentos por arma
de fogo.
- Aumento de incidência dos TRMs em decorrência de ferimentos por
projéteis de arma de fogo, reflexo da violência nos grandes centros
urbanos.
- A localização anatômica da lesão está diretamente relacionada ao
mecanismo do trauma, e cerca de dois terços das lesões medulares
estãolocalizados no segmento cervical. Lesões da medula na região
torácica ocorrem em 10% das fraturas desse segmento e
em 4% das fraturas da coluna toracolombar.
 A lesão medular pode ser: 
 - Primária:
 Lesão imediata ao trauma devido a 
 contusão mecânica e hemorragia. 
 - Secundária:
 Sequência de eventos bioquímicos autodestrutivos que podem durar 
 horas ou dias que levam a disfunção e morte celular.
 
 14
Diagnóstico
 
Clínico
- Atendimento do indivíduo no local do acidente, avaliação inicial, o
reconhecimento das lesões e a prevenção de lesões adicionais durante
o seu resgate e transporte para o local onde deverá receber o
atendimento definitivo.
- A avaliação do paciente compreende a história, o exame físico, a
análise neurológica e o estudo radiográfico.
- A presença de traumatismo cranioencefálico, intoxicação alcoólica,
lesões múltiplas e traumas da face e acima da clavícula aumenta a
probabilidade da ocorrência de fratura da coluna vertebral.
- O exame físico geral do indivíduo seguindo o ABCDE do trauma.
- O exame neurológico consiste na avaliação da sensibilidade, da função
motora e dos reflexos.
- Ausência total da sensibilidade, motricidade e reflexos abaixo do nível
da lesão com extensão variável de tempo (na grande maioria após 24 a
48 horas). 
- O término do choque medular é indicado
 pelo retorno do reflexo bulbo cavernoso 
que é testado tracionando-se abruptamen-
te, porém com delicadeza, a sonda vesical,
 ou apertando a glande peniana e observan-
do a presença da contração do esfíncter 
retal. A ausência do tônus esfincteriano 
indica que o paciente está na vigência do choque medular.
- Clinicamente, as lesões neurológicas podemser classificadas em
completas e incompletas, baseado no exame neurológico após o
término no choque medular. 
• Completas:
São caracterizadas pela completa perda da função sensitiva e motora
mais do que três segmentos abaixo do nível da lesão.
 15
Incompletas:
São caracterizadas pela presença de alguma função motora ou sensitiva
mais do que três segmentos abaixo do nível da lesão.
- A medula espinhal termina na região da vértebra de L2, portanto as
fraturas distais a este nível causam lesões de raízes nervosas.
Ficha ASIA
 
- A American Spine Injury Association (ASIA, Associação Americana
do Trauma Raquimedular) desenvolveu, em 1992, padrões para a
avaliação e classificação neurológica do TRM.
- Avaliação dos dermátomos e miótomos.
 16
Imagem
- Escala de Frankel modificada pela ASIA e consiste em cinco graus de
incapacidade: 
Lesão completa (A): 
Não existe função motora ou sensitiva nos segmentos sacrais S4 a S5.
Lesão incompleta (B): 
Preservação da sensibilidade e perda da força motora abaixo do nível
neurológico, estendendo-se até os segmentos sacrais S4 a S5.
Lesão incompleta (C): 
A função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria
dos músculos-chave abaixo desse nível tem grau menor ou igual a 3.
Lesão incompleta (D): 
A função motora é preservada abaixo do nível neurológico, e a maioria
dos músculos-chave abaixo apresenta grau maior ou igual a 3.
Normal (E): Sensibilidade e força motora normais!
 - Radiografias simples em AP e perfil, observar o alinhamento e altura
dos corpos vertebrais e alterações na distância entre os processos
espinhosos, podendo indicar lesão do complexo ligamentar posterior.
- Tomografia computadorizada através das imagens axiais, avaliar e
detectar lesões com retropulsão de fragmentos ósseos, fraturas dos
elementos posteriores, cominuições ósseas e alterações no diâmetro do
canal vertebral. Este método permite, através da reconstrução das
imagens, melhor avaliação da fratura e do grau de comprometimento
do canal vertebral nos pacientes com luxação bilateral das facetas
articulares. 
 17
Tratamento
- Ressonância magnética (RM), sempre 
que possível, deve ser utilizada na
 fase primária do diagnóstico, pois 
permite a análise detalhada das partes
 moles, com melhor visualização de 
contusões medulares, hematomas, 
lesões ligamentares, hérnias discais e
coleções líquidas.
 
- Atendimento no local do acidente seguindo os preceitos do ATLS (com
imobilização cervical e prancha rígida), para evitar danos adicionais ou
ampliar os já existentes.
- Tratamento na emergência tem como objetivo principal a manutenção
e o restabelecimento das funções vitais do paciente, descartar a
possibilidade de ocorrência de choque neurogênico (hipotensão
associada a bradicardia) nos indivíduos com lesão acima de T6, para
evitar a administração de líquidos e a consequente sobrecarga hídrica.
- Uso metilprednisolona em até oito horas após a lesão da medula
espinal, para reduzir a peroxidação lipídica e de preservar a integridade
das estruturas neuronais, atuando no nível da lesão secundária, devido
à isquemia e à ação dos radicais livres. (Ainda não provado)
 18
- A dose recomendada de metilprednisolona é
de 30 mg/kg de peso, aplicada em bolo durante 
15 minutos, e, 45 minutos após essa dose em 
bolo, administram-se 5,4 mg/kg em in fusão 
constante, por 23 horas. A dose total é de 
154,2mg/kg de peso em 24 horas e deve ser 
consumida nas primeiras oito horas após o trauma. 
- O tratamento definitivo da lesão no segmento vertebral fraturado tem
como principais objetivos: a preservação da anatomia e da função da
medula espinal, a restauração do alinhamento da coluna vertebral, a
estabilização do segmento vertebral lesado, a prevenção de
complicações gerais e locais e o restabelecimento precoce das
atividades dos pacientes, de vendo ser realizado o mais cedo possível,
desde que as condições gerais do indivíduo permitam. 
- Na impossibilidade da realização
do tratamento definitivo, a redução
da fratura e o realinhamento do
canal vertebral podem ser obtidos
por meio da aplicação de tração
longitudinal, utilizando-se o halo
craniano nas lesões cervicais. 
O realinhamento da coluna vertebral e a ligamentotaxia, produzidos
pela instrumentação dos elementos vertebrais, promovem a
descompressão indireta das estruturas nervosas do segmento
vertebral. 
- Não existe, até o momento, tratamento cirúrgico capaz de restaurar
as funções da medula espinal lesada, e o objetivo da abordagem
cirúrgica é apenas a redução e o realinha mento do segmento vertebral
lesado e a restauração da estabilidade de tal segmento, de modo a
evitar lesões adicionais da medula e favorecer sua recuperação. 
 19
Luxação
do ombro
20
Introdução
Definição
Epidemiologia
A articulação do ombro é a que permite maior amplitude de movimento
no corpo humano. Diante dessa alta flexibilidade, ela está também mais
suscetível às instabilidades. Fazendo uma comparação com outras
articulações, a do ombro é a que apresenta o maior número de
incidência de luxações, correspondendo a quase 45% de número total
de ocorrências. Além disso, é relevante frisar que essa é uma das
patologias mais antigas já descritas, surgindo estudos desde
Hipócrates.
A luxação de ombro pode ser entendida como a ruptura da relação
anatômica entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidal, gerada pela
ação de uma força traumática ou não que supera os mecanismos que
estabilizam a articulação. Esse conceito foi aprimorado com o decorrer
do tempo, antes não sendo relacionado com a instabilidade
glenoumeral. Hoje, já se considera a necessidade da avaliação conjunta
dessas duas patologias, já que apresentam relação direta.
A luxação glenoumeral é a mais numerosa quando se compara às lesões
em outras articulações. Entre todas as luxações do corpo, essa lesão
corresponde a cerca de 45% de todos os casos e cerca de 2% de todas as
lesões traumáticas do membro superior. Ocorre em média de 1,5% a 2%
da população mundial, aumentando para cerca de 7% quando se
restringe aos atletas.
 21
Classificação
Anterior: 
Posterior: 
Inferior:
Superior: 
Basicamente as luxações glenoumerais se restringem em quatro tipos:
anterior, posterior, interior e superior. 
É o tipo mais frequente, ocorrendo em 85% dos casos. Ela pode ser de
alguns tipos, como por exemplo: subcoracoide, subglenoidal,
subclavicular e intratorácico. De forma mais comum, ela vai ocorrer por
conta de uma queda ao solo, acompanhada de movimento de rotação
com o membro superior em abdução e rotação externa. 
De maneira menos frequente, ela vai ocorrer por um trauma direto na
direção posteroanterior. Ocorre a perda da relação entre a cavidade
glenoidal e a cabeça do úmero, produzindo ruptura do lábio (lesão de
Bankart) e dos ligamentos glenoumerais, além de uma lesão da cabeça
do úmero na parte do canto posterossuperior, gerando afundamento
(lesão de Hill-Sachs).
É uma das formas de luxação mais raras e acontecem normalmente por
choque elétrico ou crises convulsivas. Pode também ocorrer por um
trauma direto na direção anteroposterior. Quando ocorre, a cabeça do
úmero se aloja na parte posterior da cavidade glenoidal, rompendoa
cápsula articular posterior. 
Por muitas vezes o seu diagnóstico ocorre de forma mais demorada, já
que o paciente consegue realizar alguns movimentos com o ombro. Sem
uma radiografia com as incidências em perfil ou axilar, essa luxação
passa desapercebida.
A ocorrência desse tipo se dá por uma elevada força quando o braço
estiver em abdução máxima. A cabeça do úmero vai ficar alojada na
região axilar em posição extra-articular. Seu diagnóstico é mais simples
do que a posterior, porque o paciente geralmente chega ao serviço de
emergência segurando o braço em posição elevada.
Sua ocorrência é bastante rara. Ela só ocorre em conjunto com fratura
do acrômio, podendo ocorrer lesão no manguito rotador. O próprio peso
do braço em conjunto com a força gravitacional pode realizar a redução
dessa luxação.
 22
Diagnóstico
Exame físico: 
Exame radiográfico:
Para um diagnóstico clínico mais preciso da luxação glenoumeral, é
importante se ater a algumas informações como: mecanismo e história
da lesão, posição do braço ao ser deslocado, se é um caso recorrente, se
apresenta alguma característica de uma possível lesão nervosa e saber
qual o grau de limitação física do indivíduo.
É importante buscar o sinal da dragona, causado pela ausência da
cabeça do úmero em sua posição natural, caracterizando o estado de
luxação. O sinal consiste de um espaço vazio inferior ao acrômio.
Também pode se observar o próprio acrômio, que aparece saliente
superiormente a este espaço. A luxação anterior é de fácil identificação.
Já a posterior apresenta um grau de dificuldade maior, já que a cabeça
do úmero vai se alojar no meio do músculo deltoide posterior.
Sinal da Dragona.
Também não se pode deixar de realizar o exame vascular, através da
palpação da artéria radial.
Já o exame neurológico, que é também de fundamental importância,
deve-se investigar a sensibilidade e motricidade dos nervos axilar,
musculocutâneo, radial, mediano e ulnar. Destes o mais
frequentemente lesado é o axilar, que pode ser testado através da
sensibilidade na parte lateral do ombro, e abdução da articulação
glenoumeral.
Para o diagnóstico correto é extremamente necessário que se realize
pelo menos a radiografia em duas incidências, pois a incidência única é
um dos fatores mais frequentes de erros. As principais incidências
utilizadas são: anteroposterior, lateral da escápula e axilar. 
 23
Algumas incidências adicionais podem auxiliar no melhor
diagnóstico como a de Stryker, a de Bernageau e a
anteroposterior com rotação interna e externa do úmero.
Porém, é importante salientar que nem sempre será possível a
realização de alguma incidência por conta da limitação de
movimento e dor provocada pela luxação. 
Na maioria das vezes, é possível fazer o diagnóstico na
incidência anteroposterior (AP), que demonstra perda da
congruência entre a cabeça do úmero e a cavidade
glenoumeral, geralmente em uma posição subcoracoide, no
caso da luxação glenoumeral anterior. Na luxação posterior, a
alteração nessa incidência pode ser mais sutil ( a cabeça do
úmero aparece mais arredondada, conhecido como sinal da
lâmpada), sendo a incidência em perfil escapular essencial.
No perfil escapular, pode-se verificar o deslocamento anterior
ou posterior da cabeça do úmero em relação à glenóide. 
*É importante realizar radiografias antes e após a redução
(radiografia de controle)!
A. Radiografia em AP demonstrando luxação. 
B. Radiografia em perfil demonstrando o sentido da luxação.
 24
Tratamento
Manobras de Redução para luxação anterior.
O tratamento dessas lesões vai ser realizado, principalmente, pela
redução da luxação. Para a realização desse procedimento, existem
diversas manobras. Em muitos casos, a redução pode ser feita sem
anestesia e com facilidade, mas essa condição é mais comum em
ombros que já foram luxados ou apresentam alguma instabilidade. É
comum também, em pacientes que apresentam esse quadro, relatos
afirmando que o ombro foi autoreduzido. 
Nos casos de pacientes que apresentam o quadro de luxação pela
primeira vez, há uma dificuldade maior para a redução. Nesses casos,
utiliza-se anestesia local para facilitar. 
As duas manobras mais realizadas são:
- Tração e contratração: 
Com auxílio de um lençol ou uma toalha, realiza-se força na direção
indicada pelas setas.
Manobra de tração e contratração
- Método de Milch: 
São usadas as forças de abdução, rotação externa e pressão do polegar,
colocando a cabeça do úmero dentro da articulação.
 25
Tempo de imobilização
Após a redução, o ombro deve ser mantido imobilizado para a
contenção da dor. Em estudos atuais, sugere-se que o tempo de
imobilização seja de 7 a 10 dias. Além disso, a orientação é que o
paciente utilize o imobilizador de forma intermitente.
 26
Módulo 2:
Clínica
 Ortopédi
ca 
A O R T O P E D I A C O M O V O C Ê
N U N C A V I U
Dor do
quadril
20
História do Paciente:
É importante que a história do paciente seja colhida, uma vez que pode
fazer com que o médico concentre-se em prováveis fontes de dor no
quadril, direcionando dessa maneira uma avaliação futura.
 
Ter conhecimento acerca do início e duração da dor é importante para
que o médico tenha uma noção do que se trata o problema, dado que
as patologias tem comportamento distinto. Assim, casos como
osteonecrose ou fraturas por estresse por exemplo, apresentariam um
começo bastante agudo, já uma displasia e impacto do quadril
apresentam um começo insidioso. 
 
Além disso, saber da ocupação e ter conhecimento acerca dos hábitos do
paciente é importante para guiar possíveis diagnósticos, visto que
existem lesões que afetam de forma mais contundente um certo perfil
ocupacional, seja laboral ou seja de atleta, como é o caso das fraturas
por estresse, que são comuns entre os corredores.
 
O local da dor é também muito útil. Uma dor posterior que se estende ao
longo da espinha ilíaca posterossuperior e nádegas, normalmente,
encontra-se relacionada à dor da coluna lombar, além de possivelmente
estar relacionada também à articulação sacroilíaca. A radiação desse
tipo de dor para baixo, na região posterior da coxa e passando pelo
joelho indica uma possível origem radicular, principalmente quando está
associada a uma sintomatologia neurológica.
Uma dor na região lateral do quadril costuma ter origem trocantérica,
podendo descer na coxa lateral, como é o caso da tendinite da banda
iliotibial. Patologias intra-articulares normalmente são expressas por dor
na virilha, apresentando o "Sinal C", definido por Byrd como um sinal
muito sugestivo de dor intra-articular, na qual o paciente coloca a sua
mão sobre o quadril afetado com o polegar na dobra da virilha e os dedos
nas nádegas.
Exame Físico:
A posição do paciente no momento em que a dor ocorre também é
importante. Dores que ocorrem quando o paciente fica muito tempo
sentado, mas que diminuem ao ficar em posição ortostática indicam
impacto do quadril. Enquanto isso, a dor na fase de apoio que é aliviada
ao deitar ou ao sentar é mais inespecífica, incluindo possibilidades como
osteoartrose, osteonecrose, fratura por estresse, displasia e artrite
inflamatória. 
O exame físico deve ser realizado com o objetivo de buscar dados
relativos à inspeção, palpação, mobilidade articular, realização de
determinados testes especiais e um breve exame neurológico (motor e
sensitivo).
 
 Inspeção:A inspeção é realizada observando-se a marcha do paciente, podendo
começar a partir do momento em que o paciente adentra a sala de
exame. Essa etapa deve ser realizada com muita atenção, dado que
muitas patologias se manifestam claramente durante a deambulação. A
área a ser examinada deve ser ainda descoberta, respeitando o pudor do
examinado, para que seja possível observar de forma mais minuciosa
possíveis cicatrizes, hipotrofias musculares, assimetrias e alterações
posturais.
 
 Fonte: sanarmed.com
 Palpação: 
A palpação tem como objetivo identificar possíveis pontos dolorosos,
tumorações, deformidades ósseas e o tônus e o trofismo muscular.
É importante tomar como pontos de referência a espinha ilíaca postero-
superior, o trocânter maior e a tuberosidade isquiática. A musculatura
periarticular é muito potente e pode ser palpada em quatro grupos:
flexores - na região anterior do quadril, analisando o iliopsoas, o reto
femoral e o sartório -, abdutores - na região lateral do quadril, analisando
glúteos médio e mínimo -, Adutores - na região medial do quadril,
analisando adutores longo, curto e magno, além de pectínio e grácil - e
por último os Extensores - na região posterior do quadril, analisando
glúteo máximo e isquiotibiais.
 Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/
 Fonte: https://www.anatomiaonline.com
 
 Mobilidade Articular:
A análise da mobilidade articular é realizada com o paciente em decúbito
dorsal, mantendo a pelve e o tronco em posição simétrica, sendo
importante que o examinador estabilize a pelve com uma das mãos,
visando evitar interpretações errôneas com relação ao grau de
amplitude dos movimentos do paciente. 
 
Na análise da mobilidade articular, são feitos dois tipos de teste: os
testes ativos - em que o paciente utiliza seus próprios músculos para
atingir a amplitude necessária de movimentação - e os testes passivos -
em que é examinador quem movimenta a articulação do paciente. O
paciente pode ser incapaz de completar os testes ativos por uma questão
de fraqueza muscular, enquanto que no teste passivo essa hipótese é
dispensada, dado que a força passa a ser depreendida pelo examinador.
Nesses testes passivos, em caso de incapacidade, devem ser suscitadas
hipóteses de obstrução óssea ou de tecidos moles.
 
Em média, a amplitude de movimentos do quadril é:
Na flexão: de 0 a 120º, consistindo em levar a coxa em direção anterior,
ao encontro do abdome
Na abdução: de 0 a 45º, consistindo em afastar o membro inferior da
linha média
Na adução: de 0 a 30º, consiste em cruzar a linha média com o membro
inferior 
Na rotação interna: de 0 a 30º, consistindo em rodar o membro inferior
internamente
Na rotação externa: de 0 a 45º, consistindo em rodar o membro inferior
externamente
Na extensão: de 0 a 30º, sendo realizada com o paciente em decúbito
ventral, elevando-se a coxa da superfície de exame e com o joelho
levemente fletido.
As manobras de rotação também podem ser realizadas com o quadril em
extensão
 
 Testes Especiais:
Teste de Trendelenburg:
Tem como objetivo verificar a integridade
funcional dos músculos abdutores do quadril. A
inclinação do tronco é realizada pelos músculos
abdutores do quadril, sendo assim, a pélvis
inclina sendo levantada do lado que não
suporta o peso. A falha nesse mecanismo é
diagnosticada pela positividade do Sinal de
Trendelenburg, havendo queda da pélvis ao
invés de sua elevação no lado não apoiado. Esse
teste é realizado com o paciente em posição
ortostática e em apoio monopodálico.
Teste de Thomas:
Destina-se a avaliar a presença de contratura
em flexão do quadril. (Por definição uma
contratura refere-se a um fenômeno patológico
onde o músculo está em estado de
encurtamento). Para a realização desse teste, o
paciente deve ser colocado em decúbito dorsal,
e realiza-se a flexão máxima dos quadris. Em
seguida, mantemos um quadril flexionado e
estendemos aquele que queremos testar.
Quando há uma contratura em flexão, o quadril
não se estende completamente e o ângulo
formado entre a mesa de exame e a face
posterior da coxa corresponde ao ângulo de
contratura. Patologias como psoíte, artrose e
artrite séptica podem levar a contratura em
flexão.
Teste de Patrick:
Tem como objetivo detectar tanto patologias do
quadril como as da articulação sacro-ilíaca.
Para a realização desse teste, o paciente é
colocado em decúbito dorsal e colocamos o
calcanhar do membro inferior sobre o joelho
contra-lateral. Feito isso, o examinador deve
aplicar uma força sobre o joelho fletido e outra
sobre a espinha ântero-superior oposta. Se a
dor apresentada pelo paciente for na região
inguinal, pode haver patologia na articulação
do quadril, caso a dor esteja na região
posterior, pode haver patologia na articulação
sacro-ilíaca. Esse teste também pode ser
chamado de Fabere.
Fonte:http://ortopedia.facafisioterapia.n
et/2019/04/teste-de-trendelenburg-e-o-
tratamento.html
Fonte:https://questoesdefisioco
mentadas.wordpress.com/tag/te
ste-de-thomas/
Fonte:
https://www.youtube.com/watc
h?v=0Hnq2MYTl
Medida de comprimento dos membros:
Essa medida deve ser feita para analisar se existe discrepância
com relação ao comprimento dos membros. Ela é feita
medindo-se a distância compreendida entre a espinha ilíaca e o
maléolo medial de cada um dos membros. Se houver diferença,
está provada a discrepância real. Existe também uma medida
de discrepância aparente, medida pela distância compreendida
entre a cicatriz umbilical e o maléolo medial de cada membro.
Uma possível discrepância aparente, resulta de posições
anormais de pelve e não de encurtamento do membro.
 
 Exame neurológico:
É dividido em uma avaliação motora e sensitiva.
A avaliação motora é dividida em grupos musculares:
Os flexores, inervados por L1, L2 e L3, são testados com o paciente
sentado e com as pernas pendendo para fora da mesa, solicitando que o
mesmo faça uma flexão de quadril enquanto o médico oferece uma
resistência no terço medial da coxa.
Os extensores, inervados por S1, são testados com o paciente em
decúbito ventral e com o joelho fletido, tentando estender o quadril
enquanto o médico oferece resistência na face posterior da coxa.
Os abdutores, inervados por L5, são testados com o paciente em
decúbito dorsal, pedindo-se que o paciente realize uma abdução dos
membros, enquanto o examinador, com as mãos sobre as faces laterais
dos tornozelos, oferece resistência ao movimento
 
Por fim, os adutores, inervados por L2, L3 e L4, são testados com o
paciente em decúbito dorsal estando os membros abduzidos e com o
examinador oferencendo resistência na face interna dos tornozelos,
enquanto o paciente tenta realizar adução dos membros.
 
Teste de Ober:
Esse teste tem como objetivo avaliar se o
paciente apresenta contratura em abdução do
quadril. Para isso, o paciente deverá estar em
decúbito lateral, com o membro a ser testado
no lado de cima. Posteriormente, é realizada a
flexão do joelho à 90º e abdução do quadril. O
examinador, então, deve soltar o membro, que
em, condições normais, entraria em adução.
Em presença de contratura, o membro
permanece abduzido mesmo depois de solto.
Fonte:
http://questaodefisio.blogspot.com/2012/0
9/provinha-de-ortopedia-amanha-ultima-
do.htlm
Avaliação radiográfica do quadril:
A força de cada grupo muscular é classificada de acordo com a tabela
proposta pela American Spine Injury Association:
Grau 0: não há contração visível ou palpável
Grau 1: contração visível e/ou palpável, mas que não produz
movimento
Grau 2: movimentação completa do membro desde que eliminada a
força contrária da gravidade
Grau 3: movimentação completa do membro contra a força da
gravidade
Grau 4: movimentação completa contra a força da gravidade e uma
pequena resistência imposta pelo examinador
Grau 5: movimentação completa contra a força da gravidadee uma
grande resistência imposta pelo examinador
Testes Sensitivos: as raízes que suprem sensitivamente a pele da
região do quadril e coxa são: T12(área do ligamento inguinal), L1(terço
superior da coxa), L2(terço médio da coxa), L3(terço inferior da coxa),
todos estes na face anterior do membro. Na face posterior do membro,
as raízes de S1 e S2 suprem a sensibilidade de extensa área que vai
desde a prega glútea até a fossa poplítea.
A avaliação radiográfica do quadril deve começar com radiografias
simples, com uma incidência pélvica anteroposterior em posição
supina. 
 
Fonte: http://neuroinformacao.blogspot.com/2012/06/os-nervos-da-perna.html
O acetábulo é avaliado por meio de uma radiografia simples, com uma
incidência pélvica anteroposterior, contornando a borda das paredes
anterior e posterior.
A cobertura anterior do quadril é avaliada por meio de uma incidência
de falso perfil da pelve, a qual é realizada com o paciente em pé, com o
lado afetado da pelve girado externamente a 65 graus a partir da
projeção anteroposterior.
Para a análise de uma radiografia de pelve, na LAOT temos um
mnemônico que ajuda a memorizar as principais partes a serem
observadas com maior atenção, o mnemônico
SATAN
Sacroilíaca
Anel Externo
Trocânteres
Anel Interno
síNfise púbica
Patologias do Quadril: 
Partindo agora para as principais patologias do quadril, temos:
 Osteoartrose do Quadril
O que é?:
 
A osteoartrose do quadril é uma doença degenerativa crônica que tem
como característica a deterioração da cartilagem e neoformação
óssea nas superfícies e margens articulares do quadril. De forma
simplista, existem 2 tipos de osteoartrose do quadril: a primária - que
surge sem uma causa aparente - e a secundária - que dá-se
por uma causa conhecida ou pré-existente.
 
 
Fonte: http://www.rbo.org.br/detalhes/72/pt-BR/proposta-de-padronizacao-do-
estudo-radiografico-do-quadril-e-da-pelve
Epidemiologia:
Embora a relação entre idade e doença ainda não esteja plenamente
esclarecida, dado que pode ser iniciada ainda em idade precoce, a
osteoartrose de quadril
tem a sua frequência aumentada em idosos, estimando-se que cerca de
1/3 dos idosos apresente algum grau de alteração sintomática da
cartilagem dos quadris. Existe também uma notória
predisposição genética no desenvolvimento dessa patologia. Além
disso, embora a obesidade ainda não esteja comprovada como um fator
causador da doença, parece claro que o sobrepeso
corporal acelere o processo de desgaste das articulações.
Fisiopatologia:
A degeneração cartilaginosa que acontece na osteoartrose do quadril é
caracterizada por apresentar alterações profundas na superfície
articular.
Essas alterações acontecem por conta de alterações na atividade
biossintética dos condrócitos e em sua composição bioquímica.
 
 
Ortopedia
Pediátrica
20
Definição:
Epidemiologia:
Etiopatogenia:
Displasia do Desenvolvimento do Quadril:
 
Por definição, a Displasia do Desenvolvimento do Quadril consiste em
uma condição anormal do quadril ao nascimento, em que ocorre uma
perda total da relação
articular da cabeça femoral com o acetábulo ou apesar desta relação ser
mantida, ela pode ser facilmente alterada. Quando essa alteração é total,
classifica-se o quadril com
luxável e quando se encontra parcialmente alterado, define-se como
quadril subluxável.
 
Quanto a incidência da DDQ, existe uma incidência absoluta na faixa de
2:1000 RN, ao passo que no Brasil existe uma incidência de
aproximadamente 5:1000 quanto a positividade
do sinal de Ortolani, que é o sinal clínico que indica a presença da
patologia. Essa patologia do quadril é mais frequente no sexo feminino e
quanto a etnia atinge de forma mais marcante a população
branca. Já quanto a lateralidade, ela é mais frequentemente unilateral,
chegando a atingir 80% dos casos.
Entre os fatores de risco para a displasia do desenvolvimento do quadril
encontram-se:
 Fatores genéticos - Acredita-se que seja o fator mais determinante,
visto que a maioria dos pacientes com DDQ possuem
parentes próximos com variações da angulação do quadril.
 Posição Intrauterina - A maioria dos pacientes encontrava-se na
posição pélvica
 Fatores Hormonais
 Posição após o nascimento - A forma de vestir a criança e envolvê-la em
mantas poderia causar DDQ.
 
 Displasia do D. do Quadril. 
 Fonte: https://radiopaedia.org/images/257817
 
Classificação:
Luxação Teratológica:
Instabilidade Neuromuscular:
Diagnóstico:
 
 
Instabilidade do Quadril:
É a forma mais típica de DDQ e pode ser subdivida em mais 4 tipos:
 Luxação
 Subluxação
 Quadril luxável
 Quadril subluxável
 
É desenvolvida ao longo dos primeiros meses da vida intrauterina e ao
nascer está relacionada com outros problemas morfológicos que
tornam a redução
muito difícil. Nesse tipo encontram-se praticamente apenas quadris
luxados, sendo quase inexistentes os quadros de subluxação e quadril
luxável e subluxável.
 
São caracterizadas por serem instabilidades e luxações do quadril que
estão associadas à mielomeningocele e à agenesia sacral. Nesse grupo
são
notadas alterações morfológicas significativas já ao nascimento,
provenientes de uma luxação intrauterina o que dificulta a redução.
De acordo com Barlow, esta pode ser
subdividida em:
 Quadril Luxado
 Quadril Luxável 
 Quadril Subluxável
 
O diagnóstico precoce é eminentemente clínico e perpassa pela
realização de 2 exames físicos no RN, sendo estes: a Manobra de
Ortolani e o Teste de Barlow.
Teste de Barlow e Ortolani.
 Fonte:https://paranashop.com.br/2016/08/teste-
do-quadril-previne-limitacao-nos-movimentos-da-crianca/
 
Manobra de Ortolani: Essa manobra é realizada com o paciente em
decúbito dorsal com os quadris e joelhos flexionados 90º e com as coxas
em adução e levemente
rotacionadas para medial. Ao realizar-se a abdução dos quadris, podendo
ser acompanhado de uma leve rotação lateral das coxas tem-se a
sensação de um ressalto, indicando um Sinal de
Ortolani positivo e indicando, portanto, a presença da patologia. 
 
Teste de Barlow: Trata-se de um teste que determina o potencial para a
luxação do quadril. Esse teste é realizado com a coxa do paciente
mantida em ângulo
reto e com o tronco em uma posição de adução, exercendo uma força no
joelho do paciente em uma direção vertical com relação ao quadril,
fazendo um esforço
para deslocar a cabeça femoral no interior do acetábulo. O examinador
busca um sinal de pistonagem o qual pode ser seguido de um leve
ressalto.
 
Entretanto, entre os 3 e 6 meses de vida é muito difícil encontra um sinal
de Ortolani positivo, o que faz com que esse exame perca a sua
efetividade em diagnósticos
tardios. Sendo assim, para efetuar diagnósticos tardios o examinador
deve utilizar o Sinal de Galeazzi ou de Allis. Esse exame é realizado com a
criança em decúbito dorsal e com os joelhos fletidos,
os quais não estarão na mesma altura, denotando a presença de uma
diferença entre os membros inferiores. Além disso, embora não seja
constante, a criança pode apresentar também
assimetria das pregas cutâneas.
 Teste de Galeazzi.
 Fonte: http://jeffersonleal.com.br/effe/userfiles/file/
 Aulas%2016-08-10/EXAME%20DO%20QUADRIL%2
 0E%20DA%20PELVE.pdf
Exames de Imagem:
Tratamento:
A ultrassonografia tem um grande potencial para o diagnóstico dado
que há uma evidenciação bem clara entre as estruturas cartilagíneas,
o que não ocorre numa radiografia simples. Alémdisso, a USG de
quadril em RN é relativamente fácil de se realizar, de baixo custo, não
invasiva e permite evidenciar uma melhor posição para realizar a
redução da região coxofemoral, além de servir para o controle do
tratamento. Enquanto isso, o exame radiológico não é indicado para o
diagnóstico precoce, uma vez que não é capaz de revelar um quadril
luxado nessa fase da vida. A radiografia da pelve só começa a ser útil
para uma confirmação de DDQ após a 6º semana de vida
 
O tratamento ideal da DDQ consiste em:
Diagnóstico precoce no período neonatal
Redução concêntrica sem traumatismos da epífise femoral
Manutenção da redução obtida até a estabilidade da articulação
coxofemoral
 
Entretanto, em caso de diagnóstico tardio da patologia podem ser
adotados outros protocolos. Em caso da DDQ ter sido diagnosticada
entre 3 e 6 meses de idade, o protocolo adotado consta de redução
incruenta, com tenotomia percutânea dos músculos adutores do
quadril e a imobilização em aparelho gessado pelvipododálico. Quando
a criança já iniciou a marcha e ainda não passou por tratamento ela
dificilmente evoluirá para um quadril normal, havendo sempre alguma
lesão residual em suas radiografias. Nesses casos, o tratamento deve
visar sempre o reestabelecimento das melhores condições
biomecânicas para a articulação do quadril, no sentido de evitar
ocorrência de alterações degenerativas no quadril, como a
osteoartrose.
Suspensório de Pavlik. Fonte: https://www.mayoclinic.org/
diseases-conditions/hip-dysplasia/multimedia/img-20125961
 
Definição:
Epidemiologia:
Fisiopatogenia:
Diagnóstico:
Pé Torto Congênito
O Pé Torto Congênito (PTC) consiste em 
uma deformidade ortopédica congênita,
 sendo das deformidades ortopédicas 
congênitas a mais comum, caracterizada
 por um retropé varo e equino, antepé 
aduzido e cavo, podendo ainda estar 
relacionado a outras deformidades 
musculoesqueléticas, como é o caso da DDQ, estudada anteriormente.
 
Quanto aos sexos, essa patologia afeta mais os homens, com o número
chegando a ser de até 3 meninos para cada 1 menina com PTC. Além
disso, quanto a lateralidade, esta é mais f frequente de forma
unilateral, embora a bilateralidade tenha um número bastante
significativo chegando a estar presente em 40% dos casos. Acredita-se
que a genética desempenha um fator de risco importante para o
desenvolvimento dessa patologia uma vez que estudos mostram que a
chance de uma criança nascer com PTC aumenta quando um dos pais
apresenta a patologia.
 
Entre as possíveis explicações para a patogênese do PTC temos:
Parada do desenvolvimento normal no estágio embrionário
Falha do desenvolvimento do molde cartilaginoso tarsal
Defeitos na sinalização inadequada de genes quanto ao
posicionamento dos membros
Gestação com valores diminuídos do líquido amniótico ou cavidade
uterina diminuída
Alterações com relação à origem neural
 
 
O diagnóstico da PTC é essencialmente clínico devendo ser feito
através de um exame físico, por meio do qual é realizada uma inspeção
e palpação. Essa patologia deve ser suspeitada já ao nascimento da
criança pelo neonatologista e confirmada pelo cirurgião de pé e
tornozelo ainda nos primeiros dias de vida.
 
Classificação:
Tratamento:
Para a classificação do PTC leva-se em consideração a escala de Piriani,
a qual consiste em um método de quantificação clínica da deformidade
presente em um pé não operado em crianças de até 2 anos de idade.
Essa escala consta de 6 sinais clínicos graduados em normal,
moderadamente anormal e gravemente anormal.
Esses sinais são:
Escala do mediopé - 3 quesitos que graduam deformidades de 0 a 3
Borda lateral do pé
Prega medial
Cobertura do Tálus
Escala do Retropé - 3 quesitos que graduam deformidades de 0 a 3
Prega posterior
Redutibilidade do equino
Palpação do equino
É importante saber que todo paciente não operado com PTC deve ser
avaliado semanalmente, observando a evolução do quadro.
 
O principal objetivo do tratamento do PTC é tornar o pé plantígrado,
funcional e indolor, sendo absolutamente normal que um pé
corretamente tratado permaneça de um tamanho levemente menor e
com uma possível atrofia de panturrilha associada.
 
À princípio, o tratamento deve ser não cirúrgico, sendo baseado numa
manipulação do pé seguida de gesso, visando produzir uma
deformação plástica e um alongamento das estruturas contraturadas
de forma progressiva. Em caso de falha no tratamento conservador,
considera-se o tratamento cirúrgico, o qual visa a correção imediata do
quadro em um único procedimento. Como cada deformidade é variável,
cada pé deve ser meticulosamente estudado por meio do exame físico
e radiográfico, o que permite que seja abordado somente o necessário.
Classificação de Piriani
Definição:
Incidência:
Diagnóstico:
Classificação:
Fraturas Epifisárias
 
Por definição, uma fratura epifisária é uma lesão que acomete
diretamente a cartilagem de crescimento ósseo presente nas crianças
por
meio de um trauma. 
 
Segundo estudos, os traumatismos das placas de crescimento
representam até 1/3 do total das fraturas entre as crianças e são mais
comuns entre os meninos. Além
disso, ela ocorre com maior frequência nas epífises distais dos ossos
longos da criança. A mais comum de ser acometida é a epífise distal do
rádio.
 
O diagnóstico das fraturas epifisárias deve ser feito mediante
realização de uma radiografia, sendo usualmente pedidas duas
projeções (PA e de perfil). Além disso, é de fundamental importância o
exame clínico, sendo fundamental saber o mecanismo da lesão e a
causa.
Outros recursos de imagem também podem ser utilizados, como é o
caso da Ressonância Magnética e da Tomografia Computadorizada.
 
As fraturas epifisárias são classificadas de acordo com a classificação
de Salter Harris em:
Salter Harris I: É caracterizada por ser uma fratura transversal e fisária
completa, com ou sem luxação.
Salter Harris II: É caracterizada por ser uma fratura fisária que se
estende pela metáfise
Salter Harris III: É caracterizada por ser uma fratura fisária que
acomete também a epífise
Salter Harris IV: É caracterizada por ser uma fratura fisária que
acomete epífise e metáfise
Salter Harris V: É caracterizada pela compressão da placa de
crescimento.
 
Entre essas classificações, as do tipo I e II são as mais comuns e as mais
benignas e de melhor prognóstico, estando elas em ordem crescente
de gravidade
da lesão, sendo a Salter Harris V o tipo mais grave, uma vez que pode
passar desapercebido
Tratamento:
Complicações:
O tratamento varia de acordo com a classificação de Salter Harris.
Sendo assim, o tratamento mais apropriado para cada uma é:
 
Salter Harris I: Não necessita de redução, realizando-se apenas a
imobilização do membro
e tratamento ortopédico conservador
Salter Harris II: Não necessita de redução, realizando-se apenas a
imobilização do membro
e tratamento ortopédico conservador.
Salter Harris III: Devido ao comprometimento articular a redução
anatômica faz-se obrigatória.
É realizada redução cruenta e osteossíntese se necessário.
Salter Harris IV: Necessita de redução anatômica. Redução cruenta e
osteossíntese
se for necessário.
Salter Harris V: Apresenta um diagnóstico difícil e sua redução é
irrelevante.
 
As complicações mais comuns nos casos de fraturas epifisárias são
desigualdade de comprimento dos membros, alterações angulares,
problemas de
rotação e rigidez articular.
Fraturas Epifisárias, Salter-Harris. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_Salter-Harris
Introdução:
Osteomielite:
Classificação:
Infecções Osteoarticulares:
 
Como o próprio nome já diz, as infecções osteoarticulares são
infecções ortopédicas causadas principalmente por agentes
bacterianos,
que afetam os ossos e articulações do corpo, sendo uma causa especial
de morbidade e deformidades que afetam o desenvolvimento dos
membros em crianças e adolescentes. Entre as infecções
osteoarticulares, aquelas que possuem maior destaque são a
osteomielite e a artrite séptica.
 
Definição: É qualquer infecção óssea que afeta a partecortical,
esponjosa e o canal medular do osso. Essa infecção é caracterizada pela
sua rápida capacidade de propagação,
podendo comprometer a vida do paciente e a destruição óssea causada
pela necrose tende à cronificação se não for tratada.
 
A osteomielite pode ser classificada em cinco tipos: Osteomielite
hematogênica aguda, osteomielite crônica, abcesso ósseo,
osteomielite pós traumática e osteomielite pós cirúrgica.
 
Osteomielite Hematogênica Aguda: É a forma de infecção óssea mais
comum de infecção óssea, podendo ser identificados focos de infecção
distantes, como dentários, respiratórios e cutâneos. 
 
Osteomielite Crônica: Esse tipo de infecção ocorre quando a
terapêutica para tratamento da infecção é iniciada de forma tardia,
devido
ao estabelecimento tardio do diagnóstico. Nessa situação, ocorre a
cronificação do processo, marcada pela grande quantidade de tecido
necrosado e sequestro ósseo. 
 
Abcesso ósseo: Dos tipos de infecção óssea, o abcesso ósseo é
caracterizado por ser o mais brando, uma vez que a virulência da
bactéria
é contida por conta do sistema de defesa do paciente. Nesses casos,
existe um englobamento do foco inicial da doença, o que não permite a
sua expansão.
 
Osteomielite pós-traumática: Essa infecção ocorre devido a uma
contaminação direta da pele por meio de ferimentos ou fraturas
expostas.
 
O i li ó i ú i É i i i d d
Etiologia: 
Diagnóstico: 
 
Osteomielite pós-cirúrgica: É mais comum em cirurgias de grande
porte, que devido ao grande intervalo de tempo de exposição dos
tecidos e uma hemostasia
imperfeita podem causar uma contaminação.
 
A osteomielite pode ser causada por qualquer tipo de bactéria, embora
a maioria dos casos seja causado pela
Staphylococcus aureus. A cultura do material é importante uma vez
que ele fornece com exatidão o agente causador da infecção e,
portanto, indica o antibiótico mais adequado para o tratamento.
 
O diagnóstico da osteomielite é clínico aliado de exames laboratoriais
e de imagem. O quadro clínico de uma paciente com osteomielite é
composto por: Dor, Impotência funcional, Edema, Hiperemia e
Hipertermia. 
 
Os exames complementares que podem ser pedidos para auxiliar no
diagnóstico da doença são:
Hemograma
 Velocidade de hemossedimentação
 Proteína C reativa
 Hemocultura
 Cultura e antibiograma
 Pesquisa do Gram
 Radiologia
 Ecografia
 Cintilografia óssea
 Tomografia computadorizada
 Ressonância magnética
 
 
Osteomielite.
Fonte:https://www.researchgate.net/publication/308957131/figure/fig4/AS:415311137394691@1476029299899/Figura-4-
Paciente-AVS-Radiografia-com-sinais-de-osteomielite-cronica-da-tibia-fratura.png
Definição:
Diagnóstico:
 
Artrite Séptica
 A artrite séptica se trata da infecção articular, geralmente causada
por bactérias patogênicas com disseminação hemática ou em
decorrência de uma osteomielite
metafisária. Essa infecção causa a destruição da cartilagem, necroses
epifisárias e luxações, que apresentam prognóstico complicado e
possíveis sequelas
irreversíveis. Sendo assim, assim como na osteomielite, o seu
diagnóstico precoce é essencial.
 
 O diagnóstico é feito baseado em sinais e sintomas que indicam a
presença de uma infecção aguda, sendo, portanto, similares aos da
osteomielite. Entretanto, no caso da artrite séptica, o pus se encontra
dentro da cavidade articular. O quadro clínico de um paciente com
artrite séptica é caracterizado pela dor, sempre intensa e progressiva,
adoção de uma posição de defesa, em que o paciente consegue
amenizar a dor, aumento de volume, o qual é resultado da proliferação
bacteriana e do líquido sinovial, além de calor local, vermelhidão e
temperatura elevada. 
Exames complementares também são requisitados para auxiliar no
diagnóstico, entre esses temos:
 Hemograma
 VSG
 Radiologia
 Ultrassonografia
 Cintilografia
 Cultura e antibiograma
 Punção
Sinais Artrite Séptica. Fonte: https://www.natural-health-n
ews.com/wp-content/uploads/2015/01/Septic-Arthritis.jpg
Tratamento: 
 
 
O ponto fundamental do tratamento da artrite séptica é a drenagem
cirúrgica. Com o paciente sob anestesia geral, é realizada uma
artrotomia que permite lavar todo o espaço articular e aliviar a
pressão na cavidade infectada. A técnica de artrotomia permite lavar
de forma meticulosa a articulação, retirando todo o material purulento
e necrosado presente na cavidade articular. É importante ter em
mente que não são utilizados antibióticos nem detergentes locais
nessa etapa. Feito essa drenagem cirúrgica, o importante agora é
estabilizar a articulação e promover a sua imobilização, permitindo o
repouso articular e uma diminuição do quadro doloroso. Aliado a essa
imobilização, são administrados antibióticos e analgésicos, para
combater a infecção e atenuar a dor.
LOMBALGI
A
20
Definição
Exame físico:
A dor em região lombar é denominada lombalgia, que representa a
maior das síndromes dolorosas da coluna vertebral. Identificar a causa
de uma lombalgia tornou-se
um desafio haja vista que existem distintos fatores tais como: o
elevado número de partes anatômicas na coluna vertebral, dificuldade
em localizar o ponto exato de origem da dor, dores referidas e dores
irradiadas, dificuldade em interpretar os fenômenos dolorosos etc. 
A enfermidade é a maior causa de consultas e ausência no ambiente
laboral, na fase adulta estima-se que cerca de 70-80% das pessoas
terão dor lombar. Atinge cerca de 27 milhões de pessoas na população
brasileira, onde 18,5% dos indivíduos acima dos 18 anos tem
diagnóstico de patologias crônicas da coluna verteral.
Elas podem ser inespecíficas (correspondem a 80% das lombalgias, não
sendo possível definir esse tipo de etiologia) ou específicas (que são
responsáveis pelos 20% dos casos remanescentes, que incluem os
casos como hérnias discais, espondilolistese, instabilidade segmentar,
estenose de canal, tumor e espondilodiscite etc).
 
Os queixosos de dor lombar costumam apresentar quadros
autolimitados com duração curta, atingindo até um mês, a procura
pelo profissional é muito baixa.
Analisa-se que idade do paciente é importante, pois, a dor lombar
inespecífica é rara em crianças e idosos. Nesse ponto, tumores e
infecções podem ser suspeitas nos extremos etários. A características
e a duração da dor são fatores que devem ser considerados, em geral, a
dor (se é localizada, o seu tipo, se está associada ao posicionamento, se
piora com a movimentação, se desperta o paciente do sono etc.), além
dos sintomas neurológicos – parestesia, fraqueza, calafrios, febre e
alterações urinarias e fecais – em geral não costumam estar presentes.
História prévia de câncer, infecções, osteoporose e fraturas devem ser
consideradas.
A anamnese do paciente deve tentar incluir a presença de sinais de
alerta chamados de “bandeiras vermelhas".
"Redflags" da Lombalgia.
Exame neurológico
 Hérnia discal
 
 
Começamos na porção anterossuperiorda coxa, abaixo do
ligamento inguinal testando a sensibilidade de L1, 
para o L2 vamos a face anterior e 
média da coxa, L3 na faixa oblíqua
 anterior acima do joelho, L4 pela 
faixa entre a face póstero lateral
 da perna e anterior do joelho, 
L5 está na face anterolateral dorso
 do pé e no hálux, S1 será encontrado
 no maléolo lateral e face lateral do
pé e no calcanhar.
A hérnia discal vai ocorrer quando o núcleo pulposo
extravasar pelo ânulo fibroso resulta, esse processo ocorre
por conta do enfraquecimento do anel fibroso devido a
possível desidratação do disco intervertebral. Ressalta-se que
esse extravasamento pode resultar ou não em uma
compressão neurológica, que por sua vez se manifestará de
acordo com o local de ocorrência. 
Devido as características da doença, observou-se uma maior
prevalência entre os indivíduos entre os adultos (30-40 anos),
assim como uma maior incidência entre a L4 e L5, sendo
seguida por L5-S1. Os sintomas associados são a lombalgia,
lombociatalgia, ciática isolada e a síndrome da cauda equina.
A herniação ocorre pelo extravasamento do conteúdo do
núcleo pulposo por uma fissura do ânulo fibroso, podendo
resultarou não em compressão neurológica, que se manifesta
de acordo com o local de ocorrência. A maioria das hérnias de
disco ocorre na região superior da parte posterolateral do
disco.
 
Classificações: 
Quanto à morfologia
As Hérnias podem ser classificadas da seguinte maneira:
 Hérnias protrusas: abaulamento no disco intervertebral sem a ruptura
completa do ânulo fibroso.
 Hérnias extrusas: extravasamento do conteúdo discal pelo ânulo
fibroso para o interior do canal
vertebral, mas mantendo contato com o núcleo pulposo do espaço
intervertebral.
 Hérnias sequestradas: o fragmento herniário extravasa pela ruptura
do ânulo fibroso formando
um fragmento livre sem contato com o núcleo pulposo remanescente
Quanto à localização
Elas podem surgir em diferentes pontos, recebendo um nome em
específico para cada uma delas (central, foraminal, extrusa e
extraforaminal e centro lateral).
Quadro clínico
Paciente acometidos por essa enfermidade costumam relatar queixas na
região lombar, ou como dor ciática irradia para um dos membros
inferiores ou até mesmo para os dois membros (o caminho da dor varia
de acordo com a localização da hérnia). As dores são relatadas pelos
pacientes como pontada, queimação, câimbras etc.
A dor é a principal queixa
 Exame físico
Testes específicos
Exames de imagem
Tratamento
Durante o exame físico deve ser observado a marcha do paciente (se
cursa com claudicação com escoliose antálgica, marcha de
Trendelemburg – por compressão da raiz de L5 que reverbera em
fraqueza abdutora -, marcha do pé caído - por compressão da raiz de L4 e
L5 que reverbera em paresia extensora do pé -, ou até a marcha de base
alargada –proveniente de uma compressão superior -.
 
 
Com o intuito de observar compressões em raízes de L4-S1, realizamos o
teste de elevação do membro inferior em extensão. Caso o paciente
sinta dor ao realizar o procedimento (entre 35º e 70º de elevação) o teste
é positivo.
Com o intuito de detectar uma hérnia discal, o principal exame de
imagem deve ser a ressonância magnética, haja vista que ela nos
permitirá observar a localização da hérnia, além de classifica-las e
observar se estruturas estão sendo comprimidas.
 
Como a hérnia cursa com dor e incapacidade do enfermo, o tratamento
visa diminuir as dores, além de recuperar e preservar estruturas que
foram ou possam ser comprimidas, resultando assim no retorno
funcional completo do paciente. 
Com a redução da dor, o tratamento fisioterápico deve ser iniciado.
Ressonância Magnética, hérnia de disco. Fonte: https://sbrate.com.br/cientifico/imagens/hernia-discal-lombo-sacra/
 Dor discogênica
Anamnese e exame físico:
Exames complementares:
A dor discogênica ocorre quando são observadas microrrupturas por
dentro do espaço discal acompanhada de alterações na matriz do disco e
nas placas vertebrais adjacentes. Existe uma suposição que a maioria
das lombalgias são provenientes da dor discogênica. 
 
Ao questionar sobre essa dor, pacientes os classificam como uma dor
difusa, sem definição clara e com um caráter insidioso. Observou-se
piora ao realizar flexão de tronco, atividades domésticas, assim como
quando o paciente fica muito tempo sentado e apresenta fator de
melhora quando o paciente fica em repouso ou se realizam uma
extensão do tronco.
A discografia é um método invasivo, 
entretanto com boa sensibilidade como
 exame complementar, pois ele 
consegue reproduzir a dor no seu nível
 correto, além de conseguir detectar
 rupturas anulares pelo extravasamento
 do contrate. Entretanto, existem 
algumas desvantagens, que abrangem o
 fato de ser um método invasivo com 
injeção de contraste e possíveis
complicações como alergias, abscesso 
e perfuração dural.
 Fonte: Acervo do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de 
 Clínicas da Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo (IOT-HCFMUSP).
A ressonância magnética (RM), é uma técnica não invasiva, oferece
diversas informações quando existe a suspeita da dor discogênica. Com
frequência, a RM do enfermo apresentará interior do disco afetado com
baixo sinal na ponderação T2, zona de alta intensidade e alterações de
sinal nos platôs vertebrais.
Alterações no sinal do platô vertebral foram estudadas e classificadas
por Modic e alguns colaboradores, da seguinte maneira:
 Estenose do canal vertebral: 
 Tipo I- (Imagem A) Fase inflamatória, representada pelo baixo sinal em
T1 e alto sinal em T2, denotando inflamação
do tecido fibroso.
 Tipo II- (Imagem B) Também denominado fase da deposição de gordura.
Ocorre depósito de células de gordura nos platôs vertebrais e regiões
adjacentes, representadas por alto
sinal em T1 e sinal alto ou moderado em T2.
 Tipo III- (Imagem C) Ocorre esclerose do osso adjacente ao platô
vertebral, demonstrado pelo baixo sinal em T1 e T2.
 Ela é uma doença degenerativa que costuma passar por diversas fases,
geralmente está associada às rizes nervosas que estão comprometidas
(no entanto pode ocorrer dissociação entre os exames de imagem e o
exame clínico), a principal característica da doença se dá pela presença
de claudicação neurogênica (o paciente tende a andar curvado para
frente, em pequenas passadas e costuma manter-se mais sentado com o
intuito de amenizar os sintomas) haja vista que a claudicação
neurogênica pode apresentar dor irradiada para as penas com
adormecimento e sem irradiação precisa. 
Esse estreitamento ocorre tanto na região central como no recesso
lateral ou no forame e, os sintomas irão variar dependendo de qual
estrutura neural foi comprimida no processo.
A estenose do canal vertebral também costuma cursar com alterações
urinarias, intestinais e sexuais variando entre os graus de gravidade.
Estenose de Canal Vertebral. 
Fonte :https://colunasp.com.br/
problemas-da-coluna/estenose-do-canal/
 
Quadro clínico e exame físico:
Exames de imagem:
Durante a anamnese os pacientes costumam relatar dor lombar que
irradiam para os membros inferiores, alívio das dores ao sentar,
dificuldade ao levantar, redução da amplitude de movimento.
O exame físico neurológico costuma apresentar poucas alterações e
quando surge alterações é compatível com radiculopatia (geralmente
quando a estenose ocorre próximo a raiz de L5 (o teste de elevação da
perna será em geral, negativo). Indivíduos com estenose do recesso
lateral e do forame apresentarão dor lombar e radiculopatia.
O diagnóstico de claudicação de origem vascular também deve ser
pensado.
Radiografias- As incidências radiográficas geralmente são as frente e
perfil (pois permitem observação direta das estruturas ósseas,
deixando evidente os osteófitos, possíveis degenerações das facetas
articulares, escoliose, laterolistese, espondilolistese e retrolistese).
Tomografia computadorizada- A tomografia computadorizada (TC) é um
exame útil para analisar estruturas ósseas que são responsáveis pelo
estreitamento do canal vertebral. Com ela também é possível observar
os discos intervertebrais e as estruturas neurais.
Ressonância magnética- Esse exame é útil para fazer a avaliação, tanto
em cortes sagitais como em cortes coronais e axiais sem a exposição à
radiação. Utilizado quando existe a queixa de claudicação neurogênica e
ciática (pois esse exame confere boa visualização das estruturas
neurais, discais e ligamentares).
A literatura contraindica o uso da ressonância magnética para realizar o
rastreio, haja vista que a grande maioria dos pacientes são
assintomáticos, não requerendo, por conseguinte, nenhum tipo de
tratamento.
Ressonancia Magnética com Estenose de Canal. Fonte: http://www.drpedrocoutinho.com.br/problema.asp?id=19
Tratamento conservador:
Tratamento cirúrgico:
O tratamento mais importante consiste na orientação do paciente, haja
vista que a primeira escolha é o tratamento não operatório na maioria
dos pacientes, para tanto explicar noções de postura

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