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Beta oxidação - Mecanismo pelo qual as células usam gordura para fazer ATP. O que é Beta oxidação? Que molécula pode sofrer Beta Oxidação? Onde ocorre a Beta Oxidação? De que forma ocorre a Beta Oxidação? A maior parte da energia armazenada no corpo está na forma de triglicerídeos. Triglicerídeo é feito pela união de uma molécula de glicerol unido a três cadeias de ácidos graxos. A lipólise separa o glicerol das cadeias de ácido graxo. Destino do glicerol: o glicerol é convertido a diidroxiacetona fosfato (nessa conversão houve um gasto de atp e a produção de um NADH) , é um composto intermediário entre a glicose e o piruvato. Se a célula estiver precisando de energia, a diidroxiacetona fosfato segue pela glicólise. Se a célula estiver precisando de glicose, a diidroxiacetona fosfato segue para a gliconeogênese. Destino dos ácidos graxos: o ácido graxo vai ser unido a o Acetil CoA formando Acil CoA, nessa reação há uma quebra de ATP, formando AMP. Acil-CoA é um ácido graxo unido a Acetil-coenzima A. A beta oxidação ocorre dentro da mitocôndria, porém a coenzima A não consegue passar pela membrana interna da mitocôndria. A coenzima A sai e o ácido graxo se une a carnitina - acil-carnitina. Com o ácido graxo ligado a carnitina, passa por uma proteína de membrana e entra na mitocôndria. Assim, a carnitina sai, e o ácido graxo volta a se unir a CoA, formando novamente o acil-CoA dentro da mitocôndria - na matriz mitocondrial. A carnitina funciona como um carregador de ácido graxo de cadeia longa para dentro da mitocôndria Uma vez que tenha acil-CoA na matriz mitocondrial, a beta oxidação ocorre. O ácido graxo entra na beta oxidação, e a cada giro da B-oxidação faz o AG perder dois carbonos, na forma de acetil-CoA. A cada volta da B-oxidação gera um FADH2, e um NADH+ H + e uma molécula de acetil-CoA. Na última volta restam 4 carbonos, formando dois acetil-CoA, FADH2, NADH + H+ O ácido palmítico com 16 carbonos, gera 8 acetil-CoA, 7 voltas, portanto, 7 FADH2 e 7 NADH. Isso no ciclo de krebs vai ser: 8 acetil-Coa, 24 Nadh (porque a cada ciclo gera-se 3 NADH), 8 FADH2 (porque a cada ciclo gera apenas 1 fadh2) e 8 ATP (porque a cada ciclo gera-se uma molécula de ATP) Ácido graxo com número de carbonos ímpar: - No final haverá 5 carbonos, sendo dois carbonos acetil-CoA e a molécula com 3 carbonos é o propionil-CoA. Na última volta será gerado um Acetil-CoA e um Propionil-CoA, que será convertido em succinil-CoA. O propionil-CoA vai ser convertido em succinil-CoA, um intermediário do ciclo de Krebs, entrando na respiração celular. Introdução A oxidação de ácidos graxos de cadeia longa a acetil-CoA é uma via central de produção de energia em muitos organismos e tecidos. Obtenção de energia através de ácidos graxos de três fontes: - Gordura da dieta - Gorduras armazenadas como gotículas de lipídios. - Gorduras armazenadas em um órgão para exportação em outro. No coração e no fígado dos mamíferos, ele fornece até 80% das necessidades energéticas em todas as circunstâncias fisiológicas. Processamento de lipídios na dieta dos vertebrados: A vesícula biliar produz sais biliares para emulsificar as gorduras. 1) Os sais biliares emulsificam as gorduras da dieta no intestino delgado, formando micelas mistas. 2) Lipases intestinais degradam os triacilgliceróis. 3) Ácidos graxos e outros produtos da degradação são absorvidos pela mucosa intestinal e convertidos em triacilgliceróis. 4) Os triacilgliceróis são incorporados com colesterol e apolipoproteínas, nos quilomícrons. 5) Os quilomicros movem-se pelo sistema linfático e pela corrente sanguínea para os tecidos. 6) A lipase lipoproteica ativada por apoC-II nos capilares, converte triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol. 7) Os ácidos graxos entram nas células. 8) Os ácidos graxos são oxidados como combustíveis ou esterificados novamente para armazenamento. Estrutura molecular de um quilomícron Quilomícron:são agregados de lipoproteínas. A superfície é formada por uma camada de fosfolipídeos, com os grupos polares em contato com a fase aquosa. Os triacilgliceróis sequestrados no interior (em amarelo) representam mais de 80% da massa do quilomícron. Várias apolipoproteínas que se projetam da superfície (B-48, C-III, C-II) atuam como sinalizadores na absorção e no metabolismo do conteúdo dos quilomícrons. Apolipoproteínas: são proteínas de ligação a lipídios no sangue, responsáveis pelo transporte de triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol entre os órgãos B-48: Várias combinações de lipídeos e proteínas produzem partículas de densidades diferentes: VLDL - Very low density lipoproteins (+ gordura) - Proteínas de baixa densidade: rica em colesterol e ésteres de colesterila; transporta colesterol para tecidos extra-hepáticos. VHDL - Very high density lipoproteins. - Proteínas de alta densidade; rica em proteínas que contém pouco colesterol e não contêm ésteres de colesterila. O VLDL é a forma majoritária de ácidos graxos nos ruminantes . Quilomicron - lipoproteína menos densa, que transporta triacilglicerol exógeno (a dieta) do intestino para os tecidos extra-hepáticos e fígado. Receptores nas células que compõem o intestino reconhecem as porções proteicas dos quilomícrons. A lipoproteínas se deslocam da mucosa intestinal para o sistema linfático e entram no sangue que os transportam para o músculo e o tecido adiposo. No músculo: os ácidos graxos são oxidados para obter energia. No tecido adiposo: os ácidos graxos são reesterificados para armazenamento na forma de triacilgliceróis. - O excesso de gordura é estocado nos adipócitos. Os remanescentes dos quilomícrons, desprovidos da maioria dos seus triacilgliceróis, mas ainda contendo colesterol e apolipoproteínas são captados pelo fígado - endocitose mediada pelo receptor. Os triacilgliceróis que entram no fígado por essa via podem ser oxidados para fornecer energia ou precursores para a síntese de corpos cetônicos. No tecido adiposo eles vão formar de novo triacilgliceróis, para formar tecido de reserva. Ocorre beta oxidação quando as reservas de carboidratos são diminuídas. Mobilização dos triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo: Quando os baixos níveis de glicose no sangue ativam a liberação de glucagon. Quando os baixos níveis de glicose no sangue ativam a liberação ➊ o hormônio se liga ao seu receptor na membrana do adipócito e assim ➋ estimula a adenilil-ciclase, via uma proteína G, a produzir cAMP. Isso ativa a PKA, que fosforila ➌ a lipase sensível a hormônio (HSL, de hormone-sensitive lipase) e ➍ as moléculas de perilipina na superfície da gotícula lipídica. A fosforilação da perilipina causa a ➎ dissociação da proteína CGI da perilipina. A CGI então se associa com a enzima triacilglicerol lipase no adipócito (ATGL, de adipose triacylglycerol lipase), ativando-a. A triacilglicerol lipase ativada ➏ converte triacilgliceróis em diacilgliceróis. A perilipina fosforilada se associa com a lipase sensível a hormônios fosforilada, permitindo o acesso à superfície da gotícula lipídica, onde➐ ela hidrolisa os diacilgliceróis em monoacilgliceróis. Uma terceira lipase, a monoacilglicerol lipase (MGL, de monoacylglycerol lipase) ➑ hidrolisa os monoacilgliceróis. ➒ Os ácidos graxos saem do adipócito, se ligam à albumina sérica no sangue e são transportados no sangue; eles são liberados da albumina e ➓ entram em um miócito por meio de um transportador específico de ácidos graxos. 11 No miócito, os ácidos graxos são oxidados a CO2, e a energia da oxidação é conservada em ATP, que abastece a contração muscular e outros tipos de metabolismo que necessitam de energia no miócito. - A lipase cliva as ligações éster dos triacilgliceróis. Os hormônios ativam a mobilização dos triacilgliceróis armazenados A medida que a lipase sensível a hormônio hidrolisa o triacilglicerol nos adipócitos, os ácidos graxos assim liberados (ácidos graxos livres) se ligam à proteína albumina, e são transportados no sangue. Logo em seguida, são liberados daalbumina e entram no miócito por um transportador específico de ácidos graxos. No miócito, os ácidos graxos são oxidados a CO2, e a energia da oxidação é conservada em ATP. Composição dos triacilgliceróis: É composto por três ácidos graxos ligado (ligação éster) a um glicerol. O glicerol entra na via glicolítica ou na gliconeogênese. O glicerol é convertido em Diidroxiacetona fosfato , que é um composto intermediário que pode ser desviado para glicólise ou gliconeogênese. Razões para a Beta-Oxidação ocorrer: 1. ácidos graxos são muito mais reduzidos. Sua oxidação produz muito mais energia do que carboidratos. 2. Ácidos graxos não são hidratados como os carboidratos. O peso dos lipídios consegue armazenar muito mais energia que o peso dos carboidratos. Lipídios não armazenam o peso da água Os ácidos graxos são ativados e transportados para dentro das mitocôndrias. - As enzimas da oxidação de ácidos graxos nas células animais estão localizadas na matriz mitocondrial. As reações de oxidação dependem: 1. Saturação no ácido graxo (saturado ou insaturado). 2. Número de carbonos no ácido graxo (par ou ímpar). 3. Ramificação no ácido graxo. Ativação AG - Acil CoA sintetase Ácidos graxos com comprimento de cadeia de 12 carbonos ou menos entram na mitocôndria sem o auxílio de transportadores de membrana. Degradação de Ácidos Graxos: - Interior da mitocôndria - Oxidação do carbono Beta- AG - Reações B-oxidação para ácidos graxos saturados e pares 1. Oxidação por FAD - Acil CoA desidrogenase 2. Hidratação 3. Oxidação por NAD+ 4. Tiólise Entrada de AG na mitocôndria pelo transportador acil-carnitina/carnitina Após a formação da acil-carnitina graxo na membrana mitocondrial externa ou no espaço intermembrana, ela se desloca para a matriz. Os ácidos graxos destinados a oxidação mitocondrial estão transitoriamente ligados ao grupo hidroxil da carnitina, formando acil-graxo-carnitina. Após a entrada do Ácido Graxo na matriz inicia-se a oxidação. Um composto com 14 carbonos, passa por 6 reações, até a sétima vinda dos dois último átomos de carbono da cadeia de 16 carbonos. Oxidação mitocondrial dos ácidos graxos Um composto por 14 carbonos,tem 8 moléculas de acetil-CoA são formadas no total. Em cada um desses ciclos foram formados NADH e FADH2. A beta oxidação é a primeira etapa da oxidação dos ácidos graxos. As duas próximas etapas são do ciclo do ácido cítrico e a cadeia transportadora de elétrons. Processamento especial de AG insaturado e/ou com número ímpar de carbonos: - Insaturados (mais da metade dos ácidos graxos da dieta): Ação de isomerase e redutase (ácidos graxos polinsaturados) Processamento B-oxidação Isomerase: a enzima enoil-hidratase só atua apenas em ligações duplas trans. Portanto a enoil-CoA- isomerase isomeriza transformando as ligações duplas em trans. Redutase: é necessária para oxidação de ácidos graxos poli-insaturados. Quando combinada com enoil-CoA-isomerase, permite a entrada desse intermediário na B-Oxidação - Número ímpar de carbonos: B-oxidação normal, formação de propionil-CoA (3c) - conversão a succinil CoA - ciclo do ácido cítrico. Oxidação de ácido graxo monoinsaturado: Nesse caso, AG insaturado, um enzima adicional é necessária - Enoil CoA - isomerase para reposicionar a ligação dupla convertendo o isômero Cis em trans, um intermediário normal da B-oxidação. A enoil CoA- hidratase é uma enzima que catalisa a adição de H2O às ligações duplas trans da Enoil-CoA geradas durante a beta oxidação. Oxidação de ácidos graxos ímpares: Ácidos graxos de cadeia longa ímpar necessitam de três reações extras diferentes daquelas dos AG pares. Um ácido graxo com 17 carbonos irá sofrer 6 reações de b-oxidação, mas a última vai restar 5 carbonos, que quando oxidado e quebrado os produtos são - Acetil-Coa (2c) e Propionil-CoA (3c) 17-3 = 14 (sofe 6 reações) Oxidação do prorionil-CoA produzida pela B-oxidação de ag ímpar: 1. Carboxilação 2. Epimerização 3. Rearranjo molecular Corpos cetônicos: São outra fonte energética derivada de lipídeos. ex: o músculo cardíaco e o córtex renal podem utilizar acetoacetato em preferência da glicose. A acetil-CoA pode ser convertida a corpos cetônicos (acetona, acetoacetato e D-b-hidroxibutirato,) - combustíveis hidrossolúveis exportados para o cérebro e outros tecidos quando a glicose não está presente. - A acetona,produzida em menor quantidade do que os outros corpos cetônicos, é exalada. O acetoacetato e o D-b-hidroxibutirato são transportados pelo sangue para outros tecidos que não o fígado (tecidos extra-hepáticos), onde são convertidos a acetil-CoA e oxidados no ciclo do ácido cítrico, fornecendo muito da energia necessária para tecidos como o músculo esquelético e cardíaco e o córtex renal. Em mamíferos a acetil-CoA ao invés de entrar no ciclo de Krebs, pode sofrer conversão a corpos cetônicos para exportação para outros tecidos. Acetoacetato e D-B-hidroxibutirato, exportados como fonte de energia para o coração, o músculo esquelético, o rim e o cérebro. O acúmulo de acetil-CoA em diabetes melito ou jejum prolongado, acelera a formação de corpos cetônicos além da capacidade de oxidação dos tecidos extra-hepatócitos. O aumento da concentração de corpos cetônicos, diminui o pH sanguíneo, causando acidose. 1. Apesar dos mecanismos hormonais para a manutenção da glicose, ela começa a diminuir após 2 dias de jejum; 2. Os níveis de corpos cetônicos quase indetectáveis antes do jejum aumenta drasticamente após 2 a 4 dias; 3. As cetonas hidrossolúveis suplementam a glicose como fonte de energia para o cérebro; 4. Acetona liberada na respiração; 5. Um aumento muito menor de ácidos graxos ocorre no sangue, mas este não contribui para o metabolismo energético do cérebro. Sintomas da cetose bovina: Na cetose clínica há um odor característico de acetona na respiração, urina e, ocasionalmente, no leite. Os demais sintomas da doença são bastante inespecíficos. As contrações do rúmen não são regulares e o conteúdo ruminal é mais firme, com eliminação de fezes secas. Os animais apresentam apetite deprimido, rejeitando os grãos e a silagem, com consequente diminuição da produção de leite e perda de peso. Pode existir sinais nervosos de olhar fixo, ataxia, andar cambaleante ou em círculo, espasmos e cegueira parcial. Comparação entre B-oxidação nas mitocôndrias e nos peroxissomos e glioxissomos: Em plantas, a oxidação dos ácidos graxos não ocorre principalmente na mitocôndria, mas nos peroxissomos do tecido foliar e nos glioxissomos das sementes em germinação. Os peroxissomos e glioxissomos de plantas são semelhantes em estrutura e função; os glioxissomos, que ocorrem apenas em sementes em germinação, podem ser considerados peroxissomos especializados. O papel biológico da b-oxidação nessas organelas é usar lipídeos estocados principalmente para prover precursores biossintéticos, não energia. O acetil-CoA produzido é convertido por meio do ciclo do glioxilato a precursores de quatro carbonos para a gliconeogênese. Os glioxissomos, como os peroxissomos, contêm altas concentrações de catalase, que converte o H2O2 produzido pela b-oxidação a H2O e O2. Apenas células hepáticas convertem glicose-6-fosfato em glicose.
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