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GRUPO DE TRABALHO: LINGUAGENS CULTURAIS NO QUADRINHO PITECO-INGÁ Resumo: O artigo apresenta a obra Piteco-Ingá do autor e ilustrador Shiko e criador das histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, Maurício de Souza. O trabalho é sobre o uso da comunicação de referências nas linguagens culturais usadas semioticamente e interculturalmente na nona arte aplicada na comunicação nos quadrinhos. A proposta desse trabalho é mostrar como a produção artística que foi produzida pela Maurício de Souza Produções (MSP) e pelo autor e ilustrador Shiko, da criação do universo do personagem Piteco dentro do formato de Quadrinhos chamado Graphic Novel e como foi aplicado culturalmente a comunicação na arte- sequencial. O resultado é mostrar como pode usar referencias tanto de culturas brasileiras quanto de culturas mundiais nas histórias em quadrinhos produzidas pelos roteiristas, ilustradores e outras pessoas envolvidas na arte sequencial. Palavras-chave: Interculturalidade, Semiótica, Histórias em quadrinhos. OBJETO O material usado como base foi a revista em quadrinhos Piteco-Ingá, do autor Shiko para apresentar pontos de linguagens a comunicação através de elementos visuais e escritos da ilustração e roteiro do artista. Outro ponto será as análises semióticas e visuais da obra, já que a questão da pesquisa será mais visual e uma parte escrita, pelas referências na narrativa ter ligação com algumas culturas que será apresentada no artigo. OBJETIVO A proposta é mostra que um personagem clássico de um autor ou história consagrada pode ser adaptada ou readaptada para outro formato de quadrinhos, traço de outro artista e mudança de outra narrativa que possa usar elementos culturais que pode enriquecer uma obra com outra linguagem para vários tipos de público, desde a velha geração até a nova geração. METODOLOGIA Além da graphic novel1 Piteco-Ingá como objeto de estudo. O uso de sites especializados ajudou na pesquisa a ter um embasamento teórico mais convincente e para não fugir da proposta desse artigo. Outra forma de abordagem são as entrevistas com especialistas no assunto de cultura pop também são fontes para entender melhor a questão cultural da historia em quadrinhos. INTRODUÇÃO No vídeo No Fio do Bigode (2014), o ilustrador Shiko é natural do interior de Patos, do estado da Paraíba e começa a sua carreira com ilustrações autorais de fanzines em torno de 15 a 16 anos. Suas referências foi os quadrinhos urbanos europeus, que descobriu no final dos anos 80 e começo dos anos 90 através da revista periódica Animal, já que perdeu interesse aos quadrinhos de super-heróis muito cedo. Com influências realistas e da cultura punk que começou a se interessar pelo formato graphic novel, já que se identificou com o universo urbano. Por isso a MSP (Mauricio de Sousa Produções) em Parceria com o ilustrador Shiko, produziram o material impresso de historia em quadrinhos titulado de Piteco-Ingá, que é citada na 4ª capa2 uma sinopse da história com a seguinte citação: Em ingá, o povo de Lem precisar migrar porque o rio próximo à aldeia secou. Mas o caçador Piteco não vai, pois decide resgatar Thuga, que foi raptada pelos homens-tigre. Nessa releitura inusitada e repleta de ação, o paraibano Shiko acerta em cheio ao misturar a sua origem nordestina à essência do homem das cavernas de Mauricio de Sousa. (Sousa, 2013) Mas não basta entender somente a ficção da Graphic Novel, é preciso entender também a temática do universo da história em quadrinhos. Segundo o autor Geraldo Magela Machado (2014), a história da comunicação os homens das 1Graphic novel é um romance gráfico, é uma espécie de livro, normalmente contando uma longa história através de arte sequencial (banda desenhada ou quadrinhos). 2É composta em uma capa de livro, nela pode conter o resumo, trecho do livro, recomendações de personalidades ou formadores de opinião sobre aquele livro. Alem da marca da Editora e do Código de Barra (ISBN). cavernas aprenderam a se comunicar através de gestos, posturas e gritos. Assim o homem aprendeu com o tempo a relacionar objetos de seu uso e criar utensílios para se proteger de seus inimigos e para obter uma caça para alimentar. Por isso esse processo foi passado através dos gestos e repetições as mesma e outras tribos uma forma de linguagem, além claro da puntura rupestre que foi representada por desenhos em cavernas por volta de 8000 anos a.C. O autor Mauricio de Sousa explica na graphic novel Piteco-Ingá, como criou o personagem Piteco: O Corajoso Caçador Píteco foi Criado por Mauricio de Sousa em 1963, para um jornal de Bauru, cidade do interior de São Paulo. O seu nome Verdadeiro é Pithecanthropus Erectus da Silva, uma brincadeira Com um termo Científico que designa o homem das Cavernas, acrescido do brasileiríssimo sobrenome Silva. Ele Vive na Pré-História, na Aldeia de Lem, onde caça e pesca para o seu povo. Nesta raríssima Carta reproduzida ao lado, Mauricio, que na época vivia em Bauru, no interior de São Paulo, Conta ao seu que a “família aumentaria”, referindo-se ao nascimento de sua terceira filha, Magali, e também à criação do Piteco. Em tiras antigas, Piteco chegou a ter até uma família: apareciam nas histórias o seu pai, o seu avô e dois irmãos! Mas isso foi abandonado com o tempo. Dos personagens que o acompanham nesta Graphic MSP, apenas Thuga estreou na mesma tira que Piteco, reproduzida no alto da página ao lado. Nas histórias em quadrinhos de Mauricio, seu grande objetivo é se casar com o seu amado. Por isso, vive fazendo artimanhas - que não dão certo - para conquistá-lo. (Sousa, 2013, p80) A história é também associada a linguagem de interculturalidade. Para fazer essa comparação ao quadrinho é preciso entender a teoria do assunto e na materia do site Época, houve uma entrevista com o especialista Milton J. Bennett que explica: o interculturalismo adota uma postura mais pragmática. Primeiro que nós somos da área da Comunicação, estudamos as formas de comunicação entre diferentes culturas e entre diferentes pessoas. O interculturalismo tenta entender como as pessoas criam sentido para os gestos, ações, palavras e para as outras formas sutis de comunicação e como usam isso para conviver. Estudamos para melhorar a interação entre as pessoas, para que elas se adaptem melhor umas às outras, para que o desentendimento seja diminuído e o entendimento entre duas pessoas diferentes seja melhorado. A Comunicação Intercultural é uma evolução da Teoria da Comunicação para um contexto mais global; defende que as pessoas precisam primeiro entender a si, aprender a dar significado a suas formas de comunicação, para poder criar significados que façam sentido para todos. Em uma situação, por exemplo, em que haja diferenças culturais entre duas pessoas, elas precisam entender quais são essas diferenças para daí saber como elas afetam a comunicação entre si para só então poderem chegar a um ponto em que a comunicação seja eficaz e as duas se entendam.. (Bennett, 2011) ANÁLISES IMPORTANTES NO QUADRINHO PITECO-INGÁ. Para ser feito a análise, foi selecionado partes importantes e foi preciso ler o quadrinho por inteiro para fazer ligações com as temáticas apresentadas no artigo. Na graphic novel Piteco-Ingá logo no começo da página sobre uma história de uma aldeia unida e depois de alguns anos se dividiram em três aldeias chamadas povo de Ur, homens-tigres e povo de Lem (Sousa, 2013, p7). Ainda no começo das páginas iniciais, semioticamente cadasímbolo representado nos quadros onde demonstra os desenhos na pedra de Ingá como forma de Objeto nos exemplos da espiral que representa o clico das águas e outra ilustração da representação da Thuga rezando e comparado a figura ao outro quadro ao lado e outros elementos nas duas páginas citadas. isso significa que esses objetos que são representados pode entender na mente de si mesmo, no caso o interpretante para depois entender que é um signo representado nos quadros da história em quadrinhos e representar para o leitor a ideia produzida pela ilustração. (Sousa, 2013, p10, 11). Por isso, o fato da ligação da cidade Ingá realmente existir e isso é resultado do ilustrador Shiko pegar suas referências nordestinas e unir com a essência do personagem Piteco ao universo dos quadrinhos. De acordo com os arqueólogos o monumento arqueológico foi esculpido simbolicamente para representar seres humanos, astros, tipos de plantas e bichos, por volta de 2 mil e 5 mil anos atrás e também envolve o mistério das civilizações antigas como exemplo as linhas de Nazca, no Peru e Stonehenge, na Inglaterra (Sousa, 2013, p76). Na metada da história em quadrinhos, os personagens Piteco e Beleléu se afasta da tribo e vai buscar outro caminho para procurar os homens-tigres que raptaram a personagem Thuga e a partir da pagina 21, Beleléu percebe uma luz numa mata fechada, pensa que é uma tocha acessa e seguindo a leitura pelas páginas 22 e 23 percebe que é a personagem M-Buantan. Essa leitura dos quadros nada mais que representou o Indíce(Sousa, 2013, p21, 22 e 23). Para ser explicado como isso funcionou no quadrinho é preciso entender uma das teorias de Pierce, em um slide do site SlideShare explica como seria esse elemento representado na semiótica: chamado Indíce, veja: é um signo que se refere ao objeto denotado em virtude de ser diretamente afetado por esse objeto. Exemplo: fumaça é signo indicial de fogo, um campo molhado é índice de que choveu, uma seta colocada num cruzamento é índice do caminho a seguir, nuvens carregadas é signo indicial de que vai chover. (Leal, 2009) Resumindo, no contexto do quadrinho a tocha foi um indíce para afetar os personagens Piteco e Beleléu. Nesse caso a representação dos ângulos fotográficos e dos quadros dentro do quadrinho foi usado como elemento surpresa para o leitor entender que a personagem M-Buantan queria atrai os protagonistas da história em uma emboscada, já que eles foram o objeto representado na semiótica e perceberam que era uma possível tocha, quando na verdade era uma armadilha para os inimigos matarem os personagens principais. RESULTADO O resultado foi provar que o uso de referências nas linguagens culturais usadas semioticamente e interculturalmente na nona arte aplicada na comunicação nos quadrinhos pode obter resultados satisfatório. Além do personagem Piteco ter referências culturais, a semiótica e a linguagem dos quadrinhos beneficiaram o sucesso não somente da narrativa, mas também dos elementos temáticos que foram aplicados de forma descontraída e deixaram mais rica a obra do criador Maurício de Sousa para o público que buscou ler o formato de história em quadrinhos chamado graphic novel. CONCLUSÃO A importância de recriar uma história em quadrinhos é muito importante para uma adaptação e releitura de um personagem clássico criado por Maurício de Sousa nos tempos atuais. Pela questão cultural é importante incrementar e resgatar não somente uma figura conhecida do público geral, mas também reviver para as velhas gerações e atualizar para as novas gerações que acompanham a saga turma da Mônica. Referências: MACHADO, G. A. História da Comunicação Humana. InfoEscola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/historia-da-comunicacao-humana>. Acesso em 18 ago. 2014. SHIKO. PITECO-INGÁ. Osasco, SP: Panini, 2013. HALUCH, ALINE. Guia Prático de Design Editorial: Criando Livros Completos / Aline Haluch. Teresópolis, RJ: 2AB, 2013. ÉPOCA. Interculturalidade. Você sabe o que é? Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI250960-15228,00- INTERCULTURALIDADE+VOCE+SABE+O+QUE+E.html>. Acesso em: 5 de junho de 2015. No Fio do Bigode – Shiko. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=uJ54ToFfpUk>. Acesso em: 5 de junho de 2015.
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