Buscar

Unidade 3- Aspectos pedagogicos da educação infantil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Unidade 3
Aspectos 
Pedagógicos da 
Educação Infantil
Analice Oliveira Fragoso
Educação Infantil
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
ANALICE OLIVEIRA FRAGOSO
A AUTOR
Analice Oliveira Fragoso
Olá! Meu nome é Analice Oliveira Fragoso. Sou formada em 
Pedagogia, especialista em Psicopedagogia, mestre e doutora em 
Distúrbios do Desenvolvimento. Tenho experiência como professora no 
ensino superior há mais de quatro anos, tanto no curso de graduação em 
Pedagogia quanto no curso de especialização em Neuropsicopedagogia. 
Sou apaixonada por educação, por isso há mais de sete anos realizo 
pesquisas nessa área do conhecimento. É um grande privilégio transmitir 
minha experiência àqueles que estão iniciando suas profissões. Agradeço 
à Editora Telesapiens pelo convite para integrar seu elenco de autores 
independentes e estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de 
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Afetividade e infância ................................................................................10
Entendendo um pouco mais sobre a vida afetiva ................................................. 12
Teorias da afetividade .................................................................................................................. 16
Henri Paul Hyacinthe Wallon ............................................................................... 17
Lev Vygotsky ................................................................................................................... 19
Jean Piaget ..................................................................................................................... 20
Interações sociais e infância .................................................................. 22
Didática na infância ................................................................................... 28
A organização didática na Educação Infantil ..............................................................28
O brincar e a didática pedagógica .................................................................................... 38
O processo de avaliação na Educação Infantil .............................. 42
Avaliação versus nota escolar ...............................................................................................42
A avaliação na Base Nacional Comum Curricular ...................................................44
7
UNIDADE
03
Educação Infantil
8
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você irá conhecer os aspecto-didáticos pedagógicos 
voltados para a educação infantil e como se dá a avaliação nessa etapa 
educacional.
Você conhecerá os documentos que trazem orientações acerca 
do trabalho a ser realizado com as crianças, dando diretrizes para uma 
didática eficaz.
Durante nossos estudos, você vai compreender a importância da 
afetividade na educação infantil e a contribuição de estudiosos a respeito 
desse tema. A partir disso, compreenderá que essa interação social é 
fundamental para o desenvolvimento integral das crianças.
Ao final desta unidade você aprenderá que, durante essa etapa de 
ensino, os professores devem integrar brincadeiras e aprendizagens que 
contribuam para o desenvolvimento integral das crianças, dando-lhes 
oportunidade de criarem suas identidades e conhecer um universo social 
e cultural. 
Educação Infantil
9
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar a importância da afetividade na infância; 
2. Explicar como a interação social contribui para o desenvolvimento 
integral das crianças na primeira infância;
3. Reconhecer os aspectos didáticos e pedagógicos voltados para 
infância;
4. Interpretar o processo de avaliação na educação infantil. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Educação Infantil
10
Afetividade e infância
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo, vamos compreender um pouco mais sobre 
a vida afetiva na infância. Veremos quais são as teorias da 
afetividade estipuladas por Wallon, Vygotsky e Piaget.
Afetividade pode ser definida como uma condição psicológica do ser 
humano envolvendo as vontades verdadeiras sentidas, associadas às 
emoções que influenciam nas relações sociais. Ao relacionar a afetividade 
com a aprendizagem, existe uma mutualidade que pode interferir na 
formação individual do sujeito (CORRÊA, 2015).
Figura 1: Afetividade infantil
Fonte: Pixabay 
Ao pensar em afetividade, é muito comum relacioná-la ao contato 
físico com a outra pessoa, porém não é somente isso. Cada ser humano 
tem uma diferença psicológica construída no seu íntimo e no seu mundo 
externo (CORRÊA, 2015).
Durante a infância, são manifestados sentimentos e sensações. 
Com isso, é muito importante dar apoio e estímulo para a criança crescer 
Educação Infantil
Alberto Júnior
11
mais segura nas relações com o mundo em que vive a partir de trocas 
afetivas (CORRÊA, 2015).
Segundo o dicionário on-line Aurélio, afetividade é definida como: 
1. [Psicologia] Conjunto dos fenômenos afetivos (tendências, emoções, 
sentimentos, paixões etc.). 2. Força constituída por esses fenômenos, no 
íntimo de um caráter individual.
A definição de afeto aparece como: 1. Sentimento de imenso carinho 
que se tem por alguém ou por algum animal; amizade: o beijo é uma 
demonstração de afeto. 2. Algo ou alguém que é alvo desse sentimento: 
seu afeto eram os netos. 3. Sentimento e emoção que se manifestam de 
muitos modos: amizade é uma forma de afeto. 4. [Psicologia] Um dos três 
tipos de função mental, juntamente com a volição e com a cognição. 
[Psicanálise]  Estado emocional que se relaciona com a formação da 
pulsão.
ACESSE:
Para saber mais conceitos de afetividade e afeto, acesso os 
links: http://bit.ly/3vzFjPB e http://bit.ly/2P0APQW. 
A afetividade é um aspecto muito importante para o desenvolvimento 
cognitivo e para a aprendizagem considerando que esses estão 
interligados no sujeito e nas suas relações com o mundo, em sua forma 
de pensar e agir, de se expressar e relacionar-se com o seu ambiente 
(CORRÊA, 2015).
A subjetividade é diferenciada do mesmo modo que o cognitivo 
e o psicológico. Por conta disso, a aprendizagem também se concretiza 
de formas diferentes para cada indivíduo. Isso é muito importante para o 
educador, pois ele precisa ser cuidadoso nesse momento, visto que é o 
mediador da aprendizagem (CORRÊA, 2015).
É muito importante falar em afetividade no momento de educar. 
Ela começa ao nascer e acompanha o ser humano por toda sua vida, 
Educação Infantil
http://bit.ly/3vzFjPB
http://bit.ly/2P0APQW12
assim, deverá estar no momento em que o sujeito ensina com aquele que 
aprende (CORRÊA, 2015). 
O envolvimento de diversos fatores como emoção, ações motoras e 
formação cognitiva através do afeto são influenciadores da aprendizagem. 
É muito importante compreendê-los, pois refletem no desenvolvimento 
da criança quanto a seu âmbito familiar e escolar (CORRÊA, 2015). 
Os estímulos afetivos e cognitivos auxiliam na percepção do 
desenvolvimento emocional e social na primeira infância. Pode ser em 
casa com a família ou na escola com professores e outras crianças, 
com idades diversas, o importante é que esse ambiente seja favorável 
(CORRÊA, 2015). 
SAIBA MAIS:
Assista a uma parte do documentário O começo da vida e a 
importância do afeto para além das trocas gestuais. Acesse 
pelo link: http://bit.ly/30OVLNF.
Ao longo da história do seu desenvolvimento, o homem diferenciou-
se dos outros seres vivos por conta da racionalidade, adaptação, 
superação e evolução à diversidade da vida (CORRÊA, 2015). Porém, não 
podemos olhar apenas para o desenvolvimento cognitivo e racional, é 
preciso também entender os aspectos que formam o perfil subjetivo, 
entre eles a vida afetiva (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002). 
Antes de estudarmos mais a fundo a afetividade na infância, vamos 
entender um pouco mais sobre a vida afetiva e seus componentes.
Entendendo um pouco mais sobre a vida 
afetiva 
Como dito antes, nem só de razão é constituído o homem. Algumas 
correntes da psicologia não consideram a importância da vida afetiva, 
porque o afeto atrapalha o conhecimento objetivo, favorecendo o intelecto 
e a cognição. Porém, outras teorias defendem que é preciso estudar o ser 
Educação Infantil
http://bit.ly/30OVLNF
13
humano como um todo, sem deixar de lado aspectos importantes que o 
compõe (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002).
Você sabe qual é a diferença entre subjetivo e objetivo? Um 
conhecimento subjetivo é aquele que depende do ponto de vista pessoal, 
que não é fundado no objeto, mas condicionado por sentimentos e 
afirmações arbitrárias do sujeito. Um conhecimento objetivo fundamenta-
se na observação imparcial, independente das preferências individuais. 
Subjetivo é o oposto de objetivo. Uma questão subjetiva é aquela em que 
a resposta depende de pessoa para pessoa, conforme suas crenças, seus 
conhecimentos e suas convicções. Já uma questão objetiva é aquela 
direta, que visa a mesma resposta de todas as pessoas.
ACESSE:
A afetividade integra o afeto, a emoção e o sentimento. Acesse 
o link a seguir para saber mais sobre essas definições: 
http://bit.ly/3bTknel.
O afeto pode ser causado por estímulos externos, como também 
pode manifestar no interior do indivíduo. A expressão do afeto pode ser 
por palavras, gestos e atitudes. O amor e o ódio são caracterizados como 
afetos básicos, formando a vida afetiva (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 
2002).
Os afetos nos auxiliam a perceber e classificar, se bons ou não, os 
acontecimentos de nossa vida preparando e planejando nossas atitudes 
de reação. Na psicologia esse processo é chamado de função adaptativa 
(BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002).
SAIBA MAIS:
Sobre as funções adaptativas através do texto “Emoções” 
de Kátia do Vale, Psicóloga do CEMPS. Disponível em: 
https://bit.ly/3eMB656.
Educação Infantil
http://bit.ly/3bTknel
https://bit.ly/3eMB656
14
Outro fator importante do afeto é a sua ligação com a consciência, 
pois é assim que podemos expressar nossos sentimentos para as 
outras pessoas. Por outro lado, há causas do afeto longe do campo da 
consciência que traz uma incompreensão dos sentimentos: sentir raiva 
de uma pessoa que deveria ser grata ou o contrário, não gostar de uma 
pessoa que deveria se gostar (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002).
O afeto também pode ser algo que não temos certeza se o outro 
sente, bem como o contrário, o outro não sabe o que sentimos. Por 
exemplo, as vezes nosso comportamento não condiz com o que sentimos 
quando outra pessoa demonstra sentimentos, pois naquele contexto 
não se pode demonstrar os verdadeiros sentimentos (BOCK; FURTADO; 
TRASSITEIXEIRA, 2002).
Você já parou para pensar naquele seu aluno que não consegue 
demonstrar seus sentimentos e se um dos motivos pode ser a falta de afeto? 
As emoções são caracterizadas pelas expressões afetivas vindas 
de comportamentos após uma situação surpresa ou um acontecimento já 
esperado. Geralmente, o corpo também responde a esse comportamento 
através de movimentos, batimentos cardíacos, suor etc., também faz isso 
a partir de respostas mais expressivas como o choro, riso, o grito etc. 
Essas respostas são chamadas de reações orgânicas (BOCK; FURTADO; 
TRASSITEIXEIRA, 2002).
Figura 2: Emoções
Fonte: Pixabay
Educação Infantil
15
As emoções podem ser vistas como momentos de tensão no nosso 
organismo, por isso essas reações orgânicas acontecem como descargas 
para aliviar as tensões. Algumas dessas reações podem ser aprendidas 
e interpretadas socialmente para situações do nosso dia a dia. Dessa 
forma, conseguimos associar as reações às emoções, por exemplo, 
diferenciar o choro de alegria e um choro de tristeza (BOCK; FURTADO; 
TRASSITEIXEIRA, 2002).
SAIBA MAIS:
Um filme muito discutido sobre emoções é a animação 
Divertida Mente. Nele é apresentado um pouco das emoções 
e como elas se formam na nossa mente. Acesse também a 
apresentação e reflexão do filme: https://bit.ly/3eU1pWO.
Nossas emoções não precisam ser escondidas, pois elas fazem 
parte da construção do afeto e das relações sociais de forma geral: uma 
linguagem emite uma sensibilidade interna e sentimentos influenciados 
por fatores externos (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002).
Diferente das emoções, os sentimentos são menos explosivos e podem 
durar mais, pois não estão vinculados às reações orgânicas. Os sentimentos 
podem se manifestar a partir dos afetos básicos, amor e ódio. Podemos 
pensar na paixão como uma emoção e na amizade como um sentimento 
vindo do afeto básico, o amor (BOCK; FURTADO; TRASSITEIXEIRA, 2002).
Figura 3: Sentimentos
Fonte: Pixabay
Educação Infantil
https://bit.ly/3eU1pWO
16
O mais importante é entendermos que o homem é constituído pela 
vida afetiva composta por emoções e sentimentos. Por isso, é importante 
para o ser humano se autoconhecer e compreender (BOCK; FURTADO; 
TRASSITEIXEIRA, 2002).
Essa breve reflexão sobre afeto e seus componentes envolvidos 
nos ajuda a pensar um pouco mais sobre as influências das emoções e 
dos sentimentos que constroem as relações afetivas. Nosso objetivo foi 
mostrar uma breve definição desses aspectos.
SAIBA MAIS:
Sobre afeto, emoções e sentimentos, acesso o link a seguir: 
https://bit.ly/3vAcWk3.
Teorias da afetividade
Anteriormente, estudamos as teorias voltadas para a aprendizagem 
e o desenvolvimento infantil. Sabemos que esses processos são envoltos 
de várias habilidades que juntas contribuem para o processo de evolução. 
Dentre elas, a afetividade é importantíssima, pois acompanha crescimento 
humano desde o nascimento até o fim da vida. 
Estudiosos no assunto de crescimento infantil mostraram, através 
de suas teorias desenvolvidas, o impacto da afetividade e sua importância 
no processo de aprendizagem da criança na primeira infância. Vamos 
conhecer agora os principais teóricos sobre a temática. 
Educação Infantil
https://bit.ly/3vAcWk3
17
Henri Paul Hyacinthe Wallon
Figura 4: Crescimento infantil
Fonte: Pixabay
Um dos principais autores que explica a relação de afeto da criança 
é Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962). Para Wallon, a afetividade é um 
aspecto importante para a construção do ser humano e do conhecimento. 
Junto com a afetividade, a ação motora e cognitiva influencia esse 
processo. Ele classifica o desenvolvimento humano em cinco fases: 
impulsivo-emocional, sensório-motor e projetivo, personalismo, 
categorial, puberdade e adolescência (TAILLE; OLIVEIRA;DANTAS, 1992). 
O desenvolvimento da criança começa com suas primeiras interações 
com outras pessoas, por meio das emoções que se manifestam e abrem 
lugar para o sentimento e depois para o intelecto. Os bebês logo quando 
nascem oscilam em estados de conforto e desconforto, para terem as suas 
necessidades atendidas, as emoções surgem por meio dos reflexos resultando 
nas ações motoras e proporcionando a afetividade (GALVÃO, 2003).
Esse desenvolvimento também precisa das condições propícias no 
meio em que vive a criança, pois assim ela harmoniza seus pensamentos e 
os movimentos que surgem a partir de seus reflexos. As atividades sensório-
motoras realizadas pelas crianças, combinadas pelos campos sensitivos e 
dos movimentos, é resultado de emoções vindas do mundo dos adultos e, 
por isso, a afetividade surge antes da inteligência (GALVÃO, 2003).
Educação Infantil
18
Para o contínuo desenvolvimento, é necessária a junção das 
capacidades biológicas e das interações sociais. Através das emoções e 
dos sentimentos vincula-se o afeto, assim o desenvolvimento de novas 
habilidades surge com um tipo de organização afetiva, cognitiva e motora. 
No processo de crescimento, a afetividade não se encontra estável, pelo 
contrário, ela evolui. Entretanto, depende das condições maturacionais de 
cada sujeito (GALVÃO, 2003).
Segundo o dicionário da língua portuguesa Dicio, Maturação: 1. 
Ação ou efeito de maturar, amadurecer; amadurecimento: o calor apressa 
a maturação dos frutos. 2. Conjunto de processos neuropsicológicos que a 
criança atravessa para adquirir a aprendizagem (linguagem, compreensão 
etc.). 3. Maturidade.
Para Wallon, a ação motora é a sustentação para o pensamento 
e as emoções desenvolvidas possibilitam o conhecimento. Na ausência 
de relações positivas da criança, o surgimento de obstáculos como baixa 
autoestima e acomodação, pode dificultar o desenvolvimento intelectual 
da criança. Por isso, é importante prezar seu crescimento nos aspectos 
motor, afetivo e cognitivo (GALVÃO, 2003).
 Figura 5: Desenvolvimento infantil
Fonte: Pixabay 
SAIBA MAIS:
Para aprofundar os estudos de Wallon sobre afetividade e 
influenciar positivamente suas relações com as crianças, 
indicamos o vídeo disponível no link a seguir: 
https://bit.ly/3tx6ysd.
Educação Infantil
https://bit.ly/3tx6ysd
19
Lev Vygotsky
Segundo Vygotsky (1896-1934), a criança aprende com a interação 
social. Além de seus aspectos biológicos, a criança é formada pelos 
aspectos ambientais, por isso o meio em que a criança vive influencia 
diretamente em seu desenvolvimento. Essa influência ambiental se forma 
a partir das relações de convívio social da criança com as pessoas a sua 
volta, por meio dessas relações ocorre o processo de internalização, ou 
seja, pelo intermédio dos instrumentos gestuais e o afeto formado através 
das emoções e sentimentos (TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992). 
A partir daí, a linguagem ganha destaque pois exerce uma função 
primordial para desenvolver as funções psicológicas superiores, diferentes 
das funções elementares, pois necessitam da mediação do meio em que 
vivem (TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS,1992).
Funções mentais superiores são aquelas que caracterizam o 
comportamento consciente do homem – atenção voluntária, percepção, 
memória e pensamento –, o que constitui uma perspectiva metodológica 
que acenava para a compreensão de diversos aspectos da personalidade 
do homem.  As funções elementares são controladas pelo meio e os 
superiores ou complexos obedecem a uma autorregulação. 
SAIBA MAIS:
sobre isso acessando o link a seguir: http://bit.ly/3bSDrth.
Vygotsky também apresenta a zona de desenvolvimento real, ou seja, 
volta-se para as funções já adquiridas e realizadas sozinhas pelas crianças. 
Além disso, introduz a zona de desenvolvimento proximal, momento que a 
criança está adquirindo uma nova habilidade e precisa da mediação de um 
adulto. 
Por isso, a linguagem atua com grande importância mediando os 
novos aprendizados, despertando as emoções e vinculando as funções 
mentais superiores (VYGOTSKY, 1989, TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992). 
Educação Infantil
http://bit.ly/3bSDrth
20
Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o que ela 
já sabe fazer sozinha para o que ela ainda está aprendendo. A criança 
quando está nesta zona está aprendendo novas habilidades e, por esse 
motivo, ela precisa de ajuda para executar determinada tarefa.
Para Vygotsky, as emoções cumprem uma função organizadora 
para auxiliar o nosso comportamento. Elas influenciam em todo o processo 
de aprendizagem, por exemplo, para que os alunos se lembrem melhor 
seus pensamentos é preciso que as tarefas tenham sido estimuladas 
emocionalmente (TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992).
Dessa forma, alcançamos nossa preciosa habilidade: a afetividade. 
Por meio dela, o professor pode estimular o aprendizado de seus alunos, 
pois recordam-se facilmente do que foi ensinado. Se para criança fizer 
sentido todo esse processo, ela ficará motivada e continuará buscando 
novas descobertas, pois o que realmente aprende com a mediação de 
um adulto ela poderá futuramente fazer sozinha. Isso reflete, também, na 
socialização, pois a comunicação entre esse professor e o aluno estimula o 
pensamento. Por isso, segundo a teoria de Vygotsky, o cognitivo caminha 
e passa por influências junto com a afetividade (VYGOTSKY, 1989).
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre a importância da linguagem e sua 
influência nas relações sociais? Então, acesse: 
https://bit.ly/2NpYeer.
Jean Piaget 
O desenvolvimento humano, segundo Piaget (1896-1980), é dividido 
em sensório motor, pré-operatório, operações concretas e operações 
formais.
Os aspectos afetivos e cognitivos são importantes no 
desenvolvimento. Durante os primeiros meses, o bebê começa a perceber 
os acontecimentos a sua volta, a dar sentido para os objetos, conhecendo, 
assim, o mundo por meio da boca (sensório-motor). Piaget dizia que nesse 
Educação Infantil
https://bit.ly/2NpYeer
21
momento do desenvolvimento há um significado mais afetivo para o bebê 
através do contato com objetos e pessoas de uma forma única, do que a 
partir da distinção de cada um (PIAGET, 1975). 
Durante o estádio sensório motor, os sentimentos estão conectados 
às necessidades biológicas de bem-estar e de incômodos, de satisfações, 
frustrações e percepções. O bebê vai despertando suas emoções a partir 
de sua mãe, centralizando no seu corpo. Com o tempo, ele percebe que 
a diferença do corpo dele com o das outras pessoas e, assim, os vínculos 
e afetos passam às outras pessoas envolvidas, como pai e irmãos. 
Aproximadamente aos 2 anos, a criança passa a desenvolver afetos de 
forma intencional através de imitações, influenciando sua memória e 
linguagem. No período de 2 anos até 7 anos, as crianças já são capazes de 
recordar e representar seus sentimentos, nessa fase o afeto caracteriza-se 
de forma intuitiva, ou seja, a criança passa a ter sensações de afinidades 
ou não pelo outro (PIAGET, 1975). 
SAIBA MAIS:
Quer saber um pouco mais sobre as bases da teoria de 
Piaget? Acesse: https://bit.ly/3rZ0Ej6.
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos um pouco sobre a afetividade na 
infância, as teorias abordadas por Wallon, Vygotsky e Piaget. 
Além disso, estudamos algumas definições e conceitos do 
que é a afetividade.
Educação Infantil
https://bit.ly/3rZ0Ej6
22
Interações sociais e infância
INTRODUÇÃO:
Dentre os questionamentos educacionais encontrados na 
escola, um deles está relacionado à afetividade: pensar 
sobre como o afeto influencia a aprendizagem na primeira 
infância e se a única função da escola é atuar no cognitivo. 
Vimos anteriormente que o afeto envolve as emoções 
e sentimentos que atuam de forma direta nas nossas 
relações e como o afeto junto com a cognição influencia 
na aprendizagem (FROZZA, 2007). Sendo assim, neste 
capítulo, abordaremos a importância das interações sociais 
na infância.Geralmente, não se encontra nos currículos de formação de 
professores a matéria Afetividade, porém é um tema de extrema relevância, 
independentemente da idade do aluno, que precisa ser refletido por todos 
os profissionais que estão envolvidos na área de educação e formação. 
Apesar de percebermos novas discussões sobre o assunto e muitas 
propostas de trabalho voltadas para o socioemocional, é preciso olhar de 
fato para o crescimento pessoal do aluno e não somente para a avaliação 
escolar. Não se pode esquecer que a capacidade de se emocionar é 
diferente para cada indivíduo e podemos reconstruir o mundo que nos 
cerca com os laços afetivos que nos influenciam (FROZZA, 2007).
ACESSE:
Para saber mais sobre o assunto, acesso o link a seguir e 
assista a um vídeo em que Mario Sergio Cortella responde 
qual a relação entre afetividade, vínculo e aprendizagem: 
https://bit.ly/38P2RGf.
A afetividade deveria ser desenvolvida no aluno, visto que pode 
oferecer mudanças de ações para gerar atitudes alegres e positivas 
Educação Infantil
https://bit.ly/38P2RGf
23
no momento da aprendizagem. Ao pensar em um ambiente afetivo na 
escola, a relação professor-aluno pode se fortalecer e ter influência direta 
com a aprendizagem, resultando assim em um aluno que queira aprender 
cada vez mais, envolvendo-se e lidando melhor com suas dificuldades 
(FROZZA, 2007). 
Figura 6: Dia a dia em sala de aula
Fonte: Pixabay
Porém, o aluno precisa de aberturas do professor para desenvolver 
essa relação de afeto, não só com ele, mas também com seus colegas 
e com o conteúdo das aulas. Assim, cria momentos favoráveis durante 
as aulas, como jogos para expressão e reconhecimento de sentimentos 
(FROZZA, 2007).
Não podemos esquecer da disciplina, pois ela é a peça fundamental 
para a organização necessária em sala de aula para alcançar o aprendizado. 
Como o próprio professor Mario Sérgio Cortella ressalta no vídeo sugerido 
anteriormente: “A autoridade docente é decisiva, autoritarismo não”.
 • Autoridade: direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer 
obedecer. Uma pessoa com autoridade busca respeito, organização, e 
coerência em suas ações pensando no outro. 
Educação Infantil
24
 • Autoritarismo: revestido de autoritarismo; dominador, impositivo. 
Já uma pessoa autoritária é aquela que se apresenta intransigente 
e ditatorial. 
ACESSE:
Caso queira compreender melhor o assunto, acesse o link 
a seguir: http://bit.ly/3cyWZlC.
Após ver esses conceitos, vamos olhar a autoridade e disciplina 
de outra forma. Esse é um caminho para se estabelecer as regras 
de convivência em sala de aula e os horários através do diálogo e da 
afetividade, pois os alunos precisam estar envolvidos e comprometidos 
para entenderem desde cedo que o processo de aprendizagem requer, 
também, cuidados para se concretizar (FROZZA, 2007).
O professor também pode se aproximar do aluno através de simples 
gestos afetivos e carinhosos, como acariciar a cabeça, passar a mão nas 
costas, tocar o ombro e dependendo da abertura do aluno, dar um abraço. 
Esse pode ser também um caminho para acalmar o aluno quando mostra 
dificuldade para se aquietar durante a aula ou até mesmo para o acolher 
em um momento de tristeza ou conflito (FROZZA, 2007).
Você já parou para pensar que às vezes aquele aluno que fez de 
tudo para chamar sua atenção poderia estar carente de afeto? Muitas 
vezes pode não parecer, mas pode ser a única forma que ele conseguiu 
para se expressar. 
Esses gestos afetivos, além de possibilitarem a aproximação do 
aluno ao seu professor, também podem gerar solidariedade. O pensar em 
ser solidário com seu aluno é demonstrar ser alguém que se preocupa 
com ele e poderá lhe apresentar caminhos, acolhendo-o nas suas 
dificuldades e fazendo-o sorrir nas horas de conquistas. Um simples 
gesto, como estender as mãos, pode trazer uma aproximação na relação 
de afetividade em sala de aula. Podemos dizer que o afeto na relação do 
professor e do aluno gera uma ação solidária, resultando em um desejo 
mútuo para serem felizes (FROZZA, 2007).
Educação Infantil
http://bit.ly/3cyWZlC
25
 • Solidariedade: segundo o dicionário Aurélio significa: 1. Sentimento 
de compadecimento com as dificuldades e/ou sofrimentos de 
outras pessoas. 2. Sentimento que consiste na identificação com 
as misérias alheias; conhecimento do sofrimento daqueles que 
são pobres. A demonstração ou a manifestação desse sentimento 
com o propósito de ajudar; ajuda, amparo ou apoio.
O professor pode rever a rotina diária e buscar novas ideias que 
possam promover um ambiente em interações afetivas e solidárias entre 
ele e seus alunos. Alcançar o conhecimento com afeto e prazer pode 
gerar melhores resultados (FROZZA, 2007).
Nós adultos vivemos momentos de dificuldades e até mesmo 
derrotas, quando isso acontece é muito provável buscar o apoio de amigos 
e familiares e ser acolhido por afeto ou conversas para se recompor. A 
criança, quando passa pelas suas frustrações, está em processo de 
aprender a lidar com esses sentimentos. Ela precisa ser estimulada 
através de elogios, principalmente para se disporem a seguir as condutas 
– em sala de aula – que orientamos. Nesse momento, a relação afetiva é 
fundamental (FROZZA, 2007).
SAIBA MAIS:
O elogio também é um aliado para reforçar as relações de 
afeto. Porém, ele precisa estar presente na medida certa, 
sem exageros. Quer saber mais? Então, acesse o link a 
seguir: https://bit.ly/3bRFDB7.
A criança entra cedo na escola e termina esse ciclo na adolescência 
quase na vida adulta, ou seja, os jovens passam um longo período de sua 
vida na escola. Lá, aprendem e passam por diversos momentos como 
de felicidade, frustração, insegurança, dentre outros, envolvendo assim 
as relações sociais com o professor e demais alunos. A partir daí, podem 
manifestar conflitos internos e externos, atingindo seu desenvolvimento 
afetivo e consequentemente o cognitivo (ALMEIDA, 1999). 
Educação Infantil
https://bit.ly/3bRFDB7
26
A criança, ao iniciar sua vida escolar, passa a ter um novo ambiente 
social com novas pessoas e junto a isso, as regras de convivência. Nesse 
momento, ela traz consigo seus aprendizados afetivos e cognitivos, 
vivenciados em outras relações (ALMEIDA, 1999). 
A escola tem um papel social importantíssimo e definitivo na vida 
de seus alunos, por esse motivo ela precisa de fato entender todas as 
complexidades que constituem o ser humano e, dentre elas, os aspectos 
afetivos e cognitivos. Muito é cobrado das crianças, principalmente um 
desempenho ótimo envolvendo as matérias escolares, mas e quanto às 
questões envolvendo o afeto? E a sua subjetividade? Geralmente são 
adiadas. (ALMEIDA, 1999).
Durante o desenvolvimento infantil, família, escola e amigos estão 
presentes nas relações sociais com grande importância. É na escola que 
são centralizadas essas relações, influenciando de forma direta tanto 
positiva como negativamente a formação de seus alunos nos aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais (ALMEIDA, 1999).
Figura 7: Primeiro dia de aula
Fonte: Pixabay 
O momento no qual a criança vai à escola pela primeira vez não 
é tão simples, pois ela está se distanciando de sua família, não está 
pronta para lidar com tudo isso. Por isso, o professor deve proporcionar os 
aprendizados além de seus aspectos cognitivos (ALMEIDA, 1999). 
Ao investir no afeto, o professor passa a estabelecer mais confiança 
e segurança em suas relações com seus alunos (ARAUJO, 2014). 
Educação Infantil
27
Ao compreender a afetividade como algo fundamental para 
sua atuação, passa a perceber que a criança, com base nesse afeto, 
desenvolve sua autonomia e amplia suas relações com o meio. É nesse 
momento que o professor atua como mediador, contribuindo para todos 
os aspectos emocionais, cognitivos e sociais (ARAUJO, 2014).
O professor que assume o compromisso com a sua atuação passa 
a ser um aprendiz, refletindo sobre sua práticaconstante e possibilitando 
diálogos com seus alunos, outros professores e pais (ARAUJO, 2014). 
A criança, ao entrar na escola, percorre um caminho acumulando e 
construindo experiências fundamentais para a sua formação intelectual, social e 
afetiva para toda vida (ARAÚJO, 2014).
SAIBA MAIS:
Para finalizar, vamos deixar como sugestão um vídeo com 
reflexões sobre o contexto em sala de aula. Disponível em: 
https://bit.ly/38OYP0B.
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos como a escola tem um papel social 
importante na vida dos alunos, por esse motivo ela precisa 
de fato entender todas as complexidades que constituem o 
ser humano e, dentre elas, os aspectos afetivos e cognitivos. 
Sendo assim, a afetividade se torna um assunto de extrema 
importância para o conhecimento do professor.
No próximo tópico, vamos estudar os aspectos didático-
pedagógicos relacionados à primeira infância. 
Educação Infantil
https://bit.ly/38OYP0B
28
Didática na infância
INTRODUÇÃO:
Neste tópico, vamos conhecer os aspectos didático-
pedagógicos voltados para a educação infantil. Na unidade 
anterior você percebeu que a infância é uma fase importante 
no desenvolvimento e, por isso, a didática do professor deve 
ser pensada a fim de trabalhar os diferentes aspectos que 
envolvem esse processo de desenvolvimento. Ao longo 
deste capítulo, você irá conhecer alguns documentos que 
norteiam essa prática. Para ampliar seus conhecimentos 
a respeito desse tema, é importante que você estude as 
indicações de leitura e realize as atividades propostas para 
testar seus conhecimentos. 
A organização didática na Educação Infantil
Para pensarmos os aspectos didáticos pedagógicos voltados para 
infância, a coordenação pedagógica e os professores devem conhecer as 
normas que regem esse sistema de ensino. Vamos começar relembrando 
o contido no Art. 29 da LDB:
Art. 29.  A Educação Infantil é a primeira etapa da educação 
básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da 
criança até seis anos de idade quanto aos aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da 
família e da comunidade.
Dessa maneira, entendemos que a Educação Infantil objetiva o 
desenvolvimento integral da criança e, por isso, o planejamento das 
atividades deve ser pensado a partir das relações que a criança estabelece 
com o meio.
Educação Infantil
29
Figura 8: Educação infantil
Fonte: Pixabay 
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) foi 
criado para atender as determinações da LDB, citadas anteriormente. Esse 
documento traz orientações didáticas importantes para a organização do 
trabalho a ser realizado com crianças de 0 a 6 anos de idade, respeitando 
a especificidade de cada região do Brasil. Ele é dividido em seis eixos e 
trazem a importância de trabalhar as diferentes linguagens das crianças. 
Eixo é um conjunto de temas que orienta o planejamento de um 
determinado trabalho. A seguir, vamos conhecer os seis eixos do RCNEI.
Natureza e Sociedade
Esse eixo trabalha os temas relacionados ao mundo social e natural, 
de forma integrada com às abordagens e enfoques dos diferentes 
campos das Ciências Humanas e Naturais. Envolve uma aproximação e 
representação, de variadas formas, do mundo natural e social, sendo a 
criança capaz de diferenciar e especificar seus aspectos. 
ACESSE:
A Undime preparou este vídeo para explicar de forma 
objetiva as Ciências da Natureza contidas na BNCC. Não 
perca! Disponível em: https://bit.ly/3eLgaLG.
Educação Infantil
https://bit.ly/3eLgaLG
30
Figura 9: Natureza e Sociedade
Fonte: Pixabay
Movimento
O movimento faz parte do cotidiano da criança desde o 
seu nascimento e é considerado um aspecto fundamental para o 
desenvolvimento integral da criança. Dessa forma, as atividades propostas 
devem visar o desenvolvimento motor das crianças, trabalhando aspectos 
específicos de sua motricidade em suas tarefas cotidianas (BRASIL, 1998).
Para desenvolver essas atividades, é importante que o professor 
conheça os marcos do desenvolvimento de cada faixa etária para saber o 
que será trabalhado. 
ACESSE:
Assista no vídeo a seguir a demonstração de uma aula 
com atividade motora juntamente com princípios de 
musicalização infantil. A arte-educadora Margareth Darezzo, 
autora do livro “Canteiro”, mostra como é fácil trabalhar 
movimentos e a coordenação motora na Educação 
Infantil por meio de propostas lúdicas. Acesse: 
https://bit.ly/2ucRPJY.
Educação Infantil
https://bit.ly/2ucRPJY
31
Figura 10: Movimento
Fonte: Pixabay
Música
A música é uma linguagem que traduz sensações, sentimentos e 
pensamentos em formas sonoras. Ela estimula a sensibilidade e integra 
aspectos afetivos, estéticos e cognitivos das crianças, além de promover a 
interação social (BRASIL, 1998).
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo “Música 
na educação infantil: reflexões e proposta didática para 
professores”, disponível em: http://bit.ly/3cx0Xek.
Educação Infantil
http://bit.ly/3cx0Xek
32
Figura 11: Música
Fonte: Pixabay
Artes
A arte também é uma das diferentes formas de linguagem e através 
dela as crianças expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, 
sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, 
formas, pontos, volume, espaço e cor (BRASIL, 1998).
SAIBA MAIS:
Conheça propostas de atividades de artes plásticas na 
Educação Infantil, a partir do vídeo a seguir: 
https://bit.ly/2OVvZEK. 
Educação Infantil
https://bit.ly/2OVvZEK
33
Figura 12: Artes
Fonte: Pixabay
Linguagem oral e escrita
Esse eixo nos traz uma das habilidades importantes a serem 
trabalhadas com as crianças, pois ampliam suas possibilidades de 
inserção e de participação nas diversas práticas sociais.
O desenvolvimento da linguagem é um aspecto básico na 
Educação Infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para 
a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, 
na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do 
pensamento.
Trabalhar a linguagem oral e escrita significa ampliar as capacidades 
de comunicação, expressão e de acesso ao mundo letrado pelas 
crianças. Esse trabalho está relacionado ao desenvolvimento gradativo 
das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: 
falar, escutar, ler e escrever (BRASIL, 1998).
Educação Infantil
34
Figura 13: Linguagem oral e escrita
Fonte: Pixabay
ACESSE:
Veja um trabalho sobre natureza e sociedade com a 
Educação Infantil, disponível em: https://bit.ly/3qQV9S9.
Matemática
Desde muito cedo as crianças participam de uma série de situações 
que envolvem números, quantidades e noções sobre espaço. Em seu dia 
a dia, utilizam recursos próprios para resolver problemas cotidianos, como 
conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as 
balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade etc.
O tempo todo elas observam o espaço ao seu redor e, aos poucos, vão 
organizando seus deslocamentos, descobrindo caminhos, estabelecendo 
sistemas de referência, identificando posições e comparando distâncias. 
Através dessa vivência elas adquirem conhecimentos matemáticos. 
Trabalhar matemática na Educação Infantil é atender as necessidades 
das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos 
mais variados domínios de seus pensamentos e, também, atender a uma 
necessidade social de instrumentalizá-las melhor para viver, participar 
Educação Infantil
https://bit.ly/3qQV9S9
35
e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e 
habilidades (BRASIL, 1998).
ACESSE:
Assista ao vídeo a seguir e conheça como trabalhar a 
matemática na Educação Infantil: https://bit.ly/3bQyy42.
Figura 14: Fila por ordem de tamanho
Fonte: Pixabay
O objetivo de trabalhar cada um desses eixos na Educação Infantil 
não é antecipar conteúdos escolares, mas sim permitiro desenvolvimento 
integral das crianças através de atividades que lhes permitam conhecer 
seu próprio corpo; explorar o meio pela sua curiosidade natural e ganhar 
confiança em suas ações e em seus movimentos; poder expressar 
honestamente seus sentimentos, desejos e emoções, utilizando as 
diferentes linguagens (BRASIL, 1998).
Dentro das orientações contidas no RCNEI está a importância de se 
estabelecer uma rotina para organizar a didática do trabalho. O documento 
explica que:
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será 
organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho 
educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver 
Educação Infantil
https://bit.ly/3bQyy42
36
os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens 
orientadas. A apresentação de novos conteúdos às crianças 
requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde 
contar uma nova história, propor uma técnica diferente 
de desenho até situações mais elaboradas, como, por 
exemplo, o desenvolvimento de um projeto, que requer um 
planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações 
que visam a desenvolver aprendizagens específicas. Essas 
estruturas didáticas contêm múltiplas estratégias que são 
organizadas em função das intenções educativas expressas 
no projeto educativo, constituindo-se em um instrumento 
para o planejamento do professor. Podem ser agrupadas em 
três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: 
atividades permanentes, sequência de atividades e projetos 
de trabalho. (BRASIL, 1998)
As atividades permanentes são aquelas que respondem às 
necessidades básicas de cuidados, aprendizagem e de prazer para as 
crianças, cujos conteúdos necessitam de uma constância e tem como 
objetivo principal constituir atitudes e desenvolver hábitos. Alguns exemplos 
de atividades permanentes são: os momentos de brincadeira, roda de 
história, oficinas de desenho, pintura e modelagem, cuidados com o corpo e 
música (BRASIL, 1998). 
As sequências de atividades são planejadas e conduzidas com o 
intuito de promover uma aprendizagem específica e definida e devem 
ser propostas em diferentes graus de complexidade. Essas sequências 
de atividades devem ser retiradas de um dos eixos mencionados 
anteriormente (BRASIL, 1998). 
O objetivo do projeto educativo é desenvolver um conjunto de 
atividades que trabalhem com os conhecimentos específicos construídos 
a partir de um dos eixos de trabalho. Esse projeto pode ser organizado 
ao redor de um problema a ser resolvido ou um produto final que se 
quer obter. Sua duração pode variar de acordo com o objetivo proposto 
(BRASIL, 1998). 
Educação Infantil
37
Outro documento importante que aborda os aspectos didáticos 
pedagógicos para Educação Infantil é a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). Esse documento tem como objetivo traçar percursos de 
aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes da educação básica. 
De acordo com a BNCC, seis direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento devem ser garantidos a todas as crianças, para que elas 
possam aprender e se desenvolver. Vamos conhecer cada um deles?
 • Conviver: a criança tem o direito de conviver com outras crianças 
e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes 
linguagens, ampliando os conhecimentos de si e do outro, o 
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
 • Como visto anteriormente: dentre esses direitos, destaca-se 
a questão das diferentes linguagens, que são potencializadas e 
trabalhadas a partir do direito de convivência. 
 • Brincar: a criança tem o direito de brincar cotidianamente de 
diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes 
parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando 
seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua 
imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, 
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Perceba que o que já era garantido nas legislações anteriores 
permanece na Base Nacional Comum Curricular, onde o brincar continua 
sendo uma atividade essencial para o pleno desenvolvimento da criança.
Figura 15: Crianças brincando
Fonte: Pixabay
Educação Infantil
38
 • Participar: a criança tem o direito de participar ativamente, com 
os adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão 
da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da 
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha 
das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo 
diferentes linguagens e elaborando conhecimento, decidindo e se 
posicionando. 
 • Explorar: a criança tem o direito de explorar movimentos, gestos, 
sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, 
relacionamentos, histórias, objetos e elementos da natureza na 
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura em suas 
diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. 
A BNCC assegura às crianças o direito de serem sujeitos dentro 
do processo de construção cultural, ou seja, a partir dessa exploração a 
criança vai assimilando os elementos culturais de sua sociedade.
 • Expressar: a criança tem o direito de se expressar como sujeito, 
dentro de um diálogo, suas necessidades, emoções, sentimentos, 
dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamentos, por 
meio de diferentes linguagens. 
 • Conhecer-se: construir sua identidade pessoal, social e cultural, 
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de 
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, 
brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em 
seu cotidiano familiar e comunitário.
Vimos até aqui os aspectos didáticos pedagógicos voltados para 
Educação Infantil, a partir de documentos criados com esse objetivo. A 
seguir, vamos conhecer mais a fundo o brincar, uma vez que essa é uma 
atividade fundamental para o desenvolvimento da criança.
O brincar e a didática pedagógica
Diante de todos os aspectos didáticos pedagógicos voltados para a 
Educação Infantil citados anteriormente, vimos que o brincar é a atividade 
Educação Infantil
39
principal para o pleno desenvolvimento da criança, pois é através da 
brincadeira que ela se expressa e se relaciona com o mundo ao seu redor.
O brincar é a principal atividade da infância, pois responde 
à necessidade de meninos e meninas de olhar, tocar, satisfazer a 
curiosidade, experimentar, descobrir, expressar, comunicar, sonhar, ou 
seja, o brincar se torna uma necessidade de descobrir, conhecer, dominar 
e amar o mundo (MARIN, PENÓN, 2004).
Como deve ser a didática do professor na Educação Infantil? Olhar o 
brincar como forma de diversão ou como forma de aprendizado? 
Piaget acredita que o brincar deve ser uma ação livre e espontânea, 
partindo do próprio interesse da criança. A partir da brincadeira, a criança 
assimila determinadas informações de acordo com o seu estágio de 
desenvolvimento e se desenvolve de forma integral.
Quais aspectos estão envolvidos no desenvolvimento integral da 
criança? Aspectos cognitivos, afetivos, físicos-motores, morais, linguísticos 
e sociais. 
É possível observar o estágio de desenvolvimento em que a criança 
está através do brincar, pois as brincadeiras tendem a evoluir conforme a 
faixa etária aumenta.
Dessa forma, Piaget acredita que o jogo pode ser estruturado de 
três maneiras: exercício, simbólico, construção e regra. Essa estrutura 
acompanha o desenvolvimento da criança.
Entre 1 e 2 anos de idade a criança brinca por simples prazer. A ação 
de ver uma bola rolar, bater um objeto e perceber o som que ele produz, 
etc.
Entre 2 e 7 anos de idade a brincadeira já adquire um caráter 
simbólico. Nessa fase a criança representa seu mundo, usando o simbólico 
para evocar a realidade, dando asas à imaginação e expressando regras 
implícitas que se materializam nos temas de cada brincadeira. Assimque 
a brincadeira começa a se aproximar do mundo real, o símbolo começa a 
representar a realidade (KISHIMOTO, 2008).
EXEMPLO: Brincar de casinha, imitar animais e se fantasiar são 
brincadeiras de caráter simbólico. 
Educação Infantil
40
A partir dessas brincadeiras a criança expressa suas representações 
mentais.
O jogo de regras surge a partir dos 6 anos de idade, as crianças 
observam as relações sociais em que vivem e as regras são impostas em 
toda ação.
EXEMPLO: brincadeira de pega-pega, jogo com bola, jogo de 
cartas, jogo de xadrez.
Vygotsky também traz grandes contribuições para área da 
educação e entende que o brincar reproduz o discurso externo e o 
internaliza, construindo seu próprio pensamento.
O autor acredita que a brincadeira tem grande influência no 
desenvolvimento da criança e vai além de uma atividade simbólica, 
pois as situações imaginárias baseiam-se em regras de comportamento 
condizentes com aquilo que está sendo representado. Essa ação 
permitirá que a criança internalize regras, valores, modo de agir e de 
pensar de seu grupo social, o que passará a orientar seu comportamento 
e desenvolvimento cognitivo (VYGOTSKY, 1994).
EXEMPLO: A maneira como a criança conduz a brincadeira é a 
forma como as pessoas ao seu redor se comportam, ou seja, se ao brincar 
de mamãe e filhinho a criança der broncas na boneca, colocar a boneca 
de castigo, estará reproduzindo nessa ação o que vivencia diariamente. 
Podemos perceber através das concepções dos autores que o 
brincar, mesmo que de forma livre e espontânea, contribui para o pleno 
desenvolvimento da criança e, por isso, é considerado como um direito.
Você deve estar pensando: “mas e eu enquanto professor, como 
posso garantir esse direito às crianças?”.
Vou citar um exemplo: você pode disponibilizar alguns brinquedos 
selecionados para faixa etária da criança e permitir que ela escolha com 
qual deles quer brincar. O fato de você deixar os brinquedos e/ou objetos 
à disposição da criança vai permitir que ela explore, manipule, aprenda 
e tome decisão com essa experiência. Ou seja, o professor não precisa 
determinar com o que a criança vai brincar para que ela aprenda. 
Nessas ações você também vai perceber que o brincar tem uma 
grande relação com a cultura, pois transmite características próprias por 
Educação Infantil
41
meio das gerações que se sucedem e, com isso, tornam a brincadeira 
uma manifestação cultural presente diariamente no cotidiano das crianças 
(KISHIMOTO, 2008).
EXEMPLO: Nos países ocidentais, a colher é um objeto utilizado 
para se alimentar, por isso se um adulto der uma colher para uma criança 
pequena, ela irá utilizá-la para alimentar sua boneca, imitando a ação que 
o adulto faz com aquele objeto. E nos países orientais, como é a forma de 
se alimentar? Isso mesmo, com rachi. Ou seja, através do brincar a criança 
está conhecendo o mundo da cultura.
ACESSE:
ACESSE o link a seguir e assista à autora Kishimoto falando 
sobre o brincar na educação infantil: https://bit.ly/3vA5jKm.
O brincar, além de proporcionar o desenvolvimento integral das 
crianças, também proporciona o contato com um aprendizado gradativo 
em todas as áreas do desenvolvimento. A criança que brinca aprende 
a tomar decisões, fazer escolhas, ter flexibilidade, enfrentar desafios 
cotidianos, raciocinar, entre outras ações importantíssimas para o futuro 
ingresso no mundo adulto.
RESUMINDO:
Neste capítulo vimos os aspectos didático-pedagógicos 
voltados para a primeira infância. Aprendemos como o 
brincar é importante na didática pedagógica. Por isso, você, 
futuro educador, tem papel fundamental de proporcionar 
em sua didática oportunidade para as crianças brincarem e 
se desenvolverem.
No próximo tópico, você verá como se dá a avaliação nesse 
processo de desenvolvimento da criança.
Educação Infantil
https://bit.ly/3vA5jKm
42
O processo de avaliação na Educação 
Infantil
INTRODUÇÃO:
Este capítulo traz grandes debates entre pesquisadores 
sobre como deve ser o processo de avaliação na Educação 
Infantil.
Quando pensamos em avaliação, logo pensamos em uma tarefa 
em forma de exame para que o aluno deposite assim seu conhecimento 
sobre determinado assunto. Já parou para pensar em como seria esse 
processo de avaliação na Educação Infantil? Será que isso é possível?
Avaliação versus nota escolar
A avaliação é uma prática presente no cotidiano de todos nós. Se 
pararmos para pensar em como é feita uma avaliação, logo pensamos em 
atribuição de uma nota que pode variar de 0 a 10. Mas o que isso significa?
A nota significa apenas uma maneira de registrar a comprovação 
de que o professor acompanhou o aluno e oficializou a qualidade de sua 
aprendizagem e de seu desempenho em determinada tarefa ou conteúdo 
(LUCKESI, 2014).
A avaliação é uma prática presente em nosso dia a dia, isso significa 
a busca de um resultado melhor de nossa ação. Então, ela é uma parceira 
de todos nós. Luckesi (2014) compara a avaliação como o “grilo no ouvido 
do Pinóquio”, indicando se sua atitude ou ação está ou não satisfatória.
Isso nos aponta que a avaliação é necessária em todos os níveis 
educacionais, inclusive na Educação Infantil. Mas perceba que, na primeira 
etapa do ciclo educacional, não estamos nos referindo a notas e, sim, à 
avaliação.
Mas afinal, qual é a diferença entre nota e avaliação?
Educação Infantil
43
O objetivo da avaliação é verificar a qualidade de uma ação que 
vai nos dizer se o resultado apresentado pode ser melhorado. A nota é o 
registro de quão satisfatório ou insatisfatório foi o resultado.
Luckesi (2014) apresenta alguns recursos metodológicos e técnicos 
para realizarmos uma avaliação da aprendizagem. Esses métodos serão 
apresentados a seguir.
É importante ter ações que antecedem a prática da avaliação. 
Sendo assim, o planejamento é fundamental para o professor estabelecer 
o que irá avaliar e qual resultado esperar dos alunos.
Também é preciso que o professor conheça as fases de 
desenvolvimento de cada faixa etária, para que seja possível trabalhar o 
que se deseja. Ao preparar uma avaliação é preciso ter em mente quais 
resultados devem ser alcançados para que sejam aceitáveis.
EXEMPLO: você compra um suco de laranja, qual a qualidade você 
espera desse suco? Gelado, sem gelo, doce, amargo, forte, fraco.
Agora, vamos pensar em uma criança de 2 anos. É esperado para 
essa faixa etária que a criança já saiba falar? Quantas palavras? Já é 
esperado que forme frases? É esperado que ela conheça partes do corpo?
Mas e se a criança ainda não fala aos 2 anos? O que fazer? 
A partir dessa avaliação, o professor deve ficar mais atento e propor 
atividades que estimulem essa habilidade da criança para que ela seja 
capaz de alcançar o nível esperado de desenvolvimento.
O professor de Educação Infantil deve preocupar-se com o 
satisfatório desenvolvimento de seus alunos e, para isso, deve buscar 
conhecimento constantemente.
ACESSE:
Leia o artigo completo sobre a avaliação da aprendizagem 
na Educação Infantil para ampliar seu conhecimento, 
disponível em: https://bit.ly/3r06dg4.
Educação Infantil
https://bit.ly/3r06dg4
44
A avaliação na Base Nacional Comum 
Curricular
Como vimos anteriormente, a BNCC é um documento importante, 
pois oferece uma base para todo o trabalho realizado acerca de currículo, 
ou seja, para nortear as ações dos professores.
A avaliação na Educação Infantil serve para verificar se a didática 
trabalhada em sala de aula está ou não surtindo resultados.
Esse documento abrange todos os aspectos necessários que 
precisam ser avaliados nessa etapa de ensino e, para isso, ele traz os 
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento organizados em três 
grupos por faixa etária.
 • Bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses);
 • Crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses);
 • Crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses).
Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento da 
criança, citadosno tópico anterior, o documento também estabelece cin-
co campos de experiências. São eles:
 • O eu, o outro e o nós;
 • Corpo, gestos e movimentos;
 • Traços, sons, cores e formas;
 • Escuta, fala, pensamento e imaginação;
 • Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
A partir desses campos de experiência, são definidos os objetivos 
de aprendizagem para cada faixa etária.
EXEMPLO: Dentro do campo de experiência “corpo, gestos e 
movimentos”, a criança com faixa etária de zero a um ano e 6 meses precisa 
de atividades que estimulem a movimentação do corpo expressando 
corporalmente emoções, necessidades e desejos (BRASIL, 2018).
Educação Infantil
45
Essas orientações nos auxiliam na construção do currículo da 
Educação Infantil, trazendo especificidades das aprendizagens e das 
conquistas do desenvolvimento de cada uma das crianças.
A BNCC também orienta que os professores devem observar e 
registrar o desenvolvimento das crianças individualmente, fazendo isso a 
partir dos campos de experiência e dos objetos de aprendizagem.
A avaliação nessa etapa não visa a aprovação ou reprovação do 
aluno, mas sim observar o quanto cada criança se aproximou dos objetivos 
de aprendizagem. 
A avaliação na educação infantil se dá de forma contínua, através 
de observação e registros e através das atividades propostas o professor 
define o que será avaliado.
Figura 16: Avaliação da educação infantil
.
Fonte: Pixabay
ACESSE:
Leia a matéria que a nova escola traz sobre a avaliação na 
educação infantil, disponível em: http://bit.ly/2OwR5tr.
Agora vamos apresentar algumas ideias para avaliar as crianças.
Educação Infantil
http://bit.ly/2OwR5tr
46
 • Fichas descritivas: nessa ficha, o professor pode construir 
uma tabela com os campos de experiência e os objetivos de 
aprendizagem de acordo com a faixa etária e ir assinalando os 
aspectos de desenvolvimento da criança. 
 • Relatório individual: o professor, a partir dos campos de experiência 
e dos objetivos de aprendizagem irá descrever o desenvolvimento 
de cada criança individualmente.
 • Portfólios: esse método de avaliação é muito eficaz, mas exige 
tempo e dedicação do professor. Para ampliar seu conhecimento, 
faça uma pesquisa de como elaborar um portfólio.
 • Vídeos: para observar o comportamento e desempenho dos alunos, 
o professor pode propor diferentes atividades como: brincadeiras 
em grupo, atividades com brinquedos, jogos educativos, roda 
de conversa, contação de histórias, dança, música e filmar esses 
momentos, tendo o vídeo como forma de registro para avaliar 
cuidadosamente o desempenho de cada aluno.
RESUMINDO:
O processo de avaliação na Educação Infantil deve respeitar 
a capacidade emocional, afetiva e cognitiva da criança, 
tendo como principal objetivo auxiliá-las no processo de 
ensino e aprendizagem, fortalecendo a autoestima dos 
pequenos.
Espero que tenha compreendido que a Educação Infantil é 
a base para o processo de desenvolvimento das crianças 
e em como esse processo de formação pode ser lúdico 
e interessante, tanto para as crianças quanto para nós 
professores.
Educação Infantil
47
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 
1999. 
ARAÚJO, L. T. G. Afetividade na Educação Infantil. 61 f. Monografia 
(Licenciatura em pedagogia) - Faculdade de Educação da Universidade 
de Brasília. Brasília, 2014. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de 
Educação. Fundamental Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil. Brasília: ME; SEF, 1998. Disponível em:  http://portal.
mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2018. Disponível 
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_
EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021.
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TRASSITEIXEIRA, M. L. Psicologias: 
uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CORRÊA, M. S. FRANCO, G.; VALE, L. A Importância e Influência do 
Setor de Compras nas Organizações. TecHoje. Disponível em: http://www.
techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004. Acesso em 
10 mar. 2021.
CORRÊA, M. S. Criança, desenvolvimento e aprendizagem. São 
Paulo: Cengage Learning, 2015. 
DICIO. Dicionário. Maturação. Disponível em: https://www.dicio.com.
br/maturacao/. Acesso em: 10 mar. 2021.
DICIO. Dicionário. Solidariedade. Disponível em: https://www.dicio.
com.br/solidariedade/. Acesso em: 10 mar. 2021.
FROZZA, I. Aprendizagem e Afetividade: um encontro de sucesso 
na escola. 110 f. Dissertação (Programa de Mestrado em Educação) - 
Universidade do Oeste de Santa Catarina, Santa Catarina, SC, 2007. 
Educação Infantil
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004
https://www.dicio.com.br/maturacao/
https://www.dicio.com.br/maturacao/
https://www.dicio.com.br/solidariedade/
https://www.dicio.com.br/solidariedade/
48
GALVÃO, I. Henry Wallon: uma concepção dialética do 
desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 
Editora Cortez: São Paulo, 2008.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na educação infantil. 
Revista Interações, n.32, p.191-201, 2014.
MARÍN, I.; PENÓN, S. Que brinquedo escolher? Revista Pátio 
Educação Infantil, ano I, n. 3, p. 29-31, 2004.
PIAGET, J. A Construção do Real na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 
1975.
TAILLE, L. Y., OLIVEIRA, M. K., DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: 
teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus Editorial, 1992. 
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins 
Fontes, 1994. 
Educação Infantil
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Marta+Kohl+de+Oliveira&search-alias=books
Analice Oliveira Fragoso
Educação Infantil
	Afetividade e infância
	Entendendo um pouco mais sobre a vida afetiva 
	Teorias da afetividade
	Henri Paul Hyacinthe Wallon
	Lev Vygotsky
	Jean Piaget 
	Interações sociais e infância
	Didática na infância
	A organização didática na Educação Infantil
	O brincar e a didática pedagógica
	O processo de avaliação na Educação Infantil
	Avaliação versus nota escolar
	A avaliação na Base Nacional Comum Curricular

Continue navegando